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Apostila-de-necropsia-3-1-1

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1 
r 
 
 
 
 
 
 
Introdução.....................................................................................2 
Capitulo I - Formação técnica.......................................................4 
Ética profissional 
Postura profissional 
Biossegurança 
EPI 
Aspectos legais 
 
Capitulo II - Anatomia humana.....................................................11 
Planos anatômicos, Pele, Coração, Sist. Vascular, sistema respiratório, Sist. 
Digestório, Sist. Geniturinário, aparelho genital masculino e feminino, Sist. Músculo, 
Sist. Nervoso central 
 
Capitulo III – Técnicas de necropsia............................................ 44 
Tanatologia 
Técnicas de abertura 
Técnicas de retirada de órgãos 
Técnicas de cortes de apresentação 
 
Capitulo IV – Reconstituição do corpo..........................................68 
Tecnicas Sutura e estancamento 
Noções básicas: 
-Embalsamamento 
-Formorização 
-Tanatopraxia 
-Necromaquiagem e reconstituição facil 
 
Capitulo V – Noções IML/SVO......................................................74 
Introdução 
Crime/acidentes/catástrofes - IML 
Morte natural – SVO 
 
Considerações finais e bibliografia...............................................92 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 2 
 
Introdução: 
O que é uma necropsia? 
A necropsia (necros= morto + scopion= observar) ou autopsia (auto= si próprio) é um 
procedimento médico praticado desde antes de Cristo e que visa analisar as alterações 
orgânicas após a morte. 
Etimologia: 
Há nove formas em uso atualmente: autopse, autópsia, autopsia, 
autoscópia, autoscopia, necropse, necrópsia, necropsia e necroscopia. 
 
Autópsia (AUTO= Em si próprio PSIA= Exame). 
Usual: 
 Palavra correta é Necropsia (NECRO=Morto PSIA=Exame), refere-se à dissecação de um 
cadáver, com diversos fins: educativos (aulas de anatomia), ou de medicina forense, em que se 
pretende determinar as causas da morte. 
 
Pode ser subdividida em três tipos: a necropsia médico-legal ou forense, destinada a 
identificar o processo da morte em casos de violência ou duvidosos; a verificação de óbito, 
realizada em casos de morte não violenta de pessoas sem acompanhamento médico e a 
necropsia hospitalar, realizada por anatomopatologistas, em pacientes internados falecidos 
em decorrência de doenças. 
Trabalho árduo, nem sempre bem interpretado e aceito pela comunidade, a necropsia deve ser 
realizada com a consciência de sua importância no aprimoramento da Medicina e como 
instrumento de controle do seu próprio exercício. 
A técnica da necropsia consiste em estudar as alterações de todos os órgãos após a morte a 
partir do exame macroscópico (observação a olho nu dos órgãos retirados), que fornece 
material para o exame microscópico, onde serão vistas as alterações a nível celular. 
Relacionando os achados macro e microscópicos com os dados da história do paciente, pode-
se então estabelecer a causa da morte, a doença de base e outras patologias existentes. 
A necropsia não serve apenas para identificar a causa do óbito, como muitos pensam, ela tem 
diversas outras funções: 
 Controle de qualidade do diagnóstico e do tratamento, através do conhecimento, por 
parte da equipe que atendeu o paciente, dos achados da necropsia, visando identificar 
possíveis falhas e suas causas, buscando sua correção, para que não se repitam em 
outro paciente. 
 Fonte de informação para a Secretaria de Saúde, permitindo a feitura de estatísticas 
precisas sobre as doenças mais freqüentes, o que influi na política de saúde do Estado 
e do Município. 
 Material para ensino dos médicos residentes, alunos e professores. A correlação 
clínico-patológica realizada durante todas as etapas da necropsia é um excelente 
exercício, constituindo a maior fonte de ensinamento em Patologia. 
 Material para pesquisa científica. 
 Reconhecimento de novas doenças e de novos padrões de lesão. 
 Reconhecimento do efeito do tratamento na evolução da doença. 
 Esclarecimento de casos sem diagnóstico clínico firmado ou naqueles em que a morte 
do paciente foi inesperada. 
 
 
 
 
 3 
 
 Conhecendo a realidade 
 
A função primordial da necropsia é fundamentar as causas que motivaram a morte da vítima e, 
quando possível, estabelecer sua causa jurídica, a identificação do morto, o tempo de morte e 
algo mais que possa contribuir no interesse de esclarecer algo em favor da justiça.Existem três 
indicações clássicas previstas em lei para a necropsia: 
 
•morte violenta (por acidentes de trânsito, do trabalho, homicídios, suicídios etc.); 
•morte suspeita (sem causa aparente); 
•morte natural de indivíduo não identificado. 
 
O que é necropsista? 
Necropsista é termo geral para quem realiza necropsia 
A necropsia é realizada por medico LEGISTA ou PATOLOGISTA, juntamente com um 
profissional treinado para dissecções especificas. 
O medico ou medico necropsista é o profissional que observa, anota e assina o laudo de causa 
da morte. 
O assistente necropsista é um profissional de nivel medio, que fez um curso com base teorica e 
pratica. 
•A definição de tecnico ou auxiliar é feita conforme a instituição. 
 
 
IML e a corrupção: 
 
Dados do Escritório das Nações Unidas contra Drogas e Crimes (UNODC), que anualmente 
patrocina a campanha "Corrupção: Você pode detê-la", indicam que mais de US$ 1 trilhão é 
pago em subornos em todo o mundo, contribuindo para o aumento da pobreza global, 
atrapalhando o desenvolvimento e afugentando investimentos. 
 
 
Máfia das funerárias consegue atestado falso: O grande repórter Eduardo Faustini, o 
mestre da reportagem investigativa na TV, com o uso de câmeras escondidas, fez mais uma 
que já é candidata ao Prêmio Esso de Telejornalismo deste ano. Descobriu que a máfia das 
funerárias consegue um atestado de óbito falso, que é porta para outros tipos de fraudes e 
envolve médicos e cartórios. 
 
“Esquema Frankenstein” no IML: Cadáveres tirados do IML de Curitiba eram 
recortados no laboratório de uma faculdade e vendidos para 
universidades do Sul e Sudeste do País. Os cadáveres eram obtidos, em sua 
maioria, no IML de Curitiba, até então dirigido por Chico Louco, que autorizava a liberação de 
corpos fora do que determina a Lei 8.501, que habilita as faculdades a receber, por doação, 
cadáveres inteiros para estudo. 
 
Trabalho em grupo: Pesquisar sobre atuação do IML e SVO, apontando suas dificuldades, 
utilidade social e atividades. 
 
 
 
 
 
 
 
http://anatomistaenecropsista.blogspot.com/2010/02/esquema-frankenstein-no-iml.html
 4 
 
Capitulo I 
 
 
 
 Formação técnica 
 
 
 
 Ética profissional 
 Postura profissional 
 Biossegurança 
 EPI 
 Aspectos legais 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 5 
 
 
 
 Ética profissional 
 
DEFINIÇÃO DE ÉTICA 
A ética seria então uma espécie de teoria sobre a prática moral, uma reflexão teórica que 
analisa e critica os fundamentos e princípios que regem um determinado sistema moral. 
 
A ética é uma característica inerente a toda ação humana e, por esta razão, é um elemento 
vital na produção da realidade social. Todo homem possui um senso ético, uma espécie de 
"consciência moral", estando constantemente avaliando e julgando suas ações para saber se 
são boas ou más, certas ou erradas, justas ou injustas. 
Existem sempre comportamentos humanos classificáveis sob a ótica do certo e errado, do bem 
e do mal. Embora relacionadas com o agir individual, essas classificações sempre têm relação 
com as matrizes culturais que prevalecem em determinadas sociedades e contextos históricos. 
 
Antes de agirmos devemos sempre refletir para que um ato infeliz nos cause problemas 
e tambem a outros. 
O homem é um ser-no-mundo, que só realiza sua existência no encontro com outros homens, 
sendo que, todas as suas ações e decisões afetam as outras pessoas. Nesta convivência, 
nesta coexistência, naturalmente têm que existir regras que coordenem e harmonizem esta 
relação. Estas regras, dentro de um grupo qualquer,indicam os limites em relação aos quais 
podemos medir as nossas possibilidades e as limitações a que devemos nos submeter. 
 São os códigos culturais que nos obrigam, mas ao mesmo tempo nos protegem. 
 
PROBLEMAS MORAIS E PROBLEMAS ÉTICOS 
A ética não é algo superposto à conduta humana, pois todas as nossas atividades envolvem 
uma carga moral. Idéias sobre o bem e o mal, o certo e o errado, o permitido e o proibido 
definem a nossa realidade. 
Em nossas relações cotidianas estamos sempre diante de problemas do tipo: 
 Devo sempre dizer a verdade ou existem ocasiões em que posso mentir? 
 Será que é correto tomar tal atitude? 
 Posso comentar alguns fatos? 
 O médico ocultou erro médico. O que faço? 
 
 
 
 
 
 
 
 6 
 
Os 10 mandamentos éticos do necropsista 
 
 
1)O Necropsista procurará familiarizar-se com os vários aspectos 
organizacionais e administrativos da instituição e com dinâmica do 
setor de trabalho. 
 
2)O Necrópsista, ciente de que o desempenho de sua função 
requer formação aprimorada, procurará ampliar e atualizar seus 
conhecimentos técnicos, científicos e do desenvolvimento da 
própria profissão. 
 
3)O Necrópsista procurará manter relações cordiais, espírito de 
colaboração e integração com todos os membros da equipe de 
necrópsia. 
 
4)O Necrópsista guardará segredo sobre fatos que tenha 
conhecimento no exercício de sua profissão. 
 
5) O Necrópsista colocará seus serviços profissionais à disposição 
da comunidade em casos de catástrofe, independentemente de 
qualquer proveito pessoal. 
 
6)Respeito ao cadáver e aos sentimentos dos familiares. 
Reconstituir o cadáver necropsiado de forma a manter sua 
dignidade e amenizar a dor dos familiares. 
 
7) Atividades tecnicas de apoio como formorização, tanatopraxia e 
outras somente podem ser realizadas com autorização 
administrativa e de familiares por escrito. 
 
8) Respeitar, no exercício da profissão, as normas relativas à 
preservação do meio ambiente e denunciar aos órgãos 
competentes as formas de poluição e deteriorização que 
comprometam a saúde e a vida. 
 
9)Desenvolver suas atividades profissionais em condições de 
trabalho que promovam a própria segurança e da coletividade. 
 
10)Nunca usar de qualquer mecanismo de pressão ou suborno 
com pessoas físicas ou jurídicas para conseguir qualquer tipo de 
vantagem. 
 
 
 
 7 
 
 Postura profissional 
 
 A morte deve ser encarada pelos profissionais de saúde como inerente à 
natureza humana. Somos seres finitos, embora às vezes possamos agir como 
imortais. Não sabemos nada sobre a morte, como e porque ela se deve ou 
acontece. É importante, portanto, prestar cuidados em que se destaque o sentir, 
mais do que o falar, acreditar nas potencialidades do encontro e da relação 
estabelecida, emergindo angústias e o significado delas, redimensionando o 
cuidado prestado no processo de adoecimento e finitude. 
Perdas são fenômenos que ocorrem inúmeras vezes ao longo da vida de cada indivíduo, não 
necessariamente ligados à morte física, costumam despertar sensações de angústia, medo e 
solidão, análogas à morte, e contém em seu bojo sofrimento, dor e tristeza. Podem vir por 
separação, perda de emprego ou aposentadoria, nas mudanças de fases do desenvolvimento 
da pessoa, outras mudanças (de residência, de cidade ou país, de escola, etc.) e nas escolhas 
– quando se faz uma escolha, se perde outra possibilidade. 
Luto é um processo inerente a uma perda: toda perda significativa pressupõe o luto, um 
processo que visa retirar a energia fixada no objeto perdido e redirecionada para outro objeto 
(FREUD, 1917, apud ESCUDEIRO, 2007). 
O luto pressupõe tarefas, segundo Worden (1998): 
 Aceitar a realidade da perda, 
 Elaborar a dor da perda, 
 Ajustar-se ao ambiente, 
 Reposicionar emocionalmente a pessoa falecida e continuar a vida. 
A postura mental é constituída por três elementos: 
 o conhecimento que você tem de você mesmo, 
 o valor que você dá a si mesmo 
 os conceitos ou paradigmas que você tem com relação à vida e ao mundo à sua volta. 
ATRIBUIÇÕES: 
Atividades de execução relativas ao trabalho auxiliar, sob supervisão 
imediata dos médicos (anatomia patológica), na realização de necropsias e 
exames anátomo-patológicos. 
Ou atividade padronizada da policia cientifica. 
ATRIBUIÇÕES TÍPICAS: 
 .1 – identificação dos corpos; 
 .2 - abertura, evisceração e fechamento dos corpos; 
 .3 – identificação dos órgãos; 
 .4 – fixação de peças anatômicas para posterior exame, a devida 
identificação, guarda, organização e arquivamento temporário do material 
em estudo e de reserva, tanto do material de necropsia quanto das peças cirúrgicas; 
 .5 – preparo das várias soluções fixadoras; 
 .6 – manutenção dos aparelhos e instrumental; 
 .7 – arrumação e limpeza da mesa de necropsia e instrumental; 
 .8 – afiação do instrumental cortante; 
 .9 – embalsamento de cadáveres. 
 8 
 
 Biossegurança 
"A biossegurança é o conjunto de ações voltadas para a prevenção, minimização 
ou eliminação de riscos inerentes às atividades de pesquisa, produção, ensino, 
desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços, visando à saúde do homem, dos 
animais, a preservação do meio ambiente e a qualidade dos resultados" (Teixeira & 
Valle, 1996). 
PRINCÍPIOS DA BIOSSEGURANÇA 
O objetivo principal da biossegurança é criar um ambiente de trabalho onde se promova a 
contenção do risco de exposição a agentes potencialmente nocivos ao trabalhador, pacientes e 
meio ambiente, de modo que este risco seja minimizado ou eliminado. 
Os métodos utilizados para se obter esta contenção representam as bases da biossegurança e 
são ditos primários ou secundários. 
1. A contenção primária, ou seja, a proteção do trabalhador e do ambiente de trabalho 
contra a exposição a agentes infecciosos, é obtida através das práticas microbiológicas 
seguras e pelo uso adequado dos equipamentos de segurança. O uso de vacinas, 
como a vacina contra a hepatite B, incrementa a segurança do trabalhador e faz parte 
das estratégias de contenção primária. 
2. A contenção secundária compreende a proteção do ambiente externo contra a 
contaminação proveniente do laboratório e/ou setores que manipulam agentes nocivos. 
Esta forma de contenção é alcançada tanto pela adequada estrutura física do local 
como também pelas rotinas de trabalho, tais como descarte de resíduos sólidos, 
limpeza e desinfecção de artigos e áreas, etc. 
Conjunto de normas e procedimentos de segurança que visam minimizar os acidentes em 
laboratório. 
 Lavar as mãos antes e após a jornada 
 
 Não comer ou preparar alimentos 
 
 Não fazer higiene bucal, maquiagem, roer unhas... 
 
 Trabalhe com seriedade 
 
 Descarte adequado para material biológico 
 
 
 9 
 
 
 EPI 
(Equipamentos de segurança pessoal) 
 
EQUIPAMENTOS DE SEGURANÇA 
Genericamente, podem ser considerados equipamentos de proteção individual todos os objetos 
cuja função é prevenir ou limitar o contato entre o operador e o material infectante. Desta 
forma, oferecem segurança ao funcionário desde objetos simples como as luvas descartáveis, 
até equipamentos mais elaborados como os fluxos laminares. 
Porém, é fundamental que o funcionário tenha consciência de que os equipamentos de 
proteção individual (EPIs) não substituem a prática das técnicas seguras. 
Portaria 3214-NR6 (08/06/78) 
 Luvas; 
 Pro-pé (botas); 
 Jaleco ou avental de plástico 
 Protetor de braço 
 Óculos; 
 Máscara 
 
Observar: 
As pessoas que acompanham a necropsia deve usar mascara, avental e botas. 
O nível de contaminação é alto para tuberculose e meningite. 
Existem perigos na area? 
 O risco de Tuberculose em profissionais de necropsia e tanatopraxia 
A proteção da saúde do trabalhador fundamentava-se basicamente na Lei Federal 
6514 de 22/12/1977 (que alterou o capítulo V, título II da Consolidação das Leis do). 
(Trabalho aprovada pelo Decreto Lei 54522 de 1/5/1943).Mais recentemente, tem sido. 
Motivo de preocupação e discussão nas várias esferas governamentais, encontrando. 
Amparo em legislações específicas: a Lei Orgânica da Saúde (Lei 8080 de 19/9/1990) 
Cita textualmente a saúde do trabalhador no âmbito do Sistema Unificado de Saúde 
(SUS) em seu art. 6º, parágrafo 3º. 
A doença proveniente de contaminação acidental do empregado, no exercício. 
De sua atividade, é prevista em lei. 
 10 
 Aspectos legais 
A função primordial da necropsia é fundamentar as causas que motivaram a morte da vítima e, 
quando possível, estabelecer sua causa jurídica, a identificação do morto, o tempo de morte e 
algo mais que possa contribuir no interesse de esclarecer algo em favor da justiça.Existem três 
indicações clássicas previstas em lei para a necropsia: 
 morte violenta (por acidentes de trânsito, do trabalho, homicídios, suicídios etc.); 
 morte suspeita (sem causa aparente); 
 morte natural de indivíduo não identificado. 
A obrigatoriedade da execução da necropsia está regulada no Código de Processo Penal no 
artigo 162: “A autópsia será feita pelo menos 6 (seis) horas depois do óbito, salvo se os peritos, 
pela evidência dos sinais de morte, julgarem que possa ser feita antes daquele prazo, o que 
declararão no auto”. 
Parágrafo único - Nos casos de morte violenta, bastará o simples exame externo do 
cadáver, quando não houver infração penal que apurar, ou quando as lesões externas 
permitirem precisar a causa da morte e não houver necessidade de exame interno para a 
verificação de alguma circunstância relevante. 
 
Art. 163 - Em caso de exumação para exame cadavérico, a autoridade providenciará para 
que, em dia e hora previamente marcados, se realize a diligência, da qual se lavrará auto 
circunstanciado. 
 Não existe dispositivo legal que obrigue a realização de uma necropsia anatomopatológica, 
mas os hospitais costumam solicitar aos familiares ou responsáveis um termo de permissão. 
Somente com autorização da família ou responsáveis pode-se fazer uma necropsia em 
paciente cuja morte for natural. Isso ocorre quando o médico tem dúvidas quanto ao 
diagnóstico de morte. 
 O Departamento de Anatomia Patológica 
 realiza necrópsias completas, que duram cerca de 2 horas 
 Causas naturais 
 Gera dados estatísticos de saúde 
Quanto ao destino do cadáver, poderá ser realizado inumação simples ou cremação do corpo. 
A inumação simples é o procedimento mais comum a se realizar. Verificado o óbito procede-se 
à confecção do atestado de óbito pelo médico que assistiu o paciente ou realizou a necropsia, 
e a aquisição da certidão de óbito pela família no cartório. Nenhuma inumação ou cremação 
pode ser realizada sem tal documentação. O cadáver é levado ao cemitério e inumado em 
túmulos ou jazigos, ou cremado em crematórios específicos. 
O sepultamento não deve ocorrer antes de 24 horas e nem depois de 36 horas do falecimento, 
exceto por motivos especiais (epidemias, por exemplo). 
 
Vilipêndio a cadáver é uma figura de crime contemplado no Código Penal Brasileiro: Art. 
212. Vilipendiar cadáver ou suas cinzas: Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e 
multa. 
 
  OBS: Todo procedimento fora da necropsia, deve ter autorização por escrito 
de familiar próximo ou autoridade – (administrador do hospital, velório ou casa 
de saúde). 
 
http://pt.wiktionary.org/wiki/vilip%C3%AAndio
http://pt.wiktionary.org/wiki/cad%C3%A1ver
http://pt.wikipedia.org/wiki/Crime
http://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%B3digo_Penal
 11 
Capitulo II 
 
 
 
Anatomia humana 
 
 
 
Tópicos 
 
 Planos anatômicos 
 
 Pele 
 
 Coração 
 
 Sist. Vascular 
 
 Sist. respiratorio 
 
 Sist. Digestório 
 
 Sist. Geniturinário 
 
 Aparelho genital masculino e feminino 
 
 Sist. Músculo/esquelético 
 
 Sist. Nervoso central 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 12 
 
 
 Planos anatômicos 
 
 a) Planos Seccionais: quatro planos são fundamentais: 
 
 1) Plano Mediano: plano vertical que passa longitudinalmente através do corpo, 
dividindo-o em metades direita e esquerda. Parassagital, usado pelos neuroanatomistas e 
neurologistas é desnecessário porque qualquer plano paralelo ao plano mediano é sagital 
por definição. Um plano próximo do mediano é um Plano Paramediano. 
 2) Planos Sagitais: são planos verticais que passam através do corpo, paralelos 
ao plano mediano. 
 
 
3) Planos Frontais (Coronais): são plano verticais que passam através do corpo 
em ângulos retos com o plano mediano, dividindo-o em partes anterior (frente) e posterior 
(de trás). 
 
4) Planos Transversos (Horizontais): são planos que passam através do 
corpo em ângulos retos com os planos coronais e mediano. Divide o corpo 
em partes superior e inferior. 
 13 
 
 
 Planos Tangenciais 
suponhemos, agora, que o indivíduo, em posição anatômica, esteja dentro de um 
caixão de vidro. As seis paredes que constituem o caixão representariam os planos 
tangenciais: 
 
 
 Plano Superior: seria a parede que está por cima da cabeça 
 
 Plano Inferior: é o que se situa por baixo dos pés. 
 
 Plano Anterior: é o plano que passa pela frente do corpo. 
 
 Plano Posterior: é o que formaria o fundo do caixão, ou seja atrás das costas. 
 
 Planos Laterais: são as duas paredes laterais, que limitam os membros 
(superiores e inferiores), do lado direito e esquerdo. 
 
Termos de relação: 
 
 Anterior: ventral 
 
 Posterior: Dorsal 
 
 Superior: Cranial 
 
 Inferior: Caudal 
 
 
 
Termos de Comparação 
 
 Superficial: tudo o que está mais para fora do corpo. Exemplo: pele. 
 
 Profundo: tudo o que está mais fundo. Exemplo: ossos. 
 
 
Posicionamento: 
Cadáver deitado em posição ventral: barriga para baixo 
Cadáver deitado em posição dorsal: Costas para baixo 
 
 
 
 
 14 
 
 
 
 
 
 
 Pele – Sistema tegumentar 
 
 
 
O tegumento ou pele cobre a superfície do corpo protegendo-o das 
influências ambientais danosas. Como a pele é facilmente acessível, 
ela é importante nos exames físicos. A pele propicia: 
 
 Proteção do corpo contra o meio ambiente, abrasões, perda de 
líquido, substâncias nocivas e microorganismos invasores. 
 
 Regulação do calor através das glândulas sudoríparas e vasos 
sanguíneos. 
 
 Sensibilidade por meio dos nervos superficiais e suas 
terminações sensitivas 
 
A pele forma um envoltório para as estruturas do corpo e substâncias vitais 
(líquidos), formando assim o maior órgão do corpo. 
A pele é composta de: 
 
 Epiderme: camada celular superficial. 
 
 Derme: camada de tecido conectivo profunda. 
 15 
 
 
A hipoderme, ou tecido celular subcutâneo é a parte mais profunda da 
pele. Esta é composta por tecido conjuntivo que envolvem e células 
gordurosas (adipócitos). A hipoderme serve como proteção contra 
traumas físicos, e como depósito de calorias. 
 
 
 
 
 
 
 Coração 
 
O coração é um órgão muscular oco que se localiza no meio do peito, sob o 
osso esterno, ligeiramente deslocado para a esquerda. Em uma pessoa adulta, 
tem o tamanho aproximado de um punho fechado e pesa cerca de 400 gramas. 
 
O coração humano, apresenta quatro cavidades: duas superiores, denominadas átrios (ou 
aurículas) e duas inferiores, denominadas ventrículos. O átrio direito comunica-se com o 
ventrículo direito através da válvula tricúspide. O átrio esquerdo, por sua vez, comunica-se com 
o ventrículo esquerdo através da válvula bicúspide ou mitral.A função das válvulas cardíacas é 
garantir que o sangue siga uma única direção, sempre dos átrios para os ventrículos. 
As Valvas 
 
As valvas são retalhos (flaps) musculares que se abrem e fecham; este 
movimento de abrir e fechar faz com que o sangue direcionado de maneira 
correta. 
 
O coração tem 4 valvas: 
 
• A valva tricúspide regula o fluxo do sangue entre o átrio direito e o ventrículo 
direito, vindos das veias cavas superior e inferior. 
• A valva pulmonar se abre para permitir ao sangue fluir do ventrículo direito aospulmões. 
• A valva mitral regula o fluxo do sangue entre o átrio esquerdo e o ventrículo 
esquerdo. 
• A valva aórtica permite ao sangue fluir do ventrículo esquerdo à aorta 
ascendente. 
 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Subcut%C3%A2neo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Pele
http://pt.wikipedia.org/wiki/Tecido_conjuntivo
http://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%A9lulas
http://pt.wikipedia.org/wiki/Adip%C3%B3citos
http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Traumas_f%C3%ADsicos&action=edit&redlink=1
http://pt.wikipedia.org/wiki/Calorias
 16 
 
 
 
 
 
 
 SISTEMA CARDIOVASCULAR 
O sistema cardiovascular ou circulatório é uma vasta rede de tubos de vários 
tipos e calibres, que põe em comunicação todas as partes do corpo. Dentro 
desses tubos circula o sangue, impulsionado pelas contrações rítmicas do 
coração. 
 
 Circulação Pulmonar e Sistêmica 
 Circulação Pulmonar - leva sangue do ventrículo direito do coração 
para os pulmões e de volta ao átrio esquerdo do coração. Ela transporta o 
sangue pobre em oxigênio para os pulmões, onde ele libera o dióxido de 
carbono (CO2) e recebe oxigênio (O2). O sangue oxigenado, então, retorna 
ao lado esquerdo do coração para ser bombeado para circulação sistêmica. 
 Circulação Sistêmica - é a maior circulação; ela fornece o suprimento 
sangüíneo para todo o organismo. A circulação sistêmica carrega oxigênio e 
outros nutrientes vitais para as células, e capta dióxido de carbono e outros 
resíduos das células 
 
 
TIPOS E CARACTERÍSTICA DOS VASOS SANGÜÍNEOS 
 
ARTÉRIAS: 
· A aorta é a maior delas; 
 17 
· Artérias médias e pequenas se ramificam das da aorta; 
· A função das artérias é levar sangue oxigenado para os órgãos. 
· São estruturas com paredes grossas e extenso desenvolvimento de tecido elástico, músculo 
liso e tecido conjuntivo. 
· A espessura da parede da arterial é característica especial pois recebem sangue diretamente 
do coração e estão submetidas a altas pressões atuantes sobre os vasos sangüíneos. 
· O volume de sangue, contido nas artérias é chamado de volume estressado 
( significando que o volume de sangue está submetido a altas pressões). 
 
ARTERÍOLAS: 
· São os menores vasos arteriais. 
· Suas paredes apresentam extenso desenvolvimento do músculo liso e estas paredes estão 
tonicamente ativas (sempre contraído). 
· São locais de alta resistência ao fluxo sangüíneo. 
· São amplamente inervados por fibras nervosas simpáticas 
CAPILARES: 
· Os capilares são estruturas de paredes muito delgadas, revestida de um só camada de 
células endoteliais, circundada por uma lâmina basal. 
· Os capilares são os locais onde os nutrientes, gases, água e solutos são trocados entre 
sangue e os tecidos. 
· As substâncias lipossolúveis ( O2/CO2) cruzam a parede do capilar por se dissolverem e se 
difundirem pelas membranas das células endoteliais. 
· As substâncias hidrossolúveis (íons) cruzam as paredes do capilar por meio de fenda 
(espaços) entre células endoteliais ou por grandes poros (capilares fenestrados). 
· Nem todos os capilares são todo tempo perfundidos com sangue. Ocorre perfusão seletiva 
dos leitos capilares dependendo das necessidades metabólicas dos tecidos. 
 
 
VÊNULAS E VEIAS: 
· As vênulas são estruturas de paredes finas. 
· As veias são formadas pela camada usual de células endoteliais e pequenas quantidades de 
tecido elástico, músculo liso e tecido conjuntivo. 
· As veias têm capacitância muito grande (capacidade para armazenar sangue). 
· As veias contêm a maior porcentagem de sangue de todo sistema cardiovascular. 
· a porcentagem de sangue contido nas veias é chamado volume não-estressado (submetido a 
baixas pressões). 
· O músculo liso das paredes das veias como o das arteríolas é inervado por fibras nervosas 
simpáticas. O da atividade nervosa simpática provoca contração das veias assim reduz a 
capacitância e por conseguinte reduz o volume não estressado. 
 
 
 
Funções do sistema cardiovascular 
O sistema circulatório permite que algumas atividades sejam executadas com grande 
eficiência: 
 transporte de gases: os pulmões, responsáveis pela obtenção de oxigênio e 
pela eliminação de dióxido de carbono, comunicam-se com os demais tecidos do corpo 
por meio do sangue. 
 transporte de nutrientes: no tubo digestivo, os nutrientes resultantes da digestão 
passam através de um fino epitélio e alcançam o sangue. Por essa verdadeira "auto-
estrada", os nutrientes são levados aos tecidos do corpo, nos quais se difundem para o 
líquido intersticial que banha as células. 
 transporte de resíduos metabólicos: a atividade metabólica das células do 
corpo origina resíduos, mas apenas alguns órgãos podem eliminá-los para o meio 
 18 
externo. O transporte dessas substâncias, de onde são formadas até os órgãos de 
excreção, é feito pelo sangue. 
 transporte de hormônios: hormônios são substâncias secretadas por certos 
órgãos, distribuídas pelo sangue e capazes de modificar o funcionamento de outros 
órgãos do corpo. 
 intercâmbio de materiais: algumas substâncias são produzidas ou 
armazenadas em uma parte do corpo e utilizadas em outra parte. Células do fígado, 
por exemplo, armazenam moléculas de glicogênio, que, ao serem quebradas, liberam 
glicose, que o sangue leva para outras células do corpo. 
 transporte de calor: o sangue também é utilizado na distribuição homogênea de 
calor pelas diversas partes do organismo, colaborando na manutenção de uma 
temperatura adequada em todas as regiões; permite ainda levar calor até a superfície 
corporal, onde pode ser dissipado. 
 distribuição de mecanismos de defesa: pelo sangue circulam anticorpos e 
células fagocitárias, componentes da defesa contra agentes infecciosos. 
 
 
 
 
 
 
Sistema Respiratório 
A respiração é um processo fisiológico pelo qual os organismos vivos inalam oxigênio do meio circulante 
e soltam dióxido de carbono. A respiração (ou troca de substâncias gasosas - O2 e CO2 ), entre o ar e a 
corrente sanguínea, é feita pelo aparelho respiratório que compreende: nariz, cavidade nasal dividida 
em duas fossas nasais, faringe, laringe, traquéia, brônquios e pulmões com bronquíolos e alvéolos. Nos 
alvéolos pulmonares, o oxigênio (O2) passa para o sangue (glóbulos vermelhos), enquanto o gás 
carbônico (CO2) o abandona. Este intercâmbio de gases ocorre obedecendo às leis físicas da difusão. 
Tórax 
Os pulmões se localizam no interior do tórax. As costelas, que formam a caixa torácica, 
inclinam-se para a frente pela ação do músculo intercostal, provocando um aumento do volume 
da cavidade torácica. 
O volume do tórax também aumenta pela contração para baixo dos músculos do diafragma. 
Quando o tórax se expande, os pulmões começam a encher-se de ar durante a inspiração. O 
relaxamento dos músculos do tórax permite que estes voltem ao seu estado natural, forçando o 
ar a sair dos pulmões. 
 19 
 
Os pulmões apresentam forma cônica, com ápice, base, faces (costal, mediastinal, 
diafragmática e interlobar) e margens (anterior, posterior e inferior), sendo septados em lobos 
pelas fissuras. Este par de órgãos está apoiado sobre o diafragma, protegidos pelas costelas; 
ficam separados um do outro em grande parte, pelo coração (área cardíaca). O pulmão direito 
apresenta-se dividido em três lobos (superior, médio e inferior) por duas fissuras interlobares 
presentes na superfície. Já o pulmão esquerdo esta dividido em dois lobos (superior e 
inferior). Os lobos, por sua vez, apresentam-se divididos em segmentos broncopulmonares, 
conforme a ramificação dos brônquios. O segmento broncopulmonar pode ser definido como 
sendo a porção do pulmão onde determinado brônquio se distribui. Os segmentos 
broncopulmonares têm sido muito usados pelos cirurgiões torácicos, broncoscopistas e 
radiologistas, servem como pontos de reparo em cirurgias e nos diagnósticos. 
 
 
 
 Sistema digestório 
 
O sistema digestório humano é formado por um longo tubo musculoso, ao qual estão 
associados órgãos e glândulas que participam da digestão.Apresenta as seguintes regiões; 
boca, faringe, esôfago, estômago, intestino delgado, intestino grosso e ânus 
. 
A abertura pela qual o alimento entra no tubo digestivo é a boca. Aí encontram-se os 
dentes e a língua, que preparam o alimento para a digestão, por meio da mastigação. Os 
dentes reduzem os alimentos em pequenos pedaços, misturando-os à saliva, o que irá facilitar 
a futura ação das enzimas. 
 
A língua movimenta o alimento empurrando-o em direção a garganta, para que seja 
engolido. 
 
A faringe, situada no final da cavidade bucal, é um canal comum aos sistemas digestório e 
respiratório: por ela passam o alimento, que se dirige ao esôfago, e o ar, que se dirige à 
laringe. 
 
 20 
 
 
 
 
 
O esôfago, canal que liga a faringe ao estômago, localiza-se entre os pulmões, 
atrás do coração, e atravessa o músculo diafragma, que separa o tórax do 
abdômen. O bolo alimentar leva de 5 a 10 segundos para percorre-lo. 
 
 
 
 
 
 21 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O estômago é uma bolsa de parede musculosa, localizada no lado esquerdo 
abaixo do abdome, logo abaixo das últimas costelas. É um órgão muscular que liga o 
esôfago ao intestino delgado. Sua função principal é a digestão de alimentos 
protéicos. Um músculo circular, que existe na parte inferior, permite ao estômago 
guardar quase um litro e meio de comida, possibilitando que não se tenha que ingerir 
alimento de pouco em pouco tempo. Quando está vazio, tem a forma de uma letra "J" 
maiúscula, cujas duas partes se unem por ângulos agudos. 
 
 
 
 
 22 
 
 
 
 
 
 Segmento superior: é o mais volumoso, chamado "porção vertical". 
Este compreende, por sua vez, duas partes superpostas; a grande 
tuberosidade, no alto, e o corpo do estômago, abaixo, que termina pela 
pequena tuberosidade. 
 Segmento inferior: é denominado "porção horizontal", está separado 
do duodeno pelo piloro, que é um esfíncter. A borda direita, côncava, é 
chamada pequena curvatura; a borda esquerda, convexa, é dita grande 
curvatura. O orifício esofagiano do estômago é o cárdia. 
 
 
O intestino delgado é um tubo com pouco mais de 6 m de comprimento por 4cm de 
diâmetro e pode ser dividido em três regiões: duodeno (cerca de 25 cm), jejuno (cerca 
de 5 m) e íleo (cerca de 1,5 cm). 
A porção superior ou duodeno tem a forma de ferradura e compreende o piloro, 
esfíncter muscular da parte inferior do estômago pela qual este esvazia seu conteúdo no 
intestino. 
A digestão do quimo ocorre predominantemente no duodeno e nas primeiras porções 
do jejuno. No duodeno atua também o suco pancreático, produzido pelo pâncreas, que 
 23 
contêm diversas enzimas digestivas. Outra secreção que atua no duodeno é a bile, 
produzida no fígado e armazenada na vesícula biliar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 fígado é simples, embora ele seja um órgão muito complexo e rico em 
particularidades. Localiza-se na cavidade abdominal, no hipocôndrio 
direito, abaixo do Músculo Diafragma, lateralmente ao estômago, acima 
do pâncreas e anteriormente a vesícula biliar. Além do mais, a margem 
inferior do lobo direito do fígado apresenta um íntimo contato com o 
intestino grosso. 
O fígado possui quatro lobos: o direito (o maior), o esquerdo, o quadrado, o 
caudado. Unindo os lobos esquerdo e direito, há o ligamento falciforme; e 
 24 
fazendo a junção entre o fígado e o Músculo Diafragma, há dois ligamentos: o 
triangular e o coronário. 
É irrigado principalmente pelas Artérias Hepáticas, e é drenado pelas Veia 
Cava Inferior e Veia Porta, sendo esta última a principal via de comunicação do 
fígado com o corpo. 
 
 
 
 
 
É o maior órgão interno, e é ainda um dos mais importantes. É a mais volumosa 
de todas as vísceras, pesa cerca de 1,5 kg no homem adulto, e na mulher adulta entre 
1,2 e 1,4 kg. Tem cor arroxeada, superfície lisa e recoberta por uma cápsula própria. 
Está situado no quadrante superior direito da cavidade abdominal. 
 
 
 
 
 pâncreas é uma glândula mista, de mais ou menos 15 cm de comprimento e 
de formato triangular, localizada transversalmente sobre a parede posterior do 
abdome, na alça formada pelo duodeno, sob o estômago. O pâncreas é 
formado por uma cabeça que se encaixa no quadro duodenal, de um corpo e 
de uma cauda afilada. A secreção externa dele é dirigida para o duodeno pelos 
canais de Wirsung e de Santorini. 
 
 25 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 26 
 
 
1: Cabeça do pâncreas 
2: Processo uncinado do pâncreas 
3: Pancreatic notch 
4: Corpo do pâncreas 
5: Superfície anterior do pâncreas 
6: Superfície inferior do pâncreas 
7: Margem superior do pâncreas 
8: Margem anterior do pâncreas 
9: Margem inferior do pâncreas 
10: Omental tuber 
11: Cauda do pâncreas 
12: Duodeno 
 
O intestino grosso é a parte final do tubo digestivo. 
 
 Nele distinguem-se três partes: o ceco, onde desemboca o intestino delgado e em que existe 
um prolongamento em forma de tubo chamado apêndice vermiforme; o cólon (em que, por seu 
turno, se distinguem três partes: colo ascendente ou direito, o colo transverso, que atravessa a 
cavidade abdominal da direita para a esquerda, e o cólon descendente ou esquerdo) e o recto 
(ou reto), que faz comunicar o colo com o exterior através do orifício anal, que apresenta uma 
dilatação chamada ampola retal, cujo alargamento desencadeia o ato de defecação. O ânus 
encontra-se fechado por um músculo chamado esfíncter anal, situado à sua volta, em forma de 
anel. No intestino grosso os alimentos não digeríveis são acumulados, sendo-lhes absorvida a 
água. Também é aí que são armazenadas as fezes, antes de serem evacuadas. 
 
http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Cabe%C3%A7a_do_p%C3%A2ncreas&action=edit&redlink=1
http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Processo_uncinado_do_p%C3%A2ncreas&action=edit&redlink=1
http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Pancreatic_notch&action=edit&redlink=1
http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Corpo_do_p%C3%A2ncreas&action=edit&redlink=1
http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Superf%C3%ADcie_anterior_do_p%C3%A2ncreas&action=edit&redlink=1
http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Superf%C3%ADcie_inferior_do_p%C3%A2ncreas&action=edit&redlink=1
http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Margem_superior_do_p%C3%A2ncreas&action=edit&redlink=1
http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Margem_anterior_do_p%C3%A2ncreas&action=edit&redlink=1
http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Margem_inferior_do_p%C3%A2ncreas&action=edit&redlink=1
http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Omental_tuber&action=edit&redlink=1
http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Cauda_do_p%C3%A2ncreas&action=edit&redlink=1
http://pt.wikipedia.org/wiki/Duodeno
http://pt.wikipedia.org/wiki/Tubo_digestivo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ceco
http://pt.wikipedia.org/wiki/Intestino_delgado
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ap%C3%AAndice_vermiforme
http://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%B3lon
http://pt.wikipedia.org/wiki/Colo_ascendente
http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Colo_transverso&action=edit&redlink=1
http://pt.wikipedia.org/wiki/Cavidade_abdominal
http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=C%C3%B3lon_descendente&action=edit&redlink=1
http://pt.wikipedia.org/wiki/Recto
http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%82nus
http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Ampola_retal&action=edit&redlink=1
http://pt.wikipedia.org/wiki/Defeca%C3%A7%C3%A3o
http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%82nus
http://pt.wikipedia.org/wiki/Esf%C3%ADncter_anal
http://pt.wikipedia.org/wiki/Fezes
 27 
Intestinos: O comprimento do Intestino Delgado varia entre 3 e 9 metros e, divide-se 
em três partes: o duodeno, o jejuno e o íleo. O duodeno tem cerca de 25 cm ( 12 dedos 
de comprimento por isso se chama duodeno ). A, tão frequente, úlcera do duodeno 
localiza-se nos 5 cm iniciais que formam o bulbo do duodeno. 
 
O intestino grosso pode ser comparado com uma ferradura, aberta para baixo, mede cerca de 6,5 
centímetros de diâmetro e 1,5 metros de comprimento. Ele se estende do íleo até o ânus e está fixo à 
parede posteriordo abdômen pelo mesecolo. 
O intestino grosso absorve a água com tanta rapidez que, em cerca de 14 horas, o material 
alimentar toma a consistência típica do bolo fecal. 
 
 
FASE FINAL: Formação e acumulo de bolo fecal. Processo de liberação das fezes. 
 28 
 Sistema geniturinário 
O sistema urinário participa da manutenção da homeostase através da eliminação de 
restos do metabolismo, de água e outras substâncias pela urina. O sistema urinário é 
formado por 2 rins, 2 ureteres, 1 bexiga e 1 uretra. . O rim pode ser separado em porção 
cortical e porção medular. Na medula observam-se de 10 a 18 pirâmides medulares, as 
quais apontam para os cálices e destes para a pélvis renal. Cada pirâmide contém de 400 
a 500 raios medulares, os quais penetram no córtex. 
Rim é cada um dos dois órgãos excretores, em forma de feijão (tendo no ser humano, 
aproximadamente 11 cm de comprimento, 5 cm de largura e 3 cm de espessura). . 
Localização: Em humanos, os rins estão localizados na região posterior do abdomen, atrás do 
peritoneo, motivo pelo qual são chamados de órgãos retroperitoneais. Existe um rim em cada 
lado da coluna; o direito encontra-se logo abaixo do fígado e o esquerdo abaixo do baço. Em 
cima de cada rim encontramos a glândula supra-renal. 
 
Ao corte frontal, que divide o rim em duas partes, é possível reconhecer o córtex renal, uma 
camada mais externa e pálida, e a medula renal, uma camada mais interna e escura. O córtex 
emite projeções para a medula denominadas colunas renais, que separam porções cônicas da 
medula chamadas pirâmides. 
As pirâmides têm bases voltadas para o córtex e ápices voltados para a medula, sendo que 
seus ápices são denominados papilas renais. É na papila que desembocam os ductos 
coletores pelos quais a urina escoa atingindo a pelve renal e o ureter. A pelve é a extremidade 
dilatada do ureter e está dividida em dois ou três tubos chamados cálices maiores, os quais 
subdividem-se em um número variado de cálices menores. Cada cálice menor apresenta um 
encaixe em forma de taça com a papila renal. 
 
 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Abdomen
http://pt.wikipedia.org/wiki/Peritoneo
http://pt.wikipedia.org/wiki/F%C3%ADgado
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ba%C3%A7o
http://pt.wikipedia.org/wiki/Gl%C3%A2ndula_supra-renal
http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=C%C3%B3rtex_renal&action=edit&redlink=1
http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Medula_renal&action=edit&redlink=1
http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Ductos_coletores&action=edit&redlink=1
http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Ductos_coletores&action=edit&redlink=1
http://pt.wikipedia.org/wiki/Urina
 29 
 Aparelho genital: Masculino 
Os órgãos do sistema genital masculino são os testículos (gônadas masculinas), um 
sistema de ductos (ducto deferente, ducto ejaculatório e uretra), as glândulas sexuais 
acessórias (próstata, glândula bulbouretral e vesículas seminais) e diversas estruturas de 
suporte, incluindo o escroto e o pênis 
 O testículo é um órgão par (direito e esquerdo), situado numa bolsa 
músculo-cutânea, denominada escroto, a qual, como dissemos 
anteriormente, está apensa à região anterior do períneo, logo por trás do 
pênis. 
 
 Cada testículo tem forma ovóide, com o grande eixo quase vertical, e 
ligeiramente achatado no sentido lateromedial, do que decorre apresentar 
duas faces, duas bordas e duas extremidades. 
 
 O epidídimo, estende-se longitudinalmente na borda posterior do testículo. 
 
 Ele apresenta uma dilatação superior que ultrapassa o pólo superior do 
testículo, que é denominada cabeça; um seguimento intermediário que é o 
corpo e inferiormente, uma porção mais estreitada, que é a cauda do 
epidídimo. 
 
 O escroto é uma bolsa músculo-cutânea onde estão contidos os testículos 
epidídimo e primeira porção dos ductos deferentes. 
 
 Cada conjunto desses órgãos (direito e esquerdo) ocupa compartimento 
completamente separados, uma vez que o escroto é subdividido em duas 
lojas por um tabique sagital mediano denominado septo do escroto. 
 
 A próstata é mais uma glândula, cuja secreção é acrescentada ao líquido 
seminal. Sua base está encostada no colo da bexiga e a primeira porção da 
uretra perfura-a longitudinalmente pelo seu centro, da base ao ápice. 
 
 
 
 
 30 
 Aparelho genital: Feminino 
 
Os órgãos do sistema genital feminino: A vulva é o conjunto dos órgãos genitais 
externos. Nela se distinguem as seguintes regiões anatômicas: Monte de Vênus que é a região 
púbica coberta de pêlos na mulher adulta; os lábios maiores são duas dobras de pele que 
cobrem os lábios menores, ou ninfas, o clitóris, que é um órgão impar, eréctil e o orifício 
vaginal. 
 
 
Estruturalmente a vagina é constituída por uma túnica fibrosa, que envolve 
uma túnica muscular (fibras musculares lisas) e interiormente é revestida por uma 
túnica mucosa. 
 
O pudendo feminino (vulva) constitui a parte externa dos órgãos genitais femininos. 
Os lábios maiores unem-se anteriormente, nas proximidades da sínfise da pube, 
formando um ângulo agudo que se denomina comissura anterior. 
O mesmo acontece posteriormente, no centro do períneo, constituindo a comissura 
posterior. 
A cútis do monte da pube apresenta grande quantidade de pelos, os quais tornam-se 
mais escassos na região dos lábios maiores do pudendo. 
O clitóris é uma miniatura do pênis masculino. Como este, é um órgão erétil. 
O clitóris é formado por um tecido esponjoso denominado corpo cavernoso, passível 
de se encher de sangue. 
 
Medianamente no vestíbulo da vagina, situam-se duas aberturas. 
Uma anterior, pequena, é óstio externo da uretra. 
A abertura mediana que se situa posteriormente, no vestíbulo da vagina, é o óstio da 
vagina. 
 
 
 
 
 
 
 
 31 
 
 
O ovário, a trompa de falópio, o útero e a vagina. 
 
O ovário é um órgão par comparável a uma amêndoa com aproximadamente três cm 
de comprimento, dois centímetros de largura e 1,5 cm de espessura. 
Ele está situado por trás do ligamento largo do útero e logo abaixo da tuba uterina, 
sendo que seu grande eixo se coloca paralelamente a esta. 
 
Tuba uterina é um tubo par que se implanta de cada lado no respectivo ângulo latero-
superior do útero, e se projeta lateralmente, representando os ramos horizontais do 
tubo. 
Esse tubo é irregular quanto ao calibre, apresentando aproximadamente dês 
centímetros de comprimento. 
 
O útero é um órgão oco, impar e mediano, em forma de uma pêra invertida, achatada 
na sentido antero-posterior, que emerge do centro do períneo, para o interior da 
cavidade pelvina. 
O útero está situado entre a bexiga urinaria, que esta para frente, e o reto, que esta 
para trás. 
Na parte media, o útero apresenta um estrangulamento denominado istmo do útero. 
 
A parte superior ao istmo recebe o nome de corpo do útero e a inferior constitui a 
cérvix (colo). 
A extremidade superior do corpo do útero, ou seja, a parte que se situa acima da 
implantação das tubas uterinas, tem o nome de fundo do útero. 
 
A cérvix do útero, é subdividida em duas porções por um plano transversal que passa 
pela sua parte media, que são as porções supravaginal e vaginal. 
 
 32 
 SISTEMA MUSCULAR 
O tecido muscular é de origem mesodérmica, sendo caracterizado pela propriedade de 
contração e distensão de suas células, o que determina a movimentação dos membros e das 
vísceras. Há basicamente três tipos de tecido muscular: liso, estriado esquelético e estriado 
cardíaco. 
Músculo liso: o músculo involuntário localiza-se na pele, órgãos internos, 
aparelho reprodutor, grandes vasos sangüíneos e aparelho excretor. O 
estímulo para a contração dos músculos lisos é mediado pelo sistema nervoso 
vegetativo. 
Músculo estriado esquelético: é inervado pelo sistema nervoso central e, como 
este se encontra em parte sob controle consciente, chama-se músculo 
voluntário. As contrações do músculo esquelético permitem os movimentos dos 
diversos ossos e cartilagens do esqueleto. 
Músculo cardíaco: este tipo de tecido muscularforma a maior parte do coração 
dos vertebrados. O músculo cardíaco carece de controle voluntário. É inervado 
pelo sistema nervoso vegetativo. 
Músculos intrínsecos do tórax: São os músculos intercostais que ligam uma 
costela a outra. Vão da margem inferior de uma costela à margem superior da costela 
subjacente. A sua ação é discutida. 
Contribuem para fechar a caixa torácica e protegê-la, mas não é claro se intervêm nos 
movimentos respiratórios. Temos depois os músculos subcostais, os elevadores das costelas e 
o transverso do torax: servem para a respiraçao. 
Músculos ventrais: São representados pelo reto do abdome, pelos oblíquos (esterno 
e interno) e pelo transverso, os quais, no seu conjunto, formam a parede abdominal. 
O reto é um músculo em fita que desce do esterno ao púbis e que tem a função de dobrar o 
tórax. para a frente; tomando ponto fixo no abdome, ao contrário, levanta a bacia. Os músculos 
oblíquos, que são largas lâminas musculares e que se inserem nas costelas e no osso ilíaco, 
abaixam as costelas (e comprimem, portanto, o tórax: músculos expiratórios), ou então 
levantam a bacia. O músculo transverso comprime a cavidade abdominal (é importante na 
defecação, no vômito, no parto) e age, também, como músculo expirador. 
A maior parte da parede abdominal está disposta em camadas, que são as 
seguintes, da superfície para a profundidade: 
 pele 
 tela subcutânea 
 músculos 
 fáscia endoabdominal 
 tecido extraperitonial 
 peritônio 
 
 
 33 
 
O abdome faz parte do tronco, situando-se entre o tórax, superiormente e a pelve 
inferiormente. Porém, nem externa nem internamente estas divisões são nitidamente 
marcadas. A cavidade abdominal está separada, superiormente, da cavidade torácica pelo m. 
diafragma. No entanto, como os limites do tórax ósseo ultrapassam inferiormente os da 
cavidade torácica, partes da cavidade abdominal e de seu conteúdo ficam contidas no tórax 
ósseo. Inferiormente a abertura superior da pelve é descrita como o limite entre as cavidades 
abdominal e pélvica. Este limite é, contudo, arbitrário, pois a cavidade abdominal se comunica 
amplamente com a cavidade pélvica, com órgãos ditos abdominais podendo localizar-se parcial 
ou temporariamente na pelve e com órgãos pélvicos ocupando, às vezes, posição abdominal. 
Músculo grande recto do abdómen (Musculus rectus abdominis) :Insere-se no corpo do 
púbis, entre o ângulo e a espinha. As suas fibras dirigem-se depois verticalmente para cima e, 
ao chegarem ao tórax. dividem-se em três digitações terminais. A externa insere-se na 5a 
cartilagem costal, a média na 6ª cartilagem costal e a interna na 7ª cartilagem costal. 
O grande recto apresenta três ou quatro intersecções tendinosas (Intersectiones tendinae). 
 
 
 
 
 
 
 
 34 
 
 
 
Músculos dorsais: São representados pelo músculo quadrado dos lombos, de forma 
quadrilátera, que fecha o abdome posteriormente e tem a função de inclinar a coluna vertebral 
lateralmente, e pelos músculos caudais, que estão situados sobre o osso sacro e sobre o 
cóccix e que têm uma função protetora. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 35 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 36 
Hipocôndrio direito Localiza-se acima da cintura, mas abaixo do tórax, na região das 
costelas (9ª à 12ª), à direita do epigástrio, no terço mais cefálico. Os principais órgãos que se 
encontram sob esta região são o fígado e a vesícula biliar. 
 
Flanco direito ou Lateral. Localiza-se à direita da região umbilical, próximo à cintura. O 
principal órgão que se encontra sob esta região é o Rim direito. 
 
Fossa ilíaca direita ou Inguinal direita Localiza-se abaixo da região umbilical, próxima ao 
quadril do lado direito. Os principais órgãos que se encontram sob esta região são o ceco e o 
apêndice. 
 
 
Epigastro ou epigástrio Localiza-se acima da cintura, até o limite do diafragma, na parte 
média superior da parede abdominal. Está entre o hipocôndrio direito e o hipocôndrio 
esquerdo, delimitado pelas linhas hemi-claviculares de cada lado. 
O principal órgão que se encontra sob esta região é o estômago. Doenças que afetam o 
estômago, pâncreas ou vias biliares podem causar dor no epigástrio. 
Mesogástrio ou região umbilical. Localiza-se na região central do abdome, onde está o 
umbigo e ao redor dele. O principal órgão que se encontra sob esta região é o intestino 
delgado. 
 
Hipogástrio Localiza-se abaixo da região umbilical e acima da região pélvica, na parte central 
inferior do abdome. 
 
Hipocôndrio esquerdo Localiza-se acima da cintura, mas abaixo do tórax, na região das 
costelas (9ª à 12ª), à esquerda do epigástrio, no terço mais cefálico. O principal órgão que se 
encontra sob esta região é o baço. 
 
 
Flanco esquerdo ou Lateral esquerda Localiza-se à esquerda da região umbilical, 
próximo à cintura. O principal órgão que se encontra sob esta região é o Rim esquerdo. 
 
Fossa ilíaca esquerda ou Inguinal esquerda Localiza-se abaixo da região umbilical, 
próxima ao quadril do lado esquerdo. O principal órgão que se encontra sob esta região é a 
projeção do cólon sigmóide. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Epigastro
http://pt.wikipedia.org/wiki/F%C3%ADgado
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ves%C3%ADcula_biliar
http://pt.wikipedia.org/wiki/Mesog%C3%A1strio
http://pt.wikipedia.org/wiki/Rim
http://pt.wikipedia.org/wiki/Mesog%C3%A1strio
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ceco
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ap%C3%AAndice_vermiforme
http://pt.wikipedia.org/wiki/Hipoc%C3%B4ndrio_direito
http://pt.wikipedia.org/wiki/Hipoc%C3%B4ndrio_esquerdo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Hipoc%C3%B4ndrio_esquerdo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Est%C3%B4mago
http://pt.wikipedia.org/wiki/Abd%C3%B3men
http://pt.wikipedia.org/wiki/Umbigo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Intestino_delgado
http://pt.wikipedia.org/wiki/Intestino_delgado
http://pt.wikipedia.org/wiki/Mesog%C3%A1strio
http://pt.wikipedia.org/wiki/Abd%C3%B3men
http://pt.wikipedia.org/wiki/Epigastro
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ba%C3%A7o
http://pt.wikipedia.org/wiki/Mesog%C3%A1strio
http://pt.wikipedia.org/wiki/Rim
http://pt.wikipedia.org/wiki/Mesog%C3%A1strio
 37 
 SISTEMA ESQUELÉTICO 
 
Além de dar sustentação ao corpo, o esqueleto protege os órgãos internos e fornece 
pontos de apoio para a fixação dos músculos. Ele constitui-se de peças ósseas (ao todo 208 
ossos no indivíduo adulto) e cartilaginosas articuladas, que formam um sistema de alavancas 
movimentadas pelos músculos. 
O esqueleto humano pode ser dividido em duas partes: 
1-Esqueleto axial: formado pela caixa craniana, coluna vertebral caixa torácica. 
2-Esqueleto apendicular: compreende a cintura escapular, formada pelas escápulas e 
clavículas; cintura pélvica, formada pelos ossos ilíacos (da bacia) e o esqueleto dos membros 
(superiores ou anteriores e inferiores ou posteriores). 
 
 
 
 
 38 
Coluna vertebral 
É uma coluna de vértebras que apresentam cada uma um buraco, que se sobrepõem 
constituindo um canal que aloja a medula nervosa ou espinhal; é dividida em regiões típicas 
que são: coluna cervical (região do pescoço), coluna torácica, coluna lombar, coluna sacral, 
coluna cocciciana (coccix). 
Vértebra 
 
 
 
 
 
 
 39 
Caixa torácica 
É formada pela região torácica de coluna vertebral, osso esterno e costelas, que são em 
número de 12 de cada lado, sendo as 7 primeiras verdadeiras (se inserem diretamente no 
esterno), 3 falsas (se reúnem e depois se unem ao esterno), e 2 flutuantes (com extremidades 
anteriores livres, não se fixando ao esterno). 
 
 
 
 
 
Membros e cinturas articulares 
Cada membro superior é composto de braço, antebraço, pulso e mão. O osso do 
braço – úmero – articula-se no cotovelo com os ossos do antebraço: rádio e ulna. O pulso 
constitui-se de ossos pequenos e maciços, os carpos. A palma da mão é formada pelos 
metacarpos e os dedos, pelas falanges. 
Cada membro inferior compõe-se de coxa, perna, tornozelo e pé. O osso da coxa é o 
fêmur, o mais longo do corpo. No joelho, ele se articulacom os dois ossos da perna: a tíbia 
e a fíbula. A região frontal do joelho está protegida por um pequeno osso circular: a rótula. 
Ossos pequenos e maciços, chamados tarsos, formam o tornozelo. A planta do pé é 
constituída pelos metatarsos e os dedos dos pés (artelhos), pelas falanges. 
Os membros estão unidos ao corpo mediante um sistema ósseo que toma o nome de 
cintura ou de cinta. A cintura superior se chama cintura torácica ou escapular (formada 
pela clavícula e pela escápula ou omoplata); a inferior se chama cintura pélvica, 
popularmente conhecida como bacia (constituída pelo sacro - osso volumoso resultante da 
fusão de cinco vértebras, por um par de ossos ilíacos e pelo cóccix, formado por quatro a 
seis vértebras rudimentares fundidas). A primeira sustenta o úmero e com ele todo o braço; 
a segunda dá apoio ao fêmur e a toda a perna. 
 
 
 
 
 
 
 40 
Membros e cinturas articulares 
Siglas: 
MMSS = Membros superiores (plural) 
MMII = Membros inferiores 
MI = membro inferior 
MS = membro superior 
 
Classificação dos ossos 
Os ossos são classificados de acordo com a sua forma em: 
A - Longos: têm duas extremidades ou epífises; o corpo do osso é a diáfise; entre a diáfise e 
cada epífise fica a metáfise. A diáfise é formada por tecido ósseo compacto, enquanto a epífise 
e a metáfise, por tecido ósseo esponjoso. Exemplos: fêmur, úmero. 
B- Curtos: têm as três extremidades praticamente equivalentes e são encontrados nas mãos 
e nos pés. São constituídos por tecido ósseo esponjoso. Exemplos: calcâneo, tarsos, carpos. 
 
C - Planos ou Chatos: são formados por duas camadas de tecido ósseo compacto, tendo 
entre elas uma camada de tecido ósseo esponjoso e de medula óssea Exemplos: esterno, 
ossos do crânio, ossos da bacia, escápula. 
Juntas e articulações 
Junta é o local de junção entre dois ou mais ossos. Algumas juntas, como as do crânio, são 
fixas; nelas os ossos estão firmemente unidos entre si. Em outras juntas, denominadas 
articulações, os ossos são móveis e permitem ao esqueleto realizar movimentos. 
Os tendões são cordões fibrosos que saem dos músculos e se fixam nos ossos. Através deles 
podemos transferir a força gerada nos músculos par movimentar os ossos, formando o 
princípio de alavanca que movimenta nossas articulações. Estes tendões são muito resistentes 
e são envolvidos por uma membrana (bainha sinovial). 
 
Articulações ou junturas são as uniões funcionais entre os diferentes ossos do 
esqueleto. São divididas nos seguintes grupos, de acordo com sua estrutura e 
mobilidade: 
 Articulações Fibrosas (Sinartroses) ou imóveis; 
 Articulações Cartilagíneas (Anfiartroses) ou com movimentos limitados; 
 Articulações Sinoviais (Diartroses) ou articulações de movimentos amplos. 
 
 
 
 
 
http://www.afh.bio.br/sustenta/sustenta2.asp#compacto
http://www.afh.bio.br/sustenta/sustenta2.asp#compacto
 41 
 SISTEMA NERVOSO 
O sistema nervoso, juntamente com o sistema endócrino, capacitam o organismo a perceber 
as variações do meio (interno e externo), a difundir as modificações que essas variações 
produzem e a executar as respostas adequadas para que seja mantido o equilíbrio interno do 
corpo (homeostase). São os sistemas envolvidos na coordenação e regulação das funções 
corporais. 
 Neurônios: células nervosas 
Um neurônio típico apresenta três partes distintas: corpo celular, dentritos e axônio. 
No corpo celular, a parte mais volumosa da célula nervosa, se localiza o núcleo e a maioria das 
estruturas citoplasmáticas. 
Os dentritos (do grego dendron, árvore) são prolongamentos finos e geralmente ramificados 
que conduzem os estímulos captados do ambiente ou de outras células em direção ao corpo 
celular. 
O axônio é um prolongamento fino, geralmente mais longo que os dentritos, cuja função 
é transmitir para outras células os impulsos nervosos provenientes do corpo celular. 
O SNC compreende o encéfalo (cérebro, cerebelo, ponte e bulbo) e a medula raquidiana. 
Nos mamíferos, o cérebro é dotado de sulcos e circunvoluções que oferecem ao cérebro uma 
superfície muito maior, permitindo o aparecimento de um córtex mais desenvolvido. 
O córtex cerebral é dividido em zonas específicas de sensibilidade e controle motor. Há zonas 
também de atuação intelectual. O bulbo controla o automatismo da respiração, identificando 
mudanças na concentração de gás carbônico no sangue, também regulando a frequência dos 
batimentos cardíacos, secreção de saliva, e reflexos da tosse e do espirro. O cerebelo está 
relacionado ao equilíbrio e à precisão dos movimentos, e junto com a ponte, controla músculos 
relacionados à postura do corpo. 
 
 
 
http://www.afh.bio.br/endocrino/endocrino1.asp
 42 
 
 
 
A medula faz a transição entre o encéfalo e as diversas partes do corpo. Os estímulos 
nervosos vêm da pele e dos orgãos até a medula e, desta, vão ao cérebro. Também as ordens 
motoras vêm do cérebro até a medula e dai são distribuídas para pontos específicos do corpo 
 
 
 
 
 43 
 
 Meninges: o sistema nervoso é envolto por membranas conjuntivas 
denominadas meninges que são classificadas como três: dura-máter, 
aracnóide e pia-máter. 
 
 Dura-máter: é a meninge mais superficial, espessa e resistente, formada por 
tecido conjuntivo muito rico em fibras colágenas, contendo nervos e vasos. É 
formada por dois folhetos um externo e um interno. O folheto externo adere 
intimamente os ossos do crânio e se comporta como um periósteo destes 
ossos, mas se capacidade osteogênica (ou seja, que nas fraturas cranianas 
dificulta a formação de um calo ósseo). Em virtude da aderência da dura-
máter aos ossos do crânio, não existe no crânio um espaço epidural como 
na medula. 
 
 Aracnóide: é uma membrana muito delgada, justaposta à dura-máter, da 
qual se separa por um espaço virtual, o espaço sudural, contendo uma 
pequena quantidade de liquido necessário á lubrificação das superfícies de 
contato das membranas. A aracnóide separa-se da pia-máter pelo espaço 
subaracnóideo que contem líquor, havendo grande comunicação entre os 
espaços subaracnóideo do encéfalo e da medula 
 
Diafragma da sela: pequena lamina horizontal que fecha superiormente a sela túrcica 
deixando apenas um orifício de passagem da haste hipofisiára. 
Cavidades da dura-máter: em determinada área os dois folhetos da dura-máter do 
encéfalo separam-se delimitando cavidades. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 44 
Capitulo III 
 
 
 
 
técnicas de necrópsia 
 
 
 
 
Tópicos 
 
 
 tanatologia 
 
 Técnicas de abertura 
 
 Técnicas de retirada de órgãos 
 
 Técnicas de cortes de apresentação 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 45 
 
 
 
TANATOLOGIA 
A definição mais simples de morte é a cessação total e permanente das funções vitais. 
Porém, como avanço da tecnologia médica,surgiram novos questionamentos, principalmente 
em relação ao exato momento de se considerar alguém morto. (Isso é importante no caso da 
doação de órgãos para transplante, por exemplo). Desta forma, define-se atualmente morte 
clínica como o estado irreversível de defunção encefálica comprovada por exames 
específicos e não mais pela cessação da atividade cardiorrespiratória (uma vez que a pessoa 
com morte encefálica pode manter a função cardiorrespiratória preservada) 
Mas o que seria a morte encefálica? 
A morte encefálica é a situação em que as estruturas vitais do encéfalo encontram-se 
lesadas irreversivelmente. Caracterizando-se por: 
-ausência total de resposta cerebral, com perda absoluta de consciência 
-abolição dos reflexos cefálicos, com hipotonia muscular e pupilas fixas indiferentes aos 
estímulos dolorosos e luminosidade. 
-ausência de respiração espontânea 
-eletroencefalograma EEG plano, isoelétrico em todas as derivações 
-ausência de circulação cerebral em exame angiográfico 
 
O receio de ser enterrado vivo é um medo que está presente em várias pessoas. Os 
numerosos casos quase lendários contados pelos populares não passam de imaginação 
exaltada ou má observação.Existem raríssimos casos de morte aparente, que ocorriam geralmente na antiguidade 
e em meio a grandes epidemias, quando os médicos não faziam um exame mais apurado para 
diagnosticar a morte. 
 Nos IMLs e SVOs de todo o mundo não se tem notícia de se ter iniciado um 
exame necroscópico em uma pessoa ainda viva. 
 
 
 
 
 
 O diagnóstico da realidade da morte é feito através de vários meios. 
Inicialmente, temos os fenômenos imediatos: 
-perda da consciência 
-perda da sensibilidade 
-abolição da motilidade e do tônus muscular 
-cessação da respiração 
-cessação da circulação (batimentos cardíacos) 
-cessação da atividade cerebral 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 46 
 
FENÔMENOS CONSECUTIVOS 
 
-Desidratação: a evaporação da água nos tecidos orgânicos leva a diminuição de peso, 
ao ressecamento da pele, os globos oculares sofrem opacificação das córneas, formando 
manchas negras na esclera. 
-Resfriamento do corpo: Não havendo mais funcionamento dos centros cerebrais 
termorreguladores, o cadáver perde calor, em média de 1 a 1,5 graus por hora, até atingir a 
temperatura ambiente. 
-Rigidez cadavérica: causada por fenômenos bioquímicos que ocorrem dentro das 
células musculares, começa entre 1 a 2 horas após a morte, chegando ao máximo cerca de 8 
horas após. Desaparece com o início da putrefação, geralmente depois de 24 horas. Inicia-se 
nos músculos da mandíbula, e progressivamente dos membros superiores até os inferiores. Se 
desfaz com o início da putrefação, inversamente como se instalou. 
-Livores hipostáticos: São produzidos pela parada da circulação sanguínea, Surgem 
nas primeiras horas após a morte, formando um rendilhado puntiforme. Se tornam fixos por 
volta de 8 a 12 horas após a morte. De acordo com os livores, podemos descobrir a posição 
em que o cadaver estava na hora da morte. (por exemplo, se ele morreu em decúbito ventral, a 
parte anterior ficará com livores) 
 
 
 
FENOMENOS TRANSFORMATIVOS 
 
 São aqueles que alteram a estrutura do cadáver. 
 Com a queda dos sistemas encefálicos superiores, as células permanecem ainda 
algumas horas em funcionamento, formando catabólitos que vão acidificando o ambiente 
celular (pois não está havendo entrada de oxigênio) de tal forma que a célula vai sendo 
destruída em um processo denominado autólise. Ela representa o início bioquímico da 
putrefação. 
 Entre 20 a 24 horas após a morte, o processo bacteriano presente no intestino passa a 
ser visualizável, a partir de uma mancha verde que se instala na fossa ilíaca direita, por causa 
da proximidade do ceco (início do intestino grosso) com a pele da parede abdominal. 
 
 Existem alguns fenômenos post mortem que alteram a ordem de putrefação 
mostrada acima. são os FENOMENOS CONSERVADORES. 
 
 
 
 
 
FENOMENOS CONSERVADORES 
. 
 O primeiro é a saponificação ou adipocera, que ocorre em cadáveres de indivíduos 
obesos, enterrados em terrenos com grande umidade, frios e pouco ventilados. Os ácidos 
graxos se transformam em sabão,impedindo a proliferação das bactérias. 
O outro é a mumificação, que ocorre com cadáveres de indivíduos magros, colocados 
em ambiente seco, quente e bem ventilado. Sua dessecação é tão intensa que as bactérias 
não sobrevivem e o corpo se mumificará. 
O ultimo deles é a maceração, que ocorre nos abortos retidos, onde o feto é mantido morto 
dentro do útero por várias semanas. Ele não entra em putrefação porque o líquido amniótico é 
estéril; porém ele se deforma, e a cabeça se tumefaz. 
 
 
 
 
 
 
 47 
 
CRONOTANATOGNOSE 
 Estudo da data da morte. Baseia-se num conjunto de elementos que nos permitem 
dizer há quanto tempo ocorreu a morte. Esses elementos são: 
 
Esfriamento do cadáver: 
• Livôres de hipóstases 
 
• Rigidez cadavérica 
• Mancha verde abdominal 
a) resfriamento do cadáver: ocorre em um tempo que é calculado em cerca de 24 horas 
b) livores cadavéricos: levam de 4 a 5 horas para se instalarem, sendo deslocáveis nas 8 
horas que se seguem. Após esse período se tornam fixos 
c) rigidez cadavérica: inicia-se na primeira hora, atinge o máximo em 8 a 12 horas e se 
desfaz completamente em 24 horas 
d) mancha verde abdominal: surge no fim de 24 horas, ou um pouco antes se o clima 
estiver quente 
o Estimativa do Momento da Morte Recente 
Esfriamento do cadáver ("algor mortis") 
O esfriamento do cadáver é um dos fenômenos abióticos imediatos que pode ser utilizado, com 
grandes ressalvas, e que sói ser útil, pela sua praticidade, na estimativa aproximada do 
momento da morte. 
Com efeito, sabe-se que o corpo, uma vez cessadas as funções vitais, passa a perder calor, 
por diversos mecanismos - convecção, condução, irradiação e evaporação - à razão de 1,0 ºC 
a 1,5 ºC por hora, igualando em termos gerais, a temperatura do ambiente, no máximo, até a 
24ª hora após o decesso. 
Não é necessário lembrar que numerosos fatores como a temperatura ambiente, o arejamento 
do local, a temperatura do corpo no momento do óbito, o estado nutricional, a camada de 
panículo adiposo, as vestes que cobrem o cadáver etc. podem modificar os tempos acima 
referidos. 
 
Rigidez cadavérica ("rigor mortis") 
Também a rigidez cadavérica poderá ser utilizada para aquilatar o tempo transcorrido desde o 
óbito lembrando que, à semelhança do que acontece com o esfriamento do corpo, numerosos 
são os fatores que podem, ora acelerá-la (frio), ora retardá-la (calor), donde que nunca deverá 
ser assumida como valor absoluto, antes apenas de orientação. 
Algumas regras foram estabelecidas, por diversos autores, para permitir a sua estimativa em 
relação ao momento da morte: 
a. Regra de Bonnet - A rigidez se inicia logo após a morte, atingindo o seu total 
desenvolvimento até a 15ª hora e depois desaparece lentamente. Acaba quando os fenômenos 
destrutivos, de putrefação, se instalam. 
 48 
b. Regra de Fávero - O processo se inicia logo na primeira hora e se generaliza entre 2 e 3 
horas, atingindo o seu máximo após 5 a 8 horas. 
c. Regra de Niderkorn - Considera-se precoce a rigidez que ocorre até a 3ª hora; é normal 
entre a 3ª e 6ª horas; diz-se tardia quando sobrevem entre a 6ª e 9ª horas e chama-se de muito 
tardia, quando ocorre depois da 9ª hora. 
 
Manchas de hipóstase ("livor mortis") 
Começam aparecer sob a forma de um pontilhado (sugilações) cujos elementos coalescem 
para formar placas de cor variável, dentro das nuanças vermelho-arroxeadas, em dependência 
da "causa mortis". Desaparecem pela compressão, inclusive digital, elemento este que serve 
para diferenciá-las das equimoses que são constantes. 
Duas regras podem ser usadas a seu respeito: 
a. Quanto ao aparecimento - surgem na primeira meia hora, após o óbito, mas apenas se 
tornam evidentes entre a 2ª e 3ª horas, sendo que podem não aparecer nas regiões 
comprimidas. 
b. Quanto à fixação - tornam-se fixas, isto é, não mudam de localização quando se muda a 
posição do cadáver, após decorridas 6 a 15 horas. 
 
Os livores cadavéricos: 
o são difíceis de observar nas pessoas melanodermas; 
o podem não ser observáveis mesmo em leuco ou xantodermas, quando nestas 
pessoas o óbito ocorre em condições de anemia aguda após hemorragias 
maciças, e 
o podem observar-se ainda em vida, na fase agônica ou terminal, em pessoas 
extremamente debilitadas e com hipotensão arterial. 
Crescimento do pelo 
Mesmo após a morte, alguns fâneros, como pelo e unhas continuam a crescer. Os primeiros, 
crescem a razão de 21 micra por hora, donde que sua medição tenha sido utilizada para 
determinar a hora do óbito. 
 
 
 
 
 
 
 
 49 
 
Nível de potássio no humor vítreo 
A quantidade de potássio, avaliada em miliequivalentes por litro, aumenta, progressivamente, à medida 
que transcorre o tempo após a morte, sendo que os valores progressivos são confiáveis, ao menos para 
os climas quentes, apenas para as primeiras 12 horas após o óbito. Contrariamente, em climas frios, a 
precisão pode estender-se por 24 horas. 
Assim, é que foi possível construiruma tabela que permite, a partir das avaliações do teor de potássio no 
humor vítreo do olhos, calcular o tempo transcorrido desde o decesso: 
 
Horas desde a 
morte 
Máximo mEq 
K/l 
Médio 
mEq K/l 
Mínimo 
mEq K/l 
1a 3 5,6 4,70 3,0 
3 a 5 7,2 5,66 4,3 
5 a 7 7,8 6,58 5,3 
7 a9 9,6 7,45 6,2 
9 a 11 12,9 9,02 6,8 
1 a 13 12,6 10,31 8,8 
> 13 12,6 10,41 9,0 
o Provas da Vida Extra-uterina 
Em situações especiais como, por exemplo, nos casos de suspeita de infanticídio, torna-se 
necessário verificar, preliminarmente, se estamos em presença de uma figura delituosa 
possível ou, simplesmente, de um crime impossível. 
Com efeito, eis que se faz necessário saber se a vítima do suposto infanticídio teria vivido 
antes do cometimento do ilícito ou se, apenas, se tratava de um natimorto, cuja condição não 
chegou a ser constatada pela mãe antes da prática de seu ato. 
As provas destinadas à verificação da vida fe- tal "extra utero" - designadas como docimasias 
- podem ser divididas em três grandes modalidades, a saber: 
a) respiratórias diretas e indiretas; 
b) não respiratórias, e 
c) ocasionais. 
 
 
 50 
o Estimativa do Momento da Morte Não-recente 
 
Putrefação 
Algumas regras podem ser estabelecidas de modo a utilizar o avanço do processo putrefativo 
na cronotanatognose: 
 
o Período cromático, tem início com a mancha verde, entre a 18ª e 24ª horas, e a 
sulfometa-hemoglobina confere cor verde enegrecida ao corpo todo até o fim 
da primeira semana. 
o Período enfisematoso, se inicia por volta da 24ª hora, sendo certo que o 
edema de face, genitália e circulação póstuma de Brouardel, aparecem entre 
as 48 e 72 horas. 
o Período coliquativo, tem início no fim da primeira semana e se prolonga de 
maneira diversa, conforme o local em que se encontra o cadáver. 
o Período de esqueletização, começa entre a 3ª e 4ª semanas, podendo ocorrer 
muito mais rapidamente nos cadáveres expostos. 
Cristais de WESTENHÖFER - ROCHA - VALVERDE 
Trata-se cristais incolores, de forma prismática ou laminar, de tamanho variável, facilmente 
quebradiços que aprecem no sangue do cadáver e que resultam da decomposição das 
hemácias. Tingidos pelo ferrocianeto de potássio adquirem cor azulada, em face do seu 
conteúdo férrico, enquanto que pelo tratamento com iodo assumem cor castanha. 
Seu valor cronotanatognótico reside no fato que estes cristais aparecem no sangue do cadáver 
somente por volta do 3º dia da morte e sua presença não mais é achada após o 35º dia após o 
óbito. 
Fauna Entomológica 
O estágio da metamorfose dos dípteros cujas larvas têm atividade necrofágica permite 
estabelecer uma cronologia da morte. Existem estudos adaptando as observações dos autores 
europeus para o Brasil mas são pouco usados. 
o Estimativa do Tempo de Morte Fetal "intra utero" 
Utiliza-se apenas para os casos de morte fetal recente e se baseia na evolução do processo de 
maceração. Assim, podem ser encontrados os seguintes estágios: 
a. Grau 0, caracteriza-se pela pele de aspecto bolhoso e indica um tempo de 
óbito de menos de oito horas. 
b. Grau 1, identifica-se pelo início do descolamento da epiderme e aponta para 
um tempo que oscila entre 8 e 24 horas. 
c. Grau 2, exibe grandes áreas de descolamento cutâneo e nas cavidades 
serosas verifica-se a ocorrência de derrames sero-sanguinolentos 
(avermelhados), o que indica óbito de mais de 24 horas. 
d. Grau 3, caracteriza-se pelo fato dos derrames das cavidades serosas se 
tornarem turvos e o fígado assumir coloração amarelo-marronzada e aponta 
para uma cronologia de morte em torno de 48 horas. 
 
 51 
Técnica da Necrópsia 
 
 Apesar do ato na necrópsia ser atributo do anatomopatologista e do legista, é 
indispensável que o estudante e o médico geral tenham noção dos principais tempo da técnica 
sobre tudo da abertura do cadáver. 
 Geralmente em grandes centros a técnica da necrópsia é realizada pelo técnico do 
IML, onde o médico responsável pela necrópsia apenas acompanha passo a passo o 
desenvolvimento e verifica e confirma a causa mortis. 
 A técnica de uma necrópsia deveria seguir normas gerais semelhantes àquelas de uma 
operação cirúrgica ideal. Tal como na cirurgia, o operador deve ficar ao lado direito do cadáver 
e o auxiliar do lado oposto. A função do auxiliar na necrópsia é semelhante àquela do 
cirurgião, isto é, facilitar as manobras de evisceração e enxugar constantemente o sangue e 
líquidos, para limpar o campo e evitar que os mesmos caiam no chão. 
TEMPOS: O ato necroscópico consiste em três tempos fundamentais: 
exame externo do cadáver, abertura das cavidades e evisceração. Como 
complemento estão a dissecação do pescoço e dos membros inferiores. 
EXAME EXTERNO: Importantíssimo na medicina legal, sobretudo em casos 
de suicídio ou homicídio por arma de fogo. Em anatomia patológica é 
indispensável, além do exame geral da pele e mamas na mulher, verificar 
os genitais externos e os orifícios naturais. 
Indumentária 
 Ao ato da cirurgia em que a indumentária do operador visa mais a proteção do doente 
do que a ele próprio, na necrópsia é o patologista quem se protege. Normalmente usa-se 
uniforme avental, máscara e botas de material impermeável, luvas de borracha e luvas de 
pano, cobrindo as primeiras para facilitar apreensão das vísceras. 
Instrumental 
 O instrumental utilizado é semelhante ao usado em cirurgia geral, porém menos 
variado, podendo para o uso corrente ficar limitado aos seguintes instrumentos: bisturi, facas 
de lâminas curta e longa, tesouras reta e curva, enterótomo, pinças anatômicas e dente de 
rato, pinça de Kocher, costótomo, rugina, serra, régua metálica, balança, bandeja para colocar 
os órgãos, agulha manual ou com porta-agulha, fios de sutura grosso ou barbante. 
Instalações 
 O mobiliário essencial deve constar de uma mesa de autópsia preferentemente de 
aço inoxidável com canaletas para escoar o sangue e de uma pia funda. Deve haver uma 
mesa para o instrumental do necroscopista outra para seccionar as peças e uma terceira com 
uma balança. No recinto do serviço de anatomia patológica é óbvio instalar uma câmara 
frigorífica regulada de -5º C a +5º, para conservação de cadáveres ou peças frescas. 
 
 
 52 
Instrumental 
 
 
 
 
 
 
 
Agulha curvada-s 
 53 
 
rolo de linha grossa 
 
 
pinça adson 
 
 
 54 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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facas longas e curtas 
 
 
 
 
 
 
 
martelo de necrópsia 
 
 
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formão 
 
 
 
 
 
Rugina 
 
 
 
 
 
 
 
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costótomo 
 
 
 
 
 
 
 
 
serra eletrica 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Mesa de necrópsia 
Material e uso 
 
Bisturi – para cortes delicados 
Facas de lâminas curtas e longas – cortes completos e representativos 
Tesouras reta e curva – auxilio em cortes e dissecções 
Enterótomo – abertura do tratogastrointestinal 
Pinças anatômicas e dente de rato – auxilio técnico de supote para estruturas 
Pinça de Kocher – auxilio e suporte 
Costótomo – corte de costelas 
Rugina: Instrumento para raspar osso. 
Serra – para abertura de crânio 
Régua – medições de apoio 
Agulhas de necropsia – sutura 
Fios de barbante grosso – sutura reforçada e reconstituição do corpo 
 
 
 
 
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Técnica de abertura 
Tipos de aberturas: 
(A) Biacrômio esterno-pubiana e para-umbilical 
(B) Biacrômio esterno-pubiana e mento-pubiana 
(C) Mento-inguinal e xifo-pubiana 
(D) Esterno-umbilical e para- umbilical 
(E) Esterno-umbilical e xifo-pubiana 
 
Cada serviço de Patologia tem sua própria técnica de necropsia, que na verdade é variante de 
uma das quatro técnicas básicas - de Virchow, Ghon, M. Letulle e de Rokitansky. 
 Virchow os órgãos são retirados um a um e examinados 
posteriormente. 
 Ghon, , a evisceração se dá através de monoblocos de 
órgãos anatômicamente/ou

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