que estão em litígio c) as causas de pedir Que é a razão pela qual o autor pedir a condenação. (CAPEZ, 2006, p. 379) EAD UNITINS – DIREITO PROCESSUAL PENAL I – FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS 75 Exceção de ilegitimidade da parte A exceção de ilegitimidade da parte, tanto em relação à causa, como em relação ao processo, refere-se tanto ao condutor da ação, quem por meio da denúncia ou queixa-crime interpõe a ação (pública ou privada), quanto à ilegitimidade processual, que é aquela capacidade de estar ou intervir validamente no processo. Capez (2006, p. 380), exemplifica a exceção por ilegitimidade da parte da seguinte forma: Assim, pode ser argüida a exceção quando a queixa é oferecida em caso de ação pública; quando a denúncia é oferecida em hipótese de ação privada; quando o querelante é incapaz, não podendo estar em juízo; quando o querelante não é o representante legal do ofendido; quando a ação privada personalíssima, a queixa é oferecida pelo sucessor da vitima. Assim como a exceção de incompetência, o procedimento da exceção por ilegitimidade da parte é processado da mesma forma. Qual a diferença da ilegitimidade ad causam e a ilegitimidade ad processum? Ilegitimidades “ad causam” Abrange a titularidade do direito da ação. Tem natureza peremptória Quando reconhecida, importará em nulidade desde o inicio da ação. Ex: Ação Penal Pública, proposta por um particular. Ilegitimidade “ad processum” Refere-se sobre a capacidade de exercício da ação. Tem natureza dilatória Quando reconhecida poderá ser sanada, desde que ratificada os atos processuais. Ex: A representação oferecida por quem não era o representante legal do ofendido. (AVENA, 2005, p. 84) Exceção de Coisa Julgada Como explica Avena (2005 p. 84): (...) [A exceção por coisa julgada] é cabível quando alguém está sendo processado por fato já decidido por meio de sentença transita em julgado, e para que seja acolhida [deve haver os caso de identidade de demanda que especificamos na litispendência]. Estudaremos sobre coisa julgada no tema 05: Sentença e a coisa julgada. EAD UNITINS – DIREITO PROCESSUAL PENAL I – FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS 76 Devemos entender por exceção de coisa julgada quando uma ação já tenha proferido sentença definitiva, idênticas pela mesma parte, mesmo pedido e mesma causa de pedir, sendo as demandas idênticas, com uma decisão já passada em julgado e outra sendo iniciada. O que é Coisa Julgada formal e coisa julgada material? Capez (2006, p. 381) explica que: A coisa julgada nada mais é do que uma qualidade dos efeitos da decisão final, marcada pela imutabilidade e irrecorribilidade. (...) A coisa julgada formal reflete e imutabilidade da sentença no processo onde foi proferido; tem efeito preclusivo impedindo nova discussão sobre o fato no mesmo processo; na coisa julgada material existe a imutabilidade da sentença que se projeta fora do processo, obrigando o juiz de outro processo acatar a decisão. Havendo duas demandas com identidades de partes, de pedido e de causa de pedir, a exceção, que pode também se argüida como matéria de defesa, deve ser observadas as seguintes peculiaridades. Exceção de litispendência Se antes de decidido qualquer das demandas propostas Exceção por coisa julgada Se já houve uma sentença transitada em julgado, e outra ação idêntica aquela for proposta. (MIRABETE, 2000, p. 341 e 342) Assim temos, quando tratamos de exceção, que segundo Oliveira (2006, p. 267) pode ser assim resolvida: a) as questões relativas às exceções, incluindo a de incompetência absoluta e de suspeição, podem sempre ser alegada como matéria de defesa (preliminar ou mérito), em qualquer tempo, independentemente do procedimento de exceção; b) se houver mais de uma exceção, todas deverão constar de um único articulado ou petição; c) as exceções serão processadas em autos apartados e não suspenderão, em regra, o processo principal (art. 111, CPP). Conflito de Jurisdição Além da exceção, a fixação da competência, quando não condizente com a norma legal, pode ser determinada pelo Conflito de Jurisdição. Capez (206, p. 386) ao conceituar o conflito de jurisdição, o classifica da seguinte forma: Tem-se o denominado conflito de jurisdição toda vez que, em qualquer fase do processo, um ou mais juizes, contemporaneamente, tomam, ou recusam tomar conhecimento do mesmo fato delituoso. Conflito de atribuição: ocorre quando existe conflito entre o Poder Judiciário e outros poderes (Executivo ou Legislativo). EAD UNITINS – DIREITO PROCESSUAL PENAL I – FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS 77 O conflito de jurisdição existe quando dois ou mais juizes se julgam competente aquela demanda (jurisdição positiva), ou então quando dois ou mais juizes se recusam aquela demanda por se acharem incompetentes a mesma (jurisdição negativa). Segundo a lei (art. 113 do CPP), o conflito de jurisdição, se classificar em: Conflito de jurisdição Conflito de jurisdição positiva Ocorre quando dois ou mais juizes se julgam competente para o conhecimento e julgamento do mesmo fato delituoso. Conflito de jurisdição negativa Ocorre quando dois ou mais juizes se julgam incompetente para o conhecimento e julgamento do mesmo fato delituoso. (CAPEZ, 2006, p. 386) Quanto à forma do processamento dos conflitos de jurisdição, temos: Pode ser argüido (art. 115 do CPP) a) pela parte interessada, pela forma de requerimento; b) pelos órgãos do Ministério Público junto a qualquer dos juízos em dissídio, pela forma de requerimento; c) por qualquer dos juízes ou tribunal em causa, mediante representação. Competência para decidir o conflito de jurisdição I – Conflito entre tribunais, entre tribunais e juizes vinculados a outro tribunal, ou entre juizes vinculados entre tribunais diferentes, à competência será do Superior Tribunal de Justiça. II – Conflito entre o STJ e quaisquer outros tribunais, ou entre os tribunais superiores entre si, ou entre Tribunais superiores e outros tribunais, competem ao Supremo Tribunal Federal. III – Conflito entre juizes federais, desde que vinculados ao mesmo tribunal, compete Tribunal Regional Federal. (MIRABETE, 2000, p. 350) A competência para julgar a ação, no conflito de jurisdição, está previsto na Constituição Federal, nas Constituições dos Estados, nas leis processuais, nas leis de organização judiciária e nos regimentos internos de cada tribunal. EAD UNITINS – DIREITO PROCESSUAL PENAL I – FUNDAMENTOS E PRÁTICAS JUDICIÁRIAS 78 Medidas assecuratórias Tem por natureza acautelar os procedimentos civis, com a finalidade de ressarcimento ou reparação civil pelo dano causado devido à infração. Conceitua Capez (2006, p. 407) como: São providências cautelares de natureza processual, urgentes e provisórias, determinadas com o fim de assegurar a eficácia de uma futura decisão judicial, seja quando à reparação do dano decorrente do crime, seja para a efetiva execução da pena a ser imposta. Com o fim de assegurar o direito do ofendido, as medidas assecuratórias se classificam em: Modalidades de medidas assecuratórias I – O seqüestro (Art. 125 a 132 do CPP): Podem requerer: O ministério Público; A vitima do crime; A autoridade policial; O juiz pode determinar de ofício. Medida destinada a efetuar a constrição dos bens imóveis ou moveis, adquiridos com proveito do crime. Evita que o acusado se dissipe do bem durante o processo penal. Exige-se a probabilidade séria de que o bem tenha proveniência ilícita. Levantamento de seqüestro: Ação principal não for intentada no prazo de 60 dias; Terceiro que estiver com o bem prestar caução; Extinta a punibilidade ou absolvido o réu, por