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Allysson Lucca - Sem Plano de Négocios

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Como um cão me inspirou
a planejar menos e a fazer mais.
ALLYSSON LUCCA
Como um cão me inspirou
a planejar menos e a fazer mais.
ALLYSSON LUCCA
Sem Plano de Negócios
por Allysson Lucca
www.lucca.co
Esse livro foi escrito durante minhas idas e vindas 
entre Manhattan e White Plains, em um MacBook Pro 
utilizando o aplicativo iA Writer e InDesign
Todos os direitos reservados 2013 por Allysson Lucca. 
Nomes e marcas mencionados nessa obra pertencem 
ao seus respectivos titulares.
Agradecimentos
A todos aqueles que fazem parte da minha vida, 
no bem e no mal, porque aprendemos com todas 
as situações. 
A minha esposa em especial, que sempre 
me acompanhou e compartilhou sucessos e 
frustrações, e a minha filha que mesmo sem 
entender adaptou-se as nossas ausências.
Às conversas com meu irmão sobre negócios e 
ideias que me fizeram perceber que a próxima 
oportunidade pode estar bem na sua frente e na 
maioria das vezes a gente simplesmente passa 
por ela despercebida.
ÍNDICE
Mais Instinto, Menos Planejamento 06
Empreender 09
Noção do Mundo 14
Uma bandana que mudaria tudo 19
Validar uma idéia 21
Portas abertas 24
Filhos peludos 26
Colaboradores 33
Passo de gigante 35
Mais novidades 41
Uma revista no meio disso tudo 43
Decisões difíceis 45
Hora de virar a página 48
Conclusão 49
6
MAIS INSTINTO, MENOS PLANEJAMENTO
Um cão pode nos ensinar muitas coisas, compaixão, 
honestidade, sinceridade, fidelidade, amizade, gratidão, 
somente para listar algumas das suas qualidades, mas 
como poderiam esses seres magníficos nos ensinar algo 
sobre negócios? No meu caso aconteceu, e vou contar para 
vocês como um Jack Russell (a raça do cachorro do filme O 
Máscara) conseguiu botar para fora a vontade que eu tinha 
de empreender, que até então se manifestava somente por 
meio de experiências, como dizer… amadoras.
Você não vai encontrar aqui a fórmula mágica do 
sucesso, até porque o significado de sucesso pode ser visto 
de forma diferente entre as pessoas. Porém, alguns pontos 
devem sim fazer parte dessa matemática, por exemplo: 
fazer algo porque gosta, com pessoas que compartilham 
os mesmos objetivos e não focar somente no retorno 
financeiro de um projeto. Outro item que abordo nesse livro 
é a questão do planejamento. Perdi a conta das ideias que 
gostaria de tirar do papel e que por colocar tanto tempo em 
definições, pesquisa de mercado, investimento, retorno, 
ponto de equilíbrio, etc… simplesmente desisti. Não estou 
dizendo que planejar não serve a nada, mas cuidado para 
não limitar o seu impulso de fazer algo acontecer somente 
com base em dados e informações exatas.
Em um estudo de mais de 10 anos, o consultor de 
marcas e autor Martin Lindstrom publicou um livro 
intitulado BUYOLOGY, em que ele mostra a ciência por 
trás das decisões de compra. É incrível saber que, por 
exemplo, pesquisas de opinião simplesmente não dizem 
a verdade. Ficou comprovado por testes em laboratório 
que nós respondemos a algo e o nosso cérebro pensa 
em outro. Caímos na velha frase de Henry Ford “Se eu 
7
perguntasse aos meus clientes o que eles gostariam de ter, 
responderiam um cavalo mais rápido”. Deixar de realizar 
um projeto porque o tal do manual do empreendedor diz 
para não fazer nada sem antes ter um plano de negócios é, 
usando um termo diferente, triste.
Empreender significa tomar riscos, todavia gostaria 
de ir além disso, significa também quebrar modelos de 
negócios, buscar alternativas, errar e consertar. 
A história que conto aqui só virou livro porque tive 
a oportunidade de parar um pouco e fazer uma espécie 
de inventário das coisas ao meu redor, das minhas 
experiências como empreendedor. Caí e levantei, tive 
extratos bancários gordos e momentos de desespero sem 
saber como pagar o próximo fornecedor, mas com a pessoa 
mais importante da minha vida ao meu lado, minha esposa, 
conseguimos passar por isso, juntos nós rimos e choramos, 
e hoje olhando para trás vejo que vale a pena compartilhar 
essa história.
Nossas vidas se dividem em duas etapas, que não é 
antes e depois do casamento, mas antes e depois do Jack, 
um cão de personalidade forte, pequeno, sem noção do 
seu tamanho; falam que faz parte do DNA terrier da raça, 
cães caçadores, desbravadores. Ele entrou para a família 5 
anos atrás e desde então tudo virou uma aventura, cheguei 
a me jogar em dois rios diferentes para salvá-lo de dois 
afogamentos. Os Jacks Russells têm as pernas curtas e 
nos dois casos ele acabou se enroscado em plantas e não 
conseguia manter a cabeça para fora da água; também já 
participou de ensaios de moda, mas a maior façanha foi 
fazer a Mariana largar seu emprego em uma multinacional 
alemã para montarmos uma loja como ninguém ainda 
nunca tinha visto aqui no Brasil. Foi essa experiência que 
nos mostrou o que realmente empreender significava, 
a qual fizemos seguindo nossos instintos, com menos 
8
conversa e mais ação.
No final de cada capítulo, procurei elencar algumas 
dicas, espero sejam úteis para você colocar suas ideias em 
prática. A troca de ideias continua pelo meu blog www.
lucca.co e pelo meu twitter @all_lucca
Boa leitura!
Jack, o culpado :)
9
EMPREENDER
Durante os meses de verão e férias escolares, 
geralmente no meu tempo de escola isso acontecia entre 
novembro e fevereiro, nós praticamente fazíamos uma 
mudança para a casa que meu pai tinha recém - comprado 
no litoral paranaense. Eles chegavam a alugar uma kombi 
para levar roupa, comida, pranchas, etc… e mesmo sendo 
uma viagem curta, 1h30min de Curitiba, eu, meu irmão, 
minha irmã e minha mãe ficávamos na praia por 3 meses 
sem voltar para Curitiba. Durante todo esse tempo, o único 
que voltava era meu pai por compromissos de trabalho.
Foi um período fantástico, cheio de amigos, aventuras, 
às vezes pirraças e encrencas; eram, com certeza, os 
melhores meses do ano.
Foi em um desses verões que tive minha primeira 
experiência com o empreendedorismo, éramos ainda 
dois “guris” como se diz aqui no sul, e nem sabíamos da 
existência desse termo, empreender. 
Nós ficávamos em um balneário, era um complexo 
de casas, todas parecidas, com muros baixos, hoje 
completamente mudado por causa da insegurança. O 
balneário era dividido em dois por uma rodovia estadual, 
não muito movimentada, era comum cruzar a estrada para 
ir à casa de amigos, para a praia, ou ao bar do Cecon, que 
ficava lá nos fundos de todas as casas. Não podia existir 
lugar pior para construir um bar, mas na época era o que 
tinha e por ser o único bar nas vizinhanças toda a molecada 
do balneário ia se encontrar lá depois do almoço. Ficávamos 
jogando sinuca, bola, tomando sorvete e refrigerante no 
grande terreno que circundava o local.
O sr. Cecon, dono do bar, era conhecido por todos, 
homem simples e honesto e no seu pequeno mundo 
10
reparou que nós ficávamos ali matando tempo e que esse 
tempo poderia render algo se focado em outras tarefas. 
Um dia ele chegou para nós e perguntou: “Querem ir 
vender sorvete na praia? Para cada sorvete vendido vocês 
ganham uma comissão.” Praticamente ninguém ia até 
o bar, imagine se alguém na praia ia andar quase 1km, 
cruzar uma rodovia para comprar um sorvete.
Aceitamos a proposta, lá fomos nós armados de 
caixinhas de isopor, aquelas que parecem uma bolsa de 
carteiro, para as areias da praia vender sorvete. Depois de 
muito sol na cabeça e dor no ombro pelo peso do isopor 
conseguíamos vender alguns, mas nada que mudasse 
nossas vidas e muito menos a do Sr. Cecon, dono do bar. 
Na verdade, foi ele quem mais ganhou com toda essa 
história, simplesmente porque o dinheiro da comissão que 
eles nos dava era gasto ali mesmo, comprando adivinha o 
quê? Sorvetes.
Nos anos que seguiram tive outras experiências que 
também nunca renderam algo duradouro emtermos de 
negócios, mas que ajudaram a moldar ideias e aprender 
sempre mais sobre como levar um negócio. Na primeira 
bolha da internet, lá pelo ano 2000, eu e meu irmão 
pensamos em um site para estudantes, um lugar onde achar 
conteúdo de estudos, fórum para discussões, eventos, etc… 
o nome era “student” que por si só já virou um problema. 
No pouco tempo que ficou online recebíamos vários 
emails reclamando do nome, o pior é que não aprendemos 
a lição e repetimos o mesmo erro com o nome alguns anos 
depois. De qualquer maneira, a titulo de curiosidade, o site 
“student“ foi o primeiro site de IP fixo hospedado na NET 
aqui no Brasil. 
Alguns anos mais tarde, já falo de 2004/2005, novamente 
me associei com meu irmão na criação de um quiosque para 
conversão de fitas VHS para DVD. Escolhemos o nome de 
11
“uCan” que se lido por um americano faria todo sentido 
“você pode”, mas ninguém no Brasil se ligou na ideia do 
nome e ficou no mínimo estranho, difícil de entender e 
associar com os serviços.
Deixando o nome de lado, o negócio em si foi um 
sucesso, naquele período eu ainda morava fora do Brasil, 
então não participava do dia a dia da empresa. Eu cuidava 
da parte de comunicação do projeto, mas também com 
certos limites devido a distância. 
O quiosque estava localizado na entrada de pedestres 
de um grande shopping no centro de Curitiba, o produto 
chefe era a conversão de fitas VHS para DVD, em poucas 
semanas tínhamos uma fila de espera de 3 meses. Aos 
poucos ainda fomos adicionando outros serviços como 
xerox, impressões, scanner…. Os problemas porém não 
demoraram a acontecer. Mais adiante você vai encontrar 
um capítulo à parte somente sobre funcionários, esse foi o 
ponto que mais tarde nos levaria a fechar o negócio. 
Nós éramos 6 sócios e com todo mundo trabalhando 
em paralelo sobrou para o meu irmão tocar o negócio 
sozinho praticamente. Como ele também tinha seu trabalho 
durante o dia, ficou difícil tocar o projeto, tomamos, então, 
a decisão de fechar.
Ter uma loja em shopping sem poder bancar gerente de 
loja e vendedores é para poucos, ou seja, esteja preparado 
para trabalhar, trabalhar e trabalhar, sem fim de semana, 
sem feriados, é muito puxado. Se você somar o investimento 
de tempo com a falta de pessoas comprometidas, e nesse 
caso ainda a ocorrência de furtos, fica complicado achar 
forças para fazer acontecer.
Outra experiência que ficou marcada para mim foi 
uma brincadeira lucrativa, que mais tarde se revelou útil 
por me explicar o conceito de tribos. Ainda nos tempos 
12
de faculdade, íamos em quase todos os shows que 
aconteciam na famosa pedreira em Curitiba. O lugar era 
uma antiga pedreira mesmo, que a prefeitura transformou 
em um espaço para eventos, mas esqueceram um 
pequeno detalhe, estacionamento. Fato que se tornou uma 
oportunidade para os comerciantes e moradores da região 
que transformavam seus espaços em estacionamentos 
durante os shows.
Nós deixávamos o carro estacionado sempre no 
mesmo lugar, uma oficina mecânica e junto com nós dois 
isopores grandes cheios de cerveja, era muita latinha para 
pouca gente, nosso grupo não passava de 4 pessoas. Então 
pensamos, que tal vender cerveja para as pessoas que iriam 
para o show por um preço um pouco menor que os outros 
vendedores? Na época ninguém tinha licença, permissão, 
nada disso para poder vender, quem chegasse ali com um 
isopor poderia vender o que quisesse. 
Começamos a falar com as pessoas que passavam 
que estávamos vendendo cerveja por um preço especial, 
não lembro o valor exato, mas era algo em torno de 
R$0,20 centavos a menos em relação aos outros. A voz 
rapidamente se espalhou e vendemos tudo em questão 
de minutos. Nós nem pensamos em analisar os motivos 
do sucesso das vendas, nosso interesse era outro. Hoje, 
porém, eu tenho certeza de que não foi o preço que vendeu 
o “nosso produto”, foi um outro detalhe. Não colocamos 
nenhum cartaz, nada ali na nossa rodinha remetia a 
alguém que estivesse vendendo algo. A voz de “uns caras” 
vendendo cerveja mais barata se espalhou. Nós criamos, 
sem querer, uma sensação de exclusividade. Você só 
compraria a cerveja mais barata se fizesse parte de um 
grupo que sabia disso, você precisava fazer parte da nossa 
tribo, um conceito de mercado que hoje rende produtos de 
sucesso mais conhecidos como “invite only”, ou seja, você 
13
só tem acesso se consegue um convite para se inscrever. 
Muitos produtos de sucesso que vemos hoje nasceram 
com esse modelo de acesso, Gmail, por exemplo, foi um. O 
produto pode ser o mesmo que tantos outros, mas o fato 
de pertencer a um grupo exclusivo muda tudo, geralmente 
esse fator é somado a um preço maior porque justifica o 
limite de acesso, no nosso caso ficou melhor ainda porque 
o produto era mais barato.
Foi ao mesmo tempo divertido e lucrativo, afinal 
pagamos as cervejas vendidas, as que bebemos, o 
estacionamento e os ingressos do show. Repetimos a dose 
por mais dois shows, sempre com o mesmo sucesso, no 
terceiro tivemos uma surpresa. O dono da oficina tinha 
colocado um quiosque de uma marca famosa de cerveja, 
em poucas palavras, perdemos o ponto.
DICAS
•	 Faça	um	levantamento	dos	seus	conhecimentos,	o	que	você	
sabe	fazer?	Do	que	você	gosta?	Você	pode	trabalhar	como	
gerente	de	banco,	mas	o	que	você	realmente	gosta	de	fazer	
é	pintura.
•	 Colete	informações,	escreva,	faça	um	caderno	de	ideias,	seu	
passado	é	a	sua	história.
14
NOçãO DO MuNDO
Comecei a trabalhar com 17 anos, desenhava rótulos 
de embalagens de farinha, carvão, arroz, feijão em uma 
grande fábrica de papel. Meu projeto na época era terminar 
a faculdade e ir para a Itália, tinha um fascínio por esse 
país, muito provavelmente por ser de origem italiana. 
Essa viagem acabou acontecendo uns 5 meses depois de 
formado, vendi meu carro para viajar por 1 mês na Europa 
e parar na Itália para tentar um emprego e ficar por lá por 
um tempo.
Essa viagem valeu por outras 10 faculdades, nenhuma 
escola iria me ensinar o que aprendi nesse tempo fora do 
Brasil. Eu acredito muito no fato de as pessoas nascerem 
ou não empreendedoras, mas experiências como essas 
são capazes de transformar qualquer um. Saber lidar 
com situações inesperadas, novas, sem a possibilidade de 
recorrer a conhecidos para pedir ajuda, aqueles momentos 
em que seu olhar fica vazio e você se pergunta, e agora? o 
que faço? Essa foi sem dúvida alguma a minha primeira 
experiência séria de empreendedorismo, o produto nesse 
caso era eu mesmo, o investimento meu carro, o lucro 
minha vida.
Acabei morando na Itália por 7 anos, momentos 
marcados também por outros dois fatos importantes, meu 
casamento com a Mariana e a fundação da Luccaco *be 
digital, empresa que ainda faz parte do meu dia-a-dia.
A própria Luccaco nasceu sem planejamento algum, 
na época eu trabalhava como ilustrador em uma agência 
que fazia sites e guias turísticos impressos. Em um dia 
normal de trabalho eu recebi do meu pai um daqueles 
famosos power-points com mensagens interessantes, esse 
15
em específico era baseado em um texto escrito por Donella 
Meadows, em 1992. Ela teve uma idéia muito boa, diminuir 
a população da terra para somente 1000 pessoas e a partir 
desse número dividir a população em raça, religião, poder 
aquisitivo, entre outros dados. O grande trunfo é que tudo 
fica mais fácil de entender quando falamos de centenas e 
não milhões, e a disparidade social e econômica do mundo 
que em vivemos fica explícita para quem lê o texto.
Pois bem, eu peguei aquele power-point e transformei 
em uma animação, coloquei fotos, animei os textos e 
adicionei uma música, publiquei o video na internet, nada 
de YouTube ou Vimeo, estamos falando de 2001, e mandei 
o link para meu pai obviamente e para alguns amigos. 
Lembre-se também que nessa época não existia rede-social, para algo ser chamado de viral, precisava entrar 
em um ciclo de emails, um passando para o outro. E foi 
exatamente isso que aconteceu, o video em dois meses 
teve 500 mil visitas que na época era muito, o provider 
cortou o servidor que o site estava hospedado e queria me 
cobrar alguns mil dólares de hospedagem porque era tudo 
baseado em banda consumida, entramos em um acordo e 
tudo se resolveu. Passaram mais alguns meses e o video já 
entrava na lista dos sites mais acessados do mundo, isso 
mesmo, do mundo. Lembro muito bem de um relatório 
em que o video aparecia junto com sites como Geocities 
e Yahoo. O video agora já tinha sido visto por milhões de 
pessoas, fizeram uma matéria na TV do Japão com uma 
entrevista minha por telefone, foi horrível porque na época 
mal falava inglês.
Foi quando alguém dentro da Organização 
Internacional do Trabalho (sigla ILO em inglês) viu o 
video e resolveu me contatar, eles queriam algo similar 
mas com números referentes ao trabalho da organização 
na luta contra o trabalho infantil.
16
Na época eu ainda trabalhava nessa agência em Milão, 
inventei uma desculpa para o chefe e junto com um amigo 
pegamos o carro e partimos em direção a Genebra, onde 
fica a sede da ILO. Sem experiência alguma de como fechar 
um negócio, fui lá com uma proposta de uma folha, escrito 
em inglês abaixo do nível básico, e mesmo assim escutei 
de uma das pessoas na sala, “uau… essa é a proposta mais 
clara que já vi nada vida”. Pronto, tinha conseguido fechar 
o primeiro trabalho da futura Luccaco.
Os frutos do video foram ainda além, empresas e 
escolas me procuravam porque queriam mostrar o video 
em eventos, etc… pensei então em vender CDROMs com 
projeto, o CD teria o video para exibir normalmente, um 
screensaver que a pessoa poderia instalar no seu PC e 
algumas imagens para desktop.
Vendia cada cópia por 10 euros, sem sistema de 
e-commerce, nada, era comum eu ir no banco com 
cheques de toda a parte do mundo para depositar, era 
pura confiança, o cliente me mandava cheque ou dinheiro 
por correio e quando eu recebia, mandava o CD. Além 
desse método usei muito o PayPal que na verdade foi o 
que movimentou tudo, consegui juntar alguns mil dólares 
na venda dos CDs, algumas cópias foram para empresas 
como Nokia, Nike e também grandes universidades.
Algum tempo mais tarde produzi camisetas, não foi 
somente comprar camisetas e mandar serigrafar, procurei 
uma confecção em Curitiba (já tinha voltado ao Brasil) 
e fizemos tudo do jeito que eu queria, produzimos 300 
camisetas, devo ter umas 20 comigo ainda, o resto foi 
vendido pelos 4 cantos do planeta.
O projeto existe até hoje, mas não vendo mais nada 
relacionado ao tema, existem várias versões que foram 
adaptadas no YouTube, a original é “The Miniature Earth 
17
- Oficial Version” o vídeo pode ser visto no link www.
miniature-earth.com
Ou seja, a Luccaco é fruto de um experimento, a 
vontade de fazer algo diferente. Depois de todos esses anos 
nos especializamos em produtos digitais, leia-se websites, 
aplicativos para celulares, tablets, revistas digitais, etc… 
trabalhamos com grandes organizações na Europa, nos 
EUA e aqui no Brasil também.
Espero já tenho ficado claro do porque do nome do 
livro, sem planejamento algum me envolvi em histórias 
magníficas, mas nenhuma delas foi tão desafiadora e 
divertida como um projeto relacionado ao mundo dos 
cães, esses seres fascinantes que nos dão tudo e não 
esperam nada em troca, somente respeito. Eu cresci com 
cães na família, e depois de alguns anos morando com a 
minha esposa resolvemos que era hora de um membro 
peludo entrar para a nossa matilha, esse foi um marco que 
digamos moldou as nossas escolhas de vida desde então.
Apresento Jack, o terrorista, odeia outros cães, já 
tentamos adestrar com dois profissionais diferentes, nada, 
tentei a medicina normal e nada, testamos a medicina floral 
e nada, li uns 10 livros diferentes sobre comportamento 
canino, e nada, o Jack não muda. A sorte, entretanto, é que 
ele é um figura, não tem quem olhe pra ele e não dê uma 
risadinha. Com dois anos de idade já foi pai e a Apple, 
sua filha, também acabou encontrando seu lugar na nossa 
família, são nossos dois filhos peludos.
Foi com o Jack, que vimos nascer uma oportunidade, 
assim que começamos a frequentar o mundo das petshops, 
consultórios veterinários, parques, etc… fomos reparando 
que existia um mercado carente de inovação, parecia 
que tudo era feito como há 20 anos, mesmos produtos, 
mesmos procedimentos, mesmos conceitos. Nem eu, nem 
18
a Mariana temos formação em veterinária, também nunca 
tivemos nenhuma experiência com comércio, mas quase 
que inconscientemente fomos filtrando essas informações, 
até que um dia resolvemos nos jogar de cabeça em um 
projeto cheio de riscos, mas que nos daria uma imensa 
satisfação de fazer acontecer.
DICAS
•	 Abra	sua	mente	para	novas	experiências.
•	 Procure	aprender	outras	línguas,	é	uma	porta	aberta	para	
conhecer	outros	mundos.
•	 Adote	um	cão,	são	seres	magníficos	que	só	nos	ensinam	
coisas	boas.	:)
19
uMA bANDANA QuE MuDARIA TuDO
Na época em que pegamos o Jack, a Mariana trabalhava 
em uma multinacional alemã, gastava uma hora no transito 
para ir até o trabalho e mais uma ou até uma hora e meia 
para voltar para casa, eu tive mais sorte, trabalhava perto 
de casa, ia caminhando para o escritório. Pensei então que 
poderia levá-lo comigo, assim não precisaria ficar o dia 
todo sozinho em casa, era eu e o Jack para cima e para baixo, 
hoje todo mundo ali no bairro nos conhecem. O tempo foi 
passando e ele cada dia mais fazendo parte do meu dia a 
dia, acho que foi por isso que comecei a procurar algum 
elemento que o deixasse mais humano, acabei pensando 
em uma bandana, dessas estilo motoqueiro. Começamos 
então a visitar algumas petshops em busca do acessório.
Não demorou muito para constatar o fato de que 
já tínhamos notado meses atrás. As petshops tinham 
sempre os mesmos produtos, na grande maioria feios, 
mal acabados, sem criatividade alguma, o único fator de 
escolha entre elas era proximidade de casa e preço porque 
as opções eram sempre as mesmas. 
Desistimos da procura e acabei parando na Amazon.com 
(site de compras online), foi como se um novo mundo 
aparecesse na nossa frente. Bandanas dos mais variados 
tipos, cores e tamanhos e quando começamos a ver os 
produtos relacionados ficamos mais impressionados ainda, 
eram produtos que nem imaginávamos que existissem, 
roupas de grife, fantasias, perfumes e até biscoitos que 
não perdem em nada se comparado às opções para nós 
humanos. 
Ficamos literalmente bobos com a quantidade de 
opções, mas toda essa informação ainda estava sendo 
analisada por nós como consumidores somente, não 
20
tínhamos ainda pensado que um dia isso poderia virar um 
negócio. 
Em uma das tantas caminhadas com o Jack, sempre 
perto de onde moramos, passei na frente de uma casa 
antiga com dois senhores fazendo a reforma desse lugar. 
A construção era dos anos 60, típica casa de família, 
antiga, muito simpática, mas ficou anos abandonada e 
acabou virando ponto de lixo. O imóvel estava na área 
mais nobre da cidade, o bairro do Batel em Curitiba, então 
não demorou muito para a prefeitura notar o abandono e 
multar o proprietário com a ordem de revitalizar o local, 
era isso que estavam fazendo quando passei ali na frente.
O imóvel estava sendo dividido em 3 unidades, todas com 
a frente para a rua, e mesmo não sendo na avenida principal 
o lugar tinha um charme todo particular. Parei, troquei 
umas palavrinhas com os dois senhores, peguei o número 
do proprietário e liguei para saber detalhes sobre aluguel, 
disponibilidade, etc… Um detalhe importante, é que fiz isso 
sem ainda ter algum projeto na cabeça, foi pura curiosidade.
A estrutura do localainda iria precisar de muito 
trabalho, mas como o ponto era bom, tinha certeza de que 
não ficaria muito tempo no mercado. Mostrei o imóvel 
para a Mariana e ficamos somente imaginando que tipo 
de negócio poderia funcionar ali. Passaram-se algumas 
semanas e nada que nos levasse a encarar o desafio de 
montar alguma coisa ali.
DICAS
• Procure	não	forçar	uma	ideia,	ela	um	dia	vai	aparecer	na	sua	
frente.
• Não	deixe	de	lado	um	projeto	simplesmente	porque	você	não	
tem	experiência	alguma	na	área.
• Faça,	se	precisar	ligar,	ligue,	se	precisar	parar	e	perguntar,	
pare,	não	dependa	dos	outros,	vá	atrás	você	mesmo.
21
VALIDAR uMA IDEIA
Considero-me um homem de sorte por ter minha 
esposa ao meu lado, a Mariana me acompanhou em todas 
as aventuras sejam viagens, negócios, sempre discutimos 
tudo, do que vamos jantar até planos de largar um emprego 
para apostar em um novo projeto.
Foram essas conversas que ajudaram a moldar nossos 
objetivos e aspirações, sabíamos que de um lado ela tinha 
um bom trabalho, em uma grande empresa, mas qualidade 
de vida quase zero, horas no trânsito para passar o dia 
inteiro dentro de um escritório, voltar para casa de noite 
e repetir o ritual todo santo dia, não queríamos isso para 
nossas vidas.
Do outro lado, nós dois com muita vontade de 
empreender, eu particularmente gostaria de experimentar 
o mundo do comércio, sempre estive no meio de serviços, 
tinha muita curiosidade de vender produtos, montar um 
layout de loja, marketing de varejo, campanhas, ofertas…. 
Não demorou muito para processarmos todas aquelas 
informações que tinham ficado guardadas nas nossas 
cabeças, a equação foi bem simples:
Adoramos cães + Não achamos nada legal para eles aqui + 
Sabemos que existe uma variedade enorme de produtos no 
exterior + Temos vontade de criar algo relacionado ao comércio 
+ Conhecemos um ponto disponível no bairro nobre da cidade =
Pet Boutique
Não está escrito errado, é Pet Boutique mesmo, o 
conceito de PetShop não traduzia a ideia que tínhamos 
para o nosso negócio, e mesmo tendo uma boa ideia do 
22
que gostaríamos de fazer, tínhamos a nossa frente uma 
série de “nãos”:
• Não conhecíamos o mercado pet;
• Não tínhamos experiência alguma com comércio;
• Não tínhamos um plano de negócios;
• Não tínhamos um plano de saída;
• Não tínhamos capital;
Mesmo assim, tomamos nossa decisão e dessa vez 
não iríamos seguir os passos que nos fizeram desistir de 
outras ideias. Você sempre escuta pessoas de sucesso 
dizendo que precisa antes de tudo montar um plano de 
negócios, era o que fazíamos, mas no meio do caminho 
sempre acabavámos desistindo. Dessa vez ia ser diferente, 
nosso plano era um só, correr atrás de uma ideia e fazê-la 
acontecer.
Era hora, então, de sair de cima do muro. Decidimos 
que eu iria tomar conta da obra enquanto a Mariana 
mantinha seu emprego e assim que toda a estrutura 
estivesse pronta ela pediria demissão. Nesse meio tempo 
procuramos fazer alguns cursos no Sebrae, fluxo de caixa 
foi um deles, importantíssimo para qualquer negócio, o 
qual recomendo a todos.
Dois meses depois da decisão estava tudo pronto, 
durante o dia tocava meu estúdio e cuidava da obra, à noite 
depois que ela chegava em casa, procurávamos produtos 
online e fazíamos os pedidos, também preparávamos 
todo o resto, sacolas, aventais, papelaria, até os cabides 
mandamos fazer, eram todos em formato de osso, fomos 
até uma feira de artesanato local e achamos um artesão 
que conseguiu fazer o que queríamos. Nosso apartamento 
23
ficou cheio de caixas de produtos que importamos da 
China e dos Estados Unidos, somente produtos exclusivos 
que você não encontraria em nenhuma outra pet do Brasil. 
Nascia a Woof! Que hoje em dia opera sob outro nome, 
mais para frente explicarei o porquê.
DICAS
•	 Procure	diferenciais.
•	 Quebre	paradigmas,	o	cliente	nem	sempre	sabe	o	que	quer.
•	 Saia	da	sua	zona	de	conforto.
Fachada da loja em 2009
24
PORTAS AbERTAS
Sobreviver à reforma de um imóvel e montagem de 
uma loja garante a você imunização a muitas pragas que 
podem atingi-lo durante todo o processo de abertura de 
um negócio. A lista de tarefas é longa, inclui: documentos, 
financiamentos, licenças, alvarás e um dos pontos mais 
importantes, a escolha de um nome. 
Tínhamos várias opções, mas queríamos de algum 
modo manter simples, pensamos então como poderia 
ser “Au!” em outras línguas, acabamos com Woof! que 
é tradução do au para o inglês, e mesmo esquentando a 
cabeça com isso ainda acho que não se compara ao estresse 
da reforma em si, falta de mão de obra séria, o pessoal 
aparece um dia para trabalhar e no outro simplesmente 
some, serviços mal feitos, preços absurdamente caros, 
prazos, correção de projeto e por aí vai.
No nosso caso, foi especialmente doloroso porque o 
proprietário nos deu o imóvel completamente cru, nem 
fiação tinha, tivemos que montar tudo, patente, torneiras, 
piso, alinhar paredes, encanamento…, foram 2 meses 
que serviram como um curso intensivo de reforma. Não 
bastassem esses problemas, todo dia chegava uma nova 
conta para pagar, nosso orçamento para montar a loja era 
de R$60.000,00 - no fim acabamos gastando R$80.000,00. 
Posso pelo menos afirmar sem medo nenhum que ficou 
espetacular, tínhamos criado algo sem comparação no 
Brasil, quem teve a oportunidade de nos visitar em Curitiba 
sabe do que estou falando.
A Woof! era diferente, a arquitetura do local lembrava 
uma boutique de moda, 90% dos produtos à venda eram 
importados, desde coleiras da Harley Davidson até 
camisas polo da Raulph Lauren. Outro item exclusivo era 
25
o fato de não termos banho&tosa, isso fazia parte da nossa 
estratégia, não queríamos que a loja tivesse aquele cheiro 
característico de PetShop.
Passamos o último dia organizando a loja, não 
conseguimos nem colocar os preços para a festa de 
inauguração que estava marcada para acontecer no 
dia seguinte, ou seja, abrimos a loja sem preços nas 
mercadorias.
A festa foi somente para amigos e familiares, mas não 
pelo fato de que quiséssemos assim, é que na verdade não 
tínhamos mais dinheiro para contratar uma assessoria de 
imprensa, ou seja, nada de gente famosa ou artigos em 
jornais, teríamos que escalar a montanha pelo lado mais 
difícil. E assim, no dia 1 de fevereiro de 2009, abrimos as 
portas! Mas praticamente ninguém ficou sabendo.
DICAS
•	 Não	siga	um	caminho,	faça	o	seu	e	deixe	seu	rastro.
•	 Em	todos	os	mercados	ainda	existe	espaço	para	inovar.
•	 A	sua	vontade	de	fazer	acontecer	deve	ser	inversamente	
proporcional	ao	tamanho	dos	problemas	que	você	vai	
enfrentar.
26
FILhOS PELuDOS
Nosso público-alvo estava bem definido, pela 
localização, estilo e produtos, pessoas de classe média alta 
para cima, que tratam seus cães como se fossem filhos. É 
uma tendência em países mais desenvolvidos e emergentes 
ver pessoas casando mais tarde, tendo filhos mais tarde ou 
até optando por não ter filhos. Muitas vezes, esses casais 
preenchem esse espaço com bichinhos de estimação que 
na grande maioria dos casos são cães. 
Essa prática leva ao que chamamos de humanização, 
ou seja, a tendência de espelhar no cão comportamentos 
que são específicos dos humanos. Isso acontece de diversas 
formas, comprar roupinhas, coleiras com brilhantes, 
uma caminha superconfortável, banho de ofurô, cremes 
hidratantes e por aí vai. Na minha opinião, existe exagero 
por parte de alguns, tínhamos um cliente que só dava água 
mineral para o seu cãozinho, mas mesmo assim eu prefiro 
ver um cão mimado do que maltratado.
Sem dinheiro para campanhas de marketing, 
começamos a fazer pequenas ações. A primeira foi o 
“Blocão de Carnaval”, fizemos um esforço enorme para 
conseguir reunir uns 20 cachorros na praça que ficava atrás 
da loja, contratamos uma banda de marchinhasde carnaval 
e ficamos ali curtindo com o pessoal. Nossa intenção era 
de comunicar a loja obviamente e tentar vender algumas 
fantasias, coisa que não aconteceu. 
Porém, algo ainda melhor aconteceria naquele evento, 
uma emissora de TV local ficou sabendo da festa e veio 
correndo para fazer uma entrevista, a matéria foi ao ar 
na mesma noite, não temos ideia de quanta gente viu o 
jornal, mas para nós foi uma grande conquista, foi a partir 
desse momento que começamos a criar uma imagem que 
27
acompanha a loja até hoje - Quer algo diferente? Vai na 
Woof! que você acha.
A falta de um plano de negócios nos levou a descobrir 
fatos que muito provavelmente poderíamos ter resolvido 
antes de montar o negócio, mas tenho a convicção de que 
o tempo que perderíamos para levantar esses dados seria 
muito maior se comparado ao tempo que levamos para 
buscar soluções e buscar soluções.
Por exemplo, o fluxo de pessoas na frente da loja 
era praticamente zero, não estávamos em uma área de 
comércio, mas simplesmente em uma região rica e bonita 
da cidade, que tenta se tornar um centro de comércio de 
rua, entretanto enfrenta muitos obstáculos para fazer 
isso acontecer. A solução foi comunicar direto com os 
moradores da região, de preferência com aqueles que têm 
um cão em casa. Fizemos isso com panfletos, eu pegava 
o Jack e ia andar pelo bairro pedindo aos porteiros para 
deixar uns panfletos nos apartamentos e nas recepções. Eu 
e a Mariana também fomos algumas vezes no chamado 
“parcão” em Curitiba, um lugar onde as pessoas levam 
seus cães para brincar, íamos de um a um entregando 
panfletos.
Além da falta de movimento, para entrar na loja você 
precisava subir 5 degraus, se você consultar um arquiteto 
ele vai dizer que cada degrau representa 5% a menos de 
pessoas que entram na sua loja. Não tinha muito o que 
podíamos fazer nessa questão, procurei então diminuir o 
problema tentando chamar a atenção das pessoas, fizemos 
isso montando um display de um Dálmata sentado 
em tamanho real segurando na boca um quadro negro 
pequeno em que escrevíamos promoções, etc… Quem 
passava de carro ou até mesmo a pé às vezes confundia 
o display com um cão de verdade. Não posso afirmar que 
percebemos grandes mudanças, mas pelo menos sabia que 
28
os poucos que passavam por ali saberiam que aquela loja 
depois dos degraus era uma pet.
O resultado dessas ações de comunicação foi aparecendo 
devagarinho, o boca a boca foi na verdade a nossa melhor 
publicidade e com isso fomos conseguindo espaço na mídia 
também. Todos queriam saber um pouco mais sobre aquele 
produto de marca, o qual ninguém imaginava que existisse 
para cães. O maior jornal da cidade, praticamente toda 
semana, passava na loja para fotografar algum acessório e 
colocar no caderno animal que é publicado todo sábado. 
Esse mesmo jornal, todo ano faz um concurso chamado 
“cachorro do ano”, fomos convidados para organizar um 
desfile no evento de premiação, foi uma loucura completa 
conseguir coordenar o evento, mas no fim saiu tudo certo e 
o desfile foi um sucesso.
Tentamos algumas vezes anúncios em revistas 
locais, essas que pipocam por aí em consultórios, salões 
de beleza…. Os vendedores de anúncios dessas revistas 
são bem insistentes para não usar outro termo e nós 
comerciantes, ingênuos, geralmente entramos na história 
espetacular da revista e investimos nesses produtos que, 
pelo menos no nosso caso, não deram retorno algum. Pelo 
simples fato de que essas revistas não têm um target bem 
definido, eles disparam para todos os lados, montam algo 
para classe AA, porém distribuem a revista em qualquer 
lugar, colocam matéria de culinária do lado de uma de 
carro, e geralmente essas matérias são pagas. Repare que 
se você está lendo sobre uma matéria de alta cozinha 
francesa, nas páginas seguintes vai ter o anúncio de um 
restaurante francês, é tudo assim, combinado, pago, 
ineficiente, na verdade, sua marca está ali para fazer parte 
de uma bolha, status não significa vendas. 
É diferente se você analisar pelo lado de conceito de 
marca, se o seu objetivo é criar um produto que se encaixe 
29
em um específico nicho de luxo, por exemplo, esse é um 
investimento que deve ser considerado sim, você está 
criando uma marca nesse caso, é um longo caminho, ao 
contrário da imediatez de uma venda. 
Na medida em que fomos aumentando nossa clientela, 
começamos a perceber que a falta de banho&tosa era mais 
danosa para o negócio que o fato de a loja não ter cheiro 
característico de petshop. As pessoas estão acostumadas 
a resolver todas as necessidades de seus cães no mesmo 
lugar, acessórios, alimentação, banho&tosa e veterinário, 
esse último um ponto que iríamos incluir no nosso projeto 
mais tarde.
Precisávamos corrigir a nossa rota mais uma vez, 
felizmente já tínhamos um espaço reservado para o 
banho&tosa, resolvemos então construir uma banheira e 
compramos todos os materiais necessários.
Abrir o banho&tosa significava mudar a estrutura 
do nosso negócio, a maior delas era a inclusão de um 
serviço, item que eu preferia deixar de lado, eu queria 
lidar com comércio somente, já tenho meu estúdio que 
vende serviços. Além disso, também precisaríamos de 
funcionários, pelo menos um no início, assim a Mariana 
continuaria na loja atendendo e essa pessoa ficaria 
responsável pelo banho&tosa. O último fator era o 
investimento, já estávamos muito apertados pela recente 
inauguração, ter que comprar equipamentos, reformar o 
espaço de banho e ainda contratar um profissional seria 
bem complicado.
Mesmo assim, evitamos a calculadora e novamente 
fomos lá e fizemos, tínhamos que antes de qualquer coisa 
oferecer algo que nenhuma outra pet oferecia. Começamos 
a analisar o passo a passo de um banho&tosa completo, 
o percurso é mais ou menos assim: o cão chega à loja, 
30
o cliente pede o serviço, o cão é então levado até a área 
de banho onde espera sua vez, entra no banho, água, 
shampoo, hidratante, escova os dentes, limpa orelha, seca, 
se for preciso é tosado, corta as unhas, passa perfume e 
está pronto para voltar pra casa. 
Nós tínhamos que individualizar esses passos e aplicar 
diferenciais para o nosso serviço. Quem tem um cão, sabe 
que a hora do banho é geralmente muito estressante, eles 
ficam às vezes por horas fechados em gaiolas em um 
ambiente barulhento e quente. Eu tinha consciência que 
resolver por completo o estresse do banho era uma tarefa 
quase impossível, mas como poderíamos pelo menos 
diminuir essa experiência infeliz? Definimos alguns 
itens que teriam o nosso toque e que se tornariam nossos 
diferenciais:
• Ambiente livre de gaiolas, mandamos construir 
berços em PVC, se com a gaiola padrão poderíamos 
ter 15 cachorros, com os berços teríamos 5 somente. 
Ofereceríamos qualidade não quantidade;
• Chamar o cão pelo seu nome, sempre;
• Ar-condicionado na área de banho também;
• Montamos essa área em uma espécie de mezanino, 
facilitando a saída do cheiro, por mais que em dias 
muito movimentados podíamos sentir, era bem mais 
suave que qualquer outra pet que você fosse visitar;
• Só trabalharíamos com produtos de qualidade;
• E a cerejinha no bolo, cães machos sairiam do banho 
com bandanas superlegais enquanto as fêmeas saíam 
com colarzinhos e lacinhos exclusivamente feitos para 
nossos clientes.
Não queríamos simplesmente oferecer aquelas 
gravatinhas indecentes que vemos nas pets, buscávamos 
31
algo diferente e mais uma vez o mercado não oferecia 
isso. A Mariana foi atrás e fazia os acessórios ela mesma. 
Mais pra frente achamos alguns fornecedores que nos 
ajudariam, mas volta e meia precisávamos de algo novo e 
lá ia a Mariana inventar novos acessórios. Os mais famosos 
foram da Festa Junina e da Páscoa. Lembro muito bem de 
clientes que apareciam de longe porque tinham ouvido 
falar dosnossos “mimos“, em datas específicas como festa 
junina e páscoa a procura era ainda maior.
O início do banho&tosa foi bastante difícil, resolvemos 
que ao invés de contratar alguém iríamos pagar um curso 
para a minha irmã, nos sentíamos mais tranquilo em saber 
que alguém da família ia cuidar de seres tão preciosos para 
nós e para nossos clientes. 
Depois de poucos meses entre curso e reforma, chegou 
a hora de testar nosso novo serviço e não queria fazer 
isso com qualquer um, precisava ser com alguém que eu 
pudesse depois perguntar, e aí, como foi? Alguém sem 
medo para me dizer se foi um serviço bem feito ou precisava 
melhorar. Peguei o telefone e liguei para um casal de 
grandes amigos, não precisei pedir duas vezes, lá estava o 
Lupi Lupan com seu problema sério de coluna pronto para 
testar nosso banho&tosa, eu não ficava toda hora na loja, 
mas fiz questão de estar presente nesse momento, ajudei 
minha irmã e tentando manter a calma pedi o veredicto 
aos “pais” do Lupi. O serviço foi bom, mas tinha espaço 
para melhorar e muito, era hora de começar a espalhar a 
voz e fazer todo esse investimento trabalhar para nós.
Focamos na qualidade e no bem-estar dos cães, o preço 
tanto do banho como da tosa era sempre um pouco mais 
alto que nos outros lugares, mas o boca a boca anulou 
o fator “mais caro”, e foi mais uma vez a nossa melhor 
ferramenta de marketing. Tínhamos clientes que vinham 
do outro lado da cidade e casos que por comodidade o 
32
cliente levava seu cão em outra pet, mas voltava correndo 
dizendo que ninguém dava o banho que nós dávamos. 
Agora, um dos pontos que me deixa mais orgulhoso é o 
fato de ter visto 3 acidentes pequenos em 4 anos de loja, era 
a prova que procurávamos fazer um serviço de qualidade 
e não de quantidade.
DICAS
•	 Não	invista	todo	seu	tempo	em	planejamento,	faça	e	se	
preciso	for,	corrija	a	rota;
•	 Avalie	bem	onde	e	como	comunicar	seu	produto/serviço,	
existem	muitas	armadilhas	por	aí,	mídias	caríssimas	sem	
retorno	algum;
•	 Peça	sugestões,	conselhos	a	amigos,	familiares,	clientes	
mais	próximos,	não	pense	que	você	é	o	dono	da	razão,	eles	
podem	ajudar	no	sucesso	do	seu	negócio;
•	 O	preço	também	é	um	diferencial	que	pode	ser	explorado.
33
COLAbORADORES
Esse assunto merece um capítulo a parte, você não 
consegue escalar seu negócio se não existirem pessoas 
preparadas e honestas ao seu lado. Nós tentamos atrasar 
o possível a contratação de mais gente, mas chega uma 
hora que se torna necessidade e é aqui que você começa a 
pensar duas vezes sobre crescer ou não. 
Lidar com gente é difícil, não se iluda, as poucas 
vezes que pensei em desistir de tudo foi por problemas 
com empregados. Falta de compromisso, honestidade, 
seriedade, empenho, a lista é grande… gente que você tenta 
ajudar, mas em troca recebe um puxão de tapete. Nunca 
espere das pessoas aquilo que você faria em determinadas 
situações, a queda nesses casos é sempre maior.
Como contornar essa situação? Não sei. Procuro sempre 
me informar, aprender métodos que conectem mais os 
funcionários à empresa e mesmo tentando entender essa 
relação, vejo que realmente é um casamento complicado.
Felizmente, claro, ainda existem pessoas boas; graças a 
esses poucos iluminados que buscam uma oportunidade 
é que conseguimos forças para tocar o barco para frente. 
A loja tinha acabado de completar 1 ano quando a 
Mariana ficou grávida, começamos a buscar alguém para 
substituí-la, não foi fácil, ela parou de ir na loja no 9º mês 
de gravidez, praticamente parou para ir para o hospital.
Nesse período tínhamos a Rose que cuidava da parte 
de banho&tosa, minha irmã mudou de cidade e teve 
que nos deixar. Contratamos a Gisele para inicialmente 
substituir a Mariana nos primeiros meses de vida da nossa 
filha, mas ela acabou nos acompanhando por anos, foi, 
mesmo assim um período complicado. Eu não podia ficar 
na loja, e as vendas caíam sem nenhum aparente motivo a 
34
não ser simplesmente o fato de a Mariana não estar lá. A 
loja conseguia com muito esforço pagar suas contas. Eu e a 
Mariana até então não tínhamos pego salário algum, nem 
um centavo. 
Sei muito bem que em todo planejamento os 
especialistas dizem “o dono precisa ganhar um salário”, 
mas eu iria deixar de pagar contas e salários para nos 
pagar e correr o risco de fechar? Não! nós acreditávamos 
no projeto e sabíamos que um dia tudo entraria nos eixos, 
tivemos que esperar mais do que pensamos por causa da 
pausa da gravidez, mas continuamos focados em fazer a 
coisa acontecer.
DICAS
•	 Tenha	paciência,	lidar	com	gente	é	uma	das	tarefas	mais	
difíceis	em	qualquer	negócio;
•	 Pessoas	mais	velhas	tendem	a	ser	mais	empenhadas,	as	
responsabilidades	são	maiores;
•	 Mantenha	o	foco,	você	montou	um	novo	negócio	para	ganhar	
um	salário	ou	para	criar	algo	novo?	O	dinheiro	deve	ser	
consequência.
35
PASSO DE gIgANTE
No segundo ano da loja recebemos alguns contatos 
de empresas que montam projetos de franquias, chamou 
a atenção deles o fato de ser uma pet diferente em um 
mercado que não para de crescer no Brasil. Montar um 
projeto de franquia não é muito simples, requer tempo, 
organização e dinheiro. 
Você precisa normalizar tudo, desde o fluxo dos clientes, 
os equipamentos usados, o layout da loja, a comunicação, 
os uniformes, o treinamento dos funcionários, os sistemas 
de venda, fornecedores… A sugestão da franquia apareceu 
quase na mesma hora de outro convite inusitado, que nos 
fez tomar outro rumo e mais uma vez virou nossas vidas 
de cabeça para baixo.
Uma grande empresa no ramo de administração de 
shopping centers tinha acabado de comprar o shopping 
mais elitizado de Curitiba, que estava na verdade falido. 
Essa empresa já tinha feito vários desses “extreme 
makeovers”, eles compram um shopping meio mal das 
pernas, reformam tudo, colocam novas lojas, fazem uma 
nova campanha de comunicação e voilà, o shopping é 
de novo um sucesso. A pessoa encarregada pela venda 
dos espaços do shopping nos ligou e explicou a ideia, 
praticamente era de pegar o espaço de uma antiga pet, que 
já tinha fechado, no piso da garagem e abrir a loja ali. A 
nossa primeira reação foi de conquista, ficamos sabendo que 
duas petshops já tinham contatado a nova administração 
querendo alugar o espaço, mas eles queriam algo diferente 
e acharam esse conceito na nossa loja somente. 
Agora, porque sairíamos de um lugar charmoso, 
já conhecido pelos nossos clientes para se meter em um 
shopping com seus horários malucos e custos exorbitantes? 
36
Foi uma pergunta que precisou de alguma reflexão, 
analisamos alguns pontos.
Pontos Negativos de ter uma loja em shopping
• Horários, shopping praticamente nunca fecha e se você 
não abrir prepara-se para uma multa bem salgada. Ou 
seja, seu funcionário faltou? Corra para abrir a loja;
• O custo do aluguel é bem maior se comparado a uma 
loja de rua;
• Você paga o 13º aluguel, isso mesmo, e aluguel de 
shopping não é barato;
• Existe um outro custo que é o condomínio, que também 
não é baixo.
Pontos Positivos
• O fluxo de pessoas no nosso caso seria aproximadamente 
20 vezes maior;
• O espaço disponível também seria maior; 
• Estacionamento (que por sinal era bem complicado na 
loja de rua);
• Segurança (sofremos um assalto a mão armada em plena 
tarde na rua);
• Custo, o fato do shopping ter nos procurado nos ajudou 
muito na negociação dos valores.
Entre os itens da lista, o que mais pesou na nossa 
escolha foi com certeza o fluxo de pessoas, teríamos a 
chance de crescer a base de clientes facilmente. Com mais 
espaço disponível também iríamos conseguir adicionar 
mais dois serviços, o DayCare, uma espécie de creche 
37
para as pessoas deixarem seus cães ali por algumas horas 
e um consultório veterinário que até então também não 
tínhamos.E dinheiro? Não tínhamos nem conseguido pagar o 
investimento da primeira loja, como iríamos conseguir 
mais R$150.000,00 para montar a nova? Dessa vez tivemos 
que gastar algumas horas em planejamento, fizemos 
alguns cálculos baseados no fluxo e ticket médio dos nossos 
clientes e mesmo sabendo dos riscos (shopping falido, má 
reputação da pet que estava instalada ali antes e falta de 
dinheiro) resolvemos de novo mergulhar de cabeça.
O dinheiro necessário viria de 3 fontes: cartão BNDES 
para pagar o que desse da obra, móveis, sistema de ar, 
iluminação, etc… não deu para pagar tudo porque existem 
limitações no uso do cartão e nem todas as empresas 
aceitam. Conseguimos vender as instalações da loja de rua 
por R$ 80.000,00 e tivemos ainda que emprestar mais R$ 
14.000,00 para cobrir o que faltou, lá se foi o nosso carro.
Montar uma loja em shopping é completamente 
diferente de uma loja na rua, existem regras e horários 
específicos, tudo acontece das 22h até as 9h do dia seguinte, 
sem negociação, o contrato estipula também um dia certo 
de abertura, se você não conseguir abrir na data, leva 
multa aplicada por dia. Você precisa ter um arquiteto e um 
engenheiro responsável, algumas papeladas e burocracia. 
Precisa montar um tapume em volta de toda a loja para 
as pessoas não verem o que acontece lá dentro, e só aí já 
foram R$4.000,00 - jogados no lixo, porque depois da obra 
pronta os tapumes são reutilizados pelo fornecedor, não 
por você.
O estado do local era lamentável, sujo, fedorento, na 
reforma tiramos tudo, até a fiação foi direto para o lixo, 
refizemos a loja inteira, a única coisa que ficou foram os 
38
vidros da vitrine. Instalamos um sistema de ventilação 
na área do banho para que o cheiro não ficasse forte, 
fizemos as banheiras para banho de uma maneira que não 
maltratasse as costas dos tosadores, e mantivemos o nosso 
conceito de sem gaiolas instalando bercinhos, dessa vez, 
feitos em vidro que ficaram superbacanas.
Foram meses de loucura total, eu costumo dizer que 
se não tive um infarto nessa época, não vou mais ter. 
Tínhamos uma loja funcionando na rua, meu escritório 
e seus projetos, uma filha recém-nascida e uma obra de 
100M² em shopping com prazo definido de abertura. 
Foi um período turbulento. Tivemos que rever, refazer, 
cancelar, adaptar, brigar, dar risada, sair de casa às 23h e 
voltar às 3h como zumbis, acordar de noite para controlar 
nossa pequena, e às 7h estar em pé porque o dia lá fora 
continuava normalmente.
Deparamo-nos ainda com a total falta de 
profissionalismo de uma empresa que até então era nossa 
fornecedora, acabou que tivemos que mudar o nome da 
loja por causa disso, o que no fim revelou-se como um 
fator positivo, o novo nome era ainda mais direto, claro e 
de fácil pronúncia.
Na noite anterior à inauguração, lembro-me de chegar 
à loja e vê-la cheia de entulhos e gente, aquilo parecia 
uma casa de loucos, era gente para todos os lados, quem 
dava o último retoque na pintura, quem ajeitava as luzes 
da vitrine, quem consertava as portas, os móveis… e eu 
ainda indo pra cima e pra baixo pegando as coisas da 
nossa loja da rua e levando para o shopping, detalhe que 
fiz isso sozinho, ou seja, quer empreender, prepare-se para 
arregaçar as mangas e não espere ajuda de ninguém, ela 
raramente aparece.
O último item que colocamos na nova loja foi um quadro, 
39
uma pintura a óleo do Jack, e esse quadro tem uma história 
que vale a pena ser contada. Nos anos de loja na rua, uma 
pintora de outra cidade mandava emails para a Mariana 
dizendo que ela fazia retratos de cães a óleo e sempre 
mandava alguns exemplos por fotografia. Nossa reação 
sempre foi a mesma - ok, se alguém um dia pedir, sabemos 
quem indicar - mas nosso contato nunca foi além disso. 
Como recebemos a loja (esq.) e depois da reforma (dir.)
40
Exatos 3 dias antes de inaugurarmos a loja no shopping, 
a pintora envia um outro email, dessa vez com uma pintura 
do Jack, não lembro agora, onde ela conseguiu a foto dele, 
mas a pintura ficou espetacular, um retrato a óleo do Jack, 
o cão que mudou nossas vidas, isso merecia destaque, 
precisava daquela pintura no nosso novo espaço. Liguei 
para ela na hora e por sorte ela se encontrava a 3 horas 
de carro de Curitiba, não pensei duas vezes, fui até Santa 
Catarina buscar o quadro que já tinha lugar marcado na 
loja, já na entrada, com um pequeno detalhe, logo abaixo 
colocamos uma placa escrita “Fundador”, foi um sucesso.
DICAS
•	 Procure	ter	uma	válvula	de	escape,	seja	praticando	esporte,	
caminhando	com	seus	cães…	ninguém	é	de	ferro.
•	 Avalie	o	impacto	das	suas	decisões	no	seu	dia	a	dia,	o	
quanto	isso	afeta	a	sua	família.	Vale	a	pena?
•	 Seja	coerente,	não	abra	uma	loja	de	luxo	em	um	shopping	
popular.
41
MAIS NOVIDADES
Na nova loja, era obrigação manter o nosso já tradicional 
histórico de inovação. Dessa vez seria com o consultório 
veterinário, minha ideia era a seguinte, porque ter uma 
sala escura nos fundos da loja e alugar esse espaço para 
um recém-formado em veterinária se temos um espaço 
super- moderno para explorar? Foi então que decidi entrar 
em contato com os dois maiores hospitais veterinários 
de Curitiba, o primeiro me pediu para deixar recado e 
não retornou, o segundo gostou da ideia e começamos a 
conversar sobre como colocar em prática o projeto.
Basicamente, iríamos abrir uma filial express daquele 
que é o maior hospital veterinário do Sul do Brasil, a 
ideia era aconselhar os clientes do hospital a usarem o 
ponto express para rápidas consultas, exemplo: vacinas, 
antipulgas, consultas rápidas. Tivemos que trabalhar 
um pouco na questão de contrato, etc… mas no fim deu 
tudo certo, éramos a primeira pet com uma filial do maior 
hospital veterinário do Sul do Brasil no mesmo espaço.
Essa foi, porém, uma ideia que não funcionou, no 
decorrer do tempo começamos a notar alguns problemas, 
que acabaram no cancelamento dessa parceria. O 
consultório acabou ficando esquecido, não tinha 
medicamentos, a veterinária trabalhava poucas horas por 
dia, não eram feitas campanhas, nada. Tentamos ajustar 
a rota umas três vezes, mas não teve jeito, tivemos que 
aceitar a realidade que aquilo não estava funcionando. 
Tive a sorte, entretanto, de conhecer um empreendedor 
como poucos, o dono do hospital que me ajudou a analisar 
a situação e decidimos por encerrar a parceria. 
Tínhamos de qualquer maneira uma loja impecável, 
banho e tosa elogiado por todos, produtos exclusivos e 
42
artigos em jornais e revistas. Não demorou muito para 
começarmos a incomodar o mercado pet da região, esse 
incômodo da concorrência começou a aparecer na forma 
de cópia, começaram a vender produtos que até pouco 
tempo só nós tínhamos, mas isso faz parte, o que mais me 
incomodava na época era o assédio aos nossos profissionais 
e as visitas “secretas”, lojistas que vinham sondar a loja. 
O cúmulo foi quando uma senhora começou a filmar a 
loja do lado de fora, mas ela não percebeu que a máquina 
acende a luz vermelha quando está gravando, o pior é que 
ela procurava disfarçar, como se estivesse falando com 
uma amiga sua, a Mariana foi até ela e perguntou se ela 
estava filmando, toda sem jeito disse obviamente que não.
De um lado isso era chato, claro, mas de outro nos dava 
a certeza de que tínhamos acertado na fórmula, afinal, se 
estavam procurando nos copiar é porque algo interessante 
existia ali.
Os números da loja também mudaram muito, 
tínhamos passado de uma média de 40 cachorros por mês 
no banho&tosa para aproximadamente 400, o faturamento 
da loja quadruplicou, claro que o nosso custo também 
aumentou, mas víamos um futuro promissor para o 
negócio, ao ponto de retomar as conversas com o pessoal 
da franquia.
Foi então, um ano depois de estarmos com a loja aberta 
no shopping, que mais uma veznos vimos de fronte a 
escolhas nada fáceis.
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uMA REVISTA NO MEIO DISSO TuDO
Antes de continuar, abro um capítulo à parte porque 
mesmo não sendo projeto da loja, a revista Au. foi 
consequência disso tudo, do Jack, da Apple, da loja, dos 
eventos, dos clientes…. Quem gosta de cães do jeito que eu 
gosto molda sua rotina para que eles se lembrem que são 
animais, isso inclui ir ao parque, ir à praia, procurar um 
bosque… eu chamo isso de estilo de vida. Eles dão uma 
trabalheira, sem dúvida alguma, mas deixam a casa de 
qualquer um mais alegre e feliz.
Até então, não existia no Brasil uma publicação que 
tratasse desse relacionamento cão/homem de uma forma 
mais simples, natural; as publicações disponíveis eram 
todas técnicas, para criadores, expositores… ou aquelas 
que entram no esquema, faça para vender anúncio, mas 
ninguém lê. Eram anos que tinha o desejo de criar uma 
revista, mas o alto custo de impressão, logística, edição, 
etc… me forçou a deixar o projeto na gaveta.
Foi quando em 2010 a Apple lança o iPad, no momento 
fiquei somente maravilhado por ser uma pessoa que gosta 
de tecnologia, mas com o tempo e o sucesso do produto 
começaram aparecer revistas para essa plataforma. 
Informei-me sobre o processo de converter revistas para 
tablet e decidi que era hora de a Revista Au. ganhar vida.
Foi o primeiro projeto brasileiro de revista 100% 
dedicado ao iPad, esse fato ajudou muito na divulgação da 
publicação porque chamou a atenção da mídia, a revista 
apareceu no O Globo, no Gizmodo Brasil, na MacMagazine 
entre outros, ganhou também um prêmio do fabricante do 
software que usei, a Adobe.
Contudo, como todo projeto, não foram somente boas 
notícias, eu montava a revista sozinho, a Ana Corina do 
44
site Mãe de Cachorro me ajudou muito escrevendo alguns 
artigos e falando com pessoas da área para contribuir 
com conteúdo. Mas não tinha nenhuma equipe comercial 
e eu simplesmente não tinha mais como disponibilizar 
tempo para o projeto. Fui levando enquanto pude, o custo 
mensal do software que usava era pago pela Luccaco, mas 
sem retorno algum, o projeto teve que voltar pra gaveta, 
tivemos 06 edições e um retorno incrível dos leitores. A 
Revista Au. Estilo de Vida e Cultura Canina hoje vive 
como uma comunidade no Facebook (www.facebook.
com/Au.Revista), esperando uma opção viável para voltar 
a ser publicada.
DICAS
•	Não	se	limite	a	uma	opção,	avalie	alternativas.
•	Use	a	tecnologia	para	diminuir	custos.
•	Dê	um	“curtir”	na	página	da	Au.	www.facebook.com/Au.Revista
Revista Au. para iPad
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DECISÕES, DIFÍCEIS...
A Luccaco é um estúdio digital, onde desenvolvemos 
websites, aplicativos, etc… temos as Nações Unidas como 
um dos nossos maiores clientes. É uma longa história, 
mas resumindo, já são 7 anos que prestamos serviços para 
diversas agências do sistema ONU, por isso eu costumo 
visitar os Estados Unidos umas 2 vezes ao ano para ter 
reuniões e prospectar novos projetos. Em uma dessas 
viagens percebi que estava perdendo negócios importantes 
pelo simples fato de não estar nos EUA, comecei então 
avaliar a ideia de abrir uma filial da Luccaco em Nova 
Iorque, assim ficaria mais perto dos meus potenciais 
clientes. Mas essa decisão além de ser bem complicada 
traria questões como, o que fazer com a loja? Estamos 
dispostos a deixar tudo? Simplesmente passar o timão do 
navio para outra pessoa e subir em outro barco?
Eu costumo dizer que na nossa vida as coisas se 
encaixam, é por isso que planejar tudo nos mínimos 
detalhes é algo que não faço. Nossa vida não tem um 
caminho pré-definido é acerto e erro, cabe a nós ajustar a 
rota e seguir em frente ou simplesmente parar e voltar pra 
trás, o resultado vai ser ou sucesso ou fracasso, ponto.
Os meses foram passando e começamos a analisar 
os pontos positivos e negativos de investir na ideia da 
mudança. Abaixo, elenco os itens que praticamente 
decidiram a nossa escolha.
Cenário brasileiro
Todo empreendedor no Brasil deveria ganhar o título de 
super-herói, por algum motivo que vai muito além do 
meu conhecimento eu acredito que o governo brasileiro 
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não quer que sua empresa funcione, cresça, dê lucro… 
mas o contrário, o estado está presente para acabar com 
você, ele vai te sugando, seja por impostos altíssimos ou 
pela burocracia infinita, isso pra não falar no QI, o famoso 
quem indica, se você não conhece alguém que conhece o 
tal fiscal, esqueça, você vai ficar na fila por anos até ter o 
documento de que precisa. 
É uma série de incompetências acumuladas, seja na 
Receita Federal, nos Correios, na Prefeitura, nos órgãos de 
controle, simplesmente nada funciona e se não bastasse 
toda essa ineficiência você pode apostar que se tiver algo 
que eles possam fazer para complicar a sua vida, eles farão.
Custo de vida
“Você precisa ser muito rico pra morar no Brasil”, ouvi 
isso de um amigo Italiano, ele visitou nosso país e ficou 
simplesmente abismado com os preços de tudo, do almoço 
ao carro popular, de roupas ao preço de um smartphone, é 
tudo no mínimo duas vezes mais caro que no exterior, falo 
dos Estados Unidos e posso incluir boa parte da Europa 
também. 
Ter que pagar 3, 4, 5 vezes mais pelo mesmo produto 
que vemos lá fora, ter que pagar uma carga tributária no 
mesmo nível que se paga na Suíça, mas sem ver nenhum 
retorno desse dinheiro em forma de segurança, saúde, 
infraestrutura, educação, não é fácil.
Cansaço
Depois de 4 anos em um ritmo alucinado, a canseira bateu, 
não era difícil a Mariana ter que fazer turnos de 12 horas 
seguidas almoçando uma coxinha, também não era raro 
eu ter que sair do meu escritório às 18h e ir para a loja ficar 
47
até fechar. Sem falar no tempo precioso que estávamos 
perdendo com a nossa filha.
A equação no fim era muito simples, os ganhos não 
estão pagando as perdas, sejam elas físicas, emocionais 
e ou financeiras. Nesse período de proprietários de loja, 
tivemos a oportunidade de conhecer donos de grandes 
marcas, gente com 5, 6 ou mais lojas em diferentes 
shoppings e setores, faturamentos altos, mas todos eles 
com alguns pontos em comum, famílias desestruturadas e 
colapsos físicos, não era isso que queríamos.
Aceitamos a ideia de ter criado algo diferente, de ter 
mudado alguns conceitos de mercado, mas pagamos um 
preço por ter feito isso, era hora de diminuir a marcha e 
dar um tempo para nós.
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hORA DE VIRAR A PÁgINA
Na época da decisão, a loja estava com 5 funcionários, 
contando a Mariana. Foi difícil explicar para todos, 
principalmente para a Rose e para a Gisele, os motivos da 
decisão, que a canseira bateu, mas explicamos diretinho os 
pontos que nos levaram a optar por esse caminho. Ainda 
sem ter ideia de como e por onde começar, ficamos sabendo 
que uma cliente da loja ouviu os boatos e se interessou pela 
compra do negócio. Isso seria fantástico porque teríamos 
certeza de que essa pessoa trataria os cães tão bem quanto 
nós tratávamos. Abrimos um canal de contato e depois de 
uns 2 meses de negociações, fechamos a venda.
Era mais um capítulo que terminava, uma etapa 
da nossa vida que nunca iremos esquecer. O valor que 
recebemos não nos deixou rico, longe disso eu diria, mas 
foi suficiente para pagar os financiamentos que ainda 
tínhamos em aberto e cobrir nosso investimento, nossa 
riqueza ficou no conhecimento, nenhuma escola pode te 
ensinar o que aprendemos nesse período e isso realmente 
não tem preço.
A loja está lá, vai fazer um ano que fechamos a venda, 
no começo eu queria saber o que estava acontecendo, como 
a nova proprietária estava indo, mas com o tempo fomos 
vendo que cada um teu seu jeito de fazer as coisas, era 
melhor então se desligar completamente e deixar o filho 
enfrentar os desafios do mundo.
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CONCLuSãO
O empreendedorismo nunca me foi ensinado, tivemos 
em família algunsexemplos, minha mãe, por exemplo, 
teve um jardim de infância e uma loja de roupas há uns 25 
anos, meu pai tem seu próprio negócio também, mas não 
posso saber se minha vontade de criar, fazer, arriscar… 
vem desse passado, só espero que nunca acabe, pois é o 
que nos faz sentir produtivo, útil.
Nessas aventuras aprendi que precisamos ficar atentos 
aos falsos gurus empreendedores, eu adoro ler blogs, 
revistas, artigos que falem de técnicas de gerenciamento de 
projeto, de como organizar ideias, de como fazer acontecer, 
mas é importante separar o joio do trigo. É muito comum 
você ver por aí palestras, workshops, cursos, artigos, 
livros, etc… de pessoas que vendem fórmulas mágicas 
de administração e marketing, mas essas pessoas nunca 
tiveram uma experiência sequer na vida. Escrevi no meu 
blog um post sobre o assunto que coloco aqui em seguida:
------------
Os novos “gurus”
Faz tempo que venho percebendo essa “tendência”, então 
achei interessante aprofundar o assunto e seria legal, ouvir 
opiniões.
Hoje, adotamos novos meios para avaliar as pessoas, não 
basta seu caráter, sua índole, sua experiência profissional, 
sua contribuição para uma determinada área, para muitos 
é suficiente que tenha alguns seguidores no Twitter, ou 
que entre para alguma lista de “experts” ou ainda, seja 
palestrante em algum evento.
*Como sua empresa pode vender milhões! por Ciclano, que 
nunca teve uma empresa e muito menos ganhou milhões* 
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Como avaliamos aqueles que se dominam “gurus” 
de algum assunto? Eu procuro pela sua experiência 
profissional, seja ele um designer, um empreendedor, um 
técnico… Fico assustado quando vejo eventos onde o João 
ou Pedro darão palestras e quando você vai pesquisar 
mais sobre esses profissionais descobre que não fizeram 
nada, nenhum projeto relevante, importante, nada…
*Construindo um time criativo e fazendo sua empresa decolar” 
por Fulano, que nunca trabalhou em uma equipe e muito 
menos administrou uma empresa na sua vida*
Li sobre um profissional que está listado como expert em 
uma área de tecnologia digital, pensei “preciso seguir esse 
cara” então fui logo ao Twitter para começar a ler seus 
“pensamentos, ideias, etc…” bastou 5 minutos para ver 
que seus posts são fotos da esquina onde mora, conselhos 
do que comer, links para sites bonitinhos, e por aí vai… 
onde está o guru que aparece na lista dos experts?
Acabou a era da meritocracia (se é que ela um dia existiu) 
e começamos a era do blá, blá, blá?
------------
Endereço do blog: www.lucca.co
Depois da venda da loja, muitas coisas aconteceram, 
entre elas a abertura da filial da Luccaco nos Estados 
Unidos, no momento que escrevo se passaram 6 meses que 
mudamos para Nova Iorque, eu, Mariana, nossa filha, o Jack 
e a Apple. A adaptação por enquanto está indo superbem, 
ainda precisamos organizar muita coisa para realmente 
saber se vamos ficar ou não, o nosso prazo é de um ano, se 
algo não sair do que jeito que gostaríamos simplesmente 
faremos as malas e voltaremos para Curitiba.
Sempre seguindo a ideia de que as coisas se encaixam, 
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estamos hoje em período que chamo de pausa ativa. Não 
temos nenhum projeto no momento, mas não podemos 
simplesmente não fazer nada. Como falei antes, a vontade 
de empreender está sempre presente. Procuro, então, me 
focar na Luccaco e a Mariana começou a se especializar em 
outra área que adora, a culinária, que um dia talvez vire 
algo maior.
O interessante de tudo isso foi achar inspiração e 
tempo para conseguir escrever essas histórias que espero 
sejam úteis para você, e que a vontade de correr atrás de 
um sonho não fique somente no plano de negócios. Corra 
atrás com o mesmo foco de um cão, desvie os buracos, 
pule os galhos, mas não pare até você alcançar a bolinha.
Fim.
SOBRE O AUTOR, Allysson lucca
Nascido em Curitiba, formado pela PUC-PR em design 
gráfico com especialização em web pelo Instituto Europeu 
de Design em Milão, onde morou por 7 anos.
Empreendedor por “acidente“, já se envolveu na criação de 
vários negócios, recebeu reconhecimentos importantes na 
área de design como o Webby Awards, Adobe MAX Awards 
e o Prêmio A Marca Você S/A.
Adora cães e teve sua vida mudada por eles, história que 
conta aqui no - Sem Plano de Negócios - onde busca 
desmitificar a obsessão pelo planejamento, de que tudo 
deve ser calculado antes de ser colocado em prática, é um 
guia para tirar sonhos do papel.
Atualmente vive em Nova York com sua esposa, filha e cães, 
onde atua como Business Developer pelo seu estúdio, a 
Luccaco *be digital.
Esta obra está licenciada sob Creative Commons - Atribuição - Uso 
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