Buscar

Cumprimento de sentença PDF

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 21 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 21 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 21 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1 
 
Disposições Gerais: O cumprimento de sentença é uma 
fase do processo sincrético (do qual também integra a fase 
de conhecimento, liquidação de sentença, execução etc...). 
O cumprimento de sentença e o processo de execução 
fazem parte da fase executória, mas se diferenciam por: 
→Ação de execução: só é possível nos casos em que há 
título executivo extrajudicial!!! Nessa ação, não será 
necessário ingressar primeiro com ação de conhecimento. 
Então, para ser possível ingressar diretamente com uma 
ação de execução, prevista no art. 711 e seguintes, bastará 
apenas apresentar o título executivo extrajudicial (ex: 
cheque, nota promissória etc...) e a obrigação de que este 
seja certo, líquido e exigível como pede o art. 783 do CPC, 
além dos requisitos legais tradicionais (legitimidade, 
competência etc...). 
→Cumprimento de sentença: Quando há trânsito em 
julgado de uma sentença condenatória e o réu não paga a 
dívida, deve-se recorrer a fase de cumprimento de 
sentença. O cumprimento de sentença é o ato de executar 
uma determinação judicial exteriorizada em sentença 
(somente para títulos judiciais) prevista no art. 513 até 538 
do CPC. 
Em suma: o cumprimento de sentença é a fase em que 
aquilo que foi estabelecido pelo juízo seja realizado no 
mundo real, que possa ser cobrado. O cumprimento de 
sentença não poderá ser promovido em face do fiador, do 
coobrigado eu do corresponsável que não tiver participado 
da fase de conhecimento. Não se discute novamente o 
mérito nessa fase. A sentença transitada em julgado pode 
ser levada a protesto depois de transcorrido o prazo para 
pagamento voluntário previsto no art. 523. 
No título II, capítulo I da parte especial do CPC/15 tem as 
disposições acerca do cumprimento de sentença: 
Art. 513. O cumprimento da sentença será feito 
segundo as regras deste Título, observando-se, no que 
couber e conforme a natureza da obrigação, o disposto 
no Livro II da Parte Especial deste Código. 
Esse artigo é de suma importância, pois dispões que há uma 
necessidade de complementação das normas do 
cumprimento de sentença com as normas dispostas para a 
execução de títulos executivos extrajudiciais. Em verdade, 
um procedimento complementa o outro, suprindo as 
lacunas faltantes de cada um. 
No cumprimento de sentença a atividade é basicamente 
material, e não cognitiva como se dá na fase de 
conhecimento. 
Art. 513, § 1º O cumprimento da sentença que 
reconhece o dever de pagar quantia, provisório ou 
definitivo, far-se-á a requerimento do exequente. 
Isso quer dizer que, se a sentença condena a uma obrigação 
de pagar quantia (dinheiro) não será possível o 
cumprimento de sentença ex offício, ou seja, é necessário 
requerimento do exequente. Caso o exequente não faça 
esse requerimento, nada o juiz poderá fazer acerca disto, 
apenas arquivar os autos, depois de transcorrido o prazo de 
prescrição, extinguindo o processo. Não devemos confundir 
com o processo penal, que devido á indisponibilidade do 
bem subjacente, admite a execução de ofício, independente 
de requerimento da parte ou do ministério público, e o 
mesmo se dá no direito trabalhista, devido a previsão na 
CLT. 
Já no processo de cumprimento de sentença para obrigação 
de pagar quantia(seja execução definitiva ou provisória) 
isso não ocorre, há aqui uma manifestação do princípio do 
dispositivo, que significa que a parte pode dispor do seu 
direito material (autonomia da vontade). 
O mesmo não se aplica para obrigações de fazer, não fazer 
(arts. 536 e 537 do CPC) ou entrega de coisa (art. 538). 
Nesses casos, não é necessário o requerimento do 
exequente para execução provisória ou definitiva. Aqui, o 
próprio juiz prolata a sentença, e nessa mesma sentença 
estipula multa (sentenças sem efeitos suspensivos até o 
recurso finalizar). Nessas hipóteses o requerimento se dá de 
ofício, independente de requerimento. 
Art. 513, § 2º O devedor será intimado para cumprir a 
sentença: 
I - pelo Diário da Justiça, na pessoa de seu advogado 
constituído nos autos; 
II - por carta com aviso de recebimento, quando 
representado pela Defensoria Pública ou quando não 
tiver procurador constituído nos autos, ressalvada a 
hipótese do inciso IV; 
III - por meio eletrônico, quando, no caso do § 1º do 
art. 246, não tiver procurador constituído nos autos; 
IV - poredital, quando, citado na forma do art. 256, 
tiver sido revel na fase de conhecimento. 
Dada a utilização do processo sincrético, o devedor não 
será citado, mas sim intimado, visto que não há abertura de 
um novo processo, mas sim a continuidade do processo que 
antes era de conhecimento, com uma nova fase, e o 
devedor já era parte do processo, não se fazendo necessária 
a citação. 
2 
 
Revogação da Súmula 410/STJ: “A prévia intimação pessoal 
do devedor constitui condição necessária para a cobrança 
de multa pelo descumprimento de obrigação de fazer ou 
não fazer”→ No caso das obrigações de fazer e de não fazer, 
para que houvesse exigibilidade da multa, havia a 
necessidade de prévia intimação pessoal do devedor, após 
um tempo o STJ reviu esse posicionamento (e o NCPC 
acolheu essa revisão) e seguindo posição do STJ veio esse 
julgado que começou a afastar essa súmula: EAg 
857.758/RS, Rel. Nancy Andrighi, 2ª Seção, julgado em 
23/2/2011, DJe 25/8/2011→ para a incidência da multa, 
segundo essa súmula, se fazia necessária a intimação prévia 
do devedor, todavia, na lei de cumprimento de sentença (lei 
11.232/05) se afirmava que se a parte era intimada para 
cumprir com a obrigação em 15 dias, caso contrário, 
começaria a se cobrar a multa. Essa intimação era feita na 
pessoa do advogado (porém haviam várias discrepâncias 
doutrinárias acerca do modo que devia ser feita essa 
intimação antes de que o STF decidisse de que iria ser para 
a pessoa do advogado). Isso gerou um problema de 
incongruência sistêmica dentro do STJ, pois para que se 
incidisse a multa do cumprimento de sentença, não se fazia 
necessária a intimação pessoal, agora, para que se incidisse 
a multa no caso de obrigação de fazer e não fazer, a súmula 
410 exigia a intimação pessoal do executado. 
Para tanto, se tinha duas ratiodecidendicontrapostas, onde 
a súmula 410 afirmava que obrigação de fazer e de não fazer 
são atos personalíssimos e que exigem intimação pessoal, 
caso contrário a multa não começa a contar, já para a 
obrigação de pagar (que também é pessoal) não se havia 
necessidade de intimação pessoal do devedor, bastando a 
intimação do advogado pelo diário de justiça e a multa 
começaria a correr automaticamente. Então, havia uma 
incoerência, visto que mesmo sendo situações distintas, 
possuíam a mesma razão de ser e tinham a aplicação de 
regimes jurídicos distintos. Então, nesse julgado acima 
citado, o STJ optou por afastar a súmula 410 e com isso 
acabou com a necessidade de intimação pessoal do 
devedor para obrigações de fazer e de não fazer. 
Afastamento esse muito mais contumaz veio com o NCPC 
de 2015, que já prevê no art. 513, §2º, I que o devedor será 
intimado pela pessoa do seu advogado. 
 
Art. 513, § 3º Na hipótese do § 2º, incisos II e III, 
considera-se realizada a intimação quando o 
devedor houver mudado de endereço sem prévia 
comunicação ao juízo, observado o disposto no 
parágrafo único do art. 274. 
Isso quer dizer que, em um ambiente de cooperação 
processual, onde as partes devem agir de boa-fé, se a parte 
mudar de endereço e não comunicar ao juízo, terá de arcar 
com os ônus dessa ação, pois se dará a presunção de que a 
parte continua morando no endereço anterior, então a 
obrigação de informar o novo endereço é uma decorrência 
do princípio da boa-fé objetiva. 
Art. 513, § 4º Se o requerimento a que alude o § 1º 
(pagar quantia) for formulado após 1 (um) ano do 
trânsito em julgado da sentença, a intimação será feita 
na pessoa do devedor, por meio de carta com aviso de 
recebimentoencaminhada ao endereço constante dos 
autos, observado o disposto no parágrafo único do art. 
274 e no § 3º deste artigo. 
Se decorrido esse período de tempo e o devedor não tiver 
se manifestado, deverá ele ser intimado, pois pode este 
estar afastado dos autos e não ter conhecimento de que a 
execução está correndo. 
Art. 513, § 5º O cumprimento da sentença não poderá 
ser promovido em face do fiador, do coobrigado ou do 
corresponsável que não tiver participado da fase de 
conhecimento. 
Em virtude do respeito ao devido processo legal, 
contraditório e ampla defesa, não se pode fazer um 
requerimento de execução contra uma pessoa que não fez 
parte da fase de conhecimento. Há aqui, subjacente, um 
princípio, que é o da fidelidade ao título executivo, que diz 
que o cumprimento de sentença deve ser fiel e obediente 
ás fases do processo de conhecimento. Essa fidelidade é 
tanto subjetiva, no sentido de que as partes do 
cumprimento de sentença devem refletir as partes que 
integraram a fase cognitiva, como também no sentido 
objetivo, no tocante de que no cumprimento de sentença 
não se pode exigir nada além daquilo que foi concedido na 
sentença, sob pena de excesso de execução, o que dará 
ensejo a uma defesa do executado. 
Enunciado nº 268/STJ: "O fiador que não integrou a relação 
processual na ação de despejo não responde pela execução 
do julgado."→ Deve-se fazer a cumulação, do locatário 
contra qual irá ser emitida a ordem de despejo e o fiador 
que terá de pagar os alugueis atrasados (com o direito de 
colocar o patrimônio do devedor a frente do dele, o que é 
uma prerrogativa do fiador). 
 Art. 514. Quando o juiz decidir relação jurídica sujeita 
a condição ou termo, o cumprimento da sentença 
dependerá de demonstração de que se realizou a 
condição ou de que ocorreu o termo. 
Condição é evento futuro e incerto, ao passo que o termo é 
um evento futuro e certo. Muitas vezes o juiz pode prolatar 
a norma jurídica do caso concreto, porém essa norma estar 
submetida a uma determinada condição, ou a um 
determinado termo. Se for requerida o cumprimento de 
sentença antes de que estes se realizem (o evento futuro e 
certo ou incerto), o devedor poderá atravessar uma 
impugnação ao cumprimento de sentença (que não tem 
natureza de ação cognitiva, ao contrário dos embargos à 
execução, dos títulos executivos extrajudiciais), visto que 
haverá uma inexigibilidade da obrigação. 
Rol dos títulos executivos judiciais: 
Art. 515. São títulos executivos judiciais, cujo 
cumprimento dar-se-á de acordo com os artigos 
previstos neste Título: 
3 
 
Os títulos executivos judiciais são chamados, por parcela 
substancial da doutrina de pressuposto jurídico da 
execução, ou também formal. Pois a ideia é de que sem esse 
pressuposto, a instauração e o desenvolvimento válido da 
relação jurídica de direito processual não se faz possível. 
I - as decisões proferidas no processo civil que 
reconheçam a exigibilidade de obrigação de pagar 
quantia, de fazer, de não fazer ou de entregar coisa; 
Não apenas as sentenças são títulos executivos judiciais, 
decisões interlocutórias também serão, visto que com o 
NCPC se admite o fracionamento do julgamento do mérito, 
ou seja, uma resolução progressiva do mérito de acordo 
com a sua aptidão para julgamento (como por exemplo o 
art. 356, que trata do julgamento antecipado parcial do 
mérito). 
Decisões declaratórias podem dar ensejo ao cumprimento 
de sentença (ou da decisão interlocutória)? 
Tradicionalmente a sentença declaratória sempre foi 
entendida como aquela que busca resolver um estado de 
incerteza jurídica, declarando a existência ou a inexistência 
ou também o modo de ser de uma relação jurídica (ou 
também quanto a falsidade ou autenticidade de um 
documento), então, via de regra a ação declaratória busca 
declarar direitos e não fatos. A sentença constitutiva por 
sua vez é aquela na qual se busca cria, modificar ou extinguir 
uma relação jurídica, ou uma situação jurídica. A sentença 
condenatória é aquela que impõe uma prestação. A 
sentença condenatória sempre foi identificada pela sua 
eficácia executiva, então sempre se afirmou que a sentença 
declaratória e a sentença constitutiva são auto satisfativas, 
pois prescindem de atos concretos de execução. Surgiu no 
STJ o entendimento de que, a sentença declaratória que 
traz todos os elementos obrigacionais, ou seja, que traz uma 
definição exaustiva dos elementos da relação jurídica, dará 
ensejo a atos executivos. Os elementos obrigacionais são 
cinco: an debeatur (existência da dívida), quantum debeatur 
(o quanto é devido), qui debeatur (a quem é devido), quid 
debeatur (modalidade de obrigação, como de fazer, não 
fazer etc...) equis debeatur (quem deve). Então, se a 
sentença declaratória exaure esses cinco elementos 
obrigacionais não há que se falar na necessidade de um 
novo exercício de jurisdição cognitiva (para prolatar uma 
sentença condenatória) ela poderá dar ensejo a realização 
dos atos executivos. 
Não só o juízo de procedência irá dar ensejo a atos 
executivos, pois também se faz possível a execução de uma 
decisão de improcedência. Toda decisão de improcedência 
é declaratória negativa. Toda ação declaratória é uma ação 
dúplice, pois a se se faz o requerimento de inexistência de 
uma relação jurídica, a procedência do pedido vem em 
forma de negação da existência. A sentença declaratória 
negativa também poderá dar ensejo a um processo de 
execução, como por exemplo se alguém requerer a 
conversão de auxílio saúde em aposentadoria, se o pedido 
for julgado improcedente e constatada má-fé no 
recebimento do auxílio saúde, o INSS irá tanto suspender o 
pagamento quanto executar as parcelas que foram pagas 
indevidamente. 
Então, esses são os três principais pontos desse inciso: 
→ Não é apenas sentença que permite a execução, decisão 
interlocutória também; 
→ Não são apenas decisões condenatórias que dão ensejo 
a execução, como também uma decisão declaratória 
poderá, desde que traga definição de todos os elementos 
da obrigação (sumulado pelo STJ, na súmula 461); 
→ É possível a execução da sentença declaratória negativa; 
II - a decisão homologatória de autocomposição 
judicial; 
 A sentença homologatória do juiz (art. 487) é uma decisão 
de mérito, porém nesse caso não há efetivamente 
julgamento de mérito, ou seja, não há interpretação do 
direito, revolvimento do quadro probatório, análise das 
provas, pois nesse caso o juiz irá meramente homologar o 
ato de transação das partes, que de forma consensual 
chegaram a uma determinada conclusão, e é por isso que 
nessa decisão homologatória o juiz não faz análise material, 
do conteúdo dessa autocomposição, mas sim um juízo de 
mera delibação, observando apenas os requisitos formais 
(direito ser ou não indisponível, se as partes estão 
regularmente representadas etc...). 
III - a decisão homologatória de autocomposição 
extrajudicial de qualquer natureza; 
A autocomposição que for assinada pelo devedor, credor e 
duas testemunhas já é título executivo extrajudiciário, já 
dando ao partícipe dessa autocomposição um “bilhete de 
ingresso” a um processo de execução. Porém a parte pode 
desejar um título executivo judicial, visto que as matérias 
que o devedor pode alegar em sede de cumprimento de 
sentença são mais restritas que aquelas que ele pode alegar 
em sede de embargo á execução do título executivo 
extrajudicial. Então, justamente para restringir essas 
matérias de defesa, pode o credor pleitear a homologação 
de uma autocomposição extrajudicial (observadas as regras 
do juizado espacial cível, pois esse procedimento é exclusivo 
dele, ou seja, até 40 salários mínimos podem estar 
envolvidos na demanda). 
IV - o formal e a certidão de partilha, exclusivamente 
em relação ao inventariante, aos herdeiros e aos 
sucessores a título singular ou universal; 
O formal nada maisé que uma certidão de partilha 
simplificada. Então, o formal e a certidão de partilha 
outorgam direitos sobre os bens que foram objeto de 
inventário, isso significa que o herdeiro que fez parte do 
processo de inventário pode-se utilizar desses documentos 
para executar outro herdeiro que esteja na posse do bem. 
Quem não fez parte do processo de inventário não poderá 
sofrer com esses atos de constrição. 
4 
 
V - o crédito de auxiliar da justiça, quando as custas, 
emolumentos ou honorários tiverem sido aprovados 
por decisão judicial; 
Anteriormente ao CPC de 2015 o crédito auxiliar de justiça 
era título extrajudicial, agora não sendo mais, mas sim 
judicial. A aplicabilidade desse inciso é baixa, pois 
geralmente perito, intérprete e tradutor recebem antes, 
não necessitando levar á juízo a cobrança da dívida, 
também os emolumentos devidos aos cartórios, que 
geralmente são cobrados na mesma hora da retirada das 
certidões. 
VI - a sentença penal condenatória transitada em 
julgado; 
Remissão ao art. 91, I do CP que diz que a sentença penal 
condenatória traz em si implícita a obrigação de indenizar. 
E também ao art. 387, IV do CPP que diz que o juiz, se 
possível, irá atribuir um valor mínimo de indenização para a 
condenação, pode a vítima, ao ingressar com ação de 
cumprimento de sentença penal condenatória transitada 
em julgado, pedir liquidação do valor residual (a mais) que 
ela entende devido. 
Em virtude do princípio da fidelidade do título executivo, 
não é possível o cumprimento de sentença contra quem não 
fez parte do processo penal condenatório, ou seja, há uma 
restrição do cumprimento do título ao réu do processo 
criminal (como por exemplo, responsabilidade objetiva do 
empregador para com atos do empregado na esfera civil, 
porém esse empregador não integrou o processo penal que 
condenou seu empregado, tendo que passar por uma nova 
ação cognitiva para que dele seja cobrado algo). 
VII - a sentença arbitral; 
É um título executivo judicial, não estando sujeita a 
homologação para fins de complemento. 
VIII - a sentença estrangeira homologada pelo Superior 
Tribunal de Justiça; 
IX - a decisão interlocutória estrangeira, após a 
concessão do exequatur à carta rogatória pelo 
Superior Tribunal de Justiça; 
Antes da EC/45 era o STF que possuía competência para 
homologar sentença estrangeira e a concessão do 
exequatur, com a ideia de desafogar o STF, passou-se isso 
para o STJ. Depois da homologação quem prossegue com o 
processo é o juiz federal, segundo o art. 109, I da CF. 
Importante perceber que não é propriamente a sentença ou 
decisão interlocutória estrangeira que é o título executivo, 
mas sim o ato homologatório, a sentença/decisão 
interlocutória por si só é inapta a produzir efeitos no 
território nacional enquanto não passar pela homologação. 
É o ato homologatório que é atributivo de eficácia interna a 
essa decisão estrangeira, e consequentemente, é esse ato 
homologatório que vai ser executado perante um juiz 
federal de primeiro grau de jurisdição. 
X - (VETADO). 
Esse inciso tratava de decisões do tribunal marítimo, porém 
foi vetado visto que causava um grande efeito quanto ao 
acesso à justiça, já que, não seria possível ao juiz, em sede 
de cumprimento de sentença, retirar a validade da decisão 
do tribunal marítimo, gerando uma perda de controle ao 
juiz togado. 
§ 1º Nos casos dos incisos VI a IX, o devedor será citado 
no juízo cível para o cumprimento da sentença ou para 
a liquidação no prazo de 15 (quinze) dias. 
Vistos que nesses casos não houve um prévio processo de 
conhecimento, então a fase de cumprimento de sentença 
não irá integrar o processo sincrético. Nessas hipóteses não 
se terá um mero requerimento de cumprimento de 
sentença, mas sim um novo processo. Com o surgimento de 
um novo processo se faz necessário o ato de integrar um 
terceiro a esse processo, o que se dá pelo ato de citação. Se 
a dívida for liquida, automaticamente se vai para o 
cumprimento de sentença, porém se a sentença for ilíquida, 
o terceiro será citado para que se faça a liquidação dessa 
sentença. Também se for cumprimento de sentença penal 
condenatória e a vítima achar baixo o valor estipulado pelo 
juiz penal, se fará o cumprimento daquele valor e 
paralelamente a liquidação do valor residual. 
§ 2º A autocomposição judicial pode envolver sujeito 
estranho ao processo e versar sobre relação jurídica 
que não tenha sido deduzida em juízo. 
Essa autocomposição pode abarcar interesses que não 
estão submetidos a apreciação, como por exemplo, a 
chegada de um acordo sobre uma dívida se houver redução 
de juros de outra dívida que as mesmas partes possuem 
entre si, trazendo assim para o processo, uma questão que 
não foi inicialmente posta. 
As partes poderão assim, ampliar o objeto litigioso do 
processo em qualquer momento, para fins de 
autocomposição, tendo assim uma alteração na 
estabilização objetiva do processo. 
Essa autocomposição pode também envolver um sujeito 
estranho ao processo, o que também irá causar uma 
alteração na estabilização subjetiva do processo. 
Competência: 
Art. 516. O cumprimento da sentença efetuar-se-á 
perante: 
I - os tribunais, nas causas de sua competência 
originária; 
Toda e qualquer ação que seja de competência originária do 
tribunal, por ele terá o processo de cumprimento de 
sentença realizado (como por exemplo: reclamação, 
mandado de segurança etc...). 
Nessas hipóteses caberá ao relator, se o processo for de 
competência originária do supremo (regimento interno do 
STF, art. 21, II), se o processo tramitar no STJ, caberá a 
presidência do órgão (regimento interno do STJ, arts. 301 e 
5 
 
302), e nos demais tribunais será preciso verificar o 
regimento interno de cada um. 
II - o juízo que decidiu a causa no primeiro grau de 
jurisdição; 
Se a ação se iniciou em primeiro grau de jurisdição, depois 
que teve todos os recursos possíveis julgados e transitou em 
julgado, será executada pelo juízo que a conheceu por 
primeiro (primeiro grau de jurisdição, sendo o juiz federal 
ou estadual). 
III - o juízo cível competente, quando se tratar de 
sentença penal condenatória, de sentença arbitral, de 
sentença estrangeira ou de acórdão proferido pelo 
Tribunal Marítimo. 
Essas são as hipóteses em que não se tem um prévio 
processo de conhecimento, tendo assim um ato citatório. A 
competência será do juízo cível, sendo assim: 
→ Sentença penal condenatória: Como ocorreu um ato 
ilícito, deve-se observar a regra do art. 53, V, que traz foros 
concorrentes para a apreciação, sendo o do domicílio do 
autor ou do local do fato (forum comissi delicti). 
→ Sentença arbitral: Observar as regras do art. 53, o qual 
dispõe das regras gerais de competência (domicílio do réu). 
→ Sentença estrangeira: Observar o art. 109, X da CF, que 
coloca que a competência é do juiz federal do domicílio do 
réu. 
→ Acórdão proferido pelo tribunal marítimo: Vetado!!! 
Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o 
exequente poderá optar pelo juízo do atual domicílio 
do executado, pelo juízo do local onde se encontrem os 
bens sujeitos à execução ou pelo juízo do local onde 
deva ser executada a obrigação de fazer ou de não 
fazer, casos em que a remessa dos autos do processo 
será solicitada ao juízo de origem. 
Esses são foros concorrentes, ou seja, é facultado ao autor 
da ação escolher entre um deles. 
A competência para a execução sempre foi entendida como 
uma competência funcional, ou seja, decorre das funções 
do juiz, sendo assim é uma competência absoluta, não 
dependendo da vontade das partes, porém esse parágrafo 
único traz uma ideia de relativização da competência 
absoluta, visto que o exequente tem a prerrogativa de 
escolher outros locais que não o juízo que prolatou a 
sentença do processo de conhecimento. 
Art. 517. A decisão judicial transitada em julgadopoderá ser levada a protesto, nos termos da lei, depois 
de transcorrido o prazo para pagamento voluntário 
previsto no art. 523. 
A lei do protesto sempre admitiu ao credor que este levasse 
a protesto um título executivo extrajudicial, como um 
cheque, por exemplo. A ideia do protesto é de se utilizar de 
um meio coercitivo para induzir o devedor ao pagamento, o 
protesto por si só não é um meio apto a subtrair bens do 
patrimônio do executado e transferir esses bens para o 
exequente, mas sim é um meio de induzir o executado ao 
pagamento. 
Decisão judicial submetida ao cumprimento provisório não 
pode ser protestada, pois é imprescindível que haja o 
trânsito em julgado da decisão, ou seja, apenas após a 
formação da coisa julgada é possível esse protesto. 
Não é possível se levar a dívida a protesto se o exequente 
entrar o com requerimento de cumprimento de sentença, 
com a ideia de se outorgar um prazo ao devedor para que 
ele adimpla com a sua dívida, e é por isso que apenas é 
possível se levar a protesto a dívida depois de transcorrido 
o prazo previsto para o pagamento voluntário no art. 523 
(15 dias). Esse artigo se aplica apenas para as obrigações de 
pagar, não se aplicando a obrigações de fazer, não fazer ou 
entrega de coisa, visto que o art. 517 faz expressa remissão 
ao art. 523 que disciplina pagamento de quantia. O protesto 
independe de autorização do juiz. 
§ 1º Para efetivar o protesto, incumbe ao exequente 
apresentar certidão de teor da decisão. 
§ 2º A certidão de teor da decisão deverá ser fornecida 
no prazo de 3 (três) dias e indicará o nome e a 
qualificação do exequente e do executado, o número 
do processo, o valor da dívida e a data de decurso do 
prazo para pagamento voluntário. 
Essa certidão irá ser expedida pelo serventuário, contendo 
o nome do exequente e do executado, o valor, o nº do 
processo, e também há quanto tempo o devedor se 
encontra inadimplente. 
§ 3º O executado que tiver proposto ação rescisória 
para impugnar a decisão exequenda pode requerer, a 
suas expensas e sob sua responsabilidade, a anotação 
da propositura da ação à margem do título protestado. 
A ação rescisória busca subtrair os efeitos de uma coisa 
julgada, ou seja, a ação rescisória é uma ação constitutiva 
negativa da coisa julgada, ela busca retirar esse manto de 
imutabilidade e de indiscutibilidade que recai sobre a coisa 
julgada. Ao devedor que ingressa com ação rescisória é 
facultada a possibilidade de se fazer consignar (deixar á 
margem desse protesto) que existe uma nova discussão 
acerca daquela decisão, ou seja, que foi postulado perante 
o poder judiciário um juízo reincidente dessa coisa julgada, 
no qual se busca a rescisão. 
§ 4º A requerimento do executado, o protesto será 
cancelado por determinação do juiz, mediante ofício a 
ser expedido ao cartório, no prazo de 3 (três) dias, 
contado da data de protocolo do requerimento, desde 
que comprovada a satisfação integral da obrigação. 
O ideal é que o executado faça prova do pagamento perante 
o poder judiciário, o juiz sendo informado do pagamento irá 
expedir um ofício ao cartório, dentro do prazo de três dias 
para que dessa forma seja cancelado o protesto. Se não 
houver informação ao poder judiciário, não será expedido 
esse ofício, e dessa forma, o tabelião do protesto de títulos 
e documentos não irá poder de ofício cancelar o protesto, 
6 
 
pois é o juiz que detém competência para verificar se 
ocorreu o adimplemento completo ou não da dívida, para 
que assim possa dar por extinta a dívida e expedir o ofício. 
As custas do cancelamento devem ser arcadas pelo 
executado, visto que foi ele que deu causa a situação. Então, 
todo esse processo de protesto e o seu cancelamento deve 
ser pago pelo executado. 
 Art. 518. Todas as questões relativas à validade do 
procedimento de cumprimento da sentença e dos atos 
executivos subsequentes poderão ser arguidas pelo 
executado nos próprios autos e nestes serão decididas 
pelo juiz. 
Aqui se tem a ideia de desformalização da defesa do 
executado, ou seja, ele poderá atravessar uma petição nos 
autos que o juiz irá conhece-la e incidentalmente irá 
resolver sobre ela, para tanto essa decisão se dará mediante 
decisão interlocutória, admitindo agravo de instrumento. 
Art. 519. Aplicam-se as disposições relativas ao 
cumprimento da sentença, provisório ou definitivo, e à 
liquidação, no que couber, às decisões que concederem 
tutela provisória. 
Esse cumprimento provisório (da tutela provisória) segue as 
mesmas normas que o cumprimento de sentença comum, 
visto que a tutela provisória exige um cumprimento 
provisório, esta que nada mais é que a antecipação dos 
efeitos de uma sentença, que permite a pronta intervenção 
na esfera patrimonial do executado. 
DO CUMPRIMENTO PROVISÓRIO DA SENTENÇA QUE 
RECONHECE A EXIGIBILIDADE DE OBRIGAÇÃO DE PAGAR 
QUANTIA CERTA: 
O cumprimento provisório dessa sentença é provisório pelo 
motivo de que o título executivo é provisório (ainda não há 
coisa julgada formada) e pode ser a qualquer momento 
reformado no tribunal, se for alvo de uma apelação (ou 
recurso especial/extraordinário) sem efeito suspensivo, isso 
irá gerar uma anulação de todo aquele cumprimento 
provisório de sentença tendo de se retornar ao status quo 
(anterior). 
Art. 520. O cumprimento provisório da sentença 
impugnada por recurso desprovido de efeito 
suspensivo será realizado da mesma forma que o 
cumprimento definitivo, sujeitando-se ao seguinte 
regime: 
O cumprimento provisório segue o regime do cumprimento 
definitivo, mas com determinadas exceções, todas 
correlacionadas ao fato do cumprimento ser provisório. O 
artigo fala em cumprimento provisório da sentença, mas 
decisões interlocutórias também podem ser cumpridas 
provisoriamente, como por exemplo uma tutela provisória. 
A sentença tem na sua natureza a característica de não 
produzir efeitos enquanto não transitar em julgado, sendo 
necessário expressar que ela não possui efeito suspensivo 
para que possa se executar seu cumprimento provisório, ao 
contrário da decisão interlocutória, que já nasce com o 
poder de produzir efeitos, só perdendo essa capacidade 
quando houver concessão de efeito suspensivo em sede de 
agravo de instrumento (o que se dá por meio de tutela 
provisória). 
CUMPRIMENTO PROVISÓRIO X DEFINITIVO: 
• Responsabilidade do exequente: Quem executa 
provisoriamente um título executivo o faz por sua conta e 
risco, visto que pode haver reforma da decisão pelo tribunal 
ou instancias superiores. O cumprimento de sentença 
provisória não é um ato incompleto, podendo geral a 
satisfação total do exequente. Existem medidas de cautela 
para proteger o executado, já que ele pode ter sua esfera 
jurídica patrimonial atingida por uma decisão que poderá vir 
a ser reformada. O cumprimento provisório, portanto, gera 
um regime de responsabilidade do exequente, 
responsabilidade essa objetiva (independendo de dolo ou 
culpa). A mera cassação do título executivo provisório gera 
o dever de indenizar por danos morais e materiais o 
exequente pois decorre por si só da reforma do título 
executivo. 
• Caução: Como o título é provisório deve-se também 
proteger o executado, visto que esse pode ser alvo de 
penhora, avaliação etc...porém há de se ter uma tutela a 
esses interesses do executado, pois pode ser que a decisão 
venha a ser reformada. Então, para fins de expropriação de 
bens ou de levantamento do dinheiro, é imprescindível a 
prestação de caução pelo exequente, porém há algumas 
exceções a essa regra (serão vistas posteriormente). 
• Retorno ao status quo anterior: No caso de 
cassação/anulação ao título executivo, é imprescindível o 
retorno ao status quo anterior, visto que, se aquele título foi 
cassado, não é mais possível a invasão ao patrimônio do 
devedor e também este deve ser restaurado, ou seja, o 
patrimônio que foi desfalcadoretorne ao estado em que 
existia anteriormente ao cumprimento da sentença. 
A seguir os incisos do art. 520 que demonstram essas 
características: 
I - corre por iniciativa e responsabilidade do exequente, 
que se obriga, se a sentença for reformada, a reparar 
os danos que o executado haja sofrido; 
Se fala em sentença em sentido amplo, abarcando também 
os acórdãos. 
II - fica sem efeito, sobrevindo decisão que modifique 
ou anule a sentença objeto da execução, restituindo-se 
as partes ao estado anterior e liquidando-se eventuais 
prejuízos nos mesmos autos; 
Se tivermos um acórdão que reforma ou anula a sentença, 
em ambas as hipóteses se tem a retirada do título executivo 
provisório do ordenamento jurídico. Então, o tribunal 
dando provimento à apelação ou ao recurso especial, seja 
com base em um errror in judicando ou um error in 
procedendo, o título executivo que deu ensejo ao 
7 
 
cumprimento provisório cai. A restituição das partes ao 
estado anterior se dará mediante liquidação do prejuízo nos 
próprios autos, ou seja, não será necessário o ingresso com 
uma nova ação pelo executado, que irá promover uma 
liquidação incidental do prejuízo, ou seja, irá se dar no bojo 
da mesma relação jurídica de direito processual, relação 
essa onde o executado passará a ser o exequente, gerando 
uma inversão dos polos processuais. 
III - se a sentença objeto de cumprimento provisório for 
modificada ou anulada apenas em parte, somente 
nesta ficará sem efeito a execução; 
Para tanto, todo o cumprimento provisório não será 
invalidado, mas sim apenas a parte que corresponda a 
modificação que foi feita na decisão que julgou o recurso. 
IV - o levantamento de depósito em dinheiro e a prática 
de atos que importem transferência de posse ou 
alienação de propriedade ou de outro direito real, ou 
dos quais possa resultar grave dano ao executado, 
dependem de caução suficiente e idônea, arbitrada de 
plano pelo juiz e prestada nos próprios autos. 
O cumprimento provisório pode sim ser completo, gerando 
satisfação ao exequente, porém como o título é provisório 
é também importante tutelar os direitos do executado, 
através de uma caução prestada nos próprios autos. 
Porém, o art. 521, em seus incisos, traz hipóteses onde a 
caução irá ser dispensada: 
→ O crédito for de natureza alimentar, 
independentemente de sua origem: Ou seja, alimentos 
decorrentes de obrigação familiar, obrigação civil 
(indenizativos). 
→ O credor demonstrar situação de necessidade: em uma 
situação premente de necessidade, como por exemplo, o 
credor necessitar fazer uma cirurgia urgente, haverá a 
dispensa de caução. Caso esse que se dará o cumprimento 
da obrigação por meio de uma tutela provisória. 
→ Pender o agravo do art. 1.042: Que trata dos agravos em 
recurso especial e recurso extraordinário, na pendencia 
destes não é necessária a prestação de caução. 
→ A sentença a ser provisoriamente cumprida estiver em 
consonância com súmula da jurisprudência do Supremo 
Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça ou em 
conformidade com acórdão proferido no julgamento de 
casos repetitivos: Tem-se a ideia de prestigiar o sistema de 
precedentes, então, se a sentença ou acórdão está em 
consonância com precedente vinculante, ela muito 
provavelmente será mantida em sede recursal, então 
mesmo o título executivo sendo provisório, ele está 
amparado pelo precedente vinculante. 
O parágrafo único do art. 521 assegura que quando houver 
manifesto risco de grave dano de difícil ou incerta reparação 
as quatro situações acima serão afastadas e haverá a 
necessidade de prestação de caução. O executado terá que 
provar esse manifesto risco para que se haja a prestação de 
caução nos autos. 
§ 1º No cumprimento provisório da sentença, o 
executado poderá apresentar impugnação, se quiser, 
nos termos do art. 525. 
O art. 525 traz a causa de pedir que pode ser deflagrada na 
impugnação ao cumprimento de sentença (rol taxativo, 
visto que já houve uma fase cognitiva), onde o executado 
pode alegar questões processuais e questões materiais 
apenas se forem supervenientes a formação do título 
executivo. 
§ 2º A multa e os honorários a que se refere o § 1º do 
art. 523 são devidos no cumprimento provisório de 
sentença condenatória ao pagamento de quantia 
certa. 
O NCPC traz a possibilidade de fixação da multa e dos 
honorários em sede de cumprimento provisório, e isso 
sempre gerou muita polêmica, visto que o recurso que o 
executado interpôs e a multa pelo não cumprimento da 
obrigação são atos contraditórios, pois o executado estaria 
exercendo seu direito de recorrer. A questão dos honorários 
advocatícios também é difícil, pois se os polos se inverterem 
e o executado se tornar exequente, terá de integrar ao polo 
passivo também o advogado, para dele receber de volta os 
honorários. Esse § alterou o CPC de 73 e inclusive revogou 
súmulas dos tribunais que diziam o contrário. 
§ 3º Se o executado comparecer tempestivamente e 
depositar o valor, com a finalidade de isentar-se da 
multa, o ato não será havido como incompatível com o 
recurso por ele interposto. 
Se o executado não quiser pagar a multa, mas também tiver 
a vontade de recorrer, se não houvesse essa disposição, 
cairíamos na preclusão lógica do recurso (visto que um ato 
é incompatível com o outro). Então, pode o executado 
depositar o valor judicialmente para que não incorra na 
multa. 
§ 4º A restituição ao estado anterior a que se refere o 
inciso II não implica o desfazimento da transferência de 
posse ou da alienação de propriedade ou de outro 
direito real eventualmente já realizada, ressalvado, 
sempre, o direito à reparação dos prejuízos causados 
ao executado. 
Como por exemplo, se tivermos um imóvel alienado, onde 
um terceiro vem ao processo e o arremata, nessa hipótese, 
o terceiro comprou o imóvel de boa-fé, então, em virtude 
de uma necessidade de segurança jurídica, não irá ser 
possível o retorno daquele bem imóvel para o patrimônio 
do devedor, visto que isso geraria um colapso nas relações 
sociais, visto que dificultaria o interesse de compradores em 
bens que estivessem em processo de execução, causando 
uma queda nos preços. Então, para reparar esse prejuízo o 
executado poderá ingressar no patrimônio do exequente 
para receber os valores que lhes são devidos, o que não é 
possível é violar a boa-fé e a legítima expectativa desse 
terceiro que adquiriu o bem. Agora, se o exequente se 
8 
 
utilizar da adjudicação (ficar com os bens do executado, em 
vez de vende-los e ficar com o dinheiro) se poderá 
facilmente desfazer a alienação, pois não irá se tutelar a 
boa-fé do exequente, visto que esse tem conhecimento de 
que seu título executivo é provisório, então não existe 
nenhum prejuízo se esse bem que ingressou no patrimônio 
do exequente volte para o patrimônio do executado, visto 
que esse indevidamente teve seu patrimônio invadido, 
então são os seus direitos que devem ser tutelados, e não 
os do exequente. 
§ 5º Ao cumprimento provisório de sentença que 
reconheça obrigação de fazer, de não fazer ou de dar 
coisa aplica-se, no que couber, o disposto neste 
Capítulo. 
Há uma necessidade de complementação subsidiária da 
execução de obrigação de fazer, não fazer e de entrega de 
coisa com a disciplina da obrigação de pagar. As 
especificidades do caso concreto irão informar o regime do 
cumprimento provisório desses tipos de obrigação. 
Exigibilidade da obrigação de pagar quantia: 
DO CUMPRIMENTO DEFINITIVO DA SENTENÇA QUE 
RECONHECE A EXIGIBILIDADE DE OBRIGAÇÃO DE PAGAR 
QUANTIA CERTA: 
Art. 523. No caso de condenação em quantia certa, ou 
já fixada em liquidação, e no caso de decisão sobre 
parcela incontroversa, o cumprimento definitivo da 
sentença far-se-á a requerimento do exequente, sendo 
o executado intimado para pagar o débito, no prazo de 
15 (quinze) dias, acrescidode custas, se houver. 
Então, se estiver fixada a quantia certa, quantia que já 
passou por processo de fixação, ou decisão sobre parcela 
incontroversa (decisão parcial do mérito, afastando a 
unicidade da sentença), poderá se proceder a execução 
definitiva. 
O cumprimento definitivo de sentença exige requerimento, 
não sendo possível a execução de ofício. Lembrando que o 
mesmo não se aplica a obrigações de fazer ou não fazer, 
entrega de coisa, sentença trabalhista e sentença penal, 
onde o juiz poderá realizar a execução de ofício. 
O que esse requerimento deve conter? Isso vem descrito no 
art. 524: 
→ Qualificação das partes; 
→ Demonstrativo discriminado e atualizado do crédito 
(juros de mora, correção monetário etc...); 
→ Bens passíveis de penhora (faculdade do exequente). 
§ 1º Não ocorrendo pagamento voluntário no prazo 
do caput , o débito será acrescido de multa de dez por cento 
e, também, de honorários de advogado de dez por cento. 
Há uma discussão muito relevante quanto a natureza dessa 
multa de 10%, se ela seria coercitiva ou punitiva. A doutrina 
amplamente majoritária é de que essa multa teria um 
caráter coercitivo (astreinte), visto que, segundo essa 
corrente, se utilizaria de um meio de coerção para obrigar o 
executado ao cumprimento da sentença. A posição 
minoritária (adotada pelo professor Luiz Guilherme 
Marinoni) diz que essa multa não seria coercitiva, mas sim 
teria um intuito punitivo, pois esta deveria ter uma 
possibilidade de graduação, ajustando seu valor ao poder 
econômico do devedor, para que dessa forma fosse 
realmente eficaz, visto que a multa fixada em valor único 
(10%) não é eficiente no caso concreto. 
Vedação ao parcelamento (art. 916, §7º, previsão expressa 
de que o direito ao parcelamento da dívida apenas se aplica 
para execução de título executivo extrajudicial) x Permissão 
pelo STJ de 2012 → Lei do NCPC trouxe um entendimento 
contrário ao do STJ. 
Súmulas do STJ quanto aos honorários advocatícios nessa 
questão: 
- Súmula 517/STJ: São devidos honorários advocatícios no 
cumprimento de sentença, haja ou não impugnação, depois 
de escoado o prazo para pagamento voluntário, que se 
inicia após a intimação do advogado da parte executada. 
- Súmula 519/STJ: Na hipótese de rejeição da impugnação 
ao cumprimento de sentença, não são cabíveis honorários 
advocatícios. 
§ 2º Efetuado o pagamento parcial no prazo previsto 
no caput, a multa e os honorários previstos no § 1º 
incidirão sobre o restante. 
Ou seja, se a obrigação for adimplida apenas em parte, a 
multa de 10% e os honorários incidirão apenas sobre o valor 
faltante. 
§ 3º Não efetuado tempestivamente o pagamento 
voluntário, será expedido, desde logo, mandado de 
penhora e avaliação, seguindo-se os atos de 
expropriação. 
Isso se dá para garantir uma maior celeridade ao 
cumprimento de sentença, ou seja, se a dívida não for 
adimplida no prazo de 15 dias, os bens serão penhorados 
pelo oficial de justiça, e também, se possível, por ele 
avaliados, para que assim seja nomeado o depositário e se 
siga com os atos de expropriação. 
Uma novidade do novo código é a possibilidade de 
cumprimento invertido da obrigação, esse ponto está 
previsto no art. 526, que trata da possibilidade do 
executado requerer o cumprimento da obrigação 
(obrigação essa na qual ele se encontra no polo passivo), 
essa possibilidade de cumprimento invertido traz ao 
executado a vantagem do afastamento da multa de 10% e 
também dos honorários. A doutrina sempre questionou se 
isso seria propriamente uma execução de sentença ou seria 
uma hipótese de ação consignatória, visto que, via de regra, 
quem tem legitimidade ad causam para atuar no polo ativo 
da execução é o credor, porém em contrapartida o art. 526 
vem com a possibilidade de que o executado pode ingressar 
com o cumprimento de sentença, visto que, todo devedor 
9 
 
tem direito ao pagamento para se eximir da obrigação, o 
que ocorre comumente na ação de consignação em 
pagamento, então o que se discute doutrinariamente é se 
essa realmente seria uma ação de execução movida pelo 
devedor, ou se seria uma hipótese travestida de ação de 
consignação em pagamento. Importante ressaltar que essa 
discussão quanto a natureza da ação não interfere de 
nenhuma forma a pratica desse instituto. 
IMPUGNAÇÃO AO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA: 
Art. 525. Transcorrido o prazo previsto no art. 523 sem 
o pagamento voluntário, inicia-se o prazo de 15 
(quinze) dias para que o executado, 
independentemente de penhora ou nova intimação, 
apresente, nos próprios autos, sua impugnação. 
O prazo do art. 523 é de 15 dias, dado para que o executado 
pague a dívida de maneira voluntária, passado esse prazo, 
inicia-se um novo prazo automaticamente, também de 15 
dias, para que o executado, independentemente de 
penhora ou nova intimação, impugne esse requerimento, 
nos próprios autos do processo. 
Importante: 
→ A defesa do executado independe de garantia do juízo, 
diferentemente do CPC de 73, que exigia a garantia do juízo 
para que o réu oferecesse a sua impugnação. 
→ O prazo de 15 dias para que o executado apresente a sua 
impugnação servirá para que a parte ofereça a sua defesa 
incidental, não havendo que se falar em formação de uma 
nova relação processual. 
→ A cognição em sede de impugnação é extremamente 
limitada, visto que o espectro das matérias que podem ser 
deduzidas em sede de impugnação é restrito, visto que o 
momento para alegação de fatos Impeditivos, modificativos 
e restritivos se dá na contestação. Via de regra, os 
fundamentos da impugnação devem ser vinculados ao 
direito processual, podendo alegar causas de direito 
material desde que estas sejam supervenientes a formação 
do título executivo. 
MATERIAS QUE PODEM SER ALEGADAS EM SEDE DE 
IMPUGNAÇÃO (art. 525): 
§ 1º Na impugnação, o executado poderá alegar: 
I - falta ou nulidade da citação se, na fase de 
conhecimento, o processo correu à revelia; 
Falta ou nulidade de citação gera um vício muito grave para 
o processo, que inclusive, para parte da doutrina, geraria a 
inexistência da relação jurídica de direito processual, pois a 
citação válida seria um pressuposto processual de 
existência do processo, já, para outra parcela da doutrina, a 
ausência de citação gera a invalidade do processo, e não um 
vício no plano da existência. Para além dessas duas 
discussões o fato é que a inexistência ou nulidade da citação 
é um vício transrescisório, pois mesmo após o prazo de dois 
anos para a propositura da ação rescisória, a parte poderá 
ingressar com uma ação de querela nulitatis, que é uma 
ação sem previsão no ordenamento jurídico, porém 
tranquilamente admitida pela doutrina e pela 
jurisprudência, que pode declarar a inexistência da relação 
processual (para os defensores da tese de que a citação 
inválida é pressuposto de existência para o processo) ou 
ação declaratória de nulidade da ação (para os que 
defendem que a ausência de citação válida só gera uma 
invalidade ao processo). 
Como é um vício transrecisório essa questão pode ser 
alegada a qualquer tempo, mas é importante salientar que 
o comparecimento espontâneo do réu na fase cognitiva 
supre a falta ou nulidade da citação e também o se réu, se 
omitir de alegar ausência ou nulidade da citação na 
impugnação ao cumprimento de sentença não poderá 
alegar isso posteriormente em uma ação de querela 
nulitatis, pois segundo a doutrina dominante isso gera 
preclusão. 
II - ilegitimidade de parte; 
Deve-se observar que essa não é a legitimidade passiva ad 
causam que foi debatida na fase cognitiva do processo, mas 
sim a ilegitimidade para atuar no polo passivo do 
cumprimento de sentença, se o réu não figurar no título 
executivo. 
III - inexequibilidade do título ou inexigibilidade da 
obrigação; 
Isso pode se dar em diferentes situações: 
→ Vícios nas condições formais do título: comopor 
exemplo, a ausência de homologação da sentença 
estrangeira. 
→ Termo, condição, encargo, contraprestação: Nessas 
situações não é possível requerer o cumprimento da 
sentença antes da resolução da situação que a bloqueia. 
→ Inconstitucionalidade do fundamento da obrigação: Se 
dá quando a pretensão executiva está amparada em uma 
norma inconstitucional. Isso está mencionado 
expressamente no §12 desse mesmo artigo: “Para efeito do 
disposto no inciso III do § 1º deste artigo, considera-se também 
inexigível a obrigação reconhecida em título executivo judicial 
fundado em lei ou ato normativo considerado inconstitucional pelo 
Supremo Tribunal Federal, ou fundado em aplicação ou 
interpretação da lei ou do ato normativo tido pelo Supremo 
Tribunal Federal como incompatível com a Constituição Federal, 
em controle de constitucionalidade concentrado ou difuso.”. Esse 
dispositivo autoriza o reconhecimento da inexigibilidade da 
sentença ainda que transitada em julgado, fundada em lei 
(ou ato normativo) declarada inconstitucional, ou que deu a 
essa lei (ou ato normativo) que foi tida como incompatível 
com a Constituição Federal. No entanto, para que a 
sentença possa ser reconhecida como inexigível, é preciso 
que a declaração de inconstitucionalidade preceda o 
trânsito em julgado. Se ela for posterior, só caberá ação 
rescisória. Mas, nesse caso, o prazo da rescisória não será 
de dois anos a contar do transito em julgado da sentença, 
10 
 
mas de dois anos a contar do trânsito em julgado da decisão 
proferida pelo Supremo Tribunal Federal, em controle 
concentrado ou difuso de constitucionalidade. Quanto ao 
§13, esse prevê que “No caso do § 12, os efeitos da decisão do 
Supremo Tribunal Federal poderão ser modulados no tempo, em 
atenção à segurança jurídica.” Isso garante a possibilidade de 
modulação temporal dos efeitos, em virtude da 
necessidade de segurança jurídica (que é elemento incito ao 
estado de direito e um direito fundamental), declarando a 
matéria inconstitucional com efeitos ex nunc ou com data 
certa para começar a valer, ao contrário da regra geral, que 
retroagiria. Também disciplinam sobre essa matéria o §14 
“A decisão do Supremo Tribunal Federal referida no § 12 deve ser 
anterior ao trânsito em julgado da decisão exequenda.” e §15 “Se 
a decisão referida no § 12 for proferida após o trânsito em julgado 
da decisão exequenda, caberá ação rescisória, cujo prazo será 
contado do trânsito em julgado da decisão proferida pelo Supremo 
Tribunal Federal.”. O §14 quer dizer que a decisão do STF, da 
qual trata do §12 é cronologicamente anterior ao transito 
em julgado da decisão exequenda, então, primeiro houve a 
declaração de inconstitucionalidade e a inobservância dessa 
norma pelo julgador, e após isso a formação do título, nesse 
caso, a pretensão rescisória pode ser deduzida 
incidentalmente em sede de impugnação. Já o §15 diz que, 
se a declaração de inconstitucionalidade foi formada após 
transito em julgado da decisão exequenda, ou seja, se não 
existe um vício na origem do título, caberá ação rescisória, 
não mais impugnação ao cumprimento de sentença, e o 
prazo para essa ação é móvel, pois será contado a partir da 
declaração de inconstitucionalidade pelo STF. 
IV - penhora incorreta ou avaliação errônea; 
Existe uma ordem preferencial para a penhora, para que 
seja facilitado o processo de penhora (por exemplo, é mais 
fácil penhorar dinheiro do que penhorar um carro, um carro 
a um imóvel etc...), a ideia é de que existem bens 
patrimoniais que tem uma maior liquidez que outros. Então, 
deve-se observar a ordem estabelecida pelo legislador, 
priorizando os bens que possuem maior liquidez. Também 
há a impossibilidade da penhora de bens de família, sendo 
que se for penhorado haverá uma mácula, que poderá ser 
arguida em sede de impugnação. O mesmo se passa se 
houver a penhora de um bem impenhorável, como por 
exemplo, o utensílio de trabalho da pessoa física, também 
nesse caso, essa eiva na penhora poderá ser suscitada por 
ambas as partes (pelo exequente apenas atravessando 
mera petição nos autos, visto que pode o prejudicar 
também). 
Da mesma forma, é possível a impugnação de aspectos 
formais do ato de penhora, visto que este está sujeito a 
formalidades legais, não sendo possível que o auto de 
penhora inobserve os requisitos previstos no CPC. 
Igualmente, se houver uma avaliação errônea, tanto com 
um valor maior ou menor, que poderá causar prejuízos 
tanto para o exequente quanto para o executado, podendo 
ser suscitada por ambos. 
*A penhora e a avaliação do bem poderão ser prévias ou 
posteriores à impugnação. Se prévias, os eventuais 
equívocos deverão ser alegados na impugnação. Se 
posteriores, serão alegados por simples petição, no prazo 
de 15 dias a contar da comprovada ciência do fato ou da 
intimação do ato, nos termos do art. 525, §11. Como a 
impugnação não exige prévia penhora e o prazo para 
apresenta-la corre automaticamente do término do prazo 
para pagamento voluntário, é possível que a penhora e a 
avaliação sejam posteriores, caso em que eventuais vícios 
ou equívocos deverão ser arguidos no prazo de 15 dias após 
a ciência do ato ou fato. 
V - excesso de execução ou cumulação indevida de 
execuções; 
As hipóteses de excesso de execução estão previstas no art. 
917, § 2º: 
“Art. 917, §2º Há excesso de execução quando: 
I - o exequente pleiteia quantia superior à do título; 
II - ela recai sobre coisa diversa daquela declarada no 
título; 
III - ela se processa de modo diferente do que foi 
determinado no título; 
IV - o exequente, sem cumprir a prestação que lhe 
corresponde, exige o adimplemento da prestação do 
executado; 
V - o exequente não prova que a condição se realizou.” 
Cabe também alegação de cumulação indevida de 
execuções, visto que não se pode valer-se do mesmo 
procedimento para executar uma obrigação de pagar, de 
fazer e de entrega de coisa, ou seja, não se pode utilizar o 
mesmo procedimento para executar prestações de 
natureza diversa. Pode-se cumular mais de um título judicial 
distinto (independente de como foi dado) desde que as 
obrigações contidas se baseiem em obrigações da mesma 
espécie. Para fazer essa cumulação dentro da legalidade, 
deve-se observar as regras do art. 327. 
Um ponto importante nesse caso de excesso a execução é 
que é imprescindível, sob pena de inadmissibilidade, que o 
executado traga um demonstrativo discriminado da dívida, 
para que sejam apurados todos os pontos da prestação, 
indicando onde há excesso. Caso o executado não traga 
esse demonstrativo discriminado, não será válida essa 
alegação. 
→ Excesso de execução x excesso de penhora: O que pode 
ser objeto de impugnação é excesso de execução, a 
cobrança de valores ou prestações maiores ou diferentes 
das que constam no título. Com ela não se confunde o 
excesso de penhora, que ocorre quando o credor cobra o 
que é devido, mas a penhora acaba recaindo sobre bens de 
valor superior ao débito. Não há excesso na cobrança, mas 
na garantia. Havendo apenas excesso de penhora, não é 
necessária a impugnação, bastando as partes, a qualquer 
11 
 
tempo, postular redução àquilo que seja suficiente para a 
garantia do crédito. 
VI - incompetência absoluta ou relativa do juízo da 
execução; 
Essa é uma novidade do CPC de 2015, visto que essa 
alegação antes corria em autos apartados, e agora se dará 
no bojo do cumprimento de sentença, em semelhança ao 
que se tem no âmbito da fase cognitiva. 
É na impugnação que o executado deve arguir a 
incompetência do juízo, seja ela absoluta ou relativa. 
Dificilmente será possível arguir a incompetência se o título 
for sentença civil condenatória, já que teria sido alegado na 
fase cognitiva. Contudo, se o título executivo judicial for de 
outra espécie, como a sentença penal condenatória, a 
sentença arbitral, estrangeira etc., a incompetênciadeverá 
ser alegada em impugnação. Já o impedimento e a 
suspeição do juiz devem ser alegados por simples petição, 
observando o disposto nos arts. 146 e 148 do CPC. 
VII - qualquer causa modificativa ou extintiva da 
obrigação, como pagamento, novação, compensação, 
transação ou prescrição, desde que supervenientes à 
sentença. 
Esse rol é exemplificativo, e não taxativo, trazendo 
exemplos onde se dará a extinção da obrigação. A defesa 
desse inciso é substancial, sendo um fundamento do direito 
material, e não do direito processual. É imprescindível que 
essa causa pretendi surja após a formação do título 
executivo, visto que, se ela for anterior a sentença, ocorreu 
a eficácia preclusiva da coisa julgada (art. 508), que significa 
que não podem ser re-suscitadas ou reanalisadas matérias 
que a parte poderia ter aventado na fase de formação do 
título. A doutrina tem uma opinião contrária a esse 
disposto, dizendo que esses fatos devem ser 
supervenientes ao segundo grau de jurisdição, uma vez que 
até esse momento o tribunal pode analisar fatos. Essa é a 
única hipótese dentre os incisos em que ocorrerá ação 
incidental, visto que, se o juiz emitir essa declaração, sua 
decisão revestir-se-á da autoridade de coisa julgada 
material. Ele não decidirá apenas questões processuais, mas 
a existência do direito material, do crédito que embasa a 
execução, caso em que a execução adquirirá a natureza de 
ação incidente. Não de processo autônomo, já que será 
sempre incidental a execução: tanto que o juiz proferirá ao 
final uma decisão interlocutória, não uma sentença. 
A impugnação terá natureza de mero incidente nas 
hipóteses do I a VI e de ação incidente no inciso VII. Seja 
uma coisa ou outra, o seu processamento far-se-á nos autos 
da execução, e não em apenso ou apartado. 
§ 2º A alegação de impedimento ou suspeição 
observará o disposto nos arts. 146 e 148. 
Isso quer dizer que a alegação de impedimento ou 
suspeição será apresentada ao juiz perante mera 
impugnação nos autos do processo, basta atravessar uma 
peça para que essa matéria seja conhecida. 
§ 3º Aplica-se à impugnação o disposto no art. 229. 
O art. 229 trata do prazo em dobro para litisconsortes com 
advogados distintos, salvo hipótese de PJE. 
§ 6º A apresentação de impugnação não impede a 
prática dos atos executivos, inclusive os de 
expropriação, podendo o juiz, a requerimento do 
executado e desde que garantido o juízo com penhora, 
caução ou depósito suficientes, atribuir-lhe efeito 
suspensivo, se seus fundamentos forem relevantes e se 
o prosseguimento da execução for manifestamente 
suscetível de causar ao executado grave dano de difícil 
ou incerta reparação. 
A apresentação de impugnação não tem efeito suspensivo, 
via de regra, sendo ope judices (depende do juiz para ser 
concedida) e não ope legis (depende da mera interposição). 
Essa avaliação do juiz se dará sobre os fundamentos e se o 
prosseguimento da execução possa gerar ao executado 
grave dano ou de difícil ou incerta reparação. A doutrina 
coloca que a atribuição de efeito suspensivo a impugnação 
ao cumprimento de sentença exige que se cumpram os 
requisitos da tutela provisória (fumus bonis iuris + periculum 
in mora) e também a garantia do juízo. 
Portanto, o juiz pode conceder o efeito suspensivo, desde 
que se cumpram esses requisitos, que são os mesmos para 
que ele os conceda nos embargos: 
• Que haja requerimento do impugnante; 
• Que o juízo esteja garantido com penhora, caução ou 
depósito suficientes; 
• Que seja relevante a sua fundamentação, isto é, que sejam 
verossímeis as alegações; 
• Que o prosseguimento da execução seja manifestamente 
suscetível de causar ao executado grave dano de difícil ou 
incerta reparação. 
A concessão de efeito suspensivo não impede a efetivação 
de atos de substituição, reforço ou redução de penhora e 
avaliação de bens. 
§ 7º A concessão de efeito suspensivo a que se refere o 
§ 6º não impedirá a efetivação dos atos de 
substituição, de reforço ou de redução da penhora e de 
avaliação dos bens. 
Quando o valor do objeto/bem penhorado sofrer alguma 
perda ou aumento de valor durante o processo, esse valor 
poderá ser reforçado, substituído ou reduzido. 
§ 8º Quando o efeito suspensivo atribuído à 
impugnação disser respeito apenas a parte do objeto 
da execução, esta prosseguirá quanto à parte restante. 
Quando houverem mais capítulos da sentença, poderá o juiz 
dotar de efeito suspensivo apenas parcela da impugnação, 
ao capítulo que ele achar conveniente. 
§ 9º A concessão de efeito suspensivo à impugnação 
deduzida por um dos executados não suspenderá a 
execução contra os que não impugnaram, quando o 
12 
 
respectivo fundamento disser respeito exclusivamente 
ao impugnante. 
Se houver um litisconsórcio no polo passivo da impugnação 
ao cumprimento de sentença e um executado oferece um 
fundamento na sua execução que é comum a ele e aos 
demais, a impugnação irá beneficiar aos demais. Já, se esse 
fundamento for pessoal e exclusivo dele, a atribuição de 
efeito suspensivo não irá beneficiar os demais. 
§ 10. Ainda que atribuído efeito suspensivo à 
impugnação, é lícito ao exequente requerer o 
prosseguimento da execução, oferecendo e prestando, 
nos próprios autos, caução suficiente e idônea a ser 
arbitrada pelo juiz. 
Mesmo que atribuído o efeito suspensivo a impugnação, o 
requerente poderá requerer o prosseguimento da execução 
com a expropriação dos bens, desde que esse preste 
garantia em juízo. 
§ 11. As questões relativas a fato superveniente ao 
término do prazo para apresentação da impugnação, 
assim como aquelas relativas à validade e à adequação 
da penhora, da avaliação e dos atos executivos 
subsequentes, podem ser arguidas por simples petição, 
tendo o executado, em qualquer dos casos, o prazo de 
15 (quinze) dias para formular esta arguição, contado 
da comprovada ciência do fato ou da intimação do ato. 
Se houver uma penhora posterior ao oferecimento da 
impugnação, não se apresenta nova impugnação, mas mera 
petição nos autos do processo. Há um prazo para tal de 15 
dias. 
Exigibilidade da Obrigação de Alimentos 
É uma forma de obrigação de pagar, porém com um 
procedimento diferenciado das obrigações de pagar 
comuns, visto que a obrigação surge de uma relação de 
direito material alimentar. Tendo em vista a importância do 
adimplemento dessa obrigação, o CPC traz uma disciplina 
específica para tanto. 
CLASSIFICAÇÕES REFERENTES AO DIREITO Á ALIMENTOS: 
→ Natureza: naturais ou civis. Essa classificação não é 
importante para o procedimento, pois sejam os alimentos 
naturais (entrega de valor para a compra de alimentos, para 
garantir a subsistência do alimentando) ou civis (objetivam 
manter o padrão de vida do alimentando) se submetem a 
mesma sistemática de execução. 
→ Origem: legítimos, indenizativos ou voluntários. O 
alimento legítimo é aquele que imediatamente decorre da 
lei, visto que a lei prevê que são devidos nas relações de 
família. Os indenizativos decorrem de um ato ilícito (sendo 
que a lei não é a fonte de onde emanam imediatamente 
esses alimentos), portanto a lei apenas mediatamente gera 
a obrigação de pagar alimentos, mas é o ato ilícito em si (art. 
186 do CC) que traz esse dever de pagar alimentos. Os 
alimentos voluntários decorrem da manifestação de 
vontade da parte, essa também é uma fonte mediata, pois 
embora a lei preveja essa modalidade, imediatamente é a 
manifestação volitiva da parte (viva em contrato ou 
falecida, por testamento) que traz essa obrigação alimentar. 
É absolutamente pacífico para a doutrina que se aplica o 
procedimento corriqueiro para os alimentos legítimos e 
voluntários, todavia, existe ainda discussão se esse 
procedimento se aplica para os alimentos indenizativos, 
visto que, parcela doutrinária afirma que não se aplicava 
para alimentos que decorrem de um ato ilícito, vistoque o 
CPC de 73 no seu art. 475, ’q’, assim como o novo CPC, no 
art. 533 traz uma previsão concernente ao cumprimento de 
obrigação decorrente de ato ilícito, que diz: “Quando a 
indenização por ato ilícito incluir prestação de alimentos, caberá 
ao executado, a requerimento do exequente, constituir capital cuja 
renda assegure o pagamento do valor mensal da pensão.” Para 
tanto, parcela doutrinária afirma que este dispositivo já 
previa o método de execução dessa obrigação, que é a 
constituição de capital, para tanto, para essa parcela da 
doutrina, não se poderia utilizar procedimento normal de 
execução de alimentos, que é previsto no art. 528 e 
seguintes (o qual prevê a prisão civil). Para provas → novo 
CPC tem previsão expressa de utilização do procedimento 
do 528 e seguintes para cumprimento de obrigação de 
alimentos indenizatórios → ERRADO (caiu no processo 
legislativo), porém é amplamente majoritária a posição 
segundo a qual é absolutamente indiferente a fonte da 
obrigação alimentar. 
→ Momento: futuro ou pretérito. Essa classificação se 
mostra importante pois o CPC de 2015 encampou previsão 
sumular do STJ no sentido de que a prisão civil por dívidas 
apenas é possível quanto aos elementos futuros, e quanto 
aos passados, apenas com uma delimitação temporal de 
três meses anteriores. 
→ Estabilidade: provisório, provisional ou definitivo: O 
alimento definitivo é aquele que decorre de uma cognição 
judicial exauriente. O alimento provisional foi derrubado 
pelo CPC de 2015, juntamente com as outras medidas 
cautelares inominadas, portanto, não tem mais 
embasamento normativo. Os alimentos provisórios são 
aqueles que irão ser concedidos com base em uma decisão 
interlocutória provisória, em juízo sumário. Importante 
ressaltar que esse rito de pagamento de alimentos previsto 
no CPC de 2015 se aplica tanto para os alimentos provisórios 
quanto para os alimentos definitivos, como diz a literalidade 
do art. 531: 
Art. 531. O disposto neste Capítulo aplica-se aos 
alimentos definitivos ou provisórios. 
§ 1º A execução dos alimentos provisórios, bem como 
a dos alimentos fixados em sentença ainda não 
transitada em julgado, se processa em autos 
apartados. 
Para uma questão de organização processual, visto que o 
processo (físico) pode ser encaminhado para o tribunal, a 
execução correrá em apartado (se não tiver efeito 
suspensivo) ainda no primeiro grau, em autos apartados. 
13 
 
§ 2º O cumprimento definitivo da obrigação de prestar 
alimentos será processado nos mesmos autos em que 
tenha sido proferida a sentença. 
Nesse caso a sentença já transitou em julgado, não se 
fazendo necessário que a execução corra em autos 
apartados, visto que o processo não irá mais se sujeitar a 
recursos. 
PRINCIPAIS MEIOS DE EXECUTAR A PRESTAÇÃO: 
Art. 528. No cumprimento de sentença que condene ao 
pagamento de prestação alimentícia ou de decisão 
interlocutória que fixe alimentos, o juiz, a 
requerimento do exequente, mandará intimar o 
executado pessoalmente para, em 3 (três) dias, pagar 
o débito, provar que o fez ou justificar a 
impossibilidade de efetuá-lo. 
Esse artigo diz que o cumprimento da sentença ou da 
decisão interlocutória vai se dar a requerimento do 
exequente, ou seja, não poderá começar de ofício. 
Haverá uma intimação pessoal do executado, visto que, o 
pagamento é um ato de direito material, e não de direito 
processual, caso em que se justificaria a intimação na 
pessoa do procurador. 
Os três dias citados no artigo tem uma duplicidade de 
entendimentos, visto que, no CPC de 2015 consta que os 
prazos processuais correrão em dias úteis, porém, o 
pagamento é um ato de direito material, não processual, o 
que abriria espaço para o entendimento de que seriam três 
dias corridos. Prevalece divergência doutrinária e ainda não 
há posicionamento jurisprudencial. 
O juiz intimará o executado para exercer uma das três ações 
seguintes: 
• Pagar o débito: que está em aberto. 
• Provar o pagamento: já feito. 
• Justificar a impossibilidade de pagamento: Não será 
qualquer matéria que poderá ser alegada na impugnação do 
devedor, sendo elas: 
 Pagamento ou qualquer outro meio extintivo da 
obrigação, como por exemplo a prescrição. 
 Impossibilidade “temporária” de adimplir, é 
importante que essa impossibilidade seja 
temporária, visto que, se o executado pretende 
alegar uma impossibilidade absoluta, ou seja, a 
exoneração da obrigação alimentícia, é 
imprescindível que ele deduza uma ação 
autônoma para alegar tal fato. 
 Essa justificativa dispensa a representação por 
advogado, uma vez que as consequências podem 
ser muito danosas para ambas as partes. 
§ 1º Caso o executado, no prazo referido no caput , não 
efetue o pagamento, não prove que o efetuou ou não 
apresente justificativa da impossibilidade de efetuá-lo, 
o juiz mandará protestar o pronunciamento judicial, 
aplicando-se, no que couber, o disposto no art. 517 . 
A satisfação do direito do exequente pode se dar de forma 
sub-rogatória ou coercitivos. O meio sub-rogatório é aquele 
através do qual o poder judiciário se sub-roga na pessoa do 
devedor, retira o bem do seu patrimônio e entrega esse 
bem ao credor, nesse meio, o poder judiciário independe da 
manifestação de vontade do executado. Já os meios de 
coerção acarretam uma interferência na manifestação 
volitiva do devedor, nesse caso, o poder judiciário não 
prescinde de atividade do devedor, mas sim se utiliza de um 
meio coercitivo para obrigá-lo ao cumprimento. 
O novo CPC deixa mais um meio de coerção a disposição do 
credor, que é o protesto judicial, que “suja” o nome do 
devedor na praça. 
§ 2º Somente a comprovação de fato que gere a 
impossibilidade absoluta de pagar justificará o 
inadimplemento. 
Se faz necessária a comprovação de que é absolutamente 
impossível o adimplemento imediato, demais escusas não 
poderão ser veiculadas. Não se confunde com a exoneração 
da obrigação, é apenas um impedimento momentâneo. 
Meios de execução: 
→ Desconto em folha (art. 529): Diretamente da folha de 
pagamento do executado, se faz contato (ofício) com o 
órgão público ou empresa em que o mesmo trabalha e se 
desconta o valor automaticamente. Não pressupõe 
expropriação. 
Art. 529. Quando o executado for funcionário público, 
militar, diretor ou gerente de empresa ou empregado 
sujeito à legislação do trabalho, o exequente poderá 
requerer o desconto em folha de pagamento da 
importância da prestação alimentícia. 
§ 3º Sem prejuízo do pagamento dos alimentos 
vincendos, o débito objeto de execução pode ser 
descontado dos rendimentos ou rendas do executado, 
de forma parcelada, nos termos do caput deste artigo, 
contanto que, somado à parcela devida (vincendas), 
não ultrapasse cinquenta por cento de seus ganhos 
líquidos. 
Essa é uma novidade do CPC de 2015, onde se podem somar 
parcelas vencidas e vincendas até 50% dos ganhos líquidos 
do devedor. Isso permite uma maior facilidade na satisfação 
do direito material. 
§ 1º Ao proferir a decisão, o juiz oficiará à autoridade, 
à empresa ou ao empregador, determinando, sob pena 
de crime de desobediência, o desconto a partir da 
primeira remuneração posterior do executado, a 
contar do protocolo do ofício. 
§ 2º O ofício conterá o nome e o número de inscrição 
no Cadastro de Pessoas Físicas do exequente e do 
executado, a importância a ser descontada 
mensalmente, o tempo de sua duração e a conta na 
qual deve ser feito o depósito. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art517
14 
 
Esse é o procedimento para que o valor seja descontado dos 
vencimentos do devedor, por meio de simples ofício ao 
superior. 
→ Coerção pessoal: É a chamada prisão civil. Tem previsão 
no pacto de São José da Costa Rica, que foi aprovado no 
Brasil pelo decreto 678/92. É a única possibilidade de prisão 
civil por dívida previstano nosso ordenamento jurídico, 
uma vez que o depositário judicial infiel não está mais nesse 
rol, uma vez que a Convenção Americana de Direitos 
Humanos foi recebida pela EC 45 (que garante que os 
tratados internacionais sobre direitos humanos que forem 
aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois 
turnos, por três quintos dos votos dos respectivos 
membros, serão equivalentes às emendas constitucionais) 
e esse pacto, em seu art. 71 prevê prisão civil apenas para o 
devedor de alimentos e não do depositário infiel. 
Art. 528, § 3º Se o executado não pagar ou se a 
justificativa apresentada não for aceita, o juiz, além de 
mandar protestar o pronunciamento judicial na forma 
do § 1º, decretar-lhe-á a prisão pelo prazo de 1 (um) a 
3 (três) meses. 
O juiz possui discricionariedade para o estabelecimento do 
tempo de prisão a ser designado. Sua natureza é de meio de 
coerção, não tendo natureza sancionatória e tampouco 
substitutiva da obrigação alimentar. 
É possível a sua decretação de ofício ou se faz necessário o 
requerimento pela parte credora? Não é possível a 
decretação de ofício (STJ, HC 128.229, 3ª turma). 
Quanto ao prazo, a lei 5.478/68 (lei de alimentos) em seu 
art. 19, estabelecia que o prazo da prisão seria de até 60 
dias, permanece discussão doutrinária quanto a esse ponto. 
§ 4º A prisão será cumprida em regime fechado, 
devendo o preso ficar separado dos presos 
comuns. 
Do ponto de vista doutrinário, o regime fechado funciona 
de maneira mais efetiva para forçar o pagamento da dívida, 
tendo grande aderência a realidade. 
§ 5º O cumprimento da pena não exime o 
executado do pagamento das prestações 
vencidas e vincendas. 
Visto que, a prisão é um meio coercitivo e não um 
sucedâneo para o principal. 
§ 6º Paga a prestação alimentícia, o juiz suspenderá o 
cumprimento da ordem de prisão. 
Pagando o valor devido, em seguida o juiz suspenderá a 
prisão, não necessitando que o executado cumpra todo o 
tempo de pena pré-estabelecido. 
§ 7º O débito alimentar que autoriza a prisão civil do 
alimentante é o que compreende até as 3 (três) 
prestações anteriores ao ajuizamento da execução e as 
que se vencerem no curso do processo. 
Recepciona a súmula 309 do STJ. Isso se dá, pois, a 
prestação de alimentos se dá principalmente para a 
manutenção da vida do alimentado, tendo ele passado os 
meses anteriores sem receber e não encontrando 
dificuldade para subsistir (parcelas anteriores não estão 
vinculadas à sobrevivência do alimentando), os meses que 
serão levados em consideração para que se decrete a prisão 
do devedor serão os três últimos e as vincendas (que 
vencerem durante o processo). 
“Decreto prisional abrange todas as prestações que se 
vencerem, no curso do processo, até o cumprimento do 
prazo de prisão” (STJ, HC 39.902)→ Esse ponto se mostra 
importante visto que se articula com a possibilidade de 
renovação da prisão durante o processo, que não se faz 
possível, visto que se faz necessário o inadimplemento 
superveniente à expiração do prazo da prisão (1 mês basta, 
se não foram cumpridas as obrigações durante os três 
meses de prisão). 
→ Expropriação: Penhora, avaliação e venda dos bens do 
executado, feita como no procedimento comum. 
Art. 528, § 8º O exequente pode optar por promover o 
cumprimento da sentença ou decisão desde logo, nos 
termos do disposto neste Livro, Título II, Capítulo III, 
caso em que não será admissível a prisão do 
executado, e, recaindo a penhora em dinheiro, a 
concessão de efeito suspensivo à impugnação não 
obsta a que o exequente levante mensalmente a 
importância da prestação. 
Esse parágrafo traz uma opção ao exequente quanto ás 
prestações futuras, pois as prestações pretéritas (que 
venceram até três meses antes do ajuizamento da ação) 
serão cobradas conforme a sistemática do Título II, Capítulo 
III, que se encontram disciplinados nos arts. 523 e seguintes, 
que disciplinam o cumprimento da sentença que reconhece 
a exigibilidade de obrigação de pagar quantia certa, então, 
para essas prestações pretéritas o credor não tem essa 
opção procedimental, que só se aplica ás prestações futuras 
e as três últimas antes do ajuizamento da ação. 
O que se tem aqui é uma dualidade de procedimentos, pois 
são dois ritos que estão à disposição, o que gera uma 
discricionariedade para o exequente. Também há a 
possibilidade de conversão do rito, ou seja, é possível, 
desde que se observe a diferença entre prestação futura e 
prestação passada, que o exequente comece por um rito e 
depois peça a conversão em outro (523→528 ou vice e 
versa). 
COMPETÊNCIA: 
Art. 528, § 9º Além das opções previstas no art. 516, 
parágrafo único, o exequente pode promover o 
cumprimento da sentença ou decisão que condena ao 
pagamento de prestação alimentícia no juízo de seu 
domicílio. 
O art. 516 que traz o regime geral de competência para a 
execução diz que o juízo competente é aquele que 
participou da fase de conhecimento, onde os bens estão ou 
15 
 
no domicílio do executado. Esse parágrafo adiciona uma 
quarta opção nesse caso, que é no domicílio do exequente. 
Similar situação ocorre na fase de conhecimento, onde o 
art. 59, II reconhece que é competente o foro de domicílio 
do alimentando para processar e julgar a fase cognitiva. 
 
Art. 530. Não cumprida a obrigação, observar-se-á o 
disposto nos arts. 831 e seguintes. 
O art. 831 disciplina a penhora. Sendo inefetiva a prisão 
civil, se prosseguirá para a avaliação e penhora dos bens do 
devedor. 
Art. 531. O disposto neste Capítulo aplica-se aos 
alimentos definitivos ou provisórios. 
§ 1º A execução dos alimentos provisórios, bem como 
a dos alimentos fixados em sentença ainda não 
transitada em julgado, se processa em autos 
apartados. 
Visto que, nessas hipóteses, pode-se ter um agravo de 
instrumento contra a decisão que fixa os alimentos 
provisórios ou uma apelação contra a sentença (que não 
possui efeito suspensivo). Essa discussão perde relevância 
nos processos eletrônicos. 
§ 2º O cumprimento definitivo da obrigação de prestar 
alimentos será processado nos mesmos autos em que 
tenha sido proferida a sentença. 
Uma vez que o processo se fixa naquele local, não sendo 
remetido para graus superiores. 
Art. 532. Verificada a conduta procrastinatória do 
executado, o juiz deverá, se for o caso, dar ciência ao 
Ministério Público dos indícios da prática do crime de 
abandono material. 
O crime de abandono material está disciplinado no art. 244 
do Código Penal, incluída nesse tipo penal a conduta de não 
prestar alimentos a quem deles necessita. Então, o juiz 
verificando o executado pode e deve pagar e não o está 
fazendo em virtude de um ato arbitrário, obrigatoriamente 
deverá oficiar o MP, para, se for o caso, oferecer uma ação 
penal por crime de abandono material. 
Art. 533. Quando a indenização por ato ilícito incluir 
prestação de alimentos, caberá ao executado, a 
requerimento do exequente, constituir capital cuja renda 
assegure o pagamento do valor mensal da pensão. 
Como por exemplo, deixar o valor em uma aplicação de 
renda fixa, onde os rendimentos mensais correspondam ao 
valor que o executado deve pagar ao exequente, esse 
patrimônio será chamado de patrimônio de afetação, que 
é um patrimônio em separa, que não responde pelas dívidas 
do devedor, servindo apenas para pagar a dívida alimentar. 
Essa constituição de renda se aplica apenas para verba 
alimentar, não cobre outros valores que o executado deve 
pagar, como dano estético, moral etc... 
Há parcela da doutrina que defende que nesse caso, como 
é prevista a constituição de renda, não é possível a prisão, 
porém outra parte defende que inexiste razão lógica para 
se diferenciar um credor de obrigação alimentar em virtude 
da origem dessa obrigação.

Outros materiais