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Literatura Brasileira I aula 03 TASK119110

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- -1
LITERATURA BRASILEIRA I
TEXTOS DE INFORMAÇÃO E 
CONTRIBUIÇÃO JESUÍTICA
- -2
Olá!
Ao final desta aula, o aluno será capaz de: 1. Conhecer o panorama histórico, político e social vigente no século
XVI no Brasil e em Portugal; 2. Interpretar a Carta, de Pero Vaz de Caminha, a partir do contexto histórico de sua
elaboração e sua importância para a Literatura; 3. Verificar a presença da descrição dos costumes, da fauna e da
flora brasileira nos textos de Pero Magalhães de Gandavo; 4. Relacionar o contexto histórico com as informações
presentes no texto de Gabriel Soares
- -3
1 Hans Staden
https://www.youtube.com/watch?v=Mz8IWqmhVKk
O trecho do filme com o qual a nossa aula se iniciou se refere ao episódio narrado pelo alemão Hans Staden, em
1554, acerca de seu aprisionamento por índios Tupinambás no litoral de São Paulo.
Conseguindo retornar à sua terra natal, publicou a obra que contaria os oito meses que ficou em poder da tribo
indígena, bem como os hábitos e os costumes da tribo antropófaga.
https://www.youtube.com/watch?v=Mz8IWqmhVKk
https://www.youtube.com/watch?v=Mz8IWqmhVKk
- -4
Sua obra, , publicada em 1557, teve várias edições, mas apenas em 1892 foiViagens e aventuras no Brasil
traduzida para a língua portuguesa.
O sucesso que obteve a obra no século XVI muito se deve à curiosidade dos povos em relação aos indígenas e às
terras recém-encontradas por portugueses e espanhóis.
Hoje, textos como o de Hans Staden são considerados como documentos significativos que dão a conhecer os
nossos antepassados, assim como avaliar o ponto de vista que orientava esses relatos e descrições.
2
De acordo com a análise de textos como os de Hans Staden, podemos questionar: seria essa a origem da
Literatura Brasileira? Qual seria a origem da Literatura Brasileira?
Ao longo da história de nosso país, observamos o surgimento de artistas: pintores, escultores, músicos e
escritores; alguns tiveram maior sucesso em seu tempo do que outros. Há obras que chegaram aos nossos dias e
merecem elogios ou críticas, outras ficaram desconhecidas por muito tempo ou ainda não foram estudadas.
Como estudar as obras literárias produzidas em Língua Portuguesa no Brasil? Que critérios adotar para agrupá-
las?
Primeiro devemos nos perguntar: o que se pode considerar como “literatura”? Leia a definição dada por Afrânio
Coutinho:
“A literatura é uma arte, a arte da palavra, isto é, um produto da imaginação criadora, cujo meio
específico é a palavra, e cuja finalidade é despertar no leitor ou ouvinte o prazer estético. Tem,
portanto, um valor em si, e um objetivo, que não seria de comunicar ou servir de instrumento a
outros valores – políticos, religiosos, morais, filosóficos. Dotada de uma composição específica, que
elementos intrínsecos lhe fornecem, tem um desenvolvimento autônomo.” (COUTINHO, Afrânio. A
Literatura no Brasil. 7ª Ed. São Paulo: Global, 2004. vol. 1. p. 61)
Para Antônio Candido, só se podem considerar como “manifestações literárias” os primeiros textos produzidos
aqui, porque, para ele, a literatura pode ser definida como um “sistema de obras ligadas por denominadores
comuns , que permitem reconhecer as notas dominantes duma fase.”
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3
Assim, no caso brasileiro, a consideração do marco inicial – ou seja, a partir de quais obras podemos afirmar
haver literatura brasileira – define o objeto de análise. Vejamos:
Quando aqui chegaram, os colonizadores portugueses encontraram indígenas que não possuíam registros
escritos de sua cultura; logo, se não havia escritores, também não havia leitores entre os índios;
O Brasil permaneceu como colônia portuguesa de 1500 a 1822, ano de nossa Independência. Até 1808, com a
chegada da família real ao nosso país, não havia cursos superiores. As famílias mais abastadas enviavam seus
filhos para a Universidade de Coimbra.
Toda e qualquer atividade de imprensa, como a publicação de jornais ou livros, foi proibida em nosso país até a
chegada da família real portuguesa, em 1808.
ATENÇÃO!
Observe como os dois dos maiores autores de História da Literatura Brasileira delimitam o seu objeto de análise:
para o primeiro, não há nenhuma referência a um público, apenas o receptor da obra; já para o segundo, para
haver literatura, é necessário que para ela existam público e mecanismos de circulação.
4
Compreender o panorama histórico da época da chegada dos portugueses ao Brasil e a relação de Colônia e
Metrópole que duraria por três séculos é fundamental para a descrição do movimento evolutivo da Literatura
Brasileira. Nesse sentido, consideram-se como documentos de valor inestimável os textos, mesmo que não
literários, como as crônicas e as obras que registraram a especificidade de nossa natureza e cultura. São textos,
em sua maioria, de origem portuguesa, escritos entre 1500 e 1627.
É pelos olhos do colonizador “civilizado” que fomos vistos e descritos pela primeira vez, por isso o exotismo e a
diferença de costumes são tomados como aspectos importantes nessa descrição. Mas interessam, sobretudo, por
serem os primeiros registros que documentam a instauração do sistema colonial.
- -6
5
O Éden, o Eldorado, a fonte da eterna juventude fazem parte do imaginário como traço constante a destacar da
perspectiva européia em relação à colônia. Essa visão ingênua ou otimista do mundo recém-descoberto é
encontrada em alguns textos de viajantes e, de certa forma, corroboram e fundamentam a futura literatura no
Brasil.
“A primeira grande manifestação dessas forças é a formação do mito do ufanismo, tendência à
exaltação lírica da terra ou da paisagem, espécie de crença num eldorado ou “paraiso terrestre”, (...) e
que constituirá uma linha permanente da literatura brasileira de prosa e verso. Pero Vaz de
Caminha, Anchieta, Nóbrega, Cardim, Bento Teixeira, Gandavo, Gabriel Soares de Sousa, Fernandes
Brandão, rocha Pita, Vicente de Salvador, Botelho de Oliveira, Itaparica, Nunes Marques Pereira, são
exemplos da série de cantores da cultura e opulência”, ou autores de “diálogos das grandezas”, que
constituem essa singular literatura de catálogo e exaltação dos recursos da terra prometida. Essa
literatura, diga-se passagem, não deveria estar longe de emergir de motivos econômicos de
valorização da terra aos olhos europeus.” (COUTINHO, Afrânio. Introdução à literatura brasileira. P.
79)
“Quanto à literatura dos descobrimentos, quer nasça como descrição do novo “paraiso na terra” ou
como pesquisa curiosa de diferentes modos de viver por parte de um europeu doente de civilização,
ou como desejo de um europeu portador do Verbo de tornar semelhantes seus os “selvagens”
transoceânicos, será ela o paradigma constante de todo futura ação literária 'brasileira”” (STEGAGNO
PICCHIO, Luciana. História da Literatura Brasileira. 2.ed.rev.atual. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2004.
p.86)
6
Ao desembarcarem nas terras brasileiras, os portugueses registraram por escrito a primeira impressão do
colonizador. Considera-se a de Pero Vaz de Caminha, datada de abril de 1500, a “certidão de nascimento”Carta
do Brasil por ter sido esse o primeiro registro escrito, tendo como objeto nossas terras. O autor, o escriba da
esquadra, tinha por responsabilidade informar o rei D. Manuel sobre as descobertas relevantes feitas ao longo da
viagem
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Não bastassem todos os aspectos históricos que revestem o texto de Caminha, ele constitui um documento de
valor para a consolidação da identidade brasileira. Em alguns momentos de nossa literatura, autores como José
de Alencar, Oswald de Andrade, Cassiano Ricardo, dentre outros, estabeleceram com a Carta um diálogo
intertextual. Motivados pela recusa a um movimento estético vigente ou pela necessidade de recuperar a origem
cultural, o certo é que, para esses autores, o atestado de achamento do Brasil significa um registro de como
éramos ou deixamos de ser.
Leia o trecho a seguir e observe o efeito provocado por esse encontro:
“A feição deles é serem pardos, um tanto avermelhados,de bons rostos e bons narizes, bem feitos. Andam nus,
sem cobertura alguma. Nem fazem mais caso de encobrir ou deixa de encobrir suas vergonhas do que de mostrar
a cara. Acerca disso são de grande inocência. Ambos traziam o beiço de baixo furado e metido nele um osso
verdadeiro, de comprimento de uma mão travessa, e da grossura de um fuso de algodão, agudo na ponta como
um furador. Metem-nos pela parte de dentro do beiço; e a parte que lhes fica entre o beiço e os dentes é feita a
modo de roque de xadrez. E trazem-no ali encaixado de sorte que não os magoa, nem lhes põe estorvo no falar,
nem no comer e beber.”
Fonte: )http://www.cce.ufsc.br/~nupill/literatura/carta.html
7
O escriba da esquadra de Cabral valorizava a terra, a natureza, a docilidade dos nativos, bem como sugeriu a
presença de ouro e prata. Esses eram dados importantes para o colonizador, preocupado em aumentar o seu
patrimônio.
“O Capitão, quando eles vieram, estava sentado em uma cadeira, aos pés uma alcatifa por estrado; e bem vestido,
com um colar de ouro, mui grande, ao pescoço. E Sancho de Tovar, e Simão de Miranda, e Nicolau Coelho, e Aires
Corrêa, e nós outros que aqui na nau com ele iamos, sentados no chão, nessa alcatifa.
Acenderam-se tochas. E eles entraram. Mas nem sinal de cortesia fizeram, nem de falar ao Capitão; nem a
alguém. Todavia um deles fitou o colar do Capitão, e começou a fazer acenos com a mão em direção à terra, e
depois para o colar, como se quisesse dizer-nos que havia ouro na terra. E também olhou para um castiçal de
prata e assim mesmo acenava para a terra e
novamente para o castiçal, como se lá também houvesse prata! ”
Fonte: htmlhttp://mww.cce.ufsc.br/-nupill/literatura/carta
http://www.cce.ufsc.br/~nupill/literatura/carta.html
http://mww.cce.ufsc.br/-nupill/literatura/carta
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8
No século XVI, a Europa tinha por modelo econômico o Mercantilismo, que se baseava no comércio e no acúmulo
de ouro, prata e pedras preciosas (metalismo). Nesse sentido, o texto de Caminha procurava dar notícia ao rei D.
Manuel de aspectos de seu interesse: a terra fértil para a exploração de artigos agrícolas, inexistentes na Europa,
e a presença de minérios, que garantiriam a lucratividade do negócio “além-mar”.
Ainda na Carta de Caminha, um dado que merece atenção é a referência à salvação das almas dos gentios. Não se
pode esquecer que, naquele momento, a Europa vivenciava a Contra-Reforma, movimento religioso que teve em
Portugal e Espanha a sua expressão mais radical.
“Parece-me gente de tal inocência que, se nós entendêssemos a sua fala e eles a nossa, seriam logo
cristãos, visto que não têm nem entendem crença alguma, segundo as aparências. E portanto se os
degredados que aqui hão de ficar aprenderem bem a sua fala e os entenderem, não duvido que eles,
segundo a santa tenção de Vossa Alteza, se farão cristãos e hão de crer na nossa santa fé, à qual praza
a Nosso Senhor que os traga, porque certamente esta gente é boa e de bela simplicidade. E imprimir-
se-á facilmente neles qualquer cunho que lhe quiserem dar, uma vez que Nosso Senhor lhes deu bons
corpos e bons rostos, como a homens bons. E o Ele nos para aqui trazer creio que não foi sem causa.
E portanto Vossa Alteza, pois tanto deseja acrescentar a santa fé católica, deve cuidar da salvação
deles. E prazerá a Deus que com pouco trabalho seja assim!”
Fonte: http://www.culturabrasil.pro.br/protestante.htm
9
As crônicas dos viajantes, suas cartas e primeiras histórias são importantes porque são os primeiros registros
escritos de nossa terra e do encontro de culturas. São perceptíveis, mediante a sua leitura crítica, o
estranhamento ante os indígenas e os interesses econômicos vigentes. Como exemplo, observe o trecho a seguir
onde Gandavo analisa a língua Tupi:
“Esta é mui branda, e a qualquer nação fácil de tomar. Alguns vocábulos há nela de que não usam
senão as fêmeas, e outros que não servem senão para os machos: carece de três letras, convém a
http://www.culturabrasil.pro.br/protestante.htm
- -9
saber, não se acha nela F, nem L, nem R, coisa digna de espanto porque assim não têm Fé, nem Lei,
nem Rei, e desta maneira vivem desordenadamente sem terem além disso conta, nem peso, nem
medido ( Cap. 10)”
Não se ignora que há ironia na descrição. No entanto, seu conteúdo expõe de forma velada os meios de
dominação utilizados para edificar a relação entre a metrópole e a colônia, a saber: a Religião, o Estado e a Lei.
São da autoria de Pero Magalhães Gandavo os textos o Tratado da Terra do Brasil e a História da Província de
Santa Cruz a que Vulgarmente Chamamos Brasil , os quais datam de 1570 e 1576, respectivamente.
10
É importante ressaltar o caráter pioneiro do autor em divulgar os aspectos positivos da colônia, incentivando a
imigração dos reinóis para as terras recém-conquistadas. Além disso, a História registra com ricas descrições a
exótica flora brasileira e os costumes indígenas, como a antropofagia, a poligamia e a “couvade”.
DAS PLANTAS, MANTIMENTOS E FRUITAS QUE HA NESTA PROVINCIA
“São tantas e tam diversas as plantas, fruitas, e hervas que ha nesta Provincia, de que se podiam
notar muitas particularidades, que seria cousa infinita escreve-las aqui todas, e dar noticia dos
effectos de cada huma meudamente. E por isso nem farei agora mençam sinam de algumas em
particular, principalmente daquellas de cuja virtude e fruito Participão os Portuguezes.
Primeiramente tratarei da planta e raiz de que os moradores fazem seus mantimentos que la comem
em logar de pão. A raiz se chama mandioca, e a planta de que se gera he de altura de hum homem
pouco mais ou menos. Esta planta nam he muito grossa, e tem muitos nós: quando a querem plantar
em alguma roça cortão-na e fazem-na em pedacos, os quaes metem debaixo da terra, depois de
cultivada, como estacas, e dahi tornaô arrebentar outras plantas de novo: e cada estaca destas cria
tres ou quatro raizes e dahi pera cima (segundo a virtude da terra em que se planta) as quaes põem
nove ou dez meses em se criar: salvo em Sam Vicente que põem tres annos por causa da terra ser
mais fria.”
História da Província Santa Cruz, de Pêro de Magalhães Gândavo. Disponível em: <http://www.cce.
>.ufsc.br/-nupill/literatura/ganda2.html
A “couvade” é o resguardo do pai da criança.
http://www.cce.ufsc.br/-nupill/literatura/ganda2.html
http://www.cce.ufsc.br/-nupill/literatura/ganda2.html
- -10
11 Tratado descritivo do Brasil
Segundo Alfredo Bosi, o Tratado Descritivo do Brasil em 1587, de Gabriel Soares de Sousa pode ser considerado
“como a fonte mais rica de informações sobre a colônia no século XVI.
Tratado Descritivo do Brasil em 1587
Composto de duas partes, a obra “percorre toda a flora e a fauna da Bahia fazendo um inventário de quem vê
tudo entre atento e encantado.”( BOSI, A. História concisa da literatura brasileira. São Paulo: Cultrix,1994. p. 18)
Além disso, não deixa de fazer ver à metrópole as oportunidades que a colônia poderia representar em termos
de exploração de seus possíveis minérios.
Segundo nos conta a história, teria herdado mapas de minas no interior do Brasil, mas sua expedição não foi bem
sucedida.
O trecho da introdução da obra ilustra a verve descritiva do autor:
Como todas as coisas têm fim, convém que tenham princípio, e como o de minha pretensão é manifestar a
grandeza, fertilidade e outras grandes partes que tem a Bahia de Todos os Santos e demais Estados do Brasil, do
que os reis passados tanto se descuidaram, a el-rei nosso senhor convém, e ao bem do seu serviço, que lhe
mostre, por estas lembranças, os grandes merecimentos deste seu Estado, as qualidades e estranhezas dele, etc,
É esta província mui abastada de mantimentos de muita substância e menos trabalhosos que os de Espanha. Dão-
se nela muitas carnes, assim naturais dela, como das de Portugal, e maravilhosos pescados; onde se dão
melhores algodões que em outra parte sabida, e muitos açúcares tão bons como na ilha da Madeira. Tem muito
pau de que sefazem as tintas. Em algumas partes dela se dá trigo, cevada e vinho muito bom, e em todas todos os
frutos e sementes de Espanha, do que haverá muita qualidade, se Sua Majestade mandar prover nisso com muita
instância e no descobrimento dos metais que nesta terra há, porque lhe não falta ferro, aço, cobre, ouro,
esmeralda, cristal e muito salitre...”
http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/me003015.pdf
Os primeiros textos sobre o Brasil, como vimos, não podem ser considerados como literários; no entanto, trata-
se de rico material que nos informa sobre as nossas origens e a relação entre o colonizador, a terra e seus
habitantes.
O que vem na próxima aula
• O Barroco no Brasil, ecos da tradição europeia;
• Bento Teixeira e poesia fundadora.
• gregório de Matos Guerra, a sátira e o engenho.
•
•
•
http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/me003015.pdf
http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/me003015.pdf
- -11
CONCLUSÃO
Nesta aula, você:
• Nessa aula, você conheceu os principais textos que informam sobre as terras, os habitantes e seus 
costumes encontrados aqui pelos cronistas estrangeiros.
•
	Olá!
	1 Hans Staden
	2
	3
	4
	5
	6
	7
	8
	9
	10
	11 Tratado descritivo do Brasil
	O que vem na próxima aula
	CONCLUSÃO

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