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Maria Luiza de Oliveira Soares Turma 01 FITS Dispneia (DPOC) DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica) DEFINIÇÃO ➔ A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) é uma limitação do fluxo aéreo das vias aéreas inferiores, não reversível, provocada por uma resposta inflamatória a toxinas inalatórias, principalmente a fumaça de cigarro, no entanto diversas outras toxinas também podem desencadear esse processo. ➔ O processo inflamatório crônico pode provocar alterações nos brônquios (bronquite crônica), bronquíolos (bronquiolite obstrutiva) e parênquima pulmonar (enfisema pulmonar). RELAÇÃO ASMA X DPOC ➔ A asma também é uma doença pulmonar obstrutiva, podendo ser considerada um subtipo da DPOC quando o paciente apresentar limitação do não reversível do fluxo das vias aéreas inferiores. ➔ Existe também uma grande parcela de pacientes que apresentam sobreposição entre a asma e bronquite crônica / enfisema pulmonar. ➔ São necessários estudos para definir se pacientes que apresentam a combinação da asma com outros componentes causadores de obstrução crônica das vias aéreas precisam de um tratamento diferenciado em relação aos outros pacientes com DPOC. ATENÇÃO! Pacientes com asma que apresentam obstrução reversível do fluxo de ar nas vias aéreas inferiores NÃO tem DPOC. ➔ A asma só pode ser considerada um subtipo de DPOC quando causa obstrução não reversível com uso de broncodilatadores, ou seja, quando mesmo após o uso de broncodilatadores, a relação VEF1/CVF < 0,7. Essa relação entre o volume expiratório forçado em 1 segundo (VEF1) e capacidade vital forçada (CVF), indica existência de obstrução, que é uma redução da capacidade expiratória. ➔ A inflamação das vias aéreas encontrada na bronquite Maria Luiza de Oliveira Soares Turma 01 FITS obstrutiva crônica difere daquela observada na asma: ● Enquanto na asma a inflamação é dependente de linfócitos T CD4, eosinófilos, basófilos e mastócitos, havendo pouca ou nenhuma fibrose; na bronquite a inflamação é dependente de linfocitos T CD8 citotóxicos, macrófagos e neutrófilos, estimulando a fibrose das vias aéreas. Alguns casos de asma, contudo, podem evoluir com o fenômeno do remodelamento das vias aéreas, levando à obstrução crônica progressiva por mecanismo fibrogênico. Estes pacientes apresentam um quadro fisiopatológico muito semelhante ao da DPOC. RESUMINDO: Definição: Asma X DPOC ➔ DPOC: inflamação crônica com destruição do parênquima e fibrose. - É irreversível. -Tem como agentes os neutrófilos e macrofagos. ➔ Asma: hiperreatividade das vias aéreas. -Tem como agente eosinofilos e mastocitos. -É reversível e tem boa resposta ao uso de corticóide. EPIDEMIOLOGIA ➔ 80% dos pacientes com DPOC são por causa do cigarro. No brasil há 7 milhões de doentes ➔ A DPOC é uma doença que acomete a população mundial. ➔ PREVALÊNCIA: SEXO MASCULINO. (Porém, sua prevalência vem aumentando nas últimas décadas, especialmente no sexo feminino.) -> ↑ Mulheres fumantes ➔ Adultos mais velhos (50 a 60 anos) FATORES DE RISCO ➔ Tabagismo e DPOC: cerca de 1/3 população adulta fuma. O tabagismo é sem dúvida o principal fator de risco para a DPOC, havendo uma história tabágica positiva em 90% dos casos. ➔ Estima-se que 15% dos fumantes de um maço/ dia e 25% dos fumantes de dois maços/dia terão DPOC futuramente se mantiverem o hábito tabágico. Maria Luiza de Oliveira Soares Turma 01 FITS ➔ As substâncias do tabaco causam uma série de alterações nas vias aéreas: (1) estimulam a produção de muco e a hipertrofia das glândulas submucosas; (2) reduzem ou bloqueiam o movimento ciliar das células epiteliais; (3) Ativam macrófagos alveolares a secretar fatores quimiotáticos (especialmente o IL-8) que estimulam o recrutamento alveolar de neutrófilos; (4) ativam neutrófilos, que passam a produzir mais enzimas proteolíticas, como a elastase; (5) inibem a atividade da α-1-antitripsina, enzima inibidora fisiológica da elastase. ➔ Outros fatores de risco: o tabagismo passivo, a poluição atmosférica extra e intradomiciliar (ex.: fogões a lenha), bem como a exposição ocupacional a poeiras orgânicas (minas de carvão, ouro), fumaças (ex.: cádmio) e vapores são considerados fatores de risco para DPOC, podendo ser aditivos ao efeito do tabagismo ou explicar a ocorrência de DPOC em não tabagistas. ➔ Existe um dado interessante (e preocupante) sobre o tabagismo passivo: crianças expostas ao tabagismo materno, inclusive durante a gestação, apresentam crescimento pulmonar reduzi- do, o que é fator de risco para DPOC no futuro. ➔ O baixo nível socioeconômico também é fator de risco bem estabelecido para DPOC! É provável que múltiplos “componentes” da pobreza sejam diretamente responsáveis por este efeito (ex.: baixo peso ao nascer; maior exposição aos poluentes extra ou intradomiciliares; maior número de infecções respiratórias na infância etc.). FISIOPATOLOGIA ➔ O processo é mediado pelo aumento da atividade da protease,liberadas pelos neutrófilos e outras células inflamatórias, e pela diminuição da atividade da anti-protease. ➔ As proteases pulmonares provocam a lise da elastina e do tecido conjuntivo no processo normal de reparação tecidual. A atividade dessas proteases costuma ser balanceada por antiproteases, como alfa-1 antitripsina. Esse desbalance entre as proteases e as antiproteases é o principal mecanismo do componente enfisematoso da doença, uma vez que causa hiperinsuflação e dificuldade de expiração. Maria Luiza de Oliveira Soares Turma 01 FITS ➔ A inflamação causa estreitamento e obstrução das vias respiratórias, além de hipersecreção de muco, espasmo brônquico, fibrose peribrônquica e destruição das pequenas vias respiratórias. Isso normalmente costuma ocorrer devido à exposição crônica à substâncias inalatórias irritantes (tabagismo sendo a causa mais comum), que induzem a uma reação inflamatória crônica nas pequenas vias aéreas, com presença de linfócitos CD8+, macrófagos e neutrófilos. ➔ Essa inflamação crônica resulta na proliferação das células caliciais e hipertrofia das glândulas submucosas, causando assim hipersecretividade de muco e estreitamento das pequenas vias aéreas. ➔ A deficiência de Alfa-1-AT pode ser suspeitada caso o paciente apresente enfisema com menos de 45 anos não-tabagista, sem fator de risco evidente, sem histórico familiar, apresente doença hepática inexplicada, enfisema em lobos inferiores, vasculite com ANCA positivo OBSTRUÇÃO DAS VIAS AÉREAS E HIPERINSUFLAÇÃO (MECANISMO): 1) Diminuição da Elasticidade pulmonar (controle da força expiratória) 2) Aumento da Resistência das vias aéreas distais (pela redução do lúmen) 3) Pressão intratorácica progressiva positiva 4) Levando ao colapso das Vias Aéreas (Aprisionamento de ar) -> aumentando o volume residual, capacidade residual funcional e capacidade pulmonar total 5) Que leva a HIPERINSUFLAÇÃO -> Auto PEEP ( Trabalho da musculatura respiratória) ● Retificação do diafragma DISTÚRBIO DA TROCA GASOSA: ➔ Obstrução HETEROGÊNEA -> alvéolos mal ventilados mas bem perfundidos -> Sangue venoso com Baixa de O2 (shunt parcial) -> Aumento da mistura de sangue mal oxigenado -> Hipoxemia e dessaturação da hemoglobina -> Distúrbio V/Q (ventilação/perfusão) ➔ Ocorre : -Hipoxemia em após exercício e evolui para hipoxemia em repouso - Diferença alvéolo- arterial > 15 mmHg ➔ Eliminação de CO2 comprometida -> Acidose Respiratória Crônica -> Rim retém mais bicarbonato para compensar. COR PULMONALE : Maria Luiza de Oliveira Soares Turma 01 FITS ➔ Disfunção do VD devido a distúrbio pulmonar ➔ Hipóxia Crônica -> vasoconstrição dos arteríolas-> hipóxia alveolar generalizada-> constrição -> HIPERTENSÃO ARTERIAL PULMONAR ➔ Consequências: - Aumento da pressão venosa central - Congestão sistêmica - Diminuição do débito cardíaco QUADRO CLÍNICO ➔ A tosse é o sintoma mais comum, podendo ser diária ou intermitente e pode preceder a dispneia ou aparecer junto com ela. ➔ A dispneia é o principal sintoma associado à incapacidade, redução da qualidade de vida e pior prognóstico. ➔ O terceirosintoma cardinal da DPOC é a produção excessiva de escarro. ➔ SINTOMAS CARDINAIS: TOSSE, DISPNEIA E PRODUÇÃO EXCESSIVA DE ESCARRO. ATENÇÃO! Nos estágios iniciais da doença, muitos pacientes apresentam apenas tosse e expectoração mucóide, que frequentemente são negligenciadas. Esses pacientes começam a apresentar dispneia e muitas vezes limitam mais às suas atividades inconscientemente. ➔ Os sinais de DPOC : ● Sibilos, ● Fase expiratória prolongada da respiração; ● Hiperinsuflação pulmonar que se manifesta pela atenuação dos sons cardíacos e pulmonares; ● Aumento do diâmetro anteroposterior do tórax (tórax em barril). ➔ A doença avançada se manifesta com sinais de esforço respiratório (lábios cerrados, uso de musculatura acessória, tiragem intercostal, batimento de asa do nariz), retração paradoxal dos espaços intercostais (sinal de Hoover) e cianose. ➔ Sinais de cor pulmonale incluem: Distensão das veias jugulares; Desdobramento da segunda bulha cardíaca, com hiperfonese do componente pulmonar; Sopro de insuficiência tricúspide; Edema periférico. Existem dois estereótipos dos pacientes com DPOC: Pink Pu�ers: ➔ -Corresponde aos pacientes enfisematosos. ➔ -São magros, apresentam pletora e tórax em tonel. ➔ -A dispneia é tipo expiratória e a ausculta pulmonar revela diminuição dos murmúrios vesiculares. Blue Bloaters: ➔ - Corresponde aos pacientes com bronquite. ➔ -Apresentam hipoxemia grave (cianose) associada ao cor pulmonale, que leva a insuficiência ventricular direita e edema. ➔ -A ausculta pulmonar é rica em ruídos adventícios. Maria Luiza de Oliveira Soares Turma 01 FITS ➔ Na maioria das vezes, os pacientes não se apresentam como um “Pink Pu�er” ou “Blue Bloater” estereotípico, mas sim com uma combinação das duas apresentações típicas da doença. ➔ O índice do Medical Research Council (MRC) tem boa correlação com o prognóstico da DPOC: CLASSIFICAÇÕES DIAGNÓSTICO ➔ A presença de sintomas respiratórios em pacientes tabagistas deve sempre levantar a suspeita para o DPOC. A história de exposição à fumaça de combustão da lenha, a poeiras e à fumaça ocupacional deve ser pesquisada. ➔ Exame físico- casos graves: -Aumento do diâmetro anteroposterior do tórax - Hipertimpanismo à percussão - Frêmito toracovocal e murmúrio vesicular reduzidos - Estertores finos inspiratórios - Edema, hepatomegalia e estase jugular Maria Luiza de Oliveira Soares Turma 01 FITS ❖ AVALIAÇÃO ESPIROMÉTRICA: ➔ A espirometria com obtenção da curva expiratória volume-tempo é obrigatória na suspeita clínica de DPOC, devendo ser realizada antes e após administração de broncodilatador, de preferência em fase estável da doença. Os parâmetros mais importantes avaliados são a capacidade vital forçada (CVF), o volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEF1) e a relação entre esses parâmetros (VEF1∕CVF). ➔ A limitação ao fluxo aéreo é definida quando esta relação é <0,70 pós broncodilatador. (olhar a parte de espirometria detalhada na parte de asma) ❖ AVALIAÇÃO RADIOLÓGICA: ➔ Útil para afastar outras doenças pulmonares, principalmente neoplasias. ➔ Solicitar nas incidências póstero-anterior(PA) e perfil. ➔ A radiografia pode ainda identificar bolhas, com possível indicação cirúrgica. ➔ A tomografia computadorizada é indicada nos casos com suspeita de bronquiectasias ou bolhas. * Radiografia de Tórax O raio X só se encontra alterado nos casos mais avançados de DPOC, possuindo uma sensibilidade de 50%. Os sinais clássicos da DPOC na radiografia são: (1) retificação das hemicúpulas diafragmáticas; (2) hiperinsuflação pulmonar (aumento do número de costelas visíveis na incidência PA – mais de 9-10 arcos costais); (3) hipertransparência; (4) aumento dos espaços intercostais; (5) redução do diâmetro cardíaco (“coração em gota”); (6) aumento do espaço aéreo retroesternal no perfil; (7) espessamento brônquico. Bolhas pulmonares também podem ser eventualmente observadas. Na radiografia também devem ser procuradas complicações, tais como pneumonia, pneumotórax e tumor. ❖ Tomografia Computadorizada de Tórax A TC de tórax é considerada atualmente o teste definitivo para o estabelecimento da presença ou não de enfisema nos pacientes DPOC, determinando ainda sua extensão e localização. Todavia, na prática, este exame influencia pouco nas decisões terapêuticas, existindo apenas uma indicação precisa e aceita: avaliação dos pacientes candidatos à terapia cirúrgica da DPOC (cirurgia de redução do volume pulmonar neste caso, a TC orienta que porção do parênquima deve ser preferencialmente ressecada, isto é, aquela onde a presença de enfisema é mais importante). Maria Luiza de Oliveira Soares Turma 01 FITS GASOMETRIA ARTERIAL DPOC: -PaO2: muito baixa; -SatO2: muito baixa; -PaCO2: alta (>45 mmHg); -HCO3: Alto (>26 mEq/L); -BE: alto (> +3,0 mEq/L); -pH: normal ou levemente reduzido ❖ EXAMES COMPLEMENTARES : ➔Hemograma : eritrócito ➔Gasometria: como vimos no item fisiopatologia, a gasometria arterial pode estar cronicamente alterada na DPOC, geralmente nos casos mais avançados de doença. O dado mais comumente encontrado é a hipoxemia, que pode ser leve, moderada ou grave (PaO2 < 55 mmHg ou SaO2 < 88%). A hipercapnia com acidose respiratória crônica, é marcada pelo aumento compensatório do bicarbonato e do BE. O pH não está muito distante da faixa normal, estando discretamente baixo. Entretanto, nos estados de descompensação, pode haver piora importante da hipoxemia e a hipercapnia, levando, eventualmente, à acidose respiratória agudizada. São indicações de solicitação de gasometria arterial: (1) a suspeita de hipoxemia/hipercapnia aguda (ex.: DPOC com descompensação grave) bem como (2) a presença e VEF1 < 40% do previsto, mesmo fora do contexto de uma descompensação, e/ou (3) sinais de insuficiência do ventrículo direito. ECG: devemos procurar as alterações do cor pulmonale, que são, na verdade, os sinais da sobrecarga cardíaca direita. Os seguintes achados sugerem essa obrecarga: onda P alta e pontiaguda, medindo mais e 2,5 mm na amplitude (P pulmonale): enota aumento atrial direito. desvio do eixo do QRS para a direita. graus variados de bloqueio de ramo ireito. - relação R/S maior que 1 em V1. ANEXO - GASOMETRIA : A gasometria arterial é um exame invasivo amplamente utilizado dentro de uma Unidade de Terapia Intensiva ( UTI) , principalmente para revelar o estudo dos gases sanguíneos: valores do pH sanguíneo , Pressão parcial de dióxido de carbono (Paco2), da Pressão parcial de oxigênio (PaO 2), Concentração dos íons bicarbonato (HCO3-) e Saturação da oxi-hemoglobina, dentre outros. Analisando, principalmente , o equilíbrio básico. Em indivíduos saudáveis, o sistema tampão , os Maria Luiza de Oliveira Soares Turma 01 FITS pulmões e os rins funcionam de forma agregada com o intuito de manter o equilíbrio ácido básico. DISTÚRBIOS RESPIRATÓRIOS São definidos por níveis do pH anormais produzidos por alterações da PA CO2, que é controlada pela ventilação alveolar. Na imagem abaixo, temos o que acontece quando um distúrbio respiratório se dá através de uma alcalose ou acidose Distúrbios Metabólicos Seria mais apropriado designar os distúrbios metabólicos como não respiratórios pelo fato de nem sempre envolver em alterações do metabolismo e de outros distúrbios respiratórios também poderem envolver alterações metabólicas . RESPOSTAS COMPENSATÓRIAS Na presença de um distúrbio ácido básico o organismo desencadeia uma resposta compensatória em que o pH é restaurado à faixa normal de 7,35 a 7 ,45. A resposta compensatória eventualmente é incapaz de corrigir completamente o pH para dentro de sua normalidade, sendo capaz de evitar que ocorra uma ampla variação de seu pH, o que seria supostamente fatal para o Maria Luiza de Oliveira Soares Turma 01 FITS paciente. Em outras palavras, a resposta compensatória altera o pH para próximo de sua faixa normal, com exceção de distúrbios leves. Sendo assim, pode -se dizer que um distúrbio respiratório é compensado por uma alteração metabólica, e vice -versa ; uma acidose é compensada por uma alcalose, e vice-versa. PASSO A PASSO Para faciLitar a classificação dos distúrbios ácido básicos com base nos dados da gasometria ( pH, PaCO2 e HCO3-) estes passos podem ser seguidos: No passo 1, temos a categorização do pH que objetiva determinar se o pH se encontra dentro da faixa normal ou se existe alcalose (>7 ,45) ou acidose (<7,35). Em seguida , iremos determinar o envolvimento respiratório por meio da verificação da PaCO2 e nos perguntarmos se ela pode explicar a alteração do pH. A PaCO2 é o indicador lógico de envolvimento respiratório porque os pulmões controlam o nível de CO2 no sangue arterial . Posteriormente, devemos determinar o envolvimento metabólico através d a análise da [HCO3-] e nos perguntarmos se ela pode explicar a alteração do pH. A [HCO 3-] plasmática é o indicador lógico do envolvimento metabólico porque é controlada por fatores não respiratórios. Finalmente , precisamos averiguar se existe alguma compensação do pH por parte do componente não causal do distúrbio ácido básico. Verificar se a compensação se encontra dentro da resposta esperada. Maria Luiza de Oliveira Soares Turma 01 FITS TRATAMENTO (1) Tratamento não farmacológico (2)Abstinência ao tabagismo; (3) Tratamento farmacológico das exacerbações; (4) Tratamento farmacológico crônico; (5) Programas de reabilitação cardiopulmonar; (6) Oxigenoterapia nos pacientes francamente hipoxêmicos; (7)Avaliação da indicação de transplante pulmonar ou cirurgia pneumorredutora. TRATAMENTO NÃO FARMACOLÓGICO • Educação sobre a doença e a importância da aderência ao tratamento são pontos fundamentais do tratamento da DPOC, uma vez que é uma doença crônica. Como a maioria do tratamento será por via inalatória, todos os pacientes devem ser orientados quanto à técnica de utilização de seus dispositivos. • Suporte nutricional para pacientes com índice de massa corpórea menor que 21 Kg/m2. • Atividade física regular (mínimo 30 minutos, quatro vezes por semana) está indicada para todos os estágios desde o momento do diagnóstico. • Reabilitação pulmonar: programa multiprofissional de cuidados a pacientes com doença respiratória crônica que inclui recondicionamento físico, apoio psicológico e educação com o objetivo de otimizar o desempenho físico e social, reduzir a dispneia e melhorar a qualidade de vida dos pacientes. • Cessação do tabagismo é o principal modificador da doença. • Vacinação anti-influenza: anualmente para todos os pacientes com DPOC. • Vacinação antipneumocócica polissacarídica está indicada para pacientes com mais de 50 anos e um único reforço após os 65 anos. ABSTINÊNCIA AO TABAGISMO - Conversa com o paciente - Medicamentos : Atualmente, três classes farmacológicas principais podem ser empregadas em combinações variadas: (1) reposição de nicotina (goma de mascar, administração inalatória ou intranasal, adesivo transdérmico); Maria Luiza de Oliveira Soares Turma 01 FITS (2) bupropriona (antidepressivo inibidor da recaptação de serotonina) 150 mg VO 12/12h; (3) vareniclina 1 mg VO 12/12h. OXIGENOTERAPIA DOMICILIAR Está bem estabelecido que o uso contínuo de oxigênio domiciliar em pacientes hipoxêmicos com DPOC melhorou a sobrevida e a qualidade de vida desses indivíduos. As indicações de oxigenoterapia domiciliar contínua devem basear-se no resultado da gasometria arterial em ar ambiente, colhida com o paciente fora dos períodos de exacerbação. Neste caso, uma PaO2 ≤ 55 mmHg ou uma SaO2 ≤ 88% são indicações precisas de oxigenioterapia diária contínua (por mais de 15h). Quando a PaO2 está entre 55 e 60 mmHg (ou a SaO2 entre 88 e 90%), devemos verificar se existem critérios para o diagnóstico de cor pulmonar ou eritrocitose. Na presença de sinais de falência crônica do ventrículo direito, ou hematócrito acima de 55%, está indicada a oxigenoterapia contínua! É preciso confirmar os valores alterados repetindo a Gasometria pelo menos duas vezes num intervalo de três semanas. OBJETIVOS TERAPÊUTICOS NA DPOC AGUDIZADA 1. Tratar fator associado – Infecção, TEP, pneumotórax, isquemia cardíaca, arritmia e ICC. 2. melhorar a oxigenação do paciente – Manter SaO2 entre 88 e 92%. 3. Diminuir a resistência das vias aéreas – Broncodilatadores, corticoides e fisioterapia respiratória. 4. melhorar a função da musculatura respiratória – Suporte ventilatório não invasivo, nutrição adequada, ventilação mecânica. TRATAMENTO GERAL DA DPOC ➔ As classes farmacológicas que compõem o tratamento medicamentoso da DPOC são broncodilatadores, corticoides inalatórios (ICS), roflumilaste, macrolídeos e N-acetilcisteína. ➔ Broncodilatadores é a terapia de escolha na DPOC. Deve-se sempre optar pelos medicamentos inalatórios. ➔ Corticoides inalatórios (ICS) nunca devem ser utilizados de forma isolada e como única forma de tratamento do paciente com DPOC. Sua utilização sempre deve ser em conjunto com o LABA. Estão indicados para os pacientes com exacerbações frequentes e/ou pacientes com história de sobreposição de asma. ➔ Roflumilaste é um inibidor da fosfodiesterase 4 e está indicado para pacientes com VEF1 < 50%, bronquite crônica (tosse e expectoração crônicas) e que continuam exacerbando com a terapia inalatória tripla. ➔ Macrolídeo pode ser utilizado pelo seu efeito imunomodulador e não Maria Luiza de Oliveira Soares Turma 01 FITS pelo efeito antibiótico.Estudos mais recentes demonstraram o benefício da azitromicina e está indicada para pacientes que continuam exacerbando mesmo com terapia inalatória tripla (pacientes do grupo C e D). CLASSE A ( Não exacerba e ↓ Dispnéia) ➔ Exacerbações : 0-1 /ano ➔ MRC/CAT: 0-1 / <10 ➔ Baixo risco e pouco sintomático ● Broncodilatadores de curta duração (sempre reavaliar TTO). CLASSE B ( ↓ exacerbação ↑ dispneia) ➔ Exacerbações : 0-1 /ano ➔ MRC/CAT: 0-1 / > OU = 10 ➔ Baixo risco e muito sintomático ● LAMA OU LABA (Broncodilatador de longa duração) -> Se não houver melhora associar LAMA + LABA CLASSE C ( ↑ exacerbação ↓dispneia) ➔ Exacerbações : > ou = 2 / ano ➔ MRC/CAT: 0-1 / < 10 ➔ Alto risco e pouco sintomático ● LAMA (antimuscarínico de longa duração, tem efeito de reduzir a exacerbação) -> Se não melhorar fazer LAMA+LABA ou LABA + Corticóide inalatório CLASSE C ( ↑ exacerbação ↑ dispneia) ➔ Exacerbações : > ou = 2 / ano ➔ MRC/CAT: 0-1 / < 10 ➔ Alto risco e pouco sintomático ● LABA + LAMA -> Se não tiver melhora faz LABA + LAMA + Corticóide inalatório e Macrolídeo ou Roflumilaste. Uso de antibióticos *Azitromicina 500mg *Amox+Clav 875mg/125mg *Levofloxacina 750mg Normalmente usados em crise moderadas da dpoc, ou seja, o paciente apresenta 2 sintomas cardinais TRATAMENTO DAS EXACERBAÇÕES Uma exacerbação da DPOC é definida como a piora aguda dos sintomas respiratórios (além da variação circadiana esperada) que requer mudanças igualmente agudas no esquema terapêutico. O tratamento envolve: (1) antibioticoterapia; (2) broncodilatadores; (3) corticosteroides sistêmicos (em alguns casos); (4) teofilina ou aminofilina (opcional); (5) ventilação não invasiva, quando necessária; (6) ventilação invasiva, quando necessária. Maria Luiza de Oliveira Soares Turma 01 FITS SEGUIMENTO
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