Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
AT 1 CERTIFICAÇÃO SÉRIE ISO 14000- GESTÃO AMBIENTAL 2 32 S U M Á R IO 3 INTRODUÇÃO 7 UNIDADE 1 – Normas Técnicas 7 1.1 Definição, evolução e objetivos 8 1.2 Princípios e benefícios da normalização 9 1.3 Sistema internacional de normatização e a dinâmica da certificação 12 UNIDADE 2 – Certificação NBR ISO 14000 – Gestão Ambiental 12 2.1 Breves reflexões 15 2.2 A sustentabilidade e a gestão ambiental 19 2.3 A norma ISO 14000 22 2.4 Requisitos do sistema de gestão ambiental da ISO 14001 27 UNIDADE 3 – Certificação NBR 16000 e ISO 26000 – Gestão da Sustentabilidade 27 3.1 Contextualização das certificações 31 3.2 Programa Brasileiro de Certificação em Responsabilidade Social 34 UNIDADE 4 – Certificação OHSAS 18000 – Segurança e Saúde Ocupacional 37 UNIDADE 5 – Certificação Para Sistemas de Segurança 37 5.1 Importância e justificativas para certificação para sistemas de segurança 40 5.2 Auditoria e pré-auditoria 43 REFERÊNCIAS 46 GLOSSÁRIO AMBIENTAL PARA NORMA ISO 14000 2 33 INTRODUÇÃO Na gestão de negócios, qualquer que seja ele, área industrial, saúde, educação, encontramos pelo menos quatro funções ou ações básicas que se fazem presen- tes: planejar, executar, controlar e avaliar, objetivando que o negócio cresça, que se mantenha no mercado, que atenda ao seu público com eficiência e eficácia, entregan- do-lhe produtos e/ou serviços de qualida- de sem perder de vista seu objetivo maior. Grosso modo, no caso da empresa privada seria o lucro mediante redução de custos e em se tratando de empresas públicas, atendimento ao público com qualidade. Qualidade, eficiência, eficácia são al- guns dos critérios que nos levam aos Siste- mas de Gestão Integrados, os conhecidos SIG’s, que vão além da satisfação dos clien- tes, objeto do sistema de gestão de qua- lidade, ou de proteção ao meio ambiente, objeto do sistema de gestão ambiental. Os SIGs garantem que, respondendo às exigências de uma regulamentação cada vez mais rigorosa, respeitando o ambiente e preocupando-se permanentemente com a saúde e a segurança das pessoas no tra- balho, ou seja, considerando a dimensão ambiental e social, a satisfação do cliente estará ainda mais garantida, pois são qua- tro sistemas compatíveis integrados com um único intuito: a obtenção de resultados cada vez melhores para as organizações que os adotem (RIBEIRO NETO; TAVARES; HOFFMANN, 2008). Chegamos ao que queríamos: sistemas de normalização! A implantação de siste- mas de normalização disponibiliza, para os gestores das organizações, poderosa fer- ramenta para estabelecer e atingir objeti- vos organizacionais. A utilização da normalização internacio- nal, muito além de impactar na redução de custos de produção e melhoria da qualida- de do produto final, tem gerado benefícios não apenas em aspectos tecnológicos, mas também na área econômica e social, tais como: aos consumidores, a conformidade com normas internacionais assegura qua- lidade, confiabilidade e segurança; aos fornecedores, assegura ampla aceitação internacional de seus produtos, estabilidade, crescimento, parceria com clientes e facilidade de compreensão mú- tua; aos acionistas, proporciona melhores resultados operacionais, aumento na par- ticipação de mercado, crescimento nos lu- cros e no retorno sobre investimentos; aos empregados, proporciona me- lhores condições de trabalho, saúde e se- gurança, estabilidade empregatícia, sa- tisfação com o trabalho e efeitos morais positivos; aos governos, fornece bases tecnoló- gicas e científicas para apoiar a legislação de saúde, segurança e meio ambiente; e, para a sociedade, facilita o cumpri- mento de requisitos legais e regulamenta- res, gera melhoria na saúde e segurança e reduz impactos sociais e ambientais. Embora o foco deste módulo seja a Nor- ma ISO 14001, veremos algumas outras, conforme as ilustrações abaixo. 4 5 A Associação Brasileira de Normas téc- nicas (ABNT) justifica e explica de maneira sucinta e clara, a importância de tais nor- mas, vejamos algumas delas: a) Sistema de Gestão Ambiental – ABNT NBR 14001 O aumento crescente da consciência ambiental e a escassez de recursos natu- rais vêm influenciando cada vez mais as organizações a contribuírem de forma sis- tematizada na redução dos impactos am- bientais associados aos seus processos. A Conformidade do sistema com a ABNT NBR 14001 garante a redução da carga de poluição gerada por essas organizações, porque envolve a revisão de um processo produtivo visando a melhoria contínua do desempenho ambiental, controlando insu- mos e matérias-primas que representem desperdícios de recursos naturais. Certificar um Sistema de Gestão Am- biental significa comprovar junto ao mer- cado e à sociedade que a organização ado- ta um conjunto de práticas destinadas a minimizar impactos que imponham riscos à preservação da biodiversidade. Com isso, além de contribuir com o equi- líbrio ambiental e a qualidade de vida da população, as organizações obtêm um con- siderável diferencial competitivo fortale- cendo sua ação no mercado. b) Sistema de Gestão da Responsa- bilidade Social – ABNT NBR 16001 O surgimento de movimentos dirigidos aos interesses diversos dos consumidores impõe nas organizações a necessidade de se atualizarem frente a este contexto. Cer- tamente, as organizações que possuem posicionamento ético melhoram sua ima- gem pública gradativamente, alcançando maior legitimidade social. Para ser realmente eficiente, os pro- Figura 1: Normas. Fonte: http://www.abnt.org.br/imagens/downloads/15.00NigelExponormasSeminar.pdf 4 5 cedimentos da organização precisam ser conduzidos dentro de um sistema de ges- tão estruturado. A partir daí, a Certificação do Sistema de Gestão de Responsabilidade Social demonstrará ao mercado que a or- ganização não existe apenas para explorar os recursos econômicos e humanos, mas também para contribuir com o desenvolvi- mento social, por meio da realização pro- fissional de seus colaboradores e da pro- moção de benefícios ao meio ambiente e às partes interessadas. c) Sistema da Segurança e Saúde Ocupacional – OHSAS 18001 Este sistema tem por objetivo assegurar o bom cumprimento de procedimentos e cuidados que venham a garantir o geren- ciamento dos riscos de saúde e segurança em uma organização. Também neste caso, nota-se certa pressão da sociedade para que as organizações ajam de maneira que sejam evitados acidentes ou fatalidades com seus colaboradores. Trabalhando com base nesses princí- pios, a organização consegue também a geração de mais qualidade e produtivida- de dos empregados e de seus processos fabris. Tendo todos estes procedimentos funcionando, a Certificação do Sistema da Segurança e Saúde Ocupacional serve ain- da para mostrar, tanto para os fornecedo- res quanto para os consumidores, o grau de seriedade do trabalho de uma organização. d) Segurança da informação: Em determinados ramos de negócio, a informação se mostra como o bem mais im- portante e, sendo assim, precisa ser prote- gida de acordo com os riscos associados. Para manter características como confi- dencialidade, integridade e disponibilidade das informações, organizações deste setor buscam várias formas de se protegerem, a fim de garantir a entrega de um bom tra- balho. O Sistema de Gestão de Segurança da Informação é uma forma de gerenciamen- to utilizada para estabelecer políticas ba- seadas na análise de risco do negócio. Ten- do este sistema certificado, a organização demonstrará sua capacidade de definir, implementar, operar, manter e sempre me- lhorar a segurança da informação (www. abnt.org.br). Figura 2: ISO. Fonte: http://www.abnt.org.br/imagens/downloads/15.00NigelExponor-masSeminar.pdf 6 7 Mediante as premissas acima, começa- remos nossos estudos pela definição de normas técnicas, seus objetivos, os prin- cípios e benefícios. Na sequência, os siste- mas de normalização e a dinâmica da certi- ficação. Cada sistema e sua respectiva NBR ISO terá uma unidade específica. Desejamos boa leitura e bons estudos, mas antes algumas observações se fazem necessárias: 1) Ao final do módulo, encontram-se muitas referências utilizadas efetivamen- te e outras somente consultadas, princi- palmente artigos retirados da World Wide Web (www), conhecida popularmente como Internet, que devido ao acesso que na atualidade está bem facilitado e até mesmo democrático, ajudam sobremanei- ra para enriquecimentos, para sanar ques- tionamentos que por ventura surjam ao longo da leitura e, mais, para manterem-se atualizados. 2) Deixamos bem claro que esta compo- sição não se trata de um artigo original1 , pelo contrário, é uma compilação do pensa- mento de vários estudiosos que têm muito a contribuir para a ampliação dos nossos conhecimentos. Também reforçamos que existem autores considerados clássicos que não podem ser deixados de lado, ape- sar de parecer (pela data da publicação) que seus escritos estão ultrapassados, afinal de contas, uma obra clássica é aque- la capaz de comunicar-se com o presente, mesmo que seu passado datável esteja se- parado pela cronologia que lhe é exterior por milênios de distância. 3) Por uma questão ética, a empresa/ 1 Trabalho inédito de opinião ou pesquisa que nunca foi publicado em revista, anais de congresso ou similares. instituto não defende posições ideológico- -partidária, priorizando o estímulo ao co- nhecimento e ao pensamento crítico. 4) Sabemos que a escrita acadêmica tem como premissa ser científica, ou seja, baseada em normas e padrões da acade- mia, portanto, pedimos licença para fugir um pouco às regras com o objetivo de nos aproximarmos de vocês e para que os te- mas abordados cheguem de maneira clara e objetiva, mas não menos científicos. Por fim: 5) Deixaremos em nota de rodapé, sem- pre que necessário, o link para consulta de documentos e legislação pertinente ao as- sunto, visto que esta última está em cons- tante atualização. Caso esteja com mate- rial digital, basta dar um Ctrl + clique que chegará ao documento original e ali encon- trará possíveis leis complementares e/ou outras informações atualizadas. Caso es- teja com material impresso e tendo acesso à Internet, basta digitar o link e chegará ao mesmo local. 6 7 UNIDADE 1 – Normas Técnicas Falar em normas técnicas nos reme- te de imediato à Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e à Organização Internacional para Padronização (ISO). Sobre a ABNT é importante saber: foi fundada em 1940, é o órgão res- ponsável pela normalização técnica no país, fornecendo a base necessária ao de- senvolvimento tecnológico brasileiro; é uma entidade privada, sem fins lu- crativos, reconhecida como único Foro Nacional de Normalização através da Re- solução n.º 07 do CONMETRO (Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial), de 24.08.1992; é membro fundador da ISO (Interna- tional Organization for Standardization), da COPANT (Comissão Panamericana de Normas Técnicas) e da AMN (Associação Mercosul de Normalização); a ABNT é a única e exclusiva repre- sentante no Brasil das seguintes enti- dades internacionais: ISO (International Organization for Standardization), IEC (In- ternational Electrotechnical Commission); e das entidades de normalização regional COPANT (Comissão Panamericana de Nor- mas Técnicas) e a AMN (Associação Mer- cosul de Normalização). Quanto à ISO, em 1946, em Londres, In- glaterra, representantes de vinte e cinco países decidiram criar uma organização internacional com o objetivo de facilitar, em nível mundial, a coordenação e a uni- ficação de normas industriais. Essa or- ganização, com sede em Genebra, Suíça, começou a funcionar oficialmente em 23 de fevereiro de 1947 com a denominação International Organization for Standardi- zation (ISO), ou Organização Internacional de Normalização. A ISO é uma organização não governa- mental internacional, que hoje reúne mais de uma centena de organismos nacionais de normalização. Representando países que respondem por cerca de 95% do PIB mundial, tem por objetivo promover o de- senvolvimento da padronização de ativi- dades correlacionadas, de forma a possi- bilitar o intercâmbio econômico, científico e tecnológico em níveis mais acessíveis aos aludidos organismos (MARSHALL JR., 2001). 1.1 Definição, evolução e objetivos Normalização pode ser definida como uma atividade que estabelece, em rela- ção a problemas existentes ou potenciais, prescrições destinadas à utilização co- mum e repetitiva, com vistas à obtenção do grau ótimo de ordem, em um dado con- texto. O contexto da normalização não se res- tringe à modernidade. Ao contrário, há muito tempo, na história da evolução hu- mana, a normalização é uma constante. Pesos e medidas, dinheiro, leis, expres- sões gráficas para representar números e letras são exemplos de normalização fun- damentais para a vida em coletividade. Segundo Ribeiro Neto, Tavares e Hof- fmann (2008), foi em fins do século XVIII 8 9 que tivemos uma concepção moderna de normalização, de caráter técnico e cien- tífico, exatamente quando foi criado o sistema métrico de medidas e surgiu, na indústria, o conceito de produção em sé- rie, com a consequente necessidade de intercambialidade de componentes. A percepção dos benefícios decorrentes da intercambialidade de peças, não só em uma mesma fábrica, mas entre diferen- tes fábricas, estimulou em alguns países o desenvolvimento dos primeiros organis- mos de normalização. São objetivos da normalização: comunicação – proporciona os meios necessários para a troca adequada de informações entre clientes e fornece- dores, com vista a assegurar a confiança e um entendimento comum nas relações comerciais; simplificação – reduz as variedades de produtos e de procedimentos, de modo a simplificar o relacionamento entre pro- dutor e consumidor; proteção ao consumidor – define os requisitos que permitam aferir a qualida- de dos produtos e serviços; segurança – estabelece requisitos técnicos destinados a assegurar a prote- ção da vida humana, da saúde e do meio ambiente; economia – diminui o custo de pro- dutos e serviços mediante a sistematiza- ção, racionalização e ordenação dos pro- cessos e das atividades produtivas, com a consequente economia para fornecedo- res e clientes; eliminação de barreiras – evita a existência de regulamentos conflitantes, sobre produtos e serviços, em diferentes países, de forma a facilitar o intermédio comercial. 1.2 Princípios e benefícios da normalização O processo de elaboração de normas técnicas está apoiado em princípios, que são fundamentais para que todos os obje- tivos da normalização sejam atendidos e para que ela seja eficaz na sua aplicação e reconhecida por todos. Princípio da Voluntariedade – a participação em processo de normaliza- ção não é obrigatória e depende de uma decisão voluntária dos interessados. Essa vontade de participar é imprescindível para que o processo de elaboração de normas ocorra. Outro aspecto que funda- menta a voluntariedade do processo de normalização é o fato de que o uso da nor- ma também não é obrigatório, devendo ser resultado de uma decisão em que são percebidas mais vantagens no seu uso do que no não uso. Princípio da Representatividade– é preciso que haja participação de especia- listas cedidos por todos os setores – pro- dutores, organizações de consumidores e neutros (outras partesinteressadas tais como universidades, laboratórios, insti- tutos de pesquisa, órgãos do governo), de modo que a opinião de todos seja conside- rada no estabelecimento da norma. Dessa forma, ela de fato reflete o real estágio de desenvolvimento de uma tecnologia em um determinado momento, e o entendi- mento comum vigente, baseado em expe- riências consolidadas e pertinentes. Princípio da Paridade – não basta 8 9 apenas a representatividade, é preciso que as classes (produtor, consumidor e neutro) estejam equilibradas, evitando- -se assim a imposição de uma delas sobre as demais por conta do maior número de representantes. Assim, deve-se buscar assegurar o equilíbrio das diferentes opi- niões no processo de elaboração de nor- mas. Princípio da Atualização – a atua- lização do processo de desenvolvimento de normas, com a adoção de novos méto- dos de gestão e de novas ferramentas de tecnologia da informação, contribui para que o processo de normalização acompa- nhe evolução tecnológica. Esse princípio de atualização deve ser constantemente perseguido para que a normalização aten- da à intensa demanda considerando que uma norma defasada tecnologicamente fatalmente cairá no desuso. Princípio da Transparência – todas as partes interessadas devem ser dispo- nibilizadas, a qualquer tempo, as informa- ções relativas ao controle, atividades e decisões sobre o processo de desenvolvi- mento de normas técnicas. Princípio da Simplificação – o pro- cesso de normalização deve ter regras e procedimentos simples e acessíveis, que garantam a coerência, a rapidez e a quali- dade no desenvolvimento e implementa- ção das normas. Princípio do Consenso – para que uma norma tenha seu conteúdo o mais próximo possível da realidade de aplica- ção, é necessário que haja consenso en- tre os participantes de sua elaboração. Consenso é processo pelo qual um Projeto de Norma deve ser submetido, compreen- dendo as etapas de análise, apreciação e aprovação por parte de uma comunidade, técnica ou não. A finalidade desse proces- so de consenso é o de atender aos inte- resses e às necessidades da coletividade, em seu próprio benefício. Não é uma vo- tação, mas um compromisso de interesse mútuo, não devendo, portanto, ser con- fundido com unanimidade. Quanto aos inúmeros benefícios, citan- do apenas alguns, a normalização ajuda a: organização do mercado; constituição de uma linguagem única entre produtor e consumidor; melhorar a qualidade de produtos e serviços; orientar as concorrências públicas; aumentar a produtividade, com con- sequente redução dos custos de produtos e serviços, a contribuição para o aumento da economia do país e o desenvolvimento da tecnologia nacional. 1.3 Sistema internacional de normatização e a dinâ- mica da certificação Um complexo de partes coordenadas para realizar um conjunto de finalidades é chamado de sistema, o qual trabalha de maneira coordenada, embora cada uma destas partes tenha objetivos próprios. Em se tratando de sistemas de gestão, exemplificando com a ISO 9001, estes são baseados em normas internacionais, ou seja, em especificações estabelecidas em consenso e aprovadas por um organismo específico composto por membros de vá- rios países (FERREIRA, 2012). 10 11 Segundo a ABNT (2008), dentre alguns dos objetivos da normalização tem-se a possibilidade de uma melhor comunicação entre o cliente e o fornecedor (melhoran- do a confiabilidade das relações comer- ciais e de serviços) e a eliminação de bar- reiras técnicas e comerciais (evitando a existência de regulamentos conflitantes em diferentes países). Assim, observa-se que a normalização está presente em diversas áreas, sendo que, com isso, são geradas várias normas internacionais de gestão que, devido à ne- cessidade das organizações em atender à demanda de diversos grupos de interesse, vêm sendo amplamente adotadas (ZUT- SHI; SOHAL, 2005 apud VITORELI, 2011). De acordo com Fortes (2007, p. 47 apud OLIVEIRA et al., 2009, p. 18-9), a ISO é con- siderada a maior instituição do mundo que trata das “questões de desenvolvimen- to de padrões voltados à área técnica”, e afirma ainda que “a utilidade dos padrões se estende aos ambientes de produção, tanto privados quanto públicos, tornan- do-os mais seguros, eficientes e transpa- rentes”. Tais padrões podem ser utiliza- dos “como base técnica para as questões legais que envolvam a saúde, o ambiente e a segurança”. A ABNT foi o órgão nacional respon- sável por produzir traduções referentes a essas normas. Até dezembro de 2005, haviam sido conferidas 776.608 certifi- cações ISO 9001 em todo o mundo (FNQ, 2006 apud OLIVEIRA et al., 2009). A sobrevivência das organizações em tempos de globalização e competitivida- de passa pela garantia de produtos e ser- viços com uma qualidade beirando a ex- celência. Pois bem, a solução encontrada pelas empresas é investir em um sistema de qualidade, conforme os requisitos nor- mativos da ISO 9001 e outras normas que veremos em detalhes ao longo do módulo, com foco maior na certificação para ges- tão ambiental. De acordo com Carpinetti et al. (2007 apud STAINO et al., 2011), em alguns ca- sos, essas certificações são necessárias uma vez que são exigidas pelo próprio cliente, em outras situações, mesmo que isso não ocorra, a implementação criterio- sa dos requisitos de gestão estabelecidos na norma elevará a eficácia e eficiência da empresa, tornando-a mais competitiva. Para a implantação de sistemas de ges- tão da qualidade, conforme as normas da série ISO, é necessário atentar para os princípios estabelecidos pela norma, como foco no cliente, liderança, aborda- gem factual para a tomada de decisão, abordagem sistêmica, abordagem por processos, relação benéfica com fornece- dores e melhoria contínua. As empresas devem tomar decisões ba- seadas em fatos e dados, os quais podem ser obtidos por meio das ferramentas da qualidade. Para identificar os processos- -chave de uma organização, deve ser re- alizado um estudo de todas as atividades que fazem parte da rotina de trabalho da empresa, de forma crítica e sem omissões (STAINO et al., 2011). Segundo Marshall JR. (2001), a ISO tem por objetivo promover o desenvolvimento da padronização e de atividades correla- cionadas de forma a possibilitar o inter- câmbio econômico, cientifico e tecnológi- co em níveis mais acessíveis aos aludidos 10 11 organismos. A família de norma ISO representa um consenso internacional em boas práticas que possam assegurar que a organiza- ção forneça produtos/serviços que aten- dam ou superem as necessidades de seus clientes, que são o foco desta norma. Elas auxiliam na melhoria dos proces- sos internos, no aumento da capacitação dos funcionários, no acompanhamento da satisfação dos clientes, colaboradores e fornecedores, num processo contínuo de melhoria. Para a preparação destas nor- mas internacionais são conciliados os in- teresses dos produtores, consumidores, comunidade e governo. Na prática, a normalização está presen- te na fabricação dos produtos, na trans- ferência de tecnologia e na melhoria da qualidade de vida, através de normas re- lativas à saúde, à segurança e à preserva- ção do meio ambiente. Devido a fatores como a evolução tec- nológica, desenvolvimento de novas fer- ramentas, metodologias, novos requisi- tos, entre outros, a ISO estabeleceu que as normas devem ser revisadas em perío- dos inferiores a 5 anos. Nesse contexto, a certificação é um procedimento para alcançar um padrão que assegure qualidade, surgida da ne- cessidade de as organizações comunica- rem a seus clientes e ao mercado a ade- quação de seus princípios de gestão aos requisitos ISO. Como as normas são revi- sadas periodicamente,a certificação pas- sa a ser uma atividade dinâmica. A certificação é efetuada por um orga- nismo certificador que no âmbito Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade (SBAC) deve estar cadastrado no Institu- to Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (INMETRO) para exercer tal atividade. Isso acontece para que o processo de certificação seja impar- cial e a credibilidade do certificado seja assegurada. As auditorias são realizadas com o ob- jetivo de averiguar se atividades desen- volvidas estão de acordo com o estabe- lecido previamente. Elas são divididas em auditoria de adequação (verificação da conformidade da documentação da orga- nização à norma) e auditoria de conformi- dade (verificação por meio de evidência objetiva, da efetiva implementação dos procedimentos que compõem o sistema da qualidade de uma empresa). Também são classificadas como audito- rias de primeira parte (auditoria interna), de segunda parte (cliente-fornecedor) e de terceira parte (sem relação comercial, feita por um organismo independente) (MAGALHÃES, 2009). 12 1312 UNIDADE 2 – Certificação NBR ISO 14000 – Gestão Ambiental 2.1 Breves reflexões Não há dúvida que o conceito de susten- tabilidade vem evoluindo ao longo do tempo! Principalmente a evolução da percepção de sobrevivência da organização, para o con- senso de que é preciso sobreviver sem com- prometer as gerações futuras. Essa visão mais ampla de sustentabilidade emergiu em uma perspectiva tridimensional, incorpo- rando as dimensões econômica, social e am- biental, ou o termo em inglês Triple Bottom Line (CARVALHO; MIGUEL, 2012). Esse tripé vem em grande medida respon- der ao processo de exaustão dos recursos naturais, em grande medida fruto de uma vi- são míope da dimensão econômica e da pers- pectiva de curto prazo. Nesta visão antiga, a hipótese que conduzia a ação é que as ques- tões ambientais e sociais trariam impacto negativo na dimensão econômica, o que tem sido contestado nestas últimas décadas, pe- las evidências de que as três dimensões se reforçam, formando um ciclo virtuoso (CAR- VALHO; RABECHINI JR, 2011). Essa nova visão vem não somente como fruto de uma sociedade mais consciente e crítica quanto a questões ambientais e so- ciais, mas também alarmada pela ocorrência de eventos extremos e aquecimento global. Esse processo resultou em legislações e nor- mas mais rígidas, com maior fiscalização e responsabilização por passivos ambientais. Por outro lado, as empresas também per- ceberam o potencial competitivo do tema. O desafio de produzir com maior eficiência no uso de recursos naturais cada vez mais es- cassos, gerindo o ciclo de vida do projeto ao descarte, tem gerado ganhos efetivos e mi- nimizado problemas ambientais, que pode deteriorar a imagem da empresa perante os consumidores. Nesse sentido o “marketing verde” representa fonte de vantagem com- petitiva desde que feito de forma autêntica e com consistência ao longo do tempo, ou seja, faça parte dos valores da organização (CARVALHO; MIGUEL, 2012). Embora essa nova tendência seja clara, ainda há muito que fazer. Uma pesquisa so- bre sustentabilidade, realizada com uma centena de empresas da lista da revista For- tune, revelou que 72% delas não incluem as- pectos relacionados à sustentabilidade em seus projetos, investimentos, transações ou processos de avaliação, conforme a ilustra- ção abaixo: Figura 3: Pirâmide sobre os aspectos relevantes das empresas. Fonte: PRICEWATERHOUSE COOPERS (2002 apud CARVALHO; MIGUEL, 2012 p. 417). 12 1313 É claro que existem empresas pionei- ras em adotar a abordagem sustentável, como é o caso da Natura no Brasil ou da americana Body Shop. No entanto, pode- mos situar as empresas em uma escala contínua que vai de uma postura reativa, com baixo comprometimento com essa causa, cumprindo estritamente a lei, até organizações mais comprometidas, com postura proativa. Nessas empresas mais proativas, ob- servamos uma preocupação sistêmica com a sustentabilidade que, em geral, é desdobrada para os seus sistemas de ges- tão. Uma das ações nesse sentido é a ten- tativa de integrar estes sistemas geren- ciais por meio de um sistema integrado de gestão. Os sistemas integrados de gestão (SIG) compõem-se de um conjunto de quatro normas gerenciais de cunho voluntário, que, se adotadas em conjunto nas organi- zações, permitem uma visão de integrada sustentável. É claro que apenas as normas não ga- rantem que a empresa terá uma postura proativa, pois isso depende da estratégia e da cultura e valores da organização. No entanto, a iniciativa de ter um sistema in- tegrado de gestão demonstra o grau de comprometimento com a gestão do tripé da sustentabilidade na organização. Esse conjunto de normas2 é composto pelas normas série ISO 9000 e ISO 14000, de gestão da qualidade e de gestão am- biental, respectivamente, acrescidas das normas ISO 26000 de responsabilidade social e da OHSAS 18000 de saúde e se- gurança ocupacional. 2- Essas normas devem passar, geralmente a cada cinco anos, por processo de revisão, a fim de definir se elas devem ser mantidas, aprimoradas ou canceladas. A ISO 9000, por exemplo, que está em vigor, foi publicada em 30 de setembro de 2015, com validade a partir de 30 de outubro do mesmo ano. A ISO 14001, por sua vez, teve a primeira publicação em 1996 e foi revisada em 2004. No ano de 2011 começou um novo processo de revisão que resultou na ISO 14001:2015. Em dezembro de 2010, a ABNT lançou no Brasil a norma ISO 26000:2010, com as diretrizes sobre responsabilidade social. No catálogo da ABNT, site: https://www.abntcatalogo.com.br/norma.aspx?ID=345040, é possível adquirir a norma. Mais adiante falare- mos da nova ISO 14001:2015. Figura 4: Sistemas integrados de gestão. 14 15 O desenvolvimento das três normas da ISSO – International Organization for Stan- dardization – veio em ordem cronológica, ini- ciada pela de gestão da qualidade, seguida da gestão ambiental e, mais recentemente, da norma de responsabilidade social, sendo que a pioneira série ISO 9000, amplamente adota pelas empresas, influenciou forte- mente a estrutura das normas subsequen- tes ISO 14000 e ISO 26000. Ambas adotam o conceito de melhoria contínua e propõem diretrizes de mudança. A outra norma mencionada trata das ques- tões de saúde e segurança ocupacional, denominada da série OHSAS 18000 (Oc- cupational Health and Safety Assessment Series). Essa norma, em conjunto com a fa- mília ISO 14000, fornece a base para o que as empresas têm chamado de SMS (saúde, meio ambiente e segurança). Embora sinérgicas, caso implementadas de forma estanque, podem gerar desperdí- cios e aumento desnecessário de documen- tação gerando burocracia. Dessa forma, as empresas que adotam as quatro normas simultaneamente devem criar um sistema integrado de gestão, o que é relativamente mais simples, dado que as quatro normas adotam estrutura similar. Também o pla- nejamento e gestão dos recursos alocados deve ser conjunto. Há métodos de integração dos sistemas de gestão, a maioria com propostas por fa- ses, que variam de um nível de gestão iso- lado até a integração plena, passando por níveis intermediários. A integração pode se dar de forma paulatina, em que coexis- tem documentos dos sistemas, mas o con- teúdo é comparado, havendo referências cruzadas e coordenação interna. Na versão integrada há processos genéricos e ciclo de gestão integração (BERNARDO et al., 2009 apud CARVALHO; MIGUEL, 2012). A seguir veremos uma síntese de cada uma das normas usadas em um sistema de gestão integrado, voltado para a sustenta- bilidade. A preocupação com gestão ambiental pode ter visões distintas conforme a cul- tura organizacional das empresas. Hátrês visões mais comuns de abordagem para a gestão ambiental empresarial: a) controle da poluição; b) prevenção da poluição; e, c) abordagem estratégica. Enquanto na abordagem de controle da poluição, o comportamento é mais reativo, em que a organização responde às pres- sões da comunidade e cumpre a lei; na abor- dagem estratégica de gestão ambiental, a postura é proativa e concebida como parte do negócio, desde o marketing e projeto do produto até as técnicas de produção mais limpa e o pós-venda. As normas da série ISO 14000, de manei- ra geral, abordam a gestão ambiental. No entanto, é necessário salientar o conceito de gerenciamento do ciclo de vida (life cycle management – LCM), tratado na norma ISO 140403 , que é importante para que a em- presa adote uma visão sustentável e que também pertença a esse conjunto de nor- mas. O conceito de ciclo de vida refere-se aos estágios sucessivos e encadeados de um sistema que envolve um produto, desde a aquisição da matéria-prima ou geração de recursos naturais até a sua disposição final. Atrelado a esse conceito temos a avaliação do ciclo de vida (life cycle assessment - LCA), apresentado na norma ISO 14044:20144 , 3- A norma ABNT ISO 14040:2009 foi cancelada e corrigida pela norma 14040:2014. 4- Esta versão corrigida da ABNT NBR 14044:2009 incorpora a Errata 1 de 21.07.2014. Confirmada em 28.11.2014. Mais informações: https://www.abntcatalogo.com.br/norma. aspx?ID=316461 14 15 O impacto ambiental pode ser definido como qualquer modificação, positiva ou negativa, no meio ambiente, resultan- te das atividades, produtos ou serviços de uma organização. Logo, não se trata apenas de identificar os impactos nega- tivos, mas sim antever as oportunidades de melhoria no desempenho ambiental de produtos e serviços, ao mesmo tempo em que identifica os trade offs dessas alter- nativas com os aspectos social e econômi- co, o que em regra não é tarefa fácil. Há três elementos obrigatórios na ava- liação do impacto do ciclo de vida, segundo a norma ISO 14044: a) seleção das cate- gorias de impacto; b) indicadores de cate- gorias; e, c) modelos de caracterização. O primeiro, seleção das categorias, identifi- ca as categorias de impacto mais críticas para o perfil ambiental do sistema de pro- duto projetado; a classificação refere-se à correlação entre as cargas ambientais e as categorias de impacto selecionadas; e a caracterização agrega as cargas am- bientais correlacionadas às categorias de impacto e as converte para indicadores (CARVALHO; MIGUEL, 2012). Feitas estas considerações, mas antes de mirarmos na norma ISO 14000, vamos falar mais um pouco sobre sustentabilida- de! 2.2 A sustentabilidade e a gestão ambiental Até bem recentemente, acreditava-se de forma generalizada que a atividade hu- mana acarretava apenas reflexos locais ou, no máximo, mudanças regionais no am- biente. É sabido que os efeitos da atividade humana no planeta são de tal envergadura Figura 5: Sustentabilidade ambiental: interação entre LCM e LCA. Fonte: Adaptado de Labuschagne e Brent (2005 apud CARVALHO; MIGUEL, 2012, p. 420). que permite identificar e avaliar os impac- tos ambientais potenciais de um sistema ao longo do ciclo de vida, conforme ilustrado abaixo: 16 17 que, atualmente, este se encontra às vol- tas com experimentações ambientais não planejadas cujos resultados, na maior parte das vezes, são imprevisíveis. O principal objetivo da ciência ambiental, que ainda podemos dizer está emergindo, é obter conhecimentos básicos para enten- der sistematicamente como o planeta fun- ciona. Esse conhecimento poderá ser apli- cado para ajudar a resolver os problemas ambientais globais, portanto, a emergência dessa ciência ambiental abriu novos hori- zontes para o entendimento das relações entre ciências biológicas e físicas, o que re- quer cooperação interdisciplinar e educa- ção. Na base de praticamente todos os pro- blemas ambientais está o rápido crescimen- to da população humana. De fato, será difícil resolver outros problemas, a menos que a quantidade de pessoas que habitam o am- biente esteja de acordo com sua capacidade de sustentação. Talvez a maior responsabi- lidade nessa área esteja vinculada ao escla- recimento e à educação dos seres humanos para os problemas populacionais. À medida que a população se torna mais educada e a taxa de analfabetismo decresce, o cresci- mento populacional tende também a se es- tabilizar, e até a decrescer. Nesse contexto, sustentabilidade é uma terminologia que recentemente ganhou popularidade e que, de uma forma geral, significa a utilização de determinado recur- so natural de tal forma que ele permaneça continuamente disponível. Entretanto, o termo é usado de forma vaga e equivoca- damente em certas circunstâncias. Alguns o definem como a garantia de que as futu- ras gerações terão iguais oportunidades de acesso aos recursos oferecidos atualmente pelo planeta. Outros argumentam que sus- tentabilidade se refere a tipos de desenvol- vimento que são economicamente viáveis, não agridem ao ambiente e são socialmente justos. Entretanto, todos concordam com a necessidade de se aprender como manter os recursos ambientais, de forma a conti- nuarem a prover benefícios à população hu- mana e a outras formas de vida no planeta. Por outro lado, um número crescente de pessoas está vivendo em áreas urbanas. Infelizmente os centros urbanos têm sido negligenciados e a qualidade ambiental urbana tem sofrido prejuízos, através de poluição aérea, problemas de destinação de resíduos sólidos, inquietações sociais e outras formas de “estresse” do ambiente. No passado, os poucos que estudavam o ambiente centravam sua atenção no sel- vagem ou natural, em vez de dirigirem seus esforços na direção do ambiente urbaniza- do. Hoje já se observa a necessidade de um maior foco em aglomerações urbanas e em cidades como ambiente onde se possa vi- ver. Encontrar soluções para problemas am- bientais envolve mais que simplesmente juntar fatos e entendimentos de temas científicos de um problema particular. Tam- bém tem muito a ver com os sistemas de va- lores vigentes e os temas de justiça social. Para resolver problemas ambientais em um determinado local, é importante entender quais os seus valores e as possíveis solu- ções que seriam socialmente justas. A partir daí, é possível aplicar conhecimentos cien- tíficos sobre determinado problema e achar soluções aceitáveis para o mesmo (ZILBER- MAN, 2004). Ainda sobre a questão da sustentabili- dade, na administração contemporânea, a dimensão da gestão ambiental está sendo considerada uma das principais chaves para 16 17 a solução dos graves problemas que afligem o mundo moderno (MORAES FILHO, 2009). As vantagens da gestão ambiental de- correm de regras e práticas administrativas preestabelecidas que atuam para reduzir os riscos ambientais da atividade, aumentan- do a motivação e satisfação de seus colabo- radores. Os negócios estão se voltando cada vez mais para questões ambientais. Cinco fato- res influenciam essa mudança de postura: (1) necessidade de obediência às leis; (2) eficácia em custos; (3) opinião pública; (4) pressão dos movimentos ambientalistas; (5) pensamento a longo prazo. O pensamento sistêmico revela que as questões ambientais permeiam a empresa e por isso deveriam ser abordadas de modo abrangente e integrativo. Assim, a proteção ambiental passou a ser uma necessidade e ao mesmo tempo uma fonte de lucro para os negócios, o que abre uma perspectiva positiva para sua efetiva implementação, pois não transgride o princípio da busca per- manente pelo lucro, indissociável da lógica de funcionamento das organizações em meio empresarial. Hoje em dia, faceà crescente concorrên- cia dada à globalização, os clientes estão cada vez mais informados e predispostos a comprar e usar produtos que respeitem o meio ambiente. O produto ecologicamente correto vende mais nos mercados e detém a preferência do consumidor. No diagnóstico estratégico ambiental, citam-se dez razões convincentes, como afirma Moraes (2009), para a adoção pelas empresas de um design e marketing am- biental para os produtos com melhoria nos processos internos de produção. Elas são: (a) maior satisfação dos clientes; (b) me- lhor imagem da empresa; (c) conquista de novos mercados; (d) redução de custos pela eliminação de desperdícios; (e) melhoria do desempenho geral da empresa; (f) redução de riscos (multas, ações legais, acidentes); (g) maior permanência do produto nos mer- cados (ausência de reações negativas); (h) maior facilidade na obtenção de financia- mentos; (i) caminho único para a obtenção de certificados ambientais (selos verdes e similares); j) prestação de contas às chama- das partes interessadas (clientes, acionis- tas, sociedade). Todas essas razões apontam no sentido de um maior fortalecimento da empresa em seu ambiente de negócio, o que leva à hipó- tese de ser o conceito de sustentabilidade empresarial um caminho não só desejável, como correto e provável de ser seguido. Inúmeras empresas vêm assumindo essa postura, mudando o foco de administrar, colocando a questão ambiental na priorida- de de suas ações. E já parece estar surtindo efeitos, a considerar a recente notícia di- vulgada pela revista científica Nature, se- gundo publicado no site Globo on-line (maio 2006), de que uma equipe de cientistas ha- via chegado à conclusão de que a camada de ozônio da Terra que protege o ambiente das radiações ultravioletas está passando por uma lenta recuperação. Uma prova da eficácia e sucesso do Protocolo de Montreal (1987), concluiu (MORAES, 2009). No caso brasileiro, seguindo a literatura disponível, o mesmo autor cita a Petrobras, na exploração de minérios fósseis; as com- panhias siderúrgicas em geral, tidas ante- riormente como vilãs do meio ambiente; as petroquímicas e em especial a Petroflex, em Pernambuco, detentora de vários prêmios e certificados ISO, referenciada como exem- plo de preservação ambiental; a Alcan e a Alcoa, no setor de alumínio; a Kablin (maior 18 19 produtora e exportadora de papel do Bra- sil), única empresa no país, de acordo com informações em seu site corporativo, a re- ceber o certificado FSC (Forest Stewardship Counsil), pelo manejo de plantas medicinais em suas florestas no Paraná; a Natura, re- centemente instalada no México e em Pa- ris em seu processo de internacionalização com forte apelo à ecoeficiência e adminis- tração com responsabilidade social com profundo respeito à natureza; a Ripasa, no setor de produção de papel e celulose. A visão de desenvolvimento clássica com foco apenas no crescimento econômico (e que prevalece ainda hoje para muitas eco- nomias) não leva em consideração, pelo menos em níveis adequados ou aceitáveis, a questão dos riscos de esgotamento dos recursos naturais, sobretudo os não reno- váveis e o impacto das atividades econômi- cas na degradação do meio ambiente. A visão econômica contemporânea ain- da em construção, com foco no equilíbrio do ecossistema como precondição para o desenvolvimento social, prevê com maior acuidade a questão da preservação am- biental introduzindo a noção de reciclagem como forma de maior eficiência administra- tiva e processo por excelência redutor de poluição ambiental e indutor de responsa- bilidade social. No plano administrativo, a visão de de- senvolvimento com foco puramente no crescimento econômico busca levar em conta as seguintes prioridades dentro da empresa por ordem de importância: (a) sa- tisfação dos acionistas ou interesse dos sócios proprietários; (b) satisfação dos distribuidores (maximização das margens de lucro); (c) satisfação dos fornecedores (bons preços nas partidas fornecidas); (d) satisfação dos empregados; (e) satisfação dos consumidores (quando não são satis- feitas, recorrência ao Código de Defesa do Consumidor). A visão com foco no equilíbrio e respon- sabilidade social apregoando maior respei- to ao consumidor leva a inverter a ordem de prioridades dentro da empresa, devendo então estar em primeiro plano: (a) satisfa- ção dos consumidores (norteando as ações das empresas); (b) satisfação dos emprega- dos (valorização do capital humano); (c) sa- tisfação dos fornecedores (preços compatí- veis nas partidas fornecidas); (d) satisfação dos distribuidores (margens responsáveis de lucro); (e) satisfação dos acionistas ou sócios proprietários. Muda, portanto, a vi- são e a forma de administrar. É com essa expectativa que se devem buscar os novos caminhos para o desen- volvimento econômico e social: o caminho da sustentabilidade empresarial. Ela é uma expectativa e uma esperança. Os desdo- bramentos futuros das relações entre as nações em sua fase atual de globalização da economia nos fornecerão os dados e infor- mações que permitirão avaliar se o caminho apontado está sendo de fato trilhado ou se teimamos em seguir velhos atalhos, igno- rando as inter-relações que nos unem como inquilinos comuns de um mesmo condomí- nio, a Terra (MORAES, 2009). A importância que deve assumir cada in- divíduo nas relações entre sistema produti- vo e meio ambiente, enquanto consumidor na nova ordem econômica globalizada, pa- rece nos conferir uma importante e podero- sa arma. A do controle pelo consumo, isto é, não precisamos de agências institucionais nos moldes tradicionais até então em vigor para executar as vontades ou propósitos que não a da organização em redes, perfei- tamente factível com as tecnologias atuais. 18 19 Ela está ao alcance das mãos. Resta saber se teremos disposição e organização sufi- cientes para usá-la em nosso proveito que se supõe a favor de toda a comunidade. O conceito introduzido no início da déca- da dos anos 80 por Lester Brown (CAPRA, s.d. apud TRIGUEIRO, 2004, p. 19), definindo comunidade sustentável como “a que é ca- paz de satisfazer às próprias necessidades sem reduzir as oportunidades das gerações futuras”, está pronto para ser modelado. E cabendo a nós pela primeira vez, de forma palpável e inequívoca no atual estágio tec- nológico, uma parcela importante da capa- cidade em influir em nosso destino comum. Urge alinhavá-los dando-lhes consistên- cia, substância e unidade como força capaz de fazer frente aos problemas ambientais contemporâneos na sociedade em que vi- vemos (MORAES, 2009). 2.3 A norma ISO 14000 A ISO 14001 é uma norma internacio- nalmente reconhecida que define o que deve ser feito para estabelecer um Sis- tema de Gestão Ambiental (SGA) efetivo. A norma é desenvolvida com objetivo de criar o equilíbrio entre a manutenção da rentabilidade e a redução do impacto am- biental; com o comprometimento de toda a organização. Com ela é possível que se- jam atingidos ambos objetivos. A origem da norma ISO 14000 se deu no início da década de 1990 quando a ISO se organizou para criar um conjunto de re- gras que tratassem da questão ecológica, em virtude dos grandes problemas am- bientais causados pelo grande desenvol- vimento econômico e industrial. Veja no quadro abaixo, de forma sim- plificada, os principais agentes que impul- sionaram o surgimento das normas am- bientais: Quadro 1: Surgimento das normas ambientais. Fonte: Ribeiro Neto; Tavares e Hoffmann (2008, p.82). 20 21 Em 1993, a ISO reuniu uma grande quantidade de profissionais e montou um comitê para a criação das normas e deu a ele o nome de TC 207 que tinha por objeti- vo desenvolver as normas ambientais que regeriam questõesrelacionadas ao fator ambiental (série 14000), esse comitê foi dividido em subcomitês que cuidariam de áreas específicas no desenvolvimento das normas. TC 207 – Gerenciamento ambiental Como resultado do trabalho do SC1, foram publicadas, em 1996, as normas da série ISO 14000 voltadas para gestão ambiental, utilizando como referência as normas BS 7750 e os requisitos estabe- lecidos no Sistema Europeu de Ecogestão e Auditorias Ambientais (Emas). A versão brasileira dessas normas foi publicada também em 1996, pela ABNT, estando sob a responsabilidade do CB 38 – Comitê Bra- sileiro de Gestão ambiental. Em dezembro de 2004 saiu a segunda edição. 5 O TC 207, por meio de seus diferentes comitês, é responsável pela publicação de um conjunto distinto de normas. A série ABNT NBR ISO 14000 é compos- ta por várias normas que com-plementam a ABNT NBR ISO 14001, algumas das quais se encontram listadas abaixo. a) ISO 14004 oferece orientações desde a incorporação, implementação e manutenção até a melhoria do sistema de gestão ambiental, bem como a adaptação deste a outros sistemas de gestão. b) ISO 14006 é destinada a empre- sas que implementaram um sistema de gestão ambiental em conformidade com a ABNT NBR ISO 14001, mas pode integrar a concepção ecológica a outros sistemas de 5- Como já dito, em 2011 começou novo processo de revisão e a nova norma saiu em 2015. 20 21 gestão. c) ISO 14064-1 estabelece os princí- pios e os requisitos a nível organizacional para a quantificação e comunicação das emissões e compensação de gases de efeito estufa (GEE). Também é fato que o sistema de ges- tão ambiental mais difundido é o que tem por referência os requisitos estabelecidos pela ISO 14001. Segundo pesquisa publi- cada pela ISO (ISO Survey 2008)6 , até o final de 2008 foram emitidos 188.815 certificados de conformidade, abrangen- do 155 países e representando um incre- mento de 18% em relação ao número de certificados do ano anterior. O Brasil ocu- pava a 16ª posição no ranking mundial de número de certificados emitidos (RIBEIRO NETO; TAVARES; HOFFMANN, 2008). A ISO 14000 pode ser aplicada em em- presas de qualquer porte e qualquer ati- vidade, seja ela indústria, prestadora de serviços, agroindústria, empresas públi- cas ou até empresas de extração, a ISO 14000 ainda certifica produtos e serviços que estejam de acordo com as normas am- bientais. Quanto ao momento de sua aplicação: esse conjunto de normas pode e deve ser aplicado em empresas que tenha qualquer tipo de atividade. A consciência ambiental é uma tendência que cresce a cada dia e que tende a crescer mais ainda, portanto, uma empresa que está no mercado e que deseja continuar e melhorar seu posicio- namento no mesmo pode-se utilizar dos benefícios dessa certificação. Em relação ao processo de implantação da norma, ele se dá da seguinte forma: a empresa precisa se adequar a legislação ambiental, para que possa receber a cer- tificação, que só pode ser concedida me- diante empresa certificadora especializa- da para isso. O processo de treinamento de colaboradores está inserido na ade- quação da empresa de um modo geral. Depois de recebida a certificação a cada determinado período de tempo, a empre- sa passará por auditorias que serão reali- zadas por órgãos competentes. São vantagens da implantação da ISO 14000: identificação da empresa com a cons- ciência ambiental; o efeito da consciência ecológica que influenciará os colaboradores. São pontos fortes da norma: redução de desperdícios, pois uma empresa com uma visão ambiental, sem- pre buscará produzir mais produtos e ser- viços, com menos recursos; pode ser considerado fator chave – com todas as auditorias e mudanças fei- tas na empresa por causa da certificação, a empresa terá processos mais eficientes, isso trará menores custos, melhor qua- lidade, maior lucro e maior satisfação do cliente para com a empresa. Em contrapartida, temos também alguns pontos fracos, mas que po- dem ser corrigidos: necessidade de treinar colaborado- res de empresas terceirizadas; inexperiência dos órgãos certificado- res. A relevância da norma reside no fato de que: impactos ambientais estão se tornando um tema cada vez mais impor- tante no mundo, com pressão para mini- 6- Dados mais recentes, de acordo com a ISO (http://www.iso. org/iso/iso-survey), apontam um total de 1.519.952 certifica- dos emitidos em todo o mundo em 2015, em comparação com 1.476.504 do ano anterior, um aumento de 3%. 22 23 mizar esse impacto, oriunda de uma série de fontes: autoridades governamentais locais e nacionais, reguladores, associa- ções comerciais, clientes, colaboradores e acionistas. As pressões sociais também aumentam em função da crescente gama de partes interessadas, tais como consu- midores, organizações ambientais e não governamentais de minorias (ONGs), uni- versidades e vizinhos. Então, a ISO 14001 é relevante para to- das as organizações, incluindo desde: sites únicos até grandes companhias multinacionais; companhias de alto risco até organi- zações de serviço de baixo risco; indústrias de manufatura, de proces- so e de serviço; incluindo governos locais; todos os setores da indústria incluin- do setores públicos e privados; montadoras e seus fornecedores. São benefícios da norma: demonstrar conformidade com re- quisitos legais e regulamentares atuais e futuros; aumentar o envolvimento da lideran- ça e o comprometimento dos funcioná- rios; melhorar a reputação da empresa e a confiança das partes interessadas me- diante comunicação estratégica; alcançar os objetivos estratégicos de negócios através da incorporação de questões ambientais na gestão das em- presas; oferecer vantagem competitiva e fi- nanceira aumentando a eficiência e redu- zindo custos; incentivar a melhoria do desempe- nho ambiental por parte de fornecedores, integrando-os aos sistemas de negócios da empresa (ABNT, 2015). A nova ABNT NBR ISO 14001:2015 passa a exigir: que a gestão ambiental seja mais im- portante no posicionamento estratégico da empresa; maior comprometimento da lideran- ça; a implementação de iniciativas proa- tivas que visem proteger o meio ambien- te contra danos e degradação, como por exemplo, o uso sustentável dos recursos e a mitigação das alterações climáticas; enfoque no conceito de ciclo de vida a fim de garantir que aspectos ambientais sejam levados em consideração desde o desenvolvimento até o fim da vida útil do produto; a adoção de uma estratégia de comu- nicação com foco nas partes interessadas; além disso, ela possibilita uma in- tegração mais fácil a outros sistemas de gestão, visto que têm a mesma estrutura e os mesmos termos e definições. 2.4 Requisitos do sistema de gestão ambiental da ISO 14001 A FIESP/CIESP (2015) no documento que apresenta as mudanças na norma re- força que o Sistema de Gestão Ambien- tal implementado segundo a ISO 14001 permite a obtenção de certificação após auditoria por organismo certificador acre- ditado. Para muitas empresas, obter a certificação da ISO 14001 é uma deman- da de mercado, pois demonstra seu com- 22 23 prometimento com práticas sustentáveis e padrões internacionais de gestão am- biental. Além disso, possibilita a integra- ção com os demais sistemas de gestão já implementados pela empresa ou a serem implementados, como, por exemplo, o sis- tema de gestão da qualidade (ISO 9001). Pensando naqueles que conhecem a norma ABNT ISO 14001:2004, optamos por colocar um quadro comparativo entre esta e as novidades da versão de 2015. PLANEJAR ISO 14001:2015 ISO 14001:2004 Contexto da organização 4 - - Entendimento da organização e seu contexto.4.1 - - Entendimento das necessida- des e expectativas das partes interessadas. 4.2 - - Determinação do escopo do Sistema de Gestão Ambiental. 4.3 4.1 Requisitos gerais. Sistema de Gestão Ambiental 4.4 4.1 Requisitos gerais. Liderança 5 - - Liderança e comprometimento. 5.1 - - Política ambiental. 5.2 4.2 Política ambiental. Regras organizacionais, res- ponsabilidades e autoridades. 5.3 4.4.1 Recursos, regras, responsabilidade e autoridade. Planejamento. 6 4.3 Planejamento. Ações para endereçar riscos e oportunidades. 6.1 - - Geral. 6.1.1 - - Aspectos ambientais 6.1.2 4.3.1 Aspectos ambientais. Requisitos legais e outros requisitos. 6.1.3 4.3.2 Requisitos legais e outros requisitos subscritos pela organização. Planejando ações. 6.1.4 - - Objetivos ambientais e plane- jamento para alcançá-los. 6.2 4.3.3 Objetivos, metas e programas. Objetivos ambientais. 6.2.1 4.3.3 Objetivos, metas e programas. 24 25 Planejando ações para alcan- çar os objetivos ambientais. 6.2.2 4.3.3 Objetivos, metas e programas. Apoio 7 4.4 Implementação e operação. Recursos. 7.1 4.4.1 Recursos, regras, responsabilidade e autoridade. Competências. 7.2 4.4.2 Competência, treinamento e cons-cientização. Conscientização. 7.3 4.4.2 Competência, treinamento e cons-cientização. Comunicação. 7.4 4.4.3 Comunicação. Geral. 7.4.1 4.4.3 Comunicação. Comunicação interna. 7.4.2 4.4.3 Comunicação. Comunicação externa. 7.4.3 4.4.3 Comunicação. Informação documentada. 7.5 4.4.4 Documentação. Geral. 7.5.1 4.4.4 Documentação. Criação e revisão. 7.5.2 4.4.5 Controle de documentação. 4.5.4 Controle de registro. Controle de informação documentada. 7.5.3 4.4.5 Controle de documentação. 4.5.4 Controle de registro. EXECUTAR OPERAÇÃO 8 4.4 Implementação e operação. Planejamento e controle operacional. 8,1 4.4.6 Controle operacional. Preparação e resposta a emergências. 8.2 4.4.7 Preparação e resposta a emergên- cias. VERIFICAR AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO 9 4.5 Avaliação. Monitoramento, mensuração, análise e avaliação 9.1 4.5.1 Monitoramento e mensuração. Geral. 9.1.1 4.5.1 Monitoramento e mensuração. Avaliação de conformidade. 9.1.2 4.5.2 Avaliação de conformidade. Auditoria interna. 9.2 4.5.5 Auditoria interna. Geral. 9.2.1 4.5.5 Auditoria interna. Programa de auditoria interna. 9.2.1 4.5.5 Auditoria interna. 24 25 A Figura abaixo representa o modelo do sistema de gestão ambiental conforme a NBR ISO 14001. A sequência e interação proposta dos requisitos possibilitam à or- ganização a implementação de um siste- ma, com política e objetivos alinhados aos requisitos legais aplicáveis e aos seus as- pectos ambientais significativos. Adicio- nalmente, o sistema de gestão ambiental está alicerçado em uma abordagem por processos, em que é adotada a metodolo- gia do PDCA - Plan, Do, Check and Act, no sentido de promover a melhoria contínua. Análise crítica. 9.3 4.6 Análise crítica. AGIR MELHORIAS 10 - - Geral. 10.1 - - Não conformidade e ação corretiva. 10.2 4.5.3 Não conformidade, ação corretiva e ação preventiva. Melhoria contínua. 10.3 - - Quadro 2: Quadro comparativo. Figura 6: Modelo de sistema de gestão ambiental. Fonte: NBR ISO 14001 Guarde... A ISO 14001 foi desenvolvida com obje- tivo de criar o equilíbrio entre a manuten- ção da rentabilidade e a redução do im- pacto ambiental com o comprometimento de toda a organização, sendo possível que sejam atingidos ambos objetivos. Isto significa que devem ser identifica- dos os aspectos de seu negócio que im- pactam o meio ambiente e compreender a legislação ambiental relevante à sua situ- ação. O próximo passo é preparar objeti- vos para melhoria e um programa de ges- tão para atingi-los, com análises críticas regulares para melhoria contínua. Empre- sas certificadoras podem periodicamente auditar o sistema e, caso conforme, certi- 26 2726 ficar a sua companhia na ISO 14001. Valem as seguintes dicas para começar a colocar em prática a norma ABNT NBR ISO 14001:2015. 1º passo – Defina seus objetivos. O que você pretende alcançar com essa norma? 2º passo – Obtenha a confiança da alta gestão. É essencial que os líderes de sua empresa apoiem os objetivos de um siste- ma de gestão ambiental eficiente e este- jam comprometidos com o processo. 3º passo – Obtenha uma boa perspec- tiva dos processos e sistemas existentes que influenciam seu impacto ambiental. É isso que sustentará o seu sistema de ges- tão ambiental e lhe permitirá identificar mais facilmente eventuais falhas. 26 2727 UNIDADE 3 – Certificação NBR 16000 e ISO 26000 – Gestão da Sustentabilidade 3.1 Contextualização das certificações Para entendermos a importância da NBR 16000 e ISO 26000, faremos uma breve contextualização do panorama so- cial mundial tomando por base a década de 1970, quando a partir da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambien- te, o mundo começou a conscientizar-se dos problemas oriundos da degradação ambiental e passamos a ver de forma di- ferenciada nossas relações com a nature- za. Foi apenas um passo, é verdade, mas foi um primeiro passo muito importante. Afinal de contas, conscientização é o pon- tapé inicial para mudanças! De um lado a consciência começando a surgir, de outro, a desigualdade social que se expandia de maneira acelerada e com ela a exclusão social e a violência. Em decorrência destes dois fatores, deparamo-nos, na década de 1990, com um novo fenômeno social, qual seja a pro- liferação do 3º setor: a esfera pública não estatal. Somado a isto, ganharam força os movimentos da qualidade empresarial e dos consumidores. De agente passivo de consumo, o consumidor passa a ser agen- te de transformação social, por meio do exercício do seu poder de compra, uso e descarte de produtos, de sua capacidade de poder privilegiar empresas que tinham valores outros, não somente o lucro na sua visão de negócios. Assim, sociedade civil e empresas passam a estabelecer parcerias na busca de soluções, diante da convicção de que o Estado sozinho não é capaz de solucionar a todos os problemas e a responder a tantas demandas (INME- TRO, 2012). É diante desta conjuntura que nasce o movimento da responsabilidade social. Movimento este que vem crescendo e ganhando apoio em todo o mundo, e que propõe uma aliança estratégica entre 1º, 2º e 3º setores na busca da inclusão so- cial, da promoção da cidadania, da pre- servação ambiental e da sustentabilidade planetária, na qual todos os setores têm responsabilidades compartilhadas e cada um é convidado a exercer aquilo que lhe é mais peculiar, mais característico. E, para que essa aliança seja possível, a ética e a transparência são princípios fundamen- tais no modo de fazer negócios e de rela- cionar-se com todas as partes interessa- das. À sociedade civil organizada cabe papel fundamental pelo seu poder ideológico – valores, conhecimento, inventividade e capacidades de mobilização e transfor- mação. A responsabilidade social conclama to- dos os setores da sociedade a assumirem a responsabilidade pelos impactos que suas decisões geram na sociedade e meio ambiente. Nesse sentido, os setores pro- dutivos e empresariais ganham um papel particularmente importante, pelo impac- to que geram na sociedade e seu poder econômico e sua capacidade de formular estratégias e concretizar ações. Essa nova postura, de compartilhamen- to de responsabilidades, não implica, en- 28 29 tretanto, em menor responsabilidade dos governos, ao contrário, fortalece o papel inerente ao governo de grande formula- dor de políticas públicas de grande alcan- ce, visando o bem comum e a equidade social, aumentando sua responsabilidade em bem gerenciar a sua máquina, osre- cursos públicos e naturais na sua pres- tação de contas à sociedade. Além disso, pode e deve ser o grande fomentador, ar- ticulador e facilitador desse novo modelo que se configura de fazer negócios (INME- TRO, 2012). Nesse contexto, o Brasil é um dos pio- neiros nesse movimento, contribuindo a partir da elaboração uma norma nacional de responsabilidade social, inicialmente a ABNT NBR 16001:2004 e hoje, a ABNT NBR 16001:2012 7 - Responsabilidade So- cial – Sistema de gestão – Requisitos, para a qual o Inmetro desenvolveu o Programa Brasileiro de Certificação em Responsabi- lidade Social. O Brasil também liderou, em parceria com a Suécia, o Grupo de Traba- lho da ISO (Internatinal Organization for Standardization) incumbido de elaborar a ISO 26000:2010 – Diretrizes em respon- sabilidade social, publicada em 1º de no- vembro de 2010. O Inmetro desenvolveu o Programa Brasileiro de Certificação em Responsabi- lidade Social de acordo com a NBR 16001, desde a sua primeira versão, e agora de- finiu um plano de transição (por meio da Portaria INMETRO / MDIC número 407 de 02/08/2012 8 ) para as organizações esta- belecendo que: I. As organizações certificadas com base na norma ABNT NBR 16001:2004 podem, a qualquer tempo, a contar da data de publicação desta Portaria, migrar para a versão atual da norma, mediante auditoria. II. As solicitações de certificação inicial poderão continuar a ser concedidas com base na norma ABNT NBR 16001:2004 em até 12 (doze) meses contados da publica- ção desta Portaria. III. As solicitações de recertificação poderão continuar a ser concedidas com base na norma ABNT NBR 16001:2004 em até 24 (vinte e quatro) meses contados da publicação desta Portaria. IV. Todas as certificações vigentes con- cedidas com base na norma ABNT NBR 16001:2004 deverão ser migradas para a versão atual da norma ou serem cancela- das no prazo de 36 (trinta e seis) meses, contar da data de publicação desta Porta- ria. Ou seja: até 02 de agosto de 2013, as organi- zações poderão solicitar certificação ini- cial com base na norma antiga (ABNT NBR 16001:2004); as empresas já certificadas na primei- ra versão poderão solicitar recertificação até 02 de agosto de 2014; a partir de 02 de agosto de 2015, to- das as organizações deverão ter migrado 7- A NBR ISO 16001, publicada em 03 de julho de 2012, com va- lidade a partir de 03 de agosto de 2012, estabelece os requisitos mínimos relativos a um sistema de gestão da responsabilida- de social, permitindo que a organização formule e implemen- te uma política e objetivos que levem em conta seus compro- missos com: a) a responsabilização; b) a transparência; c) o comportamento ético; d) o respeito pelos interesses das partes interessadas; e) o atendimento aos requisitos legais e outros requisitos subscritos pela organização; f) o respeito às normas internacionais de comportamento; g) o respeito aos direitos humanos; e, h) a promoção do desenvolvimento sustentável. (http://www.abntcatalogo.com.br/norma.aspx?ID=091309) 8- http://www.inmetro.gov.br/legislacao/rtac/pdf/RTAC001888. pdf 28 29 para a versão de 2012. A Norma propõe uma visão holística, em que as questões essenciais de gover- nança organizacional são: direitos huma- nos; práticas trabalhistas, práticas justas de operações; questões do consumidor, ambiente, envolvimento e desenvolvi- mento da comunidade, conforme ilustra- do abaixo: Figura 7: Princípios de Responsabilidade Social. Fonte: ISO 26000. A norma define responsabilidade social como sendo a responsabilidade de uma organização pelos impactos de suas deci- sões e atividades na sociedade e no meio ambiente, por meio de um comportamen- to ético e transparente que: contribua para o desenvolvimento sustentável, inclusive a saúde e o bem- -estar da sociedade; leve em consideração as expectati- vas das partes interessadas; esteja em conformidade com a legis- lação aplicável; seja consistente com as normas in- ternacionais de comportamento; esteja integrada em toda a organiza- ção e seja praticada em suas relações. Os princípios que regem a norma são os seguintes: accountability (responsabiliza- ção) – assumir voluntariamente as res- ponsabilidades pelas consequências de suas ações e decisões, respondendo pe- los seus impactos na sociedade e no meio ambiente, prestando contas aos órgãos de governança e demais partes interessa- das; 30 31 transparência – fornecer às partes interessadas de forma acessível, clara, compreensível e em prazos adequados todas as informações sobre os fatos que possam afetá-las; comportamento ético – agir de modo aceito como correto pela sociedade e de forma consistente com as normas in- ternacionais de comportamento; considerações pelas partes inte- ressadas (stakeholders) – ouvir, con- siderar e responder aos interesses das pessoas ou entidades que tenham um interesse identificável nas atividades da organização; respeito ao Estado de Direito – ponto de partida mínimo para ser consi- derado socialmente responsável, cumprir integralmente as leis do local onde está operando; respeito às Normas Internacionais de Comportamento – adotar prescrições de tratados e acordos internacionais fa- voráveis à responsabilidade social, mes- mo que não obrigada por lei; direito humanos – reconhecer a im- portância e a universalidade dos direitos humanos, cuidando para que as ativida- des da organização não os agridam direta ou indiretamente, zelando pelo ambiente econômico, social e natural que requerem. São temas centrais desta norma: a) Governança organizacional: tra- ta de processos e estruturas de tomada de decisão, delegação de poder e contro- le. O tema é, ao mesmo tempo, algo sobre o qual a organização deve agir e uma for- ma de incorporar os princípios da respon- sabilidade social à sua forma de atuação cotidiana. b) Direitos humanos: inclui verifica- ção de obrigações e de situações de risco; resolução de conflitos; direito civis, polí- ticos, econômicos, sociais e culturais; di- reitos fundamentais do trabalho; evitar a cumplicidade e a discriminação; e cuidado com os grupos vulneráveis. c) Práticas trabalhistas: refere-se tanto a emprego direto quanto ao tercei- rizado e ao trabalho autônomo. Inclui em- prego e relações do trabalho; condições de trabalho e proteção social; diálogo so- cial; saúde e segurança ocupacional; de- senvolvimento humano dos trabalhado- res. d) Meio ambiente: inclui prevenção da poluição; uso sustentável de recursos; combate e adaptação às mudanças climá- ticas; proteção e restauração do ambien- te natural; e os princípios da preocupação, do ciclo de vida, da responsabilidade am- biental e do “poluidor pagador”. e) Práticas operacionais justas: compreende combate à corrupção; en- volvimento político responsável; concor- rência e negociação justas; promoção da responsabilidade social na esfera da influ- ência da organização e respeito aos direi- tos de propriedade. f) Questões dos consumidores: in- clui práticas justas de negócios, marke- ting e comunicação; proteção à saúde e a segurança do consumidor; consumo sus- tentável; serviço e suporte pós-forneci- mento; privacidade e proteção de dados; acesso a serviços essenciais; educação e conscientização. g) Envolvimento com a comunida- 30 31 de e seu desenvolvimento: refere-se ao envolvimento com a comunidade; inves- timento social; desenvolvimento tecno- lógico; investimento responsável; criação de empregos; geração de riqueza e renda; promoção e apoio à saúde, à educação e à cultura. Segundo Carvalho e Miguel (2012), ba- seando-se em dados do INMETRO, a ISO 26000 é uma norma de diretrizes, sem o objetivo da certificação, com o propósito de ser aplicávela todos os tipos e porte de organizações (pequenas, médias, e gran- des) e de todos os setores (governo, ONGs e empresas privadas). A estrutura com- preende as seguintes partes: 1º. Introdução – fornece informações sobre o conceito da norma de diretrizes e os motivos de sua elaboração. 2º. Escopo – define o assunto da nor- ma, sua abrangência e os limites de sua aplicabilidade. 3º. Referências normativas – apre- senta uma lista de documentos que de- vem ser lidos juntamente com a norma de diretrizes; e escopo. 4º. Termos e definições – identifica os termos usados na norma que precisam ser definidos e fornece tais definições. 5º. O contexto da responsabilida- de social em que as organizações atu- am – apresenta os contextos histórico e contemporâneo relacionados ao tema e também coloca questões emergentes da natureza do conceito de responsabilidade social. 6º. Princípios de responsabilidade social relevantes a todas as organiza- ções – identifica um conjunto de princí- pios de responsabilidade social extraídos de várias fontes e fornece diretrizes em relação a eles. 7º. Diretrizes sobre temas de res- ponsabilidade social – oferece orienta- ção separada em uma gama de assuntos/ questões centrais e as relaciona às orga- nizações. 8º. Diretrizes para todas as organi- zações na implementação da respon- sabilidade social – fornece diretrizes práticas para a implementação da respon- sabilidade social e sua integração com a organização. 9º. Anexos – apresenta uma relação de ferramentas existentes no campo dos te- mas que a norma aborda. Anexo A – apre- senta um cardápio de algumas iniciativas e ferramentas voluntárias relacionadas à RS, de caráter regional ou internacional, identificadas à época. Anexo B – contém abreviaturas usadas na norma. 3.2 Programa Brasileiro de Certificação em Responsa- bilidade Social Em 2006, o INMETRO publicou atra- vés da Portaria INMETRO n.º 027, de 09/02/2006, um Regulamento de Ava- liação da Conformidade (RAC) com base na NBR 16001 – Responsabilidade Social – Requisitos. O processo de elaboração do RAC foi extremamente participativo e contou com o apoio e envolvimento de to- dos os setores da sociedade. 9 Em abril de 2007 foi, oficialmente, lan- 9- Hoje está em vigor a Portaria n.º 618 de 21/12/2015, a qual pode ser encontrada na íntegra no site: http://www.inmetro. gov.br/legislacao/rtac/pdf/RTAC002352.pdf. É preciso ficar atento, pois estas portarias são revogadas e outras surgem em intervalos muito pequenos. 32 33 çado o Programa Brasileiro de Avaliação da Conformidade em Responsabilidade Social, juntamente com a entrega do 1.º Certificado. Hoje o Brasil já conta com 21 empresas certificadas e 3 organismos de certifica- ção dentro do Sistema Brasileiro de Ava- liação da Conformidade, a saber: - FCAV – Fundação Carlos Alberto Van- zolini; - BRTUV Avaliações da Qualidade S.A.; - BVQI do Brasil Sociedade Certificado- ra Ltda (INMETRO, 2012; CARVALHO; MI- GUEL, 2012, p. 425). Em 2011, foi realizada uma pesquisa com organizações certificadas na norma ABNT NBR 16001:2004, pesquisa esta decidida pela ABNT/CEE RS sendo recebi- das respostas de 16 organizações certifi- cadas. Vale a pena conferir os resultados com- pilados dessa pesquisa. Quanto ao nível de dificuldade de im- plantação de cada requisito da norma veja o gráfico abaixo: Gráfico 1: Nível de dificuldade de implantação de cada requisito da norma. Fonte: http://www.inmetro.gov.br/qualidade/responsabilidade_social/palestras/pesquisa_com_organizacoes_ certificadas.pdf 32 33 Quanto às necessidades de mudanças nos requisitos da norma: Gráfico 2: Necessidades de mudanças nos requisitos da norma. Fonte: http://www.inmetro.gov.br/qualidade/responsabilidade_social/palestras/pesquisa_com_organizacoes_cer- tificadas.pdf Metade dos respondentes concordou que a norma deve conter requisitos de de- sempenho, enquanto a outra metade não concordou. Quanto à contribuição da norma para melhorar o relacionamento da organiza- ção com algumas das partes interessadas, 56% concordaram totalmente; 38% con- cordaram parcialmente e 6% não avalia- ram. Sobre a certificação ter contribuído para melhorar a capacidade da organi- zação de atrair e manter trabalhadores, 50% concordaram totalmente, 31% con- cordaram parcialmente, para 13% foi in- diferente e 6% não avaliaram. Em relação a melhorar a capacidade da organização em atrair e manter seus clientes/usuários, 44% concordaram par- cialmente, 25% totalmente, para 25% foi indiferente e 6% não avaliaram. Quanto às contribuições da norma para melhorar ou fortalecer a imagem e reputação da or- ganização, 63% concordaram totalmente e 37% concordaram parcialmente. 69% concordaram totalmente que a norma agrega valor para a organização. Valores que mostram a aceitação e im- portância da norma para as organizações! 34 35 UNIDADE 4 – Certificação OHSAS 18000 – Segurança e Saúde Ocupacional 34 Segundo a BSI (2013), muitas organi- zações estão implementando um Sistema de Gestão de Saúde e de Segurança Ocu- pacional (SGSSO) como parte de sua es- tratégia de gestão de riscos para lidar com mudanças na legislação e proteger seus colaboradores. Um SGSSO promove um ambiente de trabalho seguro e saudável através de uma estrutura que permite à sua organi- zação identificar e controlar consistente- mente seus riscos à saúde e segurança, reduzir o potencial de acidentes, auxiliar na conformidade legislativa e melhorar o desempenho geral. A OHSAS 18001:2007 é uma especi- ficação de auditoria internacionalmente reconhecida para sistemas de gestão de saúde ocupacional e segurança. Foi de- senvolvida por um conjunto de organis- mos comerciais líderes, organismos inter- nacionais de normas e certificação com foco em uma lacuna para a qual não existe uma norma internacional certificável por organismos certificadores. A OHSAS 18001 foi desenvolvida com compatibilidade com a ISO 9001 e a ISO 14001, para ajudar a organização a cum- prir com suas obrigações de saúde e se- gurança de um modo eficiente, o que se dá mediante formulação de uma política e objetivos para a saúde ocupacional e a segurança, baseada nos conceitos de me- lhoria contínua e conformidade regulató- ria. A OHSAS 18001 foca as seguintes áre- as chave: planejamento da identificação de pe- rigos, avaliação de riscos e controle dos riscos; estrutura e responsabilidade; treinamento, conscientização e com- petência; consulta e comunicação; controle operacional; prontidão e resposta a emergências; medição de desempenho, monitora- mento e melhoria. A OHSAS 18001 pode ser adotada por qualquer organização que deseja imple- mentar um procedimento formal para re- dução dos riscos associados com saúde e segurança no ambiente de trabalho para os colaboradores, clientes e o público em geral (BSI, 2013). Carvalho e Miguel (2012) também con- firmam que a certificação OHSAS 18001 (Occupational Health and Safety Asses- sment Series) demonstra o compromisso de uma organização com a segurança, hi- giene e saúde no trabalho, alinhado com a legislação vigente. A OHSAS 18001 pode ser adotada por organizações de quais- quer porte e natureza que desejam imple- mentar um sistema formal de gestão para redução dos riscos associados com saúde e segurança no ambiente de trabalho para os colaboradores, clientes e o público em geral. A norma especifica requisitos desen- volvidos em conjunto por um grupo de organismos de normalização nacionais na Austrália, Inglaterra, Irlanda, dentre ou- 34 3535 tros, de organismos de certificação inter- nacionais (BVQI, DNY, Lloyds, SGS, entre outros) e outras partes interessadas. Um sistema de gestão de saúde e se- gurança
Compartilhar