Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Maria Luiza Peixoto – FMT LXII MALFORMAÇÕES DO SISTEMA DIGESTIVO ATRESIA ESOFÁGICA Atresia esofágica : não formação de luz, em 85% dos casos estão associados com uma fístula traqueoesofágica. A principal causa é decorrente ao desvio do septo traqueoesofágico. A outra causa é a obstrução completa da luz devido a uma proliferação, ocorrendo uma recanalização incompleta= falta de luz. Pode ocorrer estenose Proliferação de células que leva a obturação completa da luz. Falta de recanalização durante a 8ª semana. A criança não consegue deglutir adequadamente na própria fase intrauterina. Polidramnio: aumento da quantidade de liquido amniotico e pode ser diagnosticado clinicamente e por ultrassom. Porção proximal do esôfago termina em fundo cego. E a porção distal do esôfago está ligado a traqueia ESTENOSE ESOFÁGICA • Mais comum no 1/3 terminal • Rede ou luz filiforme • Recanalização incompleta • Deficiência do desenvolvimento de vasos sanguíneos Estenose esofágica pela recanalização incompleta (luz diminuída), diferente da atresia que seria uma falta de luz. Tem luz mas ela está diminuída, no caso da radiografia com contraste vemos que ele passa de forma heterogênea, não forma um canal. Então o alimento/saliva passa com dificuldade. Para que ocorra o desenvolvimento adequado de vasos sanguíneos é necessário a nutrição, mas com a presença de uma recanalização incompleta pode haver deficiência nesse desenvolvimento. ESTENOSE PILÓRICA HIPERTRÓFICA CONGÊNITA • 1 a cada 150 fetos masculinos • 1 a cada 750 fetos femininos • Espessamento do piloro • Fibras musculares circulare e longitudinais hipertrofiadas Muito raro. Congênita, pode ocorrer no adulto (se houver algum tumor). Pode ser congênita ou adquirida. A parede do estômago é constituída por músculo liso para fazer o peristaltismo. Na estenose ocorre um aumento na espessura da camada muscular na região do piloro devido ao aumento das células dessa região. Não existe causa ainda compreendida do pq ocorre. A luz fica diminuída devido ao aumento dessa espessura. Aumento no tamanho das células é chamado de hipertrofia. Hiperplasia é o aumento do número de células. Existem alguns órgãos como epitelio que podem sofrer hiperplasia, um exemplo é o calo, que aumenta seu número de células. • Manifestação clínica: → Vômitos em jato sem bile → 2ª ou 3ª semana de vida • Pode estar associado a: → S. de Turner → Trissomia do 18 Diagnóstico de estenose pilórica: a criança na 2 ou 3 semanas de vida pode apresentar vômitos em jato sem bile (conteúdo gástrico, a estenose ocorre antes da saída do ducto biliar no duodeno). Pode estar associado a algumas síndromes como Turner e Trissomia do 18. Não deve excluir esse diagnóstico depois dos 6 meses de idade, os primeiros sintomas às vezes podem demorar para aparecer. Tratamento cirúrgico é feito uma abertura muscular que leva ao aumento da luz. E o prognóstico é muito bom. Se está associado à outras doenças congênitas, pode ser incompatível com a vida os problemas de estenose. ESTENOSE DUODENAL • Oclusão parcial da luz • Recanalização incompleta • Manifestação clínica: vômitos com bile A estenose é a oclusão parcial da luz que a torna diminuída (recanalização incompleta é a principal causa). Devido a essa diminuição da luz o duodeno dilata. Vômitos podem ter presença de bile (cor amarelada/esverdeada), se tem bile a estenose está depois da saída da ampola do ducto biliar. ATRESIA DUODENAL • Manifestações clínicas: → Poliidrâmnio → Vômitos após o nascimento, com bile → Distensão do epigástrico → Exames de imagem: sinal da dupla bolha Maria Luiza Peixoto – FMT LXII A principal causa de atresia duodenal é a ausência de recanalização (faltou a indução química de estímulo para apoptose, possuindo ausência de vacúolos e regiões sem luz). Uma porção do duodeno sem luz, a porção proximal acumula ar e alimentos, por isso que o diagnóstico de certeza pode ser feito com exames de imagem (radiografia abdominal ou ultrassom pré natal). A mãe pode estar apresentando poliidrâmnio, a criança com vômitos com bile e distensão do epigástrico. Sinal da dupla bolha: do lado esquerdo, no fundo do estômago é normal encontrar ar. Porém com a atresia duodenal é encontrado na parte proximal ar acumulado, formando uma dupla bolha. MALFORMAÇÕES DO PÂNCREAS TECIDO PANCREÁTICO ACESSÓRIO • Ectópico • Parede do estômago ou duodeno • Divertículo ileal • Piloro (inflamação – obstrução pilórica) Pode haver 2 mal formações congenitas frequentes que podem ser assintomáticas: Tecido pancreático acessório: presença de tecido pancreatico morfologicamente igual ao tecido normal, mas fora do pâncreas. Quando o pancreas roda junto com o duodeno e o estômago, pode ficar presente esse tecido em outros locais (parede do estomago/duodeno/diverticulo ileal ou piloro). Obstrução pilórica, inflamação nesse tecido pancreático (pancreatite). Nesse caso pode ser realizada uma biópsia, não é necessário tratamentos se caso não tiver nenhuma inflamação. PÂNCREAS ANULAR Faixa de tecido pancreático circundando a 2ª porção do duodeno. • Broto ventral bífido -> anel pancreático • Atresia ou estonose duodenal • Obstrução duodenal – inflamação ou neoplasia O pancreas durante seu desenvolvimento, o broto ventral vai rodar ate o broto dorsal pra formar o pancreas. O pancreas dorsal é bifido (dividido em 2 regioes), na sua rotação forma o pâncreas anular. Esse pancreas é uma faixa de tecido ao redor da porção do duodeno, pode gerar obstrução duodenal/atresia ou ser completamente assintomático. Broto ventral é unico, em alguns casos, ele pode se dividir em 2, uma parte fica parada na regiao ventral e a outra roda. Depois eles se encontram na frente formando um anel de tecido pancreático na volta toda do duodeno. A rotação ocorre de qlqr forma, mas se ele tiver dividido ela pode causar o pancreas anular. se for unico dificilmente ocorre o pancreas. A causa é a rotação bífida e não a rotação em si, pois os 2 brotos geram o anel pancreático e formam o pancreas anular. Pode ser totalmente assintomático e pode causar uma obstrução do duodeno quando se é adulto devido a inflamação ou neoplasia desse tecido ectópico. Onfalocele congênita: massa cística ANOMALIAS DO INTESTINO MÉDIO • Onfalocele congênita • Hérnia umbilical • Gastrosquise • Vôlvulo e mal rotação • Estenose e atresia do intestino • Divertículo ileal • Duplicação do intestino ONFALOCELE CONGÊNITA • 1 em cada 5000 nascimentos • Não retorno do intestino para o abdome • Revestimento – epitélio do cordão umbilical • Tratamento cirúrgico Massa cística da vesícula umbilical Causa: não retorno das alças umbilicais Hérnia umbilical fisiológica: alças intestinais se desenvolvem dentro do cordão umbilical. Revestimento exerno da onfalocele é o proprio epitelio do cordão umbilical. HÉRNIA UMBILICAL • Herniação através do umbigo • Conteúdo – omento maior e parte do intestino • Recoberta por TCS e pele TCS: tecido celular subcutâneo Hérnia umbilical : projeção da pele recoberta por tecido celular subcutâneo. Dentro dessa hérnia pode ter epiplom, alça intestinal… O tamanho é variavel, o revestimento é pele e TCS. Pode ser reduzida com o dedo (aperta no exame e volta no lugar, musculatura abdominal fraca). • Proeminência durante o choro, esforço ou tosse • Pode ser reduzido Maria Luiza Peixoto – FMT LXII → Tratamento: • Conservador • Cirúrgico após 3 a 5 anos de idade A musculatura abdominal é mais fraca, onde passam os vasos, e por isso, pode ocorrer essa hérniação. O tratamento é conservador. Quando a criança crescer, a criança terá sua musculatura mais desenvolvida. GASTROQUISE Defeito na parede abdominal com extrusão das visceras. Extrusão das vísceras. Fechamento incompleto das pregas laterais.Consiste em uma abertura no abdome do feto – geralmente do lado direito do cordão umbilical –, pela qual as alças intestinais e, em alguns casos, o estômago, ou outro órgão da cavidade abdominal se exteriorizam. O intestino do bebê fica pra fora devido a essa malformação abdominal. As visceras ficam em contato com o liquido amniotico o que leva um sofrimento das alças desse tecido. Alteração da oxigenação, e de mais alguma coisa. “Buraco no estômago”. Remoção das alças pode fazer com que a criança apresente diarréia, diminuição da absorção.. Tratamento cirúrgico. Remoção das vísceras que estão para o lado de fora. O diagnóstico é feito no prénatal. Prognóstico pode ser bom, mas vai depender do tanto que foi retirado das vísceras. DIVERTÍCULO ILEAL Chamado de diverticulo de Meckel. O diverticulo é uma estrutura em fundo cego em todas as camadas do intestino. O intestino médio ta ligado por um tempo (após ao dobramento) ao pediculo vitelinico (o que sobra da vesicula umbilical). Vai diminuindo ate desaparecer, porém pode acabar sobrando formando esse diverticulo. Na maioria das vezes é assintomático. Inflamação é diverticulite, pode ocorrer tumor, ulcera.. Sede de outras patologias. Na maioria das vezes assintomático, mas se houver outras patologias, haverá sintomas presentes. DUPLICAÇÕES DO INTESTINO • Recanalização anormal • Formação de 2 luzes Durante a recanalização do intestino pode ter a recanalização anormal da luz, por um septo no intestino formando 2 luzes. ANOMALIAS DO INTESTINO POSTERIOR • Megacólon aganglionar congênito • Ânus imperfurado • Agenesia Anal • Estenose anal • Atresia membranosa do ânus • Agenesia anorretal MEGACÓLON AGANGLIONAR CONGÊNITO- DOENÇA DE HIRSCHSPRUNG Ausência de células ganglionares no intestino grosso Obstrução funcional e dilatação colônica proximal ao segmento afetado É uma obstrução funcional porque não tem peristaltismo com dilatação colônica proximal ao segmento afetado. Fezes não passam e se acumulam no intestino. Obstrução distal. A causa mais frequente é a doença de chagas (**) “‘Mega’ quer dizer ‘grande’ e ‘cólon’ é o nome científico do intestino grosso, logo, o megacólon congênito (também chamado de doença de Hirschsprung) é uma dilatação de parte do intestino grosso causada causada por uma falha na condução dos impulsos nervosos (falta de inervação). A área em que está localizada essa falha da inervação não relaxa para a passagem das fezes – o que acaba gerando uma obstrução intestinal. Assim as fezes do bebe se acumulam e causam dilatação do intestino. Plexo neuronal intestinal: células da crista neural que migram para o intestino durante o desenvolvimento Maria Luiza Peixoto – FMT LXII • Células ganglionares ausentes no segmento afetado • Reto sempre afetado • Proximal ao segmento agangliônico -> hipertrofia e dilatação progressiva Na região distal tem estenose ou obstrução total. No proximal tem dilatação. Antes de dilatar por causa da força que é feita nessa região pode acontecer uma hipertrofia. E então não dá pra fazer o trânsito intestinal. • 10% síndrome de Down • 5% anormalidades neurológicas • Primeira manifestação: ausência de eliminação de mecônio com constipação obstrutiva A criança apos o nascimento precisa eliminar suas primeiras fezes (meconio) A primeira manifestação do megacólon é a ausencia da eliminação do meconio com constipação que gera obstrução. ANOMALIAS ANORRETAIS Formou todo o reto, mas a membrana anal não degenerou, persisistiu (masculino, foto 2) Formação do reto, porém ele sai por uma fístula no períneo (feminino, foto 3) REFERÊNCIAS: • Anotações da aula • MOORE, K. L.; PERSAUD, T. V. N.; TORCHIA, M. G. Embriologia C línica. 10. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2016 • SADLER, Thomas W.. Langman | Embriologia Médica, 13ª edição. Guanabara Koogan, 03/2016.
Compartilhar