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PAVILHÃO SUIÇO O Pavilhão Suíço é um edifício da Cidade Universitária de Paris, construído entre 1931 e 1933. Em 1930, Le Corbusier foi encarregado de projetar um alojamento para os estudantes suíços na Cité Internationale Universitaire de Paris, que tradicionalmente eram alojados em estúdios de má qualidade na região do Quartier Latin. O pavilhão suíço deveria fornecer 50 leitos, cozinhas e sanitários comuns em cada andar, escritórios e habitação para o diretor, e uma área comum para servir como sala de jantar ou hall. No início, o arquiteto e Pierre Jeanneret, seu parceiro na época, recusaram-se a assumir o projeto devido a tensões com a Suíça após a manipulação da proposta dos arquitetos para a concurso da Liga das Nações. Por fim, no entanto, acabaram por aceitar o projeto e trabalhar com um orçamento muito limitado, e o projeto tornou-se o somatório dos princípios modernos de Le Corbusier, forçando-o a concentrar-se na habitação antes de tudo. O pavilhão suíço, ou Pavillon Suisse, empregou os cinco pontos da arquitetura de Corbusier, apoiando-se neles durante todo o projeto. O edifício é elevado sobre pilotis que estão próximos ao seu centro, acentuando o efeito "flutuante". O jardim no terraço traz a cidade de volta e serve aos moradores do edifício, embora não seja tão animado como o da Unidade de Habitação em Marselha. Três quadros permitem vistas ao jardim e revelam os elementos estruturais pouco sofisticados. Ainda que com um orçamento limitado, Le Corbusier consegue manter a fachada livre e aberta. Várias decisões projetuais revelam uma pele transparente com a estrutura por trás, sempre mantendo a continuidade das fachadas. Além disso, a planta aberta é controlada com elementos arquitetônicos como escadas e mobiliários, sejam fixos ou móveis. As vistas e as entradas de luz também têm seu impacto sobre a organização da planta aberta, controladas pela fachada livre. Le Corbusier foi obrigado pelo cliente a acomodar as funções públicas no piso térreo, uma exigência que ele respondeu separando as unidades elevadas dos estudantes e criando um edifício anexo ao nível do solo para as atividades comuns. Em certos casos, também observa-se as janelas fita tornando-se fachadas verticais envidraçadas, uma transição dos cinco elementos desde a escala de uma casa de campo ao de um bloco habitacional vertical, sendo o epítome do que foi a Unidade de Habitação de Marselha, duas décadas mais tarde. O edifício implanta-se sensivelmente em seu entorno, como um prisma purista submerso na vegetação. Le Corbusier consegue utilizar uma restrição orçamentária para desenvolver seus princípios mais básicos, nunca sacrificando a beleza do espaço. O Pavillon Suisse aparece como um desenvolvimento da Villa Savoye em certo sentido, trazendo princípios do arquiteto a uma estrutura maior e mais animada, mais próxima da cidade e das pessoas. LE CORBUSIER Le Corbusier ou Charles – Édouard Jeanneret, seu nome verdadeiro, nasceu em Chaux – de – Fonds na Suíça em 1887 e foi o mais influente arquiteto do século XX. O trabalho de Corbusier foi de móveis até pinturas. E inspirado pelas novas tecnologias e sistemas de produção em massa ele encabeçou o movimento modernista na arquitetura, que buscava mais funcionalidade e menos adornos nas edificações. Iniciou sua vida acadêmica na escola de artes e ofício de Chaux, onde já começou a buscar uma mudança no estilo de design e estética para algo menos “enfeitado”. Ao longo de sua formação Corbusier foi viajando pela Europa e tendo sido influenciado com outros que partilhavam de seus ideais modernistas, como August Perret, Peter Behrens e o grupo alemão Werkbund. Entre suas principais obras estão a Villa Savoye, a Unité d’Habitacion e o Pavillon Suisse. . 0. HISTÓRICO SOBRE O ARQUITETO 1. O LUGAR VISUAIS VISUAIS TOPOGRAFIA: ORIENTAÇÃO SOLAR: Terreno plano, com 68 metros acima do nível do mar Os raios solares incidem nas fachadas leste, oeste e sul CONTEXTO A edificação situa-se em uma área semi publica destinada à uma instituição de ensino superior da cidade de paris, que a utiliza como um campus acadêmico. Rua Boulevard Jourdan, 75014 Paris, França. Portanto trata-se de uma área arrodeada de escolas e com alta circulação de docentes e discentes. E com uma infraestrutura do entorno com alguns mobiliários urbanos e alta vegetação implantada. As vias de acesso possuem pouco movimento de carros. Esses aspectos determinaram o programa de necessidades imposto à Corbusier para projetar a edificação. Alojamentos para 42 estudantes; Um apartamento de Diretor; Uma Biblioteca/ Refeitório; Uma Cozinha; Uma sala para zeladoria; Dois Quartos para funcionários; Um solário. Criar um albergue estudantil com: 2. programa 3. A edificação Projetado em 1931 por Le Corbusier e Pierre Jeanneret, e construído 1933, o pavilhão suíço é uma edificação que respeita as proporções e tamanhos do entorno. Com um volume dominante em forma de paralelepípedo e elevado por pilotis, onde ficam os alojamentos dos estudantes, e um volume anexo menor com um formato curvilíneo do lado oposto ao volume maior, onde funciona as áreas de biblioteca/refeitório e o escritório do diretor. Ambos os volumes seguem alinhamentos e eixos propiciados pelas ruas do entorno. Esses volumes são interligados por outro, que funciona como um “pino”, e onde ficam as escadas e o elevador. Além disso a vegetação parece fazer parte do edifício no momento em que o volume principal é elevado e permite que a vegetação fique mais próxima. Os cinco pontos de uma nova arquitetura proposta por Le Corbusier podem ser observados no pavilhão, porém com algumas mudanças. Por exemplo os pilotis, que vão se transformando ao longo de suas repetições. Transformando-se de dois pilares cilíndricos para um pilar mais reforçado para a proteção contra o vento. Que pode ser interpretado, de uma forma mais abstrata, como algo que lembre ossos humanos. O que vai contra a exaltação das máquinas que era marca do modernismo da época. Além disso os outros quatros pontos também podem ser observados. A fachada livre, facilmente observada nas fachadas sul e norte. As janelas em fita estão presentes na fachada sul. A planta livre utilizando mobiliário e as escadas no térreo como elementos divisório. E, por último, o terraço com jardim, também presente no pavilhão. 4. SUSTENTABILIDADE E MATERIALIDADE É possível observar alguns elementos na edificação que visão uma maior eficiência e sustentabilidade. A fachada sul, que enfrenta a maior incidência de luz solar, possui brises para evitar o calor excessivo nos dormitórios. As escadas possuem iluminação natural devido a cortina de vidro que possibilita que a luz solar entre. E a elevação dos alojamentos dos estudantes permite uma maior circulação do ar na área publica do refeitório/biblioteca. Que também possui paredes de vidro permitindo maior utilização da luz do sol. 5. ESPACIALIDADE Os materiais utilizados foram colocados em uma progressão do sólido para o transparente. Partindo da fachada norte, na qual a parede externa do anexo é revestida com cascalho e a parede dos alojamentos possui várias aberturas e terminando na fachada sul que é predominantemente envidraçada. Na parte anexa, os espaços públicos e privados são identificados pela altura do pé direito, onde no refeitório/biblioteca é maior do que no escritório e no quarto do diretor. Além disso, a escolha do cascalho também marca a mudança do pensamento modernista de Corbusier, que buscar mais inspiração no natural do que nas máquinas. 6. REFERÊNCIAS LIVROS: Le Corbusier (Jeanneret, Pierre) - 720.72 L467Le Le Corbusier uma análise da forma (Baker, Geoffrey) - 724.9 L467Bb Le Corbusier (Darling, Elizabeth) - 720.72 L467D SITES: https://www.archdaily.com.br/br/785156/classicos-da- arquitetura-pavilhao-suico-le-corbusier http://pt-br.topographic-map.com/places/Paris-2995957/ https://www.sunearthtools.com/pt/tools/coordinates- latlong-sunpath-map.php https://www.google.com/earth/ EDIFICIO PALACIOGUSTAVO CAPANEMA Envolto por prédios de altura e magnitude semelhantes e atualmente vizinho de repartições como ANCINE, INSS, TCU além do Teatro Municipal e do Museu nacional de Belas Artes, o Palácio Gustavo Capanema é um dos primeiros exemplares da arquitetura moderna no Brasil. Encontra-se em terreno plano a cerca de 30m acima do nível do mar e foi construído entre 1937 e 1945, durante o Governo de Getúlio Vargas, época em que o Rio de Janeiro configurava a capital do Brasil. O edifício é posto no que seria o polo administrativo do país: o centro da cidade, com a fachada frontal na Rua da Imprensa, 16 que aponta para a direção leste / nordeste, o projeto teve o arquiteto Lúcio Costa como líder, inspirado por Le Corbusier e que contava ainda com uma equipe composta por Oscar Niemeyer, Carlos Leão, Jorge Moreira, Affonso Reidy e Ernani Vasconcellos. Dois edifícios interceptam-se perpendicularmente: uma barra horizontal de cento e cinco metros de comprimento por vinte e seis metros de largura e doze metros de altura, e uma lâmina vertical de setenta e oito metros de altura, setenta e três metros e cinquenta centímetros de comprimento, e vinte um metros de largura. Ambos edifícios apresentam áreas abertas em pilotis que separam as áreas fechadas do pavimento térreo. Configura-se um T formado por volumes fechados nas três pontas e no ponto de cruzamento separados pelas áreas abertas e fluidas dos pilotis. A lâmina vertical pousa visualmente sobre a barra horizontal. A altura do seu pilotis é dez metros, o dobro da altura do pilotis da barra horizontal. Cada edifício apresenta uma modulação diferente de pilares. Os pilares da lâmina vertical medem um metro de diâmetro e estão dispostos em três eixos longitudinais distanciados nove metros entre eles, e em eixos transversais distanciados seis metros e quarenta. Os pilares da barra horizontal medem setenta centímetros de diâmetro e estão dispostos em quatro eixos longitudinais de tal modo que o distanciamento central seja onze metros, e os laterais, seis metros e oitenta centímetros. ARQUITETO: Lucio Costa LOCALIZAÇÃO: Gustavo Capanema Palace - Centro, Rio de Janeiro - State of Rio de Janeiro, Brasil. EQUIPE DE ARQUITETOS: Affonso Eduardo Reidy, Carlos Leão, Jorge Moreira, Oscar Niemeyer e Ernani Vasconcellos ARQUITETO CONSULTOR: Le Corbusier PAISAGISMO: Roberto Burle Marx MURAIS: Cândido Portinari ESCULTURAS: Celso Antônio, Bruno Giorgi, e Jacques Lipchitz ANO DO PROJETO: 1936 LÚCIO COSTA Nascido na França em 1902, Lúcio Costa formou-se em arquitetura na Escola de Belas Artes e deixou sua marca tanto no aspecto teórico quanto no prático. Segundo ele próprio, praticou um arquitetura desconectada das grandes novidades mundiais até ser influenciado pelas ideias de Le Corbusier. Tornou-se mundialmente reconhecido pelo plano piloto da cidade de Brasília e escreveu os livros "Notas Sobre a Evolução do Mobiliário Luso-Brasileiro" e "Arquitetura Jesuítica no Brasil". Em 1929, assumiu a direção da Escola de Belas Artes, reformulou o curso de arquitetura e foi professor de Oscar Niemeyer. VISUAIS: 1. O LUGAR 0. HISTÓRICO SOBRE O ARQUITETO VISUAIS TOPOGRAFIA: CONTEXTO: 2. PROGRAMA Em sua programação original, o edifício tinha por objetivo abrigar o Ministério da Educação e Saúde Pública e, posteriormente, tornou-se também sede do MEC Apesar da mudança da capital para Brasília, o palácio abriga, desde a sua inauguração, instituições como Biblioteca Euclides da Cunha, Arquivo Sonoro da Biblioteca Nacional, Biblioteca Noronha Santos e Arquivo Central do Iphan. Hoje, funcionam no prédio seis instituições federais onde trabalham cerca de 650 servidores. Proposta de Le Corbusier para o edifício-sede do MESP Proposta de Lucio Costa e equipe para o edifício-sede do MESP. Lucio Costa e Le Corbusier, 1936. 3. A edificação Analisando a edificação como um todo, são claramente perceptíveis as influências do franco-suíço Le Corbusier, que incorporou preceitos para uma “nova arquitetura”, tais como: a adoção de formas simples e geométricas, o térreo com pilotis, os terraços-jardim, a fachada envidraçada, as aberturas horizontais, a integração dos espaços interno e externo, o aproveitamento da ventilação e luz naturais por meio do uso de lâminas móveis e o trabalho com volumes puros, a partir do cruzamento de um corpo horizontal e de um vertical. 4. SUSTENTABILIDADE E MATERIALIDADE O primeiro esboço de Le Corbusier trazia um prédio com certa horizontalidade, que mais tarde foi substituído pela equipe de arquitetos brasileiros por uma volumetria composta de dois blocos verticais que que se cruzam, o primeiro, mais baixo, possui um jardim em seu terraço, elaborado pelo paisagista Roberto Burle Marx e o segundo possui dezesseis pavimentos e é suspenso por colunas de 10 metros de altura, como uma espécie de espinha dorsal, elas atravessam o edifício até o último andar. No térreo, os pilotis deixam um grande pátio aberto ao público, onde a sensação é a de estar dentro do prédio, mas sem as paredes. O palácio ocupa uma área de 27 536 metros quadrados, materializados por principalmente concreto e vidro. 5. espacialidade Duas das fachadas do edifício vertical são empenas cegas, já as fachadas viradas para norte e sul são idênticas, inteiramente de vidro, diferenciando-se apenas pela estratégia adotada para equilibrar a incidência solar. Enquanto a fachada sul recebe raios diretos, na norte foi incorporada uma estrutura reticular ortogonal de concreto. Apresenta um metro de espessura. Cada módulo da retícula sustenta três brises horizontais de fibrocimento pintados de azul, posicionados na parte superior do módulo, deixando um espaço livre abaixo. Os brises medem cinquenta centímetros de largura e estão distanciados outros cinquenta centímetros da fachada de vidro do edifício. O palácio Gustavo Capanema, homônimo ao ministro de educação e saúde da época é caracterizado pela forte integração entre arquitetura e artes plásticas, elemento que pode ser notado desde a azulejaria, que ficou por conta de Cândido Portinari até as esculturas presentes, assinadas por Celso Antônio e Bruno Giorgi. Fachada norte, destaque para a adoção de brisés-soleil Fachada sul Pilotis do andar térreo Terraço-jardim projetado por Roberto Burle Marx 6. REFERÊNCIAS LIVROS: SITES: https://www.archdaily.com.br/br/01-134992/classicos- da-arquitetura-ministerio-de-educacao-e-saude-slash- lucio-costa-e-equipe http://enciclopedia.itaucultural.org.br/instituicao333 467/palacio-gustavo-capanema-rio-de-janeiro-rj http://www.multirio.rj.gov.br/index.php/leia/reportagen s-artigos/reportagens/13618-pal%C3%A1cio-gustavo- capanema-%C3%A9-marco-divis%C3%B3rio-na- hist%C3%B3ria-da-arquitetura-do-pa%C3%ADs http://docomomo.org.br/wpcontent/uploads/2016/01/ 149.pdf (artigo) Dezoito graus: Rio moderno, uma história do Palácio Gustavo Capanema - Lauro Cavalcant
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