Buscar

No brain No gain (Sem cérebro, sem ganhos)

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 140 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 140 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 140 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

No Brain – No Gain 
 
 
 [ 2 ]
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aliando Inteligência ao Fisiculturismo 
 
 
 [ 3 ]
 
Aliando Inteligência ao 
Fisiculturismo 
 
 
Tradução e compilação: André Díspore Cancian 
Contato: Ateus@ateus.net 
 
 
No Brain – No Gain 
 
 
 [ 4 ]
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aliando Inteligência ao Fisiculturismo 
 
 
 [ 5 ]
Sumário 
 
Prefácio do Tradutor 7
 
Parte I – Esteróides: Teoria & Prática 
Introdução ao Planejamento de Ciclos 11
Natureza e Funcionamento dos Esteróides 25
O Guia Completo para Utilização de Testosterona 31
O Mecanismo de Ação dos Esteróides a Nível Celular 45
Uso Feminino de Esteróides 48
Perfil da Droga: Durateston 56
Perfil da Droga: Hemogenin 59
Noções & Procedimentos Básicos sobre Injeções 61
 
Parte II – Perda de Peso & Definição 
Ciclos de Definição 67
 Cetose: Noções Básicas 71
Perguntas Freqüentes sobre a Dieta Cetogênica 78
Queima de Gordura Localizada: o Mito que Vende 107
DNP & Insulina: uma Mistura Perfeita 113
DNP 128
Fatos Básicos sobre DNP 133
No Brain – No Gain 
 
 
 [ 6 ]
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aliando Inteligência ao Fisiculturismo 
 
 
 [ 7 ]
Prefácio do Tradutor 
 
 Este compêndio de artigos foi criado com o intuito de 
promover a educação sobre o funcionamento e o uso das substâncias 
vinculadas à prática do fisiculturismo. É claro que, com isso, não se 
pretende incentivar ou mesmo fazer parecer que é possível tornar a 
prática isenta de riscos através da educação. Pode-se, é verdade, 
diminuí-los muito, mas nunca erradica-los totalmente. Riscos, como 
sabemos, existem em todos os lugares e em todos os tempos. Até o 
uso indevido de aspirina tem seus riscos. Praticamente tudo que 
desejamos tem seu preço, temos de correr riscos o tempo todo pela 
vida inteira. 
 Já estamos cansados de toda essa demonização dos esteróides 
que vem sendo feita pela mídia. Esteróides são substâncias 
projetadas para serem utilizadas com segurança, não são venenos 
mortais que transformam pessoas em sacos de músculos podres por 
dentro do dia para a noite. Pegam-se exemplo infelizes de indivíduos 
sem o menor bom-senso na utilização dessas substâncias, e então 
tentam fazer parecer que toda e qualquer pessoa que chegar perto 
delas sofrerá todos os efeitos colaterais que aquele indivíduo teve. 
Isso é tão absurdo quanto dizer “um amigo meu tomou 50 aspirinas e 
morreu; então nunca tome aspirina, pois elas são muito perigosas”. 
Bem utilizados, os esteróides podem ser as substâncias que 
auxiliarão você a ter o corpo de seus sonhos sem sacrificar sua 
No Brain – No Gain 
 
 
 [ 8 ]
saúde, fazendo de você uma pessoa mais autoconfiante, feliz e 
satisfeita consigo mesma. 
 A idéia aqui é simplesmente ajudar àqueles que já se 
decidiram quanto a isto; isto é, decidiram que este risco vale a pena 
ser corrido. É claro que esta é a questão pessoal mais importante que 
deve ser respondida antes de se pensar na utilização de substâncias 
farmacológicas. “Eu quero isto tanto assim que os riscos valem ser 
corridos?” Se a resposta for sim, então este livro é para você. 
Através dele, esperamos, será possível encontrar os modos mais 
seguros de alcançar seus objetivos, minimizando alguns efeitos 
colaterais e evitando outros. É claro que sempre se deve contar com 
auxílio de um profissional da área médica que supervisione e 
monitore a saúde em seus pormenores. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aliando Inteligência ao Fisiculturismo 
 
 
 [ 9 ]
 
 
Parte I 
 
 
Esteróides: 
Teoria & Prática 
 
 
 
 
 
No Brain – No Gain 
 
 
 [ 10 ]
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aliando Inteligência ao Fisiculturismo 
 
 
 [ 11 ]
Introdução ao 
Planejamento de Ciclos 
Por Bill Roberts 
 
Introdução 
 Estaremos, aqui, apenas discutindo – e não incentivando – o 
uso de esteróides. Assim, o dilema “usar ou não?” fica por conta de 
cada um. 
 Este artigo pretende tratar de questões básicas como, por 
exemplo, “qual esteróide devo usar? Quais dosagens? Por quanto 
tempo? Pode-se utilizar mais de um tipo ao mesmo tempo?”. É 
importante lembrar que não existe nenhuma “fórmula geral” que se 
aplique a todos. 
 A primeira coisa a ser levada em conta é “quais são os 
objetivos?” e talvez a segunda seja “esses objetivos são razoáveis, 
sensatos?”. Muito freqüentemente me deparo com pessoas que 
desejam ganhar enormes quantidades de massa muscular ao mesmo 
tempo em que perdem gordura e ainda por cima utilizando as drogas 
mais seguras e “brandas” possíveis. O que essas pessoas deveriam 
fazer é traçar objetivos que não sejam contraditórios. Neste artigo 
No Brain – No Gain 
 
 
 [ 12 ]
nós iremos considerar objetivos – razoáveis, é claro – e discutir 
modos de alcançá-los. 
 Todas as considerações feitas aplicar-se-ão apenas a 
indivíduos do sexo masculino. Mulheres devem usar doses muito 
mais reduzidas para evitar problemas de virilização; até doses baixas 
podem causar engrossamento irreversível da voz, aumento piloso 
(também facial), etc. O uso feminino de esteróides é um caso à parte 
que não será tratado neste artigo. 
 
Massa muscular 
 Consideremos o primeiro objetivo mencionado: ganho de 
massa muscular. Os objetivos dependerão em grande parte de quão 
avançado é o atleta e/ou usuário. Uma pessoa com 20kg de massa 
muscular além do que conseguiria desenvolver naturalmente, e que 
deseja acumular ainda mais, simplesmente não conseguirá qualquer 
resultado utilizando 500mg de testosterona. Na melhor das hipóteses 
essa dose o ajudará a manter a massa muscular já adquirida (em vez 
de perdê-la gradativamente). Tal indivíduo provavelmente não 
conseguirá alcançar seus objetivos usando menos de um grama de 
esteróides injetáveis por semana em conjunção com pelo menos 
50mg/dia de algum oral. Talvez seja necessário ainda mais que isso, 
pois o indivíduo já superou de longe seu limite natural, e ganhar 
ainda mais não será fácil. 
Aliando Inteligência ao Fisiculturismo 
 
 
 [ 13 ]
 E aquela pessoa que, após vários anos de treinamento, chegou 
ao seu limite genético sob condições naturais? Ela provavelmente 
conseguiria excelentes resultados com os mesmos 500mg de 
testosterona (por semana). 
 E o indivíduo ainda distante de seus limites naturais por ser 
iniciante ou por ter seguido uma rotina de treinamento incorreta e 
ineficiente? Tal indivíduo pode alcançar ótimos ganhos sem o uso de 
esteróides anabolizantes; apesar de que o uso acarretará um 
aceleramento dos ganhos, diria que fazê-lo não é necessário nem 
recomendável. 
 Quem simplesmente deseja possuir um físico atraente e 
valoriza muito a aparência de sua pele e cabelos seria pouco 
beneficiado com o uso de testosterona ou Dianabol/Hemogenin (em 
doses quaisquer). Os benefícios simplesmente não compensariam os 
prejuízos (pele: oleosidade e acne; cabelos: aceleração da perda). 
Seria mais sensato utilizar, neste caso, uma droga mais branda, para 
assim alcançar seus objetivos com um mínimo de risco à saúde e 
aparência. 
 
Perda de peso 
 E o segundo objetivo, a perda de gordura? Bem, esse objetivo 
é diametralmente oposto ao ganho de massa muscular. Numa 
alimentação com ingestão restrita de calorias não se chega nem perto 
de ganhar quantidades iguais de músculo quanto se ganharia numa 
No Brain – No Gain 
 
 
 [ 14 ]
alimentação hipercalórica que permitisse, digamos, umganho de 
0,5kg gordura/semana. O mais recomendável seria dividir os 
esforços para ganho muscular e perda de gordura em duas etapas 
distintas. Para quem não possui uma quantidade de músculo além do 
limite genético natural, o uso de esteróides não é necessário para se 
chegar a níveis moderados de gordura corporal (cerca de 8%). 
Entretanto, esteróides tornam a dieta mais fácil, rápida e eficiente; a 
dose necessária, neste caso, é bastante reduzida: 250mg/semana de 
Durateston ou 400mg/semana de Primobolan serão suficientes. Tais 
doses, entretanto, não serão suficientes para indivíduos que estejam 
bastante além de seus limites naturais; eles apresentarão um 
catabolismo muscular muito intenso em doses baixas. 
 
Segurança 
 Os efeitos estrogênicos são uns dos sérios problemas 
relacionados à utilização de anabolizantes. A maioria dos esteróides 
converte-se parcialmente em estrógeno, e mesmo os que não o 
fazem, potencializam o efeito do já presente no organismo. 
Testosteronas em geral, Dianabol e Hemogenin são substâncias 
particularmente notórias nesse aspecto, e Deca com certeza também 
está sujeita a esse tipo de conversão. Primobolan, Trembolona, 
Oxandrolona, Winstrol e Masteron são esteróides que não se 
convertem em estrógeno absolutamente, o que corta o problema pela 
raiz. 
Aliando Inteligência ao Fisiculturismo 
 
 
 [ 15 ]
 Os problemas manifestados por tal conversão incluem inibição 
da produção natural de hormônios (que não é controlado apenas pelo 
receptor estrogênico, assim o problema não é totalmente solucionado 
apenas bloqueando-se a conversão), possível ginecomastia 
(desenvolvimento de tecido mamário) e retenção hídrica. 
 Outro fator relativo à segurança das drogas é a hepatotoxidade 
dos esteróides orais. Primobolan não tem esse problema, mas 
comprimidos de 5mg são inúteis a um fisiculturista masculino. 
Precisaria-se de pelo menos 100mg/dia para um efeito bastante 
modesto, sem mencionar que o custo é simplesmente proibitivo. 
Oxandrolona possui uma toxicidade hepática mínima, e é conhecida 
por induzir grandes ganhos de massa; é uma droga cara. Winstrol 
possui alguma toxicidade, mas não é particularmente eficiente. Nos 
restam, agora, Dianabol e Hemogenin. Dianabol é relativamente 
amena ao fígado, ao menos se não for utilizada por muitas semanas 
consecutivas. Hemogenin pode causar mal-estar em algumas pessoas 
bastante rápido. Em minha opinião, se Dianabol conseguir “dar 
conta do recado”, e na maioria dos casos consegue, será a melhor 
escolha entre as duas drogas. 
 
Planejando o ciclo 
 Após termos definido a(s) droga(s) e doses a serem utilizadas, 
precisamos tratar da distribuição e organização do ciclo. 
No Brain – No Gain 
 
 
 [ 16 ]
 Novamente, os objetivos contam muito na determinação. Se 
estivermos falando de um fisiculturista profissional, simplesmente é 
ridículo considerar a possibilidade de ele intercalar períodos de 
descanso do uso de esteróides, pois os outros competidores não vão. 
Ele ficaria para trás se decidisse parar periodicamente de usar drogas 
por algumas semanas a fim de permitir que seu organismo retornasse 
ao funcionamento normal. Já que não estamos tratando de tais 
extremos, será tomado como referencial um indivíduo normal, que 
não deseja utilizar drogas perpetuamente, mas apenas ganhar e 
manter quantidades razoáveis de massa muscular. 
 Se pretendemos reter os ganhos, devemos focar nossa atenção 
ao fim do ciclo. A perda muscular ocorre se o sistema hormonal 
natural, que envolve o hipotálamo, a pituitária e os testículos, não 
estiver produzindo os níveis normais de testosterona quando as 
drogas anabólicas não estiverem mais circulando em nível 
significante no organismo. 
 A inibição de cada uma dessas partes é independente uma da 
outra, e diferentes fatores pesam nessa inibição, mas isso é outro 
assunto. 
 Os fatores que determinam a intensidade da inibição são 
principalmente a duração do ciclo, as drogas escolhidas, as doses e, 
no caso dos esteróides orais, o padrão de distribuição. 
 De modo bem resumido, quanto mais longo o ciclo, mais 
difícil será a recuperação. No cálculo da duração do ciclo deve-se 
levar em conta a meia-vida das drogas e o tempo necessário para que 
Aliando Inteligência ao Fisiculturismo 
 
 
 [ 17 ]
as doses caiam abaixo dos níveis inibitórios (da produção natural). 
Cada droga possui sua meia-vida característica. Algumas pessoas 
falam sobre o ciclo “2 semanas com e 2 semanas sem” utilizando 
Durateston (e então repete-se o processo quantas vezes for 
necessário). Elas acreditam que assim estão fazendo ciclos de duas 
semanas, mas devido à substancial quantidade de Durateston que 
permanece ativa no organismo durante as duas semanas de 
“descanso”, não haverá qualquer recuperação dos níveis naturais de 
hormônio. Por exemplo, se um indivíduo faz quatro desses ciclos 
consecutivamente, terá utilizado esteróides por 16 semanas, ou seja, 
terá provavelmente muita dificuldade para recuperar sua produção 
natural de testosterona. 
 O mesmo ciclo, entretanto, é bastante eficiente se for utilizado 
o propionato de testosterona (em conjunção com um 
antiestrogênico), pois esse éster de testosterona possui uma meia-
vida bem mais curta, permitindo que haja efetivamente um período 
de “descanso” entre os ciclos. 
 Ciclos curtos, com intervalos de muitas semanas entre si, não 
são eficientes. Geralmente, os ganhos de força relevantes só se dão a 
partir da terceira semana, e mesmo que se tenha ganhado massa 
muscular durante as duas primeiras semanas, é só após a terceira que 
o corpo está totalmente “adaptado” para funcionar num ritmo de 
crescimento intenso. Infelizmente, nesses casos, o corpo apenas 
prepara-se para crescer, pois antes disso o usuário interrompe a 
utilização das drogas. Assim, não é recomendável fazer ciclos 
isolados com menos de quatro semanas; o mais sensato seria pelo 
No Brain – No Gain 
 
 
 [ 18 ]
menos cinco ou seis. Ciclos de duas ou três semanas só são uma boa 
idéia, na minha opinião, se forem feitos em série e com apenas um 
pequeno intervalo de descanso. 
 Ciclos isolados e curtos não fazem sentido porque 
desperdiçam uma fase em que o corpo ganharia massa rapidamente, 
mas, em contrapartida, ciclos com mais de dez semanas 
provavelmente causarão uma recuperação difícil. Ademais, após o 
corpo ter crescido intensamente por várias semanas, estará menos 
propenso a continuar crescendo. Usar esteróides por longos períodos 
provavelmente resultará numa dificuldade de recuperação, ou seja, 
haverá maior perda muscular no fim do ciclo. Seis semanas de uso 
pesado e duas a quatro de uso leve são, em média, as durações mais 
eficientes para usuários que pretendem manter os ganhos ao 
máximo. 
 Apesar de no começo do ciclo não se notar muito claramente a 
diferença entre os esteróides, no fim essa diferença torna-se bastante 
óbvia (devido a fatores que influenciam na inibição da produção 
natural). Se começarmos com doses altas e diminuirmos 
gradativamente, no fim, a recuperação (e retenção da massa 
adquirida) será bem melhor do que seria caso fosse feito o oposto, ou 
seja, começar com pouco e aumentar. 
 Primobolan, mesmo não sendo um esteróide excepcionalmente 
forte por miligrama, parece possuir uma proporção bastante boa 
entre efeitos anabólicos/inibitórios, o que torna tal droga muito 
propícia para ser utilizada nas últimas semanas dos ciclos. Não é 
Aliando Inteligência ao Fisiculturismo 
 
 
 [ 19 ]
muito nítido se tal mecanismo é algo inerente à Primobolan; talvez 
isso seja devido ao fato dela não se converter em estrógeno e, se 
assim for, talvez (especulando) uma dose baixa de trembolona tenha 
o idênticoefeito nesse aspecto. 
 É impossível determinar com exatidão a dosagem ideal a ser 
utilizada para esses fins. Em alguns casos, houve resultados 
excelentes com um grama de Primobolan/semana. Mas doses dessa 
magnitude são bastante caras, sem mencionar que não é muito certo 
se todas pessoas se recuperariam plenamente com elas. Apenas 
400mg/semana parecem ser suficientes para saturar os receptores 
androgênicos e garantir numa boa preservação dos ganhos. 
 No que diz respeito aos esteróides de administração oral, 
utilizá-los numa dosagem diária única acarreta uma inibição muito 
menor que em várias pequenas doses divididas durante o dia. Não se 
sabe exatamente qual parte do dia é a melhor, mas utilizar a manhã 
não só funciona perfeitamente, mas também faz sentido, já que isso 
resulta numa baixa quantidade da droga no organismo exatamente 
nos horários em que a produção de LH e testosterona natural são 
mais elevadas (da noite até o começo da manhã). Assim, utilizar os 
esteróides orais em dose única nas últimas semanas do ciclo é uma 
boa idéia. 
 Nosso objetivo como um todo não é, entretanto, apenas tentar 
minimizar a inibição da produção natural de hormônios. Se esse 
fosse o caso, a resposta simplesmente seria “não use esteróides, ou 
então apenas doses muito baixas”. 
No Brain – No Gain 
 
 
 [ 20 ]
 Nas fases iniciais do ciclo a inibição deve simplesmente ser 
aceita como o preço a ser pago para se conseguir ganhos 
consideráveis. A inibição em si mesma não tem qualquer relação 
com o ganho de massa; na verdade, ela é apenas mediada pelo 
receptor androgênico, e assim sendo, altos níveis de andrógenos no 
corpo causarão necessariamente a inibição. E já que neste caso ela 
irá ocorrer inevitavelmente, então devemos apenas nos preocupar em 
ganhar o máximo de massa muscular possível. Não há justificativa 
para meios-termos aqui. Ou você está em fase de ganho de massa 
(ignorando os fatores que causam inibição), ou então, após essa fase, 
está se preocupando em mantê-los (levando em conta tais fatores). 
 No início do ciclo as propriedades inibitórias dos esteróides 
têm importância muito mais reduzida que suas propriedades 
anabólicas. 
 São dois os anabolizantes que reinam supremos: testosterona e 
trembolona (que é encontrada na Parabolan ou preparados ilegais de 
Finaplix). Esses dois esteróides parecem ser mais eficientes no 
ganho de massa muscular que quaisquer outros injetáveis. 
 Ambos podem vir a ser usados em conjunto, pois é improvável 
que alguém consiga financiar ou obter grandes quantidades de 
parabolan; então parece sensato adicionar testosterona à mistura, e 
talvez até haja uma sinergia entre essas drogas. A combinação 
trembolona/Dianabol também gera resultados excelentes. 
Anabolizantes orais têm benefícios à parte não porque se ligam a 
receptores diferentes (pois existe apenas um tipo), mas 
Aliando Inteligência ao Fisiculturismo 
 
 
 [ 21 ]
provavelmente por terem ação direta no fígado, o que influencia 
vários fatores de crescimento. 
 
Sobre outros injetáveis 
 Não vejo sentido em usar esteróides fracos como Deca ou 
Primobolan na fase pesada do ciclo. Provavelmente não vão causar 
problema algum, pois uma vez ligados ao receptor, vão induzir o 
mesmo efeito que a testosterona, mas na fase pesada simplesmente já 
há droga suficiente para saturar todos os receptores. Ou seja, não 
haverá qualquer benefício relevante em utilizar esteróides fracos; 
sem mencionar que tais esteróides costumam ter um preço bastante 
elevado. 
 Há apenas um mínimo benefício não relacionado aos 
receptores androgênicos induzido por essas drogas; elas também não 
amenizam os efeitos colaterais dos esteróides mais pesados. Então 
não há qualquer sentido em usá-las para tentar potencializar o ganho 
de massa muscular. 
 Os efeitos colaterais relacionados ao uso da testosterona são o 
porquê de muitas pessoas interessarem-se em drogas mais fracas, 
como Deca. Entretanto, utilizando testosterona em conjunto com um 
inibidor de aromatização (ex. Cytadren) e um antagonista do 
receptor estrogênico (ex. Clomid a 50-100mg/dia), ela torna-se 
comparável à Deca em termos de efeitos colaterais/eficiência. 
No Brain – No Gain 
 
 
 [ 22 ]
 Alguns relatam que a utilização de Proscar (Finasterida) 
minimiza os efeitos da testosterona em relação à pele (oleosidade e 
acne) e ao cabelo (aceleração da perda). 
 Argumentar que reduzir a conversão da testosterona em DHT 
diminui o crescimento muscular pode ter algum fundamento. Isso 
pode ser verdade devido à perda de DHT influenciar na atividade do 
tecido nervoso, ou porque prejudica outros fatores (não relacionados 
ao receptor androgênico) mediados pelo androstanediol, um 
metabólito do DHT, ou algum outro efeito indireto que acaba 
influenciando os músculos. O DHT em si mesmo não é muito 
anabólico ao tecido muscular. 
 Se um indivíduo decidir utilizar Proscar para minimizar os 
riscos de perda capilar, sugiro que seja feito uso tópico (aplicação 
direta no couro cabeludo). Mas, se usado oralmente, recomenda-se 
que, ao menos, não se exceda a dose farmacológica. 
 
Recuperação 
 Há um efeito colateral inevitável: se alguém utilizar doses 
elevadas de testosterona e/ou trembolona por meses, no fim do ciclo 
ocorrerão perdas musculares devido à dificuldade para retornar ao 
estado natural. A produção de LH estará muito baixa, e por ter 
estado assim por algum tempo, normalmente a pituitária leva um 
tempo considerável até estar apta a funcionar em níveis normais. 
Aliando Inteligência ao Fisiculturismo 
 
 
 [ 23 ]
Durante o ciclo também é provável que ocorra atrofia testicular, 
apesar de que isso pode ser evitado usando HCG. 
 Devido aos típicos problemas de recuperação, é sensato limitar 
a fase pesada a 5-8 semanas, e então utilizar algum esteróide leve 
(ex. Primobolan) para terminar o ciclo. Em média se começa a fase 
“leve” duas semanas após a última injeção das drogas pesadas, mas 
isso pode variar em função da meia-vida do éster em questão. Nessa 
fase, a administração dos esteróides orais deve ser feita em dose 
única (como explicado acima). 
 Se ésteres de longa duração estiverem sendo usados – durante 
a fase de crescimento –, então quantidades significantes ainda 
existirão no organismo 2 a 3 semanas após a última injeção, e assim 
não há qualquer sentido em começar a utilizar os esteróides mais 
fracos antes disso. 
 Após essas 2-3 semanas, se não houver Primobolan disponível 
no mercado, pode-se também utilizar esteróides orais no esquema 
“dose única”, e uma quantidade bastante reduzida de testosterona 
(100mg/semana) com um antiestrogênico. 
 Nesses casos, ser “meio-termo” não é uma boa idéia. Há um 
ponto onde não há anabolizante suficiente para propiciar efeitos 
anabólicos, mas mesmo assim ainda induz inibição da produção 
natural. Não se deve permanecer nesse meio-termo, mas ir direto à 
fase “leve”, onde se utiliza doses muito baixas ou então drogas 
pouco inibitórias a fim de permitir a reestabilização hormonal do 
corpo. 
No Brain – No Gain 
 
 
 [ 24 ]
 Clomid deve ser utilizado continuamente até que o usuário 
tenha certeza de que sua produção natural de testosterona voltou ao 
normal. 
 
Conclusão 
 Infelizmente, não há uma resposta que abarque todos os casos. 
Diferentes usuários têm diferentes objetivos. 
 A informação acima serve para apenas para dar uma base a 
fisiculturistas que desejam possuir e manter ganhos substanciais (e 
não usar esteróides continuamente). Indivíduos que desejam 
resultados mais moderados ou extremos precisam ajustar o 
planejamento de acordo.Aliando Inteligência ao Fisiculturismo 
 
 
 [ 25 ]
Natureza e Funcionamento 
dos Esteróides 
Por Sanjac 
 
 Este artigo tentará explicar o que são e como funcionam os 
esteróides. A intenção será proporcionar uma noção geral, e não 
descrições detalhadas. 
 
Tipos de Esteróides 
 Esteróides anabolizantes podem ser grosseiramente 
classificados em dois tipos: orais e injetáveis. Quando um indivíduo 
se alimenta ou consome algo por via oral, a grande maioria das 
substâncias ingeridas passa através do fígado antes de entrar na 
corrente sanguínea. Por esse motivo, os esteróides injetáveis não 
podem ser administrados por via oral, pois na primeira vez em que 
passam pelo fígado são “desativados”. A desativação feita pelo 
fígado geralmente consiste na adição de um ou mais grupos hidroxila 
(OH) para aumentar a solubilidade da molécula em água, facilitando 
o processo de excreção através da urina. 
 
No Brain – No Gain 
 
 
 [ 26 ]
Esteróides Orais 
 Esteróides orais são uma versão modificada dos injetáveis; 
essa alteração tem como finalidade tornar mais difícil ao fígado 
“desativar” tais moléculas. Essa modificação consiste quase sempre 
na adição de um grupo metila à estrutura molecular do esteróide. O 
fígado ainda é capaz de “desativar” a molécula, mas não tão 
facilmente quanto uma não-modificada. Assim, esteróides orais 
fazem vários ciclos pela corrente sanguínea até serem finalmente 
excretados, sendo que maioria acaba sendo eliminada mesmo sem 
sofrer qualquer alteração química. 
 
Esteróides Injetáveis 
 Esteróides injetáveis são totalmente “desativados” numa única 
passagem pelo fígado. Mas então por que funcionam? A resposta 
está na palavra “depot” (depósito). Esse “reservatório” é o que 
permite a liberação gradual do esteróide na corrente sanguínea. 
Enquanto o esteróide está sendo “desativado” pelo fígado, mais está 
sendo liberado pelo “reservatório”. Há vários métodos para criar o 
“efeito reservatório”. 
 
 
 
Aliando Inteligência ao Fisiculturismo 
 
 
 [ 27 ]
Suspensão 
 O primeiro consiste em utilizar testosterona pura (um sólido 
cristalino) em suspensão aquosa. A testosterona possui um pequeno 
grau de solubilidade, e assim seus cristais vão dissolvendo-se 
lentamente no tecido em que foram injetados. A substância 
dissolvida difunde-se pelo corpo através da corrente sangüínea. No 
caso da testosterona em suspensão, o “reservatório” é o próprio local 
da injeção. Os cristais ficam retidos no tecido, e isso costuma causar 
dor no local da aplicação. A testosterona dissolve-se numa taxa 
relativamente constate, durando alguns dias no corpo. A suspensão 
de Winstrol (Stanozol) funciona de maneira bastante semelhante. 
 
Ésteres 
 Outro modo de conseguir o “efeito depósito” é utilizar ésteres 
de testosterona (uma versão modificada, tornada insolúvel em água) 
que possam ser reconvertidos, no corpo, novamente em testosterona 
que, por sua vez, possui um certo grau de solubilidade. Comumente 
a testosterona é transformada em um éster através da adição de um 
ácido orgânico à sua estrutura, tornando-a solúvel em óleo, mas 
muito pouco em água. Os ácidos orgânicos mais utilizados são o 
acetato (C2), propionato (C3), enhanato (C7) e decanoato (C10). 
Quanto maior a cadeia carbônica do ácido, maior a solubilidade do 
éster em óleo e maior o tempo necessário para que o éster converta-
se novamente em testosterona. 
No Brain – No Gain 
 
 
 [ 28 ]
 Há uma crença generalizada de que os ésteres de base oleosa 
ficam retidos no local da aplicação. Isso não é verdade. A noção de 
reservatório aqui é meramente metafórica (só pode ser utilizada no 
sentido de a substância liberar lentamente o esteróide contido no 
éster), pois a substância injetada na verdade dispersa-se pelo corpo 
após a injeção. O caso é que se a aplicação for feita num ambiente 
contaminado, o corpo tentará “englobar” o material contaminante, o 
que causa a formação de um abscesso. Nesses casos tem-se a 
impressão de que o esteróide permaneceu no local da aplicação, 
entretanto, num ambiente estéril, a solução oleosa irá dispersar-se. 
Injetar grandes quantidades e/ou muito freqüentemente num único 
local não é a verdadeira causa dos abscessos. 
 
Ativação do Receptor Androgênico 
 Uma vez que a molécula de esteróide chega à célula, difunde-
se dentro dela (a difusão pode ocorrer com ou sem as globulinas 
transportadoras). Tendo o esteróide chegado ao interior da célula, 
liga-se ao receptor androgênico, ativando-o; então o conjunto 
receptor-esteróide dirige-se ao núcleo. Dois desses conjuntos unem-
se para formar o “elemento de resposta androgênica”. O sistema 
“(esteróide+receptor)+(esteróide+receptor)” interage com o DNA no 
núcleo da célula, intensificando a transcrição de certos genes. 
Enquanto o sistema estiver intacto (a perda de qualquer elemento 
implica sua total desativação), ele acelera a transcrição dos genes. Os 
esteróides, entretanto, ficam num estado de fluxo permanente, 
Aliando Inteligência ao Fisiculturismo 
 
 
 [ 29 ]
conectando-se e desconectando-se dos receptores (e também das 
globulinas de transporte). Assim, o sistema pode desativar-se 
simplesmente pela perda de uma das moléculas de esteróide ligadas 
aos receptores. Isso explica porque um grama/semana de 
testosterona é mais eficiente que 500mg, apesar de que meio grama 
parece ser suficiente para saturar todos os receptores do corpo. 
Quanto maior a concentração de esteróides no sangue, maior a 
chance de os receptores estarem ocupados, e assim os sistemas 
estarão ativos mais freqüentemente. 
 
Outras ações 
 A ativação do receptor androgênico é um mecanismo chave na 
ação dos esteróides, mas esse mecanismo em si não explica as 
diferenças entre os esteróides (por exemplo, nandrolona (Deca) é 
mais eficiente que testosterona na ativação dos receptores, mas não é 
tão boa quanto no ganho de massa). 
 Outras ações envolvem o sistema nervoso central, como a 
ativação motora (coordenação muscular) e o temperamento (por 
exemplo, agressividade). O mecanismo pelo qual os esteróides 
manifestam tais efeitos não é atualmente conhecido. 
 No fígado, alguns tipos de esteróide induzem a liberação de 
certos “Fatores de Crescimento”. As diferentes características dos 
esteróides explicam por que usar duas drogas diferentes 
No Brain – No Gain 
 
 
 [ 30 ]
freqüentemente gera resultados mais satisfatórios que utilizar apenas 
uma. 
 
Excreção dos Esteróides 
 O fígado é o principal órgão encarregado de “desativar” os 
esteróides; muda-se nele a estrutura química do esteróide para torná-
lo mais solúvel em água a fim de excretá-lo pelos rins, apesar de que 
uma boa quantidade do esteróide é excretada sem qualquer alteração. 
Muitos indivíduos da comunidade médica acreditavam que os 
esteróides causavam danos ao fígado devido às elevadas quantidades 
de certas enzimas associadas ao seu uso. Tais enzimas também são 
encontradas em pacientes com danos hepáticos causados por outros 
motivos, e então concluíram, a partir disso, que o esteróide era causa 
danos. Pesquisas recentes, entretanto, mostraram que a enzima 
causadora de danos permanece inalterada quando alguns tipos de 
esteróide são usados; a afirmação de que esteróides danificam o 
fígado tornou-se questionável (esteróides orais alterados 
quimicamente pela adição de um grupo metila realmente podem vir a 
causar danos hepáticos, mas são casos raros, e tal dano é totalmente 
reversível). O mesmo processo foi utilizado para tentar justificar 
danos aos rins, mas isso também é improvável. 
 
Não se deve utilizar esteróides sem a supervisão de um profissional 
da área médica! 
Aliando Inteligência ao Fisiculturismo[ 31 ]
O Guia Completo para 
Utilização de 
Testosterona 
Por Micro 
 
 Se fosse feita uma votação entre usuários de esteróides para 
eleger a melhor das drogas, não há qualquer dúvida: a testosterona 
reinaria suprema. Ela é, de longe, o composto mais eficiente para se 
acumular grandes quantidades de músculo em curtos períodos de 
tempo. O limite “genético” natural torna-se irrisório frente aos 
enormes ganhos de massa muscular que a testosterona possibilita. 
Infelizmente, também há sérios efeitos colaterais associados ao uso 
dessa droga, mas a boa notícia é que todos podem ser prevenidos ou 
controlados. 
 Há tantos mitos a serem desmascarados sobre a testosterona 
que foram necessários dois meses para que tomasse coragem de 
escrever este artigo. Todas as vezes em que pensava em iniciar a 
redação, vinha-me a pesada e frustrante consciência de toda a 
paranóia que a mídia criou em torno do uso de esteróides. Então 
continuava adiando e adiando a criação deste texto, mas finalmente 
decidi que o tempo gasto valeria a pena, pois estaria ajudando a 
No Brain – No Gain 
 
 
 [ 32 ]
educar muitas pessoas com a mente aberta. Aos ignorantes, é apenas 
isto o que tenho a dizer: suas críticas e elogios eu dispenso. 
 Acredito que os mitos mais daninhos associados aos esteróides 
são os seguintes: 
 “O uso de testosterona induz ataques de fúria e 
agressividade”. Não sei como tal mentira surgiu, mas acredito que 
talvez esteja relacionada aos jogadores de futebol americano, nos 
quais foi inculcado que a violência descontrolada é algo positivo. 
Sabe-se que a testosterona influencia os níveis de endorfina; e todas 
as pessoas conhecidas minhas que a utilizaram relataram que ela 
normalmente gera um sentimento de bem-estar. E ainda mais, 
afirmo, por experiência própria, que isso é verdade. Não existe essa 
“agressividade” induzida pelos esteróides, isso é mito! Mas 
obviamente, se há um lado estúpido e violento escondido dentro de 
alguém, a testosterona pode acabar trazendo-o à tona. Isso não 
equivale, entretanto, a dizer que eles transformam pessoas normais 
em psicopatas enfurecidos e descontrolados. 
 “Esteróides fazem o pênis encolher”. Isso é alguma piada? Eu 
acharia que sim se não fosse pelas inúmeras pessoas que dizem isso 
com seriedade. De onde se pode tirar a absurda idéia de que 
esteróides diminuem o pênis? Acho impossível conceber qualquer 
mecanismo através do qual possam causar tal efeito. Provavelmente 
esse mito nasceu de mais um equívoco. O que testosterona causa é a 
atrofia testicular (com conseqüente redução de seu volume), mas isso 
pode ser totalmente evitado por qualquer indivíduo que tenha meia 
Aliando Inteligência ao Fisiculturismo 
 
 
 [ 33 ]
dúzia de neurônios (funcionado). A prevenção da atrofia testicular 
será discutida em detalhes mais adiante neste artigo. 
 Testosterona, se utilizada apropriadamente, pode gerar 
resultados fascinantes. Um indivíduo, em seu primeiro ciclo (de três 
meses), ganha em média 15-25kg. Após o término do uso de 
esteróides, provavelmente perderá 5-7,5kg – que eram 
essencialmente água retida –, mas manterá toda a massa muscular. 
Assim, afirmar que “todos os ganhos serão perdidos no fim do ciclo” 
é uma falsidade. Claro que se um indivíduo permitir a atrofia 
testicular e cessar o uso de testosterona repentinamente, sem uma 
diminuição gradual, perderá muito da massa que obteve. Mas a lição 
a ser tirada disso é a mesma: qualquer indivíduo propriamente 
educado sobre a utilização de testosterona será capaz de ganhar – e 
manter – enormes volumes de massa muscular, sofrendo apenas uma 
quantidade mínima de efeitos colaterais. 
 Para saber se a testosterona é o esteróide certo para você, faça 
a pergunta “quais são meus objetivos?”. Se a resposta estiver 
relacionada à perda de gordura, sem qualquer ligação com ganho 
muscular, então testosterona não é o que você procura. Essa droga é 
apenas recomendável para quem deseja obter o máximo possível de 
força e hipertrofia muscular. (O meio-termo, ou seja, a utilização de 
testosterona em ciclos de definição, será discutido em outro artigo). 
 Após ter certeza de que essa droga é a que você procura, o 
próximo passo é escolher qual a versão mais apropriada para seus 
fins. Quase nunca se encontra testosterona pura; a maior parte das 
No Brain – No Gain 
 
 
 [ 34 ]
variantes consiste numa molécula de testosterona ligada a um ácido 
orgânico (tais substâncias são denominadas “ésteres de 
testosterona”). O intuito dessa alteração química é fazer com que o 
esteróide seja liberado de forma gradual. 
 Existem vários tipos de testosterona para se escolher. 
Propionato de testosterona manifesta seus efeitos no organismo em 
2-3 dias. A testosterona em suspensão (pura, em solução aquosa) 
manifesta-se em apenas um dia. Enhanato de testosterona leva 
aproximadamente 10 dias. Durateston (uma mistura de quatro ésteres 
diferentes) permanece ativa no corpo por até quatro semanas. Uma 
regra geral é “quanto mais rápida a ação do esteróide, mais efeitos 
colaterais”. Nosso objetivo aqui é encontrar uma testosterona que 
não entre em funcionamento muito rapidamente, pois isso acarreta 
altas porcentagens de conversão em estrógeno e DHT. Entretanto, 
ésteres que permanecem ativos por muito tempo tornam difícil 
calcular a quantidade da substância no corpo. Pessoalmente, sugiro o 
enhanato de testosterona. 
 O próximo passo é decidir quais doses serão utilizadas. Para 
um iniciante, sugiro 500mg/semana. Abaixo está o exemplo de um 
bom ciclo. 
Semanas 1 a 10: 500mg/semana 
Semana 11: 300mg/semana 
Semana 12: 200mg/semana 
Aliando Inteligência ao Fisiculturismo 
 
 
 [ 35 ]
 Se o ciclo realmente resumir-se a isso, provavelmente haverá 
efeitos colaterais resultantes dos dois caminhos que a testosterona 
pode tomar no organismo: 
 Ser convertida em DHT. Apesar dele possuir efeitos benéficos 
ao ganho de massa, também é altamente androgênico. DHT é, em 
grande parte, o causador dos dois piores efeitos colaterais dos 
esteróides: calvície e aumento da próstata (hiperplasia prostática). 
 O porquê de querermos evitar a calvície dispensa explicações. 
O DHT liga-se ao folículo capilar, causando inflamação, o que deixa 
o cabelo sem oxigênio e, com isso, obviamente, ele morre. O 
crescimento prostático causado pelo DHT também deve ser evitado. 
Além de esse aumento causar uma freqüente necessidade de urinar, 
também eleva dramaticamente as chances de câncer na próstata. 
Como se evita isso? Usando finasterida (comercialmente vendida 
sob o nome de Proscar). Tal composto mostrou-se muito eficiente 
inibindo a conversão de testosterona em DHT. Pesquisas concluíram 
que a substância é altamente eficaz no tratamento e prevenção da 
calvície e aumento da próstata. Sugiro que se utilize entre 1 a 
1.25mg/dia para cada 500mg de testosterona. O uso prolongado não 
resulta em efeitos adversos na maioria dos aspectos. (Referencias 
1,2,3,4,5,6,7,8,9,10) 
 Também recomendo o uso do shampoo Nizoral. Pesquisas 
concluíram que ele pode prevenir calvície. Recomendo a versão 
tópica (shampoo) porque ela possui preço bastante reduzido. Não há 
No Brain – No Gain 
 
 
 [ 36 ]
efeitos adversos relacionados à sua utilização, senão um possível 
ressecamento do cabelo. 
 Sofrer aromatização, ou seja, converter-se em estrógeno. Essa 
substância pode vir a causar o desenvolvimento irreversível de 
tecido mamário, conhecido tecnicamente como ginecomastia. Apesar 
de não causar nenhum mal e comumente ser bastante pequena, acaba 
gerando muita angústia no usuário por questões estéticas. O 
estrógeno também aumenta a retenção hídrica e a taxa de acúmulo 
de gordura. Felizmente,evitar tais efeitos é muito fácil. Apenas 
deve-se utilizar um antiaromatizante (substância que impede a 
conversão de testosterona em estrógeno). Anastrozol 
(comercialmente encontrado em comprimidos de 1mg sob o nome de 
Arimidex) é o número um da lista. Sugiro doses entre 0.125 e 
0.25mg/dia para cada 500mg de testosterona. Para facilitar o 
processo de divisão dos comprimidos, também se pode utilizar 0.25 
ou 0.5mg a cada dois dias. Inúmeras pesquisas mostraram que 
anastrozol suprime até 90% da conversão de testosterona em 
estrógeno. A substância também se comprovou extremamente segura 
mesmo quando utilizada por longos períodos de tempo. (Referências 
11, 12, 13, 14, 15, 16, 17, 18, 19, 20) 
 Outro efeito colateral da testosterona é a atrofia testicular. O 
corpo, após detectar um excesso de testosterona, reage cessando a 
produção natural. Isso tem como conseqüência o encolhimento dos 
testículos e a oligospermia (diminuição da quantidade de 
espermatozóides). A substância chamada Clomifeno 
(comercialmente encontrada sob o nome Clomid) pode evitar tais 
Aliando Inteligência ao Fisiculturismo 
 
 
 [ 37 ]
efeitos indesejáveis estimulando o corpo continuar normalmente sua 
produção de testosterona. A atrofia, apesar de ser totalmente 
reversível, deve ser evitada porque a reestabilização da produção 
natural leva até um mês, e nesse meio tempo seu corpo possuirá 
quantidades ínfimas de testosterona, o que provavelmente resultará 
num intenso catabolismo muscular. A dose a ser utilizada é de 
25mg/dia para cada 500mg de testosterona. Clomid, segundo 
inúmeros estudos laboratoriais e médicos, é muito seguro. 
(Referências 21, 22, 23, 24, 25, 26, 27, 28, 29, 30, 31, 32) 
 Testosterona também aumenta a taxa de colesterol, e é por isso 
que se deve controlar a dieta nesse aspecto. Muitas vezes ouve-se 
sobre indivíduos que sofreram ataques cardíacos durante ciclos de 
esteróides porque se recusaram a cortar o colesterol de sua 
alimentação. É recomendável fazer exames sangüíneos durante o 
primeiro ciclo para saber qual é a influência da testosterona sobre 
seus níveis de colesterol. Pessoalmente, o meu subiu de 170 para 200 
durante o ciclo (sem qualquer alteração na dieta); ou seja, ela não me 
afeta muito nesse sentido. Mas cada um é cada um; caso você seja 
suscetível a tais efeitos da testosterona, simplesmente ajuste sua 
dieta. 
 As glândulas sebáceas localizadas na pele também são 
influenciadas; a principal função delas é produzir óleo. A 
testosterona aumenta essas glândulas, causando uma produção 
excessiva, o que resulta no aparecimento de acne (principalmente 
nas costas e peito). Tal efeito também é facilmente remediado. A 
primeira medida é passar a tomar dois banhos diariamente. Para 
No Brain – No Gain 
 
 
 [ 38 ]
quem mora no litoral recomenda-se, uma ou duas vezes por semana, 
um banho de mar. Para os que moram no interior, deve-se tomar, 
também na mesma freqüência, banhos com sulfato de magnésio (2 
copos) e alvejante (entre 0.5/1 copo). 
 Abaixo está a versão completa (com a adição dos suplementos 
recomendados) do ciclo para iniciantes mencionado acima. 
Semanas 1 a 10: 
500mg Testosterona/semana 
1.25mg Proscar/dia 
0.125mg Arimidex/dia 
25mg Clomid/dia 
320mg Saw Palmetto (Serenao Repens) 
 
Semana 11: 
300mg Testosterona/semana 
1.25mg Proscar/dia 
0.125mg Arimidex/dia 
25mg Clomid/dia 
320mg Saw Palmetto (Serenao Repens) 
 
Semana 12: 
200mg Testosterona/semana 
1.25mg Proscar/dia 
0.125mg Arimidex/dia 
50mg Clomid/dia 
320mg Saw Palmetto (Serenao Repens) 
Aliando Inteligência ao Fisiculturismo 
 
 
 [ 39 ]
 
Semana 13: 
1.25mg Proscar/dia 
0.125mg Arimidex/dia 
100mg Clomid/dia 
 
Semana 14: 
1.25mg Proscar/dia 
0.83 mg Arimidex/dia (ou 0.25 a cada três dias) 
50mg Clomid/dia 
 A maioria das pessoas não sabe muito bem como deve se 
alimentar ou treinar durante os ciclos. Para facilitar o ganho de 
massa, é altamente recomendável um aumento de 2000 calorias na 
alimentação. A quantidade diária de proteínas deve seguir a 
proporção de 3/4 gramas/Kg de massa magra. O treinamento deve 
ser essencialmente o mesmo, talvez adicionando duas séries a mais 
por músculo. O sono é outro fator importante; deve-se dormir pelo 
menos 8 horas. 
 Comendo, treinando e dormindo corretamente, pode-se esperar 
ganhos entre 10-20kg. Entre eles, 2.5 a 5kg serão água; então não se 
preocupe quando, no fim do ciclo, ela começar a ser eliminada, pois 
a massa muscular certamente permanecerá. Em média, apenas um 
décimo do peso acumulado é água (se arimidex não for utilizado a 
retenção será muito maior). 
No Brain – No Gain 
 
 
 [ 40 ]
 Para finalizar, o tempo de intervalo recomendado entre ciclos 
equivale à duração dele mesmo; ou seja, após um ciclo de 12 
semanas, deve-se esperar outras 12 antes de retomar a utilização de 
esteróides. 
 
Referências 
1) Drake L, et al. “The effects of finasteride on scalp skin and serum 
androgen levels in men with androgenetic alopecia.” J Am Acad 
Dermatol 1999 Oct;41(4):550-4. 
2) Ekman P. “Finasteride in the treatment of benign prostatic 
hypertrophy: an update. New indications for finasteride therapy.” 
Scand J Urol Nephrol Suppl 1999;203:15-20. 
3) Span PN, Et al. “Selectivity of finasteride as an in vivo inhibitor 
of 5alpha-reductase isozyme enzymatic activity in the human 
prostate.” J Urol 1999 Jan;161(1):332-7. 
4) McClellan KJ, Markham A. “Finasteride: a review of its use in 
male pattern hair loss.” Drugs 1999 Jan;57(1):111-26. 
5) Gisleskog PO, et al. “A model for the turnover of 
dihydrotestosterone in the presence of the irreversible 5 alpha-
reductase inhibitors GI198745 and finasteride.” Clin Pharmacol Ther 
1998 Dec;64(6):636-47. 
Aliando Inteligência ao Fisiculturismo 
 
 
 [ 41 ]
6) Ekman P. “A risk-benefit assessment of treatment with finasteride 
in benign prostatic hyperplasia.” Drug Saf 1998 Mar;18(3):161-70. 
7) Habib FK. “Differential effect of finasteride on the tissue 
androgen concentrations in benign prostatic hyperplasia.” Clin 
Endocrinol (Oxf) 1997 Feb;46(2):137-44. 
8) Lopatkin NA. “The long-term treatment of patients with benign 
prostatic hyperplasia using Proscar.” Urol Nefrol (Mosk) 1996 Jan-
Feb;(1):2-4. 
9) Stoner E. “5alpha-reductase inhibitors/finasteride.” Prostate Suppl 
1996;6:82-7. 
10) Dallob AL. “The effect of finasteride, a 5 alpha-reductase 
inhibitor, on scalp skin testosterone and dihydrotestosterone 
concentrations in patients with male pattern baldness.” J Clin 
Endocrinol Metab 1994 Sep;79(3):703-6. 
11) Pierard-Franchimont C, et al. “Ketoconazole shampoo: effect of 
long-term use in androgenic alopecia.” Dermatology. 196(4):474-7, 
1998. 
12) Coombes RC, et al. “Aromatase inhibitors and their use in the 
sequential setting.” Endocr Relat Cancer 1999 Jun;6(2):259-63. 
13) Baum M. “Use of aromatase inhibitors in the adjuvant treatment 
of breast cancer.” Endocr Relat Cancer 1999 Jun;6(2):231-4. 
No Brain – No Gain 
 
 
 [ 42 ]
14) Dowsett M. “Drug and hormone interactions of aromatase 
inhibitors.” Endocr Relat Cancer 1999 Jun;6(2):181-5. 
15) Brodie A. “Aromatase and its inhibitors.” J Steroid Biochem 
Mol Biol 1999 Apr-Jun;69(1-6):205-10. 
16) Dowsett M, et al. “The effect of anastrozole on the 
pharmacokinetics of tamoxifen in post-menopausal women with 
early breast cancer.” Br J Cancer 1999 Jan;79(2):311-5. 
17) Kleeberg UR, et al. “A randomised comparison of oestrogen 
suppression with anastrozole and formestane in postmenopausal 
patients with advanced breast cancer.” Oncology 1997;54 Suppl 
2:19-22. 
18) Yates RA, et al. “Arimidex (ZD1033): a selective, potent 
inhibitor of aromatase in postmenopausal female volunteers.” Br JCancer 1996 Feb;73(4):543-8. 
19) Coombes RC. “Aromatase inhibitors and their use in the 
adjuvant setting.” Recent Results Cancer Res 1998;152:277-84. 
20) Lonning PE, et al. “Pharmacological and clinical profile of 
anastrozole.” Breast Cancer Res Treat 1998;49 Suppl 1:S53-7; 
discussion S73-7. 
21) Guay AT, et al. “Effect of raising endogenous testosterone levels 
in impotent men with secondary hypogonadism: double blind 
placebo-controlled trial with clomiphene citrate.” J Clin Endocrinol 
Metab 1995 Dec;80(12):3546-52. 
Aliando Inteligência ao Fisiculturismo 
 
 
 [ 43 ]
22) Tenover JS, Bremner WJ. “The effects of normal aging on the 
response of the pituitary-gonadal axis to chronic clomiphene 
administration in men.” J Androl 1991 Jul-Aug;12(4):258-63. 
23) Goh HH, Ratnam SS. “Effects of estrogens, clomiphene and 
castration in a male transsexual with as compared to those without 
hypersecretion of gonadotropins.” Gynecol Endocrinol 1990 
Jun;4(2):127-41. 
24) Sokol RZ, et al. “A controlled comparison of the efficacy of 
clomiphene citrate in male infertility.” Fertil Steril 1988 
May;49(5):865-70. 
25) Tenover JS, et al. “The effects of aging in normal men on 
bioavailable testosterone and luteinizing hormone secretion: 
response to clomiphene citrate.” J Clin Endocrinol Metab 1987 
Dec;65(6):1118-26. 
26) Martikainen H, et al. “Testicular responsiveness to hCG before 
and after long-term antiestrogen treatment in oligozoospermic men.” 
J Steroid Biochem 1985 Nov;23(5A):651-5. 
27) Ronnberg L, Kivinen S, Ylikorkala O. “Gonadotropins, 
prolactin, testosterone and estradiol in seminal plasma: effect of 
clomiphene treatment.” Andrologia 1981 Sep-Oct;13(5):406-11. 
28) Ronnberg L. “The effect of clomiphene citrate on different 
sperm parameters and serum hormone levels in preselected infertile 
men: a controlled double-blind cross-over study.” Int J Androl 1980 
Oct;3(5):479-86. 
No Brain – No Gain 
 
 
 [ 44 ]
29) Sas M, Falkay G, Szollosi J. “Steroid levels in the serum and 
seminal plasma during clomiphene therapy in hypofertile men.” Acta 
Med Acad Sci Hung 1978;35(2):159-65. 
30) Lim VS, Fang VS. “Restoration of plasma testosterone levels in 
uremic men with clomiphene citrate.” J Clin Endocrinol Metab 1976 
Dec;43(6):1370-7. 
31) Marshall JC, et al. “Clomiphene citrate in men: increase of 
cortisol, luteinizing hormone, testosterone and steroid-binding 
globulins.” J Endocrinol 1972 May;53(2):261-76. 
32) Marshall JC, et al. “Elevation of luteinizing hormone, 
testosterone and cortisol in men taking clomiphene citrate.” J 
Endocrinol. 
 
 
 
 
 
 
 
Aliando Inteligência ao Fisiculturismo 
 
 
 [ 45 ]
O Mecanismo de Ação 
dos Esteróides a 
Nível Celular 
Por Bill Roberts 
 
 Imagine uma molécula de algum esteróide anabolizante ligada 
a uma globulina (proteína que ajuda no transporte) na corrente 
sangüínea. Um receptor do lado de fora da célula muscular trará o 
conjunto globulina/esteróide para dentro dela (esse processo 
aumenta o metabolismo da célula, mas não é o efeito principal dos 
esteróides). A molécula também pode encontrar-se sozinha na 
corrente sangüínea, não ligada a nenhuma globulina. Neste caso, 
também pode vir a difundir-se através da membrana celular, num 
processo que lembra água passando por um papel. 
 Dentro da célula, a molécula de EA (esteróide anabolizante) 
liga-se à ao RA (receptor androgênico) (que está dentro da célula, 
não em sua membrana). O receptor é uma molécula muito grande, 
formada por cerca de mil aminoácidos. Ou seja, é muito maior que a 
molécula de EA. Quando o RA liga-se a uma molécula de EA, ele 
ativa-se. 
No Brain – No Gain 
 
 
 [ 46 ]
 Pense no RA como sendo uma máquina que possui um botão 
“liga-desliga”. Se o RA possuir uma molécula de EA acoplada a ele, 
estará “ativado”, sem nenhuma molécula, estará “desativado”. Não 
há um “meio termo” que faria com que o EA produzisse um efeito 
brando, não existe uma “meia ativação” (isso não quer dizer que 
diferentes esteróides não têm efeitos diferentes. Eles têm, mas por 
outros motivos). 
 O RA geralmente permanece ativado apenas por algumas 
horas. Após o esteróide ter deixado o receptor (eles estão conectando 
e desconectando-se continuamente), este retorna ao seu estado 
original, pronto para ser novamente “ativado”. 
 Após a molécula de esteróide ter-se conectado ao receptor, ele 
agora se dirige ao núcleo da célula e forma um dímero (dupla) com 
outro receptor ativado. O dímero liga-se a certas partes do DNA, 
intensificando a transcrição de genes específicos (produzindo RNA-
m). Esse é um mecanismo que o corpo usa para ativar genes 
seletivamente. Neste caso, apenas os genes associados às funções 
androgênicas são ativados ou têm sua atividade intensificada. O Rna-
m carrega a informação de que a célula precisa para produzir 
proteínas específicas. Actina e miosina são os principais 
componentes dos músculos, e são exemplos de proteínas; tais 
proteínas são produzidas, em última instância, como conseqüência 
da produção de RNA-m (há outros processos intermediários entre o 
RNA-m e a síntese da proteína, mas não são de grande importância). 
Aliando Inteligência ao Fisiculturismo 
 
 
 [ 47 ]
 Finalmente, nosso objetivo: proteínas. No final, o papel dos 
esteróides é apenas induzir um aumento na produção de certas 
proteínas, ajudando o usuário a ganhar volume. 
 Cada receptor “ativado” por uma molécula de esteróide 
corresponde a uma molécula de proteína produzida? Não. Mesmo 
que o receptor esteja ativado, isso não significa que terá sucesso 
ligando-se ao DNA. A quantidade de moléculas de RNA-m 
produzidas é que, geralmente, corresponde à quantidade de proteínas 
sintetizadas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
No Brain – No Gain 
 
 
 [ 48 ]
Uso Feminino de 
Esteróides 
Por Growth Factor 
 
 Muitas pessoas possuem fortes convicções contra o uso de 
esteróides por mulheres. O equívoco mais comum envolve a idéia de 
que eles transformarão a mulher em “um monte de músculo com 
uma vagina”. Apesar de que em alguns casos isso é verdade, o fato 
mais significante continua sendo que esteróides podem ser muito 
benéficos às mulheres. 
 Certamente, injetando testosterona em uma mulher, ela vai 
eventualmente manifestar características fortemente masculinas. De 
fato, provavelmente isso ocorrerá com a maioria dos esteróides. 
Alguns efeitos colaterais podem incluir o engrossamento da voz, 
desenvolvimento de pelos faciais e corporais e aumento clitoridiano. 
Alguns esportes, como o fisiculturismo feminino, encorajam suas 
participantes a desenvolver quantidades inaturais de músculo e, nesta 
busca pelo êxito, algumas mulheres fazem o sacrifício derradeiro em 
detrimento de sua própria feminilidade. Daí provavelmente nasce a 
maioria dos equívocos. 
Aliando Inteligência ao Fisiculturismo 
 
 
 [ 49 ]
 Também há o fator moral. É lícito lançar mão de substâncias 
“estrangeiras” para alcançar um corpo belo e magro? Acredito que 
seja. Afinal de contas, não são E/C/A(1), suplementos protéicos e 
afins, substâncias “estrangeiras”? Alguém poderia argumentar que a 
extensão dos danos causados pelos esteróides é muito maior. Isso é 
verdade se os esteróides forem usados incorretamente, mas se uma 
usuária feminina de esteróides é corretamente guiada, não há risco 
em absoluto. Há muitas outras coisas que me incomodam na 
reprovação da sociedade em relação ao uso feminino de esteróides. 
Muitos alegam que ter um bom corpo é um motivo extremamente 
superficial. Discordo categoricamente. Você preferiria que uma 
mulher continuasse a viver se sentindo mal e envergonhada em 
relação aoseu corpo? Possivelmente até ter de terminar com seu 
parceiro por não se julgar merecedora? Eu acho que não. 
 Explique-me por que é socialmente aceitável usar pílulas para 
controle de natalidade que, diga-se de passagem, são feitas de 
esteróides, para poder fazer sexo frívolo? Por que é aceitável a uma 
mulher que “se sente como um homem” seguir o procedimento para 
a mudança de sexo? Digo “procedimento” porque, ao contrário das 
mudanças do tipo “homem-mulher”, não há mutilação genital 
envolvida no processo. Quando uma mulher deseja mudar de sexo, 
simplesmente são prescritas a ela grandes quantidades de 
testosterona. Sim, você leu corretamente, testosterona, ou seja, 
esteróide. Então por que está correto usar esteróides para ter relações 
sexuais frívolas e possuir uma aparência mais masculina, enquanto é 
errado usá-los numa tentativa de perder peso e ser saudável? Nossa 
No Brain – No Gain 
 
 
 [ 50 ]
sociedade abunda em contradições. Algumas vezes me sinto enojado 
pela sua hipocrisia. 
 Estou aqui para prestar esclarecimentos sobre um assunto 
bastante impertinente: como usar esteróides corretamente. Estou aqui 
para ensinar como se usa esteróides sem perder qualquer 
feminilidade. Estou aqui também para dizer que, se usados 
corretamente, não vão lhe machucar. Se usados corretamente, não 
vão tornar sua aparência masculina. Se usados corretamente, não 
representam qualquer risco à saúde. 
 Primeiramente precisamos definir nossos objetivos. Se ele for 
ganhar o máximo de músculo possível, sem qualquer consideração 
quanto à preservação de suas qualidades femininas, faça-me um 
favor e vá se informar em outro lugar, pois este artigo não é para 
você. Mas se seu objetivo é perder gordura e talvez enrijecer seu 
corpo, continuando tão feminina quanto possível, por favor, continue 
a leitura. 
 Primariamente vou tratar do assunto da perda de gordura. Não 
há sentido em desenvolver seus músculos e possuir um corpo rijo se 
há uma camada de gordura escondendo-os. Logo, provavelmente 
será mais vantajoso perder a gordura antes de direcionarmo-nos ao 
ganho muscular. 
 São três as drogas mais utilizadas atualmente: T3 (hormônio 
tireóideo), Clenbuterol e DNP. Realmente sugiro evitar o uso de 
DNP. Não apenas porque é potencialmente letal, mas também pode 
danificar seus óvulos, destruindo suas possibilidades de gerar bebês 
Aliando Inteligência ao Fisiculturismo 
 
 
 [ 51 ]
normais. Devido aos perigos envolvidos no uso de DNP (que são 
maiores para mulheres), não vou tratar dele neste artigo. 
 A combinação T3 + Clenbuterol foi responsável pela mudança 
muitos corpos. T3 é comumente utilizado no campo médico para 
tratar indivíduos obesos. Wolman SI e cia fez um experimento com 
pacientes obesos, dando-lhes 20mcg de T3 três vezes ao dia. A 
pesquisa mostrou um significante aumento na perda de peso sem 
qualquer efeito colateral aparente. 
 T3 é altamente eficiente e, se usado corretamente, seguro. 
Entretanto, doses de 150mcg e acima aumentam significantemente a 
chance de fechamento (supressão permanente) da tireóide. Logo, 
recomendo que não se exceda 100mcg/dia e que apenas sejam feitos 
ciclos de, no máximo, duas semanas. 
 Clenbuterol é uma droga que se tornou popular recentemente, 
e isso se deve principalmente às suas propriedades anabólicas e 
redutoras de gordura subcutânea. Normalmente é prescrito como 
broncodilatador, mas não foi aprovado para uso neste país. 
Clenbuterol realmente potencializa a retenção de massa magra e 
retarda o ganho de gordura. É comercialmente encontrado na forma 
de comprimidos de 0.02mcg. Muitos atletas usam de 5 a 8 por dia. 
Mulheres costumam usar de 4 a 6. Assim como T3, Clenbuterol não 
deve ser usado por mais de 2 semanas e suas doses devem ser 
divididas durante o dia. 
No Brain – No Gain 
 
 
 [ 52 ]
 Usando T3 e Clenbuterol você verá sua gordura “derreter-se”, 
mas apenas se usar a dieta e rotina de exercícios corretas. Sugiro a 
Bodyopus(2) e um exercício aeróbico matinal. 
O seu ciclo para perda de gordura deverá assemelhar-se a isto: 
Dia 1: 2 comprimidos de Clenbuterol e 25mcg de T3 
Dia 2: 3 comprimidos de Clenbuterol e 50mcg de T3 
Dias 3 a 10: 4 comprimidos de Clenbuterol e 75mcg de T3 
Dias 11 e 12: 3 comprimidos de Clenbuterol e 50mcg de T3 
Dias 13 e 14: 2 comprimidos de Clenbuterol e 25mcg de T3 
Dias 15 ao 28: Descanso 
 Chegando ao dia 28, pode-se começar novamente e repetir 
quantas vezes forem necessárias para alcançar seu objetivo. 
Lembrando sempre que você deve seguir uma boa dieta e fazer 
muito exercício aeróbico. 
Perdida a gordura, será a hora de concentrar-se na musculatura. É 
neste momento em que os esteróides entram no jogo. Você precisará 
encontrar um que não possua efeitos virilizantes para que sua 
feminilidade se mantenha. A escolha da droga correta é parte 
essencial. 
 Todos sabemos que testosterona está completamente fora de 
questão. Em estudos com quatro cantoras que se submeteram a 
terapias hormonais, foi notada extrema virilização como 
conseqüência do uso de testosterona e/ou nandrolona. Decanoato de 
nandrolona (conhecida também como Deca) tem efeitos virilizantes 
Aliando Inteligência ao Fisiculturismo 
 
 
 [ 53 ]
elevadíssimos. Em experimentos conduzidos com mulheres, foram 
administrados 50mg de Deca a cada 3-4 semanas. Mesmo nessas 
doses inacreditavelmente baixas, 50% das pacientes perceberam 
sinais de virilização. Em 1980, a Heinonen and company fez uma 
experiência envolvendo 98 mulheres. Todas entre elas que 
receberam suplementação de decanoato de nandrolona sofreram os 
efeitos colaterais da virilização. Assim, recomendo fortemente que 
se evite tanto testosterona quanto Deca. 
 Então qual esteróide pode ser usado com segurança? 
Primobolan depot (enhanato de metenolona(3)) é conhecido como 
um esteróide extremamente seguro neste sentido. Num experimento 
com 43 mulheres, 200mg de Primobolan foram administrados 
semanalmente. Noutro, a quantidade de mulheres foi 66. Em ambos 
experimentos o esteróide foi bem tolerado. Mas de início recomendo 
que a doses não ultrapassem 100mg/semana. 
 Comece com 50mg por duas semanas. Se não houver 
virilização, sugiro o aumento da dose para 100mg por mais oito 
semanas. Depois reduza a dose novamente a 50mg por mais duas 
semanas para ajudar na conservação de seus ganhos. A maioria 
conseguirá obter cerca de 2,5-5kg de massa muscular durante esse 
ciclo. Aumento do desejo sexual e orgasmos mais rápidos são os 
efeitos colaterais mais comuns. Poucas desenvolvem acne e 
oleosidade cutânea durante o uso de Primobolan depot, mas, de 
qualquer forma, em caso positivo, técnicas para evitar o aumento da 
acne já foram discutidas em meu último artigo: O Guia Completo 
para Utilização de Testosterona. 
No Brain – No Gain 
 
 
 [ 54 ]
Seu ciclo deverá ser algo parecido com isto: 
Semanas 1 e 2: 50mg de Primobolan depot + 3-4 comprimidos de 
Clenbuterol/dia 
Semanas 3 e 4: 100mg de Primobolan depot 
Semanas 5 e 6: 100mg de Primobolan depot + 3-4 compr. de 
Clenbuterol/dia 
Semanas 7 e 8: 100mg de Primobolan depot 
Semanas 9 e 10: 100mg de Primobolan depot + 3-4 compr. de 
Clenbuterol/dia 
Semanas 11 e 12: 50mg de Primobolan depot 
 Durante o ciclo a alimentação deve ser equivalente a 110% / 
120% do normal. Recomenda-se um descanso de aproximadamente 
6-8 semanas antes de recomeçar. Não há, entretanto, problema 
algum em intercalar ciclos de T3/Clenbuterol aos períodos de 
descanso dos de Primobolan. Subseqüentemente pode-se 
experimentar doses mais elevadas, mas mantendo-se sempre atenta a 
quaisquer sinais de virilização, que devem ser correspondidos com a 
imediata redução da dose. 
 
Notas1 – Mistura termogênica de efedrina, cafeína e aspirina na proporção 
1/10/15. 
Aliando Inteligência ao Fisiculturismo 
 
 
 [ 55 ]
2 – Bodyopus é uma variante da dieta cetogênica. Para se informar 
mais, leia o artigo Perguntas Freqüentes sobre a Dieta Cetogênica. 
3 – Primobolan depot e Primobolan acetato são duas drogas 
diferentes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
No Brain – No Gain 
 
 
 [ 56 ]
Perfil da Droga: 
Durateston 
Por Bill Roberts 
 
Substâncias constituintes: 
– Propionato de testosterona: 30mg 
– Fenilpropionato de testosterona: 60mg 
– Isocaproato de testosterona: 60mg 
– Decanoato de testosterona: 100mg 
 Durateston é bastante popular e muito apreciada por seus 
usuários, pois oferece várias vantagens em relação a outros tipos de 
esteróide. Ela é uma mistura de quatro tipos de testosterona que, 
devido a um mecanismo de liberação gradual, possuem efeito 
sinérgico. Isso têm duas conseqüências positivas ao atleta. Primeira: 
devido a essa composição especial e balanceada, miligrama por 
miligrama, Durateston é mais eficiente que enhanato ou cipionato de 
testosterona sozinhos. Segunda: as diferentes características dos 
quatro compostos fazem com que ela rapidamente entre em 
funcionamento no organismo (o propionato leva apenas 1 dia) e 
permaneça ativa por várias semanas (decanoato – 3-4 semanas). 
Aliando Inteligência ao Fisiculturismo 
 
 
 [ 57 ]
 Durateston possui fortes efeitos androgênicos e anabólicos, 
assim, é bastante indicada a atletas que buscam ganho de força e 
massa muscular. Por possuir menores índices de aromatização que 
propionato ou cipionato, gera um ganho muscular mais sólido 
(menos retenção de água). 
 Outra característica da droga é ser eficiente mesmo quando 
administrada em baixas doses a atletas avançados. Também é 
interessante notar que indivíduos utilizando a droga pela segunda 
vez (e nas mesmas doses) tendem a obter o mesmo resultado do ciclo 
anterior. As aplicações deve ser feitas semanalmente ou no máximo 
a cada 10 dias. As dosagens utilizadas, entretanto, variam entre 
250mg/14 dias e 1000mg/dia. Felizmente tais doses extremas não 
são comuns. A média é 250-1000mg/semana, sendo 500mg/semana 
suficiente para a maioria das pessoas, e normalmente pode ser 
reduzida a 250mg/semana se usada em conjunto com esteróides 
orais. A fim de acelerar os ganhos, não é raro que se misture outras 
drogas como Deca-durabolin, Dianabol e Hemogenin; Parabolan, 
Winstrol, Oxandrolona e Primobolan são utilizadas para gerar 
ganhos de maior “qualidade” (uma menor retenção hídrica). 
 Apesar de Durateston não possuir altos índices de 
aromatização quando utilizada em doses razoáveis, muitas pessoas 
decidem utilizar antiestrogênicos como Nolvadex e/ou Proviron a 
fim de prevenir os efeitos colaterais relacionados ao estrógeno. 
Durateston inibe a produção endógena de testosterona, assim, torna-
se necessário utilizar HCG ou Clomid no fim do ciclo. Recomenda-
No Brain – No Gain 
 
 
 [ 58 ]
se às mulheres que não utilizem ésteres de testosterona, pois isso 
muito provavelmente resultará em virilização irreversível. 
 Os efeitos colaterais, dependendo da dose e predisposição do 
usuário, são acne, agressividade, estimulação sexual excessiva, 
oleosidade cutânea, aceleramento de perde de cabelos, atrofia 
testicular e oligospermia. A retenção de água e ginecomastia também 
estão presentes, mas em proporções menores que com enhanato ou 
cipionato. Danos hepáticos são bastante improváveis durante a 
utilização de Durateston; entretanto, em dosagens muito altas, pode 
haver alterações nos níveis enzimáticos, mas que normalmente 
voltam ao normal após a cessação do uso da droga. 
 O fígado é um órgão extremamente eficiente no 
processamento de grandes quantidades de testosterona; isso é 
confirmado no livro “Doping-verbotene Arzneimittel im Sport” 
Escrito por Dirk Classing e Manfred Donike. Na página 54 o autor 
afirma: “O fígado é capaz de metabolizar quantidades praticamente 
ilimitadas de testosterona (2 gramas do fígado de um rato são 
capazes de processar 100mg/dia).” 
 
 
 
 
Aliando Inteligência ao Fisiculturismo 
 
 
 [ 59 ]
Perfil da Droga: 
Hemogenin 
Por Bill Roberts 
 
 Como a metandrostenolona (Dianabol), a oximetolona não se 
liga muito fortemente aos receptores androgênicos, assim, a maior 
parte de seus efeitos anabólicos não é mediada por eles. É um 
esteróide da Classe II (tais esteróides são sinérgicos aos da Classe I), 
e possui efeitos similares aos do Dianabol, mas, entretanto, parece 
ser progestogênica, pois comumente causa ginecomastia mesmo na 
presença de altas doses de antiestrogênicos, sugerindo fortemente 
que seu efeito não é estrogênico. Winstrol, por ser anti-
progestogênica, mostrou-se eficiente combatendo tais efeitos; 
oximetolona é muito mais problemática quando usada com 
esteróides que aromatizam; a mistura Hemogenin + Primobolan é 
surpreendentemente amena ao corpo; em contraste, quando utilizada 
com testosterona, é bastante tóxica. 
 Hemogenin não se converte em estrógeno, assim, drogas como 
Nolvadex e Proviron não são necessárias. Entretanto, a oximetolona 
é muito notória por suas características agravantes dos “sintomas 
estrogênicos” (possivelmente por suas características 
progestogênicas). 
No Brain – No Gain 
 
 
 [ 60 ]
 Essa droga é razoavelmente amena quando não utilizada na 
presença de andrógenos sujeitos à aromatização. Sua potência é 
aproximadamente comparável à do Dianabol. Não é incomum que 
iniciantes obtenham resultados relativamente bons em ciclos feitos 
apenas com hemogenin; atletas mais avançados, no entanto, 
geralmente preferem utilizar outras drogas. A dose típica é entre 50-
150mg/dia, e deve ser dividida em várias pequenas ao longo do dia. 
 Oximetolona é tóxica ao fígado, sendo melhor limitar seu uso 
a, no máximo, seis semanas, preferencialmente quatro (o intervalo de 
descanso deve equivaler ao período de utilização). A maioria dos 
usuários julga que essa droga é mais eficiente se utilizada no começo 
dos ciclos. 
 
 
 
 
 
Aliando Inteligência ao Fisiculturismo 
 
 
 [ 61 ]
Noções & 
Procedimentos Básicos 
sobre Injeções 
 
 Há alguns procedimentos a serem seguidos para se efetuar 
uma aplicação intramuscular com segurança. Antes de manipular 
qualquer agulhas ou ampolas é aconselhável um banho. Após 
certificar-se de que a higiene está em dia, deve-se utilizar uma 
compressa embebida em álcool para limpar o local a ser injetado e 
outra para limpar o frasco/ampola de onde o composto será extraído. 
Retire a seringa de sua embalagem e, se a ampola no caso não for de 
dose única (frascos de 5/10/50/100ml etc), sugue 2cc de ar com a 
seringa e aplique dentro do frasco. Isso criará pressão interna, o que 
ajudará na extração de seu conteúdo. Vire o frasco de ponta-cabeça e 
retire a quantidade desejada. Caso a ampola seja de dose única, 
simplesmente segure-a firmemente e, com um movimento rápido e 
firme, remova sua parte superior. Sugue todo o conteúdo sem 
maiores cuidados. 
 Com a substância dentro da seringa, vire-a com a agulha para 
cima e dê alguns “petelecos” para que as bolhas de ar subam ao topo. 
Agora pegue uma nova agulha, remova-a de sua embalagem 
No Brain – No Gain 
 
 
 [ 62 ]
esterilizada e substitua a primeira. Usando duas agulhas em cada 
aplicação há a certeza de que não houve embotamento acidental na 
agulha a ser utilizada na injeção propriamente dita (o que dificulta a 
penetração e causa dor). 
 Mantenha em mente que é de grande importância não tocar a 
agulha durante o procedimento, e também, casoisso ocorra, não se 
deve tentar limpá-la com álcool, mas substituí-la por uma nova. 
Neste ponto, limpe novamente o local a ser injetado com uma 
compressa embebida em álcool. Então, empurre o êmbulo 
lentamente (com a agulha virada para cima) até que todo o ar seja 
expelido. No fim, deixe uma pequena gota escorrer pela agulha para 
lubrificá-la, o que facilita a aplicação. 
 Agora segure a seringa firmemente e a imagine como sendo 
dardo. Use uma mão para esticar a pele, e com a outra simplesmente 
insira a agulha perpendicularmente à superfície da epiderme (a 
inserção deve ser feita rapidamente). Após estar totalmente inserida 
no músculo, puxe o êmbulo (fazendo pressão negativa) e espere 
alguns segundos para certificar-se de que ela não penetrou em 
nenhum vaso sangüíneo. Caso a seringa comece a encher-se de 
sangue, retire-a e recomece o processo de aplicação em um local 
diferente. Se não houver aparecimento de sangue, lentamente injete 
o líquido. Após isso, retire rapidamente a seringa e use outra 
compressa, comprimindo-a firmemente ao local da aplicação, pois 
isso minimizará o sangramento. Ao mesmo tempo, massageie 
suavemente o local, pois isso reduzirá um pouco a dor comumente 
apresentada nos dias subseqüentes. É importante que não se tenha 
Aliando Inteligência ao Fisiculturismo 
 
 
 [ 63 ]
pressa para injetar o líquido, pois isso aumenta a dor tanto durante 
quanto nos dias seguintes à aplicação. 
 Após todo o procedimento, reúna os dejetos e certifique-se de 
que serão descartados com propriedade. Para evitar desconforto e 
abscessos recomenda-se não injetar mais de 2ml por vez. É sensato, 
também, não fazer mais de 2 aplicações por semana no mesmo 
músculo, sendo o recomendado apenas uma vez. Preferencialmente 
faça as aplicações nos dias de descanso ou ao menos evite exercitar o 
músculo injetado no mesmo dia. 
 
Que Tipo de Seringa Devo Utilizar? 
 É parte essencial escolher a seringa apropriada para 
administrar esteróides anabolizantes por via intramuscular profunda. 
As seringas mais aceitáveis para a aplicação são as de 1,5” (número 
22) ou 1” (número 23) de comprimento (agulha) com um recipiente 
de 3ml. O comprimento adequado da agulha garante que a 
substância atinja as fibras musculares profundas. Agulhas de 5/8” ou 
1/2” geralmente são curtas demais para injeções intramusculares e 
acabam deixando uma porção da substância na região subcutânea, o 
que cria uma inchação entre a pele e músculo, prejudicando a 
absorção. 
 O número da agulha representa seu diâmetro. Quanto menor 
seu número, maior o diâmetro. As de número 27 são extremamente 
finas. A número 18 já é bem grande, tendo o apelido de “canhão”. 
No Brain – No Gain 
 
 
 [ 64 ]
As agulhas de número 22 e 23 podem ser consideradas ideais, pois 
não chegam a ser grandes o suficiente para dificultar a penetração na 
pele, mas também não finas demais, o que dificulta a passagem do 
líquido. Usar seringas de insulina para aplicações intramusculares 
simplesmente não é aceitável. São pequenas demais. Essas seringas 
são de número 25 ou 27, tendo apenas 1/2” de comprimento e 1ml de 
volume. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aliando Inteligência ao Fisiculturismo 
 
 
 [ 65 ]
 
 
Parte II 
 
 
Perda de Peso & 
Definição 
 
 
 
 
 
 
No Brain – No Gain 
 
 
 [ 66 ]
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aliando Inteligência ao Fisiculturismo 
 
 
 [ 67 ]
Ciclos de Definição 
Por Micro 
 
 “Se você quiser ficar definido, tome Winstrol ou Primobolan”. 
Ouço esse tipo de conselho o tempo todo e, francamente, discordo, 
pois nenhum esteróide queima gordura. 
 Não existe, obviamente, apenas um modo de alcançar a 
definição muscular. Assim sendo, o método que apresentarei aqui é 
apenas aquele que considero o mais eficiente. 
 O primeiro fator a ser levado em consideração é a 
alimentação. Sem uma boa dieta – e uma considerável restrição 
calórica – não há perda de peso a taxas satisfatórias. A dieta ideal 
para combater a perda muscular é a cetogênica, ou seja, a “dieta sem 
carboidratos”. Entretanto, devido à comida ser tão tentadora, a opção 
mais aconselhável acaba sendo a variante Bodyopus, que consiste 
em 5 dias sem ingestão de carboidratos e 2 com a alimentação 
normal. O corte nas calorias deve possuir tal magnitude que o 
consumo calórico equivalha a 90% do seu Metabolismo Basal. Não 
se preocupe com o fato dessa quantidade parecer elevada, pois os 
exercícios aeróbicos(1) consumirão boa parte das calorias. (1) 
pratique-os em jejum e preferencialmente de manhã. 
No Brain – No Gain 
 
 
 [ 68 ]
 O próximo passo é a escolha das drogas corretas. Como 
afirmado anteriormente, nenhum esteróide causa queima de gordura. 
Alguns indivíduos afirmam haver perda de gordura durante 
utilização de Winstrol ou Trembolona, entretanto, devido a essa 
suposta perda ser pequena a ponto de lançar dúvidas sobre sua 
própria existência, podemos considera-la como um fator irrelevante 
aos nossos propósitos. Os fatores que realmente influem na queima 
de gordura são os exercícios aeróbicos, a restrição calórica e os 
agentes termogênicos. Isso, porém, não implica que esteróides não 
possuem qualquer utilidade neste aspecto, pois na verdade são 
extremamente importantes. 
 Por que utilizar esteróides? Para manter a massa muscular. 
Tenha em mente que é esse o único motivo para adicionar esteróides 
à mistura. Partindo disso, fica difícil entender por que algumas 
pessoas gastam quantias exorbitantes em drogas como primobolan 
ou Winstrol. Tais drogas não aceleram a perda de gordura e também 
não possuem qualquer “vantagem” no que diz respeito à preservação 
de massa. Pois então, sem dúvida, a testosterona é uma opção válida 
para ciclos de definição. Contudo, sabemos que a maioria das 
pessoas não a utiliza com esses propósitos; muito provavelmente 
porque a retenção de água prejudica a aparência, mas tal efeito 
indesejável pode ser facilmente resolvido: 20mg de Nolvadex/dia 
serão suficientes para evitar a retenção, isto é, se houver alguma, 
pois as doses de testosterona necessárias neste caso são bastante 
reduzidas, girando em torno de 250-500mg/semana. 
Aliando Inteligência ao Fisiculturismo 
 
 
 [ 69 ]
 Recapitulando: se o objetivo principal for simplesmente 
perder gordura e preservar a massa muscular, então a resposta é 
testosterona. 
 As drogas termogênicas têm importância vital. As duas mais 
populares são T3 (comercialmente encontrada sob o nome de 
Cynomel) e Clenbuterol. Ambas são altamente sinérgicas. Minha 
opinião se diverge da maioria porque não recomendo a utilização da 
mistura T3/Clenbuterol, mas apenas T3. Com uma dieta bem 
planejada, exercícios aeróbicos e T3 há perda de peso numa taxa 
suficiente para nos permitir prescindir de qualquer outra droga. 
Clenbuterol também teria sua utilidade, mas ele é mais bem 
empregado em fins de ciclo devido às suas propriedades 
anticatabólicas. 
 A dose correta de T3 é um problema à parte. Pessoalmente, 
sugiro cerca de 100mcg/dia em ciclos de 4/5 semanas. O famoso 
problema associado ao uso do Cynomel é o seguinte: utiliza-lo por 
muito tempo e/ou em doses elevadas acarreta o fechamento 
permanente da produção natural, ou seja, será necessário utilizar o 
medicamento pelo resto da vida. Portanto, para evitar problemas, 
comece e termine os ciclos gradualmente e mantenha sempre as 
doses moderadas. 
 Lembre-se, não é necessário comprar uma mistura caríssima 
de anabolizantes importados e drogas “especiais” para se obter 
resultados satisfatórios. Seu corpo não se importa com o preço nem

Outros materiais