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LEI PENAL Introdução Lei penal é a fonte formal imediata do direito penal, no sentido de criar crimes e culminar penas, a lei tem o monopólio de criar crimes (lei ordinária, pois a lei complementar tem ação restrita) Lei penal incriminadora é formada por um preceito primário e um preceito secundário o Preceito primário – é a definição da conduta o Preceito secundário – a pena culminada O direito brasileiro e a maioria dos direitos adotam o sistema de Karl Binding, a Teoria das Normas com o sistema de proibição indireta, a proibição indireta e a pena direta Classificação das leis penais o Incriminadoras – são as que criam crimes e culminam as respectivas penas; previstas na parte especial do CP e na Legislação Penal Especial; não há normas incriminadoras na parte geral do CP o Não Incriminadoras – não criam crimes nem culminam penas, previstas na parte geral do CP, na parte especial do CP, também na Legislação Penal Especial Permissivas – autorizam a pratica de um fato típico, as excludentes de licitude; em regra na parte geral do CP, mas também podem ser encontradas da parte especial e na legislação extravagante Exculpantes – dizem respeito a exclusão da culpabilidade do agente ou a não punibilidade de certos delitos Dirimentes/ Excludentes da culpabilidade Excusas absolutórias Interpretativas – estabelecem o conteúdo e significado de outras normas penais De Aplicação, finais ou complementares – estabelecem o âmbito de validade da legislação penal (ex.: art. 5° do CP) Diretivas – estabelecem os princípios vetores do direito penal (ex.: art. 1° do CP) Integrativas, complementares ou de extensão – complementam a tipicidade na tentativa, na participação e nos crimes omissivos impróprios o Completas – apresentam todos os elementos da conduta criminosa o Incompletas ou imperfeitas – dependem de complementação, a descrição é incompleta Complementação pode ser por outra lei, por ato administrativo ou valoração pelo operador do direito penal 19 Ex.: normas penais em branco que necessitam de complementação Características da lei penal Exclusividade – a lei penal tem monopólio na criação de crimes e culminação de penas Anterioridade – a lei deve ser anterior ao fato, com exceção de retroatividade em lei benéfica ao réu Imperatividade – cumprimento obrigatório, seu descumprimento acarreta na imposição de pena ou medida de segurança Generalidade – se dirige indistintamente a todas as pessoas Impessoalidade – a lei, em regra, projeta seus efeitos para fatos futuros, para qualquer pessoa que venha nela a se enquadrar Tempo do crime Macete: LUTA (L U/ Lugar = ubiquidade; T A/ Tempo = atividade) Art. 4° do CP – considera crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado Efeito – imputabilidade (Ex.: sujeito aos 17 anos e 11 meses e 29 dias, mata uma mulher, quando ela morre ele tem 18, mas responde como imputável) No que diz respeito a prescrição leva em conta a teoria do resultado o Art. 111° do CP A teoria da atividade só tem pertinência nos crimes materiais ou causais, a conduta e o resultado podem ocorrer em momentos adversos o Nos crimes formais e de mera conduta desconsidera o art. 4° Sumula 711 do STF o Crime permanente – aquele cuja consumação se prolonga no tempo por vontade do agente (ex.: extorsão mediante sequestro, se consuma com a privação da liberdade da vítima e continua até a liberdade da vítima, quando ela foi sequestrada estava em vigor a lei A e posteriormente uma lei mais grave B, aplica-se a mais grave pois também foi praticado o crime quando a lei mais grave estava em vigor, por ciente da lei mais grave ainda mantêm o crime/ o mesmo ocorre para ter 17 anos no início e 18 posteriormente pois também praticou o crime com 18 anos) o Crime continuado – aquele que o agente mediante mais de uma conduta pratica dois ou mais crimes da mesma espécie que é continuidade do primeiro (ex.: furtos subsequentes iguais, os primeiros cinco foram praticados quando havia a lei A e o ultimo havia a lei B mais grave, deve aplicar a lei B mais grave pois considera a teoria da ficção jurídica considerando todos os crimes um só para fim de aplicação da pena, então foi praticado quando também havia a lei mais grave) 20 Lugar do crime Art. 6° do CP – no lugar onde ocorreu ação ou omissão, bem como onde produziu ou deveria produzir o resultado o Lugar do crime é tanto lugar da conduta como o lugar do resultado o Adota a teoria da ubiquidade (teoria mista) Só tem pertinência nos crimes materiais, pois apenas nessa conduta e resultado podem ocorrer em locais diversos Só interessa nos crimes à distância – aqueles em que conduta e resultados em países diversos, pois o que está em jogo é a soberania dos países, então o agente pode ser julgado e condenado em ambos os países Para evitar o bis in idem, o art. X que diminui a pena [add] Crimes a distância (ou espaços máximos) é diferente dos crimes plurívocas (ou espaços mínimos) – os crimes plurilocais são os que condutas e resultados ocorrem em comarcas diferentes, no mesmo país. O problema é de competência o Art.° 70 CP – a competência é do lugar em que se consumar a infração e nos casos de tentativa no ultimo de execução o A regra é a teoria do resultado o Excessos [add] Lei penal no Espaço Dois vetores principais limitam a lei penal no espaço – a regra geral é a territorialidade, a exceção são as extraterritorialidades o Extraterritorialidade – aplicação da lei brasileira a crimes penais praticados no exterior o Intraterritorialidade – aplicação da lei estrangeira a crimes praticados no Brasil (imunidades para os governantes e os diplomatas) Embaixada – são territórios brasileiros e não extensão do território nacional Princípio da territorialidade o Fundamentação - Art. 2° § 1 da carta da ONU – princípio da igualdade soberana dos países; pois por considerar todos iguais o Art. 5° do CP o Brasil, adota o princípio da teoria da territorialidade mitigada Território – espaço em que o BR exerce sua soberania politica Território brasileiro por extensão – Art. 5° §1° Outros princípios que são vistos como extensões 21 o Princípio da personalidade ou da nacionalidade – leva em conta tanto a personalidade do agente como da vitima Personalidade ativa – crime cometido por brasileiro no exterior, leva em conta a personalidade do agente, é punido de acordo com a lei brasileira independentemente da nacionalidade da vítima e do bem jurídico Art. 7°, inc. I, “d” do CP Personalidade passiva – crime cometido por estrangeiro contra brasileiro no exterior, aplica-se a lei brasileira Art. 7°, §3° do CP o Princípio do domicílio – aplica-se a lei do país em que o agente é domiciliado sem importar sua nacionalidade Art. 7°, inc. I, “d” do CP o Princípio da defesa, real ou da proteção – leva em conta o bem jurídico, pouco importa a nacionalidade do agente e o local do delito Art. 7°, inc. I, “a”, “b” e “c” do CP o Princípio da justiça universal (justiça cosmopolita; universalidade do direito de punir; princípio da competência universal; jurisdição universal/mundial; repressão mundial) – tem relação com a cooperação penal internacional, são os crimes cuja punição interessa a todos os países Art. 7°, inc. II, “a” do CP Ex.: tráfico de pessoas o Princípio da representação (pavilhão/ substituição/subsidiário/ bandeira) Art. 7°, inc. II, “c” do CP O crime deveria ser julgado em determinado local e lá não foi julgado, deve ser julgado com lei brasileira Se for pública ou a serviço do brasil – aplica o princípio da territorialidade por ser extensão do território Extraterritorialidade Só existe extraterritorialidade para crimes, não existe para contravenções A extraterritorialidade pode ser incondicionadaou condicionada o Incondicionada – não se submete a nenhuma condição, precisa apenas que esteja no território Choca com o pacto de São José Da Costa Rica o Condicionada – se submete a algumas condições 22 Eficácia de sentença estrangeira A sentença representa uma parte da soberania do Estado, em regra a sentença é executada no próprio país, existe hipóteses em que pode ser praticada em outros locais Art. 9° do CP o Basta a prova da sua pratica e não precisa de homologação no brasil para gerar reincidência no Brasil o Sumula 420 do STJ o Art. 515, VIII do CPC – a sentença homologada vale como título executivo judicial Contagem de prazo O dia do começo inclui-se no conto do prazo e exclui-se o dia do fim; contada pelo calendário comum Art. 10 do CP o Ex.: o mandado de prisão de pena de 1 ano foi às 23:59 de 10/12/2015 e a pena vai ser cumprida ao dia 9/10/2016 Possui incoerências com meses menores, mas é compensado pela segurança jurídica que possui CP e CPP são diferentes – cada um busca favorecer de um jeito o Ex.: no CPP o que vale é o dia útil seguinte, se for intimado na sexta o prazo judicial é na segunda subsequentes, salvo se não for dia útil o Sumula 310 do STF Frações não computáveis de pena Art. 11° do CP – pouco importa horas, minutos, segundos... Legislação especial O princípio da convivência das esferas autônomas, as regras gerais convivem em harmonia com as regras especiais, a geral se aplica a todas desde que não exista uma especial Art. 12° do CP Lei penal em branco Franz von Linzt – Norma penal em branco são como “corpos errantes em busca de almas”; toda norma penal incriminadora possui preceito primário e secundário, a norma penal em branco é aquela cujo preceito secundário é completo e o primário necessita de complemento o Também chamada de norma penal cega ou aberta A estrutura existe, mas para ser aplicada necessita de complemento 23 Espécies o Homogênea ou lato sensu – o complemento tem a mesma natureza jurídica, a lei penal em branco tem como complemento outra lei Homovitelina – a norma e seu complemento estão no mesmo diploma legal Art. 304 Heterovitelina – a norma e seu complemento estão em diplomas diversos Ex.: crime de apropriação de tesouro, art. 109 parag. Único inciso II e CP o Heterogênea, strictu sensu ou fragmentaria – o complemento é um ato administrativo e não por lei (decreto, portaria, etc) Não ofende o principio da reserva legal, pois o conteúdo mínimo está descrito em lei e os atos administrativos são mero complementos Ex.: art. 33, caput da lei 11.343/2006 o Ao avesso ou inversa – nesse caso o preceito primário é completo e o preceito secundário é incompleto e precisa de complementação O complemento será obrigatoriamente uma Lei, porque a pena tem que ser vinculada por lei Ex.: Art. 1° da lei 2.889/1956 não possui penas, as penas estão no CP o Norma em branco em fundo constitucional – o complemento é um dispositivo constitucional Ex.: Art. 121, §2°, VII do CP o complemento está nos artigos 142 e 144 da CF o Norma penal em branco ao quadrado – o complemento também depende de complementação Ex.: Art. 38 da Lei 9.605/1998 possui complemento no código florestal, no art. 6° do código florestal precisa de complemento em decreto ou ato administrativo Lei penal no tempo Estudo do fenômeno de sucessão das leis no tempo, pois as leis mudam com o tempo e evolução; depois que a lei entra em vigor produz efeitos até ser revogada por outra lei o que se chama Principio da Continuidade das Leis o Princípio da Continuidade das Leis – a lei vai ser eterna até outra lei revogar Costume, desuso e decisão judicial não revoga leis Quando é declarado inconstitucional apenas suspende os efeitos Revogação pode ser total (Ab-rogação) ou parcial (derrogação) Conflito de leis no tempo – quando uma nova lei entra em vigor revogando uma lei anterior o Solucionado pelo direito penal intertemporal – regras e princípios que solucionam os conflitos o Regra geral – tempus regi actum (o tempo rege o ato), aplica-se a lei penal que estava em vigor quando o fato foi praticado o Exceções – notadas nas leis benéficas, pois retroage para beneficiar o réu 24 Lei penal benéfica – possui retroatividade (aplicada para fatos passados/pretéritos) e ultratividade (continua aplicável mesmo depois de revogada, se o fato foi praticado quando ela estava em vigor), duas espécies: o Abolitio Criminis – a nova lei que torna atípico um fato até então considerado criminoso, possui natureza jurídica é uma causa extintiva da punibilidade (Art. 107°, inc. III do CP), tecnicamente falando aboliu a tipicidade do fato e o estado perde o direito de punir Art. 2°, caput do CP – cessa a execução e os efeitos penais, entretanto subsistem os efeitos extrapenais (ex.: reparar danos) Requisitos: 1° a revogação formal do tipo penal e 2° supressão material do fato criminoso (o fato deixa de ter relevância penal tanto perante aquele tipo penal como o ordenamento jurídico como um todo, ex.: art. 240 com o crime de adultério) E se a ocorrer a revogação formal e não a supressão material? O dispositivo é revogado, mas a conduta ainda existe só que em outro dispositivo então não há abolitio criminis, o que ocorre é um mero deslocamento legal (também chamado de transmutação topográfica do delito) o Novatio legis in mellius – a nova lei que de qualquer modo favorece o réu, deve ser interpretado de forma ampla e deve ser avaliado ao caso concreto; no caso de dúvida do magistrado pode ser decidida apenas ao judiciário ou perguntado ao réu para o réu escolher qual é mais benéfica para si O crime continua existindo, apenas a situação de qualquer modo é melhorada o Na vacatio legis a lei não pode ser aplicada nem para favorecer nem para prejudicar porque ela ainda não tem eficácia o Pontos comuns entre abolitio criminis e novatio legis in mellius Trânsito em julgado não impede a retroatividade da lei benéfica, pois a coisa julgada e a lei benéfica ambos são para proteger o agente A retroatividade benéfica é automática, ela independe de cláusula expressa. Não precisa ter um dispositivo dizendo que é mais benéfica que a anterior Quem aplica a lei penal benéfica depende do momento em que se encontra a persecução penal 1° Instância – juízo respectivo Em algum tribunal – o tribunal respectivo Já existe uma condenação definitiva em trânsito em julgado – o juízo da execução (sumula 611 do STF, pouco importa a origem da condenação) Novatio legis incriminadora (neocriminalização) e novatio legis in pejus o Novatio legis incriminadora (neocriminalização) – a nova lei que cria um crime que até então inexistia o Novatio legis in pejus – “lex gravior” a nova lei que de qualquer modo prejudica o réu 25 o Ambas só se aplicam a fatos futuros, nunca retroagem Lei penal intermediária – precisa o agente ter praticado o crime e pelo menos 3 leis se sucedendo no tempo o O crime foi praticado na vigência da lei A, durante o tempo surge uma lei B e a sentença foi proferida na vigência da lei C. Entre essas a mais favorável é a lei B em vigor nem no momento do fato e nem na sentença STF decidiu no RE 418.876 que deve ser aplicada a lei B por ser mais favorável Ela goza da retroatividade e ao mesmo tempo é dotada de ultratividade Combinação de leis penais (lex tertia/lei hibrida) o Ex.: há partes favoráveis tanto na lei antiga como na nova, o juiz pode combinar para formar essa lei hibrida? o Ponto controvérsia na doutrina, duas posições: NÃO (Nelson Ungria) – é proibida a combinação de leis penais, fundamentada pelo princípio da separação dos poderes pois o juiz estaria legislando Essa posição sempre prevaleceu na doutrina e nas decisões Em Portugal se chama deTeoria da Ponderação Unitária (ou global) – o juiz deve aplicar toda a lei nova ou a velha SIM (José Federico Marques) – Se a Constituição manda aplicar a lei mais favorável, ele não está legislando, ele apenas está transitando entre os limites previamente definidas pelo legislador Em Portugal Teoria da Ponderação Diferenciada o Ex.: Tráfico de drogas, Lei 6.368/76 foi substituída pela Lei 11.343/2006. O crime foi praticado quando a lei 6.368/76 (art. 22 com pena de 3 a 15 anos) estava em vigor e a sentença quando a Lei 11.343/2006 (art. 33 com pena de 5 a 15 anos, mas com benefícios de redução de 1/6 a 2/3) estava em vigor. Não havia consenso no início, o STF no RE 600.817 no Info. 727 dizendo que não é possível combinação de leis penais Sumula 501 do STJ Lei temporária e lei excepcional o Lei temporária é aquela que tem prazo de vigência predeterminada (Ex.: Lei da Copa) o Lei excepcional é aquela que vigora em situação de anormalidade o Essas duas leis tem em comum o ponto de serem autorevogáveis e ultratividade Art.3° do CP Lei penal em branco e o conflito no tempo o A norma penal em branco tem complemento, a alteração ou revogação do complemento pode excluir ou não o crime, depende se foi em situação de normalidade ou anormalidade 26 Ex.: tráfico de drogas, o agente foi preso em flagrante vendo a maconha, durante o processo foi legalizada a maconha, exclui o crime porque foi em um momento de normalidade Ex.: crime contra a economia popular, em um momento de fragilidade economia cria-se uma tabela de preços, um comerciante vende acima do estabelecido na tabela, durante o processo a economia volta ao normal e não existe mais a tabela de preços, não exclui o crime porque foi em um momento de anormalidade (como uma lei excepcional) Conflito aparente de normas penais É o instituto que se verifica quando há um único fato praticado pelo agente duas ou mais normas se revelam aparente aplicáveis o É aparente pelo fato de que ao estudar o caso concreto percebe-se que apenas uma é aplicável Alocação no direito penal – não existe um consenso, mas deve ser alocado na “Lei penal” e fala sobre sua interpretação Requisitos. Distinção com o concurso de crimes e com o conflito de leis no tempo o Unidade de fato – o agente praticou um único fato/crime Diferencia do concurso de crimes pois na unidade de fato o agente praticou um único crime e no concurso de crimes praticou dois ou mais e responde por todos os crimes o Pluralidade de normas aparentemente aplicáveis o Vigência simultânea de toas as normas Diferencia do conflito de leis no tempo pois no conflito de leis no tempo apenas uma está em vigor e no conflito aparente todas estão em vigor o problema é na interpretação Finalidades – possui duas finalidades principais: o Prática – evitar o “bis in idem”, não pode aplicar duas normas para um mesmo fato o Teórica – manter a unidade e coerência do sistema, existe conflito entre as normas, mas não no sistema Solução dos conflitos aparentes é feito mediante a aplicação de princípios (um tema estritamente doutrinário) o Princípio Especialidade – ele é pacifico no mundo todo, todos os doutrinadores aceitam por ser irrefutável, significa que a norma especial exclui a aplicação da norma geral (não revoga, convivem em harmonia) Tem aplicação obrigatória, analisa em plano abstrato e aplica a norma especial sem importar se é menos grave ou mais grave, visto que o problema não é de gravidade e sim de especialidade Podem estar no mesmo diploma legislativos ou em diplomas legislativos diversos Norma especial = Norma geral + os elementos especializantes (o que torna diferenciado) 27 o Princípio Subsidiariedade – a norma primária exclui a aplicação da norma subsidiaria (não revoga, apenas exclui a atuação) O problema aqui é sobre a gravidade do crime; o interprete primeiro tenta aplicar a norma primária, caso consiga para nela, caso não consiga aplicar a primária aplica a norma subsidiária Norma primaria prevê o crime mais grave, norma subsidiaria é a menos grave Também chamado de “soldado de reserva” Espécies Subsidiariedade expressa (explicita) – a própria norma penal se declara como subsidiaria (ex.: art. 163, p. único, inc. II do CP “....se o fato não constitui crime mais grave”) Subsidiariedade tácita (implícita) – a norma penal não se declara subsidiaria, mas essa subsidiariedade se declara no caso concreto o Princípio Consunção ou da absorção – a norma consultiva exclui a aplicação da norma consumida A norma consultiva é aquela que prevê o fato mais amplo/ o todo A norma consumida é aquela que prevê o fato menos amplo/a parte Quando se pena o todo também está se punindo a parte, não tem como punir duas vezes a parte; “o peixão engole o peixinho” Hipótese em que se manifesta Crime progressivo – desde o inicio o agente tem o dolo de praticar o mais grave, mas o agente pratica um crime menos grave para chegar ao mais grave o Delito de ação de passagem – vem do direito penal italiano, é o crime menos grave no contexto do crime progressivo o Ex.: homicídio é o crime mais grave, e o menos grave é a lesão corporal (não é possível matar alguém sem antes ferir); o homicídio consome a lesão corporal, quando pune o homicídio por consequência já estão punindo a lesão corporal Progressão criminosa – o que caracteriza a progressão criminosa é a mutação do dolo, o agente em primeiro momento só queria praticar um determinado crime, depois de praticar e no mesmo contexto fático ele decide praticar um crime mais grave o Se fosse em contextos fáticos diversos são crimes diversos o Crime progressivo e progressão criminosa são similares por ambos serem hipóteses em que se manifestam o princípio da consunção, a diferente é o dolo, no progressivo desde o inicio ele previa o mais grave, já na progressão há uma mutação no dolo Fatos impuníveis. Diferença entre antefactum impunível e crime progressivo 28 o Fatos impuníveis (antefactum impunível) – os fatos impuníveis são aqueles que o direito não pune em razão da punição de um outro fato principal, os fatos impuníveis podem ser anteriores ao fato principal e não pune por serem meio de preparação ao fato principal (ex.: viola o domicilio para praticar o furto; responde apenas pelo furto) o Diferença entre antefactum impunível e crime progressivo – ponto em comum são hipótese em que se manifesta o princípio da consunção; a diferença é que no crime progressivo obrigatoriamente precisa passar por um crime menos grave, nos crimes antefactum imputáveis não é obrigatório um crime meio Simultâneos (Concomitantes impuníveis) – são aqueles praticados ao mesmo que é cometido o crime principal e funcionam como meio de execução do mais grave o Ex.: para praticar o estupro pratica também o ato obsceno; responde apenas pelo estupro Atos posteriores impuníveis (“posfactum” impunível) – aquele ato praticado após o fato principal e funciona como mero desdobramento do fato principal o Ex.: furto de um celular e por não conseguir acessar destrói, cometendo tanto o furto como o dano; nesse caso o agente responde por só pelo furto, o dano fica absorvido pois fica como um posfactum impunível Súmula 17 do STJ – a falsidade documental foi um meio para o estelionato, a falsidade documental é um antifactum imputável Polemica – STF tem posições diferentes: HC 98.526, o agente deve responder por concurso de crimes, responde por falsidade documental e estelionato por concurso de crimes (razões: esses crimes atingem bens jurídicos diversos, a pena da falsidade documental é maior que a do estelionato, a potencialidade lesiva não se esgota nesse crime) o Princípio Alternatividade Os demais são quase unanimes o uso pela doutrina e jurisprudência, mas o princípio da Alternatividade não é adotado por todos, sendo polêmico Espécies Alternatividade própria ocorre nos tipos mistos alternativos que prevê os crimes de ação múltipla ou de conteúdo variável. São àqueles crimes que o tipo penal contem dois ou mais núcleos (verbos), se o agente praticar mais de um núcleo contra um mesmo objeto material ele responde por um único crime (ex.: tráfico de droga, comprou, guardou e vendeu maconha) 29 o Se for objetos matérias diversos é concurso de crimes (ex.: comprou maconha, guardou cocaína e vendeu heroína; praticou três tráfico de drogas) o A critica é que na alternatividade própria não há um conflito entre normas, é um conflito interno na própria norma Alternatividade impropria ocorre quando o mesmo crime é disciplinado por duas ou mais normas penais; não é um conflito aparente de normas é um problema de falta de técnica legislativa que na verdade caracteriza um conflito de leis no tempo que a posterior revoga a anterior 30
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