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Dismenorreia: Causas e Tratamentos

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1 Maressa Duarte 
 
 
Consiste em cólicas menstruais dolorosas; que ocorre durante a 
menstruação ou algumas horas antes, que afeta até 60% das 
mulheres que menstruam. 
Sinonímia: algomenorréia, síndrome de dor menstrual, ou 
menstruação dolorosa ou menalgia. 
Classificação 
Dismenorreia Primária: dor menstrual cíclica sem patologia 
associada identificada. Surge 1 a 2 anos após a menarca, quando 
já se estabeleceram ciclos ovulatórios. 
Dismenorreia Secundária: relaciona-se com patologias, como 
endometriose, leiomiomas, DIP, adenomiose, pólipos 
endometriais e obstrução do fluxo menstrual. Surge anos após 
a menarca e pode ocorrer em ciclos anovulatórios. 
 
Etiologia 
A dismenorreia primaria seria causada pelo excesso ou 
desequilivrio na quantidade de prostaglandinas secretadas pelo 
endométrio durante a menstruação. Ao final da fase lútea, a 
diminuição da progesterona causaria reação, resultando na 
liberação de fosfolipídios com a produção de ácido araquidônico 
e ativação da via da COX. 
Isso causaria aumento da síntese de prostaglandinas e do 
tromboxano. Essas prostaglandinas aumentam as contrações 
uterinas de forma arrítmica, aumenta o tônus basal e a pressão 
ativa. Com isso, essa hipercontratilidade uterina, causa 
diminuição do fluxo sanguíneo uterino e o aumento da 
hipersensibilidade dos nervos periféricos, causando a dor. 
As mulheres com dismenorreia mais intensa apresentam níveis 
mais altos de prostaglandinas no líquido menstrual, e esses 
níveis são muito altos durante os dois primeiros dias de 
menstruação. 
 
 
 
 
Diagnóstico 
➢ CLÍNICO 
Quadro clínico: em geral, a dor começa algumas horas antes ou 
logo após o início de um período menstrual e pode durar até 48 
a 72 h. A dor é em cólicas suprapúbicas, e pode ser 
acompanhada por dor lombossacra, dor que se irradia para a 
face anterior da coxa, náuseas, vômitos, diarreia e, em casos 
raros, episódios de síncope. Não existem alterações dos sinais 
vitais, aparelho urinário ou intestinal. 
 
Exame Físico: Na palpação uterina deve-se avaliar tamanho, 
volume, forma e mobilidade, que se apresentam normais. Não 
devem existir dolorimentos localizados e nem dor à mobilização 
do colo ou à palpação das estruturas anexiais. 
 
Para fechar o diagnóstico de dismenorreia, deve-se excluir 
outras causas, como: DIP, culturas para Chlamydia trachomatis 
e Neisseria gonorrhoeae e até gravidez. 
 
O diagnóstico de dismenorreia secundária pode exigir a análise 
de um diário da dor para que se confirme o caráter cíclico, e, 
além de USG transvaginal, pode haver indicação de laparoscopia 
e/ou histeroscopia, para investigar as principais causas. 
 
Tratamento 
Em casos de dismenorreia primária, o tratamento deve ser 
profilático, de emergência, farmacológico e não farmacológico. 
O tratamento para dismenorreia secundária é feita de acordo 
com a patologia, mas pode ser com o uso dos mesmos 
medicamentos da primária. 
 
➢ TRATAMENTO NÃO FARMACOLÓGICO 
Servem para alívio da dor, e consistem em: exercícios físicos, 
bolsa de água quente, banho morno, massagens diminuição do 
sal e de açúcar refinado 7 a 10 dias. Também contribuem: 
Vitaminas orais E e B1 (tiamina), magnésio, óleo de peixe, dieta 
com baixo teor de gordura e a planta toki-shakuyaku-san (TSS) 
 
➢ TRATAMENTO FARMACOLÓGICO 
Contracepção hormonal esteroide: profilático. Melhoram a 
dismenorreia pela redução da produção de prostaglandinas. 
Pode ser utilizado também o sistema intrauterino de liberação 
de levonorgestrel (SIU-LNG). São usados em pacientes 
resistente aos AINE ou em pacientes com dismenorreia primária 
sem contraindicações ao uso de contraceptivo hormonal e que 
não desejam contracepção. 
AINEs: medida de urgência. Causam alívio da dor ou retirada da 
mesma, por causar inibição da síntese de prostaglandinas ao 
inibir a COX. 
Agonistas do hormônio liberador da gonadotrofina e 
androgênios: (danazol) levam a atrofia endometrial e redução 
na produção de prostaglandina.

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