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PRÁTICAS DE ENSINO PARA A DEFICIÊNCIA INTELECTUAL_ EDUCAÇÃO FÍSICA, ARTE E LUDICIDADE

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PRÁTICAS DE ENSINO PARA A 
DEFICIÊNCIA INTELECTUAL: 
EDUCAÇÃO FÍSICA, ARTE E LUDICIDADE
Autora: Tatiana dos Santos da Silveira
Programa de Pós-Graduação EAD
UNIASSELVI-PÓS
376
S587p Silveira, Tatiana dos Santos da
	 	 				Práticas	de	Ensino	para	Deficiência	Intelectual:	
 Educação Física, Arte e Ludicidade / Tatiana dos 
 Santos da Silveira. 
 Indaial : Uniasselvi, 2013.
 106 p. : il 
 
 ISBN 978-85-7830-687-8
 1. Educação inclusiva.
 I. Centro Universitário Leonardo da Vinci.
 Reitor: Prof. Ozinil Martins de Souza
 Diretor UNIASSELVI-PÓS: Prof. Carlos Fabiano Fistarol
 Coordenador da Pós-Graduação EAD: Prof. Norberto Siegel
 Equipe Multidisciplinar da 
 Pós-Graduação EAD: Profa. Erika de Paula Alves
 Profa. Izilene Conceição Amaro Ewald
 Prof. Márcio Moisés Selhorst
 
 Revisão de Conteúdo: Profa. Eliane Caetano Venturella 
 Revisão Gramatical: Profa. Camila Thaisa Alves Bona 
 
 Diagramação e Capa: Centro Universitário Leonardo da Vinci
CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito
Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC
Fone Fax: (047) 3281-9000/3281-9090
Copyright © UNIASSELVI 2013
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri
 UNIASSELVI – Indaial.
Impresso por:
Tatiana dos Santos da Silveira
Doutoranda em Educação pela 
Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI), 
Mestre em educação pela Universidade Regional 
de Blumenau (FURB), possui especialização em 
Arte pela Universidade Regional de Blumenau, 
especialização em Educação a Distância: gestão e 
tutoria pela UNIASSELVI, graduação em Pedagogia pela 
Universidade do Estado de Santa Catarina e graduação 
em Educação Artística pela Universidade Regional de 
Blumenau.	Tem	experiência	na	área	de	Educação,	com	
ênfase	em	Arte	Educação,	atuando	principalmente	nos	
seguintes temas: educação, arte-educação, inclusão, 
Educação a Distância. Coordenadora do curso de 
licenciatura em Artes Visuais - UNIASSELVI e 
responsável pelo Projeto de Educação Inclusiva 
na EAD - NUAP - UNIASSELVI.
Sumário
APRESENTAÇÃO ..................................................................... 7
CAPÍTULO 1
Deficiência	Intelectual:	Relembrando	Aspectos	
Históricos,	Políticos	e	Culturais ........................................ 9
CAPÍTULO 2
Educação	Física	Inclusiva:	da	Teoria	à	Prática	 ............... 33
CAPÍTULO 3
Arte	e	Ludicidade:	Caminhos	para	a	Inclusão	do	
Aluno	com	Deficiência	Intelectual .................................... 57
CAPÍTULO 4
Interdisciplinaridade:	Quando	a	Educação	Física,	
a	Arte	e	o	Lúdico	se	Encontram	-	Práticas	Inclusivas	
para	o	Desenvolvimento	Físico,	Intelectual	e	Cultural	
dos	Alunos	com	Deficiência	Intelectual ........................... 81
7
APRESENTAÇÃO
Caro(a) pós-graduando(a):
Olá pós-graduando! Bem vindo à disciplina de Práticas de Ensino para 
Deficiência	Intelectual:	Educação	Física,	Arte	e	Ludicidade.
Esta disciplina objetiva compreender a relação entre a legislação, a teoria e a 
prática	cotidiana	da	inclusão	do	aluno	com	deficiência	intelectual,	principalmente	
nas questões relacionadas à Educação Física, à Arte e à Ludicidade.
Espero	 que	 nossa	 discussão	 provoque	 reflexões	 acerca	 das	 práticas	
desenvolvidas	em	sala	e	aula,	a	fim	de	qualificar	cada	vez	mais	a	inclusão	escolar!
Nosso	maior	desafio	frente	ao	processo	de	inclusão	de	deficiência	intelectual	
está justamente na relação entre a teoria e prática, pois muito se tem discutido 
e	 avançado	 nas	 produções	 referentes	 à	 inclusão,	 porém	 ainda	 precisamos	
compreender	como	este	projeto	desafiador	realmente	se	concretiza.
Educação Física e Arte são áreas que trabalham diretamente com o 
desenvolvimento	físico,	criativo	e	cultural	dos	sujeitos,	o	que	nos	permite	dialogar	
com	 a	 ludicidade	 de	 forma	muito	 tranquila	 e	 criativa,	 pensando	 e	 organizando	
práticas que venham a contribuir com o desenvolvimento de “todos” os alunos.
Convido	você,	pós-graduando,	a	refletir	a	partir	de	agora	sobre	estas	práticas	
e	compartilhar	conhecimentos	através	desta	disciplina.
Vamos lá?
A autora.
CAPÍTULO 1
Deficiência	Intelectual:	
Relembrando	Aspectos	Históricos,	
Políticos	e	Culturais
A	partir	da	perspectiva	do	saber	fazer,	neste	capítulo	você	terá	os	seguintes	
objetivos de aprendizagem:
 3 Compreender	a	trajetória	da	inclusão	escolar	de	alunos	com	deficiência	
intelectual no Brasil. 
 3 Relembrar	aspectos	significativos	da	legislação	brasileira	para	a	inclusão	
escolar. 
 3 Contextualizar	a	inclusão	escolar	de	alunos	com	deficiência	
intelectual	a	partir	de	exemplos	e	experiências	positivas.
A	inclusão	é	uma	visão,	uma	estrada	a	ser	viajada,	mas	uma	
estrada	sem	fim,	com	todos	os	tipos	de	barreiras	e	obstáculos,	
alguns dos quais estão em nossas mentes e em nossos 
corações.
(PETER MITTLER, 2003, p. 21).
10
 	Práticas	de	Ensino	para	a	Deficiência	Intelectual:	Educação	Física,	Arte	e	Ludicidade
11
Deficiência Intelectual: Relembrando 
Aspectos Históricos, Políticos e Culturais
 Capítulo 1 
Contextualização
Este	capítulo	abordará	de	forma	sucinta	alguns	aspectos	relacionados	à	inclusão	
de pessoas com necessidades especiais no Brasil e, em seguida, abordaremos a 
legislação	para	a	inclusão	da	pessoa	com	deficiência	intelectual.	
No	 decorrer	 do	 seu	 curso,	 certamente	 vários	 professores	 foram	apontando	
características	gerais	e	específicas	acerca	da	inclusão	social	e	escolar	de	alunos	
com	deficiência	intelectual.	Neste	capítulo	pretendemos	relembrar	esta	trajetória,	
contextualizando com a prática cotidiana. 
Para	sustentar	nossas	reflexões	utilizaremos	como	arcabouço	teórico	autores	
como Mittler (2003) e Vigotsky	 (1997),	 além	 de	 documentos	 internacionais	
que	 tratam	 das	 questões	 legais	 da	 inclusão,	 como	 também	os	 documentos	 do	
Ministério	da	Educação	(MEC).
Legislação	Brasileira	para	Inclusão	
Escolar
Inclusão	é	sair	das	escolas	dos	diferentes	e	
promover	a	escola	das	diferenças.
(MANTOAN, 2011)
Se adentrarmos na história da inclusão e exclusão, perceberemos com 
facilidade	que	se	trata	de	um	fator	social	presente	desde	os	tempos	mais	remotos.	
Segundo a história da humanidade, registros indicam que nas civilizações mais 
antigas,	por	exemplo,	o	acolhimento	ou	o	não	acolhimento	da	diversidade	sempre	foi	
um assunto ditado pelas normas e leis de cada civilização.
Para Gugel (2007), as obras de Arte indicam pessoas com 
deficiência	 em	 várias	 épocas,	 como	 com	 deficiência	 física,	 como	 o	
guardião de Roma e um músico anão da V Dinastia.
Podemos	sintetizar	a	história	da	 inclusão	em	diferentes	épocas	
da	seguinte	forma:
Egito:	 o	 povo	 egípcio	 incluía	 as	 pessoas	 com	 deficiência	 em	
sociedade, algo quase comum em uma civilização com uniões 
consanguíneas.	A	 história	 desta	 civilização	 também	é	marcada	 pela	
comum	 existência	 de	 pessoas	 cegas,	 papiros	 médicos	 mostram	
procedimentos para curar os olhos;
As obras de Arte 
indicam pessoas 
com deficiência em 
várias épocas, como 
com deficiência 
física, como o 
guardião de Roma e 
um músico anão da 
V Dinastia.
12
 	Práticas	de	Ensino	para	a	Deficiência	Intelectual:	Educação	Física,	Arte	e	Ludicidade
Grécia:	o	povo	grego	sempre	cultuou	o	corpo	e	a	perfeição,	assim	excluíam	
e	eliminavam	as	crianças	que	nasciam	com	alguma	deficiência.	A	perfeição	era	
condição para participação da vida social em Esparta.
Roma:	ainda	com	o	culto	à	força	física	dos	guerreiros,	o	povo	romano	jogava	
as	crianças	com	deficiência	no	Rio	Tibre,	pois	as	anormalidades	caracterizavam	
um	perigo	para	a	continuidade	da	espécie.	
Idade	Média:	pessoas	com	deficiência	eram	associadas à imagem do diabo, 
da	feitiçaria,	da	bruxaria	e	do	pecado,	sendo	novamente	isolados	e	exterminados.	
Neste	 momento,	 as	 pessoas	 com	 deficiência	 tinham	 um	 comportamento	
consequente	de	forças	sobrenaturais.	
Na	 antiguidade	 clássica	 as	 pessoas	 com	 deficiência	 foram	
consideradas possessas de demôniose de maus espíritos. 
[...]. Os modelos econômicos, sociais e culturais impuseram 
às	 pessoas	 com	 deficiência	 uma	 inadaptação	 geradora	 de	
ignorância,	preconceitos	e	tabus	que,	ao	longo	dos	séculos	e	
séculos,	alimentaram	os	mitos	populares	da	periculosidade	das	
pessoas	com	deficiência	mental	e	do	seu	caráter	demoníaco,	
determinando atitudes de rejeição, medo e vergonha (VIEIRA 
e PEREIRA 2003, p.17).
Após este período, a igreja passa a acolher e proteger as pessoas com 
deficiências,	 no	 entanto,	 ao	 “acolher”	 essas	 pessoas,	 a	 igreja	 os	 tornava	 uma	
espécie	 de	 servo	 trabalhador	 da	 instituição,	 que	 tentava	 manter	 uma	 posição	
caritativa	e	filantrópica.	Exemplo	disto	é	a	 tão	 famosa	história	do	 “Corcunda	de	
Notre Dame”.
Figura 01 - Corcunda de Notre Dame
Fonte:	Disponível	em:	<http://maniacosporfilme.wordpress.com/2011/10/22/o-corcunda-
de-notre-dame-1939-um-classico-de-partir-o-coracao/>. Acesso em: 1° set. 2012.
13
Deficiência Intelectual: Relembrando 
Aspectos Históricos, Políticos e Culturais
 Capítulo 1 
Foi a partir da segunda guerra mundial que se percebeu uma 
necessidade de reorganizar a sociedade, reabilitando os homens 
sobreviventes da guerra. Surge então, em 1948, a Declaração 
Universal dos Direitos Humanos. Esta declaração surge em 
convergência	com	a	Declaração	de	Direitos	Inglesa,	a	Declaração	dos	
Direitos do Homem e do Cidadão na França, a criação da Organização 
das Nações Unidas (ONU) em 1945. Esta declaração serviu de base 
para	todas	as	declarações	e	legislações	posteriores	que	defendem	o	
direito	de	todas	as	pessoas	de	viverem	em	sociedade	de	forma	justa	e	
igualitária, promovendo a inclusão de todos.
Organizamos uma relação dos documentos internacionais 
norteadores das Políticas de Inclusão de pessoas com necessidades especiais. 
Esta	é	uma	síntese	dos	documentos	disponíveis	no	site do MEC (BRASIL, 2013): 
• Declaração Universal dos Direitos Humanos
Aprovada em 1948 na Assembleia Geral da Organização das Nações 
Unidas	(ONU).		Esta	declaração	é	a	base	da	luta	universal	contra	a	opressão	e	
a	 discriminação,	 defende	 a	 igualdade	 e	 a	 dignidade	 das	 pessoas	 e	 reconhece	
que	 os	 direitos	 humanos	 e	 as	 liberdades	 fundamentais	 devem	 ser	 aplicados	 a	
cada	 cidadão	 do	 planeta.	 Assegura	 às	 pessoas	 com	 deficiência	 os	 mesmos	
direitos de todos os cidadãos, tais como: direito à liberdade, a uma vida digna, à 
educação	fundamental,	ao	desenvolvimento	pessoal	e	social	e	à	livre	participação	
na comunidade.
• Declaração dos Direitos das Pessoas Deficientes 
Resolução aprovada pela Assembleia Geral da Organização das Nações 
Unidas	em	09/12/75.	O	documento,	além	de	relembrar	os	direitos	humanos,	apela	
à ação nacional e internacional para assegurar que ela seja utilizada como base 
comum	de	referência	para	a	proteção	destes	direitos	para	a	pessoa	com	deficiência.
• Declaração de Jomtien
Em	 1990,	 aconteceu	 em	 Jomtien,	 na	 Tailândia,	 a	 Conferência	 Mundial	
sobre Educação para todos, da qual o Brasil participou. Assim, ao assinar 
esta Declaração, o Brasil assume o compromisso perante a comunidade 
internacional	de	erradicar	o	analfabetismo	e	universalizar	o	ensino	fundamental	
no país.
Foi a partir da 
segunda guerra 
mundial que se 
percebeu uma 
necessidade 
de reorganizar 
a sociedade, 
reabilitando 
os homens 
sobreviventes da 
guerra.
14
 	Práticas	de	Ensino	para	a	Deficiência	Intelectual:	Educação	Física,	Arte	e	Ludicidade
• Declaração de Salamanca
Em	 1994,	 a	 UNESCO	 organizou	 a	 Conferência	 Mundial	 sobre	
Necessidades Educativas Especiais: acesso e qualidade, em 
Salamanca (Espanha), objetivando a atenção educacional aos 
alunos com necessidades educacionais especiais. O resultado desta 
conferência	é	um	dos	principais	documentos	norteadores	da	 inclusão	
mundial, a Declaração de Salamanca, que instituiu a inclusão social e 
escolar de pessoas com necessidades especiais. 
• Convenção de Guatemala
Trata-se	 de	 uma	 convenção	 que	 foi	 realizada	 na	 Guatemala,	 em	 1999,	 e	
teve a participação de vários países sul-americanos, inclusive o Brasil. Nesta 
convenção,	 o	 foco	 foi	 a	 eliminação	 da	 discriminação	 contra	 as	 pessoas	 com	
deficiência.	Esse	documento	dispõe	que	as	pessoas	com	deficiência	não	podem	
receber	 tratamentos	 diferenciados	 que	 impliquem	 exclusão	 ou	 restrição	 ao	
exercício	dos	mesmos	direitos	que	as	demais	pessoas	têm.
• Declaração Internacional de Montreal sobre Inclusão
Congresso	 Internacional,	 realizado	 em	Montreal,	 Quebec,	 em	 junho	 2001,	
o Congresso Internacional “Sociedade Inclusiva”, convocado pelo Conselho 
Canadense de Reabilitação e Trabalho, apela aos governos, empregadores e 
trabalhadores, bem como à sociedade civil, para que se comprometam com e 
desenvolvam o desenho inclusivo em todos os ambientes, produtos e serviços.
Esses são os principais documentos internacionais norteadores da inclusão e 
base da legislação brasileira. 
Atividade de Estudos: 
1) Vamos relembrar a legislação brasileira para a inclusão de 
pessoas com necessidades especiais?
	 Tente	organizar	em	tópicos	os	documentos	nacionais	que	você	já	
conhece. 
 __________________________________________________
 __________________________________________________
 __________________________________________________
 __________________________________________________
Em 1994, a 
UNESCO organizou 
a Conferência 
Mundial sobre 
Necessidades 
Educativas 
Especiais: acesso 
e qualidade, 
em Salamanca 
(Espanha)
15
Deficiência Intelectual: Relembrando 
Aspectos Históricos, Políticos e Culturais
 Capítulo 1 
 __________________________________________________
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Se	verificarmos	no	site do MEC os documentos norteadores para a inclusão 
escolar,	 facilmente	 perceberemos	 a	 quantidade	 e	 a	 diversidade	 de	 materiais	
acerca desta temática disponíveis para consulta, pesquisa e conhecimento. 
Assim, consideramos de suma importância que cada pós-graduando acesse e 
verifique	este	portal.
Se	você	já	conhece	o	portal	do	MEC	e	já	pesquisou	sobre	a	legislação	e	os	
materiais direcionados à inclusão, sugerimos que acesse constantemente, pois a 
cada	dia	o	número	de	materiais	é	ampliado	e	atualizado.
 Acesse http://portal.mec.gov.br/index.php
 Link:	 Secretaria	 de	 Educação	 Continuada,	 Alfabetização,	
Diversidade e Inclusão.
A partir da sua construção na atividade de estudo e da sua pesquisa, vamos 
analisar o que as políticas públicas brasileiras já desenvolveram em relação ao 
processo de inclusão escolar de pessoas com necessidades especiais. No entanto, 
como	 verificamos,	 há	 um	 número	 amplo	 de	 documentos	 desenvolvidos,	 muitos	
deles	com	especificidades	bem	pontuais,	assim,	vamos	destacar	os	principais:
16
 	Práticas	de	Ensino	para	a	Deficiência	Intelectual:	Educação	Física,	Arte	e	Ludicidade
ECA – Estatuto da Criança e Adolescente – Este estatuto, na 
Lei	n°	8069,	de	1990,	no	que	se	refere	à	educação,	estabelece	que	
“toda criança e adolescente tem o direito à educação, visando ao 
pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da 
cidadania	e	qualificação	para	o	trabalho	“	(Art.	53).	Assegura	direito	à	
educação, condições de acesso e respeito.
LDB 9394/96 Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 
– A LDB 9394 reserva um capítulo exclusivo para a educação especial 
(Cap.	V).	Este	capítulo	reafirma	o	direito	a	educação,	pública	e	gratuita,	
das	pessoas	com	deficiência,	condutas	típicas	e	altas	habilidades,	bem	
como	direciona	a	oferta	e	o	atendimento	especializado	para	a	demanda	
da educação especial.
PolíticaNacional da Educação Especial na Perspectiva 
da Educação Inclusiva - documento elaborado por um grupo 
de	 trabalho	 nomeado	 pelo	 próprio	 Ministério	 da	 Educação,	 que	
“acompanha os avanços do conhecimento e das lutas sociais, 
visando constituir políticas públicas promotoras de uma educação 
de qualidade para todos os alunos”. É um documento que objetiva 
“assegurar	 a	 inclusão	 escolar	 de	 alunos	 com	 deficiência,	 transtornos	
globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação”.
O mais recente documento, após a Política Nacional da Educação 
Especial	 na	 Perspectiva	 da	 Educação	 Inclusiva,	 é	 o	 DECRETO 
Nº 7.611, DE 17 DE NOVEMBRO DE 2011– que dispõe sobre o 
atendimento educacional especializado (AEE), atentando para os 
materiais adaptados bem como para o atendimento especializado em 
salas	multifuncionais	(fonte:	www.mec.gov.br).
Neste	 momento	 de	 nossos	 estudos,	 cabe	 lembrar	 que,	 além	
desses	documentos	citados,	existe	uma	série	de	decretos	e	portarias	
que	tratam	das	especificidades	da	educação	inclusiva	no	Brasil.	Esses	
documentos,	 como	 os	 que	 orientam	 sobre	 o	 intérprete	 de	 libras,	 por	
exemplo,	também	estão	disponíveis	no	site do MEC.
Após relembrarmos a legislação internacional e nacional, 
convidamos	você	a	pensar	especificamente	sobre	a	inclusão	da	pessoa	
com	deficiência	intelectual,	contextualizando	este	processo.
O mais recente 
documento, após a 
Política Nacional da 
Educação Especial 
na Perspectiva 
da Educação 
Inclusiva, é o 
que dispõe sobre 
o atendimento 
educacional 
especializado 
(AEE), atentando 
para os materiais 
adaptados bem 
como para o 
atendimento 
especializado 
em salas 
multifuncionais.
17
Deficiência Intelectual: Relembrando 
Aspectos Históricos, Políticos e Culturais
 Capítulo 1 
Inclusão	Escolar	no	Brasil:	
Crianças	com	Deficiência	Intelectual
Muito	já	construímos	e	avançamos	na	inclusão	escolar	no	Brasil,	porém	ainda	
temos	muito	que	aprender	até	conseguirmos	garantir	condições	de	aprendizagem	
necessária	e	eficaz	para	todos	os	alunos.
São notáveis as tentativas governamentais e pessoais que buscam acertos 
na perspectiva da educação inclusiva, no entanto não podemos nos esquecer de 
que a inclusão envolve a quebra de paradigmas construídos e enraizados há muito 
tempo. Não basta que a legislação aponte os direitos e as adaptações necessárias 
para	a	inclusão	de	crianças	com	necessidades	especiais	no	ambiente	escolar,	é	
necessário	transformar	este	ambiente	com	base	na	educação	para	a	diversidade,	
são	necessários	programas	de	formação	continuada	para	professores	e	gestores,	
a	fim	de	tornar	a	escola	um	espaço	inclusivo.
Para Mittler (2003), a inclusão parte da aceitação da diversidade humana, 
valoriza as pessoas como únicas e a educação como um processo de cooperação, 
sendo	que	o	 trabalho	do	professor	deverá	ser	pensado	de	 forma	que	 todas	as	
crianças	possam	participar,	indiferente	de	suas	limitações.
São	 várias	 as	 ações	 significativas	 que	 educadores	 vêm	 desenvolvendo	
para	a	 inclusão	de	crianças	com	deficiência	na	escola,	a	cada	dia	percebemos	
novas ideias, assim como encontramos novas pesquisas acerca desta temática. A 
inclusão	da	criança	com	deficiência	intelectual	passou	por	esta	trajetória	histórica.	
Inicialmente, como já vimos anteriormente, a criança com necessidades 
especiais	na	idade	média	era	relacionada	a	poderes	sobrenaturais	e	demoníacos,	
até	que,	na	idade	moderna,	a	medicina	resolve	pesquisar	a	deficiência	intelectual.	
Vale	 lembrar	 que	 a	 própria	 nomenclatura	 sofreu	 alterações:	 hoje	 deficiência	
intelectual,	 porém	 essas	 crianças	 já	 foram	 chamadas	 de	 imbecis,	 retardados,	
mongoloides,	 excepcionais	 e	 deficientes	 mentais,	 esta	 última	 nomenclatura	
dividida	em	níveis	deficiência	mental	 leve,	moderada,	 severa	e	profunda,	ainda	
utilizada para diagnóstico.
Podemos	desenhar	a	trajetória	do	atendimento	à	pessoa	com	deficiência	
intelectual	da	seguinte	forma:
18
 	Práticas	de	Ensino	para	a	Deficiência	Intelectual:	Educação	Física,	Arte	e	Ludicidade
Figura	02	-	Trajetória	do	atendimento	à	pessoa	com	deficiência	intelectual
Fonte: A autora.
Como	 já	 falamos,	 a	 nomenclatura	 também	 sofreu	 alterações.	
Nos	dias	atuais,	a	nomenclatura	utilizada	é	Deficiência	intelectual,	por	
estar de acordo com o que acreditamos acerca do desenvolvimento 
da criança nas suas relações sociais e os estímulos recebidos, o 
que	 impede	 a	 classificação	 ou	 o	 enquadramento	 da	 pessoa	 com	
Deficiência	 Intelectual	em	uma	categoria	baseada	em	generalizações	
de	comportamentos	esperados	para	a	 faixa	etária.	O	documento	que	
altera	 esta	 concepção	 é	 a	Declaração	 de	Montreal	 sobre	Deficiência	
Intelectual,	aprovada	em	6/10/04,	quando	o	termo	“deficiência	mental”	
passou	a	ser	“deficiência	intelectual”,	abolindo	a	classificação	por	leve,	
moderada,	severa	e	profunda.
Vamos conhecer esta declaração?
Para	 discutirmos	 a	 inclusão	 das	 pessoas	 com	 deficiência	
intelectual,	é	necessário	conhecer	este	documento:
DECLARAÇÃO DE MONTREAL 
SOBRE A DEFICIÊNCIA INTELECTUAL
Tradução de Dr. Jorge Márcio Pereira de Andrade. 
Novembro de 2004.
O documento 
que altera esta 
concepção é a 
Declaração de 
Montreal sobre 
Deficiência 
Intelectual, 
aprovada em 
6/10/04, quando o 
termo “deficiência 
mental” passou 
a ser “deficiência 
intelectual”, 
abolindo a 
classificação por 
leve, moderada, 
severa e profunda.
19
Deficiência Intelectual: Relembrando 
Aspectos Históricos, Políticos e Culturais
 Capítulo 1 
Afirmando	que	as	pessoas	com	deficiências	intelectuais,	assim	
como	os	demais	seres	humanos,	 têm	direitos	básicos	e	 liberdades	
fundamentais	 que	 estão	 consagradas	 por	 diversas	 convenções,	
declarações e normas internacionais;
Exortando todos os Estados Membros da Organização dos 
Estados	 Americanos	 (OEA)	 que	 tornem	 efetivas	 as	 disposições	
determinadas na Convenção Interamericana para a Eliminação 
de Todas as Formas de Discriminação contra as Pessoas com 
Deficiências;
Aspirando reconhecer as desvantagens e barreiras históricas 
que	 as	 pessoas	 com	 deficiências	 intelectuais	 têm	 enfrentado	 e,	
conscientes da necessidade de diminuir o impacto negativo da pobreza 
nas	condições	de	vida	das	pessoas	com	deficiências	intelectuais;
Conscientes	 de	 que	 as	 pessoas	 com	 deficiências	 intelectuais	
são	 frequentemente	excluídas	das	 tomadas	de	decisão	sobre	seus	
Direitos Humanos, Saúde e Bem Estar, e que as leis e legislações 
que	determinam	 tutores	 e	 representações	 legais	 substitutas	 foram,	
historicamente, utilizadas para negar a estes cidadãos os seus 
direitos de tomar suas próprias decisões;
Preocupados	porque	a	liberdade	das	pessoas	com	deficiências	
intelectuais	para	tomada	de	suas	próprias	decisões	é	frequentemente	
ignorada, negada e sujeita a abusos;
Apoiando	 o	 mandato	 que	 tem	 o	 Comitê	Ad	 Hoc	 das	 Nações	
Unidas	 (ONU)	 em	 relação	 à	 formulação	 de	 uma	 Convenção	
Internacional Compreensiva e Integral para Promover e Proteger os 
Direitos	e	a	Dignidade	das	Pessoas	com	Deficiências;
Reafirmando	 a	 importância	 necessária	 de	 um	 enfoque	 de	
Direitos	Humanos	nas	áreas	de	Saúde,	Bem	Estar	e	Deficiências;
Reconhecendo as necessidades e as aspirações das pessoas 
com	 deficiências	 intelectuais	 de	 serem	 totalmente	 incluídos	 e	
valorizados como cidadãos e cidadãs, tal como estabelecido pela 
Declaração de Manágua (1993);
Valorizando	 a	 significativa	 importância	 da	 cooperação	
internacional	na	função	de	gerar	melhores	condições	para	o	exercício	
e	o	pleno	gozo	dos	direitos	humanos	e	das	liberdades	fundamentais	
das	pessoas	com	deficiências	intelectuais;
20
 	Práticas	de	Ensino	para	a	Deficiência	Intelectual:	Educação	Física,	Arte	e	Ludicidade
Nós,
Pessoas	 com	 deficiências	 intelectuais	 e	 outras	 deficiências,	
familiares,	representantes	de	pessoas	com	deficiências	intelectuais,	
especialistas	do	campo	das	deficiênciasintelectuais,	trabalhadores	da	
saúde	e	outros	especialistas	da	área	das	deficiências,	representantes	
dos Estados, provedores e gerentes de serviços, ativistas de direitos, 
legisladores	 e	 advogados,	 reunidos	 na	 Conferência	 Internacional	
sobre	 Deficiência	 Intelectual,	 da	 OPS/OMS	 (Organização	 Pan-
americana de Saúde e Organização Mundial de Saúde), entre os 
dias 05 e 06 de outubro de 2004, em Montreal, Canadá, JUNTOS 
DECLARAMOS	QUE:
1.	As	Pessoas	com	Deficiência	 Intelectual,	 assim	como	outros	
seres humanos, nascem livres e iguais em dignidade e direitos.
2.	A	deficiência	intelectual,	assim	outras	características	humanas,	
constitui	 parte	 integral	 da	 experiência	 e	 da	 diversidade	 humana.	A	
deficiência	 intelectual	 é	 entendida	 de	 maneira	 diferenciada	 pelas	
diversas	culturas,	o	que	faz	com	que	a	comunidade	internacional	deva	
reconhecer seus valores universais de dignidade, autodeterminação, 
igualdade e justiça para todos.
3.	 Os	 Estados	 têm	 a	 obrigação	 de	 proteger,	 respeitar	 e	
garantir que todos os direitos civis, políticos, econômicos, sociais 
e	culturais	e	as	 liberdades	das	pessoas	com	deficiência	 intelectual	
sejam exercidos de acordo com as leis nacionais, convenções, 
declarações e normas internacionais de Direitos Humanos. Os 
Estados	 têm	a	obrigação	de	proteger	as	pessoas	com	deficiências	
intelectuais	 contra	 experimentações	 científicas	 ou	 médicas,	 sem	
um	consentimento	informado,	ou	qualquer	outra	forma	de	violência,	
abuso, discriminação, segregação, estigmatização, exploração, maus 
tratos ou castigo cruel, desumano ou degradante (como as torturas).
4. Os Direitos Humanos são indivisíveis, universais, 
interdependentes e inter-relacionados. Consequentemente, o direito 
ao nível máximo possível de saúde e bem estar está interconectado 
com	 outros	 direitos	 fundamentais,	 como	 os	 direitos	 civis,	 políticos,	
econômicos,	 sociais	e	 culturais	ou	outras	 liberdades	 fundamentais.	
Para	 as	 pessoas	 com	 deficiências	 intelectuais,	 assim	 como	 para	
as outras pessoas, o exercício do direito à saúde requer a inclusão 
social, uma vida com qualidade, acesso à educação inclusiva, acesso 
a um trabalho remunerado e equiparado, e acesso aos serviços 
integrados da comunidade.
21
Deficiência Intelectual: Relembrando 
Aspectos Históricos, Políticos e Culturais
 Capítulo 1 
5.	 A.	 Todas	 as	 pessoas	 com	 deficiências	 intelectuais	 são	
cidadãos plenos, iguais perante a lei e, como tais, devem exercer 
seus	 direitos	 com	 base	 no	 respeito	 nas	 diferenças	 e	 nas	 suas	
escolhas e decisões individuais. 
B.	 O	 direito	 à	 igualdade	 para	 as	 pessoas	 com	 deficiência	
intelectual não se limita à equiparação de oportunidades, mas 
requerem	também,	se	as	próprias	pessoas	com	deficiência	intelectual	
o	 exigem,	medidas	 apropriadas,	 ações	 afirmativas,	 adaptações	 ou	
apoios. Os Estados devem garantir a presença, a disponibilidade, 
o acesso e utilização de serviços adequados que sejam baseados 
nas	necessidades,	assim	como	no	consentimento	 informado	e	 livre	
destes cidadãos e cidadãs.
 
6.	 A.	 As	 pessoas	 com	 deficiências	 intelectuais	 têm	 os	 mesmos	
direitos que outras pessoas de tomar decisões sobre suas próprias 
vidas.	Mesmo	que	algumas	pessoas	possam	ter	dificuldades	de	fazer	
escolhas,	 formular	 decisões	 e	 comunicar	 suas	 preferências,	 elas	
podem tomar decisões acertadas para melhorar seu desenvolvimento 
pessoal, seus relacionamentos e sua participação nas suas 
comunidades. Em acordo consistente com o dever de adequar o que 
está	 estabelecido	 no	 parágrafo	 5	 B,	 as	 pessoas	 com	 deficiências	
intelectuais devem ser apoiadas para que tomem suas decisões, as 
comuniquem e estas sejam respeitadas. Consequentemente, quando 
os	 indivíduos	 têm	dificuldades	para	 tomar	decisões	 independentes,	
as políticas públicas e as leis devem promover e reconhecer as 
decisões	 tomadas	 pelas	 pessoas	 com	 deficiências	 intelectuais.	Os	
Estados devem providenciar os serviços e os apoios necessários 
para	 facilitar	 que	 as	 pessoas	 com	 deficiências	 intelectuais	 tomem	
decisões	significativas	sobre	as	suas	próprias	vidas.	
B. Sob nenhuma condição ou circunstância as pessoas 
com	 deficiências	 intelectuais	 devem	 ser	 consideradas	 totalmente	
incompetentes para tomar decisões baseadas apenas em sua 
deficiência.	 Somente	 em	 circunstâncias	 mais	 extraordinárias	 o	
direito	legal	das	pessoas	com	deficiência	intelectual	para	tomada	de	
suas	próprias	decisões	poderá	ser	legalmente	interditado.	Qualquer	
interdição deverá ser por um período de tempo limitado, sujeito 
as revisões periódicas e, com respeito apenas a estas decisões, 
pelas quais será determinada uma autoridade independente, para 
determinar a capacidade legal.
C. A autoridade independente, acima mencionada, deve 
22
 	Práticas	de	Ensino	para	a	Deficiência	Intelectual:	Educação	Física,	Arte	e	Ludicidade
encontrar	 evidências	 claras	 e	 consistentes	 de	 que,	 apesar	 dos	
apoios necessários, todas as alternativas restritivas de indicar e 
nomear	 um	 representante	 pessoal	 substituto	 foram,	 previamente,	
esgotadas. Esta autoridade independente deverá respeitar o direito 
a	um	processo	jurídico,	incluindo	o	direito	individual	de	ser	notificado,	
ser	 ouvido,	 apresentar	 provas	 ou	 testemunhos	 a	 seu	 favor,	 ser	
representado	por	um	ou	mais	pessoas	de	sua	confiança	e	escolha,	
para	 sustentar	 qualquer	 evidência	 em	uma	 audiência,	 assim	 como	
apelar	 de	 qualquer	 decisão	 perante	 um	 tribunal	 superior.	Qualquer	
representante	 pessoal	 substituto	 da	 pessoa	 com	 deficiência	 ou	
seu	 tutor	 deverá	 tomar	 em	 conta	 as	 preferências	 da	 pessoa	 com	
deficiência	 intelectual	 e	 fazer	 todo	 o	 possível	 para	 tornar	 efetiva	 a	
decisão	que	essa	pessoa	teria	tomado,	caso	não	o	possa	fazê-lo.
Com	este	propósito,	os	participantes	de	Conferência	OPS/OMS	
de	Montreal	 sobre	 Deficiências	 Intelectuais,	 em	 solidariedade	 com	
os	esforços	realizados	em	nível	nacional,	 internacional,	 individual	e	
conjuntamente,
ACORDAM:
7.	Apoiar	e	defender	os	direitos	das	pessoas	com	deficiências	
intelectuais;	 difundir	 as	 convenções	 internacionais,	 declarações	
e normas internacionais que protegem os Direitos Humanos e as 
liberdades	fundamentais	das	pessoas	com	deficiências	 intelectuais;	
e promover, ou estabelecer, quando não existam, a integração destes 
direitos nas políticas públicas nacionais, legislações e programas 
nacionais pertinentes.
E
8.	Apoiar,	 promover	 e	 implementar	 ações,	 nas	 Américas,	 que	
favoreçam	 a	 Inclusão	 Social,	 com	 a	 participação	 de	 pessoas	 com	
deficiências	 intelectuais,	 por	meio	 de	 um	 enfoque	 intersetorial	 que	
envolva	 as	 próprias	 pessoas	 com	 deficiência,	 suas	 famílias,	 suas	
redes sociais e suas comunidades.
Por	conseguinte,	os	participantes	da	Conferência	OPS/OMS	de	
Montreal	sobre	a	Deficiência	Intelectual,
RECOMENDAM:
9. Aos Estados:
23
Deficiência Intelectual: Relembrando 
Aspectos Históricos, Políticos e Culturais
 Capítulo 1 
A.	 Reconhecer	 que	 as	 pessoas	 com	 deficiências	 intelectuais	
são cidadãos e cidadãs plenos da Sociedade;
B. Cumprir as obrigações estabelecidas por leis nacionais e 
internacionais criadas para reconhecer e proteger os direitos das 
pessoas	com	deficiências	intelectuais.	Assegurar	sua	participação	na	
elaboração e avaliação de políticas públicas, leis e planos que lhe 
digam respeito. Garantir os recursos econômicos e administrativos 
necessários	para	o	cumprimento	efetivo	destas	leis	e	ações;
C. Desenvolver, estabelecer e tomar as medidas legislativas, 
jurídicas, administrativas e educativas necessárias para realizar a 
inclusão	física	e	social	destas	pessoas	com	deficiências	intelectuais;
D.	 Prover	 às	 comunidades	 e	 às	 pessoas	 com	 deficiências	
intelectuais	e	suas	famílias	o	apoio	necessário	para	o	exercício	pleno	
destes	direitos,	promovendo	e	fortalecendo	suasorganizações;
E.	Desenvolver	e	implementar	cursos	de	formação	sobre	Direitos	
Humanos,	com	 treinamento	e	programas	de	 informação	dirigidos	a	
pessoas	com	deficiências	intelectuais.
Aos diversos agentes sociais e civis:
F. Participar de maneira ativa no respeito, na promoção e na 
proteção	dos	Direitos	Humanos	e	das	 liberdades	 fundamentais	das	
pessoas	com	deficiências	intelectuais.
G. Preservar cuidadosamente sua dignidade e integridade 
física,	moral	e	psicológica	por	meio	da	criação	e	da	conservação	de	
condições sociais de liberação e não estigmatização.
Às	Pessoas	com	Deficiência	Intelectual	e	suas	famílias:
H.	Tomar	a	consciência	de	que	eles	têm	os	mesmos	direitos	e	
liberdades	que	os	outros	seres	humanos;	de	que	eles	têm	o	direito	
a	 um	processo	 legal,	 e	 que	 têm	o	direito	 a	 um	 recurso	 jurídico	 ou	
outro	recurso	eficaz,	perante	um	tribunal	ou	serviço	jurídico	público,	
para a proteção contra quaisquer atos que violem seus direitos 
fundamentais	reconhecidos	por	leis	nacionais	e	internacionais;
I. Tornarem-se seguros de que participam do desenvolvimento e 
da avaliação contínua da legislação vigente (e em elaboração), das 
políticas públicas e dos planos nacionais que lhe dizem respeito;
24
 	Práticas	de	Ensino	para	a	Deficiência	Intelectual:	Educação	Física,	Arte	e	Ludicidade
J. Cooperar e colaborar com as organizações internacionais, 
governamentais	 ou	 não-governamentais,	 do	 campo	 das	 deficiências	
com	 a	 finalidade	 de	 consolidação	 e	 fortalecimento	 mútuo,	 a	 nível	
nacional	e	internacional,	para	a	promoção	ativa	e	a	defesa	dos	Direitos	
Humanos	e	das	liberdades	fundamentais	das	pessoas	com	deficiências.
Ás Organizações Internacionais:
K. Incluir a “DEFICIÊNCIA INTELECTUAL” nas suas 
classificações,	programas,	áreas	de	trabalho	e	iniciativas	com	relação	
a	 “pessoas	 com	 deficiências	 intelectuais”	 e	 suas	 famílias	 a	 fim	 de	
garantir o pleno exercício de seus direitos e determinar os protocolos 
e as ações desta área.
L.	 Colaborar	 com	 os	 Estados,	 pessoas	 com	 deficiências	
intelectuais,	 familiares	e	organizações	não	governamentais	 (ONGs)	
que	 os	 representem,	 para	 destinar	 recursos	 e	 assistência	 técnica	
para a promoção das metas da Declaração de Montreal, incluindo 
o apoio necessário para a participação social plena das pessoas 
com	 deficiências	 intelectuais	 e	 modelos	 integrativos	 de	 serviços	
comunitários.
Montreal, 06 de outubro de 2004.
Fonte: ANDRADE, Jorge Márcio Pereira de. Declaração de Montreal 
sobre	a	Deficiência	Intelectual.	03	fev.	2005.	Disponível	em:	<http://saci.
org.br/?modulo=akemi&parametro=14434>. Acesso em: 05 set. 2012
Após a leitura da Declaração de 
Montreal,	 gostaria	 de	 convidar	 você,	 pós-
graduando,	 a	 assistir	 a	 um	 filme	 e	 se	
sensibilizar com uma história que envolve a 
deficiência	intelectual.	Vamos	Lá?
Harry	(Daniel	Auteuil)	é	um	empresário	
estressado, que trabalha no departamento 
comercial	 de	 um	 banco	 belga	 e	 foi	
abandonado	 por	 sua	 esposa	 e	 filhas	 há	
pouco tempo. Deprimido, ele se dedica ao 
trabalho	durante	os	7	dias	 da	 semana.	Até	
que um dia ele decide vagar pelas estradas 
25
Deficiência Intelectual: Relembrando 
Aspectos Históricos, Políticos e Culturais
 Capítulo 1 
da	França,	sem	rumo	definido.	Após	quase	atropelar	Georges	(Pascal	
Duquennes),	que	sofre	de	síndrome	de	Down,	Harry	decide	 levá-lo	
para casa, mas não consegue se desvencilhar dele. 
Atividades de Estudos: 
Após	a	leitura	da	Declaração	de	Montreal,	a	fruição	do	filme	“O	
oitavo dia”, está na hora de uma atividade de estudos.
Tente responder as seguintes perguntas:
1)	 Você	já	teve	contato	com	pessoas	com	deficiência	intelectual?
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2) Conhece alguma prática pedagógica inclusiva para pessoas com 
deficiência	intelectual?
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 	Práticas	de	Ensino	para	a	Deficiência	Intelectual:	Educação	Física,	Arte	e	Ludicidade
Segundo	Silveira	e	Nascimento	(2011),	a	inclusão	de	crianças	com	deficiência	
intelectual	na	escola	pode	ser	qualificada	através	de	algumas	dicas,	são	elas:
• Aceitação	por	parte	do	professor	e	da	turma;
• Iniciar	esta	inclusão	na	educação	infantil;
• O	 aluno	 com	 deficiência	 intelectual	 deverá	 ter	 a	 mesma	 ou	 muito	 pouca	
diferença	de	idade	das	demais;
• Estimular as amizades;
• Orientação	familiar	(para	todas	as	famílias);
• Trabalhar sempre com o concreto, pois normalmente demoram um pouco 
mais para abstrair o conhecimento;
• Repetir	as	atividades	para	que	ele	possa	acompanhá-las	e	compreendê-las;
• Elogiá-lo (a) sempre que se destacar;
• Desenvolver disciplina e regras como com todas as crianças;
• Não	fazer	diferença	nas	obrigações	e	nos	direitos	dos	alunos;
• Assistente	 ou	 professora	 de	 apoio	 pedagógico	 (se	 necessário),	 pois	 a	
intenção	é	que	o	professor	consiga	desenvolver	o	 trabalho	pedagógico	com	
o	auxílio	dos	próprios	alunos,	e	não	de	alguém	específico	para	aquele	aluno	
com	deficiência.	Porém,	se	for	necessário,	pela	dimensão	das	necessidades	
apresentadas	 pelo	 aluno,	 este	 profissional	 a	 mais	 deverá,	 além	 de	 ter	
capacitação	e	conhecimentos	específicos,	auxiliar	o	 trabalho	do	professor	e	
não servir de “babá” à criança que está sendo incluída;
• Adaptação Curricular;
• Preparação	dos	professores	e	funcionários,	através	de	cursos	de	capacitação	
e	incentivo	à	formação	docente;
• Preparação da comunidade escolar;
• Rampas de acesso a todos os ambientes da escola; 
• Materiais e mobiliários adaptados;
27
Deficiência Intelectual: Relembrando 
Aspectos Históricos, Políticos e Culturais
 Capítulo 1 
• Além	 de	 todos	 estes	 itens,	 é	 fundamental	 a	 inserção	 desta	 política	 de	
inclusão	escolar	no	Projeto	Político	Pedagógico	(PPP)	da	escola,	pois	é	este	
documento	que	fundamenta	e	orienta	os	movimentos	escolares.	
As autoras ainda apontam para a importância das adaptações curriculares 
significativas	 para	 a	 inclusão	 de	 crianças	 com	 deficiência	 intelectual	 e,	 entre	
essas,	 destacam	 o	 uso	 de	 objetivos	 flexíveis,	 adaptação	 da	 atividade	 e	
adaptações múltiplas.
Essas adaptações devem permear todas as áreas de conhecimento. 
No	 decorrer	 desta	 disciplina,	 teremos	 como	 foco	 a	 Educação	 Física,	 Arte	 e	
Ludicidade,	 áreas	 que	 convergem	 para	 o	 desenvolvimento	 físico,	 cultural	 e	
histórico das crianças. 
Inclusão	de	Alunos	com	Deficiência	
Intelectual:	Práticas	Positivas	e	
Significativas
Para	finalizar	este	capítulo	sobre	os	aspectos	históricos,	políticos	e	culturais	
da	 Deficiência	 Intelectual	 abordando	 alguns	 exemplos	 de	 práticas	 positivas	 e	
significativas,	gostaria	de	trazer	um	grande	autor	que	dedicou	boa	parte	de	suas	
pesquisas	compreendendo	a	pessoacom	Deficiência.	Vigotsky.
Certamente	durante	o	seu	caminhar	pela	estrada	da	educação,	você	já	ouviu	
falar	deste	autor,	no	entanto	poucas	pessoas	conhecem	as	pesquisas	de	Vigotsky	
acerca	dos	Fundamentos	da	Defectologia.	Esses	estudos	norteiam	as	práticas	de	
inclusão	até	hoje.
Vygotsky	(1997)	acreditava	que	o	ser	humano	é	histórico	e	social,	fruto	das	
suas	relações	com	o	meio	e	com	os	seus	pares.	Defendia	relações	heterogêneas,	
pois acreditava na construção do aprendizado propiciada pelas relações e então 
iniciou	vários	estudos	acerca	da	pessoa	com	deficiência.			
O autor atentou para a importância de aprender por meio das 
relações	 com	o	 outro,	 pois	 é	 por	meio	 dessas	 relações	 que	 a	 criança	
desenvolve seu potencial, passa a observar-se e a perceber-se como 
sujeito de sua própria história.
Vygotsky (1997) deixou perceptível, em seus escritos, que 
acreditava	 que	 a	 interação	 com	 o	 grupo	 facilita	 o	 processo	 de	
Vygotsky (1997) 
acreditava que o ser 
humano é histórico 
e social, fruto das 
suas relações com o 
meio e com os 
seus pares.
28
 	Práticas	de	Ensino	para	a	Deficiência	Intelectual:	Educação	Física,	Arte	e	Ludicidade
desenvolvimento	 e	 de	 aprendizagem,	 bem	 como	 enfatizava	 a	
importância	da	educação	social	de	crianças	deficientes	e	o	potencial	
da	 criança	 para	 o	 desenvolvimento	 normal.	 Afirmava	 que	 as	
deficiências	corporais	afetavam	as	suas	relações	sociais,	e	não	suas	
interações	diretas	com	o	ambiente	físico,	ou	seja,	o	defeito	orgânico	
manifestava-se	 devido	 à	 situação	 social	 da	 criança	 e	 esta	 situação	
social poderia se agravar, dependendo do modo como as pessoas 
tratavam essas crianças. 
O	autor	 considerava,	 em	 seus	 estudos	 acerca	 dos	 fundamentos	
da	 defectologia,	 que	 crianças	 com	 deficiências	 passavam	 por	 um	
processo de “supercompensação”. Nesse processo mencionado pelo 
autor,	o	cérebro	supercompensava	um	sentido,	pelo	desenvolvimento	
acentuado de outro sentido, sendo que isso se dava por meio das 
experiências	sociais	das	crianças.	Para	Vygotsky	 (1997),	a	educação	
social,	 baseada	 na	 compensação	 social	 dos	 problemas	 físicos	 era	 a	
maneira	de	proporcionar	uma	vida	satisfatória	às	pessoas	deficientes.
Os estudos da supercompensação de Vigotsky (1997) convergem 
com	 a	 concepção	 de	 deficiência	 intelectual	 e	 do	 desenvolvimento	
dessas crianças a partir dos estímulos e de suas relações, o que não 
pode	 ser	 classificado	 em	 níveis,	 pois	 varia	 conforme	 o	 contexto	 de	
cada criança.
Consideramos os estudos de Vigotsky uma das primeiras 
experiências	positivas	não	apenas	sobre	a	deficiência	intelectual,	mas	
sobre	todas	as	deficiências.
Partindo	 da	 legislação,	 dos	 estudos	 de	 diferentes	 autores,	
inclusive os de Vigotsky, percebemos uma grande movimentação em 
prol da inclusão escolar. Assim, hoje as crianças com necessidades 
especiais	frequentam	a	escola	regular	e	há	o	atendimento	educacional	
especializado	na	mesma	escola,	nas	salas	de	apoio	multifuncionais.
As	salas	de	apoio	multifuncionais	são	mais	uma	conquista	e	um	
projeto que pretende diminuir as barreiras entre o ensino regular e o 
atendimento	especializado,	o	que	precisamos	é	defender	a	inclusão	e	
direito de todos sem apegos à disputa por espaços e atendimentos. 
O	lugar	de	“todas”	as	crianças	é	na	escola	e	é	justamente	isto	que	as	
Políticas nacionais e internacionais almejam garantir.
É	função	do	professor	do	AEE	organizar	situações	que	favoreçam	
o	 desenvolvimento	 do	 aluno	 com	 deficiência	 intelectual e que 
estimulem o desenvolvimento cognitivo e da aprendizagem. É 
Para Vygotsky 
(1997), a educação 
social, baseada 
na compensação 
social dos 
problemas físicos 
era a maneira de 
proporcionar uma 
vida satisfatória 
às pessoas 
deficientes.
As salas de apoio 
multifuncionais são 
mais uma conquista 
e um projeto que 
pretende diminuir 
as barreiras entre 
o ensino regular 
e o atendimento 
especializado.
É função do 
professor do AEE 
organizar situações 
que favoreçam o 
desenvolvimento 
do aluno com 
deficiência 
intelectual e que 
estimulem o 
desenvolvimento 
cognitivo e da 
aprendizagem.
29
Deficiência Intelectual: Relembrando 
Aspectos Históricos, Políticos e Culturais
 Capítulo 1 
também	seu	papel	produzir	materiais	didáticos	e	pedagógicos,	
tendo	em	vista	as	necessidades	específicas	desses	alunos	na	
sala de aula do ensino regular. Esse trabalho deve se realizar 
focalizando	 as	 atitudes	 do	 aluno	 diante	 da	 aprendizagem	 e	
propiciar	 o	 desenvolvimento	 de	 ferramentas	 intelectuais	 que	
facilitarão	sua	interação	escolar	e	social	(BRASIL,	2010,	p.	10).
O	 atendimento	 nas	 salas	 multifuncionais	 ainda	 está	 em	 fase	 de	
implementação.	 Profissionais	 especializados	 estão	 desenvolvendo	 projetos	
diferenciados,	 experiências	 positivas	 muitas	 vezes	 isoladas,	 mas	 a	 que	
conseguimos ter acesso devido ao avanço tecnológico que nos permite pesquisas 
em tempo real.
Vamos	lá!	Pesquise	você	também	sobre	práticas	de	inclusão	de	
crianças	com	deficiência	 intelectual.	Tenho	certeza	de	que	você	se	
surpreenderá com os resultados alcançados!
Deixo	aqui	algumas	dicas	de	fontes	de	pesquisa:
REVISTA BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO ESPECIAL - SCIELO
REVISTA DE EDUCAÇÃO ESPECIAL - UFSM
REVISTA INCLUSÃO – MEC
DI – REVISTA DE DEFICIÊNCIA INTELECTUAL – APAE SP
REVISTA CIRANDA DA INCLUSÃO 
REVISTA DA INCLUSÃO
Atividade de Estudos: 
1)	 Além	 das	 revistas	 que	 citei	 anteriormente,	 ainda	 sugiro	 que	
acessem os sites das secretarias de educação de seus estados 
e	municípios	a	fim	de	descobrir	as	ações	desenvolvidas	em	sua	
localidade.
30
 	Práticas	de	Ensino	para	a	Deficiência	Intelectual:	Educação	Física,	Arte	e	Ludicidade
 Que	tal	começar	agora?
	 Pesquise	 e,	 em	 seguida,	 pontue	 o	 que	 considerou	 significativo	
entre as ações desenvolvidas. Lembre-se de que neste momento 
estamos	 falando	 da	 inclusão	 de	 pessoas	 com	 deficiência	
intelectual. 
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Finalizo	 este	 capítulo	 com	 uma	 contribuição	 referente	 ao	 atendimento	
especializado	nas	salas	multifuncionais.
Sugiro que assista ao vídeo do link	 a	 seguir:	 http://www.youtube.com/
watch?v=gvlsEfOJX14	.
31
Deficiência Intelectual: Relembrando 
Aspectos Históricos, Políticos e Culturais
 Capítulo 1 
Figura	03	-	As	salas	multifuncionais	deixaram	de	ser	um	item	a	mais	nas	instituições	de	ensino	e	
se	tornam	atrativo	para	crianças	com	necessidades	especiais	que	frequentam	o	esnino	regular.
Fonte:	Disponível	em:	<http://www.youtube.com/
watch?v=gvlsEfOJX14>.	Acessoem:	18	set.	2012.
Algumas	Considerações
Neste capítulo atentamos para a trajetória da Educação Inclusiva no 
Brasil.	Apontamos	o	modo	 como	as	pessoas	 com	deficiência	 eram	 tratadas	na	
antiguidade	até	a	Declaração	dos	Direitos	Humanos.
A partir da Declaração dos Direitos Humanos, apresentamos os principais 
documentos internacionais que tratam da Inclusão como: Declaração dos Direitos 
das	 Pessoas	 Deficientes,	 Declaração	 de	 Jomtien,	 Declaração	 de	 Salamanca,		
Convenção de Guatemala e Declaração Internacional de Montreal sobre 
Inclusão.	Também	sinalizamos	para	a	 importância	em	conhecer	os	documentos	
nacionais que norteiam a inclusão no país, disponibilizados no site	do	Ministério	
da Educação, o ECA – Estatuto da Criança e Adolescente, a LDB 9394/96, Lei 
de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, a Política Nacional da Educação 
Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva e o Documento mais recente 
do Decreto Nº 7.611, DE 17 DE NOVEMBRO DE 2011, que dispõe sobre o 
atendimento educacional especializado (AEE), atentando para os materiais 
adaptados,	bem	como	para	atendimento	especializado	em	salas	multifuncionais.
Finalizamos o capítulo com os estudos de Vigotsky que apontam para a 
supercompensação	da	deficiência	e	também	com	uma	reflexão	acerca	do	trabalho	
nas	salas	multifuncionais.
32
 	Práticas	de	Ensino	para	a	Deficiência	Intelectual:	Educação	Física,	Arte	e	Ludicidade
No próximo capítulo abordaremos a área da Educação Física para a Inclusão 
do	aluno	com	deficiência	intelectual.
Até	lá!
Referências
BRASIL.	Ministério	da	Educação.	Política Nacional de Educação Especial 
na Perspectiva da Educação Inclusiva. Brasília, MEC, 2008. Disponível em: 
<portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/política.pdf>.	Acesso	em:	10	ago.	2012.
______. DECRETO Nº 7.611. Brasília, MEC 17 DE NOVEMBRO DE 2011. 
Disponível	em:	<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/
Decreto/D7611.htm>. Acesso em: 10 ago. 2012.
GOMES, Adriana Leite Lima Verde. A Educação especial na Perspectiva da 
Inclusão escolar: o atendimento educacional especializado para alunos com 
deficiência	Iintelectual/	Adriana	Leite	Lima	Verde	Gomes,	Jean	Robert	Poulin,	
Rita	Vieira	de	Figueiredo.-	Brasília:	Ministério	da	Educação,	Secretaria	da	
Educação Especial; [Fortaleza] Universidade Federal do Ceará, 2010.
GUGEL, Maria aparecida Gugel. Pessoas com Deficiência e o Direito ao 
Trabalho. Florianópolis : Obra Jurídica, 2007.
MITTLER, Peter. Educação inclusiva: contextos sociais. Trad. Windyz Brazão 
Ferreira. Porto Alegre: Artmed, 2003.
SILVEIRA, Tatiana dos Santos da; NASCIMENTO, Luciana Monteiro do. 
Educação Inclusiva. Indaial, Editora UNIASSELVI, 2011.
VIEIRA, Fernando David; PEREIRA, Mário do Carmo. A Educação de pessoas 
com Deficiência Mental. 2° ed. Fundação Calouste Gulbenkian, Serviço de 
Educação.	Gráfica	de	Coimbra,	Lda	:	Setembro,	2003.
VYGOTSKY, Lev S. Fundamentos da defectologia. Madrid: Portugal: Visor, 
1997.
CAPÍTULO 2
Educação	Física	Inclusiva:	
da	Teoria	à	Prática
A partir da concepção do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes 
objetivos de aprendizagem:
 3 Compreender a área da Educação Física como 
vetor de inclusão social e escolar.
 3 Refletir	acerca	do	papel	da	Educação	Física	enquanto	prática	corporal,	motora	
e	cognitiva	nos	processos	de	inclusão	de	alunos	com	deficiência	intelectual.
 3 Conhecer práticas pedagógicas inclusivas na área da Educação Física.
34
 	Práticas	de	Ensino	para	a	Deficiência	Intelectual:	Educação	Física,	Arte	e	Ludicidade
35
Educação Física Inclusiva: 
da Teoria à Prática
 Capítulo 2 
Contextualização
Este	capítulo	abordará	uma	área	que	desempenha	um	trabalho	significativo	
para	o	desenvolvimento	motor	das	crianças	com	e	sem	deficiência,	a	Educação	
Física. É importante inicialmente lembrar que o incentivo ao esporte e as 
atividades	 físicas	 fazem	parte	do	nosso	contexto	histórico	e	social,	porém	cabe	
destacar que a área da Educação Física e o papel que esta área desempenha 
dentro	da	escola	vão	além	deste	incentivo	do	qual	estamos	falando.	Esta	é	uma	
área	que	trabalha	diretamente	com	o	sistema	motor	da	criança,	além	de	propiciar	
o	desenvolvimento	cognitivo	e	social	através	das	interações,	jogos	e	brincadeiras.	
Neste capítulo, abordaremos a Educação Física como vetor de inclusão social 
e	escolar,	pois	é	uma	área	que	não	se	esgota	na	escola,	mas	que	normalmente	
tem	o	início	de	suas	atividades	neste	espaço.	Abordaremos	também	a	importância	
das atividades de Educação Física para o desenvolvimento das pessoas com 
deficiência	 intelectual	com	ênfase	nas	crianças	e	na	 inclusão	na	escola	comum	
através	de	uma	reflexão	acerca	de	possibilidades	de	atividades	adaptadas.
Educação	Física:	Inclusão	Social	e	
Escolar
Que	 a	 Educação	 Física	 é	 vetor	 de	 inclusão	 não	 nos	 resta	 dúvidas,	 haja	
vista o grande número de projetos relacionados a esta área de conhecimento 
apresentados	em	diferentes	espaços,	como	escolas,	comunidades,	instituições	de	
apoio,	entre	outras.	Mas,	você	pós-graduando,	conhece	algum	desses	Projetos?	
Você	sabe	por	que	esta	área	é	considerada	vetor	de	inclusão?
Atividade de Estudos: 
1) Registre seus apontamentos acerca de nossas indagações.
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 	Práticas	de	Ensino	para	a	Deficiência	Intelectual:	Educação	Física,	Arte	e	Ludicidade
Consideramos importante, ao delimitar nossos estudos, levantar o que 
conhecemos sobre o assunto proposto. A partir de seus registros iniciais, 
propomos	esta	discussão.	Para	contribuir	com	o	que	você	registrou	e	com	a	sua	
vivência	 e	 conhecimento	 acerca	 da	 Educação	 Física	 como	 vetor	 de	 inclusão,	
apresentaremos	a	seguir	algumas	informações.
Não	só	a	Educação	Física,	mas	 também	as	artes	são	consideradas	áreas	
que	propiciam	a	inclusão,	o	desenvolvimento	social,	cognitivo,	cultural,	e	afetivo	
de	crianças	e	jovens	em	diferentes	condições	sociais.
Vale relembrar que a Educação Física, no período pós-segunda guerra 
mundial	 já	 foi	utilizada	para	reabilitação	de	homens	que	desenvolveram	alguma	
deficiência	em	combate.	
As	atividades	físicas	e	esportivas	fizeram	parte	de	um	programa	
de reabilitação, sendo consideradas como importante auxiliar 
na recuperação desses veteranos de guerra. Tais atividades 
tinham	 como	 finalidades	 exercitar	 o	 corpo,	 combater	 o	 tédio	
da vida hospitalar e ajudar na recuperação psíquica e social 
(BRINATI, PEREIRA, FERNANDES e SOUZA, 2006, p.2).
A partir deste momento na história, iniciou-se uma trajetória de pesquisas e 
valorização desta área para a inclusão social. Assim, em vários locais do mundo 
e	também	no	Brasil	podemos	encontrar	um	número	significativo	de	Projetos	que	
abordam	a	área	da	Educação	Física	Adaptada,	que	para,	Castro	 (2005),	 “é	um	
programa	diversificado	de	atividades	desenvolvidas,	 jogos,	 esportes,	 atividades	
rítmicas e expressivas, apresentando uma organização baseada em interesses, 
capacidades	e	limitações	de	indivíduos	com	deficiências”.
Esses programas podem ser desenvolvidos em ONGs, em diversos projetos 
sociais	e	também	nas	escolas,	tornando	assim	a	Educação	Física	uma	forte	aliada	
para	a	inclusão	social	e	também	escolar	de	pessoas	com	e	sem	deficiências.
Figura 4 – Projeto Criança Esperança – PUC
Fonte:	Disponível	em:	<http://www.pucminas.br/pucinforma/
materia.php?codigo=985>. Acesso em: 11 jan. 2013.
37
Educação Física Inclusiva: 
da Teoria à Prática
 Capítulo 2 
A	partir	de	projetos	de	inclusão	social,	a	área	da	EducaçãoFísica,	através	do	
esporte,	da	dança	e	também	da	recreação,	trabalha	com	diferentes	grupos,	entre	
eles	o	de	pessoas	com	deficiência,	de	idosos,	de	jovens	em	fase	de	combate	as	
drogas,	 crianças	 vítimas	de	 violência,	 enfim,	 grupos	que	por	 algum	motivo	 são	
excluídos socialmente.
Cabe salientar que a Educação Física como grande área do conhecimento 
também	apresenta	suas	ramificações	e,	especificamente	tratando-se	de	projetos	
de	 inclusão	 social,	 destaca-se	 o	 esporte,	 que	 é	 efetivo	 quando	 incorporado	 ao	
programa	de	reabilitação	física	de	indivíduos	com	deficiência.	Os	efeitos	do	esporte	
não	se	estendem	apenas	a	aspectos	físicos	e	médicos,	mas	também	a	aspectos	
psicossociais	durante	a	reabilitação.	Além	disso,	o	esporte	muda	a	percepção	de	
cidadão	a	 respeito	 das	deficiências	 e	 contribui	 para	o	 reconhecimento	 de	 seus	
efeitos	por	órgãos	responsáveis	pelo	bem	estar	social.	
Hoje,	 a	Educação	Física	 nas	 escolas	 assume	um	papel	 que	 vai	 além	das	
práticas esportivas, pois se trata de área de conhecimento que trabalha diretamente 
com o corpo e a mente, com as interações sociais e com conhecimentos acerca 
da	motricidade	humana.	A	Educação	Física	escolar	é	entendida
[...] como uma disciplina que introduz e integra o aluno na 
cultura	 corporal	 de	movimento,	 formando	 o	 cidadão	 que	 vai	
produzi-la,	 reproduzi-la	 e	 transformá-la,	 instrumentalizando-o	
para	usufruir	dos	jogos,	dos	esportes,	das	danças,	das	lutas	e	
das	ginásticas	em	benefício	do	exercício	crítico	da	cidadania	e	
da melhoria da qualidade de vida (BRASIL, 1997, p. 29).
Nessa	 perspectiva,	 a	 educação	 física,	 ao	 longo	 da	 história,	 se	 estabelece	
com o compromisso do trabalho do corpo, construindo um biótipo saudável, com 
um	corpo	que	está	em	constante	desenvolvimento.	A	educação	física	nas	escolas 
é	uma	área	de	conhecimento	que	vem	somar	e	contribuir	para	o	desenvolvimento	
de	todas	as	crianças	e	que	propicia,	antes	de	tudo,	princípios	fundamentais	para	
a	inclusão	social:	a	interação,	a	cooperação	e	a	amizade	através	do	esporte,	do	
jogo,	das	brincadeiras,	da	 recreação,	enfim,	de	 todas	as	 ramificações	que	esta	
área pode explorar.
A área de Educação Física hoje contempla múltiplos 
conhecimentos	 produzidos	 e	 usufruídos	 pela	 sociedade	 a	
respeito do corpo e do movimento. Entre eles, se consideram 
fundamentais	 as	 atividades	 culturais	 de	 movimento	 com	
finalidades	 de	 lazer,	 expressão	 de	 sentimentos,	 afetos	 e	
emoções, e com possibilidades de promoção, recuperação e 
manutenção da saúde.
Trata-se, então, de localizar em cada uma dessas 
manifestações	 (jogo,	 esporte,	 dança,	 ginástica	 e	 luta)	 seus	
benefícios	 fisiológicos	 e	 psicológicos	 e	 suas	 possibilidades	
38
 	Práticas	de	Ensino	para	a	Deficiência	Intelectual:	Educação	Física,	Arte	e	Ludicidade
de utilização como instrumentos de comunicação, expressão, 
lazer	 e	 cultura,	 e	 formular	 a	 partir	 daí	 as	 propostas	 para	 a	
Educação Física escolar (BRASIL, 1997, p.23).
Figura 5 – Educação Física Adaptada
Fonte: Revista Ciranda da Inclusão Ano 2 – 23, p. 22.
Atividade de Estudos: 
1) Agora que já conversamos um pouco acerca do papel da 
Educação Física como área de conhecimento, registre de que 
maneira	é	possível	propiciar	inclusão	através	desta	área.
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Educação Física Inclusiva: 
da Teoria à Prática
 Capítulo 2 
Inclusão	de	Alunos	com	Deficiência	
Intelectual	na	Educação	Física:	
Práticas	Motoras	e	Cognitivas
Iniciaremos	 este	 tópico	 de	 uma	 forma	 diferente,	 através	 dos	 dizeres	 de	
um	 professor	 de	 Educação	 Física	 sobre	 a	 inclusão	 de	 alunos	 com	 deficiência	
intelectual em suas aulas.
Falar	do	aluno	com	deficiência	intelectual	nas	aulas	de	educação	
física	não	é	complicado	quando	você	o	vê	como	mais	um	dos	seus	
alunos	 e	 não	 como	 “o	 aluno	 com	 deficiência”.	 Particularmente	 em	
minhas	 aulas	 não	 tenho	 dificuldades	 para	 trabalhar	 a	 educação	
física	com	os	meus	alunos	com	deficiência	 intelectual,	pois	planejo	
todas as atividades para todos os alunos e me preocupo com o 
desenvolvimento	 de	 cada	 um.	 As	 dificuldades	 apresentadas	 na	
educação	 física,	 sejam	 elas	 físicas,	 motoras,	 culturais,	 cognitivas,	
não	 são	 específicas	 do	 aluno	 com	 deficiência,	 mas	 de	 qualquer	
aluno que necessita de mediação e incentivo para desenvolver-se. 
Normalmente	as	crianças	nos	ensinam	muito	e	cabe	ao	professor	a	
humildade para entregar-se a novos conhecimentos e possibilidades. 
Já	tive	vários	alunos	com	deficiências	variadas	e	aprendi	muito	com	
cada	um	deles.	O	maior	aprendizado	que	tive	foi	de	que	a	inclusão	
escolar	nos	indica	um	caminho	de	possibilidades	e	não	dificuldades	
como muitos mencionam. É necessário estar aberto a este novo 
contexto educacional que se apresenta, o contexto da diversidade, 
e planejar nossas aulas nesta perspectiva (Francisco Antônio 
dos	 Santos	 Netto,	 professor	 de	 educação	 física	 de	 Joinville,	 SC.	
Entrevista com a autora). 
O	discurso	 deste	 profissional	 converge	 com	os	 apontamentos	 de	Vigotsky	
(1989)	 ao	 relacionar	 as	 limitações	 de	 pessoas	 com	 deficiência	 com	 as	 ordens	
biológica	e	cultural.			Vygotsky	(1997),	diz	que	“a	capacidade	não	é	uma	função	
íntegra,	mas	 uma	 série	 de	 funções	 e	 fatores	 diferentes	 que	 estão	 unidos	 num	
todo” (p. 127). O autor acrescenta a necessidade de super compensar as 
dificuldades	através	do	desenvolvimento	de	novas	possibilidades	de	aprendizado,	
pois “os procedimentos pedagógicos devem ser organizados para que tal 
desenvolvimento			se			dê			por			vias			indiretas,			por			outros		caminhos,		porque	a	
40
 	Práticas	de	Ensino	para	a	Deficiência	Intelectual:	Educação	Física,	Arte	e	Ludicidade
condição	mais	importante	e	decisiva	do	desenvolvimento		cultural	é	precisamente	
a habilidade de empregar os instrumentos psicológicos, que nessas crianças 
não	é	utilizada”	(VIGOTSKY,1988,p.	22).
[...] estruturar todo o processo educativo segundo a linha 
das	tendências			naturais	à	supercompensação,	significa		não		
atenuar	 	 	as	dificuldades	 	que	surgem	do	defeito,	senão	que	
tencionar	todas			as	forças	para	sua	compensação,	apresentar	
só	 as	 tarefas	 em	 uma	 ordem	 que	 respondam	 ao	 caráter	
gradual	 do	 processo	 de	 formação	 de	 toda	 a	 personalidade	
diante de um novo ponto de vista (VIGOTSKY,1997, p.32-33).
Segundo Bueno e Resa (1995), a Educação Física Adaptada para pessoas 
com	deficiência	não	se	diferencia	da	Educação	Física	em	seus	conteúdos,	mas	
compreende	técnicas,	métodos	e	formas	de	organização	que	podem	ser	aplicados	
também	ao	 indivíduo	 deficiente.	Trata-se	 de	 um	processo	 onde	 os	 professores	
devem planejar, visando a atender às necessidades de todos os alunos.
Para	 exemplificar,	 apresentamos	 um	 plano	 de	 aula,	 publicado	 na	 Revista	
Nova Escola:
Jogo do “pelo Cano” 
Mauro	Henrique	André
• Objetivos 
-	Criar	estratégias	de	jogo.	
- Arremessar a bola com precisão. 
- Conhecer as potencialidades e limitações de cada 
participante. 
-	 Cooperar	 com	 os	 colegas	 para	 a	 solução	 de	 conflitos	 e	
desafios.	
Conteúdos 
- Jogo com bola. 
- Desenvolvimento das habilidades motoras de manipulação. 
Anos 4º e 5º. 
Tempo estimado 
8 a 12 aulas. 
41Educação Física Inclusiva: 
da Teoria à Prática
 Capítulo 2 
Material necessário
Bolas	de	tênis,	caixas	de	papelão	e	giz.	
Flexibilização
Fazer	com	que	o	aluno	com	deficiência	intelectual	compreenda	
regras,	mesmo	 que	 simples,	 pode	 ser	 uma	 tarefa	 difícil.	 Repita	 a	
atividade várias vezes antes de mudar as regras para que ele 
aprenda qual a lógica do jogo. Respeitando as limitações desse 
aluno,	 proponha	 novas	 regras	 -	 de	 preferência,	 associadas	 a	
situações	 que	 sejam	 facilmente	 perceptíveis	 por	 ele.	 O	 trabalho	
em equipe e a ajuda dos colegas são muito importantes. Amplie 
o tempo de realização da atividade e antecipe as etapas do jogo 
para a criança. Caso o aluno tenha comprometimentos motores 
que	 dificultem	 ainda	 mais	 a	 participação	 no	 jogo,	 sugira	 que	 ele	
seja	 uma	 espécie	 de	 “juiz”.	 Crianças	 com	 deficiência	 intelectual	
costumam ter boa capacidade de memorização, especialmente 
diante da repetição. 
 
Desenvolvimento
 
1ª etapa
Proponha que os alunos pratiquem o jogo do “pelo cano”. 
Explique	as	 regras:	 são	dois	 times	com	 três	a	 cinco	 jogadores	em	
cada equipe dispostos em um espaço do tamanho de um quarto de 
quadra.	 Espalhe	 três	 caixas	 de	 papelão	 sem	 tampa	 e	 sem	 fundo.	
Ganha	ponto	quem	fizer	a	bola	entrar	por	um	lado	e	sair	pelo	outro.	O	
jogador que estiver com a bola não pode andar. Enquanto estiver com 
ela,	deve	batê-la	ao	menos	uma	vez	no	chão	e	 realizar	no	mínimo	
um passe antes de arremessá-la na caixa. Depois que houver um 
lançamento	à	caixa,	a	posse	da	bola	fica	com	o	outro	time.
 
2ª etapa
Apresente	 uma	 nova	 regra	 que	 diversifica	 o	 espaço	 do	 jogo:	
retire as caixas de papelão e explique que marcam pontos os times 
que conseguirem completar cinco passes sem perder a bola. A 
intenção	é	que	os	alunos	busquem	boas	posições	para	recebê-la	ou	
tentem retirá-la do adversário. 
 
3ª etapa
42
 	Práticas	de	Ensino	para	a	Deficiência	Intelectual:	Educação	Física,	Arte	e	Ludicidade
Dessa	vez,	a	mudança	da	 regra	 interfere	nos	 recursos.	Utilize	
caixas	de	diferentes	tamanhos	e	diga	que	quem	fizer	a	bola	entrar	por	
um	lado	e	sair	por	outro	marcará	ponto.	A	pontuação	varia	conforme	
o tamanho da caixa - as maiores valem menos que as menores. 
Cada	equipe	vai	traçar	uma	estratégia,	 levando	em	conta	a	relação	
entre	a	dificuldade	da	jogada	e	a	pontuação	que	pode	obter.	
4ª etapa
Para que a turma melhore o passe, apresente uma nova regra: 
a	bola	 não	pode	 cair	 no	 chão	durante	 os	arremessos.	Quem	errar	
perde	a	posse	da	bola.	Dessa	forma,	os	alunos	ficam	atentos	à	força	
e à precisão do lance. 
 
5ª etapa
Após	 algumas	 aulas,	 altere	 os	 times.	 Essa	 diversificação	 de	
pessoas	 faz	 com	 que	 os	 alunos	 percebam	melhor	 as	 limitações	 e	
potencialidades	 de	 cada	 um.	 Além	 disso,	 eles	 criam	 estratégias	
quando	encontram	dificuldades.
 
6ª etapa 
Em	 outra	 aula,	 marque	 o	 tempo	 máximo	 de	 permanência	 de	
cada equipe com a bola. Os jogadores continuam dependendo das 
estratégias	 e	 habilidades	 anteriores,	 mas	 precisam	 ser	 rápidos.	 A	
variação,	nesse	caso,	é	de	tempo.
 
Avaliação 
 
Ao	 fim	 de	 cada	 aula,	 questione	 os	 estudantes	 relacionando	 as	
perguntas com os objetivos estabelecidos: como deram apoio aos 
colegas? O que aprenderam sobre a ocupação do espaço? Notaram 
que	os	passes	melhoraram?	Que	estratégias	adotaram?	Faça	fichas	
de observação individuais em cada etapa, relatando os acertos, as 
dificuldades	e	o	comportamento	dos	alunos.	
Disponível	em:	<http://revistaescola.abril.com.br/educacao-fisica/
pratica-pedagogica/jogo-pelo-cano-602397.shtml>. 
Acesso em: 24 jan. 2013.
43
Educação Física Inclusiva: 
da Teoria à Prática
 Capítulo 2 
Como	 você	 pode	 perceber	 no	 planejamento	 apresentado,	 a	 Educação	
Física na escola se constitui em uma grande área de adaptação ao possibilitar 
a	 participação	 de	 crianças	 e	 jovens	 em	 atividades	 físicas	 adequadas	 às	 suas	
possibilidades, proporcionando a valorização e integração no mundo, num mesmo 
contexto.	 A	 Educação	 Física	 Adaptada	 ao	 aluno	 com	 deficiência	 propicia,	 ao	
mesmo, a compreensão de suas limitações e capacidades, auxiliando-o na busca 
de uma melhor adaptação (CIDADE e FREITAS, 1997).
No	 entanto	 é	 importante	 que	 todos	 os	 professores	 estejam	 atentos	 e	
informados	 sobre	 a	 saúde	 dos	 alunos,	 bem	 como	 sobre	 as	 condições	 físicas,	
motoras, cognitivas e sociais de cada um. Destacamos que no caso de alunos 
com	 deficiências	 é	 necessário	 atentar	 para	 características	 relacionadas	 à	 sua	
saúde,	pois	podem	ser	muito	específicas.	Crianças	com	Síndrome	de	Down,	por	
exemplo, podem apresentar 
problemas associados, dos quais destacamos: cardiopatia - 
50%; problemas respiratórios - 40%; hipotonia generalizada - 
quase	100%;	variação	térmica	-	100%;	obesidade	-	acima	de	
50%; problemas de linguagem - quase 100%; retardo mental 
- 100%; instabilidade atlantoaxial - 12 a 20%; problemas de 
visão	 -	 60%;	 problemas	de	audição	 -	 50%;	má	 formação	da	
tireóide	-	4%;	problemas	odontológicos	-	quase	100%;	hérnia	
umbilical - quase 50%; distúrbios digestivos - 12%; leucemia 
- 10%; hepatite (A ou B) - 70% (TEZZA, apud CIDADE E 
FREITAS, 1997).
O	aluno	com	Síndrome	de	Down	é	apenas	um	dos	exemplos	que	utilizamos	
para	indagar	sobre	a	atenção	que	os	profissionais	devem	ter	ao	trabalhar	com	as	
crianças	com	deficiência	intelectual.	Sabe-se	que	se	faz	necessário	compreender	
o	 histórico	 de	 desenvolvimento	 de	 todos	 os	 alunos,	 no	 entanto	 é	 necessário	
destacar	 as	 especificidades	 relacionadas	 às	 condições	 de	 saúde	 que	 esses	
podem apresentar.
O	conhecimento	acerca	da	realidade	dos	alunos	possibilita	aos	professores	
adequar	e	adaptar	suas	atividades,	seus	planejamentos,	como	também	possibilita	
a construção de um currículo escolar voltado para a educação inclusiva, 
valorizando e criando possibilidades de participação e desenvolvimento de todos. 
Para	participar	da	construção	de	um	currículo	adaptado,	o	professor	precisa,	além	
de conhecer a sua área de conhecimento, saber sobre a realidade da escola, da 
comunidade e de seus alunos. 
Segundo Bueno e Resa (1995, p.03), conhecer os alunos possibilita aos 
professores	adequarem	a	metodologia	levando	em	consideração:
44
 	Práticas	de	Ensino	para	a	Deficiência	Intelectual:	Educação	Física,	Arte	e	Ludicidade
Em	que	grupo	de	educandos	haverá	maior	 facilidade	para	a	
aprendizagem e o desenvolvimento de todos; 
Por	quanto	tempo	o	aluno	pode	permanecer	atento	às	tarefas	
solicitadas, para que se possa adequar as atividades às 
possibilidades do mesmo; 
Os interesses e necessidades do educando em relação às 
atividades propostas; 
 A avaliação constante do programa de atividades possibilitará 
as adequações necessárias, considerando as possibilidades e 
capacidades dos alunos, sempre em relação aos conteúdos e 
objetivos da Educação Física.
Para os autores, essas adequações envolvem:
• adaptação	de	material	e	a	organização	da	aula	através	da	análise	de	tempo,	
espaço e recursos;
• adaptação do programa: planejamento, atividades e avaliação; 
• adaptações	de	objetivos	e	conteúdos:	em	função	das	necessidades	especiais	
dos alunos.
Agora que já destacamos algumas possibilidades para o trabalho com a 
Educação Física e atentamos para a importância de conhecer cada aluno no 
momento de planejar as atividades para todos, chegou a vez de exercitar seus 
conhecimentos.
Atividade de Estudos: 
1) Pense em uma atividade da Educação Física, pode ser um 
jogo,	 uma	 brincadeira,	 um	 esporte	 específico...	Agora	 organize	
o planejamento de uma aula, considerando que na turma com a 
qual	 irá	desenvolver	seu	planejamento	você	 terá	um	aluno	com	
deficiência	intelectual.
 Lembre-se de criar possibilidade de desenvolvimento de linguagem, 
autonomia, integração e desenvolvimento corporal/motor e, como 
todo planejamento, não se esqueça dos itensbásicos como o 
tema, os objetivos, a metodologia, conteúdos e avaliação. 
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Educação Física Inclusiva: 
da Teoria à Prática
 Capítulo 2 
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Atividades	Pedagógicas	Adaptadas	
na	Educação	Física
A Educação Física, como qualquer área de conhecimento, apresenta objetivos 
específicos	considerados	norteadores	para	o	planejamento	dos	professores,	no	
entanto este planejamento parte inicialmente da concepção da própria educação 
física	e	do	esporte.	
A Educação Física escolar pode sistematizar situações de 
ensino e aprendizagem que garantam aos alunos o acesso a 
conhecimentos	práticos	e	conceituais.	Para	isso	é	necessário	
mudar	a	ênfase	na	aptidão	física	e	no	rendimento	padronizado	
que caracterizava a Educação Física, para uma concepção 
mais abrangente, que contemple todas as dimensões 
envolvidas em cada prática corporal.
É	 fundamental	 também	que	se	 faça	uma	clara	distinção	entre	os	objetivos	
da Educação Física escolar e os objetivos do esporte, da dança, da ginástica e 
da	 luta	 profissionais,	 pois,	 embora	 seja	 uma	 referência,	 o	 profissionalismo	 não	
pode ser a meta almejada pela escola. A Educação Física escolar deve dar 
oportunidades a todos os alunos para que desenvolvam suas potencialidades, 
de	 forma	 democrática	 e	 não	 seletiva,	 visando	 seu	 aprimoramento	 como	 seres	
humanos. Independentemente de qual seja o conteúdo escolhido, os processos 
de ensino e aprendizagem devem considerar as características dos alunos em 
todas	as	suas	dimensões	(cognitiva,	corporal,	afetiva,	ética,	estética,	de	relação	
interpessoal e inserção social). Sobre o jogo da amarelinha, o voleibol ou uma 
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 	Práticas	de	Ensino	para	a	Deficiência	Intelectual:	Educação	Física,	Arte	e	Ludicidade
dança,	 o	 aluno	deve	aprender,	 para	 além	das	 técnicas	 de	execução,	 a	 discutir	
regras	 e	 estratégias,	 apreciá-los	 criticamente,	 analisá-los	 esteticamente,	 avaliá-
los	eticamente,	ressignificá-los	e	recriá-los.	É	tarefa	da	Educação	Física	escolar,	
portanto, garantir o acesso dos alunos às práticas da cultura corporal, contribuir 
para	 a	 construção	 de	 um	 estilo	 pessoal	 de	 exercê-las	 e	 oferecer	 instrumentos	
para que sejam capazes de apreciá-las criticamente (BRASIL, 1997, p. 23-24).
Assim,	 considerando	 as	 dimensões	 cognitiva,	 corporal,	 afetiva,	 ética,	
estética,	 de	 relação	 interpessoal	 e	 inserção	 social	 citadas	 pelos	 Parâmetros	
Curriculares Nacionais da Educação Física e acreditando nas possibilidades de 
adaptação	de	planejamento	e	currículo	e	defendendo	que	nenhum	aluno	pode	ser	
privado dessas aulas, selecionamos algumas sugestões de atividades que podem 
ser	exploradas	nesta	área	de	conhecimento.	O	aluno	com	deficiência	intelectual,	
como qualquer outro aluno, precisa desenvolver a sua criatividade, a capacidade 
de	conhecer	o	mundo	e	a	si	mesmo,	não	apenas	superficialmente	ou	por	meio	do	
que o outro (BRASIL, 2007, p.25).
Não	 só	 os	 alunos,	 mas	 também	 os	 professores	 devem	 desenvolver	 sua	
criatividade, adaptando e criando novos jogos, brincadeiras, atividades e 
possibilidades,	 assim	 apresentaremos	 a	 seguir	 algumas	 atividades	 a	 fim	 de	
contribuir com o seu repertório de conhecimentos acerca desta área. 
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Educação Física Inclusiva: 
da Teoria à Prática
 Capítulo 2 
Sugestão	de	Atividades
a) Formando Pares
Figura 6 – Formando Pares
Fonte: Revista Ciranda da Inclusão, Ano 1 – nº03, p.30.
O	 jogo	 Formando	 Pares	 é	 uma	 possibilidade	 de	 trabalho	 que	 desenvolve	
cooperação, agilidade, coordenação, integração. 
Para Strapasson (2007, p.08):
Educação Física deve propiciar o desenvolvimento global 
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 	Práticas	de	Ensino	para	a	Deficiência	Intelectual:	Educação	Física,	Arte	e	Ludicidade
de seus alunos, ajudar para que o mesmo consiga atingir a 
adaptação e o equilíbrio que requer suas limitações e ou 
deficiência;	identificar	as	necessidades	e	capacidades	de	cada	
educando quanto às suas possibilidades de ação e adaptações 
para	 o	movimento;	 facilitar	 sua	 independência	 e	 autonomia,	
bem	como	facilitar	o	processo	de	inclusão	e	aceitação	em	seu	
grupo social, quando necessário.
b) A Cobra e os Ratinhos
Esta brincadeira propicia aos alunos o desenvolvimento da coordenação 
motora,	do	equilíbrio	e	da	velocidade,	além	de	proporcionar	a	interação	de	todos	os	
alunos.	Ela	também	pode	ser	facilmente	adaptada	à	realidade	escolar	de	cada	um.
Além	da	cobra	e	dos	 ratinhos,	podemos	 relembrar	a	brincadeira	do	coelho	
sai da toca, sempre estimulando todos os alunos a interagirem, se comunicarem e 
superarem	seus	limites	e	suas	dificuldades.
Figura 7 – A cobra e os ratinhos
Fonte: Revista Ciranda da Inclusão, Ano 2-23 p.22.
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Educação Física Inclusiva: 
da Teoria à Prática
 Capítulo 2 
c) Sopro do Saci
O	sopro	do	Saci	é	uma	ótima	atividade	para	o	desenvolvimento	da	linguagem	
e	 da	 comunicação,	 além	 de	 propiciar	 interação,	 concentração,	 coordenação	 e	
resistência.
Figura 8 – Sopro do saci
Fonte: Revista Mundo da Inclusão, Ano 1, nº 1, p.24.
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 	Práticas	de	Ensino	para	a	Deficiência	Intelectual:	Educação	Física,	Arte	e	Ludicidade
A	estimulação	da	motricidade	oral	é	muito	importante	em	várias	brincadeiras,	
podem auxiliar no desenvolvimento das crianças, entre elas:
Corrida do Ovo:
Figura 9 – Corrida do ovo
Fonte:	Disponível	em:	<http://www.vamosbrincarlafora.com.br/
brincadeira/corrida-com-ovo.html>. Acesso em: 10 jan. 2013.
Sopro com canudinhos:
Figura 10 – sopro com canudinho
Fonte: Disponível em: <http://semeandovaloreseconhecimento.
blogspot.com.br>. Acesso em: 10 jan.2013.
d) Caça ao Tesouro
Esta	 atividade	 conhecida	 por	 muitos	 professores	 pode	 ser	 utilizada	 para	
trabalhar com os objetivos de várias áreas, inclusive da Educação Física. Trata-
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Educação Física Inclusiva: 
da Teoria à Prática
 Capítulo 2 
se de uma atividade divertida que propicia o trabalho em equipe, a localização 
espacial, estimula a visão e a memória. Pode ser adaptada de acordo com a 
realidade e as necessidades da turma.
Lembre-se	de	que	é	uma	atividade	que	pode	ser	desenvolvida	em	parceria	
com	 outros	 professores	 e	 que	 necessita	 de	 conhecimento	 prévio	 referente	 ao	
processo	 de	 alfabetização	 e	 letramento	 dos	 alunos,	 assim,	 escolha	 a	 melhor	
maneira de distribuir as pistas da caça ao tesouro de acordo com a realidade da 
turma.
Você	pode	desenvolver	as	pistas	através	de	escrita,	 figuras,	desenhos,	ou	
quebra cabeça. É um dos momentos para desenvolver sua criatividade.
Figura 11 – Caça ao Tesouro
Fonte: Revista Ciranda da Inclusão, Ano 2 Nº18, p.23 .
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 	Práticas	de	Ensino	para	a	Deficiência	Intelectual:	Educação	Física,	Arte	e	Ludicidade
Esses	foram	apenas	alguns	exemplos	de	propostas	de	atividades	que	podem	
ser	desenvolvidas	com	todos	os	alunos	a	fim	de	contribuir	de	forma	lúdica	com	o	
desenvolvimento da cultura corporal, respeitando as particularidades de cada um. 
A	 Educação	 Física	 possibilita	 a	 integração	 através	 do	 convívio	 com	 a	
diversidade. É importante explorar as possibilidades nesta área que trabalha 
diretamente	 com	 o	 corpo,	 a	 fim	 de	 auxiliar	 no	 desenvolvimento	 de	 todas	
as	 crianças,	 inclusive	 as	 com	 deficiência	 intelectual.	 Esses	 alunos	 podem	
apresentar	 características

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