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APOSTILA
EXTENSÃO
Ed
iç
ão
 x
/2
01
7
PORTUGUÊS MATEMÁTICA
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PORTUGUÊS 
ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO ...................................................................................... 7
Introdução ................................................................................................................................ 8
O que é comunicação?............................................................................................................. 8
Vamos saber mais sobre os tipos de linguagem? .................................................................. 10
LÍNGUA OU LINGUAGEM? ................................................................................................ 11
O que é uma Língua? ............................................................................................................. 12
As línguas no Brasil ................................................................................................................ 14
TIPOS DE LINGUAGEM ..................................................................................................... 16
Introdução .............................................................................................................................. 16
Linguagem Verbal .................................................................................................................. 17
Linguagem Não-Verbal ........................................................................................................... 17
Linguagem Sonora ................................................................................................................. 18
Linguagens Híbridas............................................................................................................... 18
Linguagens da Hipermídia ...................................................................................................... 18
FUNÇÕES DA LINGUAGEM .............................................................................................. 19
Funções da Linguagem .......................................................................................................... 20
VARIAÇÕES LINGUÍSTICAS ............................................................................................. 22
Variações Linguísticas............................................................................................................ 23
A VIDA EM UMA SOCIEDADE LETRADA ......................................................................... 25
Introdução .............................................................................................................................. 26
Mas, afinal, o que é um texto ................................................................................................. 26
Contexto ................................................................................................................................. 27
Tipos Textuais ........................................................................................................................ 29
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FUNÇÃO NARRATIVA ........................................................................................................ 30
Introdução .............................................................................................................................. 31
Elementos da Narrativa .......................................................................................................... 32
Discurso ................................................................................................................................. 33
Analisando uma narrativa ....................................................................................................... 33
Crônicas e Relatos ................................................................................................................. 34
FUNÇÃO EXPOSITIVA ....................................................................................................... 35
Introdução .............................................................................................................................. 36
Dissertação ............................................................................................................................ 36
Analisando uma dissertação .................................................................................................. 37
O texto jornalístico .................................................................................................................. 39
O texto instrucional ................................................................................................................. 39
FUNÇÃO PERSUASIVA ..................................................................................................... 41
Introdução .............................................................................................................................. 42
A propaganda ......................................................................................................................... 42
A carta argumentativa ............................................................................................................ 44
Recapitulando .................................................................................................................... 46
Vamos revisar? ...................................................................................................................... 47
O QUE É E COMO SE FORMA UM PONTO DE VISTA? ................................................... 51
Introdução .............................................................................................................................. 52
O que é um ponto de vista? ................................................................................................... 52
ALGUNS TIPOS DE ARGUMENTOS ................................................................................. 54
Com quem estamos falando? ................................................................................................. 55
Alguns tipos de argumento ..................................................................................................... 56
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TESE, COMPROVAÇÃO E CONCLUSÃO ......................................................................... 61
Introdução .............................................................................................................................. 62
Estratégia para convencer ...................................................................................................... 62
PARA CONVENCER, É PRECISO FALAR E ESCREVER BEM ....................................... 64
Introdução .............................................................................................................................. 65
Conectivos ou Conjunções ..................................................................................................... 65
Tabela dos Conectivos ou Conjunções .................................................................................. 66
Exercitando a Escrita.............................................................................................................. 67
Ortografia ............................................................................................................................... 70
Por que – Porque – Por quê – Porquê ................................................................................... 70
Mal - Mau ...............................................................................................................................71
Atividades ............................................................................................................................... 74
TEXTOS, SIGNIFICADOS E INTERPRETAÇÕES ............................................................. 79
Introdução .............................................................................................................................. 80
Compreensão e Interpretação de texto .................................................................................. 80
A prosa ................................................................................................................................... 81
AS CHARGES NO MUNDO ................................................................................................ 89
O que é uma charge? ............................................................................................................. 90
PONTUAÇÃO, ACENTUAÇÃO E DIVISÃO SILÁBICA ...................................................... 95
Introdução .............................................................................................................................. 96
Pontuação .............................................................................................................................. 96
Desenvolvendo competências ................................................................................................ 97
Divisão Silábica ...................................................................................................................... 98
Acentuação .......................................................................................................................... 100
RECAPITULANDO ............................................................................................................ 103
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Vamos revisar? .................................................................................................................... 104 
MATEMÁTICA 
A MATEMÁTICA POR TRÁS DOS FATOS ...................................................................... 108
A Matemática por trás dos fatos ........................................................................................... 109
A Matemática como construção da humanidade .................................................................. 110
Matemática no cotidiano ....................................................................................................... 110
OS NÚMEROS NATURAIS E AS OPERAÇÕES BÁSICAS ............................................. 112
Conjunto de números naturais ............................................................................................. 113
Desenvolvendo Competências ............................................................................................. 114
Operações básicas da matemática – Adição ....................................................................... 115
Desenvolvendo Competências ............................................................................................. 115
Operações básicas da matemática – Subtração .................................................................. 117
Operações inversas.............................................................................................................. 117
CONHECENDO A MULTIPLICAÇÃO ............................................................................... 120
Operações básicas da matemática - Multiplicação .............................................................. 121
A Tabela Pitagórica .............................................................................................................. 125
APRENDER A DIVISÃO É MAIS QUE DIVIDIR ............................................................... 129
A divisão nas situações do dia a dia .................................................................................... 130
A divisão no dia a dia ........................................................................................................... 130
Elementos que compõem a divisão ...................................................................................... 132
Operações inversas.............................................................................................................. 133
APRENDENDO SOBRE OS NÚMEROS INTEIROS ........................................................ 136
Subconjunto dos números inteiros ....................................................................................... 138
Soma e Subtração com números inteiros ............................................................................. 139
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Cálculos com adição e subtração de inteiros: ...................................................................... 139
Operações de números inteiros com multiplicação .............................................................. 141
Operações de números inteiros com divisão ........................................................................ 143
Aprendendo sobre potenciação ............................................................................................ 144
FRAÇÕES: DIVIDINDO O TODO PARA OBTER AS PARTES ........................................ 147
Conceito de fração ............................................................................................................... 149
Tipos de frações ................................................................................................................... 149
Simplificação de frações ....................................................................................................... 150
Desenvolvendo competências .............................................................................................. 151
Multiplicação com frações .................................................................................................... 156
Divisão com frações ............................................................................................................. 156
Número Misto ....................................................................................................................... 157
Potenciação em frações ....................................................................................................... 160
Desenvolvendo competências .............................................................................................. 161
CONHECENDO OS NÚMEROS DECIMAIS ..................................................................... 162
Propriedades dos números decimais ................................................................................... 164
Comparação entre números decimais .................................................................................. 164
Adição e subtração com decimais ........................................................................................ 164
Multiplicação de decimais ..................................................................................................... 165
Divisão de decimais.............................................................................................................. 165
Zeros e Vírgulas ................................................................................................................... 165
Dízima Periódica: Simples e Composta ............................................................................... 168
GRANDEZAS E REGRA DE TRÊS: EXPLORANDO NOVAS IDEIAS............................. 174
As grandezas no dia a dia .................................................................................................... 175
REGRA DE TRÊS COMPOSTA: AMPLIANDO OS HORIZONTES ................................. 181
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Regra de Três Composta .....................................................................................................182
MERCADO E PÚBLICO ALVO: AUMENTOS E DESCONTOS ....................................... 186
Porcentagem ........................................................................................................................ 187
Porcentagem em quantias .................................................................................................... 189
BANCOS E OS JUROS: INVESTIMENTO, TAXAS E IMPOSTOS .................................. 198
Tipos de bancos ................................................................................................................... 199
Juros..................................................................................................................................... 199
Tipos de taxas ...................................................................................................................... 201
Fórmulas especiais............................................................................................................... 201
Conversões de período e/ou taxas ....................................................................................... 202
Resolução de problemas ...................................................................................................... 204
JUROS COMPOSTOS: ESSE É O MOMENTO DE INVESTIR ........................................ 207
Você sabe o que é mercado financeiro? .............................................................................. 208
Juros Compostos ................................................................................................................. 208
 
 
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ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
OS OBJETIVOS DA AULA SÃO: 
 
 Identificar os elementos essenciais às situações de comunicação; 
 Reconhecer a função de cada elemento no processo da comunicação; 
 Compreender que todo sistema de comunicação é constituído por esse conjunto 
de elementos e assegurar a troca de informações. 
 
 
BONS ESTUDOS! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Introdução 
Falar e escrever bem sempre foi uma preocupação. Cada vez mais, percebemos a importância 
de compartilhar com as pessoas ao redor nossos sentimentos, pensamentos e interpretações 
sobre alguma situação. Somos seres sociais, queremos compreender o 
outro por meio da troca de mensagens e de participações em relação ao 
nosso modo de ver o mundo. 
 
Com certeza, você já deve ter parado para pensar sobre algo que tenha 
falado ou tenha ficado em dúvida. Até mesmo se conseguiu repassar de 
forma clara uma mensagem. Mas, o que pode garantir mais sucesso na 
comunicação ao nos expressarmos? 
 
Pensando na comunicação como o processo de tornar comum a todos a 
troca e interação entre as pessoas, serão apresentados os elementos 
essenciais para a comunicação, em quais situações podemos ter uma 
escrita mais clara e o porquê de estarmos atentos às funções das 
linguagens usadas no nosso dia a dia. 
 
A comunicação também poderá acontecer de forma verbal e não-verbal. 
Os nossos comportamentos transmitem muitas mensagens e assumem 
novas formas e novos significados, desde a comunicação interpessoal até 
a comunicação em massa por meio das mídias eletrônicas e digitais. 
 
Assim, podemos dizer que a comunicação tem a ver também com 
situações e contextos em que ela ocorre, já que depende de uma série de 
variáveis que podem mudar a forma e a interpretação de quem recebe a 
mensagem. 
 
Explore esse universo e descubra o segredo daqueles que são 
considerados bons comunicadores e conseguem utilizar a linguagem de modos diferentes, por 
meio da oralidade, escrita, gestos, cores, símbolos e imagens. 
 
Esperamos que aproveitem ao máximo a leitura, pensando mais sobre as situações e os 
processos de comunicação na sociedade. 
 
O que é comunicação? 
 
Com a chegada das redes sociais, tão presentes em nossas vidas, e da agilidade de informações 
disponíveis na internet, ficou ainda mais evidente a circulação diária da comunicação que pode 
acontecer tanto de forma virtual quanto presencial. 
 
 
Podemos dizer que o ato da comunicação humana é diário, nesse sentido: 
 
 
 
 
+ SAIBA MAIS 
 
Qual é a diferença 
entre informação e 
comunicação? 
 
Informação 
 É o imprevisível, o 
inesperado, o 
inusitado. É o 
conhecimento daquilo 
que não se conhecia. 
 
Comunicação 
 É a forma conhecida, 
é o velho, o já sabido, 
o conhecido, o 
comum. 
 
(GOMES, 2008, p.20) 
 
 
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Para compreender a importância da clareza ao repassar a mensagem, vamos começar pelo 
significado e pela origem da palavra comunicação. Ela deriva do latim communicare e significa 
“tornar comum”, “partilhar”, “repartir”, “associar”, “trocar opiniões” ou “conferenciar”. Comunicar 
implica participação (communicatio tem sentido de “participação”), em interação, em troca de 
mensagens, em emissão ou recebimento de informações novas. (RABAÇA e BARBOSA, 1987) 
 
A comunicação humana é um processo constante, complexo e ativo e se diferencia da 
comunicação animal por seu conteúdo simbólico. Isto é, as pessoas são capazes de 
compreender, interpretar, elaborar e modificar signos e símbolos. A comunicação acontece 
sempre: é impossível não se comunicar e interagir com o outro. Para acontecer com efetividade, 
esse processo precisa da presença dos seguintes elementos: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
"o processo de transmissão e compreensão de informações, sejam 
ideias, conceitos, dados, instruções, autorizações, recados, histórias 
ou lições, nos dois sentidos e através do uso de símbolos, cujos 
significados são comuns aos envolvidos". (GASNIER, 2008, p.12) 
 
VOCÊ SABIA? 
 
Só conseguimos nos 
comunicar porque 
temos um código em 
comum. 
 
 
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Seguem mais detalhes sobre os elementos da comunicação: 
 
 Emissor: aquele que transmite a mensagem. 
 Receptor: aquele que recebe a mensagem. 
 Código: consiste no conjunto de sinais pelos quais o emissor transmite a 
mensagem. Exemplo: a Língua Portuguesa, a Língua Inglesa, um desenho, 
uma placa de aviso, etc. 
 Contexto: o que representa o assunto contido antes e depois da 
mensagem. O contexto pode se constituir na situação, nas circunstâncias 
de espaço e tempo em que se encontra o receptor. 
 Mensagem: sequência lógica dos signos, sendo aquilo que o emissor 
deseja transmitir ao receptor. 
 Canal: meio pelo qual a mensagem é transmitida. Pode ser um livro que 
contém um texto escrito, um vídeo na internet, a televisão, entre outros. 
 
Os elementos da comunicação como referente e contexto estão presentes 
em todo momento de troca entre os falantes e, quando as funções da 
linguagem se relacionam com esses elementos, todos ficam relacionados 
à função referencial. 
 
 
Vamos saber mais sobre os tipos de linguagem? 
 
Além da interação, troca de mensagens e a emissão ou recebimento de informações, a 
comunicação poderá acontecer por meio de diferentes linguagens, veremos com mais detalhes 
na próxima unidade. 
 
Oralidade; 
 
Cores; 
 
Gestos; 
 
Símbolos; 
 
Escrita. 
 
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LÍNGUA OU LINGUAGEM? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
OS OBJETIVOS DESTA AULA SÃO: 
 
 Diferenciar os conceitos de língua e linguagem; 
 Conhecer os países que utilizam a Língua Portuguesa como idioma oficial; 
 Identificar as duas línguas oficiais no Brasil; 
 Conhecer a Língua Brasileira de Sinais; 
 Identificar os contextos geográfico e histórico que permeiam a Língua Portuguesa. 
 Identificar os tipos de linguagem na produção de sentido; 
 Reconhecer as semelhanças e diferenças dos tipos de linguagem no processo da 
comunicação; Recorrer aos conhecimentos sobre as linguagens dos sistemas de comunicação e 
informação para explicar problemas sociais e do mundo do trabalho; 
 Relacionar informações sobre os sistemas de comunicação e informação, 
considerando sua função social; 
 Posicionar-se criticamente sobre os usos sociais que se fazem das linguagens e 
dos sistemas de comunicação e informação. 
 
BONS ESTUDOS! 
 
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 O que é uma Língua? 
A língua é um instrumento de comunicação utilizado por um grupo social, é a representação de 
um povo ou nação. Isso quer dizer que uma linguagem verbal que possua regras é classificada 
como língua. É um código que pretende estabelecer uma comunicação entre emissor e receptor. 
Um sistema de signos que possuem significados, construídos pela associação de imagens 
auditivas ou visuais a conceitos determinados. 
 
A nossa língua tem uma das histórias mais fascinantes entre as línguas, pois em razão das 
navegações portuguesas nos séculos XV e XVI, tornou-se um dos poucos idiomas presentes na 
África, América, Ásia e Europa, sendo falado por mais de 200 milhões de pessoas. É a terceira 
mais falada entre as línguas ocidentais, perdendo apenas para o inglês e o espanhol. 
 
Você sabe quais países têm a Língua Portuguesa como língua oficial? Automaticamente 
pensamos em Brasil e Portugal, mas outros sete países também são falantes nativos da Língua 
Portuguesa. 
 
 
Brasil 
 
População: 185 milhões de 
habitantes 
 
Angola, na África 
 
População: 10,9 milhões de 
habitantes 
 
São Tomé e Príncipe, também 
na África 
 
População: 182 mil habitantes 
 
 
 
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Portugal, na Europa 
 
População: 10,5 milhões de 
habitantes 
 
Cabo Verde, na África 
 
População: 415 mil habitantes 
 
Moçambique, também na África 
 
População: 18,8 milhões de 
habitantes 
 
Timor Leste, na Ásia e na Oceania 
 
População: 800 mil habitantes 
 
Guiné Equatorial, na África 
 
População: 100 mil habitantes 
 
 
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Guiné Bissau, também na 
África 
 
População: 1,4 milhão de 
habitantes 
 
 
 
As línguas no Brasil 
Você sabia que o nosso país possui duas línguas oficiais? Além da Língua Portuguesa, que é a 
primeira língua oficial do Brasil, temos também a LIBRAS, a Língua Brasileira de Sinais, cuja 
utilização se dá na maior parte pela comunidade surda, embora o ideal seria que todos os 
brasileiros a conhecessem. 
 
A LIBRAS é uma língua, pois possui seu próprio conjunto de regras. A principal diferença em 
relação à Língua Portuguesa se dá no fato de que a LIBRAS não é oral, mas visual-espacial. Ou 
seja, se utiliza das mãos para elaborar os seus sinais. 
 
Voltando à Língua Portuguesa, existem duas áreas principais que a compõem: a Gramática, cujo 
foco é o conjunto de regras que determinam a sua correta aplicação, e a Linguística, ciência que 
estuda o seu uso. 
 
Como mencionado anteriormente, a Língua Portuguesa possui uma história bonita no Brasil. Veja 
o infográfico da página a seguir, que apresenta alguns dados acerca do panorama histórico da 
língua no país: 
 
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TIPOS DE LINGUAGEM 
Introdução 
Tudo é linguagem! Além da interação, troca de mensagens e a emissão ou recebimento de 
informações, a comunicação poderá acontecer por meio de diferentes linguagens nos atos de 
comunicação, tais como: sinais, símbolos, sons, gestos. Podemos citar como exemplos, a 
linguagem escrita e a linguagem mímica. 
 
Os tipos de linguagem são usados por diferentes razões para a 
comunicação, persuasão e arte já que as palavras, imagens, sons e 
gestos também fazem parte de toda essa diversidade da linguagem. 
 
Por meio desses símbolos, conseguimos nos expressar pela fala e escrita 
no nosso dia a dia, por meio de dois tipos de linguagem, a verbal e a não-
verbal: 
 
 Linguagem verbal: é o uso da fala ou da escrita como meio de 
comunicação. 
 Linguagem não-verbal: é o uso de gestos, desenhos, figuras, 
música, literatura, tom de voz como meios para a comunicação. 
 
As duas linguagens são muito importantes para manter uma boa 
comunicação, escolhemos o tipo de linguagem para expressar nossos 
sentimentos, de acordo com o contexto e o objetivo de comunicação em 
casa ou no ambiente de trabalho. 
 
Pensando na comunicação como uma ferramenta para o ambiente 
trabalho, poderemos ser ótimos comunicadores se conseguirmos 
empregar as linguagens verbal e não-verbal de acordo com as situações 
e os contextos. 
 
Iremos conhecer mais detalhes sobre as semelhanças e diferenças dos 
tipos de linguagem; o impacto desses usos nos ambientes de trabalho e 
nosso dia a dia e como se posicionar criticamente sobre os usos sociais 
dessas linguagens se usadas de forma mista: verbal e não-verbal. 
 
Explore esse universo e descubra como os profissionais conseguem ter 
sucesso com a comunicação empresarial, ao conseguirem se expressar 
de diferentes formas. A comunicação é o ponto de partida para 
oportunidades no mercado de trabalho. 
 
Esperamos que aproveitem ao máximo a leitura, pensando mais sobre o 
impacto de nossos gestos e palavras no processo da comunicação! 
 
 
+ SAIBA MAIS 
 
Você conhece outras 
formas de 
linguagem? 
 
Linguagem corporal 
 Nosso corpo fala! 
Muitos movimentos 
que usamos podem 
transmitir mensagens 
e intenções, é 
considerada um tipo 
de linguagem não -
verbal. 
 
Linguagem artificial 
Existem linguagens 
que são criadas para 
um fim específico. 
Podemos citar a 
linguagem de 
programação de 
computadores, que é 
utilizada para a lógica 
de matemática ou 
informática. 
Por exemplo, o 
ADVPL - Advanced 
Protheus Language, 
é uma linguagem de 
programação que é 
utilizada para o 
desenvolvimento do 
ERP - TOTVS 
Protheus. 
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Linguagem Verbal 
No dia a dia utilizamos as linguagens verbal e não verbal para nos comunicar. A linguagem verbal 
utiliza a fala e a escrita para a troca de informações. Esse diálogo pode acontecer também de 
forma virtual, por meio de alguma ferramenta, como chats, e-mails redes sociais, aplicativos nos 
dispositivos móveis. 
 
Tendo em vista a importância do contexto social em que a linguagem é utilizada, podemos nos 
preocupar com uso correto das regras gramaticais quando estamos no ambiente de trabalho, ao 
escrever um e-mail para o nosso líder e se, em algum momento, for pedida alguma explicação 
em uma reunião por meio de linguagem formal. Em outras situações, iremos falar de forma mais 
descontraída e espontânea, costumamos nos expressar assim com nossos amigos e familiares 
por meio de uma linguagem mais informal. 
 
Também é comum a criação de linguagens para algum fim específico, podemos citar como 
exemplo de linguagem verbal, as linguagens artificiais criadas para o desenvolvimento da lógica 
matemática ou a informática por meio da criação de códigos e regras específicas que processam 
comandos para os computadores. 
 
Linguagem Não-Verbal 
 
A linguagem não-verbal é bastante utilizada nas situações do dia a dia, já que o nosso corpo e 
gestos também falam! A linguagem corporal é um tipo de linguagem não-verbal, nossos 
movimentos corporais podem repassar mensagens e intenções. 
 
A linguagem não-verbal foi o ponto de partida para a comunicação do ser humano, o homem 
antes de falar tentou representar o mundo por meio de desenhos, rabiscos e gestos para mostrar 
às pessoas ao redor os desejos, as emoções e os sentimentos. Existem elementos em uma 
imagem que podem dizer muito sobre o artista como o traçado, o ponto, a linha, as figuras 
escolhidas para a composição docenário e até mesmo as cores. A principal característica da 
linguagem não-verbal é a forma, ou seja, as interpretações que fazemos dos objetos e 
expressões. São exemplos de formas visuais: placas, quadros, imagens, figuras, pinturas, 
esculturas, símbolos matemáticos. Os gestos, as expressões de tristeza, alegria e até mesmo 
durante uma reunião os braços cruzados também podem dizer se estamos felizes ou não 
naquela situação e se desejamos iniciar um bate-papo. 
 
Podemos ter situações também em que utilizamos as duas linguagens, chamada de linguagem 
mista que é o uso da linguagem verbal e não-verbal ao mesmo tempo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Linguagem Sonora 
 
A linguagem sonora utiliza também elementos verbais para a composição dos arranjos, 
combinando sons e durações. Podemos citar os seguintes exemplos: vento, espirro, pandeiro, 
buzina, ritmo e melodia. 
 
Como podemos observar com base nos exemplos mencionados, a linguagem sonora poderá 
acontecer por acaso (vento), de forma intencional (buzina) ou até mesmo de forma mais 
complexa com a produção de ritmos (melodia) de acordo com as convenções musicais. 
 
Linguagens Híbridas 
 
Todas as linguagens podem ser usadas ao mesmo tempo, por isso elas são chamadas de 
linguagens híbridas. Isso quer dizer que ao analisar alguma figura, conversa ou melodia, 
poderemos identificar ao mesmo tempo o uso das linguagens: verbal, não-verbal e sonora. 
 
 
 
Linguagens da Hipermídia 
 
As linguagens da hipermídia acontecem por meio da junção de textos (jornais, revistas, livros); 
o audiovisual (cinema, televisão e vídeo) e informática (programas informáticos). 
 
Segundo Vicente Gosciola, a hipermídia é “o conjunto de meios que permite acesso simultâneo 
a textos, imagens e sons de modo interativo e não linear, possibilitando fazer links entre 
elementos de mídia, controlar a própria navegação e, até, extrair textos, imagens e sons cuja 
sequência constituirá uma versão pessoal desenvolvida pelo usuário”. (GOSCIOLA, 2003, p. 34) 
 
Isso quer dizer que podemos relacionar os conceitos de hipertexto e multimídia para propiciar 
mais interatividade entre as pessoas, por meio dos sistemas de comunicação e informação. 
Conhecida também como multimídia interativa, seguem alguns exemplos: 
 
 Mídias: cinema mudo, impressos, fotografia, rádio. 
 Multimídias: cinema sonoro, vídeo e tv. 
 Multimídias digitais: animações por computador, cinema digital e vídeo digital. 
 Hipermídia: games de computador, simuladores interativos, ambientes virtuais de 
aprendizagem, sites da web, TV interativa. 
Verbal
•Descrição;
•Narração;
•Dissertação.
Visual
•Expressões visuais 
e corporais;
•Gestos;
• Imagens e figuras 
representativas.
Sonora
•Por acaso;
• Intencional;
•De acordo com 
convenções 
musicais.
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FUNÇÕES DA LINGUAGEM 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
OS OBJETIVOS DESTA AULA SÃO: 
 
 Conhecer as funções da linguagem; 
 
 Identificar as diferentes funções da linguagem. 
 
 
BONS ESTUDOS! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Funções da Linguagem 
No ato da comunicação sempre apresentamos indícios que deixam transparecer nossos 
objetivos. O mesmo ocorre quando lemos um texto e percebemos, no decorrer da leitura, qual é 
o objetivo do autor. 
 
É possível afirmar que toda mensagem tem um objetivo e este pode ser informar algo, 
demonstrar sentimentos, convencer alguém, dentre outros. Com isso, a linguagem passa a ter 
uma função. 
 
É importante ressaltar que em um mesmo texto pode conter duas ou mais funções, mas só uma 
será predominante. 
 
Além disso, cada Função da Linguagem foca em um dos elementos da comunicação estudados 
anteriormente. 
 
Na Língua Portuguesa, essas funções podem ser: 
 
Função Referencial ou Denotativa 
 
Quando o objetivo do emissor é informar, descrever fatos e 
circunstâncias da realidade, ocorre a função referencial, também 
chamada de denotativa ou informativa. São exemplos de função 
denotativa a linguagem jornalística e a científica. Aqui, o foco se dá no 
contexto da mensagem. Observe a predominância da função 
referencial no texto abaixo: 
 
“Em reunião na tarde de ontem, os funcionários do banco concordaram em iniciar a greve na 
próxima segunda-feira.” 
 
Função Apelativa ou Conativa 
 
Ocorre a função apelativa quando o emissor busca convencer o receptor a 
praticar determinada ação. Por isso, o foco aqui é no receptor da 
mensagem. São exemplos as propagandas, os sermões religiosos e os 
discursos eleitorais. Observe a predominância da função no texto abaixo: 
 
“É só amanhã! Não perca essa promoção!” 
 
Função Emotiva 
 
Acontece quando o emissor demonstra seus sentimentos ou sensações a respeito de algum 
assunto ou pessoa. Portanto, o foco é no próprio emissor. São exemplos as músicas e as cartas. 
Observe a predominância da função emotiva no trecho abaixo: 
 
“Ontem à noite pensei em você antes de dormir e a saudade bateu de forma tão profunda...” 
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Função Fática 
 
A função fática ocorre para que o emissor estabeleça contato com o receptor por meio de 
expressões automáticas e breves, tais como “alô”, “até logo”, conversas de elevador ou de 
consultórios. O foco dessa função se dá no canal, porque o objetivo do emissor é manter um 
canal de comunicação com o receptor. Observe o exemplo abaixo, no qual predomina a função 
fática: 
 
“- Alô?” 
“- Alô!” 
 
 
Função Poética 
 
É a linguagem das obras literárias, principalmente das poesias, em que as palavras são 
escolhidas e dispostas de maneira que se tornem singulares. Com ela, o autor se preocupa mais 
em como dizer do que com o que dizer. O foco dessa função é na mensagem. Observe o poema 
Livros e Flores, de Machado de Assis, no qual predomina a função poética: 
 
“Teus olhos são meus livros. 
Que livro há aí melhor, 
Em que melhor se leia 
A página do amor? 
 
Flores me são teus lábios. 
Onde há mais bela flor, 
Em que melhor se beba 
O bálsamo do amor?” 
 
 
Função Metalinguística 
 
É a utilização do código para falar dele mesmo: uma pessoa falando do ato de falar, outra 
escrevendo sobre o ato de escrever, palavras que explicam o significado de outra palavra. Por 
isso, o foco é no próprio código. Um exemplo simples é essa própria apostila, que utiliza a Língua 
Portuguesa para explicar a própria Língua Portuguesa. Outro exemplo, conforme abaixo, é o 
dicionário, que explica o significado das palavras da Língua Portuguesa por meio da utilização 
dela própria: 
 
Dicionário 
Di.ci.o.ná.rio 
sm (lat dictione) Coleção de vocábulos de uma língua, de uma ciência ou arte, dispostos em 
ordem alfabética, com o seu significado ou equivalente na mesma ou em outra língua. 
 
 
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VARIAÇÕES LINGUÍSTICAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
OS OBJETIVOS DA AULA SÃO: 
 
 Conhecer o conceito das variações linguísticas; 
 
 Identificar os diferentes tipos de variações linguísticas; 
 
 Reconhecer as mudanças ocorridas na Língua Portuguesa no decorrer do tempo. 
 
BONS ESTUDOS! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Variações Linguísticas 
A língua não é usada de modo uniforme por todos os seus falantes. O uso de uma língua varia 
de época para época, de região para região, de classe social para classe social, de gênero para 
gênero, idade para idade, assim por diante. 
 
Nem individualmente podemos afirmar que o uso seja uniforme: dependendo da situação, uma 
mesma pessoa pode usar diferentes variedades de uma forma da língua. A princípio, a língua 
pode variar de dois modos, sendo eles o modo padrão (formal) eo coloquial (informal). 
 
O modo padrão é o modelo culto utilizado na escrita e segue rigidamente as regras gramaticais. 
Trata-se de uma linguagem mais elaborada, visto que o autor tem mais tempo para preparar seu 
discurso, vale lembrar que a escrita é supervalorizada em nossa cultura. É a história do "vale o 
que está escrito". 
 
Já o modo coloquial é a versão oral da língua e, por ser mais livre e espontânea, tem um pouco 
mais de liberdade e está menos presa à rigidez das regras gramaticais. Entretanto, a margem 
de afastamento dessas regras é estreita e, embora exista, a permissividade com relação às 
"transgressões" é pequena. 
 
Os linguistas reconhecem três tipos de variação na língua. São as chamadas “variações 
linguísticas”, que nada mais são do que as notáveis transformações que a língua sofre quando 
a mesma muda de lugar, tempo e espaço. São elas: 
 
Variação Geográfica 
 
A Língua Portuguesa se modifica de acordo com o lugar em que os falantes 
estão, seja pelo sotaque ou pelo vocabulário. Por exemplo, a palavra 
menino pode variar conforme o lugar e assumir outras formas, tais como 
garoto, guri ou miúdo. Mexerica, bergamota e tangerina são nomes 
diferentes para a mesma fruta, adotados em regiões diferentes do Brasil. 
Há, ainda, as diferenças entre os significados de palavras no Brasil e em 
outros países falantes da Língua Portuguesa, como Angola e Portugal. 
 
 
 
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Variação Histórica 
 
Um idioma depende das pessoas para existir. Evolui junto com a 
humanidade. Isso faz com que algumas palavras desapareçam e 
cedam lugar para outras tantas novas. Um exemplo dessa variação é 
o surgimento de palavras como deletar, postar, tuitar, que surgiram 
para atender às novas necessidades da sociedade, bem como o 
esquecimento de outras que já não fazem tanto sentido, como 
datilografar. 
 
Variação Social/Cultural 
 
O idioma pode adaptar-se ao grupo em que é utilizado, e é deste 
princípio que surge o nível formal (utilizado em entrevistas, por 
exemplo) e o informal (usado no cotidiano, com os amigos e a família, 
por exemplo). Sendo que cabe ao usuário da língua saber exatamente 
quando, onde e com quem deve utilizar as expressões “Bom dia, como 
vão os senhores?” ou “E aí galera, suave?”, por exemplo. Lembre-se: 
a Língua Portuguesa é como uma roupa e deve ser utilizada de 
maneira adequada e de acordo com o lugar e as pessoas em volta. 
 
Você sabia? 
Em 2009, tivemos 
algumas mudanças 
nas regras 
ortográficas que 
aconteceram com o 
objetivo de 
aproximar a fala e a 
escrita de todos os 
países que falam a 
Língua Portuguesa. 
Já passamos por 
duas reformas 
ortográficas, a 
primeira em 1943 e 
a segunda em 1971. 
Agora, estamos 
vivendo a terceira 
com o uso de novas 
regras que serão 
obrigatórias a partir 
de 2016. 
 
 
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A VIDA EM UMA SOCIEDADE LETRADA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
OS OBJETIVOS DA AULA SÃO: 
 
 Entender a importância da escrita na comunicação; 
 Definir o que é texto escrito; 
 Compreender a importância do contexto em um texto escrito; 
 Conhecer Tipos Textuais. 
 
 
BONS ESTUDOS! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Introdução 
Muitas vezes, ao andar pela rua, você já deve ter encontrado vários exemplos de escrita: placas 
de rua, letreiros de ônibus, nomes de lojas, mensagens presentes em outdoors, folhetos de 
propaganda, dentre outros. Você já reparou na quantidade de símbolos existentes em cada um 
desses exemplos? 
A escrita faz parte de nossas vidas. A grande quantidade de textos que existe ao nosso redor 
indica que vivemos em uma sociedade letrada, pois o ato de escrever é muito importante na vida 
das pessoas. Por meio da escrita é possível manifestar ideias, argumentar sobre diversos 
assuntos e interagir com as pessoas. Além disso, a escrita auxilia na transmissão de 
conhecimento e na divulgação da cultura. 
Com o advento das redes sociais, que facilitou a comunicação entre as pessoas por meio de e-
mail, blogs, chat, mensagens, a escrita vem conquistando cada vez mais espaço em nossa 
sociedade. A internet é responsável pela propagação de muitos textos escritos, em uma 
velocidade cada vez mais rápida. 
Como se vê, a grande quantidade de textos traz para a sociedade uma demanda muito grande 
de informações, sendo apresentadas nas mais variadas linguagens. Para que essas informações 
possam ser adequadamente compreendidas, é preciso entender o sentido da linguagem utilizada 
nos textos (símbolos, palavras, gestos, etc.) 
Escrever bem é um diferencial para qualquer pessoa, uma vez que a escrita é uma importante 
forma de comunicação. Desse modo, podemos perceber que a vida em uma sociedade letrada 
tem como destaque o contato com diversos tipos de textos, tais como notícias de jornal ou pela 
internet, crônicas, receitas, revistas, exemplos encontrados com mais frequência. 
Da mesma maneira que a escrita faz parte das nossas vidas, a leitura também está presente, 
sendo tão importante quanto o ato de escrever. Afinal, escrevemos textos para mandarmos 
mensagens para alguém que vai ler ou para anotarmos algo que deve ser lido posteriormente. 
Assim, leitura e escrita estão ligadas entre si. 
 
Mas, afinal, o que é um texto? 
 
Texto é uma forma de interação social, pode ter características faladas ou escritas, tamanhos 
diversificados. Por meio de um objetivo gira em torno de ideias e sentidos, se expressa de forma 
verbal e não-verbal, oferecendo entendimento completo da mensagem. Todo texto escrito deve 
ter também um contexto e uma função, além de ser destinado a um interlocutor (leitor). 
 
 Unidade: conjunto em que as partes se ligam umas às outras. Em um texto, por exemplo, 
as palavras são ligadas, formando frases. As frases se unem, formando períodos, que são 
ligados a outros períodos, formando parágrafos. 
 
 Intenção: motivo pelo qual o texto está sendo escrito. 
 
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Contexto 
A leitura adequada de um texto ocorre quando há uma interpretação da 
mensagem passada, ou seja, exista o processo de decodificação do 
texto, para que se possa compreender o seu conteúdo. Existem 
elementos que podem nos ajudar a decodificar os conteúdos dos textos; 
dentre eles, o principal é a identificação do seu contexto. 
 
 
O contexto é o conjunto de informações que acompanha o texto e que 
facilita a sua compreensão, pois para entender a mensagem que é 
passada no texto, é preciso compreender em qual realidade e cenário 
ela foi elaborada. Saber o contexto é essencial para que se possa 
apreender o sentido do texto. 
 
O contexto de um texto escrito pode ser: 
 
 Social: envolve relações entre pessoas de uma mesma 
sociedade. 
 Cultural: faz referência a conhecimentos transmitidos no interior 
de uma cultura. 
 Histórico: para entender o contexto histórico é preciso ter 
conhecimento do período ou fato histórico no qual se baseia o 
conteúdo do texto. 
 
Para entender um pouco mais como se manifesta o contexto social, 
observe um trecho do texto escrito por Rubem Braga: 
 
 
A PALAVRA 
 
Tanto que tenho falado, tanto que tenho escrito - como não imaginar que, sem querer, 
feri alguém? Às vezes sinto, numa pessoa que acabo de conhecer, uma hostilidade 
absurda, ou uma reticência de mágoas. Imprudente ofício é este, de viver em voz alta. 
 
Às vezes, também a gente tem o consolo de saber que alguma coisa que se disse, 
por acaso, ajudou alguém a se reconciliar consigo mesmo ou com a sua vida de cada 
dia; a sonhar um pouco, a sentir uma vontade de fazer alguma coisa boa. 
 
Agora sei que, outro dia, eu disse uma palavra que fez bem a alguém. Nunca saberei 
que palavra foi; deve ter sido uma frase espontânea e distraída que eu disse com 
naturalidadeporque senti no momento e depois esqueci. 
 
(PROENÇA FILHO, Domício (org). Pequena Antologia do Braga. Rio de Janeiro: 
Editora Record. 1997, p. 47). 
VOCÊ SABIA? 
 
 
 
 
 
 
 
 
Rubem Braga (1913-
1990): escritor e 
jornalista brasileiro, 
ficou conhecido pelas 
crônicas sobre o 
cotidiano das 
relações entre as 
pessoas. Suas 
principais crônicas 
são: “O Morro do 
Isolamento” (1944), 
”Ai de Ti 
Copacabana” (1960), 
“A Traição das 
Elegantes” (1967), 
“Recado de 
Primavera” (1984), 
“Crônicas do Espírito 
Santo” (1984), “O 
Verão e as Mulheres” 
(1986) e “As Boas 
Coisas da Vida” 
(1988), dentre outros. 
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Nesse trecho, o escritor descreve alguns sentimentos que algumas 
pessoas têm ao ler os seus textos, que podem ser positivas ou negativas. 
Esses sentimentos só são possíveis, porque existe uma relação entre o 
escritor e os seus leitores. É uma forma de apresentar ao leitor a 
importância de seu ofício de escritor. 
 
Para entender um pouco mais sobre o contexto cultural, observe o texto 
abaixo do escritor Luís Fernando Veríssimo: 
 
SÍTIO 
 
Vendo. Barbada. Ótima localização. Água à vontade. Árvores frutíferas. 
Caça abundante. Um paraíso. Antigos ocupantes despejados por questões 
morais. Ideal para casal de mais idade. Negócio de Pai para filhos. Tratar 
com Deus. 
 
(Veríssimo, Luís Fernando. Comédias para se ler na escola. Rio de Janeiro: 
Editora Objetiva. 2000. p. 143) 
 
Para que o contexto da mensagem criada pelo escritor faça sentido, o 
interlocutor precisa ter um conhecimento sobre outro texto, a Bíblia, que faz 
parte da cultura ocidental. 
 
Sobre o contexto histórico, veja a charge da cartunista Laerte: 
 
 
Note que, para que o leitor interprete a mensagem presente na charge, é preciso que ele tenha 
um conhecimento da história do país, principalmente sobre a polêmica que foi a eleição do 
deputado Tiririca em 2010. 
 
 
VOCÊ SABIA? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Luís Fernando 
Veríssimo (1936): 
escritor, tradutor, 
jornalista e roteirista 
de televisão, 
Veríssimo é 
conhecido por suas 
crônicas que 
apresentam, de 
maneira bem-
humorada, o 
cotidiano das 
relações humanas. 
Suas principais obras 
são: “Ed Mort e 
Outras Histórias” 
(1979), “O Analista de 
Bagé” (1982), “O 
Gigolô das Palavras” 
(1982), “A Velhinha 
de Taubaté” (1983), 
“A Mãe de Freud” 
(1985), “Comédias da 
Vida Privada” (1984), 
“Comédias da Vida 
Pública” (1985), 
“Comédias para se 
ler na escola” (2000), 
“As Mentiras que os 
Homens Contam” 
(2000), “Banquete 
com os Deuses” 
(2001). 
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Além do contexto, o texto apresenta, em sua linguagem, várias funções, que são empregadas 
de acordo com a intenção do autor em transmitir a sua mensagem. 
 
 
Tipos Textuais 
Chamamos de tipos textuais o conjunto de enunciados organizados em uma 
estrutura bem definida, facilmente reconhecida por suas características 
preponderantes. Podem variar entre cinco e nove tipos, sendo que os mais 
estudados são a narração, a argumentação, a descrição, a injunção e 
a exposição, os veremos no módulo a seguir. 
 
VOCÊ SABIA? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Laerte Coutinho 
(1951) é uma 
cartunista e chargista 
brasileira, 
considerada uma das 
artistas mais 
importantes na área 
no país. Aos 57 anos, 
assumiu a 
transexualidade, 
abrindo uma profunda 
discussão sobre a 
identidade de gênero 
no Brasil. 
 
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FUNÇÃO NARRATIVA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
OS OBJETIVOS DA AULA SÃO: 
 
 Reconhecer as características que permeiam o gênero textual narrativo; 
 Identificar os elementos que compõem um texto narrativo; 
 Associar a função narrativa a textos e obras audiovisuais presentes no cotidiano; 
 Produzir histórias que utilizem a função textual narrativa; 
 Conhecer o conceito de Figuras de Linguagem, bem como alguns de seus 
exemplos e aplicações; 
 Relacionar textos ao seu contexto de produção/recepção histórico, social, político, 
cultural e estético. 
 
BONS ESTUDOS! 
 
 
 
 
 
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Introdução 
A principal característica da linguagem verbal é o discurso (falado e escrito) que possui lógica e 
sequência. Podemos citar os seguintes exemplos: 
 
 Narração: traduz ações, eventos e situações do dia 
a dia que incentivam a produção da história; 
 Descrição: apresenta as características das 
pessoas, ambientes, espaços; 
 Dissertação: argumentos para a apresentação, 
convencimento dos pontos de vista para uma 
consideração sobre os fatos. 
 
 
O que os animes Naruto e Death Note, os filmes O Exterminador do Futuro 
e Os Vingadores e as séries The Big Bang Theory e Game of Thrones têm 
em comum entre si? 
 
Todos eles são obras audiovisuais, ou seja, referem-se a "qualquer 
comunicação, mensagem, recurso, material etc. que se destina ou visa 
estimular os sentidos da audição e da visão simultaneamente", de acordo 
com o dicionário Houaiss. 
 
O intuito dessas obras é sempre o mesmo: contar uma história. Pode ser a 
disputa violenta pelo poder em um mundo fantástico-medieval, a história 
divertida de um grupo de amigos nerds, a de um jovem que tem um caderno 
mortal em seu poder ou a trama futurista de viagem no tempo e robôs 
exterminadores, todas elas partem de um documento chamado Roteiro. 
 
O Roteiro, ou Script, em inglês, é o primeiro passo para a produção 
audiovisual, porque é nele que está escrita e estruturada a história que será 
contada. Além disso, esse documento serve como base para que o diretor 
imagine como irá filmar: que tipos de câmeras utilizará, quais efeitos, 
ângulos, enquadramentos, estilos, edição e até mesmo quais atores irá 
contratar. 
 
Todos os textos e/ou obras que visam contar uma história, como as obras 
audiovisuais acima citadas, os livros literários, contos e crônicas, têm a 
função de narrar acontecimentos. Por isso, dizemos que são textos de 
função narrativa. 
 
Dessa forma, podemos dizer que a função narrativa está presente em 
nossas vidas todos os dias, já que é comum lermos livros ou assistirmos a 
obras audiovisuais. 
 
Mas, como identificar e/ou produzir um texto narrativo? 
 
+ SAIBA MAIS 
 
Como os filmes são 
produzidos? 
 
Você sabe quais as 
principais funções 
dentro de um filme? 
 
Diretor: É o “chefe” da 
produção, quem detém a 
responsabilidade pela 
obra completa e orienta 
e coordena os demais 
envolvidos. 
 
Roteirista: Quem 
escreve a história num 
primeiro momento e a 
entrega ou a vende a 
diretores e/ou estúdios 
de cinema. 
 
Editor: Quem faz a 
montagem do filme, 
cortando as cenas e 
dando ritmo à 
sequência. 
 
Produtor: Há vários 
tipos de produtores: 
aqueles que agendam 
locações para filmagens 
e correm com os 
processos do dia a dia e 
aqueles que financiam o 
filme. 
 
Atores: São os artistas 
que atuam e 
representam as 
personagens da trama. 
 
Figurinista: Quem 
cuida das roupas e 
acessórios dos atores. 
 
Diretor de Fotografia: 
Responsável pela 
escolha das paisagens, 
efeitos de luz e reflexos 
nas cenas. 
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Elementos da Narrativa 
Toda história possui elementos em comum, que a caracterizam como uma 
narrativa. Vamos aprender a identificá-los? 
 
Personagens: são aquelas que estão envolvidas no enredo (ver a seguir). 
Normalmente, as narrativas possuem núcleos principais que giram em 
torno de uma ou duas personagens, consideradas principais ou 
protagonistas. Há ainda o antagonista, normalmente o vilão ou figura que 
se opõe ao (s) protagonista (s). As demais personagens são consideradas 
secundárias. 
 
Narrador: é quem conta a história. O narrador pode ser classificado de 
acordo com sua influência sobre a própria história: 
 
 Narrador-observador: quandoo narrador não participa da história 
ou influi sobre ela diretamente, é considerado observador. Nesse 
caso, normalmente a história é contada em terceira pessoa (eles 
viram, eles participaram, ele correu). 
 Narrador-personagem: quando o narrador participa da história 
como personagem, geralmente contada em primeira pessoa (eu vi, 
eu participei, nós corremos). 
 Narrador-onisciente: é o narrador-personagem que, além de 
participar da história, tem pleno conhecimento acerca dos 
pensamentos e sentimentos dos demais personagens ("Rubião não 
esquecia que muitas vezes tentara enriquecer com empresas que 
morreram em flor” – Quincas Borba – Machado de Assis). 
 
 
Tempo: referente à duração da história. Pode ser cronológico (segundos, 
minutos, horas, dias, meses, anos) ou psicológico (lembranças e vivências 
das personagens, como flashbacks – interrupção da sequência narrativa). 
 
Espaço: referente ao local no qual a história acontece. Assim como o 
tempo, pode ser físico (uma vila, cidade, país, continente, ou até outro 
planeta) ou psicológico (a história pode acontecer na mente de uma 
personagem). 
 
Enredo: o entrelaçamento das ideias, trata-se da história em si, que contém 
todos os elementos acima e pode ser dividida em algumas etapas: 
 
 Introdução: normalmente, é o início da história, no qual se apresenta 
o tempo, o espaço, o enredo e as personagens. 
 Trama: é o desenrolar da história, no qual os elementos acima 
interagem entre si, provocando suspense e/ou mistério. 
 Clímax: momento da história no qual o suspense e/ou mistério 
previamente criados são rapidamente desvendados, de maneira 
dinâmica e emocionante. 
Você sabia? 
A prática de 
incorporar palavras 
de outros idiomas 
como flashback e 
replay à Língua 
Portuguesa é uma 
figura de linguagem 
chamada 
Estrangeirismo. 
 
Figuras de 
Linguagem são 
recursos de 
expressão utilizados 
por um escritor com o 
objetivo de ampliar o 
significado de um 
texto literário ou 
também para suprir a 
falta de termos 
adequados em uma 
frase. 
 
Existem diversas 
figuras de linguagem 
e algumas das mais 
conhecidas são: 
 
Metáfora: consiste na 
utilização de uma 
palavra em lugar de 
outra, como uma 
comparação subjetiva 
que a princípio não 
pode ser entendida 
pela lógica, mas sim 
pelo espírito. (Ex: 
Aquela moça é uma 
flor.) 
 
Onomatopeia: 
quando o autor tenta 
reproduzir sons da 
realidade na forma 
escrita. (Ex: O 
cachorro latiu: -Au 
au!) 
 
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 Desenlace ou Desfecho: é a conclusão da história, momento-chave, 
no qual tudo que estava pendente é explicado. 
Para que esses elementos estejam presentes coerentemente em seu texto, recomenda-se 
sempre que, ao escrever, pense nas seguintes perguntas: 
 
 O que aconteceu? (enredo); 
 Quando aconteceu? (tempo); 
 Onde aconteceu? (espaço); 
 Com quem aconteceu? (personagens); 
 Como aconteceu? (trama, clímax, desenlace ou desfecho). 
 
Discurso 
Discurso: trata-se da forma como a história é contada pelo narrador e, como tal, também pode 
ser classificado em três tipos: 
 
 Discurso direto: quando as falas das personagens aparecem exatamente como elas 
dizem, por meio de travessão e pontuação adequada. 
 
 Discurso indireto: nesse caso, as falas das personagens são contadas pelo narrador, que 
as incorpora em seu próprio discurso. 
 
 Discurso indireto livre: aqui, além de incorporar as falas das demais personagens em seu 
discurso, o narrador também emite, discretamente, sentimentos e aflições de terceiros, a 
ponto de, às vezes, não haver distinção entre o que vem do narrador e o que vem das 
personagens. 
 
 
Analisando uma narrativa 
Observe o trecho a seguir. Vamos identificar os elementos característicos da narrativa presentes 
nele? 
 
Sempre me chamou a atenção, aquela senhora. Ela almoça no mesmo restaurante 
que eu. Todos os dias, à mesma hora, vejo-a entrar, sozinha, elegante em sua roupa 
escura, quase sempre de gola rulê, os cabelos muito brancos presos num coque. Pisa 
o chão de lajotas com passos incertos, o corpo muito magro um pouco encurvado, 
como se carregasse um peso invisível – ou um segredo. Sim, porque os segredos 
vergam as costas, pesam como fardos. E, ao olhar para ela, desde a primeira vez, fui 
tomada pela sensação de que tinha algo a esconder. 
 
SEIXAS, Heloísa. Segredos: contos mínimos. Rio de Janeiro: Record, 
2001. p. 19. 
 
 
Quem conta a história? Logo no início do texto, podemos identificar a narradora: ela é alguém 
que almoça todos os dias no restaurante frequentado pela velha senhora. Como está todos os 
dias ali, observa a senhora, interpreta suas características, faz suposições a seu respeito (ela 
andaria curvada porque teria um segredo...). 
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O ponto de vista a partir do qual essa história será contada é o dessa mulher que observa a velha 
senhora. Além do narrador, o texto narrativo também apresenta personagens (as pessoas que 
participam dos acontecimentos contados pelo narrador), um espaço (nesse caso, fala-se do 
interior de um restaurante) e um tempo (momento em que os acontecimentos ocorrem, duração 
de cada um deles). 
 
 
Crônicas e Relatos 
Existem outros tipos de texto que possuem a função narrativa: Novela, Conto, Romance, Fábula, 
e os mais utilizados em sala de aula, Crônica e Relato. Vamos aprender mais sobre as 
características deles? 
 
Crônica: um tipo especial de narrativa é a crônica. A origem da palavra crônica é grega e vem 
de chronos (tempo). É por esse motivo que uma das características definidoras desse tipo de 
texto é o seu caráter atual. Nesse tipo de texto, encontramos a apresentação de fatos atuais, a 
partir dos quais um autor desenvolve reflexões mais abrangentes sobre o comportamento 
humano. 
 
Relato: trata-se de outro tipo de texto em que também percebemos a função narrativa 
(apresentação de uma série de acontecimentos), nem sempre existe a construção de 
personagens, a caracterização de um cenário ou o estabelecimento de um tempo. No nosso dia 
a dia, usamos o relato inúmeras vezes. Sempre que queremos contar algum acontecimento, 
relatamos o que se passou. Às vezes, somos solicitados a escrever pequenos relatos para nosso 
chefe, de modo a registrar uma ocorrência especial durante o expediente. A preocupação de 
quem relata algo deve estar voltada para o registro dos fatos, sem grande preocupação com 
detalhes. 
 
 
 
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FUNÇÃO EXPOSITIVA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
OS OBJETIVOS DA AULA SÃO: 
 
 Reconhecer as características que permeiam o gênero textual expositivo; 
 Identificar os elementos que compõem um texto expositivo; 
 Associar a função expositiva a textos e obras audiovisuais presentes no cotidiano; 
 Produzir textos que utilizem a função expositiva; 
 Relacionar textos ao seu contexto de produção/recepção histórico, social, político, 
cultural e estético. 
 
BONS ESTUDOS! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Introdução 
A palavra expor é originada do latim exponere, que significa “apresentar à vista, destacar, 
mostrar”, de ex- (para fora), mais ponere (colocar). 
 
Temos diferentes objetivos ao expor ideias, argumentos e/ou 
acontecimentos, e cada um desses objetivos está implícito em um tipo de 
texto que utiliza a função expositiva. 
 
Algumas das principais características da função expositiva são: a 
instrução, informação, descrição, definição, enumeração, comparação e o 
contraste. 
 
Assim como ocorre com a função narrativa, em nosso dia a dia também 
nos deparamos frequentemente com textos que se utilizam da função 
expositiva. A seguir, apresentaremos os seus tipos principais. 
 
Dissertação 
 
A dissertação argumentativa diz respeito à reflexão que fazemos sobreo 
tema. O ponto de vista do autor é declarado e se interage com os fatos 
abordados, a fim de esclarecê-los e também de convencer o leitor 
sobre a opinião expressa. Portanto, o escritor tende a usar da persuasão 
para apresentar a visão crítica dele. Contudo, a linguagem não deve deixar 
de ser objetiva e o ponto de vista deve ser baseado em evidências 
concretas e reais dos acontecimentos. 
 
A argumentação é a estratégia da razão, da lógica e dos fatos. Nela, 
temos a apresentação de fatos, os motivos e as provas que atestam uma 
tese. Uma boa argumentação se faz valer de exemplos, comparações, 
dados, estudos técnicos, testemunhos, entre outras formas de se provar 
a veracidade de uma afirmação. 
 
Por isso, independente do tipo de dissertação, faça uma exposição clara, coerente dos 
argumentos, os quais devem ser estruturados de maneira lógica! 
 
 
+ SAIBA MAIS 
 
Você já ouviu falar 
em Etimologia? 
 
A Etimologia é a 
divisão da gramática 
que estuda a história 
e a origem das 
palavras e seus 
significados. 
 
A maior parte das 
palavras da Língua 
Portuguesa são 
originadas de outros 
idiomas, como: 
 
Grego; 
(Ex: Ética, do grego 
ethos, que significa 
caráter, costume ou 
modo de ser.) 
 
Latim; 
(Ex: Educar, do latim 
educare, que significa 
conduzir para fora, ou 
direcionar para fora.) 
 
Tupi-guarani. 
(Ex: Catapora, do 
tupi-guarani 
tatá´pora, que 
significa fogo que 
surge ou aquilo que 
salta para fora.) 
 
1. 
2. 
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Em ambos os casos, a dissertação manterá as seguintes características: 
 
Verbos: devem estar em terceira pessoa, ou seja, referindo-se a: ele, ela, eles, elas. 
 
Linguagem: é formal, logo, obedece às normas gramaticais. Dessa forma, empregos de 
expressões coloquiais, ou seja, da oralidade e gírias, estão excluídas, tais como: “tá boa”, “o bofe 
lá”, “tampa o sol com a peneira”, “ninguém merece”, “isso está cheirando mal”, “sem noção”, 
“camarada” etc. 
 
Palavras: devem ser usadas no seu sentido denotativo, literal, ou melhor, no que consta no 
dicionário. Deixe o sentido figurado para as poesias e outros tipos de textos. 
 
Expressões: em redações dissertativas, é comum lermos: eu acho, na minha opinião, de acordo 
com que penso a esse respeito. No entanto, essas colocações são redundantes, pois é um texto 
que mostra o ponto de vista do autor em relação a um fato. Então, é redundante usar tais 
expressões, mesmo porque deve-se manter a terceira pessoa do discurso. 
 
Períodos: devem ser objetivos e claros. De preferência, mais breves, pois períodos muito longos 
geram confusão. Aproveite e verifique se a pontuação está correta: se o ponto final está presente 
em cada ideia finalizada! Estará errada se as orações estiverem emendadas por vírgulas, 
ocasionando um período longo e confuso. 
 
Estrutura: observe aqui a paragrafação, ou seja, a divisão por parágrafos e também se há 
introdução, desenvolvimento e uma boa conclusão. Muitas vezes, esta última parte é esquecida! 
 
Por último, observe se sua dissertação tem o mínimo de 15 linhas escritas e o máximo de 35 
(tamanho exigido na maioria dos processos seletivos, principalmente no ENEM). 
 
(Saiba mais em: http://brasilescola.uol.com.br/redacao/como-fazer-uma-boa-dissertacao.htm) 
 
Analisando uma dissertação 
 
Vamos analisar o texto a seguir, de forma a encontrar os principais 
elementos dissertativos presentes na redação em destaque? 
 
 
A ALMA DA FOME É POLÍTICA 
 
A fome é exclusão. Da terra, da renda, do emprego, do salário, da educação, da 
economia, da vida e da cidadania. Quando uma pessoa chega a não ter o que comer, 
é porque tudo o mais já lhe foi negado. É uma espécie de cerceamento moderno ou 
de exílio. A morte em vida. E exílio da Terra. 
 
A alma da fome é política. 
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A história do Brasil pode ser contada de vários modos e sob vários ângulos, mas para 
a maioria ela é a história da indústria da fome e da miséria. (...) aqui não houve lugar 
para o acaso. Tudo foi produzido como obra calculada. Fria. 
 
O resultado está aí diante dos olhos de todos. Uma parte ostensiva, rica, branca, 
educada, motorizada, dolarizada. Outra parte imensa na sombra, negra, analfabeta, 
dando duro todos os dias, comendo o pão que o diabo amassou (...). Dois mundos no 
mesmo país, na mesma cidade, muito próximos pela geografia e infinitamente 
distantes como experiência de humanidade. (...) 
 
A frieza construiu a miséria. Construiu as cidades cheias de gente e de muros que as 
separam como estranhos que se ignoram e se temem. A solidariedade vai destruir as 
bases de existência da miséria. É uma ponte entre as pessoas. 
 
Por isso o gesto de solidariedade, por menor que seja, é tão importante. É um primeiro 
movimento no sentido oposto a tudo que se produziu até agora. Uma mudança de 
paradigma, de norte, de eixo, o começo de algo totalmente diferente. Como um olhar 
novo que questiona todas as relações, teorias, propostas, valores e práticas, 
restabelecendo as bases de uma reconstrução radical de toda a sociedade. Se a 
exclusão produziu a miséria, a solidariedade destruirá a produção da miséria, 
produzirá a cidadania plena, geral e irrestrita. Democrática. 
 
SOUZA, Herbert; RODRIGUES, Carla. Ética e cidadania. São Paulo: Moderna, 1994. 
(Coleção Polêmica). 
 
Você deve ter percebido que o texto acima começa por definir o que vem a ser “fome”. Para o 
autor, “quando uma pessoa chega a não ter o que comer, é porque tudo o mais já lhe foi negado”. 
Por isso, ele defende a ideia de que toda pessoa que passa fome está excluída da sociedade. 
Matar a sua fome significa, então, reintegrá-la, fazer com que ela volte a fazer parte de uma 
comunidade, por meio da ação solidária. 
 
Herbert de Souza escreveu esse texto com o objetivo de defender uma campanha que ele 
desenvolveu para combater a fome dos milhões de brasileiros miseráveis. Trata-se da Ação da 
Cidadania contra a Fome, a Miséria e pela Vida. Como nos explica no texto: “Se a exclusão 
produziu a miséria, a solidariedade destruirá a produção da miséria, produzirá a cidadania plena, 
geral e irrestrita. Democrática.” 
 
Em um texto dissertativo, o objetivo do autor é mostrar, através de argumentos, que ele tem 
razão em pensar daquela maneira. Assim, concordar com o ponto de vista de Herbert de Souza, 
depois de ler o texto, significa começar a agir para combater a fome, contribuir para a construção 
de um Brasil mais democrático. 
 
Obs.: Se podemos dizer que todo o discurso argumentativo é persuasivo, o contrário não é 
verdadeiro, pois nem todo o discurso persuasivo é argumentativo, como iremos comprovar no 
próximo módulo. 
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O texto jornalístico 
 
Você já deve ter reparado que um outro tipo de texto muito comum é aquele que nos apresenta 
informações. Pense, por exemplo, em um jornal. Todos os dias, encontramos nele inúmeras 
notícias. Lê-las significa descobrir o que está acontecendo no nosso país e no mundo. Podemos 
também procurar informações úteis nos jornais: a seção de classificados apresenta ofertas de 
empregos, casas e apartamentos para alugar etc. 
 
Nos feriados, o jornal nos informa sobre quais serviços ficarão abertos e fechados. Embora a 
função de uma notícia seja expositiva, sua estrutura é diferente da de uma dissertação e 
assemelha-se à de um relato. Os elementos típicos de uma notícia costumam ser resumidos por 
uma “lista” de perguntas básicas: Q – Q – Q – O – C – PQ? (Quem? O quê? Quando? Onde? 
Como? Por quê? Para quê?). 
 
Ao responder a cada uma dessas perguntas, o jornalista assegura a apuração dos fatos e 
garante que dispõe das informações necessárias para redigir a sua matéria. 
 
O texto instrucional 
 
Em algumas situações muito práticas, precisamos de orientações sobre como agir. Há um tipo 
de texto expositivo que nosauxilia nesses casos: o texto instrucional. Pense, por exemplo, em 
um acidente doméstico muito frequente: as queimaduras. Alguém está cozinhando e, em um 
momento de distração, deixa cair água fervendo sobre a pele. O que fazer? 
 
 
1. Em extremidades queimadas, remova relógios, pulseiras, anéis ou alianças. 
 
2. Coloque a área queimada sob água corrente (torneira, mangueira). Isso irá resfriar 
o local, limpar e aliviar a dor. 
 
3. Cubra o local atingido com um pano limpo e procure socorro médico. 
 
4. Não coloque gelo, pasta de dente, clara de ovo ou qualquer outra coisa sobre a 
queimadura. Isso pode prejudicar muito a vítima, além de dificultar o trabalho do 
médico. 
 
5. Não fure as bolhas. 
 
Folheto distribuído em ato público na calourada 2002 das turmas de medicina, enfermagem e 
fonoaudiologia da Unicamp. 
 
O texto anterior orienta o leitor sobre como agir em caso de queimadura. Veja que cada uma das 
instruções é formulada como uma ordem (ou comando): “coloque”, “remova”, “cubra”, “não 
coloque”... 
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Essa é uma característica específica dos textos instrucionais. Como o objetivo, nesse caso, é 
muito prático, quem escreve o texto pensa em quais ações devem ou não ser realizadas por 
quem socorre alguém que sofreu uma queimadura. De modo objetivo, são dadas orientações 
sobre o que precisa ser feito (lavar a área queimada com água corrente) e o que deve ser evitado 
(colocar substâncias estranhas sobre a queimadura, furar bolhas). 
 
Sempre que precisarmos produzir um texto para orientar o comportamento de alguém em uma 
situação específica, como preparar um bolo ou montar um equipamento, devemos nos lembrar 
de que as instruções devem reproduzir exatamente as ações a serem realizadas naquela 
situação. 
 
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FUNÇÃO PERSUASIVA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
OS OBJETIVOS DA AULA SÃO: 
 
 Reconhecer as características que permeiam o gênero textual persuasivo; 
 Identificar os elementos que compõem um texto persuasivo; 
 Associar a função persuasiva a propagandas e demais elementos presentes no 
cotidiano; 
 Produzir textos que utilizem a função textual persuasiva; 
 Relacionar textos ao seu contexto de produção/recepção histórico, social, político, 
cultural e estético. 
 
BONS ESTUDOS! 
 
 
 
 
 
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Introdução 
Se as funções textuais narrativa e expositiva já estão presentes em nosso cotidiano, podemos 
dizer que nos deparamos com a função persuasiva a quase toda a hora. 
 
Isso porque vivemos em um país no qual as culturas sociais e econômicas são essencialmente 
capitalistas, ou seja, a competição por dinheiro no mercado de trabalho é muito acirrada e, 
normalmente ganha aquele que é mais conhecido e/ou tem maior poder de persuasão. 
 
Por causa disso, a propaganda é algo recorrente em nossas vidas, chegando até nós por meio 
da televisão, de outdoors, do rádio e da internet. 
 
Persuadir é diferente de convencer 
 
A persuasão está ligada à sedução, a adesão de alguém a certas ideias, sendo feita através de 
gestos, palavras ou imagens que estimulam sentimentos ou desejos ocultos, acabando por gerar 
falsas crenças. Através da persuasão o orador reforça os seus argumentos, despertando 
emoções, de modo a criar uma adesão emotiva às suas teses. Na persuasão, ao contrário da 
argumentação, faz-se apelo a processos menos racionais, indo além: tentará também influenciar 
um indivíduo a ter um determinado tipo de comportamento, como um consumidor comprando um 
produto ou serviço. 
 
Além da propaganda, outro tipo de atividade que precisa empregar o poder de persuasão é o 
Direito, no qual acusação e defesa tentam persuadir júri e juiz a absolverem ou declararem 
culpado um ou mais réus. 
 
A propaganda 
Você já está acostumado a andar pela rua e ser abordado por diversas propagandas em 
cartazes, folhetos e vitrines que oferecem produtos baratos, descontos imperdíveis, dinheiro 
facilitado etc. 
 
Todos esses dispositivos têm o intuito de persuadi-lo a fazer alguma coisa: comprar um produto, 
votar em alguém, pegar dinheiro emprestado, entre outros. Como saber se realmente aquilo que 
está sendo veiculado é confiável? Por meio do poder de análise. 
 
A propaganda tem algumas características específicas que devem ser observadas: 
 
Discurso direto com o leitor: o texto persuasivo fala diretamente ao leitor, por meio do uso do 
pronome de tratamento “você”. É comum encontrar esse tipo de discurso em propagandas, 
porque aproxima quem lê de quem escreve. 
 
Modo imperativo dos verbos: “doe”, “compre”, “use”, “beba”, “faça”. Repare que, na maioria dos 
casos, a regência dos verbos empregados nos textos persuasivos de propaganda se dá no modo 
imperativo, ou seja, indicando uma ordem, um pedido, uma sugestão. 
 
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Vamos analisar a propaganda abaixo: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O texto do folheto acima foi elaborado com uma finalidade específica. Você deve ter observado 
que tudo o que é dito no texto gira em torno de uma mesma ideia: a doação de órgãos é um 
gesto muito importante. A finalidade da propaganda, nesse caso, é convencer todos que a leem 
a se tornarem doadores. 
 
Para convencer os leitores, o folheto apresenta uma imagem que sugere um argumento. Que 
imagem é essa? Muito bem: a de uma via de mão dupla. Essa imagem sugere que há um 
caminho de ida e de volta, e que não temos como saber em que lado desse caminho podemos 
nos encontrar. 
 
Dessa imagem nasce o argumento central da propaganda: é importante doar órgãos, porque 
nunca se sabe quem é que vai precisar de um transplante (Você? Alguém da sua família? Um 
amigo?). Observe ainda a presença do pronome você, em destaque no texto, bem como o uso 
do modo imperativo do verbo doar (doe). Tudo isso configura um texto persuasivo de 
propaganda. 
 
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A carta argumentativa 
E se você precisar escrever um texto para convencer alguém a fazer algo por você? Já passou 
por uma situação como essa? Há momentos em que, para garantir nossos direitos, temos que 
apresentar, por escrito, uma reclamação. Alguns jornais oferecem a seus leitores espaços para 
publicarem suas reclamações sempre que se julgam mal atendidos ou que têm seus direitos 
desrespeitados. 
 
Veja o que aconteceu com um aposentado que resolveu aproveitar a oferta de um folheto de 
propaganda que prometia descontos na compra de medicamentos em uma farmácia específica. 
 
A farmácia XYZ distribuiu folheto informando que aposentado conveniado a uma 
determinada empresa de saúde teria direito a 25% de desconto na compra de 
medicamento, mediante a apresentação da receita. Como eu me enquadrava no 
que dizia o folheto, além de possuir o cartão da farmácia, procurei a loja e comprei 
o remédio de que necessitava. Entretanto, ao efetuar o pagamento, o caixa 
informou-me que não teria direito ao desconto, pois o remédio não estava em 
promoção pela empresa da qual sou associado. 
 
Em casa, liguei para o Serviço de Atendimento ao Consumidor, que ficou de apurar 
os fatos e retornar. Voltei à loja e o mesmo caixa informou-me que a listagem de 
remédios muda diariamente e de acordo com cada convênio médico. Isso é bingo 
e não promoção. Seria mais honesto a farmácia afixar em lugar visível da loja a 
relação dos remédios em promoção. 
 
Carta de Wilson S. B., adaptada da Coluna “Advogado de Defesa” do Jornal da 
Tarde, São Paulo, p. A3, 8 maio 2002. 
 
Essa situação é típica da sociedade em que vivemos: faz-se uma propaganda para levar as 
pessoas a comprarem em uma determinada loja e, lá chegando, constata-se que aquilo que foi 
prometido não será cumprido.

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