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Meningite e Encefalite

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Valeska Barimacker 
 
Clínica Médica Neurologia 
37 | P á g i n a 
 
 
Meningite 
 É um processo inflamatório ou infeccioso que 
acomete as meninges 
 Causas: 
o Infecciosas – bacterianas, virais, fúngicas, 
parasitárias 
o Neoplásica – carcinomatosa 
o Sarcoide 
o Lúpus eritematoso sistêmico 
o Vasculite do sistema nervoso central 
o Meningite química ou induzida por drogas – AINES, imunoglobulina intravenosa, 
agentes intratecais 
 Epidemiologia 
o 54% viral 
o 22% bacteriana 
o 17,2% não especificada 
o 7,3% fúngicas  5,7% é por Criptococcus 
Encefalite 
 É um processo inflamatório ou infeccioso que acomete o encéfalo  alteração da função 
encefálica 
o Estado mental alterado 
o Déficits focais motores ou sensitivos 
o Alteração no comportamento e personalidade 
o Alteração na fala 
o Distúrbio do movimento 
 Se associado a crises epiléticas é maior a chance de ser encefalite 
OBS: Sinais de meningite + encefalite = meningoencefalite 
Meningites Virais 
 90% por enterovírus 
 Adenovírus 
 HIV 
 É a de menor gravidade 
Encefalite/meningoencefalite infecciosas 
 Casal mais comum – herpes simples tipo 
 Outros: 
o HSV2 
o Enterovírus 
o Varicela-zoster 
o Citomegalovírus 
 
o Dengue 
o Influenza 
o Epstein-Baar vírus 
 
 Há alteração da consciência ou déficits focais 
Valeska Barimacker 
 
 Neurologia Clínica Médica 
38 | P á g i n a 
 
Meningites Bacterianas Comunitárias 
Streptococcus pneumoniae – pneumococo 
 Nasofaringe é o sítio de entrada 
 Há extensão direta através de fratura de base de crânio 
 Foco é distante ou contíguo de infecção – bacteremia, implantes cocleares, sinusite, 
mastoidite 
 
Neisseria meningitidis – meningococo 
 Sítio de entrada é a nasofaringe 
 Causa: 
o Sepse 
o CIVD 
o Choque 
o Púrpura fulminante 
o Pleurite 
o Pericardite 
o Síndrome de Waterhouse-Friderichsen – infarto adrenais 
 
Listeria monocytogenes 
 Presente em pacientes com mais de 50 anos, neonatos ou com deficiência da imunidade 
celular 
 Sítio de entrada é o trato gastrointestinal e a placenta 
 
Etiologia de Acordo com a Faixa Etária 
 Crianças < 3 meses – Streptococcus grupo B 
 Idosos – Streptococcus pneumoniae ou Listeria monocytogenes 
 
Patogênese 
Colonização nasofaringe  bacteremia  espaço subaracnoideo  inflamação meníngea  
inflamação encefálica 
 
Meningites Bacterianas Hospitalares 
 Staphylococcus aureus 
 Staphylococcus coagulase negativo 
 Bacilos gram-negativos 
 Fatores de risco: 
o Pós neurocirurgia 
o Fístula dural 
o Drenos ventriculares 
o TCE 
o Celulite 
o Doentes crônicos 
Etiologia 
 Imunocomprometidos 
o Streptococcus pneumoniae 
o Listeria monocytogenes 
 sítio de entrada  trato 
gastrointestinal 
o Bacilos gram-negativos 
o Fungos 
o HIV 
 
Meningites Fúngicas 
 A maioria dos pacientes com HIV apresentam Criptococcus neoformans 
 Quadro subagudo 
 Maior mortalidade – 9% 
 
Valeska Barimacker 
 
Clínica Médica Neurologia 
 
39 | P á g i n a 
 
Anamnese e Exame Físico 
 Avaliar se é infecção recente – tanto respiratória, quanto otológica 
 Contato recente com indivíduo com meningite 
 Uso de drogas injetáveis 
 TCE recente 
 Presença de otorreia ou rinorreia 
 Viagem recente 
Clínica 
 Tríade clássica: 
o Febre 
o Rigidez de nuca 
o Alteração do estado mental 
 
 
 Pode haver: 
o Cefaleia intensa 
o Déficits foais 
o Rash cutâneo 
o Náuseas 
o Vômitos 
 Sinais tardios 
o Paralisias 
o Comprometimento cognitivo 
o Coma 
o Isquemia cerebral 
o Lesão auditiva
 Testar sinais de irritação meníngea 
o Rigidez de nuca 
o Sinal de kerning 
o Sinal de brudzinski 
 
Exames Complementares 
 Hemograma com plaquetas 
 Proteína C reativa 
 Glicemia 
 Função renal e hepática 
 2 amostras de hemoculturas – positivas em 50 a 90% dos casos 
 Coagulograma – se lesões petequiais/purpúricas na pele 
 Eletrólitos – hiponatremia leve em até 30% dos casos 
 LCR – é o exame principal e pedir sempre que possível 
o Contra-indicações: 
 Plaquetas < 80.000 
 INR > 1,4 
 Infecção ou lesão no sítio de punção 
 Necessidade prévia de neuroimagem 
 Uso d anticoagulante 
o Sensibilidade de 70 a 85% antes de ATB – reduz em 20% se já estiver em uso 
o Rotina 
 Celularidade 
 Diferencial 
 Glicose 
 Proteínas 
 Lactato 
o Microscopia direta  resultado rápido 
 Gram 
 Pesquisa de bacilos de Koch 
 Fungos – naquim 
o Cultura – teste de sensibilidade de ATB 
Valeska Barimacker 
 
 Neurologia Clínica Médica 
40 | P á g i n a 
 
o Individualizar PCR para vírus, pesquisa de antígenos e anticorpos 
o Liquor normal 
 Celularidade <5 (leucócitos) 
 Predomínio de mononucleares 
 Proteínas < 45/50 mg/dl 
 Glicose – 2/3 da glicose plasmática  LCR/glicose sérica >0,6 
 
 
 
Diagnóstico 
 Neuroimagem – solicitar antes da punção lombar quando: 
o Presença de déficits neurológicos focais 
o Edema de papila 
o Alteração do nível de consciência 
o Início recente de crise convulsiva – até 1 semana antes 
o Histórico de doença do SNC – neoplasia, infecção focal 
o Imunossupressão ou suspeita – neoplasias, HIV ... 
OBS: sempre que houver a necessidade de neuroimagem, deve-se coletar hemocultura 
e imediatamente após a coleta, iniciar ATB 
 Após neuroimagem, realizar punção lombar 
 
Tratamento 
 Medidas gerais: 
o Tratar hipotensão 
o Sintomáticos para náusea e cefaleia 
o Elevar a cabeceira em 30-40º 
o Intubar se Glasgow < 9 
o Isolamento respiratório para gotículas até 24h após o início do tratamento com atb 
específico 
o Quarto: 
 Privativo ou com pacientes que apresentem o mesmo agente etiológico – 
distância mínima entre os pacientes de 1m e com a porta sempre aberta 
 Se houver aproximação <1m, utilizar máscara 
 Meningites virais 
o Apenas suporte 
o Exceção – herpética  utilizar aciclovir 
 Meningoencefalite herpética 
o Aciclovir 10 mg/kg EV 8//8/h 14 a 21 dias 
o Se citomegalovírus – ganciclovir 
 
 
 
Valeska Barimacker 
 
Clínica Médica Neurologia 
 
41 | P á g i n a 
 
 Meningites bacterianas 
o Empírico 
 Ceftriaxona 2g EV 12/12h 
 Cefotaxima 2g EV 6/6h ou 8/8h 
 Vancomicina 15-20mg/kg EV 8/8h ou 12/12h 
 Se paciente > 50 anos – acrescentar ampicilina 2g EV 4/4h 
o Específico 
 Baseado nas culturas 
 Meningococo e Haemophylus – 7 dias tto 
 Pneumococo – 14 dias tto 
 Se suspeita de pneumococo – utilizar dexametasona 0,15mg/kg EV 6/6h 
por 2-4 dias 10-20 min antes ou durante a primeira dose do ATB  reduz 
a mortalidade e sequelas neurológicas associadas ao pneumococo. 
Suspender se LCR descartar suspeita 
 Staphylococcus – 21 dias tto 
 Enterobactérias – 21 dias 
 Listeria – 21 dias 
 Streptococcus agalactie – 14-21 dias 
o Quimioprofilaxia 
 Quando utilizar? 
 Contatantes íntimos expostos até 7 dias do início dos sintomas 
 Doença meningocócica 
o Contatantes domiciliares 
o Quarteis e orfanatos – por dormir no mesmo quarto 
o Creche e pré-escola – em crianças da mesma sala 
o Pessoas expostas diariamente às secreções de orofaringe 
o Profissionais da saúde que tenham se expostos a secreções 
respiratórias sem a utilização de máscara cirúrgica 
 Meningite por H. influenzae 
o Contates domiciliares – somente quando houver crianças < 4anos 
susceptíveis (não vacinadas ou com vacinação incompleta) 
o Creches e pré-escolas – a partir do 2º caso confirmado para crianças 
da mesma sala 
 Rifampicina: 600 mg 12/12h por 2 dias para meningococo ou 600 mg 1x ao dia 
por 4 dias por H. influenzae ou 
 Ciprofloxacino: 500 mg 1 cp dose única ou 
 Ceftriaxona: 250 mg IM dose única 
 
Complicações 
 Aumento da pressão intracraniana 
 Síndrome inapropriada do ADH 
 Abcesso cerebral 
 Complicações tardias: 
o Paralisias 
o Alteração cognitiva 
o AVC 
o Coma epilepsia 
o Hidrocefalia 
o Perda auditiva 
o Óbito 
Referência 
Aula da professora Draº Ana Luísa Casado Brasil Dozza, Médica Neurologista

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