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Tecnologia Farmacêutica

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1 
 
Faculdades Metropolitanas Unidas - FMU 
Faculdade de Farmácia 
 
 
 
 
 
 
 
Apostila 
Tecnologia Farmacêutica e Cosmética 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Michelli Ferrera Dario 
2018 
Formas Farmacêuticas Semissólidas 
 
2 
 
As Formas Farmacêuticas Semissólidas são consistentes e pegajosas, de aparência 
translúcida ou opaca, destinadas à aplicação na pele ou mucosas. As indicações 
dependem do grau de absorção percutâneo. Possuem ação tópica ou permitem a 
permeação cutânea dos fármacos dependendo da sua viscosidade ou excipiente. Em 
geral, apresentam ação terapêutica local, ou seja, dependente do sítio específico de 
aplicação na pele. A ação tópica permite algumas atividades, como ação emoliente, 
antimicrobiana, desodorante, protetora, entre outras. 
 
Permeação cutânea 
A permeação dos ativos na pele utiliza diversas vias de permeação na pele: região 
folicular, ductos sudoríparos e estrato córneo descontínuo. A permeação depende dos 
seguintes fatores: 
 Propriedades físico-químicas do fármaco (pH; hidrofobicidade, tamanho da 
molécula, estado físico, coeficiente de partição O/A) - Bases nas quais o fármaco é 
pouco solúvel aumentam a cedência do mesmo para a pele; 
 pH do meio e da pele; 
 Concentração do fármaco; 
 Hidratação da pele - Algumas substâncias graxas e óleos presentes nas formulações 
podem provocar um efeito oclusivo, aumentando a hidratação da pele. 
 Temperatura da pele; 
 Estado da epiderme (principalmente estrato córneo); 
 Idade da pele (hidratação); 
 Uso de substâncias promotoras da absorção - Exs. dimetilsulfóxido (DMSO), 
dimetilformamida (DMF), dimetilacetamida (DMA), ureia, propilenoglicol. 
 
Classificação 
São classificadas quanto às suas características físicas ou aspecto em: pomadas, cremes, 
géis ou pastas. 
 
 Pomadas 
Pomadas propriamente ditas hidrófobas absorvem muito pouco a água. São 
consistentes, oleosa e apresentam aparência translúcida. Em função de sua composição 
Formas Farmacêuticas Semissólidas 
 
3 
 
graxa, não são laváveis. São compostas de mistura de hidrocarbonetos líquidos e 
sólidos, ceras e silicones. Seu preparo depende de submeter a mistura à fusão. 
Pomadas propriamente ditas hidrófilas são consistentes e apresentam aparência 
translúcida. Devido a sua composição hidrofílica, são facilmente removíveis com água. 
Quimicamente são compostas por uma mistura de polímeros (PEG) de pesos 
moleculares distintos (PEG 400 + PEG 4000). 
 Cremes e loções 
São emulsões semissólidas de aparência opaca e a viscosidade depende da composição. 
Os cremes hidrófobos são do tipo A/O (água-em-óleo) e os hidrófilos são O/A (óleo-
em-água). São formadas por fase aquosa, oleosa e tensoativos. As formulações O/A são 
laváveis devido à fase externa da formulação ser aquosa. 
 Géis 
São sistemas semissólidos constituídos por uma matriz polimérica (natural ou sintética) 
dispersa em fase líquida (água ou óleo de parafina). Os géis hidrófilos contem água na 
fase dispersa e, por isso, são laváveis. 
 Pastas 
São constituídas de alta concentração de pós insolúveis e finos dispersos nos excipientes 
(em torno de 20-50%). Devido à elevada concentração de pós, são eficazes para 
absorver secreções de lesões. São exemplos de pastas: pasta dental e pasta de óxido de 
zinco. 
 
As formulações semissólidas são compostas por substância(s) ativa(s) e veículo. Os 
veículos podem ser: 
 
 Base hidrófoba 
 Substâncias lipófilas de origem animal: lanolina, derivados de lanolina, cera 
de abelha. São usadas para aumentar consistência de pomadas e não são 
laváveis com a água. Apresentam poucas incompatibilidades. 
 Substâncias lipófilas de origem mineral: compostos extraídos do petróleo 
(vaselina, óleo mineral, parafinas). 
 Substâncias lipófilas semi-sintéticas: ácidos graxos (ácido esteárico), álcoois 
graxos (doadores de consistência - cetoestearílico); ésteres - palmitato de 
isopropila. 
Formas Farmacêuticas Semissólidas 
 
4 
 
 Substâncias lipófilas sintéticas: silicones, óleo de silicone, silicones voláteis e 
emulsionantes. 
 
 Base hidrófila 
 Polietilenoglicóis (PEG) - A consistência adequada é determinada pela mistura 
de polímeros sólidos e líquidos (PEG 400 e PEG 4000); 
 Excipientes hidratados ou hidrogeis - géis aquosos (80-90% de água); viscosos; 
boa aderência e espalhabilidade; 
 Géis de produtos minerais (bentonita, dióxido de silício); 
 Géis de polímeros orgânicos - ésteres de celulose (MC; HEC; CMC), CMCNa, 
alginato de sódio, PVP (Kollidon®), Ácido Poliacrílico (Carbopol®) - laváveis 
com água. 
 
 Base emulsionada 
 Emulsão A/O ou O/A (mais empregadas). São compostas por: 
 Substâncias lipofílicas 
 Água 
 Ceras auto-emulsionantes ou tensoativos (aniônicos; catiônicos; não iônicos; 
anfóteros) 
 Conservantes - usados para preparações semissólidas que contém água na 
sua composição. Ex: parabenos 
 Antioxidantes 
 Quelantes 
 Umectantes 
 Doadores de consistência (álcoois graxos; carbômeros; HEC; gomas) 
 
Técnica de Preparo 
A técnica de preparo depende da preparação das bases e incorporação dos ativos 
 Preparo das Bases - Em grande escala, utiliza-se: 
 Batedeiras planetárias (formulações de viscosidade média) 
 Tanques de mistura (formulações de viscosidade baixa) 
 Rolos compressores (formulações de alta viscosidade – pastas) 
 Dornas (para realização de sub-misturas) 
Formas Farmacêuticas Semissólidas 
 
5 
 
Em pequena escala, utiliza-se gral ou almofariz, pistilo e espátula; placa de vidro ou 
mármore (superfície áspera); espátula de aço inoxidável de lâmina longa e larga (ou 
polipropileno rígido); espátula menor. 
 
Acondicionamento e Armazenagem 
o Devem ser protegidas de ar; umidade; calor; luz em recipientes apropriados 
o Frascos (plástico ou vidro); Tubos (plástico ou metal) 
o Armazenagem em temperaturas inferiores a 30 °C 
 
 Emulsões 
 São dispersões nas quais a fase dispersa é constituída por pequenas gotículas de 
líquido distribuídas em um veículo no qual são imiscíveis, geralmente água e 
óleo. Permitem a veiculação de fármacos de natureza hidrofílica e lipofílica em 
uma mesma preparação e tornam palatáveis fármacos oleosos (óleo de rícino). 
Podem ser do tipo água-em-óleo (A/O) ou óleo-em-água (O/A). 
 
 Emulsão O/A - Classificação de acordo com o tipo de tensoativo 
o Não-iônica - Emulsionantes não-iônicos não possuem carga específica 
(carga ionizável). Exemplo de emulsão base não-iônica: Polawax
®
. Menor 
grau de irritabilidade cutânea, baixa toxicidade, menores problemas de 
compatibilidade com outros materiais e são menos sensíveis à mudança de 
pH e adição de eletrólitos. Compatíveis com ácidos em geral, incluindo o 
ácido retinoico, alfa-hidroxiácidos, filtros solares, ativos com pH ácido, 
extratos vegetais, óleos vegetais e vitaminas. 
o Catiônica - Poucos exemplos na área farmacêutica/Cosmética. Pode ser 
irritante para a pele. Ex.: condicionador capilar 
o Aniônica - Emulsionantes aniônicos se dissociam em solução aquosa 
formando íons carregados negativamente; baixo custo; podem ser mais 
irritantes para a pele que os demais tipos; Ex.: Lanette N
®
 – creme 
emoliente e toque levemente oleoso. Incompatíveis com ácidos e cátions 
polivalentes. Compatíveis com ureia, hidroquinona, di-hidroxiacetona e 
resorcina. 
o Emulsão A/O - A fase oleosa é a fase externa ou contínua e quando aplicada 
forma um filme oleoso protetor que permanece sobre a pele após a evaporação 
Formas Farmacêuticas Semissólidas 
 
6 
 
da água. A lenta evaporação da água confere à pele o efeito refrescante. 
Características: emulsão com alta viscosidade e coloração levemente amarelada. 
Indicado para peles muito secas. Ex.: Cold cream. 
 
 Técnica de Preparo - Método de Mistura de Fases 
Em um recipiente de tamanho adequado, misture os componentes da fase oleosa (O). 
Em outro recipiente, misture os componentesda fase aquosa (A). Quando ambas as 
fases estiverem na mesma temperatura (60 – 80 ºC), verta a fase aquosa na oleosa e 
agite, vigorosamente, até a completa emulsificação. Inicie o resfriamento, com agitação 
lenta, até temperatura ambiente. Adicione as substâncias voláteis, aroma, essência. 
 
 
Formas Farmacêuticas Sólidas 
 
7 
 
 Pós: “Preparações provenientes de drogas vegetais, animais ou substâncias químicas 
submetidas a um grau de divisão suficiente para lhes assegurar homogeneidade e lhes 
facilitar a administração ou extração dos princípios ativos” (Farmacopeia Brasileira 
IV ed.). Pós são formas farmacêuticas sólidas constituídas por um ou mais princípios 
ativos pulverizados, destinados ao uso interno ou externo. Possuem como vantagens: 
Aumento da superfície de contato; Facilita a dissolução; Facilita a absorção; 
Atividade Farmacológica mais regular. Dentre as desvantagens, destacam-se: 
Aumento da superfície de contato; Diminui a estabilidade Físico e Química (Maior 
susceptibilidade à reações de oxidação e hidrólise). Os pós são classificados segundo 
a sua constituição em simples ou compostos e quanto à sua aplicação em uso interno 
ou externo. 
 Pós para uso interno - devem possuir características efervescentes; Garantir a 
boa solubilidade do fármaco e boa conservação. Embalagem: recipientes de 
vidro ou plástico de boca larga, sachês ou papéis medicamentosos; 
 Pós para uso externo - não podem ser irritantes à pele ou mucosas; Não devem 
possuir ação sistêmica; Apresentar boa fixação sobre a pele; Espalhabilidade e 
fluidez adequadas; Capacidade de absorção; Boa conservação. Embalagem: 
recipientes de plástico perfurado ou polvilhador. 
 
Métodos de Preparo 
 Pós simples: Secagem - Estabilização – Divisão Grosseira – Pulverização 
(Trituração) - Tamisação. 
 Pós compostos: Pulverização – Tamisação – Mistura 
 Regra do Mistão 
 Cada componente da mistura deve ser pulverizado e tamisado 
separadamente 
 Misture primeiro o componente de menor peso. No caso de componentes 
de mesmos peso o mais denso (o que ocupa menor volume) dever ser 
adicionado primeiro à mistura. 
 Mistura de dois pós em quantidades muito desiguais devem ser realizadas 
segundo o método da Diluição Geométrica 
 Pós compostos contendo fármacos muito ativos, utilizar corante (0,1 à 
0,25%) para assegurar por observação visual, sua perfeita homogeneidade. 
Formas Farmacêuticas Sólidas 
 
8 
 
 Pós compostos contendo fármacos em quantidades muito pequenas, na 
ordem de mg ou mcg, devem ser diluídos em pós inertes (lactose, amido, 
talco, manitol, celulose microcristalina), adicionados de corante (0,1 à 
0,25%), seguindo-se o método da Diluição Geométrica. Só então devem 
ser adicionados aos outros componentes, seguindo as regras do mistão. 
 No caso de misturas eutéticas deve-se incorporar pós absorventes (lactose, 
amido, dióxido de silício) 
 No caso de extratos fluídos, tinturas ou essências, utilizar pós absorventes 
ou promover a concentração (evaporação) do solvente a temperaturas entre 
60-70º à vácuo. 
 Misturas de pós efervescentes (bicarbonatos associados à ácidos cítrico ou 
tartárico), deve-se pulverizar e secar separadamente cada componente e 
depois proceder a mistura. 
 
 Granulado: Forma farmacêutica sólida de aspecto granuloso e homogêneo, 
constituído por um ou mais princípios ativos associados à adjuvantes, destinados à 
administração direta (via oral) ou à obtenção de suspensões, cápsulas, comprimidos 
(revestidos ou não) ou drágeas. Vantagens em relação aos pós: Maior fluidez, Maior 
estabilidade Física e Química (Menor área superficial), Maior facilidade de 
molhabilidade (Alguns pós tendem a flutuar). 
 Métodos de Preparo 
 Via úmida (Fármacos não hidrolisáveis e termorresistentes). 
Pulverização – Tamisação – Mistura – Umectação – Granulação – 
Secagem – Calibração. 
 Via seca (Fármacos hidrolisáveis e termossensíveis). 
Pulverização – Tamisação – Mistura – Compactação – Granulação. 
 Por Fusão (Granulados ou Sais efervescentes) 
Secagem – Pulverização – Tamisação – Mistura – Fusão (Estufa 30-
40ºC) – Granulação – Secagem (Estufa temperatura inferior à 54ºC) – 
Calibração. 
 
 Equipamentos 
Misturadores 
Granulador 
Formas Farmacêuticas Sólidas 
 
9 
 
 Cápsulas - “Formas farmacêuticas sólidas que encerram o fármaco em invólucro 
mais ou menos elástico. O invólucro pode ser constituído de amido ou gelatina” (F. 
Bras. IV). Forma Farmacêutica sólida cujo(s) princípio(s) ativo(s) está envolvido(s) ou 
acondicionado(s) por um invólucro de gelatina. 
 
 Classificação (de acordo com sua consistência) 
Cápsulas Gelatinosas Duras Cápsulas Gelatinosas Moles ou Soft 
 Apresentam corpo e tampa destacáveis 
de diversos tamanhos, incolores ou 
coloridas 
 Invólucro não contém substâncias 
emolientes. 
 Destinam-se ao encapsulamento de 
fármacos sólidos (pós ou granulados) 
 
 O invólucro é composto por gelatina 
farmacêutica (hidrólise parcial do 
colágeno), emolientes, conservantes 
para evitar a contaminação por fungos, 
corantes e opacificantes (F&D ou 
FD&C e Dióxido de titânio) 
 Apresentam formatos, cores e tamanhos 
variados 
 Destinam-se ao encapsulamento de 
fármacos líquidos (oleosos ou não), 
soluções, emulsões ou suspensões. 
 
 
Boas práticas de mistura 
o Misturas contendo mais de um fármaco, misture primeiro o componente de menor 
peso. No caso de componentes de mesmo peso; o mais denso (o que ocupa menor 
volume) deve ser adicionado primeiro à mistura. A mistura deve ser realizada 
segundo o método da Diluição Geométrica. 
o Fármacos normalmente prescritos em quantidades muitos pequenas, na ordem de mg 
ou µg, devem ser diluídos internamente em pós inertes (amido, talco), adicionados 
de corante, seguindo-se o método da Diluição Geométrica. 
o Formulações contendo fármacos muito ativos (dosagens inferiores a 10mg), de 
coloração branca, utilize corante para assegurar, por observação visual, sua perfeita 
homogeneidade no excipiente. 
o OBS: A mistura deverá seguir o método da Diluição Geométrica, em gral de vidro ou 
porcelana. Caso a capacidade do gral seja insuficiente para comportar toda a 
mistura, utilize um saco plástico de tamanho adequado, na etapa final da mistura. 
Formas Farmacêuticas Sólidas 
 
10 
 
o Misturas contendo fármacos com granulometrias muito diferentes, ou de origem 
natural, cuja granulometria esteja muito irregular, devem ser submetidos a operação 
de tamisação sem resíduos, em tamis de tamanho adequado, ao final da mistura. 
 
 Equipamentos 
Encapsuladora Automática 
Encapsuladora Manual 
 
 Procedimento de encapsulamento 
 Calcular a densidade compactada do fármaco; 
 Calcular e pesar a quantidade de excipiente padrão necessária; 
 Transferir todos os componentes da formulação para o gral e homogeneizar; 
 Transferir para a Encapsuladora manual e proceder a encapsulação. 
 
 Comprimidos: Forma farmacêutica sólida de dosagem unitária, com formatos 
variados, obtida pela compressão de pós ou granulados, podendo ou não estar revestido. 
Os comprimidos e cápsulas são as formas farmacêuticas preferidas para administração 
via oral. Dentre as vantagens da administração de fármacos na forma de comprimidos, 
destaca-se: Fácil uso; Dose correta e alto grau de precisão; Praticidade na fabricação; 
Maior estabilidade do P.A.; Permite utilizar revestimento; Controlar/modificar a 
liberação do fármaco; Menor volume ocupado; Permite fabricação em escala industrial. 
 
o Tipos: uso oral (comprimidos convencionais, compressão múltipla, ação 
prolongada, revestidos, mastigáveis); sublingual; efervescente; vaginal e para 
implante. 
 
o Composição: Independente do processo de obtenção, os comprimidos de 
liberação convencional contém alguns adjuvantes: 
o Diluentes ou “fillers”: Ex: Lactose, Celulose microcristalina, Manitol, 
Sorbitol, Fosfato de Cálcio dibásico,Amido. 
o Aglutinantes ou “binders”: Ex: Polivinilpirrolidona (PVP), Amido pré-
gelatinizado, Pasta de amido, Gelatina, Goma arábica, Alginatos. 
Formas Farmacêuticas Sólidas 
 
11 
 
o Desintegrantes: Ex: Amidos e seus derivados (Amido glicolato de 
sódio), Celulose e seus derivados (Croscarmelose), PVP modificado 
(Crospovidone). 
o Lubrificantes: Deslizantes (Talco, Dióxido de silício coloidal) e 
antiaderentes (Ácido esteárico, Estearato de magnésio, Óleos vegetais 
hidrogenados). 
 
o Processos de Obtenção 
o Granulação Seca ou Granulação por Compressão: Envolve a 
compactação ou pré-compressão dos componentes seguida de 
granulação. Indicada para fármacos termossensíveis ou passíveis de 
hidrólise. Contempla os seguintes processos de obtenção: 
fracionamento → Tamisação → Mistura → Compactação → 
Granulação → Compressão. 
o Granulação Úmida: Envolve a produção de uma massa úmida por meio 
da adição de um ligante ou aglutinante, seca e calibrada antes de ser 
lubrificada e comprimida. Indicada para fármacos termorresistentes e 
não passíveis de hidrólise. Contempla os seguintes processos de 
obtenção: fracionamento → Tamisação → Mistura → Umectação → 
Granulação úmida → Secagem → Calibração → Lubrificação → 
Compressão. 
o Compressão Direta: Método Simples baseado em duas etapas chaves: 
Mistura e Compressão. A evolução dos Processos de Obtenção por 
Compressão Direta é consequência de 3 fatores básicos: surgimento de 
novos excipientes ou novas formas de obtenção destes (Ex: Lactose + 
Celulose); otimização das características de compressibilidade de 
alguns ativos; evolução das máquinas de compressão. Contempla os 
seguintes processos de obtenção: fracionamento → Tamisação → 
Mistura → Compressão. 
 
o Problemas durante o processo de produção 
o Capping: termo utilizado para expressar a “saída” da “tampa” dos 
comprimidos. 
Formas Farmacêuticas Sólidas 
 
12 
 
o Picking: termo utilizado para descrever a retirada de material da 
superfície dos comprimidos através dos punções. 
o Sticking: termo utilizado para descrever material aderido nas paredes das 
matrizes e nas faces dos punções. 
o Especificações 
o Peso Médio; 
o Dureza; 
o Friabilidade (friabilômetro); 
o Espessura. 
 
 Comprimidos de Liberação Modificada: Sistema onde a liberação do fármaco 
é determinada de acordo com objetivos ou conveniências não oferecidas pelos sistemas 
de pronta liberação. Abrange todos os sistemas diferentes dos convencionais (USP, 
2005). 
 
 Tipos 
o Liberação retardada - Indica que o fármaco não é liberado imediatamente 
após a administração, mas um tempo depois. 
o Liberação repetida - Indica que a dose individual é liberada regularmente 
logo após a administração, e uma segunda ou terceira dose são 
subsequentemente liberadas, em intervalos intermitentes. 
o Liberação prolongada - Indica que o fármaco é disponibilizado para 
absorção por uma período de tempo mais prolongado do que a partir de 
uma forma farmacêutica convencional. Entretanto fica implícito que o 
início da ação é retardado, por causa da velocidade de liberação global 
mais lenta a partir da forma farmacêutica. 
o Liberação Sustentada - Indica uma liberação inicial do fármaco, 
suficiente para disponibilizar a dose terapêutica logo após a 
administração, a qual é seguida de uma liberação gradual do fármaco, por 
uma período de tempo estendido. 
o Liberação Estendida - Refere-se a formas farmacêuticas que liberam o 
fármaco lentamente de modo a manter as concentrações plasmáticas no 
nível terapêutico, por um período de prolongado de tempo (em geral, 
entre 8 a 12hs). 
Formas Farmacêuticas Sólidas 
 
13 
 
o Liberação Controlada - Refere-se a formas farmacêuticas que liberam o 
fármaco em uma velocidade constante e fornecem concentrações 
plasmáticas que permanecem invariáveis com o tempo. 
o Liberação Modificada - Formas farmacêuticas perorais que liberam 
fármacos continuamente, em velocidades que são controlados o 
suficiente para fornecer períodos de ação terapêutica prolongada após 
cada administração de uma dose única. 
 
 Vantagens 
o Adesão do paciente; 
o Redução nas variações das concentrações plasmáticas; 
o Redução de efeitos colaterais sistêmicos e locais; 
o Minimização da acumulação do fármaco nos tecidos corporais com 
terapia crônica; 
o Esquema posológico simplificado com menor administração de ativo; 
o Controle mais adequado da absorção do fármaco. 
 
 Desvantagens 
o Impossibilidade da interrupção imediata da ação terapêutica; 
o O médico perde a flexibilidade no ajuste dos regimes posológicos, 
fixados durante a concepção da forma farmacêutica; 
o Dor e rejeição no caso de implantes; 
o A produção pode envolver processos e equipamentos mais caros. 
 
 Revestimento de comprimidos: O revestimento de comprimidos consiste na 
aplicação de um material sobre a superfície externa de um comprimido com a 
intenção de conferir benefícios e propriedades à forma farmacêutica em relação 
à não-revestida. O líquido de revestimento (solução ou suspensão) contém um 
polímero em um meio líquido apropriado, junto com outros adjuvantes, como 
pigmentos e plastificantes. Essa solução é aspergida sobre leito misturado de 
comprimidos em rotação ou leito fluidizado. Os comprimidos são revestidos por 
inúmeros motivos: 
o Proteção do princípio ativo contra a exposição destrutiva ao ar e/ou 
umidade; 
Formas Farmacêuticas Sólidas 
 
14 
 
o Mascarar sabor do fármaco quando é deglutido; 
o Melhorar a estética e proporcionar peculiaridades distintivas ao produto. 
o O processo de revestimento com película proporciona um revestimento 
fino e liso, com um material que se assemelha ao plástico dando maior 
resistência física aos comprimidos. 
o Proporcionar características especiais de liberação do fármaco, como os 
de liberação entérica. 
 
 Formas farmacêuticas de Liberação Entérica 
o Formas farmacêuticas com revestimento entérico desenvolvidas para 
liberar seu conteúdo ativo no intestino (evitar a degradação de fármacos 
sensíveis ao pH ácido do estômago; reduzir os efeitos adversos de alguns 
fármacos). 
o São geralmente formas farmacêuticas sólidas, compreendendo grânulos, 
cápsulas ou comprimidos de liberação modificada que resistem sem 
alteração, à ação do suco gástrico e que, em contrapartida, devem 
desagregar rapidamente no suco intestinal. 
o As formas de liberação entérica são também designadas como formas de 
liberação retardada, ou seja, aquelas que liberam o fármaco em tempo 
diferente do sistema convencional e em local bem determinado, sendo 
depois, a liberação praticamente imediata. 
 
 Supositórios: São formas farmacêuticas sólidas destinadas à inserção nos 
orifícios corporais onde se fundem, amolecem ou dissolvem, exercendo efeitos 
locais ou sistêmicos. 
 
 Características 
o São destinados à ação local ou sistêmica, sendo utilizados quando os 
fármacos não são bem tolerados ou decompõem-se por via oral, quando o 
paciente não consegue ou não quer ingerir fármacos por via oral. 
o Supositórios em geral são usados pelas vias retal (Supositórios) e vaginal 
(Óvulos) e, algumas vezes pela via uretral (Velas). 
Formas Farmacêuticas Sólidas 
 
15 
 
o A forma e o tamanho de um supositório devem permitir a fácil aplicação 
sem causar distensão muscular e, uma vez inserido deve permanecer 
retido por um período apropriado. 
o Uma vez inserido, a base do supositório se funde, amolece ou dissolve, 
distribuindo a substância ativa nos tecidos locais. 
o O fármaco pode permanecer retido na cavidade e exercer um efeito local 
ou pode ser absorvido e desenvolver uma ação sistêmica. 
 
 Ação 
o Local - utilizados para aliviar constipação, dor, prurido e inflamação 
associados a hemorroidas ou outras condições anorretais. Estes contém 
anestésicos locais, vasoconstritores, adstringentes, analgésicos, 
emolientes e protetores; os supositórios deglicerina agem por meio de 
irritação local das mucosas, causando o efeito laxativo; os supositórios 
vaginais ou óvulos são empregados como contraceptivos, antissépticos e 
agentes específicos no combate à invasão de agentes patogênicos; os 
supositórios uretrais podem conter substâncias antibacterianas ou 
anestésicas locais para a realização de exames de uretra. 
o Sistêmica - As membranas mucosas do reto e da vagina permitem a 
absorção de muitos fármacos solúveis para a obtenção de efeito 
sistêmico. Vantagens: fármacos destruídos ou inativados pelo pH ou pela 
ação de enzimas no estômago ou no intestino; substâncias irritantes para 
o estômago; medicamentos destruídos pelo fígado desviam da circulação 
porta após a absorção retal; é uma via eficiente no tratamento de 
pacientes com vômito. 
 
 Fatores que afetam a absorção de fármacos por via retal 
o Fatores fisiológicos: conteúdo colônico, via de circulação, pH e ausência 
de capacidade tamponante dos fluídos retais. 
o Fatores físico-químicos: solubilidade óleo/água, tamanho da partícula, 
natureza da base. 
 Bases para supositórios 
o Bases Gordurosas ou Oleosa: São as mais frequentemente empregadas. 
Ex.: manteiga de cacau 
Formas Farmacêuticas Sólidas 
 
16 
 
o Bases Hidrossolúveis ou mucilaginosas: a base de polietilenoglicóis 
o Bases Mistas: Constituídas pela mistura de materiais oleosos e 
hidrossolúveis. 
 
 Modo de preparo 
o Por Moldagem: As etapas para moldagem incluem a fusão da base, 
incorporação das substâncias ativas, colocação da base no molde, 
resfriamento da base e solidificação do supositório e remoção do molde. 
o Por Compressão: Os supositórios podem ser preparados forçando a 
passagem da mistura da base e do fármaco para dentro de moldes em 
máquinas de produção especiais. 
 
Água Purificada 
17 
 
 Água – Uso farmacêutico 
 Importância nos processos de limpeza materiais e superfícies, porém pode 
carregar substâncias que comprometa a qualidade do produto como a vida útil 
dos equipamentos. 
 Contaminantes da água e suas consequências 
o Particulado: micro e macro partículas. Terra, ferrugem, coloides, sais 
precipitados (CaCO3; SiO2) - entupimento de válvulas, tubulações, 
filtros, membranas de osmose reversa, e outros. 
o Compostos inorgânicos: sais dissolvidos (Ca2+; Mg2+; Fe3+; Cl-; NO3-), 
metais pesados (cromo, chumbo, cádmio, mercúrio) aumento da 
condutividade; alteração das características e da qualidade do produto 
acabado. 
o Micro-organismos: bactérias; fungos; leveduras - contaminação dos 
produtos; formação de biofilme. 
 Tipos 
o Potável 
o Água para injetáveis 
o Purificada 
o Obtida por meio de destilação, tratamento de troca iônica, osmose 
reversa, ou outro processo adequado. 
o A água purificada não contém substâncias químicas adicionadas 
o Métodos de obtenção: 
o Deionização: é um processo de purificação que utiliza resinas 
sintéticas para permitir a troca seletiva de íons H+ ou OH- pelas 
impurezas ionizadas na água como íons cátions (Na
+
, Ca
2+
, Mg
2+
) e 
ânions (Cl
-
, SO4
2-
). O produto final dessas duas trocas é H
+
 e OH
-
, 
formando moléculas de água. Vantagens: remove sólidos ionizáveis 
dissolvidos, remove gases ionizados dissolvidos, remoção de 
compostos inorgânicos com eficiência, baixo custo operacional, 
regenerável, fácil operação. Desvantagens: não remove material 
orgânico dissolvido, material particulado, não remove pirogênio e 
bactérias, resinas de troca iônica podem ser geradoras de outros 
contaminantes. 
Água Purificada 
18 
 
o Destilação: neste processo a água passa do estado líquido para 
gasoso e depois volta para o estado líquido. É a mudança do líquido 
para o vapor que promove a separação da água das impurezas, as 
quais algumas vezes tem o ponto de ebulição maior que a água e 
então permanecem no estado líquido. Vantagens: remove uma 
grande porcentagem dos contaminantes, qualidade microbiológica 
alta, reutilizável continuamente, investimento inicial não muito 
alto, fácil operação. Desvantagens: grande consumo de água (20 -
30L /1L purificada), grande consumo de energia (900W), não 
remove gases e outros compostos orgânicos, requer efetivamente 
manutenção regular para assegurar um bom desempenho. 
o Osmose reversa: A osmose reversa requer uma pressão externa 
para que reverta o fluxo da osmose natural. Consiste na aplicação 
mecânica de uma pressão superior à pressão osmótica do lado da 
solução mais concentrada. Assim, a água pura pode ser retirada de 
uma solução salina por meio de uma membrana semipermeável. Na 
prática, pressiona-se a solução por meio de uma bomba e passa esta 
solução sob alta pressão por um vaso de pressão, em que está 
contida a membrana de osmose reversa. Vantagens: melhor 
aproveitamento da água, baixo consumo de energia, retém 
compostos não iônicos, bactérias, vírus, pirogênio e muitos 
compostos orgânicos. Desvantagem: equipamento mais caro, 
processo demorado, membranas sujeitas a incrustações e 
obstruções a longo prazo, não separa compostos orgânicos de baixo 
peso molecular, gases dissolvidos e dióxido de carbono, devendo 
assim utilizar pré-tratamento com filtro de 5 micrômetros. 
 
 
 
 
 
Formas Farmacêuticas Líquidas Não-Estéreis 
 
19 
 
São preparações formadas pela dispersão de um ou mais fármacos em um solvente 
adequado, ou em uma mistura de solventes miscíveis entre si. 
 
 Soluções: São preparações farmacêuticas líquidas que contém uma ou mais 
substâncias químicas dissolvidas em um solvente apropriado ou uma mistura de 
solventes miscíveis entre si. 
 Vantagens: Doses homogêneas; Disponibilidade imediata para absorção e 
distribuição; Podem ser usadas por qualquer via de administração; Podem ser 
administradas a pacientes que não podem engolir comprimidos ou cápsulas; As 
doses são ajustadas com facilidade. 
 Desvantagens: Alguns fármacos são menos estáveis em solução; Solubilidade; 
Fármacos com sabor desagradável requerem adjuvantes para mascarar o sabor; 
Difíceis de acondicionar, transportar e armazenar; Dose menos exata. 
 
 Tipos 
o Espíritos: Soluções alcoólicas ou hidroalcoólicas de substâncias 
voláteis, como a cânfora e a hortelã. A concentração alcoólica é acima 
de 60%. O elevado teor alcoólico de um espírito é necessário para 
garantir a solubilidade do ativo, assim a adição de água pode causar 
turbidez ou precipitação. 
o Tinturas: Contém materiais de origem vegetal ou substâncias químicas 
em solventes alcoólicos ou hidroalcoólicos. 
o Águas aromáticas: São soluções aquosas claras saturadas de óleos 
voláteis ou outras substâncias aromática ou voláteis. Nos dias atuais são 
pouco utilizadas, podem ser usadas para perfumar e flavorizar. 
o Elixires: São soluções que usam um veículo hidroalcoólico edulcorado 
indicado para uso oral e normalmente flavorizados para melhorar a 
palatabilidade. Os componentes dos elixires apresentam características 
diferentes de solubilidade em água e etanol, portanto a concentração de 
etanol na formulação varia amplamente. 
o Xaropes: São soluções orais que contêm uma elevada concentração de 
sacarose ou outros açúcares, com ou sem adição de fármacos e 
flavorizantes. Os xaropes são um meio agradável de administrar na 
forma líquida um fármaco de sabor desagradável. 
Formas Farmacêuticas Líquidas Não-Estéreis 
 
20 
 
 Adjuvantes: 
o Flavorizantes: Aroma de morango, cereja e etc 
o Edulcorantes: Sacarina, ciclamato de sódio 
o Agentes para aumentar a viscosidade: Glicerina, sorbitol 
o Antioxidantes: BHA, metabissulfito de sódio 
o Conservantes: Parabenos, fenoxietanol 
o Quelantes: EDTA 
 
 Líquidos não-estéreis: São aqueles nos quais se admite conceitualmente a presença 
de carga microbiana, embora limitada, tendo em vista sua utilização. A estabilidade do 
produto deve ser garantida evitando-se perda da atividade terapêutica, mudanças das 
características do produto,pH, precipitação, produção de gases e alteração de 
viscosidade. As fontes mais prováveis de contaminação são: direta (matéria prima, 
materiais de embalagem, fluidos gasosos, água), indireta (processos de limpeza, 
instalações inadequadas, operadores despreparados, falta de processos de validação). 
 Processos de fabricação - Fatores importantes: 
o Solubilidade 
o Tempo de mistura para total dissolução do fármaco. 
o Estabilidade da solução 
o Sequência de adição dos componentes 
o Definição da técnica de fabricação 
o Necessidade de aquecimento 
o Redução do tamanho da partícula a ser dissolvida 
o Filtração 
 
Formas Farmacêuticas Líquidas Estéreis 
 
21 
 
São medicamento estéreis: injetáveis e colírios 
 
 Injetáveis 
 Também chamados de parenterais 
o Vantagens: ação rápida, absorção pode ser completa, evita degradação 
pelo pH e enzimas do trato gastrintestinal, pode ser administrada 
mesmo sem a cooperação do paciente. 
o Soluções aquosas e oleosas, infusões, pós liofilizados, suspensões e 
emulsões. 
o Veículo aquosos: Água para injeção USP - água purificada por 
destilação ou osmose reversa; livre de pirogênios e de sólidos totais; 
deve ser adequadamente armazenada (até no máximo por 24 horas) - 
coletada e armazenada em recipientes estéreis e apirogênicos. 
o Veículo não-aquoso - Usado no caso de fármacos insolúveis em água 
(exceto intravascular) para promover liberação prolongada, por via 
intramuscular. Requisitos: Viscosidade (interferem na sensação de dor 
e difusão), Pureza (ausência de microrganismos e substâncias químicas 
tóxicas), Inocuidade (apenas a água responde a este requisito). Ex.: 
óleos (mineral, vegetais) - têm alta viscosidade e sofrem oxidação (uso 
de antioxidantes), somente IM e SC. 
o Adjuvantes: conservantes, antioxidantes, quelantes, agentes suspensores 
ou espessantes, anestésicos locais, tampões, 
solubilizantes/emulsificantes. 
 
 Colírios 
o São formas farmacêuticas estéreis destinadas ao tratamento de afecções 
do globo ocular, incluindo pálpebras, conjuntiva e córnea, ao preparo 
pré-operatório, para fins diagnósticos ou à limpeza do globo ocular. 
o Soluções empregadas com finalidade de limpeza e manutenção de 
lentes de contato devem apresentar os mesmos requisitos exigidos para 
colírios. 
o As formas líquidas instiladas são rapidamente eliminadas pelas 
lágrimas, tendo ação bastante fugaz e obrigando a repetidas aplicações. 
o Soluções, suspensões e pomadas 
Formas Farmacêuticas Líquidas Estéreis 
 
22 
 
o Adjuvantes: antioxidantes, quelantes, agentes doadores de viscosidade, 
tampões, corretivo de isotonia. 
o As suspensões oftálmicas são planejadas quando: se quer aumentar o 
tempo de contato entre o fármaco e a mucosa; promover a ação por 
mais tempo; o fármaco é insolúvel no veículo desejado; o fármaco é 
instável na forma de solução. As suspensões devem ter tamanho de 
partícula em torno de 10 μm, distribuição homogênea e de fácil 
ressuspensão e não deve tender a formar agregados de maiores 
dimensão de partículas 
o As pomadas oftálmicas são planejadas quando: se quer aumentar o 
tempo de contato entre o fármaco e a mucosa, promover a ação por 
mais tempo, quando o fármaco é instável em veiculo aquoso. 
 Requisitos dos produtos estéreis 
o Limpidez (soluções) 
o pH e tonicidade compatíveis com os tecidos onde são aplicados - Garante 
tolerância pelos tecidos e mucosas e estabilidade do fármaco durante 
armazenagem (hidrólise) 
o Isotonia - osmolaridade ideal dos injetáveis é de 300 mOsm/L 
o Ausência de pirogênio (injetáveis) - pirogênios são substâncias que 
induzem a febre. Pirogênios exógenos: bactérias (endotoxina 
bacteriana: lipopolissacarídeo - LPS), fungos, vírus e outros não 
microbianos, como por exemplo fármacos; Pirogênios endógenos. 
Testes de pirogênio recomendados: método in vivo em coelhos e 
Reagente LAL. 
 Esterilidade - Pode ser obtida por diferentes técnicas: 
 Calor úmido - Destruição microbiana por termocoagulação e 
desnaturação de enzimas e proteínas estruturais da célula microbiana. 
Porém é importante lembrar que calor úmido não destrói pirogênio. 
 Calor seco - Destruição microbiana por termocoagulação e 
desnaturação de enzimas e proteínas estruturais da célula microbiana 
 Filtração - Filtração esterilizante (membrana com poro de 0,22 μm) 
 Gás (óxido de etileno) - O material pode ser esterilizado diretamente 
em sua embalagens primária e secundária. 
Maquilagem para os lábios 
 
23 
 
 Batom: Formas cosméticas moldadas (matrizes graxas sólidas) contendo substâncias 
coloridas dissolvidas (corantes) ou dispersões de pigmentos em uma base composta por 
ceras, emolientes e demais componentes oleosos. 
 Principais funções: 
o Alterar o aspecto natural dos lábios, conferindo cor, definição e cobertura 
uniforme com mascaramento de imperfeições 
 Propriedades gerais desejadas 
o Aplicação facilitada com deslizamento adequado 
o Características organolépticas agradáveis 
o Forma de apresentação conveniente 
o Homogeneidade da cor 
o Inocuidade  não sensibilizar a mucosa labial 
o Estabilidade em condições diversas de armazenamento (temperatura, 
umidade e luminosidade) 
o Durante aplicação e armazenamento, não deve sofrer alterações no 
aspecto físico (ausência de rachaduras) 
o Composição 
o Agentes graxos (consistência) - Ex.: ceras (naturais ou sintéticas) 
o Agentes graxos (emoliente) - Ex.: lanolina e derivados, fluidos de 
silicone, óleo mineral 
o Agentes doadores/modificadores da cor: 
o Corante - solúvel no meio em que se encontra disperso 
o Pigmento - Substância colorida insolúvel 
o Agentes hidrofílicos: atuam como compostos umectantes, com 
propriedades solventes e doadores de viscosidade. Ex.: propilenoglicol 
o Aditivos: antioxidantes, conservantes, fragrâncias, filtros UV, 
flavorizantes ou edulcorantes 
o Substâncias ativas 
o Hidratantes  higroscópicos, NMF, aminoácidos, extratos 
vegetais 
o Protetores físicos  formadores de filme 
o Filtros solares 
o Vitaminas 
o Antirradicais livres 
Maquilagem para os lábios 
 
24 
 
o Regeneradores celulares 
 
o Técnicas de Preparo 
o Escala laboratorial 
 
o Dispersão de pigmentos → Preparação da massa base 
(Aquecimento moderado e controlado para fusão das ceras) → 
Adição da dispersão de pigmentos na massa base → Espatulação 
(homogeneização e eliminação de ar) → Aquecimento (fusão) 
→ Incorporação dos demais aditivos → Moldagem → 
Resfriamento → Envase em estojos e flambagem 
 
 Gloss Labial: Formas cosméticas moldadas, líquidas ou semissólidas, transparentes 
ou opalescentes e coloridas ou não, utilizadas para modificar levemente o aspecto 
natural dos lábios por meio da doação de brilho. Complementa a aplicação dos batons 
 
 Lápis e delineador labial: Formas cosméticas moldadas (matrizes cerosas ou 
graxas) aplicadas para modificar o aspecto natural dos lábios, conferindo cor e 
definição. Lápis confere cor aos lábios, enquanto o delineador confere definição ao 
contorno. 
 
 Protetor labial: Forma cosmética composta por substâncias graxas cuja finalidade é 
proteger a mucosa labial das condições ambientais adversas.

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