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Aula 1_Estudo Científico do Comportamento

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Teoria, Método e Delineamento de Pesquisa
Profa. Bruna Lopes
Teoria, Método e Delineamento de Pesquisa
1.1. Construção e testagem de uma teoria
	1.1.1 A importância das teorias 
	1.1.2 A construção básica de uma teoria
	1.1.3 A natureza da explicação: por processo e funcional 
	1.1.4 Construindo teorias mais complexas: indução e dedução 
	1.1.5 Testando a teoria 
	1.1.6 Estruturas teóricas avançadas 	
	1.1.7 Testando uma estrutura teórica 
	1.1.8 O significado das teorias
1.2. Adaptando metodologias à teoria
	1.2.1 Tipo de dados obtidos 
	1.2.2 Técnica de obtenção de dados 
	1.2.3 Tipo de delineamento de monitoramento de mudança 
	1.2.4 Nível de manipulação 
	1.2.5 Tratamento quantitativo ou qualitativo dos dados
1.3 Integrando resultados de diferentes metodologias
Construção e Testagem de uma Teoria
 A Importância das Teorias
Fazemos pesquisa psicológica para entender:
O pensamento;
O sentimento;
As ações das pessoas. 
Nós o fazemos para tentar entender o que está acontecendo.
Para ser mais preciso, fazemos pesquisa psicológica para descobrir:
O que aconteceu;
Como aconteceu;
E, se possível, por que aconteceu.
 
Usamos “aconteceu” em vez de “acontecendo” porque, na medida em que registramos alguma coisa, o passado é inevitável.
Uma vez que tenhamos alguma ideia dos tipos de coisas que podem acontecer e da relação entre elas – em outras palavras, uma vez que tenhamos uma teoria – podemos usar essa teoria para predizer o que acontecerá no futuro.
 Se, além disso, compreendermos por que as coisas acontecem do modo como acontecem, podemos mesmo estar aptos a melhorar o futuro, intervindo no mundo.
 A Importância das Teorias
A pesquisa não está inevitavelmente ligada à construção de teorias formais ou à testagem de teorias. 
Alguns pesquisadores evitam conscientemente a construção de teorias, e por razões filosóficas. Eles usam sua pesquisa para descrever em detalhe acontecimentos específicos, sem qualquer intenção de usar os mesmos como instâncias para ilustrar ou testar alguma estrutura explicativa subjacente. 
Outros pesquisadores ignoram a teoria porque fazem sua pesquisa por razões puramente práticas. Julgam necessitar apenas saber o que aconteceu para decidir o que eles (ou seus clientes) farão a seguir.
Contudo, é possível argumentar que mesmo aqueles pesquisadores que não dispensam nenhum tempo para teorias formais estão, de fato, trabalhando com teorias implícitas. Qualquer conjunto de ideias acerca das relações entre variáveis (ou do que por vezes é referido como construtos ou conceitos) tem os atributos de uma teoria.
 A Importância das Teorias
A medida em que permanecem não comunicadas, essas teorias implícitas direcionam o foco da atenção do pesquisador para certas coisas em vez de outras, convidando-os a usar certas abordagens de pesquisa em vez de outras e a tentar essa em vez daquela forma de análise.
 A Importância das Teorias
De fato, muitas abordagens em psicologia requerem que os pesquisadores sejam explícitos sobre sua própria posição em relação à questão e aos dados da sua pesquisa, convocando-os à autorreflexão e a revelarem suas próprias preconcepções e expectativas.
Assim, mesmo onde os pesquisadores poderiam rejeitar a aplicação de estruturas teóricas a priori, eles estão procurando expor suas preconcepções.
 Isso é indubitavelmente importante, tendo em vista permitir que outros pesquisadores interpretem a natureza dos dados e das explicações finalmente apresentados.
 A Importância das Teorias
Tem havido um debate interminável na psicologia sobre se ela pode se considerar uma ciência. 
Não há nenhuma resposta final a essa questão: nem toda pesquisa psicológica emprega o método científico; nem todos os psicólogos desejariam empregá-lo. 
O problema fundamental que a psicologia enfrenta na busca de seu status científico é que a maior parte dos construtos relevantes para ela (por exemplo, inteligência, motivação, identidade) se encontra em um nível de análise que faz com que eles só possam ser definidos após muitos níveis de extrapolação em relação a quaisquer eventos objetivamente mensuráveis.
 A Construção Básica de uma Teoria
Os filósofos da ciência tradicionalmente supuseram que o processo de construção de uma teoria formal procedia de uma maneira ordenada desde a descrição, à taxonomia e daí às hipóteses causais testáveis. 
Isso significaria que a primeira tarefa do teórico seria descrever os fenômenos de interesse completa e sistematicamente. A tarefa seguinte seria categorizar os fenômenos.
 A Construção Básica de uma Teoria
Uma vez que a taxonomia esteja completa, a tarefa seguinte do teórico é explicar como uma categoria de fenômenos se relaciona com a outra.
Teorias básicas são conjuntos do que se poderia chamar de regras relacionais. A regra relacional especifica como a variação de um construto está relacionada com a variação de um ou mais outros construtos.
 A Natureza da Explicação: por Processo e Funcional
Uma explicação pode ser de dois tipos: 
Variedade mecânica ou por processo; 
Variedade funcional.
 A Natureza da Explicação: por Processo e Funcional
Explicação por processo: explica um fenômeno em termos dos fenômenos que o precedem como precursores. 
Ela tem geralmente a forma: se A e B ocorrem, então C se seguirá. 
Ocupa-se com as causas: COMO?
Explicação funcional: explica um fenômeno em termos de suas consequências. A explicação funcional supõe que o fenômeno a ser explicado é propositado, intencional ou teleológico (isto é, que ele ocorre com a finalidade de alcançar alguma meta)
Ela tem geralmente a forma: A ocorre a fim de que B se siga.
Ocupa-se com a razão: POR QUÊ?
 
Construindo Teorias mais Complexas: Indução e Dedução
Exatamente como as explicações por processo e funcional não são tão facilmente postas de lado, a distinção entre teorias construídas mediante indução e teorias desenvolvidas por meio da dedução não é facilmente mantida na prática. 
Método Dedutivo
O protótipo do raciocínio dedutivo é o silogismo, que consiste numa construção lógica que, a partir de duas preposições chamadas premissas, retira uma terceira, nelas logicamente implicadas, denominada conclusão.
Método Dedutivo
Todo homem é mortal. (premissa maior)
Pedro é homem. (premissa menor)
Logo, Pedro é mortal. (conclusão)
Método Dedutivo
Objeções:
O raciocínio dedutivo é essencialmente tautológico, ou seja, permite concluir, de forma diferente, a mesma coisa.
 Quando se aceita que todo homem é mortal, colocar o caso particular de Pedro nada adiciona, pois essa característica já foi adicionada na premissa maior.
Método Dedutivo
Pedro
Homem
Geral
Particular
Método Dedutivo
Objeções:
Outra objeção ao método dedutivo refere-se ao caráter apriorístico de seu raciocínio.
De fato, partir de uma afirmação geral significa supor um conhecimento prévio. 
A afirmação de que todo homem é mortal foi previamente adotada e não pode ser colocada em dúvida. 
Método Indutivo
O método indutivo procede inversamente ao dedutivo: parte do particular e coloca a generalização como um produto posterior do trabalho de coleta de dados particulares. 
De acordo com o raciocínio indutivo, a generalização não deve ser buscada aprioristicamente, mas constatada a partir da observação de casos concretos suficientemente confirmadores dessa realidade. 
Método Indutivo
Constitui o método proposto pelos empiristas (Bacon, Hobbes, Locke, Hume), para os quais o conhecimento é fundamentado exclusivamente na experiência, sem levar em consideração princípios preestabelecidos.
Método Indutivo
Antônio é mortal.
Benedito é mortal.
Carlos é mortal.
Zózimo é mortal.
Ora, Antônio, Benedito, Carlos... e Zózimo são homens.
Logo, (todos) os homens são mortais.
Método Indutivo
Geral
Particular
Método Indutivo
A despeito, porém, de seus reconhecidosméritos, a indução recebeu várias críticas. David Hume (1711-1776) considerou que indução não poderia transmitir a certeza e a evidência, porque pode admitir que amanhã o sol não nasça, mesmo que esteja encoberto pelas nuvens.
 
A objeção colocada por Hume foi, de certa forma, contornada pela teoria da probabilidade, que possibilita indicar os graus de força de um argumento indutivo. 
Testando a Teoria
Durante muito tempo se pensou que testar uma teoria envolvesse mostrar que ela gera predições precisas acerca do que acontecerá sob um conjunto particular de circunstâncias.
 Entretanto, esse método não é realmente convincente, pois não pode provar jamais que uma teoria estará sempre certa sob todo conjunto possível de circunstancias, não importando quantas vezes ela seja testada.
Testando a Teoria
Em vez disso, foi su- gerido que o que deveríamos fazer ao testar uma teoria é tentar provar que ela está errada (Popper, 1959). Mostrando onde a teoria está errada, mostramos quais partes necessitam ser removidas e, em muitos casos, também mostramos o que precisa ser posto em seu lugar.
Testando a Teoria
A pesquisa destinada a testar uma teoria será organizada de modo a mostrar se uma predição deduzida dessa teoria está errada. Isso falseabilidade a teoria. 
Se não conseguimos refutar a predição, a teoria sobrevive para enfrentar outro teste. A pesquisa não pode nunca provar uma teoria, ela pode meramente acumular exemplos de casos em que a teoria não foi refutada.
Método Hipotético-Dedutivo
No método hipotético-dedutivo, de acordo com Kaplan (1972, p. 12):
"...o cientista, através de uma combinação de observação cuidadosa, hábeis antecipações e intuição científica, alcança um conjunto de postulados que governam os fenômenos pelos quais está interessado, daí deduz ele as consequências por meio de experimentação e, dessa maneira, refuta os postulados, substituindo-os, quando necessário, por outros, e assim prossegue".
Método Hipotético-Dedutivo
Problema
Conjecturas ou Hipóteses
Dedução de Consequências Observadas
Tentativa de Falseamento
Corroboração
Quando os conhecimentos disponíveis sobre determinado assunto são insuficientes para a explicação de um fenômeno, surge o problema. 
Enquanto no método dedutivo procura-se a todo custo confirmar
a hipótese, no método hipotético-dedutivo, ao contrário, procuram-se evidências
empíricas para derrubá-la.
 Estruturas Teóricas Avançadas
Alguns filósofos dividiram os componentes de tais teorias em dois tipos: o “núcleo duro” (hard core) fundamental de afirmações e de pressuposições que são básicas para o empreendimento completo e uma coleção de hipóteses auxiliares que derivam do núcleo duro e fazem predições acerca do que acontecerá em situações particulares (Lakatos, 1970). 
O complexo inteiro é conhecido como um programa de pesquisa. A pesquisa rotineira consiste de testes de hipóteses auxiliares, e quanto mais o programa gerar novas hipóteses, e mais estas encontrarem sustentação empírica, tanto mais “progressivo” será considerado o programa de pesquisa.
 Estruturas Teóricas Avançadas
Um único experimento não é, contudo, suficiente para falsear uma teoria complexa: em vez disso, somente uma série de resultados negativos, juntamente com um tanto de novas ideias originárias de dentro do programa, pode sugerir que o programa é “degenerativo”. 
Somente depois de um período de tal degeneração a situação pode ser considerada tão má que seja necessário revisar ou mesmo rejeitar toda a teoria.
Testando uma Estruturas Teóricas
Primeiro lugar
A escolha das observações que devem ser feitas é indicada pelo conhecimento empírico que já tenha sido constituído nessa área. 
Isso requer que se saiba não somente quais observações já foram realizadas, mas, também, quais teorias e hipóteses estão ainda em desenvolvimento e merecem investigação adicional.
Testando uma Estruturas Teóricas
Segundo lugar:
O significado de quaisquer novas observações que o estudante pesquisador faça depende da teoria de fundo: é preciso que o pesquisador interprete seus próprios resultados à luz da teoria.
Testando uma Estruturas Teóricas
Terceiro lugar
Os próprios métodos empíricos utilizados são relativos à teoria.
 
Não é possível dividir a ciência em teoria e observação, como foi alegado pelos filósofos positivistas no início do último século. Embora a ciência empírica adore o ídolo do observador “neutro”, que é um registrador imparcial da natureza, na prática, esse padrão é um ideal inatingível. 
Portanto, todos nós temos alguma ideia do que podemos encontrar quando fazemos uma observação e, em muitos casos, sabemos o que queremos descobrir. As técnicas de experimentação “cega” foram desenvolvidas para ajudar a enfrentar exatamente esse problema.
Testando uma Estruturas Teóricas
Quarto lugar:
Uma teoria estabelecida acrescentará a si própria os resultados de numerosos testes empíricos, alguns dos quais confirmam a teoria, outros não.
Se as evidências que a confirmam derivam de fontes diferentes e constituem tipos muito diferentes, considera-se que a convergência para a mesma conclusão de todas essas fontes torna a teoria mais forte ou mais válida do que se as evidências viessem de observações repetidas, todas do mesmo tipo, pois essas podem ser causadas por algum artifício ou erro no método. 
Testando uma Estruturas Teóricas
 Predições falsas da teoria são categorizadas como anomalias, e muitas teorias propostas produzem certo número delas – embora nem todas as bases que constituem a evidência da teoria permitam, necessariamente, sua existência. Isso ocorre porque a evidência não é sempre aceita por seu valor aparente, até porque os experimentos são complicados e não são perfeitamente confiáveis. 
Testando uma Estruturas Teóricas
Períodos em que os cientistas trabalham arduamente para coletar dados de acordo com uma teoria geralmente aceita foram descritos como ciência normal (Kuhn, 1962).
A rejeição completa dessas teorias aceitas em geral não ocorre habitualmente a menos que exista uma teoria alternativa ou concorrente (bem como muitas anomalias na antiga teoria). Até que isso ocorra, os pesquisadores não têm nenhuma alternativa real senão continuar usando a antiga teoria, apesar de suas falhas. 
Testando uma Estruturas Teóricas
Quando outra teoria existe, ela prediz um padrão de resultados que difere do padrão predito pela teoria antiga. Se o novo padrão está de acordo com os dados atuais, tanto melhor, a nova teoria tende a ser adotada. 
Uma vez que essa revolução ou mudança de paradigma ocorre, o significado de todos os resultados empíricos é reinterpretado.
O Significado das Teorias
compreendemos, enfim, que ninguém pode estar 100% seguro sobre nada. 
uitos estudantes pesquisadores atingem um ponto em que compreendem que as observações não são fragmentos puros da verdade, e que todas elas dependem de uma rede de suposições. 
O Significado das Teorias
Nesse ponto, é importante não se desesperar; a vida continua e a ciência funciona. 
O estudante precisa compreender que todas as crenças têm prós e contras, que toda teoria que se adote terá alguma evidência ou argumentos em favor dela e alguns contra ela.
O pesquisador precisa decidir em qual teoria acreditar, pois, de outro modo, ele não pode agir. 
O Significado das Teorias
De acordo com sua própria opinião, deve selecionar entre as teorias a melhor teoria e a melhor evidência correntemente disponíveis. 
Contudo, sua escolha não deve ser adotada como um dogma que não pode ser contradito. O pesquisador deve adotar uma atitude flexível: deve compreender que a sua escolha é provisória, e deve sempre estar pronto a mudar sua crença à luz de novas evidências e de novos argumentos.
Adaptando Metodologias a Teorias
Diferentes tipos de teoria têm de ser testadas usando diferentes tipos de método de pesquisa.
A naturezada teoria limita a variedade de métodos de pesquisa que podem ser significativamente usados para testá-la. 
De fato, é prudente tentar testar uma teoria usando uma variedade de métodos a fim de provar que não é nenhum artefato do método que resulta na teoria que está sendo sustentada.
Adaptando Metodologias a Teorias
Um delineamento da pesquisa pode diferir por meio de uma série de cinco dimensões independentes:
Tipo de dados obtidos;
Técnica de obtenção de dados;
Tipo de delineamento de monitoramento de mudança; 
Nível de manipulação utilizado; 
Tratamento qualitativo ou quantitativo dos dados.
Tipo de Dados Obtidos
Na pesquisa psicológica, os dados podem variar quanto à origem, podem ser:
Intrapessoais (por exemplo, informação genotípica, cognições, emoções);
Intersubjetivas (por exemplo, redes de amizades, padrões de comunicação);
Societais (por exemplo, hierarquias institucionais, sistemas ideológicos).
Técnica e Obtenção de Dados
Métodos diretos: podem incluir qualquer estímulo à autodescrição (por exemplo, entrevista, questionários que a própria pessoa preenche) ou autorrevelação por meio do comportamento (por exemplo, interpretação de um papel, desempenho em tarefas).
Métodos indiretos: incluem técnicas que se baseiam no comportamento do pesquisador na prática da observação (por exemplo, observação participante) ou na utilização de informantes sobre o comportamento, o pensamento ou os sentimentos do objeto-alvo (por exemplo, registros de arquivo, testemunhos).
Tipo de Delineamento de Monitoramento de Mudança
Uma tarefa central para as teorias psicológicas é explicar a mudança.
Pesquisadores cujo objetivo é identificar e explicar a mudança têm uma escolha entre três principais classes de modelo de coleta de dados: 
Longitudinal;
Transversal (Seccional-cruzado); 
Sequencial.
Delineamento Longitudinal
 Envolve dados que são coletados a partir da mesma amostra de indivíduos em pelo menos duas ocasiões.
O intervalo entre coletas de dados e o número de coletas de dados varia grandemente: a pesquisa pode ser feita em poucos dias ou se estender por várias décadas.
Um delineamento longitudinal permite aos pesquisadores estabelecer mudanças nos indivíduos ao longo do tempo enquanto a amostra amadurece ou experimenta alguma alteração identificável da experiência. 
Delineamento Transversal
Envolve obter informação de uma única vez a partir de pessoas em uma série de diferentes condições que, espera-se, são significativas para a mudança. 
Frequentemente isso significa estudar pessoas em diferentes grupos de idades porque, particularmente em teorias da psicologia do desenvolvimento a idade é considerada um importante determinante da mudança. 
Delineamento Sequencial
Escolherá amostras de uma condição particular, mas as estudará em diferentes épocas. 
A periodicidade dos dados sequenciais obtidos varia através dos estudos. 
Um delineamento sequencial simples pode envolver a coleta de amostras do grupo de 21 anos de idade de 1989, do grupo de 21 anos de idade de 1979 e do grupo de 21 anos de idade de 1969. Esse tipo de modelo teria o objetivo de revelar se as mudanças em uma coorte de idade 
Tipo de Delineamento de Monitoramento de Mudança
Quando se estuda padrões de mudança que estão relacionados com a idade, há três fatores que possivelmente explicariam as relações observadas: 
Desenvolvimento vinculado à idade do indivíduo; 
Características associadas à coorte de idade particular estudada; e 
Impacto da época específica da mensuração. 
Tipo de Delineamento de Monitoramento de Mudança
A estratégia adotada por muitos pesquisadores é manter um dos fatores constante. Por exemplo:
O delineamento longitudinal mantém o grupo de idade constante. 
O delineamento transversal mantém a época de mensuração constante. 
O delineamento sequencial mantém a idade cronológica constante. 
Tipo de Delineamento de Monitoramento de Mudança
É claro, isso significa que a explicação de qualquer tendência observada relacionada com a idade permanece problemática, pois esses delineamentos sempre deixam dois dos três fatores explanatórios livres para variar simultaneamente. Sem a consideração de qual desses três delineamentos é adotado, dois fatores explanatórios serão confundidos. Isso representa o principal obstáculo metodológico ao uso desses delineamentos relativamente simples.
Nível de Manipulação
Experimentais
Quase Experimentais
Não- Experimentais (intrusivos)
Tratamento Quantitativo ou Qualitativo dos Dados
Um tratamento qualitativo descreve quais processos estão ocorrendo e detalha diferenças no caráter desses processos ao longo do tempo. 
Um tratamento quantitativo define o que são os processos, como geralmente eles ocorrem e quais diferenças em sua magnitude podem ser medidas ao longo do tempo.
Adaptando Metodologias a Teorias
É importante reiterar que essas cinco dimensões mediante as quais um delineamento da pesquisa pode ser descrito são independentes uma da outra. Tipos de dados, técnicas de obtenção, modelo de monitoramento de mudança, nível de manipulação e tratamento qualitativo e quantitativo dos dados podem ser combinados de modos variáveis. 
Integrando Resultados de Diferentes Metodologias
Se o pesquisador conhece diferentes metodologias e as utiliza em combinação, chega um ponto em que ele deve perguntar a si mesmo: como conciliar os resultados de uma metodologia com os resultados de outra? 
A resposta fácil põe o foco sobre a teoria. Supondo que cada metodologia seja usada para testar uma ou mais hipóteses derivadas da teoria, na medida em que as várias metodologias produzem conclusões que são compatíveis com a teoria, não há nenhum problema. Elas são meramente veículos para a testagem da teoria; elas podem tomar rotas diferentes, mas chegam basicamente ao mesmo destino.
Integrando Resultados de Diferentes Metodologias
Os problemas surgem quando diferentes metodologias produzem conclusões contraditórias e inconsistentes acerca da hipótese testada. 
O primeiro passo em tal situação é averiguar se ambas as metodologias foram executadas apropriadamente. Se o foram, e se é possível, o pesquisador deveria coletar dados adicionais utilizando as mesmas metodologias. Se o resultado inconsistente se repetir, é necessário examinar se há algum atributo identificável que diferencie as metodologias e que possa explicar seus resultados inconsistentes.
Integrando Resultados de Diferentes Metodologias
Se esse atributo puder ser identificado, ele deve ser incorporado a outro estudo de um modo controlado para que seu efeito possa ser estudado sistematicamente. Isso pode justificar a introdução de alguma advertência a respeito da hipótese original. 
Se nenhum atributo puder ser identificado, a hipótese deve ser testada novamente, utilizando-se uma série de metodologias completamente diferentes. Se essas metodologias produzirem evidência contraditória, é provavelmente certo que a hipótese precisará ser reformulada.
Testando uma Estruturas Teóricas
Quando há resultados inconsistentes, uma abordagem integrada ao uso das várias metodologias pode ser inconveniente, mas ela também tem grandes vantagens. 
Toda metodologia tem suas limitações, as quais têm naturezas diferentes. A utilização de uma série de metodologias permite ao pesquisador compensar a fragilidade de uma metodologia em um domínio suplementando-a ou complementando-a com outra metodologia que é mais forte nesse domínio. 
O desenvolvimento de uma estratégia coerente para metodologias integrativas, designadas a testar claramente hipóteses definidas abrangentemente, é a fundação básica para a pesquisa dos processos psicológicos.
Fim!!
Profa. Bruna Lopes

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