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HISTÓRIA E INTRODUÇÃO A EDUCAÇÃO FÍSICA - Capítulo 1

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Prévia do material em texto

HISTÓRIA E INTRODUÇÃO 
A EDUCAÇÃO FÍSICA
Autora
Andréa Cristina da Silva Benevides
Direção Geral:
Prof. Me. Cláudio ferreira Bastos
direção Geral adMinistrativa:
Prof. dr. rafael raBelo Bastos
direção de relações instituCionais:
Prof. dr. Cláudio raBelo Bastos
Direção acaDêmica:
Prof. dr. valdir alves de Godoy
Coordenação PedaGóGiCa:
Prof. Me. Gil CaMelo neto
coorDenação neaD:
Profa. Me. luCiana r. raMos duarte
Ficha Técnica
AutoriA: 
andréa Cristina da silva Benevides
Design instrucionAl:
Jasson Matias Pedrosa /
João Paulo s. Correia / antônia 
suyanne loPes / sávio félix Mota
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida, total ou 
parcialmente, por quaisquer métodos ou processos, sejam eles eletrônicos, mecânicos, de cópia 
fotostática ou outros, sem a autorização escrita do possuidor da propriedade literária. Os pedidos 
para tal autorização, especificando a extensão do que se deseja reproduzir e o seu objetivo, 
deverão ser dirigidos à Direção.
expeDienTe
Projeto gráfico e DiAgrAmAção:
franCisCo erBínio alves rodriGues / 
luCiana rodriGues r. duarte / sávio 
félix Mota 
cAPA:
franCisCo erBínio alves rodriGues
trAtAmento De imAgens:
franCisCo erBínio alves rodriGues
AutoriA De leiturA comPlementAr:
lorena Parente Menezes de araúJo /
PrisCyla Maria de vasConCelos /
luCiana rodriGues raMos duarte
revisão técnicA:
eManuelle oliveira da fonseCa /
João Carlos rodriGues da silva
revisão metoDológicA:
franCisCo Jahannes dos santos rodriGues
revisão ortográficA: 
Karen BoMfiM hyPPolito 
Ficha caTaloGráFica
Índice para Catálogo Sistemático
1. Educação Ensino Superior I. História e Introdução a Educação Física
FATE : Faculdade Ateneu. Educação superior – graduação e pós-graduação:
Fortaleza, 2017.
 
Para alunos de ensino a distância – EAD.
1. Educação Superior I. História e Introdução a Educação Física
Andréa Cristina da Silva Benevides
Seja bem-vindo!
A Educação Física é um excelente elemento de desenvolvi-
mento cultural, de socialização e de liberação psicológica e corporal 
com grande relevância na formação do ser humano e na conquista 
da qualidade de vida. Desse modo, faz com que as pessoas tenham 
mais energia e disposição para aproveitar o seu envolvimento tanto 
no mundo do trabalho, quanto no do lazer e no social.
Assim, devemos entendê-la através de uma dinâmica com-
petente, que poderá proporcionar a ampliação e o reconhecimento 
da importância de serviços prestados pela categoria dos profissio-
nais da área tanto através da prática esportiva quanto pelo envol-
vimento em outras atividades mais adequadas a cada necessidade 
específica, procurando gerir para a adequação e a promoção do 
bem-estar de toda a população.
Neste sentido, este livro pretende fazer uma análise da Edu-
cação física como área de conhecimento, partindo de sua perspec-
tiva histórica e evolução para entendê-la como ciência e como prá-
tica profissional. Aos caros estudantes, votos pelo melhor e mais 
significativo aprendizado!
SU
M
Á
R
IO
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA ATIVIDADE FÍSICA E 
DO ESPORTE
1. Povos Primitivos .................................................................8
2. Antiguidade .........................................................................9
2.1. Antiguidade Clássica (Grécia e Roma) ..........10
3. Idade Média ........................................................................ 14
4. Idade Moderna ................................................................. 16
5. Idade Contemporânea .................................................20
5.1. Método Alemão........................................................ 22
5.2 Método Sueco ........................................................... 23
5.3 Método Francês .......................................................24
evolução hisTórica Da aTiviDaDe 
Física e Do esporTe
Apresentação
O termo “Educação Física” foi pela primeira vez usada na In-
glaterra (1893) por John Locke e na França, por J. Ballexserd (1762).
Muitos, desde então, tem publicado seu conceito e defini-
ções relacionando-o com uma ciência que utiliza as atividades 
físicas ou práticas corporais como meio de educação por vias 
formais e não-formais; desenvolvendo a cultura corporal do mo-
vimento, cujos benefícios extrapolam os aspectos corporais ao 
imprimir valores na conquista de um estilo de vida ativo. Sua 
importância é reconhecida como elemento educativo necessário 
na mudança de comportamento individual que construa novas 
perspectivas de convivências coletivas na busca do exercício de 
seus direitos e deveres como cidadão.
Neste primeiro capítulo passaremos um olhar sobre a his-
tória das concepções filosóficas que balizaram o longo desen-
volvimento do “pensar o corpo humano em atividade”, desde os 
gregos até o Século XX.
8
Objetivo de
Aprendizagem
• Entender a Educação Física em uma pers-
pectiva histórica e filosófica.
• Conhecer os principais filósofos da Idade 
Antiga à Idade Contemporânea
• Refletir sobre a evolução do pensamento so-
bre o corpo
• Estudar os parâmetros que nortearam o pen-
samento na Educação Física até os tempos 
atuais
1. povos primiTivos
A Educação Física é uma área de conhecimento que se pro-
põe estudar e atuar sobre um conjunto de práticas ligadas ao corpo 
e ao movimento, práticas estas elaboradas pelos sujeitos envolvi-
dos na expressão de sua realidade, ao longo de sua história (DA-
OLIO, 1996). Para entendê-la como ciência, área de conhecimen-
to, disciplina ou ainda prática social, é necessário estudarmos sua 
evolução a partir da manifestação cultural da atividade física em 
suas diferentes formas, em função das necessidades sociais e dos 
objetivos estabelecidos em cada período histórico da civilização.
Podemos considerar que a prática de atividade física sempre 
foi uma constante em seu comportamento. Para sobrevivência nas 
civilizações primitivas era necessário executar movimentos natu-
rais como correr, saltar, arremessar, trepar, empurrar, puxar, entre 
outros, para lutar, fugir ou caçar para sobreviver. 
Como o movimento assume um aspecto natural de vida, po-
dendo ser identificada, no período pré-histórico, a primeira carac-
terística que dominará a Educação Física: o caráter utilitário do 
exercício. Assim, este período se caracteriza como uma prática es-
pontânea e natural capaz de proporcionar um extraordinário de-
senvolvimento muscular (MARINHO, 2007).
9
Figura 1 - Homem primitivo
Fonte: https://www.flickr.com
A partir do momento em que o homem se fixa e começa a 
produzir seu próprio alimento, através da agricultura e da pesca, 
suas necessidades vão priorizar a manutenção de seus territórios. 
Os movimentos evoluem para o manuseio de ferramentas, equipa-
mentos e habilidades na luta. Tornam-se grandes guerreiros.
2. anTiGuiDaDe
A prática de atividade física na civilização oriental da antigui-
dade se desenvolve com finalidades higiênicas e terapêuticas. As 
principais atividades realizadas pelos chineses, tidas como práticas 
esportivas eram a luta, tiro ao arco, equitação, dança, jogos sociais 
e caça.
Os preceitos da religião budista faz com que o exercita-se en-
tre em declínio devido a disseminação da filosofia de vida baseada 
na inanição (MARINHO, 2007).
Outras civilizações orientais, de acordo com as regiões que 
habitavam, suas crenças e costumes, vão introduzir outras práticas, 
além daquelas utilizadas pelos chineses: os japoneses, a natação; 
os egípcios , o jogo com bola e exercícios acrobáticos. 
10
2.1. Antiguidade Clássica (Grécia e Roma)
A história da Educação Física na antiguidade pode ser 
compreendida a partir de sua ligação à história da filosofia, des-
de os sofistas. Estes foram os primeiros a se ocuparem com a di-
vulgação de novas doutrinas espirituais, políticas e ideológicas na 
tentativa de construção de um novo tipo de linguagem na Grécia 
Antiga: o discurso racional. Viveram em um períodocaracterizado 
pela emergência da democracia como um novo sistema político. 
Utilizam a linguagem como meio de controle e persuasão, trans-
formando saberes do cotidiano em questões e novos conceitos 
(GAUTHIER; TARDIF, 2010).
Curiosidade
O termo quer dizer simplesmente “erudito”, “sá-
bio” ou “homem” culto, inventores da retórica, da arte 
da oratória, do “bem-falar”.
Trilharemos este capítulo primeiramente citando alguns fi-
lósofos que iniciaram o pensamento sobre a educação e a ética 
conceituada como uma ciência normativa de comportamento 
e convívio. Sócrates, Platão e Aristóteles são os pensadores 
gregos, que viveram na Idade Antiga, mais estudados e citados 
deste período (EGG, 2012).
Sócrates é um filósofo sem obra escrita, uma espécie de 
sofista. Declarava não saber de nada e viver para aprender, 
defendendo sua própria ignorância, introduzindo um novo tipo de 
busca da verdade. Sua atividade preferida era passear nas praças 
públicas e discutir com toda pessoa que passava, especialmente 
com os jovens. Forçava o pensar por si próprio, não repetindo 
ideias prontas, preconceitos ou crenças tradicionais, para então 
servir-se de suas próprias razões e serem capazes de descobrir a 
verdade por si mesma. Tinha como objetivo do conhecimento o de-
senvolvimento moral do ser humano (GAUTHIER; TARDIF, 2010).
11
Figura 2 - Sócrates
Fonte: https://www.flickr.com
Para ele depois da música é pela ginástica que se deve educar 
o jovem desde a infância até a vida toda.
Curiosidade
Algumas das mais famosas citações de Sócrates:
• “Não sou de Atenas, nem da Grécia, mas do 
mundo”;
• “Eu só sei que nada sei”;
• “Conhece-te a ti mesmo”.
Platão foi discípulo de Sócrates e considerado reacionário 
na época. Para ele era necessário superar a simples discussão 
de Sócrates e propor uma educação mais poderosa, capaz de 
transformar os homens em profundidade e não apenas seus 
discursos. Sua obra maior, A República, traz uma concepção 
educativa que se expressa e se condensa no célebre mito da ca-
verna, onde expõe sua filosofia sob forma simbólica (GAUTHIER; 
TARDIF, 2010). Podemos considerar Platão responsável pela ra-
cionalidade ocidental, e suas obras ainda mostram-se críticas e 
reveladoras para a sociedade atual
12
Curiosidade
Uma das célebres citações atribuídas a Platão:
• “Corpo são, mente sã”
Para Platão, o corpo é o cárcere da alma, sendo esta degra-
da por ele.
A ginástica e os jogos aparecem usados na instrução dos go-
vernantes filósofos tanto quanto como uma atividade relacionada 
ao contexto educacional. Platão distingue entre jogo como “pas-
satempo lúdico” e jogo enquanto atividade que segue regras e que 
não é um mero “passatempo”.
Figura 3 - Platão
Fonte: https://www.flickr.com
Aristóteles, filósofo grego que viveu entre os anos de 384 
a.C. e 322 a.C., na cidade antiga de Estagira, é considerado o cria-
dor do pensamento lógico. Ao longo de sua vida produziu obras a 
respeito de filosofia, ética, política, biologia, entre outras áreas do 
conhecimento. Muitos dos seus livros perderam-se por terem sido 
proibidos pela Igreja Católica, no final da Idade Média. Ensinava que 
há três formas de alcançar a felicidade: pela virtude, pela sabedo-
ria e pelo prazer (EGG, 2012). 
13
Para Aristóteles, é no mundo material, físico, que colocamos 
as ideias em prática. A diferenciação do prático e do teórico cabe 
aos homens, por meio de experimentos. Surge, a partir de sue pen-
samento, o conceito da investigação por meio de experiências, ou 
“investigação experimental” (ANTÔNIO, 2014, p.26).
Figura 4 - Aristóteles
Fonte: https://www.flickr.com
O filósofo dedicou extraordinária importância ao desenvolvi-
mento físico das crianças. Sua educação deve receber noções da 
ginástica, de modo a tonificar o corpo para da graça e vigor, edu-
cá-lo nos exercícios e preparar para a guerra (MARINHO, 2007). 
Também os jogos são importantes para o processo educativo. O 
jogo educacional deve ser livre, desestruturado e sem limites.
Curiosidade
Os Jogos Gregos marcaram o conceito inicial dos 
esportes. Nesse período, eram disputados os Jogos Fú-
nebres, os Jogos Píticos, os Jogos Ístmicos, os Jogos 
Nemeus e os Jogos Olímpicos.
14
De todos esses, os mais importantes eram os jogos olímpi-
cos, porém somente os cidadãos gregos podiam participar. Suas 
normas davam uma significação moral ao evento. O vencedor re-
cebia honras como o preferido dos deuses e, como prêmio, uma 
coroa de ramo de oliveira silvestre. Após um período de profunda 
decadência, os Jogos Olímpicos foram abolidos em 394 d.C., pelo 
imperador romano Teodosio I, que se converteu ao cristianismo e 
proibiu os cultos pagãos (ALENCAR, 2011).
3. iDaDe méDia
Na Idade Média, a Igreja Católica imprime valores éticos e 
morais através do cristianismo em grande parte do Ocidente, com 
os preceitos pregados por Jesus Cristo, Santo Agostinho e São 
Tomás de Aquino.
Figura 5 - Jesus Cristo, Santo Agostinho e São Tomás de Aquino
Fonte: https://www.flickr.com
 Jesus Cristo se concentrou em dois mandamentos, “Amar a 
Deus sobre todas as coisas e amar ao próximo como a si mesmo”, 
separando as leis divinas da política. Fé e caridade passam a ser as 
virtudes básicas, as virtudes teologais.
Santo Agostinho prega a maneira de conduzir a vida, onde o 
homem deve procurar os meios para alcançar a salvação. Opõe-se 
à moral grega do “alheamento” pela moral do amor. Uma de suas 
grandes contribuições foi sua teoria ético-filosófica do mal, distin-
guindo o mal metafísico (falha do ser) do mal moral (falha do bem).
15
São Tomás de Aquino desenvolve, em suas obras, a doutrina 
cristã em forma científica. Defende que a verdade é apresenta-
da por duas revelações que se completam: pela razão (revelação 
natural) e pela fé (revelação sobrenatural). A ética se traduz nos 
princípios básicos da ação (HEGENBERG, 2010).
A Idade Média também é também conhecida 
como “Idade das Trevas”, indicando que nada de muito 
importante foi produzido na filosofia, e nas artes em 
geral, quando comparado com a Grécia e Roma anti-
gas e com a Idade Moderna. É considerado um período 
limitado nas descobertas onde a razão era submetida 
a forças que a impediam de se expandir na liberdade 
de pensamento ou em novas descobertas. Porém não 
seria correto afirmar que nos mil anos da Idade Média 
não houve evolução em vários aspectos da civilização 
(MATTAR, 2014).
Atenção
Estes novos valores éticos e morais vão imprimir novos 
comportamentos decorrentes das grandes cruzadas, guerras 
santas e interesses dominantes dos poderes militar, civil, das or-
ganizações municipais e provinciais estabelecidas pelo Direito Ro-
mano, costumes e famílias. 
O paganismo foi substituído pelo cristianismo, que preconi-
zava importância à salvação da alma e à conquista de uma vida 
celestial, resultando no desprezo pelo culto ao corpo, tornando a 
atividade física inexpressiva, passando a ser somente utilizada para 
a preparação militar. As festas populares foram substituídas pelos 
torneios e justas, denominados Jogos Equestres, os mais populares 
entre outros. Com caráter de batalha, essas competições eram dis-
putas sangrentas (CAPINUSSÚ, 2005). 
16
Os primeiros torneios eram um espelho das guerras me-
dievais de verdade, com armas fatais, que produziam vítimas. 
Isto levou a que se instituíssem regras, após o século XIV, com 
armas sem corte e sem gume, dando um caráter de jogo. Mesmo 
assim, muitos perdiam suas vidas nas disputas e a Igreja passa a 
condenar os participantes.
Figura 6 - Jogos na Idade Média
Fonte: https://www.flickr.com
Nas justas, igualmente violentas, eram utilizadas pesadíssimas 
lanças de ferro, onde os cavaleiros, ao se precipitarem um contra o 
outro procuravam derrubar o adversário, através do toque com a 
lança (MARINHO, 2007).
4. iDaDe moDerna
A Idade Moderna é caracterizada como o período que inicia 
a partir da tomada de Constantinopla (século XV) pelos turcos 
otomanos até o início da Revolução Francesa (séculoXVIII). Nesta 
época houve a transição do Feudalismo para o Capitalismo.
A partir das transformações sociais, econômicas e políticas 
da época, é resgatado o pensamento filosófico greco-romano pau-
tado no equilíbrio e na razão. Este período, denominado como Re-
17
nascimento, é identificado por três correntes de pensamento na 
renovação das ideias e comportamentos da época: a renovação 
religiosa; o movimento humanista, que redescobre a Antiguidade 
Greco-romana; o pensamento científico e técnico, que aumenta o 
sentimento de poder do homem (GAUTHIER; TARDIF, 2010).
É importante você se aprofundar mais sobre o 
período do Renascimento. Para isso, acesse o site: ht-
tps://www.youtube.com/watch?v=rS8iKbcnMbw
Link
Web
Neste período, Lutero vem questionar a leitura das escrituras 
e comportamentos da Igreja, lançando um movimento que conduz 
à Reforma Protestante.
René Descartes é considerado como marco da filosofia mo-
derna, defendendo a razão como princípio do conhecimento. Esta-
belece o pensamento dualista entre mente e corpo. Vários outros 
se destacam na filosofia moderna: Pascal, Spinoza, Leibniz, Gali-
leu Galilei, Pierre Gassendi, Nicolas Malebranche e Isaac Newton 
(MATTAR; ANTUNES, 2014). Kant (1724-1804) foi considerado o 
último filósofo do período, dando prosseguimento à construção da 
própria ideia moral afirmando que a moral se encontra dentro de 
nós mesmos.
De Descartes: “Penso, logo existo”.
Curiosidade
Pensamento fundamentado única e exclusivamente na verda-
de determina o futuro racionalismo científico.
18
Nos séculos XVII e XVIII  é desenvolvido um 
movimento cultural na Inglaterra, Holanda e França, 
conhecido como Século das Luzes ou Iluminismo.Fique
Atento
Situou-se entre duas revoluções de crucial importância na 
idade moderna: a Inglesa e a Francesa. Neste período foi desenvol-
vida a concepção política liberal a qual se juntou à nova perspec-
tiva empirista do conhecimento científico. Suas reflexões se dão 
principalmente pelas obras dos filósofos Locke e Rousseau. 
Difundiu-se o pensamento crítico dos tradicionais sabe-
res religiosos e filosóficos, tendo como preocupação o aspecto 
social da igualdade e extensão da cidadania a uma parcela 
mais ampla da população. É superado o marco dos “direitos 
naturais” alcançando uma definição inédita da sociedade e da 
política. No Iluminismo a atitude de crítica constituiu um ele-
mento fundamental no movimento das ideias, fazendo que fos-
sem dinâmicas opondo-se a qualquer sistema rígido e acabado 
de pensamento (GRESPAN, 2014).
Ao longo dos séculos XVII a XIX há a construção de uma 
nova sociedade, calcada nos ideais de liberdade, igualdade e 
fraternidade, na qual vai se consolidando a organização do ca-
pitalismo, pautada na abordagem positivista de ciência. O ho-
mem passa a ser explicado pelos limites biológicos determina-
dos cientificamente, de natureza individualista, determinando 
uma abordagem positivista, pautada em um novo modelo do 
conhecimento (SOARES, 2007).
Segundo Surdi e Kunz (2007), perde-se a visão de totalida-
de do homem e da vida social, criando de forma alienada base-
ada a ciência e na técnica, estabelecendo novas formas de de-
sigualdades sociais. A ideia de homem-máquina está presente 
19
em todos os setores da sociedade. A ênfase dada recai sempre 
sobre o corpo físico, quantificável e numérico. O movimento 
humano passa ser estudado cientificamente pela a biologia, fisio-
logia, biomecânica e outras áreas afins.
Para ilustrar a relação em que o corpo se encon-
tra em submissão às normas sociais mediante a revo-
lução industrial, assista ao filme “Tempos Modernos” 
com Charles Chaplin: https://www.youtube.com/wat-
ch?v=XFXg7nEa7vQ
Curiosidade
O esporte de modo geral, em concordância com os princí-
pios do capitalismo de dominação e controle social, dissemina 
valores da competição, exclusão, padronização, técnica, objetivi-
dade, consumo, disciplina e resultado. São determinados modelos 
com padrão de movimento artificial em detrimento aos movi-
mentos naturais, estéticos e expressivos do corpo (SURDI; KUNZ, 
2007). Apesar de sofrer várias críticas sobre a ênfase no corpo físi-
co, quantificável e numérico, esta mentalidade influencia a grande 
maioria dos profissionais que atuam na área.
Segundo Oliveira (1983, p. 39 apud ALENCAR, 2011), nesse 
período foi fundado, na Alemanha, o primeiro estabelecimento 
escolar no qual a importância da ginástica se equiparava com 
as demais disciplinas, reconhecendo os valores pedagógicos 
dos exercícios físicos.
O suíço Pestalozzi, filósofo influenciado pelo movimento na-
turalista assim como Rousseau, concebeu as bases da educação 
moderna através da defesa de um sistema de ensino prático e fle-
xível, que procurava estimular as faculdades intelectuais e físicas 
da criança. Interessou-se por educação física orientando a ginás-
20
tica por parâmetros médicos, objetivando correções de postura. 
Porém seus pensamentos tiveram poucos efeitos sobre as práticas 
educativas dos séculos XVIII e XIX. Somente no século XX suas 
ideias são retomadas, a partir da corrente da pedagogia nova 
(GAUTHIER; TARDIF, 2010).
Figura 7 - Pestalozzi
Fonte: https://www.flickr.com
5. iDaDe conTemporânea
O período da atual história do mundo ocidental é denomina-
do Idade Contemporânea. O pensamento ético passa a questio-
nar o racionalismo absoluto sendo guiado pelo desenvolvimento e 
consolidação do regime capitalista no ocidente.
As teorias pós-modernas se diferem em vários aspectos, 
entretanto, todas apresentam uma preocupação com o homem 
sensível, concreto, imerso em desafios de toda ordem (SALIN, 
2015). Entre as correntes filosóficas Contemporânea, se destacam 
o Existencialismo, o Pragmatismo, a Psicanálise, o Marxismo, o 
Neopositivismo e a Filosofia Analítica, baseadas em uma filoso-
fia moderna desenvolvida, sobretudo a partir dos pensamentos de 
Kant, Fichte e Hegel.
21
Figura 8 - Kant, Fichte e Hegel
Fonte: https://www.flickr.com
Neste período, a busca incessante de novas formas de legi-
timação das decisões morais do homem tornou-se preocupação 
constante de filósofos, psicólogos, sociólogos, antropólogos, eco-
nomistas, políticos e pedagogos. 
Na Europa, especialmente na França e Inglaterra, países cen-
trais da revolução política e econômica do século XVIII, os valores 
e hábitos são desenvolvidos principalmente pela ciência médica. 
Há uma proliferação das doenças devido à nova organização social 
e econômica do capitalismo. De um lado a riqueza e do outro, onde 
se concentrava a maioria da população, a miséria. Para manter a 
força de trabalho da classe operária nas indústrias era necessária 
a manutenção de “corpos saudáveis”. Na produção e reprodução 
do capital é importante a saúde do “corpo biológico” para manu-
tenção do “corpo social” da classe operária.
Já no século XIX tem início o discurso higienista 
na Europa, ditando normas para a educação física, mo-
ral, intelectual e sexual. Estas são estratégia da classe 
burguesa para manutenção da ordem através do con-
trole individual (corpo) e social (diferença das classes).
Atenção
22
A Educação Física assume o discurso predominante asso-
ciando-se ao desenvolvimento da “educação do físico” diretamente 
relacionado à saúde. Surgem os Métodos Ginásticos que eram for-
mulados “com princípios da cultura da Grécia antiga, que enaltecia 
a saúde, a força e a beleza” (Bregolato, 2002, p. 75). Com a ascen-
são desses métodos e sua inserção na escola, houve a necessidade 
de se criar escolas que formassem esses educadores. Assim, por 
todo o continente europeu são criados escolas e institutos voltados 
à formação de professores de Ginástica.
Dentre os Métodos idealizados no século XVIII, o Alemão, o Sue-
co e o Francês foram os que obtiveram maior penetração mundial.
5.1. Método Alemão
O método alemão foi criado, segundo Marinho (2007), pelo 
professor Basedow (1723-1790) e consolidado por Guts-Muths 
(1759-1839), que publicou o primeiro manual sobre esse tema. Aginástica contribui para a manutenção dos ideais de hierarquia, or-
dem, disciplina e da saúde defendida com base nas teorias da po-
lícia médica e nos preceitos educacionais expostos por Rousseau.
Guts-Muths (1928, p.209 apud QUITZAU, 2015) determina que 
a ginástica devesse agir sobre músculos e nervos, movimentando 
o corpo com sobrecargas adequadas para habituá-lo a intensida-
des diferentes de dor. Os grupos de exercícios são constituídos, em 
geral, por práticas corporais comuns que se organizavam a partir 
de uma ótica utilitária e de uma lógica pedagógica , ambas com 
objetivo de desenvolver comportamentos considerados adequa-
dos para a vida em sociedade.
Friedrich Ludwig Jahn publica a obra “A ginástica alemã”, 
para atender à demanda de educadores e professores de escola, 
bem como de outras pessoas que se interessavam. Claramente in-
fluenciado por Guts-Muths, propõe algo além da sistematização 
de exercícios físicos. Uma recuperação de movimentos seria im-
portante para a formação do cidadão e fariam parte da própria 
história do povo germânico. Desta forma, a ginástica é apropriada 
23
por ele como algo inerente ao povo alemão. Jahn via os exercícios 
físicos como um meio para se edificar uma população forte, unida 
e, principalmente, capaz de libertar a nação alemã do domínio 
francês e lutar por sua unificação política (QUITZAU, 2015).
5.2 Método Sueco
A ginástica sueca concebida por Pier Henrik Ling (1776-1839) 
tinha como princípio o desenvolvimento harmônico natural e ser 
acessível a todos. Os exercícios deviam ser baseados nas leis que 
regem o organismo humano agindo também sobre a alma (MARI-
NHO, 2007).
 Para Ling, o espírito humano poderia disciplinar o corpo 
através da ginástica sistematizada, assentada numa racionalidade 
científica. Os movimentos deveriam ser executados com o uso de 
vozes de comando que exigiam concentração na execução e disci-
plina e facilitava ao professor o ensino e a correção. Os exercícios 
respondiam a uma progressão, começando pelo mais simples e ga-
nhando complexidade em força e gesto (ANDREA, 2015). 
Figura 9 – Ginástica sueca
Fonte: https://www.flickr.com
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A ginástica de Ling se construiu com movimentos precisos, 
coordenados, gestos rígidos e tempo ordenado. Consiste em um 
dos fundamentos básicos da Educação Física: desenvolvimento 
do domínio afetivo e progressão pedagógica. 
5.3 Método Francês
O método Francês de ginástica baseou-se nas ideias de ca-
ráter moral e patriótico dos alemães Jahn e Guts-Muths, não se 
desvinculando do utilitarismo, mas desenvolvendo também a preo-
cupação com o desenvolvimento social. Além de atender aos ob-
jetivos do Estado no século XIX, serviram de suporte para a estru-
turação da Ginástica atual.
Os principais representantes o Método Francês foram D. Fran-
cisco de Amoros e Ondeaño (1770-1848), George Demeny (1850-
1917) e o Método Natural pensado por Hébert (1875- 1957). Amoros 
defende a ginástica civil, militar e médica com bases científicas re-
lacionando a saúde com a utilidade dos gestos. Demeny criticou o 
método sueco de Ling, baseando-se em exercícios ginásticos com 
fundamentos fisiológicos mais concretos e exercícios completos. 
Georges Hébert defende o chamado Método Natural que repudia 
todas as formas de exercícios analíticos, artificiais ou formais, pre-
ocupando-se com o planejamento da sessão de exercícios baseada 
nas características do executante.
Figura 10 - Ginástica Natural
Fonte: https://www.flickr.com
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Importante observar que ao longo do tempo todos os auto-
res e ideias aqui apresentadas, além de tantos que aqui poderiam 
ser acrescentados, viveram em épocas bastante distintas, porém 
suas observações e ensinamentos ainda são bastante valiosos.
Como vimos, os métodos ginásticos europeus apresentaram 
características próprias que se diferenciavam entre si, mas também 
muitos aspectos em comum que vão influenciar a Educação Física 
no Brasil, a qual estudaremos no próximo capítulo.
Neste capítulo apresentamos o contexto sociocul-
tural que emerge a reflexão histórica e filosófica sobre a 
Educação Física desde a Idade Antiga até tempos atuais.
A partir dos preceitos que envolvem a tradição, re-
ligião e autoridade procuramos conhecer, a partir dos dis-
cursos e preceitos dos filósofos da antiguidade até os dias 
atuais, os fundamentos da conduta do movimento humano.
Sendo a filosofia um dos campos de estudos 
mais antigo, através de seu estudo pudemos perceber 
que houve muitos filósofos norteando preceitos da cul-
tura corporal até os tempos atuais com ideias inova-
doras, caminhos possíveis e coerentes que podem ser 
utilizados na análise crítica das atitudes e das práticas 
adotadas em nossa própria vida.
Ao longo da construção de um texto cronológico 
refletimos sobre o desenvolvimento da Educação Fí-
sica que pregoa a construção de valores morais e de 
prática de atividade física na Idade Antiga, Idade Média, 
Idade Moderna e Idade Contemporânea.
Relembre
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Pratique
1. Considerando que a Educação Física assume o discurso as-
sociando-se ao desenvolvimento da “educação do físico” 
diretamente relacionado à saúde na idade contemporânea, 
como os Métodos Ginásticos vão contribuir para a propa-
gação desse idealismo? Pondere também algumas situa-
ções na prática atual em que percebemos as influências 
dos três métodos: o Alemão, o Sueco e o Francês. 
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Anotações
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