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Prevenção ao Suicídio

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Prevenção ao Suicídio 
 
• Comportamento suicida é um problema de saúde publica 
• Ideações suicidas: caracterizados por pensamentos de morte, podendo ser acompanha de planos 
estruturados ou não, imediatos ou não e requer INTERVENÇÃO DE SAÚDE IMEDIATA. 
• Suicídio NÃO É DIAGNÓSTICO NEM TRANSTORNO MENTAL, É UM COMPORTAMENTO! 
• Fatores que esta por trás do suicídio são múltiplos e multifacetados, envolvendo uma interação única de 
fatores biológicos, psicossociais e culturais para cada pessoa. Suicídio é a consequência final de todo o 
processo 
 
NA HISTÓRIA: 
Na Grécia antiga era visto como uma ofensa ao estado e o individuo com tal comportamento era rejeitado e enterrado 
em sítios comunitários (MINOIS, 2001). Na Idade Média era considerado um ato criminoso e egoísta, tendo seu direito 
de ser enterrado em cemitério recusado, além do mais tinha seus bens confiscados entre os nobres e a coroa 
(MACDONALD, MURPHY, 1991). 
Nós séculos XVII e XVIII os filósofos condenavam o suicídio e alguns conseguiam enxergar uma relação entre suicídio 
e melancolia. (MINOIS, 2001) 
➔ Importante lembrar que suicídio na maioria das religiões é considerado um pecado contra Deus. 
1995: Papa João Paulo II manifestou a oposição da igreja a esse tema, bem como a eutanásia e aborto (TONDO, 
BALDESSARINI, 2001) 
 
EPIDEMIOLOGIA: 
800 mil mortes por ano ao redor do mundo, com uma ocorrência a cada 40 segundos. Tem taxa 
maior entre homens e são mais elevadas em pessoas com 70 anos ou mais. Entre os jovens de 15 a 
29 anos é a segunda causa principal de morte, os principais métodos utilizados são enforcamento, 
autointoxicação e uso de armas de fogo. 
Entre 2010 e 2018 foram registrados no Brasil cerca de 98 mil óbitos por suicídio (CID-10: X60 X84). 
A maior proporção dos suicídios ocorreu em solteiros, viúvos e divorciados. 
Em relação a raça/cor a maior incidência foi na população indígena, sendo três vezes maior do que 
o registrado entre brancos e negros. Na população indígena a faixa de 10 a 19 anos concentra 44,8% 
dos óbitos. 
As taxas são mais elevadas em grupos mais vulneráveis como refugiados e migrantes, indígenas, 
LGBTQIA+ e pessoas privadas de liberdade. 
Para cada indivíduo que se suicida outros 20 tentam suicídio (WHO,2017). 
➔ Brasil estabeleceu a Agenda de Ações Estratégicas para Vigilância e Prevenção do Suicídio e Promoção da 
Saúde no Brasil, destacando as populações vulneráveis 
• Tentativas devem ser encaradas como sinal de alerta 
Um estudo demonstrou que o aumento de 1% no desemprego gera o aumento de 0,79% de casos de suicídio em 
menores de 65 anos (STUCKLER et al, 2009; IPEA, 2016) 
 
POTENCIAL DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE NA PREVENÇÃO DO SUICÍDIO 
• Objetivos de Desenvolvimento Sustentável: meta 3.4 —> “ate 2030, reduzir em um terço a mortalidade 
prematura por doenças crônicas não transmissíveis via prevenção e tratamento, e promover a saude mental 
e o bem estar”. 
Uma das formas de prevenir o suicídio é a identificação precoce e o tratamento efetivo de transtornos mentais. 
As equipes de Atenção são de grande importância na prevenção, pois estabelecem contato próximo com a 
comunidade e possibilita o apoio de familiares, amigos e organizações. 
 
➔ UBS são porta de entrada, é necessário que haja uma articulação entre os pontos de atenção da Rede de 
Atenção Psicossocial (RAPS) e a equipe da APS para o fortalecimento da prevenção ao suicídio. 
➔ As equipes dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) são responsáveis pelo acompanhamento mais 
intensivo dessas pessoas, facilitando as intervenções visto que lidam diariamente com pacientes em 
situação de crise. De acordo com estudos do Ministério da Saúde, os locais em que há CAPS o risco de 
suicídio reduz em ate 14%. Entretanto, é importante lembrar que a APS é um local estratégico para o 
cuidado as saude mental, devido a facilidade de acesso das equipes e dos usuários, possibilitando a 
construção do vinculo e da longitudinalidade da atenção. 
 
AÇÕES DE PREVENÇÃO CONTRA O SUICÍDIO 
Podem ser classificadas em: 
• Universal —> objetiva a redução da incidência de novos casos por meio de ações educativas 
• Seletiva —> tem como foco os grupos de risco 
• Específica —> direcionada a pessoas que manifestaram ideação suicida 
 
➢ FATORES DE PROTEÇÃO 
Ex.: apoio da família e de amigos; crenças religiosas, culturais e étnicas; o envolvimento na comunidade; uma vida 
social satisfatória; integração social (acesso a serviços e cuidados de saúde mental; trabalho e acesso a lazer). Esses 
fatores diminuem a probabilidade de levar adiante o suicídio, entretanto NENHUM FATOR DE PROTEÇÃO É CAPAZ DE 
DEFINIR OU EVITAR O EVENTO SUICIDA. 
Pessoas próximas devem receber orientação por parte de profissionais de saude envolvidos no tema. O programa de 
Saúde na Escola pode atuar na prevenção ao suicídio ao orientar os professores como identificar estudantes 
potencialmente suicidas, bem como ensinar o quanto os estudantes podem se ajudar, visto que é mais provável um 
estudante pedir ajuda a um amigo do que um professor. 
 Atenção redobrada deve ser dada para: adolescentes que se automutilação; sofrem bullying ou situações estressores; 
aqueles que abusam de substancias e as vitimas de abuso sexual. 
NUNCA DEVEM SER NEGLICENCIADAS, SOBRETUDO QUANDO APRESENTAM MUDANÇAS BRUSCAS DE 
COMPORTAMENTO, ISOLAMENTO SOCIAL E ABANDONO DE ATIVIDADES PRAZEROSAS, HUMOR DEPRIMIDO 
PERSISTENTEMENTE, ALTERAÇÃO DO SONO E DO APETITE, QUEDA DO RENDIMENTO ESCOLAR, AUTOMUTILAÇÃO E 
CONTEÚDO DE MORTE E DE DESPEDIDA NAS MÍDIAS SOCIAIS. 
 
Um ponto de obstaculo às acoes de prevenção é o estigma —> muitos que tentaram suicídio sofrem julgamento 
negativo, impedindo e dificultando a busca por ajuda e acessos aos serviços de saúde. 
 
PRINCIPAIS MITOS 
1. “As pessoas que falam sobre o suicídio não farão mal a si próprias, pois querem apenas chamar a atenção” 
2. “O suicídio é sempre impulsivo e acontece sem aviso” 
3. “As pessoas suicidas querem mesmo morrer ou estão decididas a cometer suicídio, portanto, não devemos 
intervir” 
4. “Quando uma pessoa mostra sinais de melhoria ou sobrevive a uma tentativa de suicídio, está fora de perigo.” 
5. “O suicídio é sempre hereditário” 
 
 
NOTIFICAÇÕES DE SUICÍDIO 
Para identificar as populações mais vulneráveis, é extremamente importante conhecer a frequências de suicídio e suas 
tentativas, bem como os fatores que contribuem para essa incidência. 
➢ Os casos de tentativa de suicídio são de notificação compulsória e imediata a vigilância epidemiológica do 
município. Deve ser realizada por um profissional de saude (enfermeiro, médico, psicólogo, assistente social 
etc) que prestar o primeiro atendimento à pessoa que tentou suicídio em até 24 horas após o atendimento. 
➢ Essa comunicação deverá ser feita também aos Conselhos Tutelares quando os indivíduos forem menores de 
idade e ao Conselho do Idoso, quando a pessoa tiver 60 anos ou mais. 
OBS: A notificação compulsória é importante para que sejam tomadas ações de saúde e a comunicação aos Conselhos 
é importante para a tomada de medidas protetivas. 
 
Quando a tentativa for por intoxicação exógena deverão ser preenchidas duas fichas de notificação ao SINAN: uma de 
violência interpessoal e autoprovocados e outra de intoxicação exógena. 
➢ Lembrar que: intoxicação exógena —> exposição a substâncias químicas (agrotóxicos, medicamentos, 
produtos de uso domestico, cosméticos e higiene pessoal, produtos químicos de uso industrial, drogas, plantas 
e alimentos e bebidas) que apresente sinais e sintomas clínicos de intoxicação ou alterações laboratoriais 
compatíveis. 
➢ Em caso de óbito, a confirmação será realizada por exame medico legal 
➢ Para o atendimento a pessoas com intoxicações os profissionais de saude contam com um serviço de Disque- 
Intoxicação, criado pela ANVISA, uma ligação gratuita no qual a pessoa é atendida por uma das 36 unidades 
da Rede Nacional de Centros de Informação e Assistência Toxicológica. 
 
NOTIFICAÇÃO COMO DISPARADORA DOCUIDADO E GERADORA DE INFORMAÇÃO 
A comunicação entre as equipes deve promover o acompanhamento de pessoas que tentaram suicídio ou que 
possuem risco potencial. A notificação é importante para acionar a rede de cuidado para que ocorra o 
encaminhamento e vinculação da pessoa aos serviços de atenção psicossocial, visto que de acordo com as estatísticas, 
após uma tentativa, há risco de tentativas subsequentes. 
 
ESTRATÉGIAS DE MANEJO DA PESSOA EM SITUAÇÃO DE RISCO PARA O SUICÍDIO 
 
➢ IDENTIFICANDO RISCO E SINAIS DE ALERTA PARA O SUICÍDIO 
Devem ser avaliados todos aqueles que falem de suicídio, que cometem automutilação, apresentam transtorno 
mental, dor crônica ou sofrimento emocional agudo. 
1. Cuide do estado mental e do desconforto emocional da pessoa. 
2. Caso haja ideias ou planos, investigue sobre a data, local e método 
Qualquer pessoa que manifeste sinais do comportamento suicida deve ser avaliada para identificar o risco suicida por 
um profissional de nível superior da APS —> importância de uma abordagem acolhedora, abrangente e clara. 
OBS: perguntar sobre autoagressão NÃO provoca atos de autoagressão ou suicídio. Mas sim, reduz a ansiedade 
associada aos pensamentos ou atos de autoagressão e pode ajudar a pessoa a sentir-se compreendida. 
Perguntar: 
• Se há intenção de suicídio 
• Qual o método pensado 
• Esse método é acessível a pessoa? 
• Quais as motivações? 
• O que te impediria? 
 
 
 
 
O QUE FAZER SE O RISCO DE SUICÍDIO FOR IDENTIFICADO? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Saiba como oferecer e ativar o apoio psicossocial: 
• Ouça sem julgamento, proporcionando apoio à pessoa. 
• Examine com ela razões e maneiras para continuar a viver. 
• Focalize os pontos fortes da pessoa, levando-a a falar sobre como resolveu problemas anteriores. 
• Aconselhe a pessoa e seus cuidadores a restringir o acesso aos meios de autoagressão (p. ex. pesticidas e outras 
substâncias tóxicas, medicamentos, armas de fogo). 
• Reconheça e aceite os sentimentos da pessoa. Seja um ouvinte ativo. 
• Tente oferecer esperança e lembre-a de que o que está sentindo é temporário. 
• Fique com ela, não a deixe sozinha. Se necessário, procure-a. 
• Demonstre amor e incentivo. Segure-a, abrace-a , toque-a. Permita que chore e que expresse sua raiva. 
• Ajude a procurar ajuda. 
• Mobilize familiares, amigos e outras pessoas próximas ou recursos da comunidade para garantir o monitoramento 
da pessoa em risco de suicídio enquanto persistir o risco. 
• Informe os cuidadores que podem se sentir decepcionados com a pessoa, mas que é importante evitar demonstrar 
hostilidade ou criticá-la. 
• Informe os cuidadores e outros familiares que perguntar sobre o suicídio em geral reduz a ansiedade associada ao 
sentimento; a pessoa pode se sentir aliviada e mais compreendida. 
• Cuidadores de pessoas com risco de autoagressão geralmente passam por um intenso estresse. Proporcione apoio 
emocional a esses cuidadores/familiares, caso necessitem. 
• Utilize ao máximo o apoio social a partir dos recursos comunitários disponíveis. Estes incluem os recursos informais, 
tais como familiares, amigos, conhecidos, líderes religiosos, e os recursos formais, como Equipes Multiprofissionais 
Especializadas em Saúde Mental e Centros de Atenção Psicossocial, se estiverem disponíveis. 
 
O CUIDADO LONGITUDINAL DA PESSOA EM RISCO E APÓS A TENTATIVA DE SUICÍDIO 
A detecção e o tratamento adequado parece ser a forma mais efetiva para prevenir o suicídio. No Brasil, esta estratégia 
foi encaminhada pelo Ministério da Saúde e consta da Estratégia Nacional de Prevenção ao Suicídio. 
OBS: nas primeiras semanas de tratamento com antidepressivos pode ocorrer piora da ansiedade ou ideação suicida, 
mas no caso de pessoas com risco de suicídio, em especial os adolescentes, essa orientação precisa ser reforçada. 
 
AÇÃO DE POSVENÇÃO 
Por vezes, mesmo com as melhores intervenções e dos melhores cuidados prestados, a pessoa cometerá o suicídio. O 
papel do profissional de saude não acaba ai, visto que é preciso amparar a família, amigos e comunidade. 
“Postvention”—> termo criado pelo psicólogo Edwin Shneidman, que define as atividades que ocorrem após o suicídio 
e que visam diminuir os impactos sofridos e evitar novas mortes ou tentativas”. 
 
OS 4 PRINCÍPIOS DE INTERVENÇÃO PÓS-SUICÍDIO: 
1. Apoio 
2. Aprendizado 
3. Aconselhamento 
4. Educação 
 
 
Uma das principais estratégias para a posvenção são os grupos de apoio à família, chamado de “Grupos de Suporte 
Mútuo para enlutados”. São úteis para que os participantes consigam expressar seus sentimentos, contarem sua 
historia com outros que passaram por algo parecido —> demonstra que as pessoas não estão sozinhas em suas 
jornadas, há outras pessoas passando pelo mesmo.

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