PRÁTICAS DE ENSINO PARA A DEFICIÊNCIA INTELECTUAL: EDUCAÇÃO FÍSICA, ARTE E LUDICIDADE Autora: Tatiana dos Santos da Silveira Programa de Pós-Graduação EAD UNIASSELVI-PÓS 376 S587p Silveira, Tatiana dos Santos da Práticas de Ensino para Deficiência Intelectual: Educação Física, Arte e Ludicidade / Tatiana dos Santos da Silveira. Indaial : Uniasselvi, 2013. 106 p. : il ISBN 978-85-7830-687-8 1. Educação inclusiva. I. Centro Universitário Leonardo da Vinci. Reitor: Prof. Ozinil Martins de Souza Diretor UNIASSELVI-PÓS: Prof. Carlos Fabiano Fistarol Coordenador da Pós-Graduação EAD: Prof. Norberto Siegel Equipe Multidisciplinar da Pós-Graduação EAD: Profa. Erika de Paula Alves Profa. Izilene Conceição Amaro Ewald Prof. Márcio Moisés Selhorst Revisão de Conteúdo: Profa. Eliane Caetano Venturella Revisão Gramatical: Profa. Camila Thaisa Alves Bona Diagramação e Capa: Centro Universitário Leonardo da Vinci CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC Fone Fax: (047) 3281-9000/3281-9090 Copyright © UNIASSELVI 2013 Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri UNIASSELVI – Indaial. Impresso por: Tatiana dos Santos da Silveira Doutoranda em Educação pela Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI), Mestre em educação pela Universidade Regional de Blumenau (FURB), possui especialização em Arte pela Universidade Regional de Blumenau, especialização em Educação a Distância: gestão e tutoria pela UNIASSELVI, graduação em Pedagogia pela Universidade do Estado de Santa Catarina e graduação em Educação Artística pela Universidade Regional de Blumenau. Tem experiência na área de Educação, com ênfase em Arte Educação, atuando principalmente nos seguintes temas: educação, arte-educação, inclusão, Educação a Distância. Coordenadora do curso de licenciatura em Artes Visuais - UNIASSELVI e responsável pelo Projeto de Educação Inclusiva na EAD - NUAP - UNIASSELVI. Sumário APRESENTAÇÃO ..................................................................... 7 CAPÍTULO 1 Deficiência Intelectual: Relembrando Aspectos Históricos, Políticos e Culturais ........................................ 9 CAPÍTULO 2 Educação Física Inclusiva: da Teoria à Prática ............... 33 CAPÍTULO 3 Arte e Ludicidade: Caminhos para a Inclusão do Aluno com Deficiência Intelectual .................................... 57 CAPÍTULO 4 Interdisciplinaridade: Quando a Educação Física, a Arte e o Lúdico se Encontram - Práticas Inclusivas para o Desenvolvimento Físico, Intelectual e Cultural dos Alunos com Deficiência Intelectual ........................... 81 7 APRESENTAÇÃO Caro(a) pós-graduando(a): Olá pós-graduando! Bem vindo à disciplina de Práticas de Ensino para Deficiência Intelectual: Educação Física, Arte e Ludicidade. Esta disciplina objetiva compreender a relação entre a legislação, a teoria e a prática cotidiana da inclusão do aluno com deficiência intelectual, principalmente nas questões relacionadas à Educação Física, à Arte e à Ludicidade. Espero que nossa discussão provoque reflexões acerca das práticas desenvolvidas em sala e aula, a fim de qualificar cada vez mais a inclusão escolar! Nosso maior desafio frente ao processo de inclusão de deficiência intelectual está justamente na relação entre a teoria e prática, pois muito se tem discutido e avançado nas produções referentes à inclusão, porém ainda precisamos compreender como este projeto desafiador realmente se concretiza. Educação Física e Arte são áreas que trabalham diretamente com o desenvolvimento físico, criativo e cultural dos sujeitos, o que nos permite dialogar com a ludicidade de forma muito tranquila e criativa, pensando e organizando práticas que venham a contribuir com o desenvolvimento de “todos” os alunos. Convido você, pós-graduando, a refletir a partir de agora sobre estas práticas e compartilhar conhecimentos através desta disciplina. Vamos lá? A autora. CAPÍTULO 1 Deficiência Intelectual: Relembrando Aspectos Históricos, Políticos e Culturais A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes objetivos de aprendizagem: 3 Compreender a trajetória da inclusão escolar de alunos com deficiência intelectual no Brasil. 3 Relembrar aspectos significativos da legislação brasileira para a inclusão escolar. 3 Contextualizar a inclusão escolar de alunos com deficiência intelectual a partir de exemplos e experiências positivas. A inclusão é uma visão, uma estrada a ser viajada, mas uma estrada sem fim, com todos os tipos de barreiras e obstáculos, alguns dos quais estão em nossas mentes e em nossos corações. (PETER MITTLER, 2003, p. 21). 10 Práticas de Ensino para a Deficiência Intelectual: Educação Física, Arte e Ludicidade 11 Deficiência Intelectual: Relembrando Aspectos Históricos, Políticos e Culturais Capítulo 1 Contextualização Este capítulo abordará de forma sucinta alguns aspectos relacionados à inclusão de pessoas com necessidades especiais no Brasil e, em seguida, abordaremos a legislação para a inclusão da pessoa com deficiência intelectual. No decorrer do seu curso, certamente vários professores foram apontando características gerais e específicas acerca da inclusão social e escolar de alunos com deficiência intelectual. Neste capítulo pretendemos relembrar esta trajetória, contextualizando com a prática cotidiana. Para sustentar nossas reflexões utilizaremos como arcabouço teórico autores como Mittler (2003) e Vigotsky (1997), além de documentos internacionais que tratam das questões legais da inclusão, como também os documentos do Ministério da Educação (MEC). Legislação Brasileira para Inclusão Escolar Inclusão é sair das escolas dos diferentes e promover a escola das diferenças. (MANTOAN, 2011) Se adentrarmos na história da inclusão e exclusão, perceberemos com facilidade que se trata de um fator social presente desde os tempos mais remotos. Segundo a história da humanidade, registros indicam que nas civilizações mais antigas, por exemplo, o acolhimento ou o não acolhimento da diversidade sempre foi um assunto ditado pelas normas e leis de cada civilização. Para Gugel (2007), as obras de Arte indicam pessoas com deficiência em várias épocas, como com deficiência física, como o guardião de Roma e um músico anão da V Dinastia. Podemos sintetizar a história da inclusão em diferentes épocas da seguinte forma: Egito: o povo egípcio incluía as pessoas com deficiência em sociedade, algo quase comum em uma civilização com uniões consanguíneas. A história desta civilização também é marcada pela comum existência de pessoas cegas, papiros médicos mostram procedimentos para curar os olhos; As obras de Arte indicam pessoas com deficiência em várias épocas, como com deficiência física, como o guardião de Roma e um músico anão da V Dinastia. 12 Práticas de Ensino para a Deficiência Intelectual: Educação Física, Arte e Ludicidade Grécia: o povo grego sempre cultuou o corpo e a perfeição, assim excluíam e eliminavam as crianças que nasciam com alguma deficiência. A perfeição era condição para participação da vida social em Esparta. Roma: ainda com o culto à força física dos guerreiros, o povo romano jogava as crianças com deficiência no Rio Tibre, pois as anormalidades caracterizavam um perigo para a continuidade da espécie. Idade Média: pessoas com deficiência eram associadas à imagem do diabo, da feitiçaria, da bruxaria e do pecado, sendo novamente isolados e exterminados. Neste momento, as pessoas com deficiência tinham um comportamento consequente de forças sobrenaturais. Na antiguidade clássica as pessoas com deficiência foram consideradas possessas de demônios