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Maria Luiza Peixoto – FMT LXII DESENVOLVIMENTO DO SISTEMA UROGENITAL Foi observado na anatomia que existe uma relação anatômica entre a parte urinária e genital, no desenvolvimento também. Para entender, é necessário lembrar do embrião antes do dobramento, então quando ocorre a formação da notocorda na 3ª semana, antes do dobramento, o mesoderma intraembrionário será dividido em 3 partes → Mesoderma paraxial → Mesoderma lateral → Mesoderma intermediário: é o que interessa no desenvolvimento desse sistema o Quando o embrião dobra, o mesoderma intermediário formará a crista urogenital e o cordão nefrogênico. Revestindo o cordão e em contato com o celoma, está a crista urogenital. Assim, essa parte será responsável pela formação de estruturas urinárias e genitais externas RINS E URETERES O desenvolvimento desses dois órgãos, consiste em 3 progressões, ou seja, 3 conjuntos de órgãos excretores. As duas primeiras são transitórias. Avançam da região cefálica para a caudal, a partir da porção correspondente do cordão nefrogênico → 1º pronefro: não funcionante e serve de base para a formação do mesonefro → 2º mesonefro: órgão excretor temporário e já começa a filtração glomerular → 3º metanefro: rim permanente RIM-PRONEFRO É formado na região cervical do embrião, logo após os dobramentos, sendo formado por células e túbulos. Vai degenerar totalmente, mas logo após ele, começa a formar o mesonefro (serve de base para o mesonefro) • 4ª semana • Células e túbulos se abrem em ductos. • Região torácica do embrião RIM-MESONEFRO • Final da 4ª semana de forma caudal ao pronefro • Rins provisórios • Glomérulos e túbulos se abrem em ductos Já faz a filtração glomerular Degenera no final do 1º trimestre → Túbulos – ductúlos eferentes do testículo → Ductos – várias estruturas ex.: ureter RIM-METANEFRO • Primórdio dos rins permanentes • Início da 5ª semana Estará dividido em blastema ou massa metanéfrica de mesoderma intermediário (onde estarão os glomérulos) e broto uretérico ou divertículo metanéfrico (originará a parte coletora, os ductos e túbulos) O broto uretérico se junta com o ducto mesonéfrico e desemboca na cloaca, formando o ureter. O blastema irá originar toda a parte que fará filtração glomerular, enquanto que o divertículo originará a porção coletora. Maria Luiza Peixoto – FMT LXII RIM FETAL • Rins fetais são lobulados • Maturação funcional ocorre após o nascimento • Filtração glomerular – 9ª semana (a urina é constituinte do líquido amniótico. Sem a formação adequada, haverá oligoidrâmnio) MUDANÇA DE POSIÇÃO DO RIM Os rins se formam na posição pélvica, mas com o crescimento da criança eles chegam na posição lombar. Ao mesmo tempo, ele gira 90 graus no sentido medial, assim, o hilo se localizará, ao fim, medialmente. ANOMALIAS CONGÊNITAS DOS RINS E URETER - Agenesia fetal - Rotação anormal do rim - Rins ectópicos - Rim em ferradura - Duplicações - Ureter ectópico - Doença cística do rim AGENESIA FETAL- NÃO FORMAÇÃO DOS RINS - Unilateral: 1/1000. Geralmente não causa sintomas - Bilateral: 1/3000. Associada com oligodrâmnio e é incompatível com a vida pós natal A causa pode ser a ausência do broto uretérico, já que uma superfície depende da outra, pois o blastema não cresce e não evolui ROTAÇÃO ANORMAL DOS RINS Pode não rodar, ou rodar lateralmente. Pode estar associada aos rins ectópicos. Não leva, necessariamente sintomas. Na maioria das vezes, observa-se o hilo na posição anterior RINS ECTÓPICOS Quando ele está fora da região lombar, podendo estar na pelve por ex. Quando na pelve, podem se juntar formando um rim único, ou ainda se subdividirem, formando o ureter bífido. Pode não trazer problemas funcionais, porém está mais sujeito a traumas, além de casos de cálculo renal. RINS EM FERRADURA - 1/500 indivíduos - Polos dos rins fusionados (forma uma estrutura na forma de U, já que na maioria das vezes ocorre a união dos polos inferiores) - Geralmente localiza-se no hipogástrio - Assintomático e não associado a outras anomalias - O rim não consegue chegar na região lombar, nesses casos, e por isso, fica localizado, na maioria das vezes, no hipogástrico Maria Luiza Peixoto – FMT LXII URETER ECTÓPICO Não se abre na bexiga (Ele se abre em qualquer parte da parede abdominal ou do períneo) Queixa: incontinência urinaria já que o ureter não controla a passagem da urina DOENÇA POLICISTICA RENAL Presença de cistos nos rins, é uma doença autossômica recessiva. É necessário fazer diálise, tendo um prognóstico ruim, graças a insuficiência renal. Não há parênquima nem glomérulo renal para fazer a filtração. DESENVOLVIMENTO DA BEXIGA O final do intestino primitivo é a cloaca, a qual está envolvida no sistema digestivo e urinário, ela é dividida em seio urogenital e reto, a partir do septo urorretal. O seio urogenital, por sua vez, é dividido em: → Parte vesical: bexiga (nessa região há o alantoide, que servirá para a formação dos vasos do cordão umbilical e depois se torna um cordão fibroso chamado de úraco, fixando a bexiga urinária até a parede abdominal, a partir do ligamento umbilical mediano) → Pélvica: uretra → Fálica: genital ANOMALIAS DO ÚRACO Levam à formação de cistos que não causam alterações clinicas importantes, mas levam a formação de massas palpáveis na criança, cuja remoção é cirúrgica. O úraco pode ainda apresentar uma luz, causando um gotejamento de urina EXTROFAGIA DA BEXIGA Ocorre de 1 a cada 10000 ou 40000. Consiste na exposição da parede posterior da bexiga para a superfície externa, isso graças ao fechamento incompleto da parede abdominal Maria Luiza Peixoto – FMT LXII DESENVOLVIMENTO DO SISTEMA UROGENITAL (GONADAS) Estágio indiferenciado do desenvolvimento sexual - Sexo cromossômico e genético determinado na fecundação - Sistemas genitais iniciais semelhantes nos dois sexos - Características masculinas e femininas – 7ª semana DESENVOLVIMENTO DAS GÔNADAS Derivadas de 3 fontes: → Mesotélio (única camada de células pavimentosas, que revestem as cavidades corporais) da parede abdominal posterior → Mesênquima subjacente → Células germinativa primordiais que se formam na vesícula umbilical e vão migrar para as gônadas em formação (ovogônias e espermatogônias) GÔNADA INDIFERENCIADA: região medular e cortical, as quais originarão: - XX: córtex (ovário) e medula (regride) - XY: córtex (maior parte regride) e medula (testículo) SEXO GONADAL Determinado pelo Fator Determinante do Testículo (FDT) – braço curto do cromossomo Y. FDT: cordões sexuais primários – cordões seminíferos → testículos. Proteína presente no braço curto do testículo que irá determinar o desenvolvimento dos cordões sexuais primários em cordões seminíferos (testículos), parte da região cortical permanece dando origem à túnica albugínea Ausência de cromossomo Y: formação do ovário TESTÍCULO FETAL: Os cordões seminíferos apresentarão células especiais chamadas de células intersticiais (de Leydig), as quais produzirão a testosterona e a androstenediona, que irão determinar a diferenciação masculina. Assim, os ductos mesonéfricos diferenciam-se no ducto deferente e no epidídimo, enquanto que a genitália externa se diferenciará na específica. Além disso, serão encontradas as células de Sertoli, as quais produzem o hormônio antimuleriano, o qual suprime o desenvolvimento dos ductos paramesonéfricos. Em casos de ausência desse hormônio esses ductos originarão as tubas uterinas, o útero e a vagina OVÁRIO FETAL Cordões sexuais incorporam células germinativas → folículos primordiais ÚTERO E GENITÁLIA EXTERNA Os cordões sexuais irão incorporar as células germinativasque estão vindo das vesículas, o que irá formar os folículos primordiais, que serão circundadas por uma única camada de células Além disso, na ausência do hormônio antimuleriano, os ductos paramesonéfricos irão originar as tubas uterinas (porção não fusionada), útero e vagina (porção fusionada) Maria Luiza Peixoto – FMT LXII A genitália externa é semelhante em ambos os sexos até a 7 semana sendo constituída pelo tubérculo genital, a prega e a intumescência labioescrotal. Na 4 semana, o tubérculo da origem ao falo primordial e a cloaca já se dividiu em seio urogenital e reto A partir da 7 semana, a genitália externa começa a se diferenciar. Se o sexo for masculino, o falo primordial da origem à glande do pênis, a prega forma o corpo e a saliência labioescrotal forma o escroto. Já em caso de sexo feminino, o falo primordial origina o clitóris, a prega origina os pequenos lábios e a saliência, os grandes lábios MALFORMAÇÕES CONGÊNITAS HIPOSPÁDIA Quando o orifício uretral externo se abre em qualquer parte da porção ventral do pênis. Ocorre em 1 a cada 300 meninos, causado por uma formação incompleta na uretra esponjosa. Apresenta tratamento cirúrgico, dependendo de cada caso EPISPÁDIA Uretra se abre na região dorsal do pênis, estando associada à extrofia de bexiga. Atinge apenas 1 a cada 30000 crianças do sexo masculino AGENESIA DE GENITÁLIA EXTERNA Ausência congênita do pênis ou clitóris, é uma condição rara, na qual a uretra se abre no períneo. Ocorre a partir do não desenvolvimento do tubérculo genital ou associada a qualquer outra má formação DESENVOLVIMENTO ANORMAL DO ÚTERO Pode ocorrer uma divisão de seu corpo, formando dois corpos, dois colou ou duas vaginas. Um lado pode ficar atrófico, pode ser formado um septo, um lado pode não se desenvolver, entre outras apresentações CRIPTORQUIDIA Testículo está fora do escroto, sendo que na maioria das vezes está localizado no anel profundo do canal inguinal, mas pode estar em outras partes do canal abdominal HÉRNIA INGUINAL CONGÊNITA Ocorre quando a o processo vaginal permanece aberto, permitindo que o líquido da cavidade peritoneal chegue ao escroto. Quando há um acúmulo de líquido, é chamado de hidrocele (pode ocorrer no adulto em casos de trauma) REFERÊNCIAS: • Anotações da aula • MOORE, K. L.; PERSAUD, T. V. N.; TORCHIA, M. G. Embriologia C línica. 10. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2016 • SADLER, Thomas W.. Langman | Embriologia Médica, 13ª edição. Guanabara Koogan, 03/2016.
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