Buscar

Lei Penal

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 9, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

LEI PENAL
Introdução
 Lei penal é a fonte formal imediata do direito penal, no sentido de criar crimes e culminar
penas, a lei tem o monopólio de criar crimes (lei ordinária, pois a lei complementar tem ação
restrita)
 Lei penal incriminadora é formada por um preceito primário e um preceito secundário
o Preceito primário – é a definição da conduta
o Preceito secundário – a pena culminada
 O direito brasileiro e a maioria dos direitos adotam o sistema de Karl Binding, a Teoria das
Normas com o sistema de proibição indireta, a proibição indireta e a pena direta
 Classificação das leis penais
o Incriminadoras – são as que criam crimes e culminam as respectivas penas;
previstas na parte especial do CP e na Legislação Penal Especial; não há normas
incriminadoras na parte geral do CP
o Não Incriminadoras – não criam crimes nem culminam penas, previstas na parte
geral do CP, na parte especial do CP, também na Legislação Penal Especial
 Permissivas – autorizam a pratica de um fato típico, as excludentes de
licitude; em regra na parte geral do CP, mas também podem ser encontradas
da parte especial e na legislação extravagante
 Exculpantes – dizem respeito a exclusão da culpabilidade do agente ou a
não punibilidade de certos delitos
 Dirimentes/ Excludentes da culpabilidade
 Excusas absolutórias
 Interpretativas – estabelecem o conteúdo e significado de outras normas
penais
 De Aplicação, finais ou complementares – estabelecem o âmbito de validade
da legislação penal (ex.: art. 5° do CP)
 Diretivas – estabelecem os princípios vetores do direito penal (ex.: art. 1° do
CP)
 Integrativas, complementares ou de extensão – complementam a tipicidade
na tentativa, na participação e nos crimes omissivos impróprios
o Completas – apresentam todos os elementos da conduta criminosa
o Incompletas ou imperfeitas – dependem de complementação, a descrição é
incompleta
 Complementação pode ser por outra lei, por ato administrativo ou valoração
pelo operador do direito penal
19
 Ex.: normas penais em branco que necessitam de complementação
Características da lei penal
 Exclusividade – a lei penal tem monopólio na criação de crimes e culminação de penas
 Anterioridade – a lei deve ser anterior ao fato, com exceção de retroatividade em lei
benéfica ao réu
 Imperatividade – cumprimento obrigatório, seu descumprimento acarreta na imposição de
pena ou medida de segurança
 Generalidade – se dirige indistintamente a todas as pessoas
 Impessoalidade – a lei, em regra, projeta seus efeitos para fatos futuros, para qualquer
pessoa que venha nela a se enquadrar
Tempo do crime 
 Macete: LUTA (L  U/ Lugar = ubiquidade; T  A/ Tempo = atividade)
 Art. 4° do CP – considera crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o
momento do resultado
 Efeito – imputabilidade (Ex.: sujeito aos 17 anos e 11 meses e 29 dias, mata uma mulher,
quando ela morre ele tem 18, mas responde como imputável)
 No que diz respeito a prescrição leva em conta a teoria do resultado
o Art. 111° do CP
 A teoria da atividade só tem pertinência nos crimes materiais ou causais, a conduta e o
resultado podem ocorrer em momentos adversos
o Nos crimes formais e de mera conduta desconsidera o art. 4°
 Sumula 711 do STF
o Crime permanente – aquele cuja consumação se prolonga no tempo por vontade do
agente (ex.: extorsão mediante sequestro, se consuma com a privação da liberdade
da vítima e continua até a liberdade da vítima, quando ela foi sequestrada estava em
vigor a lei A e posteriormente uma lei mais grave B, aplica-se a mais grave pois
também foi praticado o crime quando a lei mais grave estava em vigor, por ciente da
lei mais grave ainda mantêm o crime/ o mesmo ocorre para ter 17 anos no início e
18 posteriormente pois também praticou o crime com 18 anos)
o Crime continuado – aquele que o agente mediante mais de uma conduta pratica dois
ou mais crimes da mesma espécie que é continuidade do primeiro (ex.: furtos
subsequentes iguais, os primeiros cinco foram praticados quando havia a lei A e o
ultimo havia a lei B mais grave, deve aplicar a lei B mais grave pois considera a
teoria da ficção jurídica considerando todos os crimes um só para fim de aplicação
da pena, então foi praticado quando também havia a lei mais grave)
20
Lugar do crime
 Art. 6° do CP – no lugar onde ocorreu ação ou omissão, bem como onde produziu ou
deveria produzir o resultado
o Lugar do crime é tanto lugar da conduta como o lugar do resultado
o Adota a teoria da ubiquidade (teoria mista)
 Só tem pertinência nos crimes materiais, pois apenas nessa conduta e
resultado podem ocorrer em locais diversos
 Só interessa nos crimes à distância – aqueles em que conduta e resultados
em países diversos, pois o que está em jogo é a soberania dos países, então
o agente pode ser julgado e condenado em ambos os países
 Para evitar o bis in idem, o art. X que diminui a pena [add]
 Crimes a distância (ou espaços máximos) é diferente dos crimes
plurívocas (ou espaços mínimos) – os crimes plurilocais são os que
condutas e resultados ocorrem em comarcas diferentes, no mesmo
país. O problema é de competência
o Art.° 70 CP – a competência é do lugar em que se consumar a
infração e nos casos de tentativa no ultimo de execução
o A regra é a teoria do resultado
o Excessos [add]
Lei penal no Espaço
 Dois vetores principais limitam a lei penal no espaço – a regra geral é a territorialidade, a
exceção são as extraterritorialidades 
o Extraterritorialidade – aplicação da lei brasileira a crimes penais praticados no
exterior
o Intraterritorialidade – aplicação da lei estrangeira a crimes praticados no Brasil
(imunidades para os governantes e os diplomatas)
 Embaixada – são territórios brasileiros e não extensão do território nacional
 Princípio da territorialidade
o Fundamentação - Art. 2° § 1 da carta da ONU – princípio da igualdade soberana dos
países; pois por considerar todos iguais
o Art. 5° do CP
o Brasil, adota o princípio da teoria da territorialidade mitigada
 Território – espaço em que o BR exerce sua soberania politica
 Território brasileiro por extensão – Art. 5° §1°
 Outros princípios que são vistos como extensões 
21
o Princípio da personalidade ou da nacionalidade – leva em conta tanto a
personalidade do agente como da vitima
 Personalidade ativa – crime cometido por brasileiro no exterior, leva em
conta a personalidade do agente, é punido de acordo com a lei brasileira
independentemente da nacionalidade da vítima e do bem jurídico
 Art. 7°, inc. I, “d” do CP
 Personalidade passiva – crime cometido por estrangeiro contra brasileiro no
exterior, aplica-se a lei brasileira
 Art. 7°, §3° do CP
o Princípio do domicílio – aplica-se a lei do país em que o agente é domiciliado sem
importar sua nacionalidade
 Art. 7°, inc. I, “d” do CP
o Princípio da defesa, real ou da proteção – leva em conta o bem jurídico, pouco
importa a nacionalidade do agente e o local do delito
 Art. 7°, inc. I, “a”, “b” e “c” do CP
o Princípio da justiça universal (justiça cosmopolita; universalidade do direito de punir;
princípio da competência universal; jurisdição universal/mundial; repressão mundial)
– tem relação com a cooperação penal internacional, são os crimes cuja punição
interessa a todos os países
 Art. 7°, inc. II, “a” do CP
 Ex.: tráfico de pessoas
o Princípio da representação (pavilhão/ substituição/subsidiário/ bandeira)
 Art. 7°, inc. II, “c” do CP
 O crime deveria ser julgado em determinado local e lá não foi julgado, deve
ser julgado com lei brasileira
 Se for pública ou a serviço do brasil – aplica o princípio da territorialidade por
ser extensão do território
Extraterritorialidade
 Só existe extraterritorialidade para crimes, não existe para contravenções
 A extraterritorialidade pode ser incondicionadaou condicionada
o Incondicionada – não se submete a nenhuma condição, precisa apenas que esteja
no território
 Choca com o pacto de São José Da Costa Rica
o Condicionada – se submete a algumas condições
22
Eficácia de sentença estrangeira
 A sentença representa uma parte da soberania do Estado, em regra a sentença é
executada no próprio país, existe hipóteses em que pode ser praticada em outros locais
 Art. 9° do CP
o Basta a prova da sua pratica e não precisa de homologação no brasil para gerar
reincidência no Brasil
o Sumula 420 do STJ
o Art. 515, VIII do CPC – a sentença homologada vale como título executivo judicial
Contagem de prazo
 O dia do começo inclui-se no conto do prazo e exclui-se o dia do fim; contada pelo
calendário comum
 Art. 10 do CP
o Ex.: o mandado de prisão de pena de 1 ano foi às 23:59 de 10/12/2015 e a pena vai
ser cumprida ao dia 9/10/2016
 Possui incoerências com meses menores, mas é compensado pela segurança jurídica que
possui
 CP e CPP são diferentes – cada um busca favorecer de um jeito
o Ex.: no CPP o que vale é o dia útil seguinte, se for intimado na sexta o prazo judicial
é na segunda subsequentes, salvo se não for dia útil
o Sumula 310 do STF
Frações não computáveis de pena
 Art. 11° do CP – pouco importa horas, minutos, segundos...
Legislação especial
 O princípio da convivência das esferas autônomas, as regras gerais convivem em harmonia
com as regras especiais, a geral se aplica a todas desde que não exista uma especial
 Art. 12° do CP
Lei penal em branco
 Franz von Linzt – Norma penal em branco são como “corpos errantes em busca de almas”;
toda norma penal incriminadora possui preceito primário e secundário, a norma penal em
branco é aquela cujo preceito secundário é completo e o primário necessita de
complemento
o Também chamada de norma penal cega ou aberta
 A estrutura existe, mas para ser aplicada necessita de complemento
23
 Espécies
o Homogênea ou lato sensu – o complemento tem a mesma natureza jurídica, a lei
penal em branco tem como complemento outra lei
 Homovitelina – a norma e seu complemento estão no mesmo diploma legal
 Art. 304
 Heterovitelina – a norma e seu complemento estão em diplomas diversos
 Ex.: crime de apropriação de tesouro, art. 109 parag. Único inciso II e
CP
o Heterogênea, strictu sensu ou fragmentaria – o complemento é um ato
administrativo e não por lei (decreto, portaria, etc)
 Não ofende o principio da reserva legal, pois o conteúdo mínimo está
descrito em lei e os atos administrativos são mero complementos
 Ex.: art. 33, caput da lei 11.343/2006
o Ao avesso ou inversa – nesse caso o preceito primário é completo e o preceito
secundário é incompleto e precisa de complementação
 O complemento será obrigatoriamente uma Lei, porque a pena tem que ser
vinculada por lei
 Ex.: Art. 1° da lei 2.889/1956 não possui penas, as penas estão no CP
o Norma em branco em fundo constitucional – o complemento é um dispositivo
constitucional
 Ex.: Art. 121, §2°, VII do CP o complemento está nos artigos 142 e 144 da
CF
o Norma penal em branco ao quadrado – o complemento também depende de
complementação
 Ex.: Art. 38 da Lei 9.605/1998 possui complemento no código florestal, no art.
6° do código florestal precisa de complemento em decreto ou ato
administrativo
Lei penal no tempo
 Estudo do fenômeno de sucessão das leis no tempo, pois as leis mudam com o tempo e
evolução; depois que a lei entra em vigor produz efeitos até ser revogada por outra lei o que
se chama Principio da Continuidade das Leis
o Princípio da Continuidade das Leis – a lei vai ser eterna até outra lei revogar
 Costume, desuso e decisão judicial não revoga leis
 Quando é declarado inconstitucional apenas suspende os efeitos
 Revogação pode ser total (Ab-rogação) ou parcial (derrogação)
 Conflito de leis no tempo – quando uma nova lei entra em vigor revogando uma lei anterior
o Solucionado pelo direito penal intertemporal – regras e princípios que solucionam os
conflitos
o Regra geral – tempus regi actum (o tempo rege o ato), aplica-se a lei penal que
estava em vigor quando o fato foi praticado
o Exceções – notadas nas leis benéficas, pois retroage para beneficiar o réu
24
 Lei penal benéfica – possui retroatividade (aplicada para fatos passados/pretéritos) e
ultratividade (continua aplicável mesmo depois de revogada, se o fato foi praticado quando
ela estava em vigor), duas espécies:
o Abolitio Criminis – a nova lei que torna atípico um fato até então considerado
criminoso, possui natureza jurídica é uma causa extintiva da punibilidade (Art. 107°,
inc. III do CP), tecnicamente falando aboliu a tipicidade do fato e o estado perde o
direito de punir
 Art. 2°, caput do CP – cessa a execução e os efeitos penais, entretanto
subsistem os efeitos extrapenais (ex.: reparar danos)
 Requisitos: 1° a revogação formal do tipo penal e 2° supressão material do
fato criminoso (o fato deixa de ter relevância penal tanto perante aquele tipo
penal como o ordenamento jurídico como um todo, ex.: art. 240 com o crime
de adultério)
 E se a ocorrer a revogação formal e não a supressão material? O
dispositivo é revogado, mas a conduta ainda existe só que em outro
dispositivo então não há abolitio criminis, o que ocorre é um mero
deslocamento legal (também chamado de transmutação topográfica
do delito)
o Novatio legis in mellius – a nova lei que de qualquer modo favorece o réu, deve ser
interpretado de forma ampla e deve ser avaliado ao caso concreto; no caso de
dúvida do magistrado pode ser decidida apenas ao judiciário ou perguntado ao réu
para o réu escolher qual é mais benéfica para si
 O crime continua existindo, apenas a situação de qualquer modo é
melhorada
o Na vacatio legis a lei não pode ser aplicada nem para favorecer nem para prejudicar
porque ela ainda não tem eficácia
o Pontos comuns entre abolitio criminis e novatio legis in mellius
 Trânsito em julgado não impede a retroatividade da lei benéfica, pois a coisa
julgada e a lei benéfica ambos são para proteger o agente
 A retroatividade benéfica é automática, ela independe de cláusula expressa.
Não precisa ter um dispositivo dizendo que é mais benéfica que a anterior
 Quem aplica a lei penal benéfica depende do momento em que se encontra a
persecução penal
 1° Instância – juízo respectivo
 Em algum tribunal – o tribunal respectivo
 Já existe uma condenação definitiva em trânsito em julgado – o juízo
da execução (sumula 611 do STF, pouco importa a origem da
condenação)
 Novatio legis incriminadora (neocriminalização) e novatio legis in pejus
o Novatio legis incriminadora (neocriminalização) – a nova lei que cria um crime que
até então inexistia
o Novatio legis in pejus – “lex gravior” a nova lei que de qualquer modo prejudica o réu
25
o Ambas só se aplicam a fatos futuros, nunca retroagem
 Lei penal intermediária – precisa o agente ter praticado o crime e pelo menos 3 leis se
sucedendo no tempo
o O crime foi praticado na vigência da lei A, durante o tempo surge uma lei B e a
sentença foi proferida na vigência da lei C. Entre essas a mais favorável é a lei B em
vigor nem no momento do fato e nem na sentença
 STF decidiu no RE 418.876 que deve ser aplicada a lei B por ser mais
favorável
 Ela goza da retroatividade e ao mesmo tempo é dotada de ultratividade
 Combinação de leis penais (lex tertia/lei hibrida)
o Ex.: há partes favoráveis tanto na lei antiga como na nova, o juiz pode combinar
para formar essa lei hibrida?
o Ponto controvérsia na doutrina, duas posições:
 NÃO (Nelson Ungria) – é proibida a combinação de leis penais,
fundamentada pelo princípio da separação dos poderes pois o juiz estaria
legislando
 Essa posição sempre prevaleceu na doutrina e nas decisões
 Em Portugal se chama deTeoria da Ponderação Unitária (ou global)
– o juiz deve aplicar toda a lei nova ou a velha
 SIM (José Federico Marques) – Se a Constituição manda aplicar a lei mais
favorável, ele não está legislando, ele apenas está transitando entre os
limites previamente definidas pelo legislador
 Em Portugal Teoria da Ponderação Diferenciada
o Ex.: Tráfico de drogas, Lei 6.368/76 foi substituída pela Lei 11.343/2006. O crime foi
praticado quando a lei 6.368/76 (art. 22 com pena de 3 a 15 anos) estava em vigor e
a sentença quando a Lei 11.343/2006 (art. 33 com pena de 5 a 15 anos, mas com
benefícios de redução de 1/6 a 2/3) estava em vigor.
 Não havia consenso no início, o STF no RE 600.817 no Info. 727 dizendo
que não é possível combinação de leis penais
 Sumula 501 do STJ
 Lei temporária e lei excepcional
o Lei temporária é aquela que tem prazo de vigência predeterminada (Ex.: Lei da
Copa)
o Lei excepcional é aquela que vigora em situação de anormalidade
o Essas duas leis tem em comum o ponto de serem autorevogáveis e ultratividade
 Art.3° do CP
 Lei penal em branco e o conflito no tempo
o A norma penal em branco tem complemento, a alteração ou revogação do
complemento pode excluir ou não o crime, depende se foi em situação de
normalidade ou anormalidade
26
 Ex.: tráfico de drogas, o agente foi preso em flagrante vendo a maconha,
durante o processo foi legalizada a maconha, exclui o crime porque foi em
um momento de normalidade
 Ex.: crime contra a economia popular, em um momento de fragilidade
economia cria-se uma tabela de preços, um comerciante vende acima do
estabelecido na tabela, durante o processo a economia volta ao normal e não
existe mais a tabela de preços, não exclui o crime porque foi em um
momento de anormalidade (como uma lei excepcional)
Conflito aparente de normas penais
 É o instituto que se verifica quando há um único fato praticado pelo agente duas ou mais
normas se revelam aparente aplicáveis
o É aparente pelo fato de que ao estudar o caso concreto percebe-se que apenas uma
é aplicável 
 Alocação no direito penal – não existe um consenso, mas deve ser alocado na “Lei penal” e
fala sobre sua interpretação
 Requisitos. Distinção com o concurso de crimes e com o conflito de leis no tempo
o Unidade de fato – o agente praticou um único fato/crime 
 Diferencia do concurso de crimes pois na unidade de fato o agente praticou
um único crime e no concurso de crimes praticou dois ou mais e responde
por todos os crimes
o Pluralidade de normas aparentemente aplicáveis
o Vigência simultânea de toas as normas
 Diferencia do conflito de leis no tempo pois no conflito de leis no tempo
apenas uma está em vigor e no conflito aparente todas estão em vigor o
problema é na interpretação
 Finalidades – possui duas finalidades principais:
o Prática – evitar o “bis in idem”, não pode aplicar duas normas para um mesmo fato
o Teórica – manter a unidade e coerência do sistema, existe conflito entre as normas,
mas não no sistema
 Solução dos conflitos aparentes é feito mediante a aplicação de princípios (um tema
estritamente doutrinário)
o Princípio Especialidade – ele é pacifico no mundo todo, todos os doutrinadores
aceitam por ser irrefutável, significa que a norma especial exclui a aplicação da
norma geral (não revoga, convivem em harmonia)
 Tem aplicação obrigatória, analisa em plano abstrato e aplica a norma
especial sem importar se é menos grave ou mais grave, visto que o problema
não é de gravidade e sim de especialidade
 Podem estar no mesmo diploma legislativos ou em diplomas legislativos
diversos
 Norma especial = Norma geral + os elementos especializantes (o que torna
diferenciado)
27
o Princípio Subsidiariedade – a norma primária exclui a aplicação da norma subsidiaria
(não revoga, apenas exclui a atuação)
 O problema aqui é sobre a gravidade do crime; o interprete primeiro tenta
aplicar a norma primária, caso consiga para nela, caso não consiga aplicar a
primária aplica a norma subsidiária
 Norma primaria prevê o crime mais grave, norma subsidiaria é a menos
grave
 Também chamado de “soldado de reserva”
 Espécies
 Subsidiariedade expressa (explicita) – a própria norma penal se
declara como subsidiaria (ex.: art. 163, p. único, inc. II do CP “....se o
fato não constitui crime mais grave”)
 Subsidiariedade tácita (implícita) – a norma penal não se declara
subsidiaria, mas essa subsidiariedade se declara no caso concreto
o Princípio Consunção ou da absorção – a norma consultiva exclui a aplicação da
norma consumida
 A norma consultiva é aquela que prevê o fato mais amplo/ o todo
 A norma consumida é aquela que prevê o fato menos amplo/a parte
 Quando se pena o todo também está se punindo a parte, não tem como punir
duas vezes a parte; “o peixão engole o peixinho”
 Hipótese em que se manifesta
 Crime progressivo – desde o inicio o agente tem o dolo de praticar o
mais grave, mas o agente pratica um crime menos grave para chegar
ao mais grave
o Delito de ação de passagem – vem do direito penal italiano, é
o crime menos grave no contexto do crime progressivo
o Ex.: homicídio é o crime mais grave, e o menos grave é a
lesão corporal (não é possível matar alguém sem antes ferir);
o homicídio consome a lesão corporal, quando pune o
homicídio por consequência já estão punindo a lesão corporal
 Progressão criminosa – o que caracteriza a progressão criminosa é a
mutação do dolo, o agente em primeiro momento só queria praticar
um determinado crime, depois de praticar e no mesmo contexto fático
ele decide praticar um crime mais grave
o Se fosse em contextos fáticos diversos são crimes diversos
o Crime progressivo e progressão criminosa são similares por
ambos serem hipóteses em que se manifestam o princípio da
consunção, a diferente é o dolo, no progressivo desde o inicio
ele previa o mais grave, já na progressão há uma mutação no
dolo
 Fatos impuníveis. Diferença entre antefactum impunível e crime
progressivo
28
o Fatos impuníveis (antefactum impunível) – os fatos impuníveis
são aqueles que o direito não pune em razão da punição de
um outro fato principal, os fatos impuníveis podem ser
anteriores ao fato principal e não pune por serem meio de
preparação ao fato principal (ex.: viola o domicilio para praticar
o furto; responde apenas pelo furto)
o Diferença entre antefactum impunível e crime progressivo –
ponto em comum são hipótese em que se manifesta o
princípio da consunção; a diferença é que no crime
progressivo obrigatoriamente precisa passar por um crime
menos grave, nos crimes antefactum imputáveis não é
obrigatório um crime meio
 Simultâneos (Concomitantes impuníveis) – são aqueles praticados ao
mesmo que é cometido o crime principal e funcionam como meio de
execução do mais grave
o Ex.: para praticar o estupro pratica também o ato obsceno;
responde apenas pelo estupro
 Atos posteriores impuníveis (“posfactum” impunível) – aquele ato
praticado após o fato principal e funciona como mero desdobramento
do fato principal
o Ex.: furto de um celular e por não conseguir acessar destrói,
cometendo tanto o furto como o dano; nesse caso o agente
responde por só pelo furto, o dano fica absorvido pois fica
como um posfactum impunível
 Súmula 17 do STJ – a falsidade documental foi um meio para o estelionato, a
falsidade documental é um antifactum imputável
 Polemica – STF tem posições diferentes: HC 98.526, o agente deve
responder por concurso de crimes, responde por falsidade
documental e estelionato por concurso de crimes (razões: esses
crimes atingem bens jurídicos diversos, a pena da falsidade
documental é maior que a do estelionato, a potencialidade lesiva não
se esgota nesse crime)
o Princípio Alternatividade Os demais são quase unanimes o uso pela doutrina e jurisprudência, mas o
princípio da Alternatividade não é adotado por todos, sendo polêmico
 Espécies
 Alternatividade própria ocorre nos tipos mistos alternativos que prevê
os crimes de ação múltipla ou de conteúdo variável. São àqueles
crimes que o tipo penal contem dois ou mais núcleos (verbos), se o
agente praticar mais de um núcleo contra um mesmo objeto material
ele responde por um único crime (ex.: tráfico de droga, comprou,
guardou e vendeu maconha)
29
o Se for objetos matérias diversos é concurso de crimes (ex.:
comprou maconha, guardou cocaína e vendeu heroína;
praticou três tráfico de drogas)
o A critica é que na alternatividade própria não há um conflito
entre normas, é um conflito interno na própria norma
 Alternatividade impropria ocorre quando o mesmo crime é
disciplinado por duas ou mais normas penais; não é um conflito
aparente de normas é um problema de falta de técnica legislativa que
na verdade caracteriza um conflito de leis no tempo que a posterior
revoga a anterior
30

Outros materiais