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ABC da Análise Técnica

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ABC da Análise Técnica 
 
 
 
 
 
 
 
 
Portal de Bolsa 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Índice 
 
1 OBJECTIVOS 7 
2 O QUE É A ANÁLISE FUNDAMENTAL? 7 
3 O QUE É A ANÁLISE TÉCNICA? 9 
3.1 OS GRÁFICOS DE LINHA, BARRAS, CANDLESTICK E PONTOS 11 
3.1.1 GRÁFICOS DE LINHAS 13 
3.1.2 GRÁFICO DE BARRAS 14 
3.1.3 GRÁFICO CANDLESTICK 15 
3.1.4 GRÁFICO DE PONTOS 16 
3.2 AS COTAÇÕES E O VOLUME 16 
3.3 O QUE É UM SUPORTE E UMA RESISTÊNCIA? 17 
3.4 O QUE É UMA LINHA DE TENDÊNCIA? 18 
3.5 O QUE É UMA MÉDIA MÓVEL? 21 
3.6 INDICADOR MACD 23 
3.7 LINHA S/D 25 
3.8 RSI - RELATIVE STRENGTH INDEX 26 
3.9 O INDICADOR ESTOCÁSTICO 28 
3.10 AS BANDAS DE BOLLINGER 31 
3.11 GRÁFICOS PADRÃO 32 
3.11.1 «A CABEÇA E OS OMBROS» 32 
3.11.2 «A CABEÇA E OS OMBROS INVERTIDOS» 34 
3.11.3 FORMAÇÃO EM TRIÂNGULO DESCENDENTE 34 
3.11.4 FORMAÇÃO EM TRIÂNGULO ASCENDENTE 36 
3.11.5 FORMAÇÃO EM TRIÂNGULO SIMÉTRICO 38 
3.11.6 O RECTÂNGULO 40 
3.11.7 O TOPO TRIPLO 41 
3.11.8 O FUNDO TRIPLO 43 
3.11.9 O TOPO DUPLO 44 
3.11.10 O FUNDO DUPLO 45 
3.11.11 FUNDO ARREDONDADO 47 
3.11.12 RISING WEDGE 48 
3.11.13 FALLING WEDGE 49 
3.11.14 BUMP AND RUN REVERSAL 50 
3.11.15 CANAL DE TENDÊNCIA 52 
3.12 ADX - AVERAGE DIRECTIONAL INDEX 53 
3.13 COMMODITY CHANNEL INDEX (CCI) 55 
3.14 CHAIKIN MONEY FLOW 57 
3.15 PRICE RELATIVE 60 
3.16 RABBITT Q-STOCKRANK 63 
3.17 PERCENTAGE VOLUME OSCILLATOR (PVO) 66 
3.18 AVERAGE TRUE RANGE 69 
3.19 WILLIAMS %R 74 
3.20 CBOE VOLATILITY INDEX (VIX) 76 
3.21 INDICADOR E OSCILADOR AROON 78 
3.22 PREÇO POR VOLUME 80 
3.23 TRIN 81 
3.24 DESVIO-PADRÃO 82 
3.25 OSCILADOR DE PREÇO 86 
3.25.1 OSCILADOR PREÇO ABSOLUTO (OPA) 86 
3.25.2 OSCILADOR PREÇO PERCENTUAL (OPP) 87 
3.25.3 DIFERENÇAS ENTRE O OPP E O OPA 88 
3.26 OSCILADOR DE CHAIKIN 91 
3.27 STOCHRSI 95 
3.28 ZIG ZAG 98 
3.29 TEORIA DAS ONDAS DE ELLIOT 101 
3.30 ESCALAS: «SEMI-LOG» OU ARITMÉTICA 103 
3.31 FORMAÇÕES 105 
3.31.1 «CHÁVENA E ASA» 109 
3.31.2 «BANDEIRAS E BANDEIROLAS» 113 
3.32 CANDLESTICKS 116 
3.32.1 MARUBOZUS E «SPINNING TOPS» 118 
3.32.2 DOJI 120 
3.32.3 AS FORMAÇÕES DE CANDLESTICKS 125 
3.32.4 «HAMMER» E «HANGING MAN» 128 
3.32.5 CANDLESTICKS E SUPORTE 135 
3.32.6 CANDLESTICKS E RESISTÊNCIA 138 
3.32.7 INVERSÕES BULLISH COM CANDLESTICKS 141 
3.32.8 INVERSÕES COM CANDLESTICKS BEARISH 150 
4 «AS LEIS DE MURPHY» 162 
5 A TRANSFORMADA DE FOURIER APLICADA NO MERCADO DE CAPITAIS164 
6 «AS 10 REGRAS DE OURO DO ANALISTA TÉCNICO» 165 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Índice de gráficos 
 
Gráfico 1 - Bullish ___________________________________________________________________ 10 
Gráfico 2 – Linha de suporte ___________________________________________________________ 10 
Gráfico 3 – Gráfico de cotações ________________________________________________________ 12 
Gráfico 4 – Gráfico diário vs. Mensal ___________________________________________________ 13 
Gráfico 5 – Gráfico de linha ___________________________________________________________ 14 
Gráfico 6 – Gráfico de barras _________________________________________________________ 14 
Gráfico 7 - Candlestick _______________________________________________________________ 15 
Gráfico 8 – Gráfico de pontos __________________________________________________________ 16 
Gráfico 9 – Resistência e Suporte _______________________________________________________ 17 
Gráfico 10 – Linha de tendência ascendente ______________________________________________ 19 
Gráfico 11 - Linha de tendência a curto prazo _____________________________________________ 20 
Gráfico 12 - Exemplo de rompimento da linha descendente __________________________________ 21 
Gráfico 13 – Média Móvel ____________________________________________________________ 21 
Gráfico 14 – Linha de trigger a picotado _________________________________________________ 23 
Gráfico 15 – Exemplo MACD __________________________________________________________ 24 
Gráfico 16 – Exemplo da linha S/D______________________________________________________ 25 
Gráfico 17 – Exemplo análise RSI ______________________________________________________ 27 
Gráfico 18 – Índice Estocástico ________________________________________________________ 28 
Gráfico 19 – Sinais de compra e venda no RSI _____________________________________________ 30 
Gráfico 20 – Divergências em RSI ______________________________________________________ 30 
Gráfico 21– Bandas de Bollinger ______________________________________________________ 31 
Gráfico 22 – Gráfico “cabeça e ombros” _________________________________________________ 33 
Gráfico 23 – Gráfico “cabeça e ombros invertidos” ________________________________________ 34 
Gráfico 24 – Gráfico triângulo descendente _______________________________________________ 35 
Gráfico 25 – Cálculo do price target (bearish) _____________________________________________ 36 
Gráfico 26 – Gráfico triângulo ascendente ________________________________________________ 37 
Gráfico 27 – Calculo do price target (bullish) _____________________________________________ 38 
Gráfico 28 – Gráfico triângulo simétrico _________________________________________________ 39 
Gráfico 29– Gráfico rectângulo ________________________________________________________ 40 
Gráfico 30– Gráfico topo triplo ________________________________________________________ 42 
Gráfico 31– Gráfico fundo triplo _______________________________________________________ 43 
Gráfico 32– Gráfico topo duplo ________________________________________________________ 44 
Gráfico 33 – Gráfico fundo duplo _______________________________________________________ 46 
Gráfico 34 – Gráfico fundo arredondado _________________________________________________ 47 
Gráfico 35 – Gráfico rising wedge ______________________________________________________ 48 
Gráfico 36 – Gráfico falling wedge ______________________________________________________ 49 
Gráfico 37 – Gráfico bump and run reversal ______________________________________________ 51 
Gráfico 38 – Gráfico canal de tendência _________________________________________________ 52 
Gráfico 39 – Gráfico canal de tendência (linha de canal) ____________________________________ 53 
Gráfico 40 – Exemplo de análise de ADX _________________________________________________ 54 
Gráfico 41 – Gráfico CCI – Commodity channel index ______________________________________ 56 
Gráfico 42 – Chaikin Money Flow ______________________________________________________ 57 
Gráfico 43 – CMF – análise 1 __________________________________________________________ 59 
Gráfico 44 – CMF – análise 2 __________________________________________________________ 60 
Gráfico 45 – Price relative ____________________________________________________________ 61 
Gráfico 46 – Price relative – análise 1 ___________________________________________________ 62 
Gráfico 47 – PVO – Percentage volume oscillator, análise 1 __________________________________ 67 
Gráfico 48 – PVO – Percentage volume oscillator, análise 2 __________________________________ 68 
Gráfico 49– Calculo de TR: Exemplo 1 __________________________________________________ 72 
Gráfico 50 – Cálculo TR: Exemplo 2 ____________________________________________________ 73 
Gráfico 51 – William %R: Aplicação ____________________________________________________ 75 
Gráfico 52 – Relação inversa entre VIX e o mercado ________________________________________ 77 
Gráfico 53 – Oscilador Aroon __________________________________________________________ 80 
Gráfico 54 – Preço por volume _________________________________________________________ 81 
Gráfico 55 - TRIN ___________________________________________________________________ 82 
Gráfico 56 – Desvio padrão: análise 1 ___________________________________________________ 84 
Gráfico 57 – Desvio padrão: análise 2 ___________________________________________________ 85 
Gráfico 58 – Exemplo de OPA _________________________________________________________ 86 
Gráfico 59 – OPP: Oscilador de preço percentual __________________________________________ 87 
Gráfico 60 – Diferenças entre oOPP e OPA ______________________________________________ 88 
Gráfico 61 - Diferenças entre o OPP e OPA: Exemplo 1 _____________________________________ 89 
Gráfico 62 - Diferenças entre o OPP e OPA: Exemplo2 _____________________________________ 90 
Gráfico 63 – Histograma OPP _________________________________________________________ 91 
Gráfico 64 – Oscilador de Chaikin e divergências __________________________________________ 92 
Gráfico 65 – Oscilador de Chaikin e divergência positiva ____________________________________ 94 
Gráfico 66 – Oscilador de Chaikin e divergência negativa ___________________________________ 94 
Gráfico 67 – RSI: Exemplo ____________________________________________________________ 97 
Gráfico 68 – Elliot wave ______________________________________________________________ 99 
Gráfico 69 - Retracements ____________________________________________________________ 100 
Gráfico 70 – Exemplo de ciclo de Elliot _________________________________________________ 103 
Gráfico 71 – Diferenças de escalas (semi-log ou aritmética) _________________________________ 104 
Gráfico 72 - Inversão “cabeça e ombros” de 7 meses __________________________________ 106 
Gráfico 73 – Exemplo de gráfico ombro cabeça ___________________________________________ 107 
Gráfico 74 – Exemplo de leitura de formações ____________________________________________ 108 
Gráfico 75 – Gráfico “Chávena e Asa” _________________________________________________ 110 
Gráfico 76 – Gráfico Chaikin Money Flow com formação ___________________________________ 112 
Gráfico 77 – Gráfico exemplificativo de “pennants” _______________________________________ 113 
Gráfico 78 – Gráfico exemplificativo de “Flags” __________________________________________ 115 
Gráfico 79 – Gráfico de candlesticks ___________________________________________________ 117 
Gráfico 80 - Piercing patern – exemplo 1 _______________________________________________ 132 
Gráfico 81 – Piercing patern – exemplo 2 _______________________________________________ 133 
Gráfico 82 – Morning doji star ________________________________________________________ 134 
Gráfico 83 – Doji marca suporte e resistência ____________________________________________ 136 
Gráfico 84 – Bullish engulfing marca suporte ____________________________________________ 137 
Gráfico 85 – Hammer marca suporte ___________________________________________________ 137 
Gráfico 86 – Doji marca a resistência __________________________________________________ 139 
Gráfico 87 – Dark cloud cover marca a resistência ________________________________________ 140 
Gráfico 88 – Shooting stars marcam resistência __________________________________________ 140 
Gráfico 89 – Analise de um possível bullush engulfing ______________________________________ 142 
Gráfico 90 – Análise de bullish engulfing ________________________________________________ 143 
Gráfico 91 – Exemplo de confirmação de bullish __________________________________________ 144 
Gráfico 92 – Inversão sinalizada: bullish engulfing ________________________________________ 145 
Gráfico 93 – Piercing pattern _________________________________________________________ 146 
Gráfico 94 – Harami: Bullish _________________________________________________________ 147 
Gráfico 95 – Inversão sinalizada por um Hammer _________________________________________ 148 
Gráfico 96 – Mourning doji star _______________________________________________________ 149 
Gráfico 97 – Abandoned baby (bull) ____________________________________________________ 150 
Gráfico 98 – Dark cloud cover ________________________________________________________ 151 
Gráfico 99 – Confirmação bearish pela resistência ________________________________________ 153 
Gráfico 100 – Dark cloud cover: confirmação bearish _____________________________________ 154 
Gráfico 101 – Bearish engulfing _______________________________________________________ 155 
Gráfico 102 – Dark cloud cover _______________________________________________________ 156 
Gráfico 103 – Shooting star __________________________________________________________ 157 
Gráfico 104 – Bearish harami: exemplo 1 _______________________________________________ 158 
Gráfico 105 – Bearish harami: exemplo 2 _______________________________________________ 159 
Gráfico 106 – Evening star ___________________________________________________________ 160 
Gráfico 107 – Abandoned baby (bear) __________________________________________________ 161 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Índice de figuras 
 
Figura 1 – Peso relativo para cada modelo de QSR Technical Sub-rank _________________________ 64 
Figura 2 – Peso relativo de cada modelo de QSR Earnings Sub-Rank ___________________________ 65 
Figura 3 – TR – True Range ___________________________________________________________ 70 
Figura 4 – Ondas de Elliot ___________________________________________________________ 101 
Figura 5 – Sub-ondas de Elliot ________________________________________________________ 102 
Figura 6 - Candlestick _______________________________________________________________ 116 
Figura 7 – Candlesticks compridas e curtas ______________________________________________ 118 
Figura 8 - Mazubozu ________________________________________________________________ 119 
Figura 9 – Sombras compridas ________________________________________________________ 119 
Figura 10 – Spinning tops ____________________________________________________________ 120 
Figura 11 - Doji ___________________________________________________________________ 121 
Figura 12 - Long white candle + doji __________________________________________________ 122 
Figura 13 – Long black candle + doji ___________________________________________________ 122 
Figura 14 – Long-legged doji _________________________________________________________ 123 
Figura 15 – Grave-stone doji _________________________________________________________ 124 
Figura 16 – Tipos de candlesticks ______________________________________________________ 125 
Figura 17 – High low sequence ________________________________________________________ 126 
Figura 18 – Star position ____________________________________________________________ 127 
Figura 19 – Harami position __________________________________________________________ 128 
Figura 20 – Shooting star e inverted hammer _____________________________________________ 130 
Figura 21 – Shooting star ____________________________________________________________ 131 
Figura 22 – Inverted hammer _________________________________________________________ 131 
Figura 23 – Bullish engulfing pattern ___________________________________________________ 134 
 
 
 
Índice de tabelas 
 
Tabela 1 – Calculo da linha S/D ________________________________________________________ 26 
Tabela 2 – Exemplos para calculo do TRIN _______________________________________________ 81 
Tabela 3 – Calculo de desvio padrão ____________________________________________________ 83 
 
 
 
 
ABC Análise Técnica Porta de Bolsa 7 
1 Objectivos 
 
 
O “ABC da Análise Técnica” trará a explicação detalhada dos mais importantes 
conceitos da análise técnica. De facto, apesar de uma pequena minoria da 
visitantes do Portal de Bolsa dominar esta temática, o que se verifica é que a 
maior parte das pessoas desconhece em absoluto os indicadores que os 
profissionais da Bolsa utilizam para avaliar o mercado. 
 
A maior parte dos investidores da Bolsa investe em função das notícias do dia 
seguinte ou de rumores ou tão somente baseado numa análise fundamental do 
contexto sócio-económico e mesmo político em que a empresa em questão se 
insere. Por exemplo, o simples facto de ser anunciado que a taxa de 
desemprego nos Estados Unidos está a aumentar significativamente, posiciona 
o mercado numa tendência de descida (bearish). Caso o mercado saiba que os 
lucros de um dado título são acima das expectativas imediatamente reage e faz 
subir acotação do título. São neste tipo de notícias que a maior parte dos 
investidores baseia a sua estratégia de investimento. Mas existe um outro tipo 
de análise essencial para quem está de uma forma profissional no mercado: a 
Análise Técnica. 
 
A Análise Técnica é o estudo das cotações de um título usando para isso a 
análise gráfica e a análise de indicadores técnicos. O objectivo primário deste 
tipo de análise é a análise histórica das cotações, por forma a prever a 
evolução mais provável da cotação. A Análise Técnica é em parte uma arte, em 
parte uma ciência. Os analistas técnicos tentam sentir o pulsar do mercado 
recorrendo a conceitos matemáticos complexos, à teoria das probabilidades e a 
outros indicadores O comportamento da massa de investidores é complexo 
mas a identificação de padrões de comportamento é essencial para que os 
analistas técnicos entrem no mercado com um risco minorado. 
 
A Análise Técnica não substitui a Análise Fundamental mas é um excelente 
complemento para os investidores que querem melhorar ainda mais a sua 
performance em Bolsa. 
 
 
2 O que é a Análise Fundamental? 
 
Para analisar o mercado de capitais e os títulos que o compõem, os analistas 
recorrem igualmente à AF (Análise Fundamental) para complementar o estudo 
da AT (Análise Técnica). E o que é a AF? A Análise Fundamental é o estudo da 
envolvente sócio-económica e política que envolve a empresa com o objectivo 
de determinar o valor da empresa. 
 
Assim, a AF envolve quatro passos básicos: 
 
1. Estudo da economia 
2. Estudo do sector de actividade em que a empresa está envolvida 
 
ABC Análise Técnica Porta de Bolsa 8 
3. Estudo dos rácios da empresa 
 
Comecemos por avaliar o primeiro ponto. Não há nenhuma empresa que possa 
dissociar a estratégia do negócio face à envolvente macro-económica. A 
evolução da inflação, do índice do desemprego, das taxas de juro, do mercado 
cambial são indicadores que influenciam a actividade da empresa 
decisivamente. E note-se que não são apenas os indicadores do país onde a 
empresa se insere. Com a globalização, as empresas podem ser afectadas por 
indicadores de outros países que se encontram a milhares de quilómetros de 
distância da empresa e que até podem não ter qualquer relação directa com a 
empresa. Por exemplo: caso as taxas de juro aumentem, a cotação das 
empresas em bolsa tenderá a diminuir pois o endividamento das empresas 
tenderá a aumentar. Essa é a reacção típica do mercado de capitais. 
 
Segundo ponto: o sector de actividade. A empresa pode ser bem gerida, ter 
óptimos rácios mas se a envolvente no sector de actividade for negativa, o 
mercado de capitais geralmente reage e penaliza a empresa em Bolsa. Um 
exemplo: o sector da construção civil e obras públicas em Portugal está um 
pouco estagnado após o boom de obras a que o país assistiu no seguimento 
da realização da Expo. Os concursos públicos diminuíram e consequentemente 
as empresas deste sector ressentem-se. Basta olhar por exemplo o caso da 
Mota & Companhia. Outro exemplo: a indústria tabaqueira nos Estados Unidos 
tem sido penalizada em Bolsa pela perspectivas de que os inúmeros processos 
em tribunal contra empresas do sector venham a provocar a atribuição de 
elevadas indemnizações a pessoas que sofrem de cancro. Outro exemplo: 
analise-se a evolução das cotações das empresas do sector da Banca em 
Portugal. É perceptível que o início do processo de concentração acelerou os 
rumores, as OPAs, as contra-OPAs e as parcerias. Consequência imediata: 
alguns títulos tiveram valorizações muito grandes (o BANIF por exemplo) sem 
que nada aparentemente o justificasse. 
 
Outro aspecto decisivo na avaliação fundamental de uma empresa é a análise 
dos seus rácios. Dois dos indicadores mais estudados são o PER (Price 
Earning Ratio) e o EPS (Earning per Share). O primeiro é obtido dividindo a 
cotação do título pelo resultado líquido por acção, que é precisamente o EPS. 
Na análise fundamental é habitual comparar o PER da empresa com o PER de 
outras empresas do mesmo sector de actividade. 
 
A maior virtude da Análise Fundamental é que permite avaliar correctamente 
qualquer título no longo prazo. Habitualmente este tipo de análise premeia os 
investidores pacientes que escolheram o sector de actividade ou a empresa 
através desta análise. No entanto, esta análise peca por muitas vezes estar 
desfasada face aos valores actuais de mercado. Uma empresa pode ter 
excelentes rácios e por razões que têm a haver somente com o momento do 
mercado de capitais, podem ter uma cotação que difere bastante do valor que 
a AF antevê para o título em questão. 
 
 
 
 
ABC Análise Técnica Porta de Bolsa 9 
3 O que é a análise Técnica? 
 
A Análise Técnica é a análise das cotações históricas tendo em vista prever as 
evoluções futuras das cotações de um título. A Análise Técnica parte de 
diversas premissas que passamos a analisar: 
a. A cotação de um título desconta tudo: Charles Dow é considerado o 
pai da Análise Técnica. Por essa razão, muitas das teorias da análise 
técnica assentam na teoria de Dow. Talvez a mais importante seja a de 
que o mercado desconta tudo. Na prática, um analista técnico crê que a 
cotação presente de um título reflecte toda a informação que se conhece 
acerca do mesmo. 
b. As variações das cotações não são aleatórias: a maior parte dos 
analistas técnicos crê que as cotações evoluem segundo tendências. No 
entanto, os analistas técnicos também concordam que podem existir 
períodos de tempo em que as cotações podem não seguir qualquer 
tendência definida. Ainda assim, a preocupação do analista é identificar 
correctamente a tendência de forma a investir correctamente. 
c. O analista preocupa-se com «QUANTO?» e não com o «PORQUÊ?»: 
o analista técnico não estuda a envolvente fundamental de uma empresa 
mas sim o histórico das cotações e da tendência das mesmas. A sua 
preocupação não é saber porque é que as cotações subiram mas sim 
identificar a subida antes que esta ocorra. 
A análise técnica parte de uma perspectiva generalista até chegar à análise da 
empresa. Assim, o analista deve iniciar o seu estudo pelo sector de mercado 
em que a empresa se insere para depois estudar a empresa propriamente dita. 
A análise deve partir da análise de longo prazo para depois analisar a evolução 
de curto prazo quer do sector de actividade quer da empresa propriamente dita. 
O analista tem basicamente uma ferramenta de análise que são os gráficos 
quer das cotações históricas quer de indicadores matemáticos calculados com 
base nos históricos de cotações. Vejamos os elementos básicos da análise: 
 
Tendência 
O objectivo primário é identificar a tendência de evolução da cotação. Numa 
linguagem mais simples, o objectivo é verificar se o título se encontra numa 
evolução de queda (bearish) ou numa evolução de subida (bullish – Gráfico 1). 
 
 
ABC Análise Técnica Porta de Bolsa 10 
 
 
 
Gráfico 1 - Bullish 
 
 
Suporte 
Áreas de congestão abaixo da cotação presente de um título são áreas que 
podem marcar níveis de suporte para a cotação do título. Caso essa linha seja 
rompida, poderemos entrar numa zona bearish (Gráfico 2). 
 
 
 
Gráfico 2 – Linha de suporte 
 
 
 
 
ABC Análise Técnica Porta de Bolsa 11 
Linha de Resistência 
Áreas de congestão acima da cotação de um título definem níveis de 
resistência. Se a cotação romper essa linha de resistência podemos entrar 
numa zona bullish. 
 
 
Momento 
O momento de uma empresa é geralmente calculado com base em osciladores 
como o MACD.Pressão vendedora/compradora 
 
Para identificar se a pressão está dos lado dos Bulls (Compradores) ou dos 
Bears (vendedores), o analista técnico socorre-se da análise do volume 
associado ao título. 
 
Tal como a análise fundamental, a análise técnica encerra vantagens e 
desvantagens. A maior vantagem é que o analista técnico só se concentra na 
cotação do título. Ora se a maior preocupação é prever a evolução futura da 
cotação, faz todo o sentido analisar a cotação histórica. Outra vantagem 
prende-se com a identificação de linhas de suporte e resistência que definem 
limites potenciais da evolução da cotação da empresa. Finalmente, a 
análise técnica é óptima para decidir o momento de entrada no mercado. 
 
A maior desvantagem da análise 100% técnica é que é esquecida por completo 
a análise fundamental. As cotações, além de serem influenciadas pela sua 
evolução passada, são igualmente afectadas pela envolvente de mercado em 
que se posicionam. Outra desvantagem é que a análise técnica geralmente não 
antecipa as inversões de tendência antes que elas ocorram. De facto, só após 
a tendência se ter começado a desenhar é que é geralmente detectada. 
 
 
 
3.1 Os gráficos de Linha, Barras, Candlestick e Pontos 
 
Um gráfico de cotações (Gráfico 3) é uma sequência de pontos definidos numa 
dada janela de amostragem usando para isso uma dada base de tempo 
(timeframe). Cada gráfico tem dois eixos. No eixo dos XX vem a escala do 
tempo e no eixo dos yy vem o valor das cotações. 
 
 
 
ABC Análise Técnica Porta de Bolsa 12 
 
 
 
Gráfico 3 – Gráfico de cotações 
 
 
A base de tempo (timeframe) utilizada pode variar de gráfico para gráfico 
dependendo da estratégia do analista. Pode ser utilizada uma base de tempo 
intraday, diária, semanal, mensal, trimestral ou anual. Quanto menor for a base 
de tempo, menor compressão terá a visualização do gráfico. 
Uma base de tempo diária utiliza para desenhar no gráfico (Gráfico 4) um 
ponto por cada dia de sessão em Bolsa enquanto que uma base de tempo 
semanal utiliza um ponto por cada 7 dias. Por exemplo, se num gráfico diário 
visualizarmos 100 pontos de informação, num gráfico semanal com o mesmo 
número de pontos iremos visualizar 5 meses (um ano corresponderá grosso 
modo a 252 pontos) de cotações. Geralmente os analistas utilizam gráficos 
intraday (visualização da variação das cotações ao longo da sessão de bolsa) 
ou gráficos diários com o intuito de analisar a evolução de curto-prazo das 
cotações. Se quiserem analisar as tendências de médio/longo prazo de uma 
empresa deverão utilizar gráficos mensais ou anuais. 
 
ABC Análise Técnica Porta de Bolsa 13 
 
 
Gráfico 4 – Gráfico diário vs. Mensal 
 
 
Basicamente há 4 tipos diferentes de gráficos: gráficos de linhas, de barras, 
candlesticks e gráficos de pontos e figuras, que iremos analisar nos pontos 
seguintes. 
 
3.1.1 Gráficos de linhas 
 
O gráfico de linha (Gráfico 5) é o gráfico mais simplista. O gráfico desenha-se 
unindo por uma linha cada ponto consecutivo desenhado no gráfico y-x. A 
coordenada no eixo dos yy será a cotação de fecho e a coordenada no eixo 
dos xx será a data da sessão em que ocorreu a cotação. A grande vantagem 
destes gráficos é que a sua análise é bastante intuitiva. 
 
ABC Análise Técnica Porta de Bolsa 14 
 
 
Gráfico 5 – Gráfico de linha 
 
 
3.1.2 Gráfico de barras 
 
O gráfico de barras (Gráfico 6) já é um gráfico mais complexo. Para desenhá-lo 
são precisos 4 dados por data: a cotação de fecho, o valor máximo e mínimo 
do dia bem como a cotação na abertura. O máximo da sessão e o mínimo da 
sessão definem os extremos da linha definida por cada dia. A pequena linha 
horizontal para a direita define a cotação de fecho enquanto que a sua 
homóloga que aponta para a esquerda define o valor da abertura. 
 
 
 
 
Gráfico 6 – Gráfico de barras 
 
 
ABC Análise Técnica Porta de Bolsa 15 
A grande vantagem deste tipo de gráfico face ao gráfico de linha é que oferece 
mais informação ainda que seja de leitura mais densa. 
 
3.1.3 Gráfico Candlestick 
 
Este gráfico (Gráfico 7) é proveniente do Japão e tornou-se muito popular na 
última década. Num gráfico candlestick são necessários os valores de fecho e 
abertura bem como o máximo e mínimo da sessão. A grande vantagem destes 
gráficos é que permitem uma leitura rápida da relação entre o preço de fecho e 
abertura. Se a candlestick for branca, tal significa que o valor de fecho foi 
superior ao valor de abertura. Se a candlestick for preta é porque a cotação de 
fecho terminou abaixo do valor de abertura. 
 
 
 
 
Gráfico 7 - Candlestick 
 
 
 
ABC Análise Técnica Porta de Bolsa 16 
3.1.4 Gráfico de pontos 
 
O gráfico de pontos (Gráfico 8) é um tipo de gráfico menos utilizado na Análise 
Técnica. A informação mais relevante que se retira deste gráfico é a 
visualização rápida das variações da cotação de um título ao longo do período 
de análise. Se a cotação sobe, então são desenhados os Xs cinzentos. Se 
caem são desenhados Xs vermelhos. 
 
 
 
 
Gráfico 8 – Gráfico de pontos 
 
 
3.2 As cotações e o volume 
 
A análise das cotações de um título bem como o volume transaccionado são os 
elementos chave na análise técnica. Por isso iremos escrever um pequeno 
glossário de termos usados em Bolsa sobre as cotações e que serão utilizados 
em todos os outros artigos da secção “ABC da Análise Técnica”. Assim temos: 
Cotação de Abertura: esta é a cotação do primeiro negócio do dia realizado em 
Bolsa sobre o título em questão. 
Máximo: este é o valor máximo que a cotação de um título atinge durante o 
período de uma sessão de Bolsa. 
Mínimo: este é o valor mínimo que a cotação de um título atinge durante o 
período de uma sessão de Bolsa. 
 
ABC Análise Técnica Porta de Bolsa 17 
Cotação de Fecho: esta é a cotação com que um dado título termina uma dada 
sessão de Bolsa. É este preço que é usualmente utilizado na Análise Técnica 
para avaliação das cotações. 
Volume: é o número de acções transaccionadas durante uma sessão de Bolsa. 
A relação entre este valor e o valor anterior são determinantes no estudo 
Técnico de um dado título. 
Preço de Compra: este é o preço que os compradores estão dispostos a pagar 
por um título. 
Preço de Venda: este é o preço pelo que os vendedores estão dispostos a 
vender um título. Quando o preço de compra iguala o preço de venda dá a 
transacção de compra e venda em Bolsa. 
Toda a análise técnica é feita em torno destes valores chaves. 
 
3.3 O que é um suporte e uma resistência? 
 
A cotação de um dado título depende essencialmente de um luta entre 
compradores e vendedores. Tal e qual como um qualquer mercado, o 
comprador tenta baixar o preço enquanto que o vendedor tenta puxar os 
preços para cima. Quando o comprador define um preço que ajuda o do 
vendedor, acontece a transacção. 
Como ponto de referência, tomemos as cotações da Brisa (Gráfico 9). Sempre 
que este título chegou junto dos 8.7 Euros, os vendedores tomaram controlo 
das cotações e impediram que o preço continuasse a subir. A cotação de 8.7 
Euros é um nível de resistência pois a cotação não conseguiu romper esse 
valor. 
 
 
 
Gráfico 9 – Resistência e Suporte 
 
ABC Análise Técnica Porta de Bolsa18 
Analisemos o período de Julho a Agosto de 1998. Durante essas sessões de 
Bolsa a cotação esteve sempre acima do nível dos 7.72 euros. 
Nessa situação, a acção dos compradores fez-se sentir, o que evitou, que a 
cotação baixasse abaixo do nível de 7.72. Por esta razão, o nível dos 7.72 
Euros é definido como sendo um valor suporte. 
Em resumo, num nível de suporte, os investidores presumem que as cotações 
evoluem sempre com valores acima desse valor. Isto pressupõe que a acção 
dos compradores será sempre mais forte que a dos investidores. No caso de 
um nível de resistência, o mercado estima que as cotações do título evoluirão 
sempre em valores abaixo desse valor. Assim, a acção dos vendedores, será 
sempre mais decisiva do que a dos compradores. 
 
No entanto, não se pode definir a identificação dos níveis de suporte e de 
resistência como uma fórmula mágica para identificar a evolução de um título. 
De facto, é habitual que, tanto um nível de suporte como um nível de 
resistência sejam rompidos. 
 
Nessa situação, o valor de 7.72 Euros era um valor de suporte. No entanto, no 
dia 30 de Setembro houve um rompimento desse nível. Na prática isto 
significou que as expectativas do mercado apontavam para uma queda da 
cotação do título. 
 
Para que isto aconteça basta por exemplo, que o mercado reaja à divulgação 
de uma notícia ou de um rumor!!! 
 
Quando ocorre o rompimento de uma resistência ou suporte, acontece 
muitas vezes que um nível de suporte se torna um nível de resistência. 
Essa situação corresponde à expectativa Bearish face à evolução de cotação. 
No extremo oposto temos a situação em que um nível de resistência se torna 
num nível de suporte. Tal circunstância ocorre numa situação em que está 
gerada um expectativa Bullish face à evolução da cotação dos títulos. 
 
 
3.4 O que é uma linha de tendência? 
Tão importante como estes conceitos, de resistência e suporte, é o conceito de 
tendência. A tendência define o percurso evolutivo quer de subida quer de 
descida que as cotações de um título estão a tomar ao longo de um período de 
tempo. Examinando o gráfico 10, pode-se observar a linha de tendência 
ascendente do título BRISA PRIV. Na prática uma tendência ascendente pode 
ser definida por mínimos locais sucessivos no gráfico. Isto significa que apesar 
de a cotação do título poder subir e descer ao longo do tempo, numa 
observação mais detalhada o que se verifica é que os compradores tomaram 
conta do mercado provocando que a cotação do título vá subindo ao longo do 
tempo. 
 
 
ABC Análise Técnica Porta de Bolsa 19 
 
 
Gráfico 10 – Linha de tendência ascendente 
 
No caso de uma linha de tendência descendente, estamos na presença de uma 
variação bearish em que o mercado acredita que o título tem uma cotação 
superior ao valor de mercado. Isto significa que a cotação do título vai tendo 
mínimos locais sucessivos pois os vendedores exercem a sua pressão na 
cotação do título. 
Como é que se traça esta linha? Há várias formas de o fazer dependendo 
antes de tudo do período temporal que se está a analisar. Por favor observe o 
gráfico 11. Nele podemos observar que o traçado da linha de tendência de 
curto-prazo é uma linha ascendente a azul. Se tomarmos um período de tempo 
mais dilatado, já se pode traçar uma linha de tendência completamente 
diferente que corresponde a uma linha de tendência de longo-prazo 
descendente. O traçado da linha tem assim que levar em conta o tipo de 
análise pretendida em termos de período temporal. 
 
 
 
ABC Análise Técnica Porta de Bolsa 20 
 
 
Gráfico 11 - Linha de tendência a curto prazo 
 
Em termos do traçado propriamente dito, o objectivo é unir o máximo número 
de pontos correspondentes a máximos locais (linha de tendência descendente) 
ou o máximo número de pontos correspondentes a mínimos locais (linha de 
tendência ascendente). Quantos mais pontos do gráfico da evolução da 
cotação fizerem parte da linha, mais credível será a linha de tendência. Na 
prática significa quem uma linha que cruza três pontos de máximo (mínimo) do 
gráfico é mais credível que uma linha que cruza apenas dois pontos de máximo 
(mínimo). 
Um outro aspecto importante na análise gráfica das linhas de tendência 
prende-se com a penetração de uma linha de tendência (gráfico 12). Para 
averiguar se a penetração de uma linha de tendência descendente significa 
que a cotação vai passar a evoluir segundo uma tendência ascendente é 
importante avaliar o volume transaccionado. Por exemplo, se uma linha de 
tendência descendente for penetrada com um volume elevado, é provável que 
a cotação do título passe a subir. Se o volume for fraco, podemos estar na 
presença de um falso sinal provocado pelos compradores do título. No caso do 
gráfico 12 o que se verificou foi o rompimento da linha de tendência 
descendente acompanhado por um forte aumento do volume transacionado. 
No seguimento desse rompimento verificou-se que a inversão da tendência era 
um sinal real e não um falso sinal. 
 
ABC Análise Técnica Porta de Bolsa 21 
 
 
Gráfico 12 - Exemplo de rompimento da linha descendente 
 
 
3.5 O que é uma média móvel? 
 
A média móvel (Gráfico 13) é um dos indicadores de tendência mais antigos a 
ser utilizados na análise técnica. Este indicador é na prática uma média das 
cotações dos últimos n-dias. Há basicamente cinco tipos de médias móveis: 
exponencial, simples, triangular, variável e pesada. Estas média móveis podem 
ser aplicadas sobre qualquer valor do título, desde o volume, passando pelo 
preço de fecho ou pelo valor de abertura. 
 
 
Gráfico 13 – Média Móvel 
 
ABC Análise Técnica Porta de Bolsa 22 
Para o cálculo de uma média móvel simples de 25 dias basta somar as 
cotações do título dos últimos 25 dias e dividir por 25. Para traçar o gráfico ter-
se-à que executar este procedimento para cada um dos dias do gráfico a 
visualizar. Obviamente que para obter a média móvel de n-dias para um 
determinado dia terá que haver obrigatoriamente cotacoes nos n dias 
anteriores. E isso pode nem sempre acontecer como no caso de entrada em 
Bolsa de um novo título. 
Mas qual deve ser a média móvel a utilizar? Essa resposta depende 
basicamente do tipo de peso que se pretende dar às cotações. No caso de 
uma média móvel simples, todas as cotações do título têm o mesmo peso ao 
longo do tempo. No caso da triangular, é dado mais peso às cotações que 
estão a meio do período de análise. No caso da exponencial é dado mais peso 
às cotações mais recentes. Por norma, é utilizada a média móvel exponencial 
que produz melhores resultados na maior parte das situações. 
Outra questão pertinente no cálculo de uma média móvel exponencial é a 
determinação do número de dias a utilizar no respectivo cálculo. Essa questão 
prende-se única e exclusivamente com o tipo de análise pretendida. Para isso 
analise-se a seguinte tabela: 
Tendência N dias 
Muito curto-prazo 5 a 13 dias 
Curto-prazo 14 a 25 dias 
Médio-prazo 50 a 100 dias dias 
Longo-prazo 100 a 200 dias 
 
Para efectuar análises de médio-prazo geralmente utiliza-se a média móvel de 
50 dias enquanto que para análises de longo prazo utiliza-se a média móvel de 
200 dias. Tanto o valor 50 como o valor 200, 39 semanas são valores 
empíricos que resultam da experiência acumulada que prova que produzem 
melhores resultados. 
 
Por último importa analisar a questão mais importante: como é que se 
interpreta este indicador? Tipicamente numa análise de médio-prazo traça-se o 
gráfico das cotações juntamente com o gráficoda média móvel exponencial de 
50 dias. Sempre que a MME cruze a linha de cotações para um valor superior é 
despoletado um sinal de compra. Sempre que a MME cruze a linha de 
cotações para um valor inferior está dado um sinal de venda. 
 
Esta análise simplista coloca-nos sempre do lado correcto da tendência do 
mercado. No entanto este indicador não tem valor predictivo acerca da 
tendência pelo que a reacção é sempre mais lenta do que outros indicadores. 
Assim a recomendação quer de compra ou venda pode ser sempre tardia. 
 
 
 
 
ABC Análise Técnica Porta de Bolsa 23 
3.6 Indicador MACD 
 
O indicador MACD (Média Móvel Divergente/Convergente) é um indicador de 
tendência que mostra a relação entre duas médias móveis. É calculado 
subtraindo à média móvel exponencial de 26 dias a média móvel exponencial 
de 12 dias. O gráfico que daí se obtém é comparado com o gráfico da média 
móvel exponencial de 9 dias denominada de linha de sinal ou trigger que 
geralmente é um gráfico a picotado (como se pode observar no gráfico 14). 
Como é que se interpreta a relação entre estes dois gráficos? 
 
 
 
Gráfico 14 – Linha de trigger a picotado 
 
 
Há três tipos distintos de interpretação gráfica do MACD: 
 
Intersecções dos gráficos: uma regra do MACD é vender sempre que o seu 
gráfico passe para baixo do gráfico da sua linha de trigger. Da mesma forma, 
um sinal de compra é emitido sempre que o seu gráfico passa para cima da 
sua linha de triger (Gráfico 15). 
 
ABC Análise Técnica Porta de Bolsa 24 
 
 
Gráfico 15 – Exemplo MACD 
 
 
Zonas de OverBought/Oversold: quando o valor do MACD aumenta (na 
prática isto significa que o valor da média móvel exponencial de mais curto 
prazo diminui face ao valor da média de 26 dias), é provável que a cotação do 
título esteja oversold. Como consequência poderá haver uma queda na sua 
cotação pelo que é dado um sinal de venda. 
 
Divergências: outra interpretação valiosa retirada do MACD é a detecção do 
fim de uma tendência. Sempre que a evolução gráfica do MACD de um título 
diverge da evolução gráfica das suas cotações, então está detectada uma 
divergência. Se o MACD está a atingir mínimos sucessivos e a sua cotação 
não, estamos perante uma divergência Bearish, sendo provável que as 
cotações venham a caír. Se o MACD está a atingir máximos sucessivos 
enquanto a sua cotação não atinge novos máximos, estamos perante uma 
divergência Bullish sendo provável que a cotação do título venha a subir. 
Note-se no entanto que o MACD não é um indicador que antecipa mudanças 
no mercado. O MACD é na realidade um indicador que segue a tendência do 
mercado. 
 
 
 
 
 
ABC Análise Técnica Porta de Bolsa 25 
3.7 Linha S/D 
 
A linha Subida/Descida é um indicador extremamente básico mas ao mesmo 
tempo bastante útil para medir o pulsar de qualquer mercado de capitais. 
Sempre que há mais empresas a valorizarem-se do que a desvalorizarem-se a 
linha S/D sobe. Quando acontece o contrário, a linha desce. A interpretação 
gráfica do indicador é bastante simples: sempre que a linha S/D esteja a subir, 
o mercado está bullish. Sempre que a linha esteja a descer, o mercado está a 
cair. Outro tipo de interpretação gráfica que podemos retirar da observação da 
linha são as divergências entre o comportamento da mesma e um dado índice. 
Se por acaso a linha S/D estiver a descer e um dado índice do mercado (por 
exemplo, o PSI-20) estiver a testar novos máximos, é provável que venha a 
ocorrer uma correcção no índice e por consequência no mercado. 
Como exemplo observe-se o gráfico 16 onde está o gráfico da linha S/D e o 
gráfico do Dow Jones. Note-se que o Dow Jones esteve durante um ano a 
testar novos máximos enquanto que a linha S/D não conseguia atingir novos 
máximos. Estavamos perante uma divergência que veio a culminar no famoso 
crash de 1987. 
 
 
 
Gráfico 16 – Exemplo da linha S/D 
 
Em termos de cálculo, ao valor da linha S/D por dia é calculado subtraindo ao 
número de acções que subiram de cotação durante a sessão o número de 
títulos que desvalorizaram. De seguida, essa soma algébrica é somada a um 
valor cumulativo. 
 
 
 
 
 
 
 
ABC Análise Técnica Porta de Bolsa 26 
Tome-se como exemplo a seguinte tabela 1 meramente exemplificativa para 
perceber o cálculo: 
 
Data Subidas Descidas Valor cumulativo S/D 
4-20-2000 10 60 -50 -50 
4-21-2000 15 55 -40 -90 
4-22-2000 3 67 -64 -154 
4-23-2000 12 58 -46 -200 
 
Tabela 1 – Calculo da linha S/D 
 
Note-se que neste caso a tendência da linha S/D é de descida pronunciada que 
vai de encontro à queda a que o mercado assistia. 
 
 
3.8 RSI - Relative Strength Index 
 
O RSI é um oscilador que foi criado por Welles Wilder em Junho de 1978. Este 
oscilador é muito popular entre os analistas técnicos devido aos seus bons 
resultados. 
Em termos de cálculo, a fórmula é bastante simples ainda que a sua 
interpretação possa ser um pouco mais complicada: 
RSI = 100 - (100/(1+U/D)) 
U = média das cotações dos últimos N dias em que a cotação subiu 
D = média das cotações dos últimos N dias em que a cotação desceu 
O criador deste indicador recomendou o cálculo de um RSI de 14 dias mas é 
habitual calcular um RSI de 9 ou 25 dias. 
Se por exemplo quisermos calcular um RSI de 14 dias teremos de seguir os 
seguintes passos: 
a. Somar todas as cotações dos últimos 14 dias em que houve subida da 
cotação. Dividir o valor obtido por 14. Está obtido o U 
b. Somar todas as cotações dos últimos 14 dias em que houve descida da 
cotação. Dividir o valor obtido por 14. Está obtido o D 
c. Aplique a fórmula acima indicada e obteve o valor do RSI para uma 
determinada data 
d. Repita os passos a, b e c para um número suficiente de datas até poder 
ter um gráfico com um número suficiente de pontos. 
 
ABC Análise Técnica Porta de Bolsa 27 
e. Trace e analise o gráfico 
O valor do RSI pode variar entre 0 e 100. Sempre que o seu valor esteja acima 
de 70, o RSI entrou na zona de OverBought. Sempre que caia abaixo dos 30 
pontos, caiu na zona de OverSold. Note-se no entanto que alguns traders 
preferem definir a zona de overbought acima dos 80 e a zona de oversold 
acima dos 20 pelos melhores resultados que daí poderão advir. Caberá a cada 
analista definir esses pontos em função dos resultados obtidos. Esses valores 
poderão inclusive ser ajustados título a título, novamente em função dos 
resultados obtidos. 
Há basicamente 3 análises que se podem retirar da observação gráfica do RSI: 
1. Uma das interpretações mais simplistas que se podem retirar de um 
gráfico do RSI é o que concerne à saída de uma zona de 
oversold/overbought. Sempre que o RSI caia abaixo dos 70 pontos 
depois de ter estado na zona de OverBought, é gerado um sinal de 
venda do título. Sempre que o RSI sai de uma zona de Oversold, isto é, 
o seu valor passe a estar acima dos 30, é dada uma indicação de 
compra do título. O gráfico abaixo (Gráfico 17) exemplifica exactamente 
essa situação. A meio de Agosto de 1999 é dado um sinal de compra de 
Sonae SGPS enquanto que em Setembro é dado um sinal de venda. 
Outro aspecto importante é que esta interpretação não pode ser 
dogmática e deve ser corroborada por outros indicadores. Repare que 
no final de Novembro é dado um sinal de venda que poderia ter induzido 
em erro o analista já que a cotação continuou a subir até Março. 
 
 
 
Gráfico 17 – Exemplo análise RSI 
 
ABC AnáliseTécnica Porta de Bolsa 28 
 
 
2. Outra interpretação gráfica que se pode retirar do RSI são as divergências. É 
neste ponto que talvez se encontre a maior virtude deste oscilador. Sempre 
que a cotação atinja novos máximos e o gráfico do RSI esteja a cair, é provável 
que a cotação do título corrija através da queda. Raciocínio análogo pode ser 
feito para os mínimos. Sempre que a cotação teste novos mínimos e o gráfico 
do RSI não acompanhe, é muito provável que a cotação do título suba. 
 
3. Suportes e resistências: o gráfico do RSI é também excelente para traçar 
linhas de resistência/suporte/tendência da mesma forma que são traçadas num 
gráfico de cotações. 
 
3.9 O Indicador Estocástico 
 
É importante sob o ponto de vista técnico determinar qual a relação entre a 
cotação de um título e o intervalo de cotações onde esse título de manteve nos 
últimos N dias. A importância desta análise reside na tendência que as 
cotações têm em fechar perto quer do máximo do intervalo quer do valor 
mínimo, no caso de uma subida de cotação ou descida respectivamente. 
No caso de uma tendência de descida de cotação, o preço tende a bater no 
limite mínimo do intervalo para depois inverter a tendência e começar a subir 
afastando-se do valor mínimo do intervalo. Raciocínio análogo pode ser feito 
para uma tendência de subida de cotação. 
Em termos gráficos (Gráfico 18), o indicador estocástico é representado por 
duas linhas. A linha principal denomina-se de %KD. A segunda linha que é 
usualmente impressa a tracejado, denomina-se %D e é uma média móvel da 
linha %K. 
 
 
Gráfico 18 – Índice Estocástico 
 
 
ABC Análise Técnica Porta de Bolsa 29 
Em termos de cálculo, o indicador tem quatro variáveis de suporte: 
Número de períodos do %K: número de períodos de análise do indicador 
 
Número de períodos de abrandamento do %K: 
Número de períodos do %D: número de períodos a utilizar para o cálculo da 
média móvel do %K 
 
Tipo de média móvel do %D: este parâmetro define que tipo de média móvel 
(Exponencial, simples, triangular ou outra) a utilizar no cálculo do %D 
Suponha-se que no período de análise, a cotação do título em análise variou 
entre MÁXIMO e MÍNIMO ([MÍNIMO;MÁXIMO]). A fórmula do cálculo do %K 
para um determinado dia é então a seguinte: 
%K = (cotação de fecho - MÍNIMO)/(MÁXIMO - MÍNIMO) * 100 
Como exemplo tome-se como referência um título X que variou nos últimos 10 
dias entre os 4 Euros e os 6 Euros. Suponha-se que a cotação de fecho hoje 
foi de 5 Euros. Então o valor de %K seria o seguinte: 
(5 -4)/(6 - 4) * 100 = 50% 
O valor de 50% significa que o valor de fecho hoje encontra-se a meio entre o 
intervalo de variação do título nos últimos 10 dias que estava situado no 
intervalo [4;6]. Por exemplo, se a cotação de fecho hoje fosse de 4.5 Euros, 
então o %K valeria: 
(4.5 - 4)/(6-4) = 0.25% 
É fácil perceber da fórmula atrás citada que o %K variará entre os 0% e os 
100%. Se valer 0% quer dizer que a cotação de fecho é igual ao mínimo valor 
da cotação nos últimos n períodos. Se valer 100%, quer dizer que a cotação de 
fecho bateu no máximo dos últimos n períodos. 
O número de períodos de abrandamento utilizado no cálculo foi de 1. 
Após o cálculo do %K, ter-se-à que calcular a média móvel do %K que nos 
dará o %D. 
Há várias interpretações a retirar da comparação entre as linhas %K e %D e 
que são as seguintes: 
a. Um sinal de compra é gerado quando a linha %K ou a linha %D 
desce abaixo dos 20% para depois subir acima dos 20%. Um sinal de 
venda é gerado quando a linha %K ou a linha %D sobe acima dos 
80% para depois descer abaixo desse nível 
 
ABC Análise Técnica Porta de Bolsa 30 
 
 
 
Gráfico 19 – Sinais de compra e venda no RSI 
 
 
b. Um sinal de compra é gerado no momento em que a linha %K sobe 
acima da linha %D. Um sinal de venda é gerado quando a linha %K 
desce abaixo da linha %D 
c. Divergências: tal como no indicador RSI, um dos sinais mais fortes 
dados por este indicador é dado pela divergência que exista entre a 
cotação de fecho e o indicador. Assim, se a cotação do título 
continuar a testar novos máximos e a linha %K tem máximos 
relativos cada vez menores, é provável que a tendência de subida do 
título se inverta o que pode sugerir que se venda o título em questão. 
Raciocínio análogo pode ser aplicado às quedas. 
 
 
 
Gráfico 20 – Divergências em RSI 
 
 
 
 
ABC Análise Técnica Porta de Bolsa 31 
3.10 As Bandas de Bollinger 
 
Um dos comentários que se ouve frequentemente no mercado é que as 
cotações hoje em dia são mais voláteis do que há uns anos atrás. O que é que 
a volatilidade significa na prática? Sempre que as cotações de um dado título 
tenham variações bastante pronunciadas num período de tempo relativamente 
curto, pode-se afirmar que o título é muito volátil. Exemplos na praça de Lisboa 
não faltam para exemplificar a volatilidade, senão atente-se: 
a. Sumolis: após rumores que davam conta de uma OPA sobre o capital da 
Sumolis, a cotação deste título subiu dos 7.5 Euros aos 22.5 Euros em 
poucos dias. Tão rápida quanto a subida, foi a descida até perto dos 12 
Euros. 
b. PT Multimedia: partindo de um preço base de 27 Euros após o IPO, a 
PT Multimedia em vagas sucessivas de histeria subiu até perto dos 150 
Euros. Em pouco mais de um mês, a sua cotação caiu para níveis em 
torno dos 55 Euros. 
Em termos de análise técnica, o indicador que mede a volatilidade de um título 
são as Bandas de Bollinger que foram desenvolvidas por John Bollinger da 
Bollinger Capital. Atente-se ao seguinte gráfico 21 onde estão desenhadas das 
bandas de Bollinger: 
 
 
 
 
Gráfico 21– Bandas de Bollinger 
 
 
As Bandas de Bollinger são de facto 3 linhas ou envolventes. A banda central é 
na realidade uma média móvel das cotações do título nos últimos n dias. 
Depois temos ainda a banda superior e a banda inferior que são calculadas em 
função do desvio padrão relativamente à média móvel, ou banda central. Em 
termos de cálculo, temos as seguintes fórmulas: 
 
ABC Análise Técnica Porta de Bolsa 32 
Banda Superior = Banda Central + D * Sqrt( sum(cotação - banda central)^2/N) 
Banda Inferior = Banda Central - D * Sqrt( sum(cotação - banda central)^2/N) 
 
(N = número de dias de cálculo da média móvel) 
(Sqrt = raíz quadrada) 
(Sum = somatório) 
(D = número de desvios padrões) 
 
Em termos de interpretação, as bandas de Bollinger podem ser interpretadas 
graficamente da seguinte forma: 
1. Uma variação de cotação que comece numa banda tende a deslocar a 
cotação do título para a outra banda 
2. Quando as cotações de um título saem fora quer da banda superior quer 
da banda inferior, tendem a voltar para dentro das bandas. Tal significa 
que se a cotação de um título estiver acima da banda superior, 
continuará aí apenas temporariamente até surgir um movimento de 
queda das cotações que reporá as cotações para dentro das bandas 
3. As maiores variações da cotação de um título tendem a surgir quando as 
bandas superiores e inferiores se encontram mais próximas. Esse 
período de tempo é geralmente um período de consolidação das 
cotações (ex: ZONA 2, gráfico 21) que deverá ser seguido por um 
período de tempo de maior volatilidade em que as bandas tenderão a 
afastar-se (ex: ZONA 1) 
 
 
3.11 Gráficos Padrão 
 
3.11.1 «A cabeça e os ombros» 
 
Um dos princípios básicos da análise técnica é que as cotações das empresas 
evoluemsempre numa dada tendência. Essa tendência, quer de subida, quer 
de queda não se prolonga indefinidamente havendo sempre um período de 
tempo ao longo da qual a tendência abranda até que se processa a inversão. 
A identificação destes padrões do ponto de vista gráfico fornece ao analista 
técnico uma forte arma de análise para antever a evolução futura da cotação 
do título. 
Iremos nos próximos pontos analisar alguns dos gráficos padrões que podem 
ser identificados na evolução da cotação de um título. Comecemos pelo padrão 
gráfico «Cabeça e Troncos». 
 
ABC Análise Técnica Porta de Bolsa 33 
Como o próprio nome indica, o gráfico correspondente a este padrão forma 
uma espécie de cabeça com dois ombros nos extremos (veja o gráfico 22). O 
primeiro ombro forma-se quando surge a pressão compradora no mercado que 
leva a que o título suba e atinja um primeiro máximo. Nesse momento, os 
vendedores tomam conta do mercado o que leva a uma queda da cotação. 
Após esse período de tempo, os investidores que não entraram no primeiro 
máximo ou os investidores que querem repetir as mais valias voltam a entrar 
no papel o que força uma nova subida da cotação, desta vez ainda com mais 
força. O novo máximo é assim superior ao máximo do ombro esquerdo. Está 
formada a cabeça. Esta nova subida da cotação está sempre associada a um 
forte volume. 
 
 
 
 
Gráfico 22 – Gráfico “cabeça e ombros” 
 
 
Mal se atinge o novo máximo instala-se uma pressão vendedora que pretende 
tomar mais valias desta nova subida. A consequência imediata é a nova queda 
da cotação do título. 
 
Nessa altura há ainda (poucos) investidores no mercado que pensam ainda 
poder tomar mais valias que lhes escaparam nos rallies anteriores pelo que a 
pressão compradora aumenta no mercado fazendo subir de novo as cotações 
(segundo ombro). Mas desta vez, além do máximo ser menor do que o máximo 
do primeiro ombro, o volume é menor pois o interesse comprador do mercado 
também é menor. Assim, nova queda do título é inevitável com os vendedores 
a tomarem conta do mercado após ser alcançado novo máximo. 
 
Durante esta nova tendência de queda das cotações pode acontecer que seja 
penetrada a linha de pescoço. Nesta situação é usual que os bulls tentem que 
as cotações subam novamente e quebrem a linha de pescoço. Caso tal não 
suceda, é muito provável que as cotações caiam rapidamente e com forte 
volume. 
 
 
ABC Análise Técnica Porta de Bolsa 34 
3.11.2 «A cabeça e os ombros invertidos» 
 
No último ponto começou-se a abordar a temática dos gráficos padrão. O 
gráfico analisado foi o gráfico «A cabeça e os ombros». Para este gráfico, 
tipicamente exemplificativo de um contexto de inversão de tendência, existe o 
seu simétrico. O gráfico «Cabeça e Ombros invertidos» ocorre numa situação 
de inversão de tendência em que o título passa de uma zona bearish a uma 
zona bullish (Gráfico 23). A cabeça e os ombros correspondem a mínimos da 
cotação do título. Geralmente, sempre que se atingem esses mínimos, o 
volume diminui pois os vendedores não estão na disposição de vender os seus 
títulos a esse preço. 
 
 
 
Gráfico 23 – Gráfico “cabeça e ombros invertidos” 
 
 
 
Após o segundo ombro, quando a cotação do título quebra a linha de pescoço, 
o volume tipicamente aumenta. Os bulls tomam conta do mercado exercendo 
uma pressão compradora que leva à subida da cotação do título. O título entra 
então na zona bullish. 
 
3.11.3 Formação em Triângulo Descendente 
 
A formação em triângulo descendente é uma formação tipicamente bearish que 
se forma numa tendência de descida. 
Em termos de padrão, a formação em triângulo descendente é constituída 
pelos seguintes elementos: 
 
ABC Análise Técnica Porta de Bolsa 35 
 
 
Gráfico 24 – Gráfico triângulo descendente 
 
 
 
Como se vê no gráfico 24, a Linha Horizontal Inferior: neste gráfico padrão 
deverão existir pelo menos dois pontos de mínimos que unidos constituem uma 
linha horizontal. Esses pontos deverão ter uma cotação aproximada e alguma 
distância entre eles. No período de tempo que os separa deverá existir um 
ponto de máximo. 
Linha de tendência de descida: deverão existir dois pontos de máximos de 
cotação sucessivamente inferiores no tempo, que unidos constituem uma linha 
de tendência de descida. 
Duração da formação: o período de tempo abarcado por este gráfico padrão 
poderá ir de algumas semanas até vários meses. 
Volume: tipicamente, à medida que se vai evoluindo no tempo, o volume vai 
diminuindo até ao ponto em que surge o breakout. Nessa situação, se o volume 
aumentar significa que o breakout está confirmado. 
Price target: a partir do momento em que o breakout se confirma, o price target 
obtém-se subtraindo ao valor da linha horizontal a diferença entre a cotação 
máxima do triângulo e a linha horizontal. 
 
 
 
 
 
ABC Análise Técnica Porta de Bolsa 36 
Para melhor compreender estes princípios analisemos o seguinte gráfico 
(Gráfico 25): 
 
 
 
Gráfico 25 – Cálculo do price target (bearish) 
 
 
Os pontos 1, 3 e 5 constituem os mínimos que unidos formam a linha de 
suporte. A ligação entre os pontos 2, 4 e 6 forma a linha de tendência 
descendente. Note-se que no momento em que a linha de suporte é penetrada 
(breakout), o volume aumenta rapidamente significando que o breakout não é 
falso. Em termos de price target, após o breakout, a linha de resistência situa-
se nos 36 Euros. A Linha 9 vale sensivelmente 9 Euros. Subtraindo à cotação 
da linha horizontal (45 Euros) os 9 Euros obtemos o price target dos 36 Euros. 
 
 
3.11.4 Formação em Triângulo Ascendente 
 
A formação em triângulo ascendente é uma formação tipicamente bullish que 
se forma numa tendência de subida. 
 
 
 
 
 
 
ABC Análise Técnica Porta de Bolsa 37 
Em termos de padrão, a formação em triângulo ascendente (Gráfico 26) é 
constituída pelos seguintes elementos: 
 
 
 
Gráfico 26 – Gráfico triângulo ascendente 
 
Linha Horizontal Superior: neste gráfico padrão deverão existir pelo menos dois 
pontos de máximos que unidos constituem uma linha horizontal. Esses pontos 
deverão ter uma cotação aproximada e alguma distância entre eles. No período 
de tempo que os separa deverá existir um ponto de mínimo. 
Linha de tendência de subida: deverão existir pelo menos dois pontos de 
mínimos de cotação sucessivamente superiores no tempo, que unidos 
constituem uma linha de tendência de subida. 
Duração da formação: o período de tempo abarcado por este gráfico padrão 
poderá ir de algumas semanas até vários meses. 
Volume: tipicamente, à medida que se vai evoluindo no tempo, o volume vai 
diminuindo até ao ponto em que surge o breakout. Nessa situação, se o volume 
aumentar significa que o breakout está confirmado. 
Price target: a partir do momento em que o breakout se confirma, o price target 
obtém-se adicionado ao valor da linha horizontal a diferença entre a linha de 
resistência e a cotação mínima. 
 
 
 
 
 
ABC Análise Técnica Porta de Bolsa 38 
Para melhor compreender estes princípios analisemos o seguinte gráfico 
(Gráfico 27): 
 
 
 
 
Gráfico 27 – Calculo do price target (bullish) 
 
 
Os pontos 2, 4 e 6 constituem os máximos que unidos formam a linha de 
resistência. A ligação entre os pontos 1, 3 e 5 forma a linha de tendência 
asscendente. Note-se que no momentoem que a linha de resistência é 
penetrada (breakout), o volume aumenta rapidamente significando que o 
breakout não é falso. Em termos de price target, após o breakout, a linha de 
resistência situa-se nos 34 Euros. A Linha 10 vale sensivelmente 10 Euros. 
Adiciondo à cotação da linha de resistência (24 Euros) os 10 Euros obtemos o 
price target dos 34 Euros. 
 
 
3.11.5 Formação em Triângulo Simétrico 
 
Ao contrário dos padrões triângulo descendente e ascendente, a formação em 
triângulo simétrico não é um padrão gráfico com tendência definida. Relembre-
se que o triângulo descendente é uma formação tipicamente bearish enquanto 
que o triângulo descendente é uma formação tipicamente bullish. 
 
 
ABC Análise Técnica Porta de Bolsa 39 
 
 
 
Gráfico 28 – Gráfico triângulo simétrico 
 
 
 
Como se pode observar no gráfico 28, em termos de padrão, a formação em 
triângulo simétrico é constituída pelos seguintes elementos: 
 
4 pontos: para se traçar uma linha de tendência são necessários pelo menos 
dois pontos. Para termos um triângulo simétrico são precisas duas linhas pelo 
que no total precisaremos de pelo menos 4 pontos. No gráfico acima, a linha 
superior é formada pelos pontos 2,4 e 6 enquanto que a linha inferior é formada 
pelos pontos 1, 3 e 5. 
 
Volume: à medida que o triângulo converge para o seu vértice, o volume tende 
a diminuir reflectindo um período de consolidação das cotações. 
 
Duração: tipicamente, um triângulo simétrico pode ter uma duração que irá de 
poucas semanas até alguns meses. 
 
Direcção do Breakout: à medida que os máximos e mínimos das cotações se 
vão aproximando, maior é a probabilidade da ocorrência de um breakout, quer 
positivo, quer negativo. Tentar adivinhar o tipo de breakout que pode ocorrer é 
sempre perigoso pelo que o melhor é esperar por uma confirmação. 
 
Confirmação do breakout: para que um breakout seja considerado válido, é 
normal que se estabeleça um limite de 3% na variação da cotação que deverá 
ser acompanhada por um aumento do volume transaccionado. 
 
 
ABC Análise Técnica Porta de Bolsa 40 
Price Target: há dois métodos distintos para determinar qual o price target após 
o breakout. No primeiro método é medida a distância entre os dois pontos mais 
distantes do triângulo simétrico. Esse valor deverá ser então somada à cotação 
em que surgiu o breakout. Obtém-se assim o price target. O outro método 
passa por traçar uma linha paralela à linha descendente (breakout negativo) ou 
à linha ascendente (breakout positivo) a partir do ponto de cotação mais baixa 
ou mais alta do triângulo respectivamente. 
 
 
3.11.6 O rectângulo 
 
As formações tipo rectângulo (Gráfico 29) são padrões facilmente identificáveis 
pelo facto de as cotações estarem limitadas por duas linhas horizontais 
paralelas que unem os máximos (linha de resistência) e mínimos (linha de 
suporte) das cotações num dado período de tempo. A área formada pelo 
rectângulo é por essa razão conhecida como uma zona de consolidação ou 
congestão. 
 
 
 
 
 
Gráfico 29– Gráfico rectângulo 
 
 
Em termos descritivos um padrão do tipo rectângulo pode ser descrito pelos 
seguintes elementos: 
 
Tendência: este tipo de padrão não define uma tendência quer de subida ou 
descida porque é um padrão neutro. A tendência já deverá existir antes que o 
padrão ocorra para que estejamos na continuação de uma tendência. Por 
exemplo, no gráfico acima representado, a tendência é de descida sendo 
possível identificar dois rectângulos que definem dois momentos de 
consolidação antes que a cotação continue a cair. 
 
ABC Análise Técnica Porta de Bolsa 41 
4 pontos: para definirmos o rectângulo é necessário que existam 2 máximos e 
dois mínimos que não terão que ter valores iguais mas pelo menos 
aproximados. 
 
Volume: não há um padrão do comportamento gráfico do volume associado a 
este tipo de gráfico. 
 
Duração: os rectângulos podem demorar desde algumas semanas até a alguns 
meses. 
 
Direcção do Breakout: tal como com o padrão do gráfico com um triângulo 
simétrico, o padrão dos rectângulos é um padrão neutro em que não é possível 
saber qual a tendência de evolução da cotação. Só após o rompimento da linha 
de resistência ou da linha de suporte é que é possível determinar a tendência. 
No caso do gráfico 29 colocado como exemplo nesta lição, existem dois pontos 
de breakout (B1 e B2) em que a tendência é de queda. 
 
Confirmação do breakout: tipicamente, caso a cotação suba 3% acima da linha 
de resistência ou desça 3% abaixo da linha de suporte, poderemos estar 
perante a ocorrência de um breakout. Se o volume aumentar durante o 
rompimento, a confirmação será ainda mais forte. 
 
Os rectângulos são um exemplo acabado da luta entre bulls (compradores) e 
os bears (vendedores). Sempre que a cotação se aproxima da linha de suporte, 
os bulls aumentam a pressão compradora provocando o aumento das 
cotações. Sempre que as cotações se aproximam da linha de resistência, os 
bears entram no mercado forçando a pressão vendedora. 
 
 
3.11.7 O Topo Triplo 
 
Este tipo de formação é tipicamente formada por três máximos seguidos do 
rompimento da linha de suporte. Em termos de elementos que compõem o 
gráfico (Gráfico 30) temos o seguinte: 
 
 
ABC Análise Técnica Porta de Bolsa 42 
 
 
 
Gráfico 30– Gráfico topo triplo 
 
 
Tendência: este padrão gráfico é uma padrão de inversão de tendência pelo 
que deverá existir uma tendência prévia (linha a azul) que deverá ser invertida. 
No caso do gráfico 30, existia uma tendência de subida antes de se começar a 
formar o topo triplo. 
 
Três máximos: esta formação é reconhecida pela existência de três máximos 
relativos (pontos A, B e C) que deverão ser aproximadamente iguais. Note-se 
que no gráfico, o terceiro pico (ponto C) é ligeiramente menor que os outros 
dois picos (pontos A e B). 
 
Volume: à medida que a formação topo triplo se desenvolve, geralmente, o 
volume decai (linha azul no gráfico do volume). É usual que ao aproximar-se de 
cada máximo, o volume aumente ligeiramente. Após o terceiro pico e com a 
quebra do suporte é usual que o volume aumente bastante reforçando a 
credibilidade do rompimento. 
 
Linha de suporte: neste tipo de gráfico existe uma linha de suporte (linha 
vermelho) que deverá ser rompida após o terceiro pico. É normal que após o 
breakout, a linha de suporte se torne na linha de resistência. 
 
Price Target: para se determinar o price target após o rompimento da linha de 
suporte, subtrai-se à cotação da linha de suporte a sua diferença para os 
máximos do topo triplo. No caso do gráfico em questão, o novo price target é 
(55-(64-55)) = 46 Euros. 
 
 
 
 
ABC Análise Técnica Porta de Bolsa 43 
3.11.8 O Fundo Triplo 
 
Este tipo de formação é uma formação tipicamente formada por três mínimos 
seguidos do rompimento da linha de resistência. Note-se que este padrão é um 
padrão de longo prazo que geralmente se forma ao longo de vários meses. 
 
 
 
 
Gráfico 31– Gráfico fundo triplo 
 
 
Em termos de elementos que compõem o gráfico (Gráfico 31) temos o 
seguinte: 
 
Tendência: este padrão gráfico é um padrão de inversão de tendência pelo que 
deverá existir uma tendência prévia que deverá ser invertida. No caso do 
gráfico 31, existia uma tendência de queda antes de se começar a formar o 
fundo triplo. 
 
Três mínimos: esta formação é reconhecida pela existência de três mínimos 
(pontos A, B e C) relativos que deverãoser aproximadamente iguais. 
 
Volume: à medida que a formação Fundo Triplo se desenvolve, o volume 
geralmente decai. É usual que ao aproximar-se de cada mínimo, o volume 
aumente ligeiramente. Após o terceiro mínimo e com a quebra da resistência é 
usual que o volume aumente bastante reforçando a credibilidade do 
rompimento. 
 
Linha de resistência: neste tipo de gráfico existe uma linha de resistência que 
deverá ser rompida após o terceiro mínimo (círculo a preto). É normal que após 
o breakout, a linha de resistência se torne na linha de suporte. 
 
ABC Análise Técnica Porta de Bolsa 44 
Price Target: para se determinar o price target após o rompimento da linha de 
resistência, adiciona-se à cotação da linha de resistência a sua diferença (11.5 
Euros) para os mínimos do Fundo Triplo.No caso do gráfico em questão, não 
se verificou que a cotação do título tendesse no curto prazo para o price target 
estimado nos 23+11.5 = 34.5 Euros. 
 
 
3.11.9 O Topo Duplo 
 
Este tipo de formação é uma formação tipicamente formada por 2 máximos (A 
e B) intercalados por um mínimo (C) seguidos do rompimento da linha de 
suporte (D). Geralmente, este padrão marca a transição da passagem de um 
período bullish para um período bearish. 
 
 
 
 
Gráfico 32– Gráfico topo duplo 
 
 
Em termos de elementos que compõem este gráfico padrão temos o seguinte: 
 
Tendência: este padrão gráfico (Gráfico 32) é um padrão de inversão de 
tendência pelo que deverá existir uma tendência prévia que deverá ser 
invertida. No caso do gráfico acima descrito, existia uma tendência de subida 
antes de se começar a formar o topo duplo. 
Primeiro máximo (A): esta formação é reconhecida pela existência de dois 
máximos relativos. Em particular, o primeiro máximo é a cotação mais elevada 
do período bullish. 
 
 
ABC Análise Técnica Porta de Bolsa 45 
Segundo máximo (B): o segundo máximo deverá ter uma cotação semelhante 
à do primeiro ainda que se admita que haja uma ligeira diferença 
 
Queda após o segundo máximo: após o segundo máximo assiste-se a uma 
queda da cotação do título que é reforçada por um aumento do volume. Nessa 
situação, a quebra da linha de suporte deverá estar eminente (D) com os bears 
a exercerem uma pressão vendedora que os bulls não conseguem anular. É 
usual que ocorra um ou dois gaps. 
 
Linha de suporte torna-se linha de resistência: após o rompimento da linha de 
suporte (D) é usual que a mesma se torne na linha de resistência. 
 
Um analista, para avaliar correctamente esta formação deverá ter em mente os 
seguintes pontos: 
 
a. Os picos devem estar separados por cerca de uma mês. Se forem muito 
próximos podem apenas ser parte de uma linha de resistência 
 
b. O valor mínimo (C) entre os dois máximos deve ter uma cotação pelo menos 
10% inferior ao valor dos picos. Caso isso não ocorra, a pressão vendedora 
poderá não estar a aumentar por forma a que ocorra o rompimento do suporte. 
 
c. Distinguir os falsos breakouts do breakout verdadeiro: poderá acontecer um 
primeiro rompimento da linha de suporte sem que isso signifique que se deu 
uma inversão de tendência na cotação do título. De facto, poderá surgir um 
rally que provoque o retorno da cotação acima da linha de suporte. Um 
verdadeiro breakout deverá ser confirmado por um aumento de volume e uma 
sequência de sessões bearish para que se confirme realmente o breakout 
negativo e a entrada num período bearish. 
 
 
3.11.10 O Fundo Duplo 
 
Este tipo de formação é uma formação tipicamente formada por 2 mínimos (A e 
B) intercalados por um máximo (C) seguidos do rompimento da linha de 
resistência. Geralmente, este padrão marca a transição da passagem de um 
período bearish para um período bullish. 
 
 
 
ABC Análise Técnica Porta de Bolsa 46 
 
 
 
Gráfico 33 – Gráfico fundo duplo 
 
 
Em termos de elementos que compõem este gráfico padrão (Gráfico 33) temos 
o seguinte: 
 
Tendência: este padrão gráfico é uma padrão de inversão de tendência pelo 
que deverá existir uma tendência prévia que deverá ser invertida. No caso do 
gráfico 33, existia uma tendência de descida antes de se começar a formar o 
fundo duplo. 
 
Primeiro mínimo (A): esta formação é reconhecida pela existência de dois 
mínimos relativos. Em particular, o primeiro mínimo é a cotação mais baixa do 
período bearish. 
 
Máximo entre os mínimos (C): entre os dois mínimos ocorre um máximo que 
poderá ter uma cotação superior em 10% ao valor dos mínimos. O volume 
geralmente aumenta em torno do máximo mas revela-se inconsequente para 
que ocorra um breakout pelo que a cotação volta a cair. 
 
Segundo mínimo (B): o segundo mínimo deverá ter uma cotação semelhante à 
do primeiro ainda que se admita que haja uma ligeira diferença em torno dos 
3%. 
 
Subida após o segundo mínimo: após o segundo mínimo assiste-se a uma 
subida da cotação do título que é reforçada por um aumento do volume. Nessa 
situação, a quebra da linha de resistência deverá estar eminente com os bulls a 
exercerem uma pressão compradora que os bears não conseguem anular. É 
usual que ocorra um ou dois gaps. 
 
Linha de resistência torna-se linha de suporte: após o rompimento da linha de 
resistência é usual que a mesma se torne na linha de suporte. 
 
ABC Análise Técnica Porta de Bolsa 47 
Um analista, para avaliar correctamente esta formação deverá ter em mente os 
seguintes pontos: 
 
a. Os mínimos devem estar separados por cerca de uma mês. Se forem muito 
próximos podem apenas ser parte de uma linha de suporte 
b. O valor máximo entre os dois mínimos deve ter uma cotação pelo menos 
10% superior ao valor dos mínimos. Caso isso não ocorra, a pressão 
compradora poderá não estar a aumentar, por forma a que ocorra o 
rompimento da resistência. 
c. Distinguir os falsos breakouts do breakout verdadeiro: poderá acontecer um 
primeiro rompimento da linha de resistência sem que isso signifique que se deu 
uma inversão de tendência na cotação do título. 
 
 
3.11.11 Fundo Arredondado 
 
A formação fundo arredondado é uma formação com inversão de tendência 
que representa um longo período de consolidação durante o qual o título passa 
de uma zona bearish a uma zona bullish. 
Em termos de elementos gráficos (Gráfico 34) que identificam este padrão 
temos o seguinte: 
 
 
 
Gráfico 34 – Gráfico fundo arredondado 
 
 
 
 
ABC Análise Técnica Porta de Bolsa 48 
 
Tendência: este padrão representa uma inversão de tendência pelo que terá de 
haver uma tendência de descida para passarmos a uma tendência de subida. 
 
Queda: a primeira parte do gráfico de Fundo Arredondado marca um período 
de queda nas cotações do título. 
 
Base do Fundo Arredondado: a base do gráfico do Fundo Arredondado marca 
o ponto de mínimo do gráfico e pode demorar algumas semanas a formar-se 
ainda que alguns gráficos deste tipo possam ter uma base em “V”. A base 
representa o fim do período bearish em que o título se encontra. 
 
Subida: a parte direita do gráfico é aonde o título passa um período bullish com 
uma tendência de subida bem definida. 
 
Volume: à medida que a cotação do título vai caindo, o volume acompanha e 
cai também. Quando a cotação começa a subir, o volume começa a subir 
também. 
 
 
3.11.12 Rising Wedge 
 
A formação Rising Wedge é um padrão bearish que contrai à medida que a 
cotação do título sobe. Ao contrário da formação Triângulo Simétrico que não 
tem um padrão bullish ou bearish, a formação Rising Wedge

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