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Enzo Augusto – 3º período 
TUTORIA – SP 3.2 
QUESTÕES DE APRENDIZAGENS: 
SISTEMA CARDIOVASCULAR: 
1. Reconhecer as alterações do 
envelhecimento fisiológico do sistema 
cardiovascular, analisando os fatores 
que aceleram esse processo. 
LIVRO: Tratado de Geriatria e 
Gerontologia. 
2. Descrever a fisiopatologia dos 
processos inflamatórios crônicos 
vasculares. Abordando, os exames 
indicados para avaliar alterações no 
sistema vascular. 
SITE: 
https://www.scielo.br/scielo.php?script=
sci_arttext&pid=S0004-
282X1944000100006 
SITE: 
https://www.scielo.br/pdf/abc/v71n4/
a14v71n4.pdf 
A FISIOPATOLOGIA DAS VARIZES 
As varizes são veias com dilatação anormal, 
tortuosa e congestionada por causa da 
hipertensão venosa prolongada. Apesar de 
qualquer veia do corpo ser atingida, as 
superficiais dos membros inferiores são as mais 
afetadas, principalmente pela postura em pé 
por longo período nas atividades rotineiras 
laborais8,9. 
Torna-se importante salientar que a circulação 
periférica é afetada pela postura estática, uma 
vez que a contração contínua de alguns grupos 
musculares fadiga e interfere na circulação de 
retorno dos membros inferiores4,10. Assim, o 
refluxo venoso desempenha papel relevante nos 
sinais e sintomas da IVC dos membros inferiores, 
apresentando ao trabalhador desde sensação 
de cansaço e de peso até infecções causadas 
por úlceras extensas e crônicas8,11. 
As varizes podem se desenvolver no sistema 
venoso superficial, bem como no profundo ou em 
ambos. Julga-se como importante que elas 
podem ser consequência de desordem congênita 
ou adquirida, tendo influência de vários fatores 
de risco associados ao desenvolvimento de 
insuficiência venosa, com destaque para a 
obesidade, a idade, o gênero, o sedentarismo, 
o estilo de vida e de trabalho, a dieta, o uso de 
hormônios e a gravidez5,11. 
Na ocorrência de varizes primárias com 
disfunção da parede venosa, focal ou 
generalizada, a insuficiência das válvulas afasta 
suas cúspides, secundariamente a essa 
dilatação2. Enquanto as varizes primárias 
originam veias superficiais, as secundárias 
ocorrem em veias profundas, resultando em má-
formação venosa com fístulas arteriovenosas, 
tromboses venosas profundas, traumatismos do 
sistema venoso e oclusão8. Outra classificação 
das veias comumente utilizada se divide em 
reticulares e varicosas6,12. 
As veias reticulares são azuladas, subdérmicas e 
tortuosas, com calibre que varia entre 1 e 3 mm. 
Excluem-se, dessa classificação, veias visíveis de 
pessoas com pele fina e transparente. As veias 
varicosas são subcutâneas, dilatadas e também 
tortuosas, com diâmetro igual ou maior a 3 mm, 
em posição ortostática, envolvendo também 
veias safenas, tributárias de safenas ou veias 
superficiais da perna não relacionadas às 
safenas12. 
Como consequência da dilatação das varizes, a 
coluna de sangue formada aplica pressão 
hidrostática progressivamente maior, 
transmitindo-a aos capilares sanguíneos e 
aumentando a saída de líquido e de pequenas 
proteínas para o espaço extra-vasal. Até então, 
essa atividade é compensada pela reabsorção 
proteica e absorção do sistema linfático10. 
Com a continuação da hipertensão venosa, a 
reabsorção proteica e a absorção do sistema 
linfático passam a ser menores que o 
extravasamento, provocando o edema 
conhecido com inchaço. Nessa etapa, o edema 
envolvido com resposta inflamatória de 
neutrófilos, fagócitos e macrófagos aumenta a 
permeabilidade capilar, ocorrendo um 
extravasamento, acompanhado de componentes 
maiores do sangue, como as hemácias. Pela 
explicação imunológica, na tentativa de 
absorver macromoléculas, os macrófagos 
viabilizam a produção de grânulos 
citoplasmáticos com radicais livres e 
potencializando a resposta inflamatória2. 
Com o progressivo aumento de pressão no 
interstício, diminuem-se a oxigenação e as trocas 
metabólicas, ocorrendo a lise das hemácias, e, 
com a liberação da hemoglobina, há produção 
de hemossiderina, que irrita os tecidos. Por 
causa do ressecamento, há descamação e 
diminuição da espessura da pele, aumentando a 
atividade oncótica e fibrose, o que se apresenta 
como estágio de úlcera varicosa2,11. De todas as 
suas formas, a mais grave IVC possui ulceração 
e lesões inflamatórias que geralmente evoluem 
para tratamentos cirúrgicos convencionais13. 
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-282X1944000100006
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-282X1944000100006
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-282X1944000100006
https://www.scielo.br/pdf/abc/v71n4/a14v71n4.pdf
https://www.scielo.br/pdf/abc/v71n4/a14v71n4.pdf
Enzo Augusto – 3º período 
RESSONÂNCIA MAGNÉTICA CARDÍACA 
A RMC é outro método não invasivo de imagem 
que pode ser utilizado na prática cardiológica 
por avaliar alterações da perfusão miocárdica, 
fazendo o diagnóstico de isquemia e auxiliando 
a escolha da melhor opção terapêutica. 
O exame não usa radiação ionizante e tem 
excelente capacidade de caracterizar o fluxo 
para o músculo cardíaco e combina, na mesma 
análise, o débito cardíaco, a função sistólica e a 
função diastólica de ambos os ventrículos. No 
mesmo procedimento, também faz diagnóstico 
de infartos prévios, por menores que sejam, 
determinando a viabilidade miocárdica, um 
importante fator prognóstico. A RMC ainda não 
pode ser realizada sob esforço físico, mas 
avalia o fluxo miocárdico a partir de estímulos 
vasodilatadores, como o dipiridamol e a 
adenosina. A utilização de estresse 
farmacológico para a pesquisa de isquemia 
miocárdica por RMC é um aspecto interessante 
na população idosa, que, muitas vezes, não 
consegue realizar esforço físico adequado. 
O exame requer preparo dietético com 
eliminação do consumo de todo tipo de xantina 
por, pelo menos, 24 horas, demanda 
aproximadamente 45 minutos e utiliza, como 
meio de contraste, o gadolínio, um metal 
paramagnético extremamente seguro em 
indivíduos com clearance de creatinina >30 e 
que não estejam em programa de diálise. Os 
dados obtidos são analisados por médicos 
especializados, que usam programas 
desenhados para essa finalidade, os quais 
permitem a análise quantitativa da perfusão 
relativa em diferentes segmentos miocárdicos. 
Para a população mais idosa, a RMC tem a 
particular vantagem de não ser limitada pela 
presença de bloqueio de ramo esquerdo nem 
de lesões em múltiplos vasos. Além disso, o 
estudo MR inform (Nagel et al. N Engl J 
Med. 2019;380:2418-28), que comparou a 
contribuição da ressonância com estresse 
farmacológico com a análise combinada da 
cinecoronariografia e da pesquisa da reserva 
de fluxo fracionada invasiva, demonstrou que a 
decisão terapêutica baseada na análise de 
perfusão por ressonância permite tomar a 
decisão clínica correta, não sendo inferior à 
conduta clínica baseada no cateterismo 
associado à medida do FFR invasivo, 
confirmando o importante papel do exame. 
Além disso, em muitos idosos, a identificação de 
áreas de necrose ou fibrose miocárdica 
possibilita diagnosticar infartos prévios 
assintomáticos, ao mesmo tempo em que permite 
realizar outros diagnósticos de doenças 
prevalentes nessa faixa etária, tais como a 
amiloidose, que também podem levar à perda 
da função ventricular. Essa técnica ainda pode 
ser fundamental para identificar que pacientes 
com doença arterial coronariana e disfunção 
ventricular podem se beneficiar de modo mais 
efetivo de cirurgia de revascularização 
miocárdica. 
O Fleury dispõe de equipamentos de 3 tesla 
com o maior diâmetro interno disponível no 
mercado, o que garante o menor desconforto 
para o paciente e a maior qualidade de 
imagem. 
SITE: 
https://telemedicinamorsch.com.br/blog
/avaliacao-cardiologica-com-ecg 
SITE: 
https://telemedicinamorsch.com.br/blog
/tipos-de-exames-cardiologicos 
SITE: 
https://www.scielo.br/scielo.php?script=
sci_arttext&pid=S1677-
54492007000300010 
3. Definir doença crônica e suas 
implicações na responsabilidade 
social da família.SITE: 
file:///C:/Users/Enzo/Downloads/326
3-4194-1-PB.pdf 
Conhecendo a funcionalidade familiar sob 
a ótica do doente crônico 
INTRODUÇÃO 
A família constitui um sistema complexo e 
dinâmico, sendo influenciado pelo meio histórico, 
social e cultural que vivencia; onde as relações 
familiares, em alguma medida, interferem no 
processo saúde e doença de seus membros, bem 
como na interpretação da experiência de cada 
pessoa da família diante desse processo.1 Sabe-
se, ainda, que cada família possui 
características específicas que as torna única em 
sua maneira de ser e, devido a isso, apresenta 
comportamentos distintos em relação à 
necessidade de adaptação nos casos em que um 
de seus membros torna-se doente crônico. 
Contudo, com o tempo, há uma reestruturação 
dessa família e a pessoa responsável pelo 
cuidado exclusivo irá aparecer 
automaticamente, havendo para isso mudanças 
na dinâmica familiar e uma possível troca de 
papeis e funções, com o intuito de ajudar o 
indivíduo no processo de adoecer.2 
https://telemedicinamorsch.com.br/blog/avaliacao-cardiologica-com-ecg
https://telemedicinamorsch.com.br/blog/avaliacao-cardiologica-com-ecg
https://telemedicinamorsch.com.br/blog/tipos-de-exames-cardiologicos
https://telemedicinamorsch.com.br/blog/tipos-de-exames-cardiologicos
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1677-54492007000300010
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1677-54492007000300010
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1677-54492007000300010
file:///C:/Users/Enzo/Downloads/3263-4194-1-PB.pdf
file:///C:/Users/Enzo/Downloads/3263-4194-1-PB.pdf
Enzo Augusto – 3º período 
Porém, mesmo sendo considerada a principal 
unidade de cuidado do sujeito em situação de 
adoecimento, a família pode encontrar 
dificuldades e hesitar diante de fatores 
estressores referentes ao cuidado em doenças 
crônicas. Diante disso, a doença crônica pode 
atuar como uma força que impulsiona os 
membros familiares a se concentrarem de forma 
intensiva no cuidado com a pessoa doente e 
reformularem aspectos biopsicossociais da vida 
familiar.3 
Nesse cenário, entendemos que vivenciar o 
adoecimento, especialmente quando 
relacionado às doenças crônicas, significa sofrer 
mudanças em todos os aspectos da vida 
individual e familiar. Vale ressaltar também que 
requer atitudes facilitadoras, para o 
enfrentamento da situação posta, promovendo a 
busca pela reconstrução de uma nova realidade 
e identidade do sujeito doente e de sua 
família.2 
O processo de enfrentamento da doença na 
família depende de alguns fatores como 
o estágio da vida em que a família se encontra, 
o papel desempenhado pelo membro doente na 
família, as implicações que o impacto da 
doença causa em cada um deles e o modo como 
ela se organiza durante o período da 
doença.4 Neste contexto, faz-se necessário uma 
readequação familiar, em que todos os 
membros passem a desempenhar tarefas e a 
assumir papéis de modo a permitir o 
funcionamento do sistema familiar, 
demonstrando uma boa adaptação à situação. 
O modo como estas relações e adaptações 
acontecem, determina a classificação do sistema 
familiar em funcional ou disfuncional.5 
O sistema familiar funcional é aquele no qual o 
grupo familiar responde aos conflitos e situações 
críticas visando estabilidade emocional, 
buscando soluções por meio de recursos próprios 
e de forma adequada. Os membros da família 
têm capacidade de harmonizar suas próprias 
funções em relação aos outros de forma 
integrada, funcional e afetiva protegendo a 
integridade do sistema como um todo e a 
autonomia funcional de suas partes.5 Já os 
sistemas familiares disfuncionais são aqueles nos 
quais não existe um comprometimento com a 
dinâmica e a manutenção do sistema por parte 
de seus membros, priorizando os interesses 
particulares em detrimento do grupo, não 
assumindo seus papéis dentro do sistema.5 
Em situações de doença crônica tem-se 
observado que, dependendo do grau de 
gravidade que as pessoas atribuam a estas 
condições, algumas adaptações podem ou não 
ocorrer no seio familiar.6 Se a condição for 
assintomática, tal como ocorre em algumas 
doenças crônicas, como por exemplo a 
hipertensão arterial, as mudanças muitas vezes 
são vistas como desnecessárias. Porém, ao 
deparar-se com o agravamento do quadro, 
especialmente quando ocorre algum tipo de 
dependência decorrente destas doenças, a 
situação requer a reestruturação dos papeis de 
todos os membros familiares.6 
A importância empírica dada pelas 
pesquisadoras em conhecer a dinâmica e a 
funcionalidade da família neste estudo, deu-se a 
partir da vivencia no projeto de extensão 
"Identificar a permeabilidade entre o cuidado 
familiar e o profissional em diferentes momentos 
do viver em família", vinculado ao Núcleo de 
Estudos, Pesquisa, Assistência e Apoio à Família 
(NEPAAF) na Universidade Estadual de Maringá, 
onde vislumbramos a importância da família na 
satisfação e integração do doente crônico com o 
meio familiar e sua consequente influência na 
adaptação e convivência com a doença. 
Assim, o presente estudo justifica-se diante da 
necessidade de conhecer a dinâmica de 
funcionamento familiar com relação aos 
cuidados com doentes crônicos e identificar 
como estes doentes se percebem e percebem a 
dinâmica familiar; de forma a possibilitar a 
identificação de disfunções e a intervenção 
precoce na busca do restabelecimento dessa 
estrutura de relações; além de ser um passo 
importante para que os profissionais de saúde 
promovam a melhoria da qualidade assistencial 
prestada ao doente, ao familiar e ao 
cuidador.2 Para tanto, o objetivo do estudo é 
identificar a percepção do doente crônico sobre 
a funcionalidade de sua família e conhecer 
como ele se percebe no contexto da mesma. 
 
METODOLOGIA 
Trata-se de um estudo descritivo-exploratório, 
de natureza qualitativa, realizado junto a 12 
doentes crônicos que recebem cuidados de 
familiares e que são assistidos, juntamente com 
suas famílias, pelo projeto de extensão 
"Assistência e apoio às famílias de pacientes 
crônicos no domicílio", vinculado ao NEPAAF. 
Os dados foram coletados no período de abril 
a novembro de 2010, por meio de entrevista 
semiestruturada, realizada nos domicílios e só 
aos que estavam aptos a verbalizar suas 
percepções e experiências. Foi solicitado um 
local reservado para que participassem da 
entrevista apenas pesquisador e entrevistado, a 
fim de garantir maior veracidade nas 
informações e liberdade de expressão, tendo 
em vista que as perguntas eram referentes à 
Enzo Augusto – 3º período 
dinâmica e funcionamento familiar. Para facilitar 
esta privacidade a visita era realizada por dois 
pesquisadores, de forma que um realizava a 
entrevista com o paciente e o outro conversava 
sobre aspectos relacionados com o cuidado com 
o familiar que estivesse em casa. 
A entrevista foi orientada por um roteiro 
constituído de sete questões semiabertas sobre o 
funcionamento familiar, baseado no instrumento 
de APGAR de família, proposto por Smilkstein, 
em 19787. O propósito deste instrumento é 
identificar a satisfação de um ou mais membros 
sobre o funcionamento da família. Ele possui um 
número reduzido de itens, é de fácil aplicação e 
o nível cultural dos entrevistados não influencia 
os resultados.8 
O acrônimo APGAR, proveniente da língua 
Inglesa, significa9 Adaptation (Adaptação – grau 
de satisfação de acordo com a atenção 
recebida), Paticipation (Participação – 
satisfação com a comunicação e a participação 
na resolução de 
problemas), Growth (Crescimento – satisfação 
do membro com a liberdade para a mudança 
de papeis e início de novas 
atividades), Affection (Afeição – satisfação do 
membro com a interação emocional na família), 
e Resolution (Resolução – como o tempo é 
compartilhado) 
As respostas são apresentadas em uma escala 
do tipo Likert, de três pontos: quase sempre, às 
vezes e raramente, valendo de dois a zero 
pontos consecutivamente. Quandoa soma dos 
pontos obtidos for de sete a 10, indica família 
altamente funcional; de quatro a seis, família 
moderadamente disfuncional; e de zero a três, 
família severamente disfuncional.9 
A ampliação do instrumento foi realizada 
porque a intenção era não apenas mensurar o 
funcionamento familiar, mas também identificar 
a percepção do doente crônico frente a este 
funcionamento e, ainda, apreender como o 
mesmo se vê no contexto familiar. Desta forma, 
foi solicitado que o participante justificasse a 
resposta dada a cada item e respondesse a 
duas novas questões: há algo que você gostaria 
que fosse diferente em suas relações familiares? 
Como você se sente por precisar receber 
cuidados por parte de seus familiares? 
Para análise dos dados, as entrevistas foram 
transcritas na íntegra e posteriormente 
submetidas a um processo de análise de 
conteúdo,10 constituído por uma fase de pré-
análise e exploração dos dados; seguida da 
organização sistemática dos dados em unidades 
temáticas, com descrição detalhada das 
características pertinentes. Os resultados foram 
então agrupados em categorias temáticas, 
conforme semelhança nos depoimentos. 
O desenvolvimento do estudo ocorreu em 
conformidade com o estabelecido pela 
Resolução 196\96 do Conselho Nacional de 
Saúde e seu projeto foi aprovado pelo Comitê 
Permanente de Ética em Pesquisa com Seres 
Humanos da Universidade de Maringá (Parecer 
nº 084/2006). Todos os participantes do estudo 
ou seu responsável assinaram o termo de 
Consentimento Livre e Esclarecido em duas vias. 
Para a diferenciação dos sujeitos e preservação 
de sua identidade, foram utilizados os seguintes 
códigos: a letra P, relacionada a paciente, 
seguido pelo número de ordem da entrevista, 
acompanhada da letra M ou F, para indicar o 
sexo do mesmo. 
 
RESULTADOS E DISCUSSÃO 
Caracterização dos participantes do estudo 
Os doentes em estudo tinham idade entre 50 e 
89 anos, com predomínio da faixa etária de 70 
a 79 anos. Mais da metade deles (sete) era do 
sexo feminino e os problemas de saúde mais 
frequentemente citados foram: hipertensão 
arterial e o Diabetes Mellitus, havendo também 
associações com outras doenças como o acidente 
vascular cerebral, insuficiência cardíaca, 
dislipidemia e doenças reumáticas. A 
progressão das doenças crônicas ocasiona 
amplas repercussões na vida das pessoas 
afetadas, especialmente as idosas. Isto porque 
muitas vezes elas são múltiplas e quando não 
adequadamente acompanhadas, podem 
ocasionar dificuldades na realização das 
atividades de vida diária e nas relações 
sociais.11 
Em relação à renda familiar, nove participantes 
relataram renda variando entre um e três 
salários mínimos, dois recebem em média quatro 
salários mínimos e apenas um relatou receber 
acima de cinco salários. A baixa renda 
encontrada neste estudo é um fato importante, 
pois rendas inferiores podem limitar o acesso 
aos cuidados alimentares e sociais, 
comprometendo de forma significativa a 
qualidade de vida das pessoas,4 especialmente 
quando trata-se de doentes crônicos e/ou 
idosos, dada à necessidade de gastos com 
medicamentos e serviços de saúde.12 
O tipo de família variou, sendo seis famílias do 
tipo nuclear completa – aquela formada por 
pais biológicos e filhos solteiros, quatro do tipo 
extensa – aquela que possui mais de uma 
geração no mesmo ambiente, e duas famílias do 
Enzo Augusto – 3º período 
tipo monoparental – constituída por filhos 
solteiros e um dos pais4. É válido ressaltar que 
famílias extensas e completas oferecem maior 
suporte financeiro e recursos para o cuidado à 
pessoa com doença crônica4, especialmente 
quando se trata de idosos, como foi o caso de 
alguns dos participantes deste estudo. Quando 
este tipo de constituição familiar está presente, 
observa-se como diminuída a carga de trabalho 
dos familiares, reduzindo a sobrecarga e 
melhorando a qualidade dos cuidados, através 
do revezamento entre seus membros. Nestes 
casos caracterizam-se ainda como importante 
suporte emocional e instrumental, pois seus 
membros funcionam como facilitadores do 
cuidado.12 
Funcionalidade familiar 
Em relação à funcionalidade familiar 
constatamos, por meio da pontuação obtida com 
a aplicação da escala de APGAR, que apenas 
quatro indivíduos consideram suas famílias como 
funcionais e os demais as consideram 
disfuncionais, seja de forma moderada (cinco) ou 
severa (três). 
Em relação ao primeiro componente do APGAR 
de família que é a adaptação, sete 
entrevistados afirmaram que ao recorrer à 
família em busca de ajuda, quase sempre ficam 
satisfeitos com a atenção que recebem da 
família, quatro que às vezes ficam satisfeitos e 
apenas um afirmou que raramente fica 
satisfeito. 
Quanto ao segundo componente que é a 
participação, cinco sujeitos afirmaram que às 
vezes ficam satisfeitos com a maneira pela qual 
a família conversa e compartilha com eles a 
resolução de problemas, quatro quase sempre 
ficam satisfeitos e três raramente ficam 
satisfeitos. 
O terceiro componente refere-se ao crescimento, 
ou seja, ele avalia a maneira como a família 
aceita e apóia os desejos do indivíduo de iniciar 
ou buscar novas atividades e realizar mudanças 
em suas vidas. Este ítem foi o que apresentou o 
maior número de entrevistados (seis) raramente 
satisfeitos, outros cinco referiram quase sempre 
ficar satisfeitos e apenas um às vezes ficar 
satisfeito. 
A afeição refere-se à maneira pela qual a 
família demonstra afeição e reage às emoções 
tais como mágoa, tristeza, raiva e amor. 
Constatamos que três doentes crônicos 
relataram quase sempre estarem satisfeitos com 
as interações emocionais no contexto familiar, 
seis às vezes ficam satisfeitos e três raramente 
ficam satisfeitos. 
O quinto componente refere-se à capacidade 
resolutiva, e cinco entrevistados referiram às 
vezes ficarem satisfeitos com a maneira pela 
qual a família e o próprio individuo 
compartilham o tempo juntos, quatro, que 
raramente ficam satisfeitos, e três, que quase 
sempre ficam satisfeitos. 
Por fim, observa-se que os elementos que mais 
contribuíram para a identificação da 
disfuncionalidade das famílias em estudo foram 
a afeição, resolução e participação, enquanto 
que a adaptação foi o que mais contribuiu para 
a identificação de uma funcionalidade positiva. 
A família é a principal fonte de suporte e apoio 
a qual seus membros recorrem para resolução 
de problemas, especialmente quando estes 
estão associados à saúde ou a falta dela.1 Nos 
casos de ausência de saúde somada às 
limitações decorrentes da velhice, a família é 
ainda mais necessária, estando envolvida em 
diferentes atividades, desde a simples até as 
mais complexas. São exemplos de atividades a 
preparação da refeição, a realização de 
cuidados diretos, o proporcionar atividades de 
lazer; a administração de medicamentos de uso 
contínuo e o acompanhar em consultas para 
avaliação do estado de saúde.13 
Deste modo, as famílias assumem parcela 
significativa de responsabilidade na prestação 
do cuidado à saúde de seus membros. Nos casos 
de uma condição crônica, sua participação é 
fundamental, visando o controle da doença, 
manutenção da saúde e a prevenção das 
possíveis complicações associadas a ela.7 Sendo 
assim, os cuidados implementados pela família 
têm a finalidade de preservar a vida do 
doente, de maneira adequada às suas próprias 
possibilidades, aos seus padrões culturais, às 
necessidades particulares de cada indivíduo e 
às condições do meio onde vivem.14 
Diante da necessidade de adaptação familiar 
aos cuidados e do próprio doente em recebê-
los, destacamos a importância em conhecer a 
funcionalidade familiar, pois, acredita-se que a 
relação entre esta, a qualidade do cuidado e a 
satisfação do cuidador e do doente, é 
diretamente proporcional.8 
Observamos, com este estudo, que a 
necessidade de adaptação familiar trás 
desconforto e insatisfação para os doentes: 
[...] me sinto muito mal com isso de elas [se 
referindo as filhas] terem quese revezar para 
cuidar de mim e não me deixar sozinha [...]. Me 
sinto um "estorvo" depois que tive o câncer. Sei 
que atrapalho a vida da minha filha, a coitada 
tem que fazer tudo para mim (P6F). 
Enzo Augusto – 3º período 
A presença de um membro familiar com doença 
crônica que necessite de cuidados, mesmo este 
não sendo dependente, causa desconforto e 
insatisfação ao doente, por ele acreditar que 
isto acarreta sobrecarga física e emocional à 
vida do cuidador, afetando diretamente a 
dinâmica familiar. Necessita por tanto, que toda 
a família passe por um processo de adaptação, 
podendo oferecer todo o suporte necessário a 
este doente.14 
A Participação também foi um fator relevante 
para a disfuncionalidade familiar, considerando 
que apenas quatro participantes estão 
satisfeitos com a forma com que são discutidas 
as questões de interesse comum e compartilhada 
a resolução de problemas: 
[...] às vezes eu quero resolver as coisas do meu 
jeito, porque essa casa é minha, mas eu não posso 
decidir nada. Parece que tenho que pedir 
permissão para tudo. Mesmo com tantos 
problemas que tenho [referindo-se às patologias 
que possui] ainda consigo tomar algumas 
decisões [...] não gosto de ficar sendo a última a 
ficar sabendo das coisas (P12F) 
[...] parece que depois que fiquei de cama, minha 
filha acha que eu perdi o jeito de lidar com as 
coisas. Ela pode ter o problema que for que nunca 
que vem falar comigo, nunca que eu fico 
sabendo [...] aí depois eu descubro e fico me 
sentindo mal [...] me sinto sem utilidade aqui em 
casa (P1F). 
Nos depoimentos de P12F e P1F, observamos 
que os informantes da pesquisa acreditam que 
sua participação nas decisões e soluções de 
problemas da família é reduzida, e associam 
isso a patologia. Ainda, nestes depoimentos, 
identificamos a perda da autonomia e da 
liberdade nas decisões. A participação do 
doente crônico nas questões de interesse comum 
e na resolução de problemas familiares é 
fundamental para que a família seja 
considerada funcional, especialmente nos casos 
em que o doente é idoso. Portanto, quanto 
maior a satisfação deste critério, maior será a 
funcionalidade familiar diante de uma situação 
de crise.9 
Quando questionados sobre a satisfação em 
relação à liberdade para mudanças de papeis 
e início de novas atividades, demonstrado no 
quesito crescimento, observa-se que apenas 
cinco participantes estavam quase sempre 
satisfeitos: 
[...] tudo que eu quero fazer de diferente tenho 
que esperar a liberação da minha filha, até falo 
para ela que parece que eu sou a filha e ela a 
mãe. Tenho vontade de sair, fazer coisas 
diferentes das que faço todos os dias, mas ela 
fala que é para ficar em casa, esperar e ela 
chegar [...] (P6F). 
O aparecimento da doença e a consequente 
necessidade de um cuidador provocam uma 
reestruturação familiar e uma redefinição de 
papeis.15 Entretanto, esta nova definição de 
papéis nem sempre é vivenciada como algo 
bom, o que pode ser verificado no depoimento 
de P6F. Tornar-se doente inclui a vivência de 
uma série de separações marcadas, 
frequentemente, por experiências de 
fragmentação e perda de autonomia sobre o 
próprio corpo. A autonomia é fator 
determinante na qualidade de vida, pois é ela 
que possibilita a tomada de decisões 
corriqueiras.16 
A doença crônica pode atuar como uma força 
que impulsiona familiares a se concentrarem de 
forma intensiva no cuidado com a pessoa 
doente e relegarem aspectos biopsicossociais da 
vida familiar, e elegerem o cuidador principal 
daquele indivíduo. Este fato que pode, em 
alguns casos, gerar a troca de papeis onde 
quem representara o cuidador e provedor 
familiar, torna-se uma figura fragilizada pela 
doença crônica, necessitando de cuidados. Estes 
cuidadores por sua vez, tomam consciência de 
sua importância na vida do doente, 
acreditando-se tutores do mesmo.3 
A perda da autonomia não se delimita apenas 
nas práticas cotidianas ou nas resoluções de 
problemas familiares e domésticos; observou-se 
também que esta vai muito além, reconhecendo 
a perda do espaço individual dos sujeitos: 
[...] eles ficam sempre em cima de mim, querendo 
saber por que estou quieta, não respeitando a 
tristeza e o meu silencio [...] isso me deixa 
incomodada [...] parece que quer controlar até 
meus sentimentos (P6F). 
Mediante o depoimento de P6F, observamos 
novamente a sensação de perda de autonomia 
vivenciada pela depoente, pois evidencia que 
os familiares não lhe permitem momentos de 
reserva e de isolamento demonstrados como 
necessários pela participante. Porém, este 
mesmo desejo de isolamento, em que é 
preferível estar sozinha a ter que conviver com 
a família pode ser reflexo de uma relação 
familiar conflituosa e insatisfatória. 
Os elementos afeição e resolução foram os que 
apresentaram resultados mais críticos, pois 
ambos apresentaram apenas três participantes 
quase sempre satisfeitos com a interação 
emocional na família e com a forma como o 
tempo livre é compartilhado. Referindo-se a 
Enzo Augusto – 3º período 
afeição, observamos que a necessidade de 
comunicação de problemas e fatos que os 
incomodam, são vistos como algo individual e 
desnecessário de ser compartilhado. Já a 
resolução, através da fala de P4M, aparece 
afetada devido à doença, pois o paciente já 
não consegue ter autonomia para solucionar 
sozinho situações cotidianas, é como se tivesse 
perdido o "poder" de resolver suas próprias 
coisas e dependesse a partir de então dos 
cuidados de alguém para qualquer tomada de 
decisão: 
[...] minha filha tem as coisas dela, minha neta 
também, por isso procuro não incomodar elas com 
qualquer besteira. Quando tem alguma coisa me 
incomodando, prefiro ficar quieto [...] eu queria 
poder me virar sozinho, assim eu iria poder ter 
minha casa e poderia morar sozinho, sem precisar 
amarrar a vida de ninguém (P4M). 
Frente às transformações nas estruturas 
familiares o "depender" dos cuidados de 
alguém gera uma situação de desconforto, o 
que pode ser verificado no depoimento de P4M. 
A necessidade de um cuidador geralmente 
provoca sentimentos de inutilidade, solidão e 
desejo constante de resolver todas as coisas sem 
precisar "incomodar" o outro, porém, quando há 
uma boa relação familiar, onde há um maior 
grau de intimidade, confiança e respeito essa 
situação pode ser vivenciada de forma 
diferente. 
Analisando o tópico resolução, onde buscamos 
conhecer a satisfação dos participantes com a 
forma com que o tempo livre é compartilhado, 
observa-se nos depoimentos o sentimento de 
solidão familiar, especialmente na relação 
conjugal: 
[...] meu marido só pensa nos problemas dele. A 
minha filha até que me dá atenção, mas não 
posso contar muito com ela [...] ela tem a vida 
dela, o marido dela, não pode ficar se ocupando 
comigo. Então, eu me sinto muito 
sozinha [choro] eu queria me sentir amada pelo 
meu marido, queria que alguém se importasse 
comigo. Só isso! (P2F). 
meu marido e meu filho quando não estão 
dormindo, estão na rua [...] eles não conversam 
comigo, a minha companhia sou eu mesma, por 
isso fico triste e com depressão [...] aí eles pensam 
que eu estou fingindo, só para chamar a atenção 
deles (P9F). 
Os idosos parecem tolerar melhor as condições 
de vida próprias do envelhecimento quando 
possuem junto de si pessoas afetivamente 
significativas, dando ênfase a membros 
familiares e amigos. No entanto, muitas vezes, 
vivenciam uma situação de isolamento e 
abandono familiar, o que gera sentimento de 
solidão, conforme visto neste estudo. 
Porém, para alguns participantes, o isolamento 
tornou-se algo necessário e até encarado como 
um mecanismo de fuga da realidade, que insere 
a perda da autonomia, somados a troca de 
papeis e perda da sua função de cuidador(a) 
da família. Sendo assim, não foi incomum ouvir 
de alguns participantes, que preferiam ficar 
sozinhos e isolados e que isso não os 
incomodava, mesmo que aos olhos das 
pesquisadoras, fosse visível que essa não era 
seu realdesejo, através de suas expressões 
faciais. 
Não me incomodo que eles [referindo-se à 
família] não me dêem atenção, isso não me 
incomoda. Sempre procuro ficar sozinho, sofrer 
sozinho. Não fico falando dos meus sentimentos, 
choramingando pelos cantos (P3M). 
Constata-se que estes indivíduos vivenciam uma 
‘mistura de sentimentos', onde a pessoa quer 
atenção, carinho, sente-se sozinha, mas ao 
mesmo tempo não quer ‘atrapalhar' a vida dos 
familiares. Por outro lado, a própria existência 
da doença pode interferir e alterar o estado 
emocional, com sentimentos de tristeza, solidão, 
desânimo, falta de vontade, desmotivação, 
nervosismo e insegurança.17 
Toda esta problemática vivenciada pela pessoa 
com doença crônica pode levar ao isolamento 
social, a um aumento da depressão e diminuição 
das expectativas de melhora, contribuindo para 
um sentimento de desesperança e solidão, os 
quais podem associar aos itens discriminados nos 
aspectos de recreação e lazer.15 No entanto, 
quando o contrário acontece, a presença da 
família e o apoio oferecido pelos mesmos 
tornam-se um fator curativo no processo de 
manutenção da patologia crônica. Esta oferta 
de apoio se apresenta das mais diversas 
maneiras, incluindo a preocupação com a saúde 
e o bem-estar, compra de medicamentos, 
acompanhamento às consultas médicas, visitas, 
entre outros: 
[...] quando minha filha liga, se eu estou mais 
quietinha, ela fica perguntando se eu estou 
triste [...] aí eu respondo que não, e ela diz que eu 
devo estar sentindo alguma coisa e não quero 
preocupar ela, mesmo que muitas vezes seja só um 
baixo humor mesmo (P5F). 
[...] sempre que tenho algum problema resolvo 
junto com o meu marido. Ele é sempre muito 
atencioso comigo [...] ele busca meu remédio, me 
leva para o hospital quando eu preciso. Agente 
tem uma relação de companheirismo, e isso é 
Enzo Augusto – 3º período 
muito bom para mim. A minha filha liga toda 
semana para saber como estou [...] ela também se 
preocupa muito comigo. Me sinto muito bem 
cuidada [risos] (P2F). 
Embora, passar de cuidador para cuidado seja 
uma tarefa difícil de ser vivenciada, os relatos 
de P5F e P2F, nos aponta que dependendo do 
tipo de relação familiar, esta nova ‘fase' pode 
ser vivenciada de maneira simples, encarada 
como "prova" maior de cuidado e amor dos 
familiares. 
A família e os amigos influenciam tanto no 
controle da doença quanto ao seguimento do 
tratamento, da dieta e na participação em um 
programa regular de exercícios. Um 
estudo1 demonstrou que as pessoas com Diabetes 
Mellitus, que tiveram apoio adequado de 
amigos e familiares, aderiram melhor às 
condutas de autocuidado. Avaliar os meios de 
apoio do paciente pode ajudar a identificar as 
suas necessidades e assistência, no propósito de 
evitar as complicações de longo prazo.18 Diante 
disso, conhecer o contexto que o doente crônico 
está inserido, identificar suas relações familiares 
se faz necessário para a boa qualidade do 
cuidado prestado. 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
A ampliação do instrumento APGAR de família e 
sua aplicação, mostrou ser importante para 
avaliar a vivencia de um indivíduo que era 
cuidador e que posteriormente tornou-se 
cuidado. É importante ressaltar que, esta 
situação exige uma reestruturação familiar e 
que muitas vezes o significado que isso possui 
para uma família pode ser totalmente diferente 
para outra, isso devido à influencia do tipo de 
relação familiar presente, além das diferenças 
de contexto social e cultural. 
Diante disso, acredita-se ser importante não 
apenas avaliar a funcionalidade familiar, mas 
também conhecer como o doente se comporta e 
se percebe no convívio familiar mediante a 
presença de uma doença crônica degenerativa, 
com o intuito de realizar intervenções 
adaptadas a cada realidade observada, a fim 
de restabelecer o equilíbrio nas relações 
familiares, colaborando então com a melhoria 
da qualidade de vida do doente crônico. 
Acreditamos que se houvesse um tempo maior, 
suficiente para estabelecer um relacionamento 
de confiança com a pessoa, a verbalização de 
sentimentos poderia ter sido um aspecto mais 
explorado e discutido. Entretanto, os resultados 
nos mostraram como são diversificados os 
sentimentos sob a ótica do doente crônico. 
Sentir-se um peso para família, vivenciar a troca 
de papeis, sentir-se sozinho e ao mesmo tempo 
desejar o isolamento, e até mesmo, sentir-se 
acolhido pela família, são situações vivenciadas 
por estes pacientes que perdem seu papel de 
cuidador e passam a ser cuidados. 
É fundamental que profissionais de saúde 
treinem o cuidador e supervisionem a execução 
das atividades assistenciais necessárias ao 
cotidiano do doente crônico até que a família se 
sinta segura para assumi-las. A família deve ser 
preparada também para lidar com os 
sentimentos de culpa, frustração, raiva, 
depressão e outros que acompanham essa 
responsabilidade, além da enorme variedade 
de sentimentos experienciadas pelo doente. 
Portanto, procedimentos que possam estimular 
uma reflexão sobre tornar-se um ser com 
necessidade de cuidados, certamente contribuem 
para a melhoria da qualidade do processo de 
viver humano. 
 
4. Caracterizar os aspectos 
epidemiológicos (prevalência, 
incidência, morbidade e mortalidade) 
das doenças cardiovasculares no 
idoso. Identificando os hábitos de vida 
que contribuem como fatores de risco 
para essas doenças no idoso. 
SITE: 
https://scielosp.org/article/csc/2019.v2
4n1/105-114/ 
SITE: 
file:///C:/Users/Enzo/Downloads/151
82-75598-1-PB.pdf 
5. Reconhecer a importância do 
exercício físico na manutenção da 
saúde e controle de doenças crônicas 
que estão associadas aos processos 
degenerativos vasculares (hipertensão 
arterial sistêmica, diabetes mellitus e 
dislipidemia). 
SITE: https://www.unaerp.br/revista-
cientifica-integrada/edicoes-
anteriores/volume-3-edcao-2/2409-rci-
a-importancia-da-atividade-fisica-para-
a-manutencao-da-saude-durante-o-
processo-de-envelhecimento/file 
https://scielosp.org/article/csc/2019.v24n1/105-114/
https://scielosp.org/article/csc/2019.v24n1/105-114/
file:///C:/Users/Enzo/Downloads/15182-75598-1-PB.pdf
file:///C:/Users/Enzo/Downloads/15182-75598-1-PB.pdf
https://www.unaerp.br/revista-cientifica-integrada/edicoes-anteriores/volume-3-edcao-2/2409-rci-a-importancia-da-atividade-fisica-para-a-manutencao-da-saude-durante-o-processo-de-envelhecimento/file
https://www.unaerp.br/revista-cientifica-integrada/edicoes-anteriores/volume-3-edcao-2/2409-rci-a-importancia-da-atividade-fisica-para-a-manutencao-da-saude-durante-o-processo-de-envelhecimento/file
https://www.unaerp.br/revista-cientifica-integrada/edicoes-anteriores/volume-3-edcao-2/2409-rci-a-importancia-da-atividade-fisica-para-a-manutencao-da-saude-durante-o-processo-de-envelhecimento/file
https://www.unaerp.br/revista-cientifica-integrada/edicoes-anteriores/volume-3-edcao-2/2409-rci-a-importancia-da-atividade-fisica-para-a-manutencao-da-saude-durante-o-processo-de-envelhecimento/file
https://www.unaerp.br/revista-cientifica-integrada/edicoes-anteriores/volume-3-edcao-2/2409-rci-a-importancia-da-atividade-fisica-para-a-manutencao-da-saude-durante-o-processo-de-envelhecimento/file
https://www.unaerp.br/revista-cientifica-integrada/edicoes-anteriores/volume-3-edcao-2/2409-rci-a-importancia-da-atividade-fisica-para-a-manutencao-da-saude-durante-o-processo-de-envelhecimento/file
Enzo Augusto – 3º período 
SITE: 
http://www.educadores.diaadia.pr.gov.
br/arquivos/File/2010/artigos_teses/E
DUCACAO_FISICA/artigos/AtF_e_Doen
cas_degenerativas.pdf 
Efeitos do exercício físico em indivíduos 
portadores de diabetes e hipertensão arterial 
sistêmica 
Introdução 
 A inatividade física e o baixo nível de 
condicionamento têm sido considerados fatores 
de risco para a mortalidade prematura tão 
importante quanto fumo, dislipidemia, diabetes 
e hipertensão arterial (POLLOCK, 1993). 
 O exercício exerce efeito oposto ao do 
sedentarismo, aumentando o gasto calórico 
melhorando otransporte e captação de insulina, 
onde tanto os exercícios aeróbicos quanto os 
resistidos promovem um aumento do 
metabolismo basal conhecido como metabolismo 
de repouso, que é responsável por 60% a 70% 
do gasto energético total, contribuindo para a 
perda de peso, e diminuição do risco de 
desenvolver diabetes, hipertensão, e outras 
doenças (CIOLAC, 2004). 
 Atualmente o exercício físico é aceito como 
agente preventivo e terapêutico de diversas 
enfermidades. No tratamento de doenças 
cardiovasculares e crônicas como o diabetes, a 
atividade física tem sido apontada como 
principal medida não farmacológica, assumindo 
aspecto benéfico e protetor. 
 Segundo Silva (1999) a adoção de um estilo 
de vida não sedentário, calçado na pratica 
regular de atividade física, encerra a 
possibilidade de desenvolvimento da maior 
parte das doenças crônicas degenerativas, além 
de servir como elemento promotor de mudanças 
com relação a fatores de risco para inúmeras 
outras doenças. Sugere-se inclusive, que a 
prática regular de atividade física pode ser, na 
tentativa de controle das doenças crônicas 
degenerativas, o equivalente ao que a 
imunização representa na tentativa de controle 
das doenças infecto-contagiosas. 
 Partindo da premissa que a prática de 
exercícios tanto aeróbios como resistidos são 
fundamentais para indivíduos considerados 
saudáveis, esta pesquisa tem como objetivo 
analisar os efeitos da prática de exercícios 
físicos na prevenção e reabilitação de doenças 
crônicas degenerativas, especialmente 
diabéticos e hipertensos. 
 
Desenvolvimento 
 Esta Revisão de literatura foi organizada em 
três momentos distintos e complementares: 
inicialmente conceituamos e discutimos a 
diabetes, posteriormente a mesma estratégia é 
utilizada com a hipertensão arterial para, no 
último momento relacionar ambas com a prática 
de exercícios físicos. 
 
Diabetes 
 O diabetes é caracterizados por ser uma 
doença crônica o qual desenvolve a elevação 
dos níveis de glicose no sangue e de forma 
crescente, esta doença vem se alastrando de 
forma preocupante. 
 "No Brasil, está aumentando muito a 
incidência do diabetes exatamente pela 
urbanização que leva ao sedentarismo e o 
acesso a alimentos industrializados, que contém 
mais índices de gordura e que são alimentos 
que favorecem o aumento de peso", (ZAGURY, 
2004) 
 Quando o indivíduo apresenta o quadro de 
diabetes, seu organismo, não consegue fabricar 
insulina suficiente, ou não pode usar sua própria 
insulina muito bem. 
 Quando o organismo não usa 
adequadamente a insulina, as células não 
absorvem suficientemente açúcar do sangue. O 
resultado é uma hiperglicemia conhecida como 
taxa elevada de açúcar no sangue. (GUYTON, 
1996) 
 A ingestão dos alimentos por indivíduos 
diabéticos deve ser feita de forma cautelosa e 
controlada, pois o transporte da glicose para o 
interior das células geralmente é estimulado 
pela insulina. A insuficiência ou a má utilização 
da insulina provocada pelo diabetes acarreta 
uma série de distúrbios relacionados a síntese 
da glicose ingerida nos alimentos, dificultando 
sua utilização como energia por nosso 
organismo. (MAUGHAN, 2000) 
 Pessoas com diabetes podem vir a 
apresentar alguns dos seguintes sintomas: sede 
excessiva, urinação freqüente, perda de peso 
sem explicação, fome extrema, visão 
embaçada, falta de sensibilidade nas mãos ou 
pés, fadiga recorrente, feridas que demoram 
mais para sarar, pele muito seca, ou mais 
infecções do que o comum. (HOWLEY, 303p.) 
http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/2010/artigos_teses/EDUCACAO_FISICA/artigos/AtF_e_Doencas_degenerativas.pdf
http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/2010/artigos_teses/EDUCACAO_FISICA/artigos/AtF_e_Doencas_degenerativas.pdf
http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/2010/artigos_teses/EDUCACAO_FISICA/artigos/AtF_e_Doencas_degenerativas.pdf
http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/2010/artigos_teses/EDUCACAO_FISICA/artigos/AtF_e_Doencas_degenerativas.pdf
Enzo Augusto – 3º período 
 A Organização mundial de Saúde (O.M. S) 
classifica o diabetes em: Diabetes mellitus 
insulino dependente (DMID) ou tipo I; Diabetes 
mellitus não-insulino (DMNID) dependente ou 
tipo II; Diabetes mellitus da desnutrição; 
Diabetes mellitus gestacional; Intolerância a 
glicose. (BRASIL, 1996) 
 Se não for bem administrada, a diabetes 
pode ter grande impacto na qualidade de vida 
das pessoas, pois estas são mais vulneráveis a 
muitas doenças devido ao efeito tóxico dos 
níveis elevados de glicose (hiperglicemia), e 
pelos baixos níveis de glicose (hipoglicemia). 
 Existem algumas enfermidades que se 
relacionam a diabetes outras complicações 
advindas da proliferação desta doença são os 
custos gerados para o controle da mesma, onde 
as entidades governamentais de saúde e a 
família acabam tendo gastos adicionais com 
encargos sociais, medicamentos, tratamentos 
médicos, fisioterapêuticos e cuidados 
especiais.(BRASIL, 1996) 
 Devido aos altos custos recrutados para o 
tratamento do diabetes, o exercício torna-se 
uma alternativa viável e já reconhecida no 
tratamento do Diabetes tipo I, II e gestacional 
alem de reduzir os riscos de doenças 
cardiovasculares.(CAMPAIGNE, 2003) 
 
Diabetes tipo II 
 Dentre as formas que o diabetes se 
apresenta a forma mais comum é o tipo II, esta 
forma de diabetes se caracteriza 
principalmente por manifestar-se geralmente 
após os 40 anos e afeta 90-95% das pessoas 
com esta doença. Crianças e adolescentes acima 
do peso também podem ter este tipo de 
diabetes. (HOWLEY, 2000). 
 A causa precisa do diabetes tipo 2 não é 
conhecida . No entanto, alguns fatores como o 
hereditarísmo, raça, obesidade, hipertensão, 
colesterol, sedentarismo, e idade avançada tem 
fator agravante para esta doença, o que 
normalmente é acarretado por um estilo de vida 
problemático. (NIEMAN, 1999). 
 Uma de suas peculiaridades é a contínua 
produção de insulina pelo pâncreas. O 
problema está na incapacidade de absorção 
das células, por muitas razões suas células não 
conseguem metabolizar a glicose suficiente da 
corrente sangüínea provocando uma anomalia 
chamada de "resistência insulínica" (POLLOCK, 
1993). 
 Este problema em relação à insulina afeta a 
maneira como o organismo processa os 
alimentos, desencadeando no organismo 
diversos distúrbios que ocasionam prejuízos á 
saúde do indivíduo. 
 A melhor forma de tratar o diabetes neste 
caso é controlar os nível de açúcar no sangue, 
este tratamento pode ser farmacológico, 
fazendo uso de medicamentos orais e a 
combinação com insulina ou não. (NIEMAN, 
1999) 
 No tratamento não farmacológico as 
principais medidas adaptadas incluem 
planejamento alimentar e exercício físico. Sendo 
o tratamento composto por dieta e exercício 
físico a primeira medida normalmente adotada. 
(CAMPAINE, 2003). 
 Ciolac afirma que, a prática regular de 
atividade física é eficaz para controle e 
prevenção do diabetes tipo 2, quando de 
intensidade moderada a alta, o exercício físico 
reduz em média 70% os riscos de desenvolver a 
diabetes, melhorando a sensibilidade á insulina 
e tolerância á glicose e diminuindo a glicemia 
sangüínea desses indivíduos. (CIOLAC, 2004). 
 Portanto o maior gasto calórico e as demais 
reações produzidas pelo exercício físico 
contribuem positivamente na manutenção da sua 
saúde, prevenção e controle do diabetes. 
Promovendo uma diminuição da pressão 
arterial, perda de peso, melhora do sistema 
cardiovascular e nos aspectos mentais do 
indivíduo, que lhe proporcionam uma maior 
qualidade de vida. 
 
Hipertensão arterial sistêmica 
 Considerado um dos fatores de riscos 
primários para o desenvolvimento de doenças 
cardiovasculares, a hipertensão, juntamente com 
outras enfermidades tornou-se principal causa 
de morbimortalidade na atualidade. 
 Durante muito tempo à hipertensão foi 
identificada de forma simplista, atravésde uma 
pressão sistólica (máxima) acima de 140mmHg 
e diastólica (máxima) acima de 90mmHg. 
 Atualmente o conceito que melhor define 
hipertensão é o que estabelece uma situação 
clinica multifatorial e reconhecida como síndrome 
por relacionar os níveis tencionais elevados a 
alterações metabólicas, hormonais e por 
associação fenômenos trágicos como hipertrofia 
cardíaca e vascular. (III CONSENSO BRASILEIRO 
DE HIPERTENSÃO ARTERIAL, 1998). 
Enzo Augusto – 3º período 
 Esta síndrome é um dos mais importantes 
fatores de risco para o desenvolvimento de 
doenças cardiovasculares, que constituem 
importante causa de mortalidade em vários 
países desenvolvidos, se tornando o principal 
problema de saúde pública do mundo. Dados 
da Organização Mundial de Saúde (OMS) 
apontaram que até 2020, as doenças 
coronarianas será a primeira causa de morte no 
mundo. (COELHO, 2003). 
 No Brasil em 1998 foram registrados 930 mil 
óbitos. Desse total as doenças cardiovasculares 
foram responsáveis por 27%. , Excluindo-se os 
óbitos por causas mal definidas e por violência, 
tal cifra aproxima-se de 40%. (IV DIRETRIZES 
BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO ARTERIAL, 2004) 
O fato da hipertensão não causar sintomas, faz 
com que ela seja considerada um assassino 
silencioso, onde as maiorias dos casos acabam 
sendo diagnosticado após vários anos de 
existência no organismo, o que justifica os altos 
índices de incidência desta doença. 
 Alguns fatores responsáveis no 
desenvolvimento da hipertensão podem ser 
decorrentes de problemas renais, ou com 
pequenas glândulas chamadas adrenais. 
Determinando a esta condição como hipertensão 
secundária (POLLOCK, 1993). 
 Já em 95% dos casos não há uma causa 
subjacente chamada de hipertensão idiopática, 
as vezes referida como hipertensão "essencial" 
pode ser resultante de fatores genéticos, de 
uma dieta com altas taxas de sódio, do estresse 
psicológico, da obesidade, da inatividade física 
(sedentarismo). (POLLOCK, 1993) 
 A predisposição genética vem sendo alvo 
determinante na compreensão desta síndrome. 
Esses fatores genéticos são responsáveis por 
uma grande parcela de casos referentes a 
distúrbios na pressão hemodinâmica. Isto fica 
evidente devido à incidência maior de 
hipertensão em famílias de hipertensos, pois a 
tendência hereditária costuma aparecer em 
cerca de 75% de todos os pacientes.(COTRAN 
et. al., 2000) 
 Em gêmeos univitelinos a concordância para 
hipertensão arterial é de 50% e nos bivitelinos 
de 23%. A discrepância de 50% nos gêmeos 
univitelinos sugere que o mecanismo genético - 
constitucional pode não ser o responsável 
exclusivo para o desenvolvimento da 
hipertensão, onde os fatores ambientais 
contribuem de maneira significativa. (BALLONE 
G J, 2005) 
 Dentre os fatores ambientais o estresse é um 
dos grandes responsáveis pela elevação da 
pressão arterial, podendo ser considerado fator 
de risco (cardíaco) independente. (NIEUMAN, 
1999) 
 Entretanto, a exposição contínua do 
organismo ao estresse produz adaptações 
fisiológicas que promovem a elevação da 
pressão arterial, ocasionando uma resposta 
adaptativa no organismo. (FIAMONCINI & 
FIAMONCINI, 2003). 
 Em intensidades e duração discretas a 
elevação da pressão arterial durante momentos 
de estresse pode ser considerada uma resposta 
perfeitamente fisiológica, "luta ou fuja". Porem 
no paciente hipertenso observa-se não só 
intensidade maior da resposta hipertensiva, 
como também duração maior, sendo que em 
alguns casos os níveis pressóricos se mantêm 
permanentemente elevados. (BALLONE G J., 
2005) 
 Outro fator ambiental que exerce papel 
direto sobre a hipertensão refere-se a ingestão 
de nutrientes (alimentação). Uma alimentação, 
com altos teores de gordura, sal, bebidas 
alcoólicas, cigarros, etc, podem contribuir para o 
desenvolvimento da hipertensão.(REIS & COPLE, 
1999). 
 Este desequilíbrio alimentar contribuir para o 
desenvolvimento da obesidade, apontada como 
fator primário para coronariopatia que 
associada a outros fatores de risco como, 
Diabetes Mellitus, hipercolesterolemias, fumo 
diminui o número de células progenitoras 
endoteliais, elevando o risco de desenvolver 
HAS, AVC, ICC. (COELHO, 2004.) 
 O endotélio normal mantém uma 
permeabilidade que impede a passagem de 
macromoléculas e de proteínas plasmáticas não 
adequadas, produzindo óxido nítrico na 
quantidade necessária, de acordo com os 
estímulos para manutenção da vasodilatação, 
sendo responsável no controle da homeostase 
que envolve a manutenção do débito cardíaco e 
da pressão arterial. (COELHO, 2003) 
 Uma lesão nas células endoteliais ou o menor 
número das mesmas aumenta a produção de 
radicais livres radicais, contribuindo para o 
aparecimento de doenças, dentre elas a 
arteriosclerose, que tem grande relação com o 
desenvolvimento da pressão arterial. (STEVENS, 
2000) 
 Outro fator que leva a este quadro é a 
inatividade física.(RAMOS, 1997). Cabe 
ressaltar a existência de alguns fatores de risco 
que podem ser modificados pela atividade 
física levando a uma diminuição e melhor 
Enzo Augusto – 3º período 
controle dos níveis tensionais (estresse), redução 
do colesterol, glicose e conseqüentemente do 
peso, quando associado à ingestão de dieta 
hipocalórica. (SIQUEIRA F. P. C., et al. 2004) 
 Além de contribuir para redução da 
obesidade, diminui a resistência da insulina e 
melhora o funcionamento orgânico, reforçando a 
musculatura. (NIEMAN, 1999). 
 O exercício físico, portanto poderá reduzir os 
níveis de pressão arterial dos portadores de 
hipertensão, bem como diminuir o risco de 
indivíduos normotensos desenvolverem a doença, 
melhorando assim sua qualidade de vida. 
(NIEMAN, 1999). 
 Para que este objetivo seja alcançado o 
tratamento em hipertensão se faz necessário, 
cujo objetivo é prevenir as seqüelas de longa 
evolução da doença fazendo com que os níveis 
pressóricos estejam o máximo possível próximo 
do ideal(III-CONSENSO BRASILEIRO DE 
HIPERTENSÃO ARTERIAL, 1998), onde segundo 
ultimas diretrizes do ACSM, a pressão arterial 
considerada ideal é 110mmHg por 70mmHg. 
(ACSM, 2003). 
 Uma forma de se manter níveis ideais da 
pressão arterial sérica alcançado através de 
uma dieta balanceada e um programa de 
atividade física, se tornando imprescindíveis na 
melhora da patologia. (ACSM, 2003). 
 Um estilo de vida causado na pratica regular 
de atividade física, promove benefícios para a 
saúde e conseqüentemente para a qualidade de 
vida de indivíduos normotensos e hipertensos. 
 
Influência do exercício físico nos indivíduos 
portadores de diabetes mellitus tipo II e 
hipertensão arterial sistêmica 
 O exercício físico é aceito como agente 
preventivo e terapêutico de diversas 
enfermidades. No tratamento de doenças 
cardiovasculares e crônicas, a atividade física 
tem sido apontada como principal medida não 
farmacológica, assumindo aspecto benéfico e 
protetor. 
 A inatividade física e o baixo nível de 
condicionamento têm sido considerados fatores 
de risco para a mortalidade prematura tão 
importante quanto fumo, dislipidemia, diabetes 
e hipertensão arterial. (POLLOCK, 1993.) 
 Análises Epidemiológicas demonstraram que 
muitos indivíduos morreram simplesmente por 
serem sedentários, isto fez com que a atividade 
física fosse vista em diversos países como uma 
questão de saúde pública (GHORAYEB, 1999). 
 O conceito de sedentarismo não é associado 
necessariamente à falta de uma atividade 
esportiva, o sedentário é o indivíduo que não 
atinge gastos calóricos superiores a 1500 Kcal 
por semana relacionadas a atividades 
ocupacionais (NETO, 2005). 
 Existe uma associação entre as mudanças nos 
hábitos de atividade física e o risco de 
mortalidade, onde indivíduos que adotaram 
uma atividade física moderadamente vigorosa 
(intensidade > 4,5 MET's) em comparação com 
aqueles que nunca participaram deste tipo de 
atividade, demonstrando um risco de 41% 
menor de morte por DoençaCardíaca 
Coronariana (DCC), e o aumento no despendido 
total de energia superior a 1500 Kcal/semana 
durante as horas de lazer; promoveu uma 
redução de 28% no risco de mortalidade por 
todas as causas (ACSM, 2003.) 
 A melhora na saúde do indivíduo que pratica 
exercício físico regularmente é devido a 
exposição repetida do organismo a uma 
situação que requer uma reação mais forte do 
que a correspondente a sua atividade orgânica 
normal (VASCONCELLOS, 1992.) 
 Tal estresse gerado pela pratica regular de 
exercício físico, produz algumas alterações 
morfofuncionais no organismo também 
conhecidas como efeitos crônicos do exercício, a 
fim de adaptar o individuo a situação ao qual 
está sendo submetido (GHORAYEB, 1999.) 
 Uma das principais adaptações que o 
exercício físico promove, podem ser observadas 
no tecido muscular que sofre um aumento de sua 
secção transversa denominado "hipertrofia". 
Sendo acompanhada de alguns fenômenos como 
aumento nos estoques de glicogênio, aumento 
do número e tamanho das miofibrilas, maior 
quantidade de água dentro das fibras, maior 
capacidade da via oxidativa, que é refletida 
por incrementos na densidade mitocôndrial e na 
atividade máxima de enzimas do processo 
mitocôndrial de respiração celular, aumento da 
vascularização e capilarização (RAMOS, 2000). 
 Estas adaptações reduzem a resistência 
vascular melhorando o fluxo sangüíneo e 
ocasionado um maior transporte de glicose e 
lipídios para o metabolismo dos tecidos, e ainda 
potencializando a ação da insulina devido o 
aumento da proteína quinase AMP-ativada 
(AMPK) fosforila apontada como mediadora da 
estimulação da captação de glicose induzida 
pela contração muscular. Alguns defeitos ou 
desusos (sedentarismo) do sistema de 
Enzo Augusto – 3º período 
sinalização da AMPK poderiam resultar em 
muitas das perturbações do (DMNID). Onde o 
aumento da ultilização desta via de sinalização 
AMPK por exercicios poderia ser efetivo em 
corrigir a resistência à insulina (GAZOLA, 2001). 
 Além de melhorar o transporte e captação 
de insulina os exercícios tanto aeróbicos quanto 
os resistidos, promovem um aumento do 
metabolismo basal conhecido como metabolismo 
de repouso, que é responsável por 60% a 70% 
do gasto energético total, contribuindo para a 
perda de peso, e diminuição do risco de 
desenvolver diabetes, hipertensão, e outras 
doenças (CIOLAC, 2004). 
 A fim de acompanhar e suprir as 
necessidades de adaptação do tecido muscular, 
o sistema cardiovascular evolui de forma a 
suprir as exigências crescentes (CARNEIRO, 
2002), ocasionando uma hipertrofia das fibras 
cardíacas, tornando o coração maior e mais 
forte, melhorando assim a capacidade contrátil 
do miocárdio (BIBLIOTECA SAÚDE, 1996). 
 Esta ação é seguida de um aumento do 
volume de ejeção, diminuição da freqüência 
cardíaca de repouso (bradicardia), decorrente 
de uma redução do tônus simpático e um 
aumento do tônus parassimpático, resultando em 
uma dilatação arteríola e venodilatação. 
(MAUGHAN, 2000), contribuindo para uma 
queda da pressão arterial sistêmica, 
melhorando a eficácia do sistema circulatório, e 
gerando um aumento do Vo2MÁX.(BIBLIOTECA 
SAÚDE). O Vo2MÁX é o melhor preditor para o 
condicionamento físico. (CARPENTER, 2002). 
 FOX & MATHEWS apud HERNANDES JR 
(2002), relatam que o treinamento anaeróbio 
não altera significativamente o Vo2MÁX, 
enquanto o aeróbio produz grande aumento do 
Vo2MÁX. 
 Sendo os exercícios aeróbios superiores no 
que diz respeito as adaptações hemodinâmica 
como maior aumento das câmaras cardíacas 
eficácia do sistema de transporte de oxigênio 
(SANTARÉM 1998). 
 Basicamente os exercícios resistidos produzem 
maior hipertrofia das paredes do coração e 
menor aumento de câmaras cardíacas, 
comparativamente aos exercícios aeróbios. 
Sendo esta maior hipertrofia do miocárdio 
fisiológica produzida pelos exercícios com 
pesos, não se acompanhando das complicações 
da hipertrofia patológica produzida pela 
hipertensão arterial crônica. As câmaras 
cardíacas podem aumentar ou não durante o 
treinamento resistido, mas nunca diminuem, como 
pode ocorrer na doença hipertensiva 
(SANTARÉM, 1998). 
 Esta resposta fisiológica do treinamento 
resistido em promover aumento nas paredes do 
miocárdio favorecendo a execução das 
atividades anaeróbias, sendo que estas estão 
presentes em grande parte das atividades 
vinculadas ao cotidiano (ACSM, 2003). 
 Segundo Silva, a adoção de um estilo de 
vida não sedentário, calçado na pratica regular 
de atividade física, encerra a possibilidade de 
desenvolvimento da maior parte das doenças 
crônicas degenerativas, além de servir como 
elemento promotor de mudanças com relação a 
fatores de risco para inúmeras outras doenças. 
Sugere-se inclusive, que a prática regular de 
atividade física pode ser, na tentativa de 
controle das doenças crônicas degenerativas, o 
equivalente ao que a imunização representa na 
tentativa de controle das doenças infecto-
contagiosas (SILVA, 1999). 
 Com isso, a pratica de exercícios tanto 
aeróbios como resistidos são fundamentais para 
indivíduos saudáveis como para diabéticos e 
hipertensos, melhorando a saúde e a qualidade 
de vida destes mantendo as respectivas doenças 
controladas. 
 
Considerações finais 
 Os diversos trabalhos presentes na literatura 
são congruentes em mostrar que um programa 
regular de exercício físico de intensidade leve a 
moderada deve ser usada como terapia 
coadjuvante no tratamento e manutenção da 
saúde de indivíduos diabéticos e hipertensos, 
juntamente com dieta adequada e terapia 
medicamentosa se necessário. 
 A melhora na saúde de indivíduos diabéticos 
e hipertensos que praticam exercício físico se 
devem a exposição regular do organismo a um 
trabalho acima dos níveis de repouso capaz de 
promover adaptações hemodinâmicas e 
autonômicas, seguida de uma diminuição do 
debito cardíaco e da resistência vascular 
periférica que geram efeitos hipotensores pós-
exercício, contribuindo para um maior transporte 
e captação de oxigênio, aumentando a 
utilização de ácidos graxos como substratos 
energéticos pelo metabolismo basal, 
contribuindo para uma melhor eficácia do 
hormônio insulina, diminuindo os níveis de glicose 
plasmática, ajudando na perda de peso, 
melhorando a auto-estima, proporcionando uma 
melhora na saúde e qualidade de vida.

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