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Clínica de Grandes Animais I -- Pt. 2 Semiologia e Afecções do Sistema Cardiovascular + TPB 15.10 Clínica de Ruminantes Anatomia ● O coração dos bovinos posiciona-se mais horizontalmente e 60% ou mais à esquerda da linha média do tórax ● Estende-se do 2° ao 5° ou 6° EIC ● Permanece praticamente todo sobre o membro torácico do animal quando encontra-se em estação Semiologia: * A incidência de doenças da bomba cardíaca em ruminantes é muito pequena por serem animais de produção com vida produtiva muito curta. Há mais doenças relacionadas ao sangue ou cardíacas secundárias (ex.: endocardite causada por corpo estranho) ● Inspeção geral ○ Edema de ganache: baixa viscosidade do sangue (verminose), têm muito em pq. ruminantes ○ Edema de barbela: jugular exposta (aumento de pressão) ○ Anasarca: edema de peito O que esperamos encontrar? ● Inspeção/ palpação ○ Garrote feito na jugular ○ Prova de garrote + → (|EU TE AMO PAIXÃO| mtmtmt) em ocasiões alteradas o fluxo sanguíneo da jugular é alterado. Normalmente ele deve acumular na porção A, quando a prova de garrote é positiva, o sangue acumula na porção B. ○ Fluxo normal ○ Fluxo alterado A B ● Pulso arterial ○ em condições normais é muito fraco ● Auscultação A P M ● Percussão: ○ para localizar o coração ○ dor ao toque (vocalização)→ inflamação meia bolinha = som claro bolinha cheia = som escuro coração Tristeza Parasitária Bovina - TPB ● Babesiose: ○ B. bovis ○ B.bigemina ● Anaplasmose: ○ Anaplasia marginali ● Vetor ○ carrapato → Boophilus microplus ● O contato contínuo com carrapatos (para os bovinos) desde o nascimento é muito importante pois aumenta a resposta imunológica do animal e impede que ele apresente os sintomas da doença. Essa resposta não é duradoura, o animal tem de estar sempre em contato com o vetor, uma vez que para de ter contato ele apresenta a doença O animal dificilmente tem apenas um dos parasitas. Ele sempre tem os dois, porém apenas um é acusado no exame. Então por conta disso, o tratamento é feito como se fosse apenas uma doença = TPB ● Predisposições: ○ a doença se manifesta quando: ■ o animal entra em contato pela primeira vez com o agente agressor pela primeira vez ■ quando ficam muito tempo sem contato com o parasita (Rhipicephalus boophilus microplus) ■ ou quando os animais se encontram muito debilitados por outros fatores ● Sinais e sintomas: ○ anemia grave (regenerativa) → hemolítica (babesiose) + autoimune (anaplasmose) ○ edemas → cabeça e barbela ○ apatia ○ icterícia (bilirrubina) → hemólise ○ hemoglobinúria (hemoglobina) → hemólise ○ febre (ligada ao ciclo circadiano) → início da manhã ou final da tarde ● Tratamento: ○ Transfusão → 18% de hematócritos (14% ou menos o animal morre) ○ antiemético → dipirona (suporte) ○ tetraciclinas (dose única por 3 dias- 20 a 30 mg/Kg/PV) + diaminazine aceturato (dose única- 3 a 8 mg/Kg/PV) = contra o agente (mais seguro e efetivo) ○ Dipropionato = perigoso usar em bovinos (convulsões, tóxico), não associar → não usar ● Diagnóstico: Semiologia do Sistema Respiratório 05.11 Clínica de Ruminantes Funções do SR ● Hematose (O2 → CO2) ● Equilíbrio ácido-básico ● Termorregulação (stress térmico) ● Reservatório de sangue ● Ativação da angiotensina ● Metabolização de outros hormônios (prostaglandina, serotonina, etc.) Caso Clínico - tuberculose AO CHEGAR EM UMA GRANJA LEITEIRA, LOCALIZADO NA CIDADE DE UBERLÂNDIA, VOCÊ SE DEPARA COM UMA VACA HOLANDESA DE APROXIMADAMENTE 5 ANOS DE IDADE, CUJA QUEIXA PRINCIPAL DO PROPRIETÁRIO É DE QUE ESTA FÊMEA APÓS TER ABORTADO A POUCAS SEMANAS ATRÁS (JÁ EM 1/3 FINAL DE GESTAÇÃO E COM ABERTURA DE LACTAÇÃO) VEM APRESENTANDO FEBRE ALTA, TOSSE E IMPORTANTE REDUÇÃO TANTO DE SUA PRODUÇÃO LEITEIRA COMO DE SEU ECC. Introdução ● Toda doença respiratória desencadeia os mesmos mecanismos compensatórios nos ruminantes (ex.: taquipneia, taquicardia, ortopnéia, etc.) ● Afecções respiratórias geram processos inflamatórios severos ● Mecanismos regulatórios são ativados em caso de: ○ Hipercapnia (aumento de CO2 circulante) ○ Hipóxia (pouco O2 circulante) ● Anatomia das vias aéreas: Vias aéreas anteriores (cavidade nasal, laringe e faringe) Bordo caudal da cartilagem corticóide Vias aéreas posteriores (traquéia, brônquio e pulmão) Semiologia ● Inspeção geral: ○ ECC baixo ○ Secreção nasal uni ou bilateral ○ ortopneia ○ hemoptise ou epistaxe ● Auscultação: ○ em toda a região dos lobos pulmonares do lado D e E (pulmão) + traqueia ○ FR → bovinos: 15 a 35; bezerros: 20 a 50; ovinos: 12 a 20; caprinos: 15 a 30 ○ usar saco respiratório para forçar a FR ● Broncoscopia ● Lavado traqueal ● Tuberculina cervical Afecções do Sistema Respiratório 05.11 Clínica de Ruminantes Patofisiologia ● Determinar de a sede do problema está nas vias aéreas anteriores ou posteriores: Vias Aéreas Anteriores ● Sinusite pós descorna: ○ TREPANAÇÃO DO SEIO FRONTAL (OU MAXILAR) E FIXAÇÃO DE SONDA PARA REALIZAÇÃO DE LAVAGENS COM AGENTES ANTISSÉPTICOS (IODÓFOROS SUAVES) E ATBS (0,5 A 1G AMPLO ESPECTRO). ○ DESCORNA SE HOUVER LESÃO NO CHIFRE ○ TERAPIA DE SUPORTE ● Oestrose (Oestrus ovis → mosca): ○ Sinais e sintomas → agitação, escondem a cabeça, coçar, espirros, secreção nasal purulenta e/ou sanguinolenta, lacrimejamentos, sinusites, dispneia, transtornos nervosos e locomotores, emagrecimento progressivo, morte ○ Tratamento → Ivermectina (200 mg/kg/ VO ou SC no final do verão e outra dose no inverno) ○ Não têm muito no BR (pq ruminantes são muito vermifugados → prevenção) Vias Aéreas Posteriores ● Pneumonias: ○ Conceito → doença inflamatória dos apenas dos pulmões ● Broncopneumonias: ○ Conceito → doença inflamatória dos pulmões + brônquios ou bronquíolos. Normalmente usado como sinônimo de inflamação das vias aéreas posteriores ● Pneumonia enzoótica dos bezerros: ○ Segundo problema mais comum de saúde de bezerros ● Fatores predisponentes: Complexo de Doença Respiratória Bovina- CDRB ● Sinais e sintomas: ○ corrimento nasal ○ tosse ○ febre ○ apatia ● Exames complementares: ○ hemograma ○ coproparasitológico ○ lavado traqueal ● Tratamento ○ ATBs → amoxilina, florenicol, marbofloxacina ○ Vermífugos → abamectina, albendazol ○ AI → flunixin meglumine ○ Broncodilatadores → clembuterol ○ Mucolíticos → bromexina ○ Terapia suporte → antipirético, equilíbrio ácido-básico, manutenção energética, fluidoterapia (+ HCO3- a 1,3% + glicose 50%) ● Prevenção: CattleMaster 4+L5 Tuberculose ● DOENÇA INFECTOCONTAGIOSA CRÔNICA CAUSADA POR UMA BACTÉRIA (MYCOBACTERIUM BOVIS) ESTREITAMENTE RELACIONADA AS FORMAS HUMANA E AVIÁRIA DA TUBERCULOSE (ZOONOSE) ● Diagnóstico: ● Atuação do veterinário: ○ DESCARTE DOS ANIMAIS POSITIVOS ○ DESCARTAR DOS INCONCLUSIVOS SE OS POSITIVOS FOREM EM NÚMERO MUITO ELEVADO ○ LIMPEZA E DESINFECÇÃO DAS INSTALAÇÕES COM FENOL ORGÂNICO (3-5%) ○ NO PRAZO DE 90 DIAS REALIZAR TESTE DE TUBERCULINIZAÇÃO EM TODOS OS ANIMAIS DO REBANHO ACIMA DE 2 MESES DE IDADE ○ PASSAR A REALIZAR TESTES DE TUBERCULINIZAÇÃO A CADA 3 OU 4 MESES ATÉ QUE DOIS TESTES CONSECUTIVOS NÃO APONTEM MAIS A OCORRÊNCIA DE ANIMAIS POSITIVOS ○ A PARTIR DAÍ REALIZAR TESTES DE TUBERCULINIZAÇÃO SEMESTRAIS CONFORME RECOMENDAÇÃO DE LEITE ○ APÓS CADA TESTE COM DETECÇÃO DE ANIMAIS POSITIVOS REALIZAR NOVA DESINFECÇÃO GERAL DE INSTALAÇÕES ○ INSTITUIÇÃO DE QUARENTENÁRIA Semiologia e Afecções do Sistema Tegumentar 26.11 Clínica de Ruminantes Semiologia ● Sistema muito aparente ● Em ruminantes, as afecções do sistema tegumentar são muito fáceis de serem identificadas: ○ Através apenas da inspeção (observação) do sistema tegumentar do animal que é facilmente visualizado, podem ser tiradas conclusões essenciais para o diagnóstico ○ Fácil identificação e diagnóstico Papilomatose ● É uma doença muito característica (só de ver dá para saber o que é) ● Infectocontagiosa e sempre viral ● De acordo com o local de acometimento da doença no corpo do animal,dá-se uma classificação: ○ Papilomatose escamosa ○ Papilomatose mucosa ■ pode atingir o esôfago (obstrução) → impede a passagem dos gases = timpanismo = aumento do rúmen, comprimindo o diafragma = insuficiência respiratória ○ Papilomatose plana (rara) ○ Papilomatose pendular ■ acomete os tetos (transmissão pela teteira) → obstrução do orifício do teto = acúmulo de leite = mastite ■ tratamento: ablação química com Cl (muita dor); se o papiloma for tirado cirurgicamente, haverá comprometimento do esfíncter do teto gerando uma incontinência láctea = mastite ● Acomete indivíduos jovens (até 24 meses) e animais imunossuprimidos ● A classificação é mais utilizada na literatura, na prática não há por que classificar já que o tratamento é o mesmo ● Tratamento: ○ Cirúrgico (tirar verrugas) → as verrugas voltam pois o vírus permanece no organismo ○ Vacina autógena → retira-se o papiloma e fabrica-se uma vacina para o próprio indivíduo com o papiloma retirado (é feito com o próprio papiloma do animal pois existem 6 tipos diferentes de vírus), não é muito efetivo ○ Autohemoterapia → injeta-se o próprio sangue do animal nele mesmo (IM), não é muito efetivo ○ Clorobutanol → modificador do mecanismo viral, não é muito efetivo ○ Crendices → outras alternativas ○ É autolimitante em 85% dos casos → após 2 anos a vaca se cura (só não há melhora em animais imunossuprimidos - tratar a causa da imunossupressão) Fotossensibilização ● Enfermidade decorrente da sensibilidade da pele à luz em função da ação de agentes fotodinâmicos ● Queimadura de dentro para fora ● Processo de agitação molecular que gera calor e queima a pele do animal quando em contato com a luz ● Porque acontece? ○ Profiria: causa genética (hereditária) que resulta na má formação da molécula M da hemoglobina que ocorre por conta deficiência de uma enzima (uroporfirina III). O que permite a deposição de uroporfirina e coproporfirina (= fotossensíveis) nos ossos (dentes), urina e na pele. ○ Ingestão de pré-formados: têm chances do animal desenvolver fotossensibilização, porém não é certo que terá (os agentes não são determinantes) ■ Plantas → Erva de São João (hipericina), Trigo Sarraceno (fagopirina), Cicuta Negra (Furocumarina), Brachiaria decubens (níveis elevados de saponinas = deposição na pele) ■ Medicamentos → Fenotiazina, Tetraciclina, Sulfas ■ Corantes → Acridino (Rosa Bengala) ○ Hepática: fotossensibilidade secundária → lesão hepática (Brachiaria decubens) ● Fotossensibilização secundária ou hepatógena: ○ Exemplo: ingestão de Brachiaria decubens → níveis elevados de saponinas (esporodesmina) geram uma lesão hepática por micotoxinas. ○ Micotoxina hepatotóxica (secundária): cresce na base do capim quando o sol não bate (acontece com a brachiaria pois é muito densa na base), o que aumenta a umidade e a proliferação de fungos (esporodemina) de facilitada. Porfiria ● Tratamento: ○ Retirar o animal da exposição à luz solar (se possível) ○ Retirar ou evitar o agente causador (interromper ações coincidentes e realizar possíveis trocas de pasto) → readequação de manejo ○ Manejo das feridas ■ Limpeza das feridas → cuidado com a limpeza, limpar aos poucos se a ferida for grande por conta da dor extrema = choque neurogênico por dor ■ Pomadas anti-inflamatórias ■ Pomadas anti-sépticas e cicatrizantes ■ Prevenção de miíases ○ Se a causa for hepática ■ Dosagem de SD (enzima hepática dos bovinos) ■ Facilitador do metabolismo hepático: glicose, metionina, complexo B ■ Triclabendazol (trata fasciola hepática) ■ Avaliar vermifugação (fasciolose) ○ Compostos a base de Zinco: Óxido de Zn (20 a 28 mg Zn/Kg) ○ Profilaxia: ■ Sulfato de Zn (0,35 g Zn/L) na água de bebida → em vacas leiteiras lactantes?
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