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CERTIFICAÇÃO SÉRIE ISO 14000 GESTÃO AMBIENTAL

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AT 1
CERTIFICAÇÃO SÉRIE 
ISO 14000-
GESTÃO AMBIENTAL
2 32
S
U
M
Á
R
IO
3 INTRODUÇÃO
7 UNIDADE 1 – Normas Técnicas
7	 1.1	Definição,	evolução	e	objetivos
8	 1.2	Princípios	e	benefícios	da	normalização
9	 1.3	Sistema	internacional	de	normatização	e	a	dinâmica	da	certificação
12 UNIDADE 2 – Certificação NBR ISO 14000 – Gestão Ambiental
12	 2.1	Breves	reflexões
15	 2.2	A	sustentabilidade	e	a	gestão	ambiental
19	 2.3	A	norma	ISO	14000
22	 2.4	Requisitos	do	sistema	de	gestão	ambiental	da	ISO	14001
27 UNIDADE 3 – Certificação NBR 16000 e ISO 26000 – Gestão da Sustentabilidade
27	 3.1	Contextualização	das	certificações
31	 3.2	Programa	Brasileiro	de	Certificação	em	Responsabilidade	Social
34 UNIDADE 4 – Certificação OHSAS 18000 – Segurança e Saúde Ocupacional
37 UNIDADE 5 – Certificação Para Sistemas de Segurança
37	 5.1	Importância	e	justificativas	para	certificação	para	sistemas	de	segurança
40	 5.2	Auditoria	e	pré-auditoria
43 REFERÊNCIAS
46 GLOSSÁRIO AMBIENTAL PARA NORMA ISO 14000
2 33
INTRODUÇÃO
Na gestão de negócios, qualquer que 
seja ele, área industrial, saúde, educação, 
encontramos pelo menos quatro funções 
ou ações básicas que se fazem presen-
tes: planejar, executar, controlar e avaliar, 
objetivando que o negócio cresça, que se 
mantenha no mercado, que atenda ao seu 
público com eficiência e eficácia, entregan-
do-lhe produtos e/ou serviços de qualida-
de sem perder de vista seu objetivo maior. 
Grosso modo, no caso da empresa privada 
seria o lucro mediante redução de custos 
e em se tratando de empresas públicas, 
atendimento ao público com qualidade.
Qualidade, eficiência, eficácia são al-
guns dos critérios que nos levam aos Siste-
mas de Gestão Integrados, os conhecidos 
SIG’s, que vão além da satisfação dos clien-
tes, objeto do sistema de gestão de qua-
lidade, ou de proteção ao meio ambiente, 
objeto do sistema de gestão ambiental.
Os SIGs garantem que, respondendo às 
exigências de uma regulamentação cada 
vez mais rigorosa, respeitando o ambiente 
e preocupando-se permanentemente com 
a saúde e a segurança das pessoas no tra-
balho, ou seja, considerando a dimensão 
ambiental e social, a satisfação do cliente 
estará ainda mais garantida, pois são qua-
tro sistemas compatíveis integrados com 
um único intuito: a obtenção de resultados 
cada vez melhores para as organizações 
que os adotem (RIBEIRO NETO; TAVARES; 
HOFFMANN, 2008).
Chegamos ao que queríamos: sistemas 
de normalização! A implantação de siste-
mas de normalização disponibiliza, para os 
gestores das organizações, poderosa fer-
ramenta para estabelecer e atingir objeti-
vos organizacionais.
A utilização da normalização internacio-
nal, muito além de impactar na redução de 
custos de produção e melhoria da qualida-
de do produto final, tem gerado benefícios 
não apenas em aspectos tecnológicos, 
mas também na área econômica e social, 
tais como:
 aos consumidores, a conformidade 
com normas internacionais assegura qua-
lidade, confiabilidade e segurança;
 aos fornecedores, assegura ampla 
aceitação internacional de seus produtos, 
estabilidade, crescimento, parceria com 
clientes e facilidade de compreensão mú-
tua;
 aos acionistas, proporciona melhores 
resultados operacionais, aumento na par-
ticipação de mercado, crescimento nos lu-
cros e no retorno sobre investimentos;
 aos empregados, proporciona me-
lhores condições de trabalho, saúde e se-
gurança, estabilidade empregatícia, sa-
tisfação com o trabalho e efeitos morais 
positivos;
 aos governos, fornece bases tecnoló-
gicas e científicas para apoiar a legislação 
de saúde, segurança e meio ambiente; e,
 para a sociedade, facilita o cumpri-
mento de requisitos legais e regulamenta-
res, gera melhoria na saúde e segurança e 
reduz impactos sociais e ambientais.
Embora o foco deste módulo seja a Nor-
ma ISO 14001, veremos algumas outras, 
conforme as ilustrações abaixo.
4 5
A Associação Brasileira de Normas téc-
nicas (ABNT) justifica e explica de maneira 
sucinta e clara, a importância de tais nor-
mas, vejamos algumas delas:
a) Sistema de Gestão Ambiental – 
ABNT NBR 14001
O aumento crescente da consciência 
ambiental e a escassez de recursos natu-
rais vêm influenciando cada vez mais as 
organizações a contribuírem de forma sis-
tematizada na redução dos impactos am-
bientais associados aos seus processos. 
A Conformidade do sistema com a ABNT 
NBR 14001 garante a redução da carga de 
poluição gerada por essas organizações, 
porque envolve a revisão de um processo 
produtivo visando a melhoria contínua do 
desempenho ambiental, controlando insu-
mos e matérias-primas que representem 
desperdícios de recursos naturais.
Certificar um Sistema de Gestão Am-
biental significa comprovar junto ao mer-
cado e à sociedade que a organização ado-
ta um conjunto de práticas destinadas a 
minimizar impactos que imponham riscos à 
preservação da biodiversidade. 
Com isso, além de contribuir com o equi-
líbrio ambiental e a qualidade de vida da 
população, as organizações obtêm um con-
siderável diferencial competitivo fortale-
cendo sua ação no mercado.
b) Sistema de Gestão da Responsa-
bilidade Social – ABNT NBR 16001
O surgimento de movimentos dirigidos 
aos interesses diversos dos consumidores 
impõe nas organizações a necessidade de 
se atualizarem frente a este contexto. Cer-
tamente, as organizações que possuem 
posicionamento ético melhoram sua ima-
gem pública gradativamente, alcançando 
maior legitimidade social.
Para ser realmente eficiente, os pro-
Figura 1: Normas.
Fonte: http://www.abnt.org.br/imagens/downloads/15.00NigelExponormasSeminar.pdf
4 5
cedimentos da organização precisam ser 
conduzidos dentro de um sistema de ges-
tão estruturado. A partir daí, a Certificação 
do Sistema de Gestão de Responsabilidade 
Social demonstrará ao mercado que a or-
ganização não existe apenas para explorar 
os recursos econômicos e humanos, mas 
também para contribuir com o desenvolvi-
mento social, por meio da realização pro-
fissional de seus colaboradores e da pro-
moção de benefícios ao meio ambiente e 
às partes interessadas.
c) Sistema da Segurança e Saúde 
Ocupacional – OHSAS 18001
Este sistema tem por objetivo assegurar 
o bom cumprimento de procedimentos e 
cuidados que venham a garantir o geren-
ciamento dos riscos de saúde e segurança 
em uma organização. Também neste caso, 
nota-se certa pressão da sociedade para 
que as organizações ajam de maneira que 
sejam evitados acidentes ou fatalidades 
com seus colaboradores.
Trabalhando com base nesses princí-
pios, a organização consegue também a 
geração de mais qualidade e produtivida-
de dos empregados e de seus processos 
fabris. Tendo todos estes procedimentos 
funcionando, a Certificação do Sistema da 
Segurança e Saúde Ocupacional serve ain-
da para mostrar, tanto para os fornecedo-
res quanto para os consumidores, o grau de 
seriedade do trabalho de uma organização.
d) Segurança da informação:
Em determinados ramos de negócio, a 
informação se mostra como o bem mais im-
portante e, sendo assim, precisa ser prote-
gida de acordo com os riscos associados. 
Para manter características como confi-
dencialidade, integridade e disponibilidade 
das informações, organizações deste setor 
buscam várias formas de se protegerem, a 
fim de garantir a entrega de um bom tra-
balho.
O Sistema de Gestão de Segurança da 
Informação é uma forma de gerenciamen-
to utilizada para estabelecer políticas ba-
seadas na análise de risco do negócio. Ten-
do este sistema certificado, a organização 
demonstrará sua capacidade de definir, 
implementar, operar, manter e sempre me-
lhorar a segurança da informação (www.
abnt.org.br). 
Figura 2: ISO.
Fonte: http://www.abnt.org.br/imagens/downloads/15.00NigelExponor-masSeminar.pdf
6 7
Mediante as premissas acima, começa-
remos nossos estudos pela definição de 
normas técnicas, seus objetivos, os prin-
cípios e benefícios. Na sequência, os siste-
mas de normalização e a dinâmica da certi-
ficação. Cada sistema e sua respectiva NBR 
ISO terá uma unidade específica.
Desejamos boa leitura e bons estudos, 
mas antes algumas observações se fazem 
necessárias:
1) Ao final do módulo, encontram-se 
muitas referências utilizadas efetivamen-
te e outras somente consultadas, princi-
palmente artigos retirados da World Wide 
Web (www), conhecida popularmente 
como Internet, que devido ao acesso que 
na atualidade está bem facilitado e até 
mesmo democrático, ajudam sobremanei-
ra para enriquecimentos, para sanar ques-
tionamentos que por ventura surjam ao 
longo da leitura e, mais, para manterem-se 
atualizados.
2) Deixamos bem claro que esta compo-
sição não se trata de um artigo original1 , 
pelo contrário, é uma compilação do pensa-
mento de vários estudiosos que têm muito 
a contribuir para a ampliação dos nossos 
conhecimentos. Também reforçamos que 
existem autores considerados clássicos 
que não podem ser deixados de lado, ape-
sar de parecer (pela data da publicação) 
que seus escritos estão ultrapassados, 
afinal de contas, uma obra clássica é aque-
la capaz de comunicar-se com o presente, 
mesmo que seu passado datável esteja se-
parado pela cronologia que lhe é exterior 
por milênios de distância.
3) Por uma questão ética, a empresa/
1 Trabalho inédito de opinião ou pesquisa que nunca foi publicado 
em revista, anais de congresso ou similares.
instituto não defende posições ideológico-
-partidária, priorizando o estímulo ao co-
nhecimento e ao pensamento crítico.
4) Sabemos que a escrita acadêmica 
tem como premissa ser científica, ou seja, 
baseada em normas e padrões da acade-
mia, portanto, pedimos licença para fugir 
um pouco às regras com o objetivo de nos 
aproximarmos de vocês e para que os te-
mas abordados cheguem de maneira clara 
e objetiva, mas não menos científicos.
Por fim:
5) Deixaremos em nota de rodapé, sem-
pre que necessário, o link para consulta de 
documentos e legislação pertinente ao as-
sunto, visto que esta última está em cons-
tante atualização. Caso esteja com mate-
rial digital, basta dar um Ctrl + clique que 
chegará ao documento original e ali encon-
trará possíveis leis complementares e/ou 
outras informações atualizadas. Caso es-
teja com material impresso e tendo acesso 
à Internet, basta digitar o link e chegará ao 
mesmo local.
6 7
UNIDADE 1 – Normas Técnicas
Falar em normas técnicas nos reme-
te de imediato à Associação Brasileira de 
Normas Técnicas (ABNT) e à Organização 
Internacional para Padronização (ISO).
Sobre a ABNT é importante saber:
 foi fundada em 1940, é o órgão res-
ponsável pela normalização técnica no 
país, fornecendo a base necessária ao de-
senvolvimento tecnológico brasileiro;
 é uma entidade privada, sem fins lu-
crativos, reconhecida como único Foro 
Nacional de Normalização através da Re-
solução n.º 07 do CONMETRO (Conselho 
Nacional de Metrologia, Normalização e 
Qualidade Industrial), de 24.08.1992;
 é membro fundador da ISO (Interna-
tional Organization for Standardization), 
da COPANT (Comissão Panamericana de 
Normas Técnicas) e da AMN (Associação 
Mercosul de Normalização);
 a ABNT é a única e exclusiva repre-
sentante no Brasil das seguintes enti-
dades internacionais: ISO (International 
Organization for Standardization), IEC (In-
ternational Electrotechnical Commission); 
e das entidades de normalização regional 
COPANT (Comissão Panamericana de Nor-
mas Técnicas) e a AMN (Associação Mer-
cosul de Normalização).
Quanto à ISO, em 1946, em Londres, In-
glaterra, representantes de vinte e cinco 
países decidiram criar uma organização 
internacional com o objetivo de facilitar, 
em nível mundial, a coordenação e a uni-
ficação de normas industriais. Essa or-
ganização, com sede em Genebra, Suíça, 
começou a funcionar oficialmente em 23 
de fevereiro de 1947 com a denominação 
International Organization for Standardi-
zation (ISO), ou Organização Internacional 
de Normalização.
A ISO é uma organização não governa-
mental internacional, que hoje reúne mais 
de uma centena de organismos nacionais 
de normalização. Representando países 
que respondem por cerca de 95% do PIB 
mundial, tem por objetivo promover o de-
senvolvimento da padronização de ativi-
dades correlacionadas, de forma a possi-
bilitar o intercâmbio econômico, científico 
e tecnológico em níveis mais acessíveis 
aos aludidos organismos (MARSHALL JR., 
2001).
1.1 Definição, evolução e 
objetivos
Normalização pode ser definida como 
uma atividade que estabelece, em rela-
ção a problemas existentes ou potenciais, 
prescrições destinadas à utilização co-
mum e repetitiva, com vistas à obtenção 
do grau ótimo de ordem, em um dado con-
texto.
O contexto da normalização não se res-
tringe à modernidade. Ao contrário, há 
muito tempo, na história da evolução hu-
mana, a normalização é uma constante. 
Pesos e medidas, dinheiro, leis, expres-
sões gráficas para representar números e 
letras são exemplos de normalização fun-
damentais para a vida em coletividade.
Segundo Ribeiro Neto, Tavares e Hof-
fmann (2008), foi em fins do século XVIII 
8 9
que tivemos uma concepção moderna de 
normalização, de caráter técnico e cien-
tífico, exatamente quando foi criado o 
sistema métrico de medidas e surgiu, na 
indústria, o conceito de produção em sé-
rie, com a consequente necessidade de 
intercambialidade de componentes. A 
percepção dos benefícios decorrentes da 
intercambialidade de peças, não só em 
uma mesma fábrica, mas entre diferen-
tes fábricas, estimulou em alguns países 
o desenvolvimento dos primeiros organis-
mos de normalização.
São objetivos da normalização:
 comunicação – proporciona os 
meios necessários para a troca adequada 
de informações entre clientes e fornece-
dores, com vista a assegurar a confiança 
e um entendimento comum nas relações 
comerciais;
 simplificação – reduz as variedades 
de produtos e de procedimentos, de modo 
a simplificar o relacionamento entre pro-
dutor e consumidor;
 proteção ao consumidor – define os 
requisitos que permitam aferir a qualida-
de dos produtos e serviços;
 segurança – estabelece requisitos 
técnicos destinados a assegurar a prote-
ção da vida humana, da saúde e do meio 
ambiente;
 economia – diminui o custo de pro-
dutos e serviços mediante a sistematiza-
ção, racionalização e ordenação dos pro-
cessos e das atividades produtivas, com a 
consequente economia para fornecedo-
res e clientes;
 eliminação de barreiras – evita a 
existência de regulamentos conflitantes, 
sobre produtos e serviços, em diferentes 
países, de forma a facilitar o intermédio 
comercial.
1.2 Princípios e benefícios 
da normalização
O processo de elaboração de normas 
técnicas está apoiado em princípios, que 
são fundamentais para que todos os obje-
tivos da normalização sejam atendidos e 
para que ela seja eficaz na sua aplicação e 
reconhecida por todos. 
 Princípio da Voluntariedade – a 
participação em processo de normaliza-
ção não é obrigatória e depende de uma 
decisão voluntária dos interessados. Essa 
vontade de participar é imprescindível 
para que o processo de elaboração de 
normas ocorra. Outro aspecto que funda-
menta a voluntariedade do processo de 
normalização é o fato de que o uso da nor-
ma também não é obrigatório, devendo 
ser resultado de uma decisão em que são 
percebidas mais vantagens no seu uso do 
que no não uso.
 Princípio da Representatividade– é 
preciso que haja participação de especia-
listas cedidos por todos os setores – pro-
dutores, organizações de consumidores e 
neutros (outras partesinteressadas tais 
como universidades, laboratórios, insti-
tutos de pesquisa, órgãos do governo), de 
modo que a opinião de todos seja conside-
rada no estabelecimento da norma. Dessa 
forma, ela de fato reflete o real estágio de 
desenvolvimento de uma tecnologia em 
um determinado momento, e o entendi-
mento comum vigente, baseado em expe-
riências consolidadas e pertinentes.
 Princípio da Paridade – não basta 
8 9
apenas a representatividade, é preciso 
que as classes (produtor, consumidor e 
neutro) estejam equilibradas, evitando-
-se assim a imposição de uma delas sobre 
as demais por conta do maior número de 
representantes. Assim, deve-se buscar 
assegurar o equilíbrio das diferentes opi-
niões no processo de elaboração de nor-
mas.
 Princípio da Atualização – a atua-
lização do processo de desenvolvimento 
de normas, com a adoção de novos méto-
dos de gestão e de novas ferramentas de 
tecnologia da informação, contribui para 
que o processo de normalização acompa-
nhe evolução tecnológica. Esse princípio 
de atualização deve ser constantemente 
perseguido para que a normalização aten-
da à intensa demanda considerando que 
uma norma defasada tecnologicamente 
fatalmente cairá no desuso.
 Princípio da Transparência – todas 
as partes interessadas devem ser dispo-
nibilizadas, a qualquer tempo, as informa-
ções relativas ao controle, atividades e 
decisões sobre o processo de desenvolvi-
mento de normas técnicas.
 Princípio da Simplificação – o pro-
cesso de normalização deve ter regras e 
procedimentos simples e acessíveis, que 
garantam a coerência, a rapidez e a quali-
dade no desenvolvimento e implementa-
ção das normas.
 Princípio do Consenso – para que 
uma norma tenha seu conteúdo o mais 
próximo possível da realidade de aplica-
ção, é necessário que haja consenso en-
tre os participantes de sua elaboração. 
Consenso é processo pelo qual um Projeto 
de Norma deve ser submetido, compreen-
dendo as etapas de análise, apreciação e 
aprovação por parte de uma comunidade, 
técnica ou não. A finalidade desse proces-
so de consenso é o de atender aos inte-
resses e às necessidades da coletividade, 
em seu próprio benefício. Não é uma vo-
tação, mas um compromisso de interesse 
mútuo, não devendo, portanto, ser con-
fundido com unanimidade.
Quanto aos inúmeros benefícios, citan-
do apenas alguns, a normalização ajuda a: 
 organização do mercado; 
 constituição de uma linguagem única 
entre produtor e consumidor; 
 melhorar a qualidade de produtos e 
serviços; 
 orientar as concorrências públicas; 
 aumentar a produtividade, com con-
sequente redução dos custos de produtos 
e serviços, a contribuição para o aumento 
da economia do país e o desenvolvimento 
da tecnologia nacional.
1.3 Sistema internacional 
de normatização e a dinâ-
mica da certificação
Um complexo de partes coordenadas 
para realizar um conjunto de finalidades 
é chamado de sistema, o qual trabalha de 
maneira coordenada, embora cada uma 
destas partes tenha objetivos próprios. 
Em se tratando de sistemas de gestão, 
exemplificando com a ISO 9001, estes são 
baseados em normas internacionais, ou 
seja, em especificações estabelecidas em 
consenso e aprovadas por um organismo 
específico composto por membros de vá-
rios países (FERREIRA, 2012).
10 11
Segundo a ABNT (2008), dentre alguns 
dos objetivos da normalização tem-se a 
possibilidade de uma melhor comunicação 
entre o cliente e o fornecedor (melhoran-
do a confiabilidade das relações comer-
ciais e de serviços) e a eliminação de bar-
reiras técnicas e comerciais (evitando a 
existência de regulamentos conflitantes 
em diferentes países).
Assim, observa-se que a normalização 
está presente em diversas áreas, sendo 
que, com isso, são geradas várias normas 
internacionais de gestão que, devido à ne-
cessidade das organizações em atender à 
demanda de diversos grupos de interesse, 
vêm sendo amplamente adotadas (ZUT-
SHI; SOHAL, 2005 apud VITORELI, 2011).
De acordo com Fortes (2007, p. 47 apud 
OLIVEIRA et al., 2009, p. 18-9), a ISO é con-
siderada a maior instituição do mundo que 
trata das “questões de desenvolvimen-
to de padrões voltados à área técnica”, e 
afirma ainda que “a utilidade dos padrões 
se estende aos ambientes de produção, 
tanto privados quanto públicos, tornan-
do-os mais seguros, eficientes e transpa-
rentes”. Tais padrões podem ser utiliza-
dos “como base técnica para as questões 
legais que envolvam a saúde, o ambiente 
e a segurança”.
A ABNT foi o órgão nacional respon-
sável por produzir traduções referentes 
a essas normas. Até dezembro de 2005, 
haviam sido conferidas 776.608 certifi-
cações ISO 9001 em todo o mundo (FNQ, 
2006 apud OLIVEIRA et al., 2009).
A sobrevivência das organizações em 
tempos de globalização e competitivida-
de passa pela garantia de produtos e ser-
viços com uma qualidade beirando a ex-
celência. Pois bem, a solução encontrada 
pelas empresas é investir em um sistema 
de qualidade, conforme os requisitos nor-
mativos da ISO 9001 e outras normas que 
veremos em detalhes ao longo do módulo, 
com foco maior na certificação para ges-
tão ambiental.
De acordo com Carpinetti et al. (2007 
apud STAINO et al., 2011), em alguns ca-
sos, essas certificações são necessárias 
uma vez que são exigidas pelo próprio 
cliente, em outras situações, mesmo que 
isso não ocorra, a implementação criterio-
sa dos requisitos de gestão estabelecidos 
na norma elevará a eficácia e eficiência da 
empresa, tornando-a mais competitiva.
Para a implantação de sistemas de ges-
tão da qualidade, conforme as normas 
da série ISO, é necessário atentar para 
os princípios estabelecidos pela norma, 
como foco no cliente, liderança, aborda-
gem factual para a tomada de decisão, 
abordagem sistêmica, abordagem por 
processos, relação benéfica com fornece-
dores e melhoria contínua.
As empresas devem tomar decisões ba-
seadas em fatos e dados, os quais podem 
ser obtidos por meio das ferramentas da 
qualidade. Para identificar os processos-
-chave de uma organização, deve ser re-
alizado um estudo de todas as atividades 
que fazem parte da rotina de trabalho da 
empresa, de forma crítica e sem omissões 
(STAINO et al., 2011).
Segundo Marshall JR. (2001), a ISO tem 
por objetivo promover o desenvolvimento 
da padronização e de atividades correla-
cionadas de forma a possibilitar o inter-
câmbio econômico, cientifico e tecnológi-
co em níveis mais acessíveis aos aludidos 
10 11
organismos.
A família de norma ISO representa um 
consenso internacional em boas práticas 
que possam assegurar que a organiza-
ção forneça produtos/serviços que aten-
dam ou superem as necessidades de seus 
clientes, que são o foco desta norma.
Elas auxiliam na melhoria dos proces-
sos internos, no aumento da capacitação 
dos funcionários, no acompanhamento da 
satisfação dos clientes, colaboradores e 
fornecedores, num processo contínuo de 
melhoria. Para a preparação destas nor-
mas internacionais são conciliados os in-
teresses dos produtores, consumidores, 
comunidade e governo.
Na prática, a normalização está presen-
te na fabricação dos produtos, na trans-
ferência de tecnologia e na melhoria da 
qualidade de vida, através de normas re-
lativas à saúde, à segurança e à preserva-
ção do meio ambiente.
Devido a fatores como a evolução tec-
nológica, desenvolvimento de novas fer-
ramentas, metodologias, novos requisi-
tos, entre outros, a ISO estabeleceu que 
as normas devem ser revisadas em perío-
dos inferiores a 5 anos.
Nesse contexto, a certificação é um 
procedimento para alcançar um padrão 
que assegure qualidade, surgida da ne-
cessidade de as organizações comunica-
rem a seus clientes e ao mercado a ade-
quação de seus princípios de gestão aos 
requisitos ISO. Como as normas são revi-
sadas periodicamente,a certificação pas-
sa a ser uma atividade dinâmica.
A certificação é efetuada por um orga-
nismo certificador que no âmbito Sistema 
Brasileiro de Avaliação da Conformidade 
(SBAC) deve estar cadastrado no Institu-
to Nacional de Metrologia, Normalização 
e Qualidade Industrial (INMETRO) para 
exercer tal atividade. Isso acontece para 
que o processo de certificação seja impar-
cial e a credibilidade do certificado seja 
assegurada.
As auditorias são realizadas com o ob-
jetivo de averiguar se atividades desen-
volvidas estão de acordo com o estabe-
lecido previamente. Elas são divididas em 
auditoria de adequação (verificação da 
conformidade da documentação da orga-
nização à norma) e auditoria de conformi-
dade (verificação por meio de evidência 
objetiva, da efetiva implementação dos 
procedimentos que compõem o sistema 
da qualidade de uma empresa).
Também são classificadas como audito-
rias de primeira parte (auditoria interna), 
de segunda parte (cliente-fornecedor) e 
de terceira parte (sem relação comercial, 
feita por um organismo independente) 
(MAGALHÃES, 2009).
12 1312
UNIDADE 2 – Certificação NBR ISO 
14000 – Gestão Ambiental
2.1 Breves reflexões
Não há dúvida que o conceito de susten-
tabilidade vem evoluindo ao longo do tempo! 
Principalmente a evolução da percepção de 
sobrevivência da organização, para o con-
senso de que é preciso sobreviver sem com-
prometer as gerações futuras. Essa visão 
mais ampla de sustentabilidade emergiu em 
uma perspectiva tridimensional, incorpo-
rando as dimensões econômica, social e am-
biental, ou o termo em inglês Triple Bottom 
Line (CARVALHO; MIGUEL, 2012).
Esse tripé vem em grande medida respon-
der ao processo de exaustão dos recursos 
naturais, em grande medida fruto de uma vi-
são míope da dimensão econômica e da pers-
pectiva de curto prazo. Nesta visão antiga, a 
hipótese que conduzia a ação é que as ques-
tões ambientais e sociais trariam impacto 
negativo na dimensão econômica, o que tem 
sido contestado nestas últimas décadas, pe-
las evidências de que as três dimensões se 
reforçam, formando um ciclo virtuoso (CAR-
VALHO; RABECHINI JR, 2011).
Essa nova visão vem não somente como 
fruto de uma sociedade mais consciente e 
crítica quanto a questões ambientais e so-
ciais, mas também alarmada pela ocorrência 
de eventos extremos e aquecimento global. 
Esse processo resultou em legislações e nor-
mas mais rígidas, com maior fiscalização e 
responsabilização por passivos ambientais.
Por outro lado, as empresas também per-
ceberam o potencial competitivo do tema. O 
desafio de produzir com maior eficiência no 
uso de recursos naturais cada vez mais es-
cassos, gerindo o ciclo de vida do projeto ao 
descarte, tem gerado ganhos efetivos e mi-
nimizado problemas ambientais, que pode 
deteriorar a imagem da empresa perante os 
consumidores. Nesse sentido o “marketing 
verde” representa fonte de vantagem com-
petitiva desde que feito de forma autêntica 
e com consistência ao longo do tempo, ou 
seja, faça parte dos valores da organização 
(CARVALHO; MIGUEL, 2012).
Embora essa nova tendência seja clara, 
ainda há muito que fazer. Uma pesquisa so-
bre sustentabilidade, realizada com uma 
centena de empresas da lista da revista For-
tune, revelou que 72% delas não incluem as-
pectos relacionados à sustentabilidade em 
seus projetos, investimentos, transações ou 
processos de avaliação, conforme a ilustra-
ção abaixo:
Figura 3: Pirâmide sobre os aspectos relevantes das empresas.
Fonte: PRICEWATERHOUSE COOPERS (2002 apud CARVALHO; MIGUEL, 2012 p. 417).
12 1313
É claro que existem empresas pionei-
ras em adotar a abordagem sustentável, 
como é o caso da Natura no Brasil ou da 
americana Body Shop. No entanto, pode-
mos situar as empresas em uma escala 
contínua que vai de uma postura reativa, 
com baixo comprometimento com essa 
causa, cumprindo estritamente a lei, até 
organizações mais comprometidas, com 
postura proativa.
Nessas empresas mais proativas, ob-
servamos uma preocupação sistêmica 
com a sustentabilidade que, em geral, é 
desdobrada para os seus sistemas de ges-
tão. Uma das ações nesse sentido é a ten-
tativa de integrar estes sistemas geren-
ciais por meio de um sistema integrado de 
gestão.
Os sistemas integrados de gestão (SIG) 
compõem-se de um conjunto de quatro 
normas gerenciais de cunho voluntário, 
que, se adotadas em conjunto nas organi-
zações, permitem uma visão de integrada 
sustentável.
É claro que apenas as normas não ga-
rantem que a empresa terá uma postura 
proativa, pois isso depende da estratégia 
e da cultura e valores da organização. No 
entanto, a iniciativa de ter um sistema in-
tegrado de gestão demonstra o grau de 
comprometimento com a gestão do tripé 
da sustentabilidade na organização.
Esse conjunto de normas2 é composto 
pelas normas série ISO 9000 e ISO 14000, 
de gestão da qualidade e de gestão am-
biental, respectivamente, acrescidas das 
normas ISO 26000 de responsabilidade 
social e da OHSAS 18000 de saúde e se-
gurança ocupacional. 
2- Essas normas devem passar, geralmente a cada cinco anos, por processo de revisão, a fim de definir se elas devem ser mantidas, 
aprimoradas ou canceladas. A ISO 9000, por exemplo, que está em vigor, foi publicada em 30 de setembro de 2015, com validade a partir 
de 30 de outubro do mesmo ano.
A ISO 14001, por sua vez, teve a primeira publicação em 1996 e foi revisada em 2004. No ano de 2011 começou um novo processo de revisão 
que resultou na ISO 14001:2015.
Em dezembro de 2010, a ABNT lançou no Brasil a norma ISO 26000:2010, com as diretrizes sobre responsabilidade social.
No catálogo da ABNT, site: https://www.abntcatalogo.com.br/norma.aspx?ID=345040, é possível adquirir a norma. Mais adiante falare-
mos da nova ISO 14001:2015.
Figura 4: Sistemas integrados de gestão.
14 15
O desenvolvimento das três normas da 
ISSO – International Organization for Stan-
dardization – veio em ordem cronológica, ini-
ciada pela de gestão da qualidade, seguida 
da gestão ambiental e, mais recentemente, 
da norma de responsabilidade social, sendo 
que a pioneira série ISO 9000, amplamente 
adota pelas empresas, influenciou forte-
mente a estrutura das normas subsequen-
tes ISO 14000 e ISO 26000.
Ambas adotam o conceito de melhoria 
contínua e propõem diretrizes de mudança. 
A outra norma mencionada trata das ques-
tões de saúde e segurança ocupacional, 
denominada da série OHSAS 18000 (Oc-
cupational Health and Safety Assessment 
Series). Essa norma, em conjunto com a fa-
mília ISO 14000, fornece a base para o que 
as empresas têm chamado de SMS (saúde, 
meio ambiente e segurança).
Embora sinérgicas, caso implementadas 
de forma estanque, podem gerar desperdí-
cios e aumento desnecessário de documen-
tação gerando burocracia. Dessa forma, as 
empresas que adotam as quatro normas 
simultaneamente devem criar um sistema 
integrado de gestão, o que é relativamente 
mais simples, dado que as quatro normas 
adotam estrutura similar. Também o pla-
nejamento e gestão dos recursos alocados 
deve ser conjunto.
Há métodos de integração dos sistemas 
de gestão, a maioria com propostas por fa-
ses, que variam de um nível de gestão iso-
lado até a integração plena, passando por 
níveis intermediários. A integração pode 
se dar de forma paulatina, em que coexis-
tem documentos dos sistemas, mas o con-
teúdo é comparado, havendo referências 
cruzadas e coordenação interna. Na versão 
integrada há processos genéricos e ciclo de 
gestão integração (BERNARDO et al., 2009 
apud CARVALHO; MIGUEL, 2012).
A seguir veremos uma síntese de cada 
uma das normas usadas em um sistema de 
gestão integrado, voltado para a sustenta-
bilidade.
A preocupação com gestão ambiental 
pode ter visões distintas conforme a cul-
tura organizacional das empresas. Hátrês 
visões mais comuns de abordagem para a 
gestão ambiental empresarial: a) controle 
da poluição; b) prevenção da poluição; e, c) 
abordagem estratégica.
Enquanto na abordagem de controle da 
poluição, o comportamento é mais reativo, 
em que a organização responde às pres-
sões da comunidade e cumpre a lei; na abor-
dagem estratégica de gestão ambiental, a 
postura é proativa e concebida como parte 
do negócio, desde o marketing e projeto do 
produto até as técnicas de produção mais 
limpa e o pós-venda.
As normas da série ISO 14000, de manei-
ra geral, abordam a gestão ambiental. No 
entanto, é necessário salientar o conceito 
de gerenciamento do ciclo de vida (life cycle 
management – LCM), tratado na norma ISO 
140403 , que é importante para que a em-
presa adote uma visão sustentável e que 
também pertença a esse conjunto de nor-
mas.
O conceito de ciclo de vida refere-se aos 
estágios sucessivos e encadeados de um 
sistema que envolve um produto, desde a 
aquisição da matéria-prima ou geração de 
recursos naturais até a sua disposição final. 
Atrelado a esse conceito temos a avaliação 
do ciclo de vida (life cycle assessment - LCA), 
apresentado na norma ISO 14044:20144 , 
3- A norma ABNT ISO 14040:2009 foi cancelada e corrigida pela 
norma 14040:2014.
4- Esta versão corrigida da ABNT NBR 14044:2009 incorpora a 
Errata 1 de 21.07.2014. Confirmada em 28.11.2014.
Mais informações: https://www.abntcatalogo.com.br/norma.
aspx?ID=316461
14 15
O impacto ambiental pode ser definido 
como qualquer modificação, positiva ou 
negativa, no meio ambiente, resultan-
te das atividades, produtos ou serviços 
de uma organização. Logo, não se trata 
apenas de identificar os impactos nega-
tivos, mas sim antever as oportunidades 
de melhoria no desempenho ambiental de 
produtos e serviços, ao mesmo tempo em 
que identifica os trade offs dessas alter-
nativas com os aspectos social e econômi-
co, o que em regra não é tarefa fácil.
Há três elementos obrigatórios na ava-
liação do impacto do ciclo de vida, segundo 
a norma ISO 14044: a) seleção das cate-
gorias de impacto; b) indicadores de cate-
gorias; e, c) modelos de caracterização. O 
primeiro, seleção das categorias, identifi-
ca as categorias de impacto mais críticas 
para o perfil ambiental do sistema de pro-
duto projetado; a classificação refere-se 
à correlação entre as cargas ambientais 
e as categorias de impacto selecionadas; 
e a caracterização agrega as cargas am-
bientais correlacionadas às categorias de 
impacto e as converte para indicadores 
(CARVALHO; MIGUEL, 2012).
Feitas estas considerações, mas antes 
de mirarmos na norma ISO 14000, vamos 
falar mais um pouco sobre sustentabilida-
de!
2.2 A sustentabilidade e a 
gestão ambiental
Até bem recentemente, acreditava-se 
de forma generalizada que a atividade hu-
mana acarretava apenas reflexos locais 
ou, no máximo, mudanças regionais no am-
biente. É sabido que os efeitos da atividade 
humana no planeta são de tal envergadura 
 
Figura 5: Sustentabilidade ambiental: interação entre LCM e LCA.
Fonte: Adaptado de Labuschagne e Brent (2005 apud CARVALHO; MIGUEL, 2012, p. 420).
que permite identificar e avaliar os impac-
tos ambientais potenciais de um sistema ao 
longo do ciclo de vida, conforme ilustrado 
abaixo:
16 17
que, atualmente, este se encontra às vol-
tas com experimentações ambientais não 
planejadas cujos resultados, na maior parte 
das vezes, são imprevisíveis.
O principal objetivo da ciência ambiental, 
que ainda podemos dizer está emergindo, é 
obter conhecimentos básicos para enten-
der sistematicamente como o planeta fun-
ciona. Esse conhecimento poderá ser apli-
cado para ajudar a resolver os problemas 
ambientais globais, portanto, a emergência 
dessa ciência ambiental abriu novos hori-
zontes para o entendimento das relações 
entre ciências biológicas e físicas, o que re-
quer cooperação interdisciplinar e educa-
ção.
Na base de praticamente todos os pro-
blemas ambientais está o rápido crescimen-
to da população humana. De fato, será difícil 
resolver outros problemas, a menos que a 
quantidade de pessoas que habitam o am-
biente esteja de acordo com sua capacidade 
de sustentação. Talvez a maior responsabi-
lidade nessa área esteja vinculada ao escla-
recimento e à educação dos seres humanos 
para os problemas populacionais. À medida 
que a população se torna mais educada e a 
taxa de analfabetismo decresce, o cresci-
mento populacional tende também a se es-
tabilizar, e até a decrescer.
Nesse contexto, sustentabilidade é uma 
terminologia que recentemente ganhou 
popularidade e que, de uma forma geral, 
significa a utilização de determinado recur-
so natural de tal forma que ele permaneça 
continuamente disponível. Entretanto, o 
termo é usado de forma vaga e equivoca-
damente em certas circunstâncias. Alguns 
o definem como a garantia de que as futu-
ras gerações terão iguais oportunidades de 
acesso aos recursos oferecidos atualmente 
pelo planeta. Outros argumentam que sus-
tentabilidade se refere a tipos de desenvol-
vimento que são economicamente viáveis, 
não agridem ao ambiente e são socialmente 
justos. Entretanto, todos concordam com a 
necessidade de se aprender como manter 
os recursos ambientais, de forma a conti-
nuarem a prover benefícios à população hu-
mana e a outras formas de vida no planeta.
Por outro lado, um número crescente de 
pessoas está vivendo em áreas urbanas. 
Infelizmente os centros urbanos têm sido 
negligenciados e a qualidade ambiental 
urbana tem sofrido prejuízos, através de 
poluição aérea, problemas de destinação 
de resíduos sólidos, inquietações sociais e 
outras formas de “estresse” do ambiente. 
No passado, os poucos que estudavam o 
ambiente centravam sua atenção no sel-
vagem ou natural, em vez de dirigirem seus 
esforços na direção do ambiente urbaniza-
do. Hoje já se observa a necessidade de um 
maior foco em aglomerações urbanas e em 
cidades como ambiente onde se possa vi-
ver.
Encontrar soluções para problemas am-
bientais envolve mais que simplesmente 
juntar fatos e entendimentos de temas 
científicos de um problema particular. Tam-
bém tem muito a ver com os sistemas de va-
lores vigentes e os temas de justiça social. 
Para resolver problemas ambientais em um 
determinado local, é importante entender 
quais os seus valores e as possíveis solu-
ções que seriam socialmente justas. A partir 
daí, é possível aplicar conhecimentos cien-
tíficos sobre determinado problema e achar 
soluções aceitáveis para o mesmo (ZILBER-
MAN, 2004).
Ainda sobre a questão da sustentabili-
dade, na administração contemporânea, a 
dimensão da gestão ambiental está sendo 
considerada uma das principais chaves para 
16 17
a solução dos graves problemas que afligem 
o mundo moderno (MORAES FILHO, 2009).
As vantagens da gestão ambiental de-
correm de regras e práticas administrativas 
preestabelecidas que atuam para reduzir os 
riscos ambientais da atividade, aumentan-
do a motivação e satisfação de seus colabo-
radores.
Os negócios estão se voltando cada vez 
mais para questões ambientais. Cinco fato-
res influenciam essa mudança de postura: 
(1) necessidade de obediência às leis; (2) 
eficácia em custos; (3) opinião pública; (4) 
pressão dos movimentos ambientalistas; 
(5) pensamento a longo prazo.
O pensamento sistêmico revela que as 
questões ambientais permeiam a empresa 
e por isso deveriam ser abordadas de modo 
abrangente e integrativo. Assim, a proteção 
ambiental passou a ser uma necessidade e 
ao mesmo tempo uma fonte de lucro para 
os negócios, o que abre uma perspectiva 
positiva para sua efetiva implementação, 
pois não transgride o princípio da busca per-
manente pelo lucro, indissociável da lógica 
de funcionamento das organizações em 
meio empresarial.
Hoje em dia, faceà crescente concorrên-
cia dada à globalização, os clientes estão 
cada vez mais informados e predispostos a 
comprar e usar produtos que respeitem o 
meio ambiente. O produto ecologicamente 
correto vende mais nos mercados e detém 
a preferência do consumidor.
No diagnóstico estratégico ambiental, 
citam-se dez razões convincentes, como 
afirma Moraes (2009), para a adoção pelas 
empresas de um design e marketing am-
biental para os produtos com melhoria nos 
processos internos de produção. Elas são: 
(a) maior satisfação dos clientes; (b) me-
lhor imagem da empresa; (c) conquista de 
novos mercados; (d) redução de custos pela 
eliminação de desperdícios; (e) melhoria do 
desempenho geral da empresa; (f) redução 
de riscos (multas, ações legais, acidentes); 
(g) maior permanência do produto nos mer-
cados (ausência de reações negativas); (h) 
maior facilidade na obtenção de financia-
mentos; (i) caminho único para a obtenção 
de certificados ambientais (selos verdes e 
similares); j) prestação de contas às chama-
das partes interessadas (clientes, acionis-
tas, sociedade).
Todas essas razões apontam no sentido 
de um maior fortalecimento da empresa em 
seu ambiente de negócio, o que leva à hipó-
tese de ser o conceito de sustentabilidade 
empresarial um caminho não só desejável, 
como correto e provável de ser seguido. 
Inúmeras empresas vêm assumindo essa 
postura, mudando o foco de administrar, 
colocando a questão ambiental na priorida-
de de suas ações. E já parece estar surtindo 
efeitos, a considerar a recente notícia di-
vulgada pela revista científica Nature, se-
gundo publicado no site Globo on-line (maio 
2006), de que uma equipe de cientistas ha-
via chegado à conclusão de que a camada 
de ozônio da Terra que protege o ambiente 
das radiações ultravioletas está passando 
por uma lenta recuperação. Uma prova da 
eficácia e sucesso do Protocolo de Montreal 
(1987), concluiu (MORAES, 2009).
No caso brasileiro, seguindo a literatura 
disponível, o mesmo autor cita a Petrobras, 
na exploração de minérios fósseis; as com-
panhias siderúrgicas em geral, tidas ante-
riormente como vilãs do meio ambiente; as 
petroquímicas e em especial a Petroflex, em 
Pernambuco, detentora de vários prêmios e 
certificados ISO, referenciada como exem-
plo de preservação ambiental; a Alcan e a 
Alcoa, no setor de alumínio; a Kablin (maior 
18 19
produtora e exportadora de papel do Bra-
sil), única empresa no país, de acordo com 
informações em seu site corporativo, a re-
ceber o certificado FSC (Forest Stewardship 
Counsil), pelo manejo de plantas medicinais 
em suas florestas no Paraná; a Natura, re-
centemente instalada no México e em Pa-
ris em seu processo de internacionalização 
com forte apelo à ecoeficiência e adminis-
tração com responsabilidade social com 
profundo respeito à natureza; a Ripasa, no 
setor de produção de papel e celulose.
A visão de desenvolvimento clássica com 
foco apenas no crescimento econômico (e 
que prevalece ainda hoje para muitas eco-
nomias) não leva em consideração, pelo 
menos em níveis adequados ou aceitáveis, 
a questão dos riscos de esgotamento dos 
recursos naturais, sobretudo os não reno-
váveis e o impacto das atividades econômi-
cas na degradação do meio ambiente.
A visão econômica contemporânea ain-
da em construção, com foco no equilíbrio 
do ecossistema como precondição para o 
desenvolvimento social, prevê com maior 
acuidade a questão da preservação am-
biental introduzindo a noção de reciclagem 
como forma de maior eficiência administra-
tiva e processo por excelência redutor de 
poluição ambiental e indutor de responsa-
bilidade social.
No plano administrativo, a visão de de-
senvolvimento com foco puramente no 
crescimento econômico busca levar em 
conta as seguintes prioridades dentro da 
empresa por ordem de importância: (a) sa-
tisfação dos acionistas ou interesse dos 
sócios proprietários; (b) satisfação dos 
distribuidores (maximização das margens 
de lucro); (c) satisfação dos fornecedores 
(bons preços nas partidas fornecidas); (d) 
satisfação dos empregados; (e) satisfação 
dos consumidores (quando não são satis-
feitas, recorrência ao Código de Defesa do 
Consumidor).
A visão com foco no equilíbrio e respon-
sabilidade social apregoando maior respei-
to ao consumidor leva a inverter a ordem de 
prioridades dentro da empresa, devendo 
então estar em primeiro plano: (a) satisfa-
ção dos consumidores (norteando as ações 
das empresas); (b) satisfação dos emprega-
dos (valorização do capital humano); (c) sa-
tisfação dos fornecedores (preços compatí-
veis nas partidas fornecidas); (d) satisfação 
dos distribuidores (margens responsáveis 
de lucro); (e) satisfação dos acionistas ou 
sócios proprietários. Muda, portanto, a vi-
são e a forma de administrar.
É com essa expectativa que se devem 
buscar os novos caminhos para o desen-
volvimento econômico e social: o caminho 
da sustentabilidade empresarial. Ela é uma 
expectativa e uma esperança. Os desdo-
bramentos futuros das relações entre as 
nações em sua fase atual de globalização da 
economia nos fornecerão os dados e infor-
mações que permitirão avaliar se o caminho 
apontado está sendo de fato trilhado ou se 
teimamos em seguir velhos atalhos, igno-
rando as inter-relações que nos unem como 
inquilinos comuns de um mesmo condomí-
nio, a Terra (MORAES, 2009).
A importância que deve assumir cada in-
divíduo nas relações entre sistema produti-
vo e meio ambiente, enquanto consumidor 
na nova ordem econômica globalizada, pa-
rece nos conferir uma importante e podero-
sa arma. A do controle pelo consumo, isto é, 
não precisamos de agências institucionais 
nos moldes tradicionais até então em vigor 
para executar as vontades ou propósitos 
que não a da organização em redes, perfei-
tamente factível com as tecnologias atuais. 
18 19
Ela está ao alcance das mãos. Resta saber 
se teremos disposição e organização sufi-
cientes para usá-la em nosso proveito que 
se supõe a favor de toda a comunidade.
O conceito introduzido no início da déca-
da dos anos 80 por Lester Brown (CAPRA, 
s.d. apud TRIGUEIRO, 2004, p. 19), definindo 
comunidade sustentável como “a que é ca-
paz de satisfazer às próprias necessidades 
sem reduzir as oportunidades das gerações 
futuras”, está pronto para ser modelado. E 
cabendo a nós pela primeira vez, de forma 
palpável e inequívoca no atual estágio tec-
nológico, uma parcela importante da capa-
cidade em influir em nosso destino comum.
Urge alinhavá-los dando-lhes consistên-
cia, substância e unidade como força capaz 
de fazer frente aos problemas ambientais 
contemporâneos na sociedade em que vi-
vemos (MORAES, 2009).
2.3 A norma ISO 14000
A ISO 14001 é uma norma internacio-
nalmente reconhecida que define o que 
deve ser feito para estabelecer um Sis-
tema de Gestão Ambiental (SGA) efetivo. 
A norma é desenvolvida com objetivo de 
criar o equilíbrio entre a manutenção da 
rentabilidade e a redução do impacto am-
biental; com o comprometimento de toda 
a organização. Com ela é possível que se-
jam atingidos ambos objetivos.
A origem da norma ISO 14000 se deu 
no início da década de 1990 quando a ISO 
se organizou para criar um conjunto de re-
gras que tratassem da questão ecológica, 
em virtude dos grandes problemas am-
bientais causados pelo grande desenvol-
vimento econômico e industrial.
Veja no quadro abaixo, de forma sim-
plificada, os principais agentes que impul-
sionaram o surgimento das normas am-
bientais:
Quadro 1: Surgimento das normas ambientais.
Fonte: Ribeiro Neto; Tavares e Hoffmann (2008, p.82).
20 21
Em 1993, a ISO reuniu uma grande 
quantidade de profissionais e montou um 
comitê para a criação das normas e deu a 
ele o nome de TC 207 que tinha por objeti-
vo desenvolver as normas ambientais que 
regeriam questõesrelacionadas ao fator 
ambiental (série 14000), esse comitê foi 
dividido em subcomitês que cuidariam de 
áreas específicas no desenvolvimento 
das normas.
TC 207 – Gerenciamento ambiental
Como resultado do trabalho do SC1, 
foram publicadas, em 1996, as normas 
da série ISO 14000 voltadas para gestão 
ambiental, utilizando como referência as 
normas BS 7750 e os requisitos estabe-
lecidos no Sistema Europeu de Ecogestão 
e Auditorias Ambientais (Emas). A versão 
brasileira dessas normas foi publicada 
também em 1996, pela ABNT, estando sob 
a responsabilidade do CB 38 – Comitê Bra-
sileiro de Gestão ambiental. Em dezembro 
de 2004 saiu a segunda edição. 5
O TC 207, por meio de seus diferentes 
comitês, é responsável pela publicação de 
um conjunto distinto de normas.
A série ABNT NBR ISO 14000 é compos-
ta por várias normas que com-plementam 
a ABNT NBR ISO 14001, algumas das quais 
se encontram listadas abaixo.
a) ISO 14004 oferece orientações 
desde a incorporação, implementação e 
manutenção até a melhoria do sistema de 
gestão ambiental, bem como a adaptação 
deste a outros sistemas de gestão. 
b) ISO 14006 é destinada a empre-
sas que implementaram um sistema de 
gestão ambiental em conformidade com a 
ABNT NBR ISO 14001, mas pode integrar a 
concepção ecológica a outros sistemas de 5- Como já dito, em 2011 começou novo processo de revisão e a 
nova norma saiu em 2015.
20 21
gestão.
c) ISO 14064-1 estabelece os princí-
pios e os requisitos a nível organizacional 
para a quantificação e comunicação das 
emissões e compensação de gases de 
efeito estufa (GEE). 
Também é fato que o sistema de ges-
tão ambiental mais difundido é o que tem 
por referência os requisitos estabelecidos 
pela ISO 14001. Segundo pesquisa publi-
cada pela ISO (ISO Survey 2008)6 , até o 
final de 2008 foram emitidos 188.815 
certificados de conformidade, abrangen-
do 155 países e representando um incre-
mento de 18% em relação ao número de 
certificados do ano anterior. O Brasil ocu-
pava a 16ª posição no ranking mundial de 
número de certificados emitidos (RIBEIRO 
NETO; TAVARES; HOFFMANN, 2008).
A ISO 14000 pode ser aplicada em em-
presas de qualquer porte e qualquer ati-
vidade, seja ela indústria, prestadora de 
serviços, agroindústria, empresas públi-
cas ou até empresas de extração, a ISO 
14000 ainda certifica produtos e serviços 
que estejam de acordo com as normas am-
bientais.
Quanto ao momento de sua aplicação: 
esse conjunto de normas pode e deve ser 
aplicado em empresas que tenha qualquer 
tipo de atividade. A consciência ambiental 
é uma tendência que cresce a cada dia e 
que tende a crescer mais ainda, portanto, 
uma empresa que está no mercado e que 
deseja continuar e melhorar seu posicio-
namento no mesmo pode-se utilizar dos 
benefícios dessa certificação.
Em relação ao processo de implantação 
da norma, ele se dá da seguinte forma: a 
empresa precisa se adequar a legislação 
ambiental, para que possa receber a cer-
tificação, que só pode ser concedida me-
diante empresa certificadora especializa-
da para isso. O processo de treinamento 
de colaboradores está inserido na ade-
quação da empresa de um modo geral.
Depois de recebida a certificação a cada 
determinado período de tempo, a empre-
sa passará por auditorias que serão reali-
zadas por órgãos competentes.
São vantagens da implantação da 
ISO 14000:
 identificação da empresa com a cons-
ciência ambiental;
 o efeito da consciência ecológica que 
influenciará os colaboradores.
São pontos fortes da norma:
 redução de desperdícios, pois uma 
empresa com uma visão ambiental, sem-
pre buscará produzir mais produtos e ser-
viços, com menos recursos;
 pode ser considerado fator chave – 
com todas as auditorias e mudanças fei-
tas na empresa por causa da certificação, 
a empresa terá processos mais eficientes, 
isso trará menores custos, melhor qua-
lidade, maior lucro e maior satisfação do 
cliente para com a empresa.
Em contrapartida, temos também 
alguns pontos fracos, mas que po-
dem ser corrigidos:
 necessidade de treinar colaborado-
res de empresas terceirizadas;
 inexperiência dos órgãos certificado-
res.
A relevância da norma reside no fato 
de que: impactos ambientais estão se 
tornando um tema cada vez mais impor-
tante no mundo, com pressão para mini-
6- Dados mais recentes, de acordo com a ISO (http://www.iso.
org/iso/iso-survey), apontam um total de 1.519.952 certifica-
dos emitidos em todo o mundo em 2015, em comparação com 
1.476.504 do ano anterior, um aumento de 3%.
22 23
mizar esse impacto, oriunda de uma série 
de fontes: autoridades governamentais 
locais e nacionais, reguladores, associa-
ções comerciais, clientes, colaboradores 
e acionistas. As pressões sociais também 
aumentam em função da crescente gama 
de partes interessadas, tais como consu-
midores, organizações ambientais e não 
governamentais de minorias (ONGs), uni-
versidades e vizinhos.
Então, a ISO 14001 é relevante para to-
das as organizações, incluindo desde:
 sites únicos até grandes companhias 
multinacionais;
 companhias de alto risco até organi-
zações de serviço de baixo risco;
 indústrias de manufatura, de proces-
so e de serviço; incluindo governos locais;
 todos os setores da indústria incluin-
do setores públicos e privados;
 montadoras e seus fornecedores. 
São benefícios da norma:
 demonstrar conformidade com re-
quisitos legais e regulamentares atuais e 
futuros;
 aumentar o envolvimento da lideran-
ça e o comprometimento dos funcioná-
rios;
 melhorar a reputação da empresa e 
a confiança das partes interessadas me-
diante comunicação estratégica;
 alcançar os objetivos estratégicos 
de negócios através da incorporação de 
questões ambientais na gestão das em-
presas;
 oferecer vantagem competitiva e fi-
nanceira aumentando a eficiência e redu-
zindo custos;
 incentivar a melhoria do desempe-
nho ambiental por parte de fornecedores, 
integrando-os aos sistemas de negócios 
da empresa (ABNT, 2015).
A nova ABNT NBR ISO 14001:2015 
passa a exigir:
 que a gestão ambiental seja mais im-
portante no posicionamento estratégico 
da empresa;
 maior comprometimento da lideran-
ça;
 a implementação de iniciativas proa-
tivas que visem proteger o meio ambien-
te contra danos e degradação, como por 
exemplo, o uso sustentável dos recursos 
e a mitigação das alterações climáticas;
 enfoque no conceito de ciclo de vida 
a fim de garantir que aspectos ambientais 
sejam levados em consideração desde o 
desenvolvimento até o fim da vida útil do 
produto;
 a adoção de uma estratégia de comu-
nicação com foco nas partes interessadas;
 além disso, ela possibilita uma in-
tegração mais fácil a outros sistemas de 
gestão, visto que têm a mesma estrutura 
e os mesmos termos e definições.
2.4 Requisitos do sistema 
de gestão ambiental da ISO 
14001
A FIESP/CIESP (2015) no documento 
que apresenta as mudanças na norma re-
força que o Sistema de Gestão Ambien-
tal implementado segundo a ISO 14001 
permite a obtenção de certificação após 
auditoria por organismo certificador acre-
ditado. Para muitas empresas, obter a 
certificação da ISO 14001 é uma deman-
da de mercado, pois demonstra seu com-
22 23
prometimento com práticas sustentáveis 
e padrões internacionais de gestão am-
biental. Além disso, possibilita a integra-
ção com os demais sistemas de gestão já 
implementados pela empresa ou a serem 
implementados, como, por exemplo, o sis-
tema de gestão da qualidade (ISO 9001).
Pensando naqueles que conhecem a 
norma ABNT ISO 14001:2004, optamos 
por colocar um quadro comparativo entre 
esta e as novidades da versão de 2015.
PLANEJAR
ISO 14001:2015 ISO 14001:2004
Contexto da organização 4 - -
Entendimento da organização 
e seu contexto.4.1 - -
Entendimento das necessida-
des e expectativas das partes 
interessadas.
4.2 - -
Determinação do escopo do 
Sistema de Gestão Ambiental. 4.3 4.1 Requisitos gerais.
Sistema de Gestão Ambiental 4.4 4.1 Requisitos gerais.
Liderança 5 - -
Liderança e 
 comprometimento. 5.1 - -
Política ambiental. 5.2 4.2 Política ambiental.
Regras organizacionais, res-
ponsabilidades e autoridades. 5.3 4.4.1
Recursos, regras, responsabilidade e 
autoridade.
Planejamento. 6 4.3 Planejamento.
Ações para endereçar riscos 
e oportunidades. 6.1 - -
Geral. 6.1.1 - -
Aspectos ambientais 6.1.2 4.3.1 Aspectos ambientais.
Requisitos legais e outros 
requisitos. 6.1.3 4.3.2
Requisitos legais e outros requisitos 
subscritos pela organização.
Planejando ações. 6.1.4 - -
Objetivos ambientais e plane-
jamento para alcançá-los. 6.2 4.3.3 Objetivos, metas e programas.
Objetivos ambientais. 6.2.1 4.3.3 Objetivos, metas e programas.
24 25
Planejando ações para alcan-
çar os objetivos ambientais. 6.2.2 4.3.3 Objetivos, metas e programas.
Apoio 7 4.4 Implementação e operação.
Recursos. 7.1 4.4.1 Recursos, regras, responsabilidade e autoridade.
Competências. 7.2 4.4.2 Competência, treinamento e cons-cientização.
Conscientização. 7.3 4.4.2 Competência, treinamento e cons-cientização.
Comunicação. 7.4 4.4.3 Comunicação.
Geral. 7.4.1 4.4.3 Comunicação.
Comunicação interna. 7.4.2 4.4.3 Comunicação.
Comunicação externa. 7.4.3 4.4.3 Comunicação.
Informação documentada. 7.5 4.4.4 Documentação. 
Geral. 7.5.1 4.4.4 Documentação.
Criação e revisão. 7.5.2
4.4.5 Controle de documentação.
4.5.4 Controle de registro.
Controle de informação 
documentada. 7.5.3
4.4.5 Controle de documentação.
4.5.4 Controle de registro.
EXECUTAR
OPERAÇÃO 8 4.4 Implementação e operação.
Planejamento e controle 
operacional. 8,1 4.4.6 Controle operacional.
Preparação e resposta a 
emergências. 8.2 4.4.7
Preparação e resposta a emergên-
cias.
VERIFICAR
AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO 9 4.5 Avaliação.
Monitoramento, mensuração, 
análise e avaliação 9.1 4.5.1 Monitoramento e mensuração.
Geral. 9.1.1 4.5.1 Monitoramento e mensuração.
Avaliação de conformidade. 9.1.2 4.5.2 Avaliação de conformidade.
Auditoria interna. 9.2 4.5.5 Auditoria interna.
Geral. 9.2.1 4.5.5 Auditoria interna.
Programa de auditoria interna. 9.2.1 4.5.5 Auditoria interna.
24 25
A Figura abaixo representa o modelo do 
sistema de gestão ambiental conforme a 
NBR ISO 14001. A sequência e interação 
proposta dos requisitos possibilitam à or-
ganização a implementação de um siste-
ma, com política e objetivos alinhados aos 
requisitos legais aplicáveis e aos seus as-
pectos ambientais significativos. Adicio-
nalmente, o sistema de gestão ambiental 
está alicerçado em uma abordagem por 
processos, em que é adotada a metodolo-
gia do PDCA - Plan, Do, Check and Act, no 
sentido de promover a melhoria contínua.
Análise crítica. 9.3 4.6 Análise crítica.
AGIR
MELHORIAS 10 - -
Geral. 10.1 - -
Não conformidade e ação 
corretiva. 10.2 4.5.3
Não conformidade, ação corretiva e 
ação preventiva.
Melhoria contínua. 10.3 - -
Quadro 2: Quadro comparativo.
 
Figura 6: Modelo de sistema de gestão ambiental.
Fonte: NBR ISO 14001
Guarde...
A ISO 14001 foi desenvolvida com obje-
tivo de criar o equilíbrio entre a manuten-
ção da rentabilidade e a redução do im-
pacto ambiental com o comprometimento 
de toda a organização, sendo possível que 
sejam atingidos ambos objetivos.
Isto significa que devem ser identifica-
dos os aspectos de seu negócio que im-
pactam o meio ambiente e compreender a 
legislação ambiental relevante à sua situ-
ação. O próximo passo é preparar objeti-
vos para melhoria e um programa de ges-
tão para atingi-los, com análises críticas 
regulares para melhoria contínua. Empre-
sas certificadoras podem periodicamente 
auditar o sistema e, caso conforme, certi-
26 2726
ficar a sua companhia na ISO 14001.
Valem as seguintes dicas para começar 
a colocar em prática a norma ABNT NBR 
ISO 14001:2015.
1º passo – Defina seus objetivos. O que 
você pretende alcançar com essa norma?
2º passo – Obtenha a confiança da alta 
gestão. É essencial que os líderes de sua 
empresa apoiem os objetivos de um siste-
ma de gestão ambiental eficiente e este-
jam comprometidos com o processo.
3º passo – Obtenha uma boa perspec-
tiva dos processos e sistemas existentes 
que influenciam seu impacto ambiental. É 
isso que sustentará o seu sistema de ges-
tão ambiental e lhe permitirá identificar 
mais facilmente eventuais falhas.
26 2727
UNIDADE 3 – Certificação NBR 16000 e 
ISO 26000 – Gestão da Sustentabilidade
3.1 Contextualização das 
certificações
Para entendermos a importância da 
NBR 16000 e ISO 26000, faremos uma 
breve contextualização do panorama so-
cial mundial tomando por base a década 
de 1970, quando a partir da Conferência 
das Nações Unidas sobre o Meio Ambien-
te, o mundo começou a conscientizar-se 
dos problemas oriundos da degradação 
ambiental e passamos a ver de forma di-
ferenciada nossas relações com a nature-
za. Foi apenas um passo, é verdade, mas 
foi um primeiro passo muito importante. 
Afinal de contas, conscientização é o pon-
tapé inicial para mudanças!
De um lado a consciência começando a 
surgir, de outro, a desigualdade social que 
se expandia de maneira acelerada e com 
ela a exclusão social e a violência.
Em decorrência destes dois fatores, 
deparamo-nos, na década de 1990, com 
um novo fenômeno social, qual seja a pro-
liferação do 3º setor: a esfera pública não 
estatal. Somado a isto, ganharam força os 
movimentos da qualidade empresarial e 
dos consumidores. De agente passivo de 
consumo, o consumidor passa a ser agen-
te de transformação social, por meio do 
exercício do seu poder de compra, uso e 
descarte de produtos, de sua capacidade 
de poder privilegiar empresas que tinham 
valores outros, não somente o lucro na 
sua visão de negócios. Assim, sociedade 
civil e empresas passam a estabelecer 
parcerias na busca de soluções, diante da 
convicção de que o Estado sozinho não é 
capaz de solucionar a todos os problemas 
e a responder a tantas demandas (INME-
TRO, 2012).
É diante desta conjuntura que nasce 
o movimento da responsabilidade social. 
Movimento este que vem crescendo e 
ganhando apoio em todo o mundo, e que 
propõe uma aliança estratégica entre 1º, 
2º e 3º setores na busca da inclusão so-
cial, da promoção da cidadania, da pre-
servação ambiental e da sustentabilidade 
planetária, na qual todos os setores têm 
responsabilidades compartilhadas e cada 
um é convidado a exercer aquilo que lhe é 
mais peculiar, mais característico. E, para 
que essa aliança seja possível, a ética e a 
transparência são princípios fundamen-
tais no modo de fazer negócios e de rela-
cionar-se com todas as partes interessa-
das. 
À sociedade civil organizada cabe papel 
fundamental pelo seu poder ideológico 
– valores, conhecimento, inventividade 
e capacidades de mobilização e transfor-
mação.
A responsabilidade social conclama to-
dos os setores da sociedade a assumirem 
a responsabilidade pelos impactos que 
suas decisões geram na sociedade e meio 
ambiente. Nesse sentido, os setores pro-
dutivos e empresariais ganham um papel 
particularmente importante, pelo impac-
to que geram na sociedade e seu poder 
econômico e sua capacidade de formular 
estratégias e concretizar ações. 
Essa nova postura, de compartilhamen-
to de responsabilidades, não implica, en-
28 29
tretanto, em menor responsabilidade dos 
governos, ao contrário, fortalece o papel 
inerente ao governo de grande formula-
dor de políticas públicas de grande alcan-
ce, visando o bem comum e a equidade 
social, aumentando sua responsabilidade 
em bem gerenciar a sua máquina, osre-
cursos públicos e naturais na sua pres-
tação de contas à sociedade. Além disso, 
pode e deve ser o grande fomentador, ar-
ticulador e facilitador desse novo modelo 
que se configura de fazer negócios (INME-
TRO, 2012).
Nesse contexto, o Brasil é um dos pio-
neiros nesse movimento, contribuindo a 
partir da elaboração uma norma nacional 
de responsabilidade social, inicialmente 
a ABNT NBR 16001:2004 e hoje, a ABNT 
NBR 16001:2012 7 - Responsabilidade So-
cial – Sistema de gestão – Requisitos, para 
a qual o Inmetro desenvolveu o Programa 
Brasileiro de Certificação em Responsabi-
lidade Social. O Brasil também liderou, em 
parceria com a Suécia, o Grupo de Traba-
lho da ISO (Internatinal Organization for 
Standardization) incumbido de elaborar a 
ISO 26000:2010 – Diretrizes em respon-
sabilidade social, publicada em 1º de no-
vembro de 2010.
O Inmetro desenvolveu o Programa 
Brasileiro de Certificação em Responsabi-
lidade Social de acordo com a NBR 16001, 
desde a sua primeira versão, e agora de-
finiu um plano de transição (por meio da 
Portaria INMETRO / MDIC número 407 de 
02/08/2012 8 ) para as organizações esta-
belecendo que:
I. As organizações certificadas com 
base na norma ABNT NBR 16001:2004 
podem, a qualquer tempo, a contar da 
data de publicação desta Portaria, migrar 
para a versão atual da norma, mediante 
auditoria.
II. As solicitações de certificação inicial 
poderão continuar a ser concedidas com 
base na norma ABNT NBR 16001:2004 em 
até 12 (doze) meses contados da publica-
ção desta Portaria.
III. As solicitações de recertificação 
poderão continuar a ser concedidas com 
base na norma ABNT NBR 16001:2004 em 
até 24 (vinte e quatro) meses contados da 
publicação desta Portaria.
IV. Todas as certificações vigentes con-
cedidas com base na norma ABNT NBR 
16001:2004 deverão ser migradas para a 
versão atual da norma ou serem cancela-
das no prazo de 36 (trinta e seis) meses, 
contar da data de publicação desta Porta-
ria.
Ou seja:
 até 02 de agosto de 2013, as organi-
zações poderão solicitar certificação ini-
cial com base na norma antiga (ABNT NBR 
16001:2004);
 as empresas já certificadas na primei-
ra versão poderão solicitar recertificação 
até 02 de agosto de 2014;
 a partir de 02 de agosto de 2015, to-
das as organizações deverão ter migrado 
7- A NBR ISO 16001, publicada em 03 de julho de 2012, com va-
lidade a partir de 03 de agosto de 2012, estabelece os requisitos 
mínimos relativos a um sistema de gestão da responsabilida-
de social, permitindo que a organização formule e implemen-
te uma política e objetivos que levem em conta seus compro-
missos com: a) a responsabilização; b) a transparência; c) o 
comportamento ético; d) o respeito pelos interesses das partes 
interessadas; e) o atendimento aos requisitos legais e outros 
requisitos subscritos pela organização; f) o respeito às normas 
internacionais de comportamento; g) o respeito aos direitos 
humanos; e, h) a promoção do desenvolvimento sustentável. 
(http://www.abntcatalogo.com.br/norma.aspx?ID=091309)
8- http://www.inmetro.gov.br/legislacao/rtac/pdf/RTAC001888.
pdf
28 29
para a versão de 2012.
A Norma propõe uma visão holística, 
em que as questões essenciais de gover-
nança organizacional são: direitos huma-
nos; práticas trabalhistas, práticas justas 
de operações; questões do consumidor, 
ambiente, envolvimento e desenvolvi-
mento da comunidade, conforme ilustra-
do abaixo:
Figura 7: Princípios de Responsabilidade Social.
Fonte: ISO 26000.
A norma define responsabilidade social 
como sendo a responsabilidade de uma 
organização pelos impactos de suas deci-
sões e atividades na sociedade e no meio 
ambiente, por meio de um comportamen-
to ético e transparente que:
 contribua para o desenvolvimento 
sustentável, inclusive a saúde e o bem-
-estar da sociedade;
 leve em consideração as expectati-
vas das partes interessadas;
 esteja em conformidade com a legis-
lação aplicável;
 seja consistente com as normas in-
ternacionais de comportamento;
 esteja integrada em toda a organiza-
ção e seja praticada em suas relações.
Os princípios que regem a norma 
são os seguintes:
 accountability (responsabiliza-
ção) – assumir voluntariamente as res-
ponsabilidades pelas consequências de 
suas ações e decisões, respondendo pe-
los seus impactos na sociedade e no meio 
ambiente, prestando contas aos órgãos 
de governança e demais partes interessa-
das;
30 31
 transparência – fornecer às partes 
interessadas de forma acessível, clara, 
compreensível e em prazos adequados 
todas as informações sobre os fatos que 
possam afetá-las;
 comportamento ético – agir de 
modo aceito como correto pela sociedade 
e de forma consistente com as normas in-
ternacionais de comportamento;
 considerações pelas partes inte-
ressadas (stakeholders) – ouvir, con-
siderar e responder aos interesses das 
pessoas ou entidades que tenham um 
interesse identificável nas atividades da 
organização;
 respeito ao Estado de Direito – 
ponto de partida mínimo para ser consi-
derado socialmente responsável, cumprir 
integralmente as leis do local onde está 
operando;
 respeito às Normas Internacionais 
de Comportamento – adotar prescrições 
de tratados e acordos internacionais fa-
voráveis à responsabilidade social, mes-
mo que não obrigada por lei;
 direito humanos – reconhecer a im-
portância e a universalidade dos direitos 
humanos, cuidando para que as ativida-
des da organização não os agridam direta 
ou indiretamente, zelando pelo ambiente 
econômico, social e natural que requerem.
São temas centrais desta norma:
a) Governança organizacional: tra-
ta de processos e estruturas de tomada 
de decisão, delegação de poder e contro-
le. O tema é, ao mesmo tempo, algo sobre 
o qual a organização deve agir e uma for-
ma de incorporar os princípios da respon-
sabilidade social à sua forma de atuação 
cotidiana.
b) Direitos humanos: inclui verifica-
ção de obrigações e de situações de risco; 
resolução de conflitos; direito civis, polí-
ticos, econômicos, sociais e culturais; di-
reitos fundamentais do trabalho; evitar a 
cumplicidade e a discriminação; e cuidado 
com os grupos vulneráveis.
c) Práticas trabalhistas: refere-se 
tanto a emprego direto quanto ao tercei-
rizado e ao trabalho autônomo. Inclui em-
prego e relações do trabalho; condições 
de trabalho e proteção social; diálogo so-
cial; saúde e segurança ocupacional; de-
senvolvimento humano dos trabalhado-
res.
d) Meio ambiente: inclui prevenção 
da poluição; uso sustentável de recursos; 
combate e adaptação às mudanças climá-
ticas; proteção e restauração do ambien-
te natural; e os princípios da preocupação, 
do ciclo de vida, da responsabilidade am-
biental e do “poluidor pagador”.
e) Práticas operacionais justas: 
compreende combate à corrupção; en-
volvimento político responsável; concor-
rência e negociação justas; promoção da 
responsabilidade social na esfera da influ-
ência da organização e respeito aos direi-
tos de propriedade.
f) Questões dos consumidores: in-
clui práticas justas de negócios, marke-
ting e comunicação; proteção à saúde e a 
segurança do consumidor; consumo sus-
tentável; serviço e suporte pós-forneci-
mento; privacidade e proteção de dados; 
acesso a serviços essenciais; educação e 
conscientização.
g) Envolvimento com a comunida-
30 31
de e seu desenvolvimento: refere-se ao 
envolvimento com a comunidade; inves-
timento social; desenvolvimento tecno-
lógico; investimento responsável; criação 
de empregos; geração de riqueza e renda; 
promoção e apoio à saúde, à educação e à 
cultura.
Segundo Carvalho e Miguel (2012), ba-
seando-se em dados do INMETRO, a ISO 
26000 é uma norma de diretrizes, sem o 
objetivo da certificação, com o propósito 
de ser aplicávela todos os tipos e porte de 
organizações (pequenas, médias, e gran-
des) e de todos os setores (governo, ONGs 
e empresas privadas). A estrutura com-
preende as seguintes partes:
1º. Introdução – fornece informações 
sobre o conceito da norma de diretrizes e 
os motivos de sua elaboração.
2º. Escopo – define o assunto da nor-
ma, sua abrangência e os limites de sua 
aplicabilidade.
3º. Referências normativas – apre-
senta uma lista de documentos que de-
vem ser lidos juntamente com a norma de 
diretrizes; e escopo.
4º. Termos e definições – identifica os 
termos usados na norma que precisam ser 
definidos e fornece tais definições.
5º. O contexto da responsabilida-
de social em que as organizações atu-
am – apresenta os contextos histórico e 
contemporâneo relacionados ao tema e 
também coloca questões emergentes da 
natureza do conceito de responsabilidade 
social.
6º. Princípios de responsabilidade 
social relevantes a todas as organiza-
ções – identifica um conjunto de princí-
pios de responsabilidade social extraídos 
de várias fontes e fornece diretrizes em 
relação a eles.
7º. Diretrizes sobre temas de res-
ponsabilidade social – oferece orienta-
ção separada em uma gama de assuntos/
questões centrais e as relaciona às orga-
nizações.
8º. Diretrizes para todas as organi-
zações na implementação da respon-
sabilidade social – fornece diretrizes 
práticas para a implementação da respon-
sabilidade social e sua integração com a 
organização.
9º. Anexos – apresenta uma relação de 
ferramentas existentes no campo dos te-
mas que a norma aborda. Anexo A – apre-
senta um cardápio de algumas iniciativas 
e ferramentas voluntárias relacionadas à 
RS, de caráter regional ou internacional, 
identificadas à época. Anexo B – contém 
abreviaturas usadas na norma.
3.2 Programa Brasileiro de 
Certificação em Responsa-
bilidade Social
Em 2006, o INMETRO publicou atra-
vés da Portaria INMETRO n.º 027, de 
09/02/2006, um Regulamento de Ava-
liação da Conformidade (RAC) com base 
na NBR 16001 – Responsabilidade Social 
– Requisitos. O processo de elaboração 
do RAC foi extremamente participativo e 
contou com o apoio e envolvimento de to-
dos os setores da sociedade. 9
Em abril de 2007 foi, oficialmente, lan-
9- Hoje está em vigor a Portaria n.º 618 de 21/12/2015, a qual 
pode ser encontrada na íntegra no site: http://www.inmetro.
gov.br/legislacao/rtac/pdf/RTAC002352.pdf. É preciso ficar 
atento, pois estas portarias são revogadas e outras surgem em 
intervalos muito pequenos.
32 33
çado o Programa Brasileiro de Avaliação 
da Conformidade em Responsabilidade 
Social, juntamente com a entrega do 1.º 
Certificado.
Hoje o Brasil já conta com 21 empresas 
certificadas e 3 organismos de certifica-
ção dentro do Sistema Brasileiro de Ava-
liação da Conformidade, a saber:
- FCAV – Fundação Carlos Alberto Van-
zolini;
- BRTUV Avaliações da Qualidade S.A.;
- BVQI do Brasil Sociedade Certificado-
ra Ltda (INMETRO, 2012; CARVALHO; MI-
GUEL, 2012, p. 425).
Em 2011, foi realizada uma pesquisa 
com organizações certificadas na norma 
ABNT NBR 16001:2004, pesquisa esta 
decidida pela ABNT/CEE RS sendo recebi-
das respostas de 16 organizações certifi-
cadas.
Vale a pena conferir os resultados com-
pilados dessa pesquisa.
Quanto ao nível de dificuldade de im-
plantação de cada requisito da norma veja 
o gráfico abaixo:
 
Gráfico 1: Nível de dificuldade de implantação de cada requisito da norma.
Fonte: http://www.inmetro.gov.br/qualidade/responsabilidade_social/palestras/pesquisa_com_organizacoes_
certificadas.pdf
32 33
Quanto às necessidades de mudanças nos requisitos da norma:
Gráfico 2: Necessidades de mudanças nos requisitos da norma.
Fonte: http://www.inmetro.gov.br/qualidade/responsabilidade_social/palestras/pesquisa_com_organizacoes_cer-
tificadas.pdf
Metade dos respondentes concordou 
que a norma deve conter requisitos de de-
sempenho, enquanto a outra metade não 
concordou.
Quanto à contribuição da norma para 
melhorar o relacionamento da organiza-
ção com algumas das partes interessadas, 
56% concordaram totalmente; 38% con-
cordaram parcialmente e 6% não avalia-
ram.
Sobre a certificação ter contribuído 
para melhorar a capacidade da organi-
zação de atrair e manter trabalhadores, 
50% concordaram totalmente, 31% con-
cordaram parcialmente, para 13% foi in-
diferente e 6% não avaliaram.
Em relação a melhorar a capacidade 
da organização em atrair e manter seus 
clientes/usuários, 44% concordaram par-
cialmente, 25% totalmente, para 25% foi 
indiferente e 6% não avaliaram. Quanto 
às contribuições da norma para melhorar 
ou fortalecer a imagem e reputação da or-
ganização, 63% concordaram totalmente 
e 37% concordaram parcialmente. 69% 
concordaram totalmente que a norma 
agrega valor para a organização.
Valores que mostram a aceitação e im-
portância da norma para as organizações!
34 35
UNIDADE 4 – Certificação OHSAS 18000 
– Segurança e Saúde Ocupacional
34
Segundo a BSI (2013), muitas organi-
zações estão implementando um Sistema 
de Gestão de Saúde e de Segurança Ocu-
pacional (SGSSO) como parte de sua es-
tratégia de gestão de riscos para lidar com 
mudanças na legislação e proteger seus 
colaboradores.
Um SGSSO promove um ambiente de 
trabalho seguro e saudável através de 
uma estrutura que permite à sua organi-
zação identificar e controlar consistente-
mente seus riscos à saúde e segurança, 
reduzir o potencial de acidentes, auxiliar 
na conformidade legislativa e melhorar o 
desempenho geral.
A OHSAS 18001:2007 é uma especi-
ficação de auditoria internacionalmente 
reconhecida para sistemas de gestão de 
saúde ocupacional e segurança. Foi de-
senvolvida por um conjunto de organis-
mos comerciais líderes, organismos inter-
nacionais de normas e certificação com 
foco em uma lacuna para a qual não existe 
uma norma internacional certificável por 
organismos certificadores.
A OHSAS 18001 foi desenvolvida com 
compatibilidade com a ISO 9001 e a ISO 
14001, para ajudar a organização a cum-
prir com suas obrigações de saúde e se-
gurança de um modo eficiente, o que se 
dá mediante formulação de uma política 
e objetivos para a saúde ocupacional e a 
segurança, baseada nos conceitos de me-
lhoria contínua e conformidade regulató-
ria.
A OHSAS 18001 foca as seguintes áre-
as chave:
 planejamento da identificação de pe-
rigos, avaliação de riscos e controle dos 
riscos;
 estrutura e responsabilidade;
 treinamento, conscientização e com-
petência;
 consulta e comunicação;
 controle operacional;
 prontidão e resposta a emergências;
 medição de desempenho, monitora-
mento e melhoria.
A OHSAS 18001 pode ser adotada por 
qualquer organização que deseja imple-
mentar um procedimento formal para re-
dução dos riscos associados com saúde e 
segurança no ambiente de trabalho para 
os colaboradores, clientes e o público em 
geral (BSI, 2013).
Carvalho e Miguel (2012) também con-
firmam que a certificação OHSAS 18001 
(Occupational Health and Safety Asses-
sment Series) demonstra o compromisso 
de uma organização com a segurança, hi-
giene e saúde no trabalho, alinhado com a 
legislação vigente. A OHSAS 18001 pode 
ser adotada por organizações de quais-
quer porte e natureza que desejam imple-
mentar um sistema formal de gestão para 
redução dos riscos associados com saúde 
e segurança no ambiente de trabalho para 
os colaboradores, clientes e o público em 
geral.
A norma especifica requisitos desen-
volvidos em conjunto por um grupo de 
organismos de normalização nacionais na 
Austrália, Inglaterra, Irlanda, dentre ou-
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tros, de organismos de certificação inter-
nacionais (BVQI, DNY, Lloyds, SGS, entre 
outros) e outras partes interessadas.
Um sistema de gestão de saúde e se-
gurança

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