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PORTFÓLIO - SETAC 7 MÓDULO TEMÁTICO Metabolismo NOME COMPLETO TURMA ORIENTADOR Casos clínicos criados com propósito educacional. ESTUDOS PRELIMINARES: Data: 09/12/2019 Os estudos preliminares começaram com a leitura do caso clínico, que conta a história de Luzia, 45 anos, feminina, raça branca, casada, dona de casa, escolaridade- 2° grau completo, católica, foi conduzida por seu esposo à consulta agendada na UBS. Paciente refere nervosismo, irritabilidade e muita ansiedade, sem causa aparente, há 01 ano. A paciente relata também perda de peso importante, aumento do apetite, palpitações, evacuações intestinais frequentes, fadiga, fraqueza muscular, insônia e sensação de calor excessivo (passa o dia todo suada, mesmo no inverno). Refere que não percebe a fala e o caminhar rápidos, que são queixas frequentes de pessoas mais próximas, entretanto não sabe como controlar. Relata que há 3 anos começou a apresentar mudanças no padrão da menstruação, passando a apresentar ciclos irregulares e de grande volume. Nega patologias prévias. Nega uso crônico de medicamentos. Nega cirurgias, alergias, hemotransfusões, internamentos prévios. É tabagista há 27 anos ( 01 maço/dia) . Nega etilismo. Não realiza atividade físicas com frequência. Dieta sem restrições. Nega uso de drogas ilícitas. Depois da leitura, foi a vez de separar os termos desconhecidos que foram: Exoftalmia: Esbugalhamento dos olhos, fazendo com que se dilatam para fora da cavidade ocular em um ou ambos os olhos; Edema periorbital: inchaço ou dilatação da área ao redor dos olhos; Consistência fibroelástica: semelhante à consistência da ponta do nariz; TSH: hormônio estimulante da tireóide. Após isso, foi o momento de pensar nos pontos chaves que foram: Nervosismo, irritabilidade, perda de peso, aumento do apetite, mudanças do padrão menstrual, evacuações intestinais frequentes, fadiga, sensação de calor excessivo, insônia, tabagista há 27 anos, sedentária, dieta irrestrita, tireóide aumentada de volume, exoftalmia, sudorese, bulhas cardíacas hiperfonética, frequência cardíaca aumentada, PA elevada, glicose elevada, TSH reduzido e T3 e T4 elevados. Depois foi o momento de criar as perguntas, que foram: Por que o TSH encontra-se reduzido e o T3 e T4 elevados? Qual a influência dos hormônios T3 e T4 na sintomatologia apresentada? Por que há perda de peso e aumento de apetite? Existe relação entre o calor excessivo e a irritabilidade e o nervosismos? Qual a influência dos hábitos de vida da paciente na alteração hormonal? O que causou o aumento da tireóide detectado no exame físico? Qual o motivo dos ciclos menstruais irregulares? A glicemia encontra-se elevada devido à ação do cortisol? Existe relação entre a hiperglicemia e alteração do ciclo menstrual? Por que as mucosas estão hipocoradas e os cabelos finos e frágeis? De que forma a hipófise sofre alterações devido a distúrbios na tireóide? O que causa a exoftalmia? O T3 e T4 têm alguma influência na PA? O que está gerando a elevação PA e bulhas cardíacas hiperfonéticas?. Depois foi o momento de elaborar as hipóteses com base em tudo o que observamos do caso. As hipóteses foram: 1. A tireóide aumentada e com consistência fibroelástica, detectadas no exame físico de Luzia, se devem a um tumor nessa glândula, com isso, há aumento da produção de T3 e T4, o que, por feedback negativo, diminui a produção de TSH pela adeno-hipófise. 2. A paciente Luzia apresenta a Doença de Graves devido aos sintomas apresentados, como perda de peso, nervosismo, calor excessivo, exoftalmia, ciclo menstrual irregular entre outros. 3. O fato de Luzia ser tabagista há 27 anos contribui para as alterações hormonais que levaram ao hipertireoidismo. 4. O sedentarismo aliado à dieta sem restrições são fatores que influenciam as alterações nos hormônios T3 e T4 apresentadas por Luzia. 5. O débito cardíaco elevado, devido à grande concentração de T3 e T4, gera uma maior PA que tem como consequência as bulhas cardíacas hiperfonéticas, apresentadas no exame e Luzia. 6. Luzia encontra-se irritada e nervosa, por isso ocorre o hipercortisolismo, dessa forma, há um aumento do índice glicêmico da paciente. 7. Os exames complementares da paciente demonstraram um aumento da produção de T3 e T4 e, consequentemente, da taxa metabólica. Dessa maneira, tais alterações são percebidas através dos sintomas apresentados por Luzia, como calor excessivo, perda de peso e aumento do apetite. Por fim, foram criados os seguintes objetivos de aprendizagem: Entender os mecanismos de feedback entre o eixo hipotálamo-hipófise - tireóide; Compreender o funcionamento da tireóide e dos hormônios associados a essa glândula; Entender a atuação do cortisol no metabolismo; Analisar a relação entre o tabagismo e as disfunções hormonais; Descobrir a relação entre o T3 e o T4 e a elevação da pressão arterial. TEORIZAÇÃO: Data: 09/12/2019 Nessa Setac foi-se visto controle endócrino do crescimento e metabolismo. Para começar é preciso deixar claro que: 1. Diversos hormônios são controlados por hormônios tróficos hipotalâmicos e hipotalâmicos anteriores (adeno-hipofisários). 2. O sinal de retroalimentação negativa para uma via endócrina simples é a resposta sistêmica ao hormônio. Por exemplo, a secreção de insulina é interrompida quando a concentração de glicose no sangue diminui. Em vias complexas que usam o sistema de controle hipotalâmico-hipofisário, o sinal de retroalimentação pode ser o próprio hormônio. 3. Os receptores hormonais podem estar na superfície da célula ou no interior dela. 4. Respostas celulares: Em geral, as células-alvo dos hormônios respondem alterando proteínas existentes ou produzindo novas proteínas. As distinções históricas entre hormônios peptídicos e esteróides não se aplicam mais. Alguns hormônios esteróides exercem efeitos rápidos não genômicos, e alguns hormônios peptídicos alteram a transcrição e a tradução. 5. A quantidade de hormônio ativo disponível para a célula e o número e a atividade dos receptores da célula-alvo determinam a resposta da célula-alvo. A célula pode regular para cima ou regular para baixo os seus receptores para alterar sua resposta. As células que não possuem receptores hormonais são não responsivas. 6. As disfunções endócrinas resultam de (a) excesso de secreção hormonal, (b) secreção hormonal inadequada e (c) resposta anormal da célula-alvo ao hormônio. Parece que a falha da célula-alvo em responder apropriadamente ao seu hormônio é a principal causa dos distúrbios endócrinos. Os corticosteroides da glândula suprarrenal e os hormônios da tireoide, são dois grupos de hormônios que influenciam o metabolismo a longo prazo. As glândulas suprarrenais localizam-se acima dos rins. Cada glândula supra renal é constituída de dois tecidos embriologicamente distintos que se juntam durante o desenvolvimento. Esse órgão complexo secreta múltiplos hormônios, tanto neuro-hormônios quanto hormônios clássicos. A medula da glândula suprarrenal ocupa um pouco mais de um quarto da massa interna e é composta por um gânglio simpático modificado que secreta catecolaminas (principalmente adrenalina) para mediar respostas rápidas em situações de luta ou fuga. O córtex da glândula suprarrenal forma os três- quartos exteriores da glândula e secreta uma variedade de hormônios esteroides. O córtex da glândula suprarrenal secreta três tipos principais de hormônios esteroides: aldosterona (às vezes denominada mineralocorticoide, devido ao seu efeito nos minerais sódio e potássio), glicocorticoides e hormônios sexuais. Histologicamente, o córtex da glândula suprarrenal é dividido em três camadas, ou zonas. A camada externa, zona glomerulosa, secreta somente aldosterona. A camada mais interna, zona reticulada, secreta principalmente androgênios, os hormônios sexuais dominantes nos homens. A camada intermediária, zona fasciculada, secreta principalmente glicocorticoides, assimdenominados devido à sua habilidade em aumentar as concentrações plasmáticas de glicose. O cortisol é o principal glicocorticoide secretado pelo córtex da glândula suprarrenal. A síntese de todos os hormônios esteroides inicia com o colesterol, que é modificado por diversas enzimas para formar aldosterona, glicocorticoides ou hormônios sexuais. O cortisol é essencial à vida. O efeito metabólico mais importante do cortisol é seu efeito protetor contra a hipoglicemia. Quando os níveis sanguíneos de glicose diminuem, a resposta normal é a secreção do glucagon pancreático, que promove a gliconeogênese e a quebra de glicogênio . Na ausência de cortisol, entretanto, o glucagon é incapaz de responder adequadamente a um desafio hipoglicêmico. Como o cortisol é necessário para a plena atividade do glucagon e das catecolaminas, diz-se que ele tem um efeito permissivo em relação a estes hormônios. Todos os efeitos catabólicos do cortisol têm o objetivo de prevenir a hipoglicemia. Globalmente, o cortisol é catabólico. 1. O cortisol promove gliconeogênese hepática. Uma parte da glicose produzida no fígado é liberada para o sangue, e o restante é estocado como glicogênio. Como resultado, o cortisol aumenta a concentração de glicose no sangue. 2. O cortisol causa a degradação de proteínas do músculo esquelético para fornecer substrato à gliconeogênese. 3. O cortisol aumenta a lipólise, disponibilizando ácidos graxos aos tecidos periféricos para a produção de energia. O glicerol pode ser usado para a gliconeogênese. 4. O cortisol inibe o sistema imune por meio de múltiplas vias. Esse efeito é discutido em mais detalhes mais adiante. 5. O cortisol causa equilíbrio negativo do cálcio. O cortisol diminui a absorção intestinal de Ca2 e aumenta a excreção renal de Ca2, resultando na perda de Ca2 pelo corpo. Além disso, o cortisol é catabólico no tecido ósseo, causando a degradação da matriz óssea calcificada. Como consequência, as pessoas que tomam cortisol para tratamento por longos períodos têm uma incidência mais alta de fratura dos ossos. 6. O cortisol influencia a função cerebral. Estados de excesso de cortisol ou de deficiência causam alterações no humor, assim como alterações de memória e de aprendizagem. Referência: SILVERTHORN, Dee Unglaub. Fisiologia humana: uma abordagem integrada. 7. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017. APROFUNDAMENTO DE ESTUDOS Data: 09/12/2019 Referência: HALL, John Edward; GUYTON, Arthur C. Guyton & Hall tratado de fisiologia médica. 13. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2017. MORFOFUNCIONAL: Data: 11/12/2019 Nessa setac foi-se visto sobre regulação corporal e febre. A temperatura dos tecidos profundos do corpo — o “centro” do corpo — em geral permanece em níveis bastante constantes, dia após dia, exceto quando a pessoa desenvolve doença febril. Quando a intensidade/velocidade da produção de calor no corpo é superior à da perda de calor, o calor se acumula no corpo e a temperatura corporal se eleva. Inversamente, quando a perda de calor é maior, tanto o calor corporal como a temperatura corporal diminuem. A produção de calor é um dos principais produtos finais do metabolismo. Grande parte do calor produzido pelo corpo é gerada nos órgãos profundos, especialmente no fígado, no cérebro e no coração, bem como nos músculos esqueléticos durante o exercício. A seguir, esse calor é transferido dos órgãos e tecidos profundos para a pele, onde ele é perdido para o ar e para o meio ambiente. Portanto, a velocidade da perda de calor é determinada quase completamente por dois fatores: (1) a velocidade de condução do calor de onde ele é produzido no centro do corpo até a pele; e (2) a velocidade de transferência do calor entre a pele e o meio ambiente. A temperatura do corpo é regulada quase inteiramente por mecanismos de feedback neurais e quase todos esses mecanismos operam por meio de centros regulatórios da temperatura, localizados no hipotálamo. Para que esses mecanismos de feedback operem, deve haver detectores de temperatura para determinar quando a temperatura do corpo está muito alta ou muito baixa. A área hipotalâmica anterior pré-óptica contém grande número de neurônios sensíveis ao calor, bem como cerca de um terço de neurônios sensíveis ao frio. Acredita-se que esses neurônios atuem como sensores de temperatura para o controle da temperatura corporal. Os neurônios sensíveis ao calor aumentam sua atividade por duas e 10 vezes, em resposta a aumento de 10°C da temperatura corporal. Os neurônios sensíveis ao frio, por sua vez, aumentam sua atividade quando a temperatura corporal cai. Quando o corpo está muito frio, o sistema de controle de temperatura institui procedimentos exatamente opostos. São eles: 1. Vasoconstrição da pele por todo o corpo. Essa vasoconstrição é causada pela estimulação dos centros simpáticos hipotalâmicos posteriores. 2. Piloereção. Piloereção significa “pelos eriçados”. O estímulo simpático faz com que os músculos eretores dos pelos presos aos folículos pilosos se contraiam, colocando os pelos na posição vertical. Esse mecanismo não é importante em seres humanos, mas em muitos animais a projeção vertical dos pelos permite que eles retenham uma espessa camada de “ar isolante” próximo à pele, de modo que a transferência de calor para o meio ambiente diminua significativamente. 3. Aumento na termogênese (produção de calor). A produção de calor pelos sistemas metabólicos é aumentada pela promoção de calafrios, excitação simpática da produção de calor e secreção de tiroxina. Referência: HALL, John Edward; GUYTON, Arthur C. Guyton & Hall tratado de fisiologia médica. 13. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2017. HABILIDADES CLÍNICAS E BIOÉTICA: Data: 12/12/2019 Em HCB foram vistos novamente questões sobre sinais vitais e medidas antropométricas. Relembrando que os sinais vitais são : Pressão arterial, frequência cardíaca, frequência respiratória e temperatura, peso, altura e IMC. Para sinais vitais, começa aferindo a pressão arterial e a frequência cardíaca. Tem de se verificar a frequência cardíaca por um minuto pela palpação do pulso radial com os dedos ou pela ausculta do impulso apical com o estetoscópio no ápice cardíaco. A pressão arterial varia de acordo com a forma como são aferidas. O rastreamento ambulatorial com esfigmomanômetro manual e automatizado ainda é comum, mas as leituras elevadas exigem cada vez mais confirmação com monitoramento domiciliar e ambulatorial. Diversos estudos mostram que os monitoramentos ambulatorial e domiciliar da pressão arterial são mais preditivos de doença cardiovascular e lesão de órgão terminal do que as aferições automatizadas e manuais no consultório. É importante estar familiarizado com as características mais importantes dos diferentes métodos de como aferir a pressão arterial, visto que os erros de leitura no consultório apresentam riscos substanciais de diagnósticos incorretos e tratamento desnecessário. Já para achar a Temperatura, a temperatura corporal central, medida internamente, e varia cerca de 1°C ao longo do dia. Pode ser mais baixa no início da manhã e mais alta na parte da tarde e à noite. As mulheres geralmente apresentam maior variação da temperatura normal do que os homens. Embora o padrão- ouro de pesquisa para temperatura corporal central seja a temperatura do sangue na artéria pulmonar, a prática médica depende de medições não invasivas oral, retal, axilar, da membrana timpânica e da artéria temporal. Para aferir a temperatura oral, escolhe-se um termômetro de vidro ou um termômetro eletrônico. Devido a quebra e exposição de mercúrio, os termômetros de vidro têm sido substituídos por termômetros eletrônicos. Se for utilizado um termômetro eletrônico, se coloca com cuidado a tampa descartável na sonda e põe o termômetro sob a língua. Se pede ao paciente que feche a boca e observa-se atentamente o mostrador digital. De modo geral, um registro acurado da temperaturademora, aproximadamente, 10 segundos. A mais usada no Brasil é a medição de temperatura axilar. Referência: Bates, propedêutica médica. 12. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018. (Capítulo 4 - Sinais Vitais) APROFUNDAMENTO DE ESTUDOS Data: 11/12/2019 Relatório da Aula prática. Dupla: Luzia Dados: P.A: 10/6 - 10/8 ( ocorreu variação ao longo do período da prática) FR: 20 FC: 77 A prática começou quando a gente aferiu a pressão arterial uma da outra. Seguimos uma ordem de treinamento: Pressão arterial, frequência cardíaca e respiratória. A aferição se deu da seguinte forma: Método Palpatório. 1. Insufla-se o manguito, fechando-se a válvula e apertando-se rapidamente até o desaparecimento do pulso radial; 2. Verifica-se o valor e acrescenta-se 30 mmHg; 3. Após, desinsuflar-se lenta e completamente o manguito até o aparecimento do pulso, o que é considerado a pressão arterial máxima; 4. Desinsuflar-se a seguir o manguito rapidamente. O método palpatório só permite a verificação da pressão arterial máxima. Método auscultatório. 1. Coloca-se o diafragma do estetoscópio suavemente por sobre a artéria braquial; 2. Insufla-se o manguito suavemente até o nível previamente determinado (30 mmHg acima da pressão arterial máxima verificada pelo método palpatório) e em seguida desinsuflar-se lentamente, à uma velocidade de 2 a 3 mmHg por segundo; 3. Verifica-se o nível no qual os ruídos (de Korotkoff) são auscultados, o que corresponde à pressão arterial máxima; 4. Continua-se baixando a pressão até o abafamento das bulhas e a seguir o desaparecimento completo dos ruídos (de Korotkoff), o que corresponde à pressão arterial mínima. Por fim anota-se os resultados obtidos. A frequência respiratória é observando a paciente e sua expansão da caixa torácica contando o número de inspirações por um minuto. Já a frequência cardíaca foi mensurada por palpação manual da artéria radial, um pouco acima do punho, por um período de um minuto. Referência: Bates, propedêutica médica. 12. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018. FECHAMENTO DE CASO: Data: 12/12/2019 O fechamento de caso começou com a leitura dos seguintes termos desconhecidos: Exoftalmia: esbugalhamento dos olhos, fazendo com que se dilatam para fora da cavidade ocular em um ou ambos os olhos; Edema periorbital: inchaço ou dilatação da área ao redor dos olhos; Consistência fibroelástica: semelhante à consistência da ponta do nariz;TSH: hormônio estimulante da tireóide. Seguido dos pontos chaves e perguntas. Após isso foi o momento do confronto das hipóteses: 1. A tireóide aumentada e com consistência fibroelástica, detectadas no exame físico de Luzia, se devem a um tumor nessa glândula, com isso, há aumento da produção de T3 e T4, o que, por feedback negativo, diminui a produção de TSH pela adeno-hipófise. Após a teorização conclui-se que a hipótese está parcialmente aceita, pois o caso relata que a tireoide de Luzia não apresentava nódulos aparentes após palpação. Além disso, os diversos sinais e sintomas da paciente são fortes indicativos de que o hipertireoidismo foi provocado pela doença de Graves, e não pela presença de nódulos. Nesse contexto, de acordo com Neves et al. (2008), a doença de Graves se caracteriza por manifestações de hipertireoidismo, sendo os sintomas a hiperatividade, irritabilidade, alterações de humor, insônia, intolerância ao calor, hipersudorese, palpitações, perda de peso e aumento do apetite, aumento do trânsito intestinal; já os sinais são taquicardia sinusal, tremor fino, queda de cabelo entre outros. Como Luzia apresenta estes sinais e sintomas, o aumento da tireoide por conta de nódulos sai de foco. Porém, nota-se que, segundo Silverthorn (2017), os tumores na tireoide também podem ocasionar secreções baixas do hormônio TSH em contraste a altas dosagens de T3 e T4, que por suas altas concentrações levam a um feedback na hipófise, fazendo com que seja produzido menos TSH. 2. A paciente Luzia apresenta a Doença de Graves devido aos sintomas apresentados, como perda de peso, nervosismo, calor excessivo, exoftalmia, ciclo menstrual irregular entre outros. Após a teorização viu-se que a doença de Graves é a forma mais comum de hipertireoidismo. Aqui, o grande aumento na taxa metabólica é acompanhado pela combinação, muito característica, de perda de peso apesar de elevado consumo de alimentos. A produção elevada de calor causa desconforto em ambientes quentes, sudorese excessiva e aumento da ingestão de água. A atividade adrenérgica elevada é manifestada pela rápida frequência cardíaca, hipercinese, tremor, nervosismo e olhos arregalados e protusos. A fraqueza é resultante da perda de massa muscular e da diminuição da capacidade funcional muscular. Outros sintomas incluem: estado emocional instável, perda do fôlego durante exercícios e dificuldade de deglutição ou de respiração devido à compressão do esôfago ou traquéia pelo aumento do tamanho da glândula (bócio) e distúrbios menstruais. O principal sinal clínico da doença de Graves é a exoftalmia (profusão anormal do globo ocular) e edema periorbital. Portanto, pelos sintomas da paciente Luzia apresentada no caso, pode se dizer que ela apresenta a doença de Graves. 4. O fato de Luzia ser tabagista há 27 anos contribui para as alterações hormonais que levaram ao hipertireoidismo. Diante à teorização e tendo em vista o hipotireoidismo como uma das principais alterações endócrinas da glândula tireoide, a tireoide secreta dois importantes hormônios, a tiroxina (T4) e a triiodotironina (T3), ambas com efeito de controlar o crescimento, o metabolismo e o desenvolvimento corporal, desempenhando funções na produção de proteínas estruturais, enzimas e outros hormônios. Contudo, o papel mais importante dos hormônios é a estimulação do metabolismo, pois em geral eles aumentam o metabolismo das proteínas, dos lipídios e dos carboidratos. Também elevam o consumo de oxigênio e a produção de calor, manifestada por uma elevação na taxa metabólica basal. Diante do exposto, é possível relacionar o tabagismo e o hipotireoidismo com relação a queda dos níveis de oxigênio, porém, pela não comprovação em artigos essa hipótese foi considerada refutada. 5. O sedentarismo aliado à dieta sem restrições são fatores que influenciam as alterações nos hormônios T3 e T4 apresentadas por Luzia. Após a teorização, viu-se que a desnutrição, a inanição e o jejum causam diminuição do T3 livre e total. Por outro lado, a superalimentação causa aumento dos mesmos. Entretanto vários estudos demonstraram que os exercícios não causam alteração na função tireoidiana. O stress, seja físico ou emocional, causa aumento da atividade adrenocortical e inibe a produção de T3 com consequente diminuição dos níveis séricos de T3 livre e total. 6. Por fim, os objetivos de aprendizagem foram atingidos. Referências: SILVERTHORN, Dee Unglaub. Fisiologia humana: uma abordagem integrada. 7. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017. Graf, H. Carvalho, G.A. Fatores Interferentes na Interpretação de Dosagens Laboratoriais no Diagnóstico de Hiper e Hipotireoidismo. Arquivo Brasileiro de Endocrinologia e Metabolismo. Volume 46. Número 01. Fevereiro 2002. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-27302002000100008 Mezzoma,Thais et al. Efeito dos nutrientes e substâncias alimentares na função tireoidiana e no hipotireoidismo, 2016. KOEPPEN, M. B ; STANTON, A. B. Berne e Levy – Fisiologia: 6. ed. Editora: Elsevier, 2009. MAIA, Ana Luiza et al . The Brazilian consensus for the diagnosis and treatment of hyperthyroidism: recommendations by the Thyroid Department of the Brazilian Society of Endocrinology and Metabolism. Arq Bras Endocrinol Metab, São Paulo , v. 57, n. 3, p. 205-232, Apr. 2013 . Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004- 27302013000300006&lng=en&nrm=iso. Acesso em: 11 Dez. 2019. http://dx.doi.org/10.1590/S0004- 27302013000300006. IESC:Data: 13/12/2019 Em IESC foram vistos novamente questões sobre sinais vitais, medidas antropométricas e lavagem de mãos na prática. As medidas antropométricas tais como peso, altura, circunferência de cintura e circunferência de quadril são utilizadas para o diagnóstico do estado nutricional (desnutrição, excesso de peso e obesidade) e avaliação dos riscos para algumas doenças (diabetes mellitus, doenças do coração e hipertensão) em crianças, adultos, gestantes e idosos. A qualidade dos procedimentos de coleta das medidas antropométricas é fundamental para garantir a fidelidade do diagnóstico nutricional de um indivíduo ou de uma população. Já em sinais vitais que são pressão arterial, frequência cardíaca, frequência respiratória e temperatura, peso, altura e IMC. Em sinais vitais, começa aferindo a pressão arterial e a frequência cardíaca. Tem de se verificar a frequência cardíaca por um minuto pela palpação do pulso radial com os dedos ou pela ausculta do impulso apical com o estetoscópio no ápice cardíaco. A pressão arterial varia de acordo com a forma como são aferidas. O rastreamento ambulatorial com esfigmomanômetro manual e automatizado ainda é comum, mas as leituras elevadas exigem cada vez mais confirmação com monitoramento domiciliar e ambulatorial. Diversos estudos mostram que os monitoramentos ambulatorial e domiciliar da pressão arterial são mais preditivos de doença cardiovascular e lesão de órgão terminal do que as aferições automatizadas e manuais no consultório. É importante estar familiarizado com as características mais importantes dos diferentes métodos de como aferir a pressão arterial, visto que os erros de leitura no consultório apresentam riscos substanciais de diagnósticos incorretos e tratamento desnecessário. Já para achar a Temperatura, a temperatura corporal central, medida internamente, e varia cerca de 1°C ao longo do dia. É mais baixa no início da manhã e mais alta na parte da tarde e à noite. As mulheres apresentam maior variação da temperatura normal do que os homens. Embora para temperatura corporal central seja a temperatura do sangue na artéria pulmonar, a prática médica depende de medições não invasivas oral, retal, axilar, da membrana timpânica e da artéria temporal. Devido a quebra e exposição de mercúrio, os termômetros de vidro têm sido substituídos por termômetros eletrônicos. De modo geral, um registro acurado da temperatura demora, aproximadamente, dez segundos. Referências: PORTO, Celmo Celeno. Semiologia médica. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014. Bates, propedêutica médica. 12. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018. (Capítulo 4 - Sinais Vitais) APROFUNDAMENTO DE ESTUDOS: Data: 13/12/2019 Referências: PORTO, Celmo Celeno. Semiologia médica. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014. Bates, propedêutica médica. 12. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018. (Capítulo 4 - Sinais Vitais)
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