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Universidade Federal do Rio de Janeiro| Neurofisiologia – Fernanda Daumas VISÃO INTRODUÇÃO • A visão é a conversão de radiação eletromagnética em potenciais de ação ao longo do sistema ner- voso. Apenas uma parte do espectro eletromagné- tico é capaz de sensibilizar o nosso olho na retina e é chamado de luz visível. Essa luz vai de 400 a 700 nm do espectro. O OLHO O olho é o órgão responsável por esse processo. ❖ Pupila: permite a entrada da luz; ❖ Íris: ajuda na contração e dilatação da pupila; ❖ Córnea: tecido que recobre a pupila e a íris; ❖ Esclera: contínua com a córnea é a “parte branca “do olho que forma o globo ocular. Tecido fibroso. ❖ Músculos: inseridos na esclera, são três pares de músculos responsáveis pela orientação dos olhos fora a retina todas as outras estruturas do olho funcionam como uma estrutura de câmera foto- gráfica ➢ situação normal: luz chega na retina. ➢ situação de miopia: imagem se forma antes da re- tina. ➢ hipermetropia: imagem se forma depois da retina. RETINA • Fica no fundo dos olhos. Nela se concentram as cé- lulas que irão transduzir o sinal chamado de fotor- receptores. Nessa região sai o nervo óptico. PONTO CEGO • Na retina existe possui várias camadas de células e uma camada de fotorreceptores, no entanto na parte onde temos o nervo óptico onde não temos esses receptores. Isso não é projetado na nossa vi- são como um ponto preto pois o encéfalo tende a ‘‘continuar’’ essas imagens. A LUZ DEVE PASSAR POR VÁRIAS CAMADAS AN- TES DE CHEGAR AOS FOTORRECEPORES • A camada de fotorreceptores é a mais interna da retina, assim a luz passa toda a estrutura do olho mais as camadas superiores da retina até chegar aos fotorreceptores. ❖ Fóvea: a fóvea é uma região da retina onde a luz incide diretamente nos fotorreceptores, devido a isso essa região apresenta maior acuidade visual. ❖ Os fotorreceptores em si não conseguem levar a informação diretamente para o nervo óptico. Ela passa para as camadas superiores até chegar à ca- mada ganglionar (mais superficial de todas) che- gam até o nervo óptico. OS FOTORRECEPTORES Existem dois tipos de fotorreceptores: VISÃO Universidade Federal do Rio de Janeiro| Neurofisiologia – Fernanda Daumas VISÃO ❖ Cones: se dividem em 3. E está relacionado com a visão discriminativa em termo de cores. Visão no- turna. ❖ Bastonetes: está relacionado a cor preta e branca. Visão noturna. A diferença entre eles é a faixa de luz visível que são capa- zes de ser sensibilizados. Retina central (região da fóvea, mais central): ao longo da fóvea na retina temos mais cones. Retina nasal e temporal (regiões laterais): nessa região há mais presença de bastonetes. ESPECTROS DE ABSORBÂNCIA DOS CONES HU- MANOS • A visão humana é tricromatica. 1 cone possui maior atividade na faixa do azul, enquanto os ou- tros 2 possuem maior atividade para o verde e ver- melho. Essa característica faz com que enxergue- mos variedades de cores. • O daltonismo decorre de alterações nessas células. FOTOTRANSDUÇÃO • Nos fotorreceptores a fonte de alteração dos ca- nais iônicos é a radiação. Eles possuem pigmentos que mudam de conformação pela chegada da radi- ação. No entanto esses fotorreceptores sem a mo- dificação do seu pigmento estarão no seu estado ativo, ou seja, estará entrando em potencial de ação e mandando informação para as camadas acima levarem para o nervo óptico. Quando o seu pigmento muda de forma acarreta transformações intracelulares que impedem que a informação vá para as camadas acima. • Cada cone segue o mesmo padra de polarização e hiperpolarização o que difere é o tipo de pigmento para cada cone. ➢ Presença de luz: corrente de hiperpolarização. ➢ Ausência de luz: corrente de despolarização. CAMPO VISUAL • Em humanos a estrutura e localização frontal dos olhos limitam o campo visual. O campo visual é a região que enxergamos ao olhar um ponto. Esse campo é dividido em hemicampo direito e hemi- campo esquerdo. Cada olho recebe informação dos dois hemicampo: infor- mação de hemicampo ipsilateral e parte da informação contra lateral. PROCESSAMENTO CENTRAL • Essa informação vinda dos hemicampo segue via nervo óptico que chega no quiasma óptico onde há cruzamento dessas informações, aqui os hemi- campo são separados. O olho direito processa a in- formação dos dois olhos, mas no quiasma parte dessa informação troca de lado e parte não troca. Em seguida a informação passa para V1 e depois córtex visual primário. • Cada córtex processa o hemicampo contra lateral. PERCEBENDO A PROFUNDIDADE • O olho direito e esquerdo vê a posição de um ob- jeto de formas diferentes. O encéfalo computa isso formando uma informação ‘’falsa’’ que seria um meio termo entre as posições do olho direito e do olho esquerdo. A ATENÇÃO AJUDA NO MANEJO DAS PERCEP- ÇÕES • A atenção em determinado objeto vai guiar o pro- cessamento pelo encéfalo. • As imagens chegam na retina e sobem para o pro- cessamento, mas em determinado caminho se ela não ‘’ganha nossa atenção’’ será como se não ti- véssemos visto essa imagem. No fim das contas a diferença de ver ou não ver tem relação com a atenção naquele objeto. Por isso uma informação visual pode ser processada, mas o indivíduo pode não ver necessariamente a imagem. TEORIA DO FILTRO ATENCIONAL ❖ Limite na capacidade de processamento dos estí- mulos, só os mais importantes ganham processa- mento mais dedicado. ➢ Atenção automática: ato de olhar quando algo cai. ➢ Atenção voluntaria: ato de estudar. ❖ Nossa atenção possui capacidade limitada de pro- cessamento e só as coisas mais importantes ga- nham processamento dedicado. ❖ A atenção é como um holofote que aumenta a efi- ciência de detecção dos eventos que se encontram em seu foco. Universidade Federal do Rio de Janeiro| Neurofisiologia – Fernanda Daumas VISÃO Várias coisas além do processamento visual básico guiam o que necessariamente dizemos que estamos vendo. Uma dessas coisas são: emoção ou o que esperamos ver também pode influenciar nossa visão. REGRAS PERCEPTIVAS • Quando as coisas são similares tendemos a inter- preta-la como uma só ou então quando elas estão bem próximas. PROCESSOS BOTTOM-UP • O estímulo guiando sua percepção • Exemplo: Primeira vez que vê um objeto, sem ideias pré-concebidas sobre ele, ou sem expectati- vas sobre ele • Barulho de mosquito ao dormir • Se assustar com ruídos PROCESSOS TOP-DOWN • Quando seu conhecimento anterior e expectativas influenciam sua percepção
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