Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
2019 1a Edição OrganizaçãO, SiStemaS e métOdOS Profª. Miriam de Cassia do Carmo Mascarenhas Mattos Copyright © UNIASSELVI 2019 Elaboração: Profª. Miriam de Cassia do Carmo Mascarenhas Mattos Revisão, Diagramação e Produção: Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri UNIASSELVI – Indaial. Impresso por: M444o Mattos, Miriam de Cassia do Carmo Mascarenhas Organização, sistemas e métodos. / Miriam de Cassia do Carmo Mascarenhas Mattos. – Indaial: UNIASSELVI, 2019. 179 p.; il. ISBN 978-85-515-0306-5 1. Organização e métodos. - Brasil. II. Centro Universitário Leonardo Da Vinci. CDD 658.4 III apreSentaçãO Acadêmico, seja bem-vindo à disciplina de Organização, sistemas e métodos, também conhecida por OS&M! Como futuro profissional da área de Biblioteconomia, você deve perceber o quanto os processos administrativos perpassam a atuação de um bibliotecário. Muitas vezes esse profissional tem, entre outras funções, a de administrador geral de unidades da informação, para isso, nos utilizamos de diversas ferramentas do campo da administração. Nosso objetivo é tornar você capaz de analisar e compreender as estratégias de atuação e instrumentos de OS&M em Unidades de informação, bem como conhecer instrumentos para levantamento de dados e informações para análise da estrutura organizacional. Assim, é necessário que você conheça os diferentes tipos de unidades de informação, precisa levar a uma ação racional que é a adequação dos meios aos fins, e deve estar em condições de discutir ações, metas, estratégias e as técnicas para a construção de manuais, fluxogramas e gráficos. O gestor das unidades de informação deve considerar a atividade de sistemas e organização e métodos um instrumento facilitador de processo decisório e para a melhoria da eficiência, eficácia e efetividade da organização. Ao final desta disciplina, você deverá compreender a abordagem sistêmica, os aspectos básicos das atividades de sistemas, bem como as ferramentas de gestão organizacional. Para isso, os conteúdos foram organizados em três unidades de aprendizagens. Na primeira unidade, apresentaremos um breve contexto histórico da OS&M e sua relação com a teoria dos sistemas na administração, bem como funções do profissional de OS&M relacionando estas com as funções do profissional da informação. Também diferenciaremos os tipos de organizações, no âmbito público e privado, bem como as diferenças de atividades-meio e fim, para a eficiência e eficácia e efetividade das atividades de gestão em unidades de informação. Na segunda unidade, nosso foco será a estrutura e cultura organizacional das mesmas, trazendo aspectos formais e informais que fazem parte de sua estrutura. Nesta unidade, também trabalharemos conceitos de departamentalização, delegação e centralização nos processos organizacionais. Por fim, aprenderemos a importância e diferentes organogramas. IV Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novidades em nosso material. Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo. Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto em questão. Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa continuar seus estudos com um material de qualidade. Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes – ENADE. Bons estudos! Na terceira unidade, conheceremos os processos de trabalho em unidades de informação. Aprenderemos a fazer diagnósticos e planejamentos, bem como desenvolver manuais e formulários que contribuíram para o acompanhamento da qualidade. A cada unidade você será convidado a praticar exercícios que ajudarão no processo de ensino e aprendizagem. Bons estudos! Profª. Miriam de Cassia do Carmo Mascarenhas Mattos NOTA V VI VII UNIDADE 1 – ORGANIZAÇÕES ....................................................................................................... 1 TÓPICO 1 – CONTEXTO HISTÓRICO DA OS&M ......................................................................... 3 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 3 2 CONTEXTO HISTÓRICO DA OS&M ............................................................................................ 4 3 SISTEMAS ............................................................................................................................................. 6 3.1 COMPONENTES DE UM SISTEMA .......................................................................................................................7 3.2 SISTEMAS DE INFORMAÇÕES GERENCIAIS ..............................................................................................9 3.3 BENEFÍCIOS DOS SISTEMAS DE INFORMAÇÕES GERENCIAIS ................................................10 3.4 CLASSIFICAÇÃO DOS SISTEMAS ..........................................................................................................................11 3.5 MÉTODO.......................................................................................................................................................................................12 3.6 O PROFISSIONAL DE OS&M ........................................................................................................ 13 RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 17 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 18 TÓPICO 2 – ORGANIZAÇÕES E SEUS DIFERENTES TRABALHOS ....................................... 19 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 19 2 ORGANIZAÇÕES E O PROFISSIONAL DA INFORMAÇÃO .................................... 19 2.1 ORGANIZAÇÕES E A ATUAÇÃO DO BIBLIOTECÁRIO ..................................................... 25 2.2 ATIVIDADES DE LINHA E ASSESSORIA ............................................................................... 26 RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 30 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 31 TÓPICO 3 – ATIVIDADES EM OS&M ............................................................................................. 33 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 33 2 ATIVIDADES EM OS&M E A GESTÃO DE UNIDADES DE INFORMAÇÃO...................... 33 3 MISSÃO, VISÃO E VALORES .......................................................................................................... 34 3.1 MISSÃO – POR QUÊ OU PARA QUÊ EXISTIMOS? .................................................................. 35 3.2 VISÃO – QUAL SITUAÇÃO FUTURA DESEJAMOS? .............................................................. 35 3.3 VALORES ORGANIZACIONAIS – AGIMOS COM QUAIS PRINCÍPIOS ÉTICOS? ........... 35 4 EFICIÊNCIA, EFICÁCIA E EFETIVIDADE .................................................................................... 36 5 OUTROS CONCEITOS ...................................................................................................................... 38 6 NÍVEIS DO SISTEMA ......................................................................................................................... 40 7 SUBSISTEMAS EM UNIDADES DE INFORMAÇÃO ............................................................. 41 LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 43 RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 48 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 49 UNIDADE 2 – ESTRUTURA E CULTURA ORGANIZACIONAL ................................................ 51 TÓPICO 1 – ARQUITETURA E ESTRUTURA DAS ORGANIZAÇÕES .................................... 53 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 53 2 DIMENSÕES BÁSICAS ...................................................................................................................... 53 2.1 PROCESSOS ORGANIZACIONAIS ......................................................................................... 56 SumáriO VIII 3 PRINCÍPIOS BÁSICOS DA ORGANIZAÇÃO ................................................................... 59 3.1 PROCESSO ADMINISTRATIVO ................................................................................................... 60 RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 63 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 64 TÓPICO 2 – CULTURA ORGANIZACIONAL: ASPECTOS FORMAIS E INFORMAIS ........ 65 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 65 2 CULTURA ORGANIZACIONAL ................................................................................................ 66 3 CLIMA ORGANIZACIONAL ............................................................................................................ 68 4 PESQUISAS DE CLIMA ORGANIZACIONAL ......................................................................... 69 4.1 MUDANÇA E DESENVOLVIMENTO ......................................................................................... 71 5 ORGANIZAÇÕES FORMAIS E INFORMAIS ........................................................................... 74 RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 78 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 79 TÓPICO 3 – ORGANOGRAMAS ........................................................................................................ 81 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 81 2 SISTEMA DE RESPONSABILIDADE ............................................................................................. 82 2.1 DEPARTAMENTALIZAÇÃO ...................................................................................................... 82 2.2 ORGANOGRAMAS ....................................................................................................................... 86 2.3 ORGANOGRAMA TRADICIONAL OU LINEAR ................................................................. 87 2.4 ORGANIZAÇÃO EM LINHA OU STAFF ................................................................................. 88 2.5 ORGANIZAÇÃO FUNCIONAL ................................................................................................. 90 2.6 ESPECIALIZAÇÃO ....................................................................................................................... 91 3 SISTEMA DE COMUNICAÇÃO ...................................................................................................... 92 3.1 INSTRUMENTOS EXECUTIVOS DE COMUNICAÇÃO ..................................................... 92 3.1.1 Regulamento ........................................................................................................................... 93 3.1.2 Fluxograma ............................................................................................................................. 95 3.1.3 Instrumentos decisórios de comunicação .......................................................................... 97 3.1.4 Formulários ............................................................................................................................ 98 3.1.5 Manuais administrativos .....................................................................................................100 4 SISTEMA DE AUTORIDADE .........................................................................................................102 LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................104 RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................107 AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................108 UNIDADE 3 – PLANEJAMENTO ......................................................................................................109 TÓPICO 1 – DIAGNÓSTICO ............................................................................................................111 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................111 2 DIAGNÓSTICO: QUESTÕES INICIAIS .....................................................................................112 2.1 PROCESSO DE SENSIBILIZAÇÃO ........................................................................................................114 2.2 DIAGNÓSTICOS ORGANIZACIONAIS ........................................................................................... 115 2.2.1 Quem faz o diagnóstico? ....................................................................................................116 2.2.2 Elaboração do diagnóstico organizacional .......................................................................118 2.2.3 Análise SWOT em processos de diagnósticos ..................................................................122 RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................126 AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................127 IX TÓPICO 2 – PLANEJAMENTO DE AÇÕES ....................................................................................129 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................1292 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO, TÁTICO E OPERACIONAL ......................................131 3 CONCEITOS DE PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO ...........................................................132 3.1 CARACTERÍSTICAS DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO .........................................133 4 METODOLOGIAS DE PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO ................................................133 4.1 METODOLOGIA DE PLANEJAMENTO DE OLIVEIRA (1993) ........................................134 4.2 METODOLOGIA DE PLANEJAMENTO DE MORAIS (1992) .............................................135 4.3 METODOLOGIA DE PLANEJAMENTO DE CARLOS MATUS (1993) ............................136 4.4 METODOLOGIA DE PLANEJAMENTO BIM – BARREIRA – IDEIA – MELHORIA ...137 4.5 BALANCED SCORECARD (BSC) ............................................................................................139 4.5.1 Componentes do BSC ...........................................................................................................141 4.6 MÉTODO 5W2H ............................................................................................................................143 4.7 BRAINSTORMING ......................................................................................................................144 4.8 MATRIZ DE PRIORIZAÇÃO GUT ...........................................................................................145 5 MOMENTO TÁTICO-OPERACIONAL .......................................................................................147 6 PLANO DE CONTINGÊNCIA ......................................................................................................152 RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................155 AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................156 TÓPICO 3 – GERENCIAMENTO .....................................................................................................157 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................157 2 INDICADORES ................................................................................................................................159 3 FERRAMENTAS DE ACOMPANHAMENTO ............................................................................160 3.1 RELATÓRIOS ................................................................................................................................160 3.2 GRÁFICO DE GANTT .................................................................................................................161 3.2.1 Cinco partes principais do Gráfico de Gantt ....................................................................162 3.3 MATRIZ DE ADMINISTRAÇÃO DE TEMPO ........................................................................165 LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................167 RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................170 AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................171 REFERÊNCIAS .......................................................................................................................................173 X 1 UNIDADE 1 ORGANIZAÇÕES OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM PLANO DE ESTUDOS A partir desta unidade, você deverá ser capaz de: • conhecer os conceitos e contextos da OS&; • diferenciar os tipos de organizações e serviços existentes; • conhecer o perfil do profissional de OS&M e do profissional da informação; • conhecer o papel da área de “organização, sistemas e métodos” no processo de administração e gestão de unidades de informação. Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado. TÓPICO 1 – CONTEXTO HISTÓRICO DA OS&M TÓPICO 2 – ORGANIZAÇÕES E SEUS DIFERENTES TRABALHOS TÓPICO 3 – ATIVIDADES EM OS&M 2 3 TÓPICO 1 UNIDADE 1 CONTEXTO HISTÓRICO DA OS&M 1 INTRODUÇÃO A OS&M — Organização, Sistemas e Métodos — é uma das áreas da administração que tem como papel propiciar às organizações as melhores formas de otimização, bem como práticas para seu desempenho, modelagem organizacional. Para isso estuda os fluxos operacionais, a distribuição física dos recursos, e orienta as regras de conduta e ação para normalizar os procedimentos (MARQUES; ODA, 2012). Antes de aprofundarmos nossos estudos, convidamos você a conhecer alguns aspectos históricos da OS&M. Lembramos que esta disciplina de OS&M se relaciona diretamente com a disciplina da 1ª fase: “Fundamentos e teoria Organizacional”, principalmente a penúltima unidade que trata sobre a teoria sistêmica da administração. Se achar melhor, dê uma olhadinha lá antes de começar os estudos por aqui. Após relembrar alguns aspectos básicos da história da OS&M e da teoria dos sistemas, seus componentes e classificação, veremos o início da apresentação dos métodos administrativos, que serão aprofundados paulatinamente em todas as unidades desta disciplina. Então, delinearemos o perfil e funções do profissional desta área buscando relacioná-las com as funções do profissional da informação. Também conheceremos os tipos de organizações, no âmbito público e privado, ressaltando os espaços de atuação de biblioteconomia, bem como as diferenças de atividades-meio e fim. Os conceitos de eficiência, eficácia e efetividade serão relembrados, assim como outras atividades de gestão em unidades de informação. Isso lhe propiciará a compreensão de aspectos básicos que possibilitaram seu aprofundamento progressivo do conhecimento. UNIDADE 1 | ORGANIZAÇÕES 4 2 CONTEXTO HISTÓRICO DA OS&M A partir dos anos 1930, podemos observar a ampliação da aplicação da teoria geral do sistema, com novas formas de administração. Isso, segundo Miranda (1993, p. 227), pode ser considerado “uma revolução nos princípios que orientam as organizações sociais”. O autor ressalta que: Informação e conhecimento parecem ser as chaves do novo paradigma. Informação como instrumento para reduzir as incertezas e orientar as tomadas de decisão e, em sentido mais amplo, o conhecimento como o conjunto (em expansão contínua) de capacidades e saberes adequados para o desenvolvimento da organização em uma sociedade em transformação permanente (MIRANDA, 1993, p. 227). Nesta direção, podemos observar que a partir da década de 1950 começou- se a utilizar a expressão “Organização & Métodos” (O&M). O termo é de origem norte-americana, e a O&M constituiu-se como uma importante disciplina no campo da Administração. Como a Biblioteconomia utiliza muitas estratégias da administração, passamos também a utilizar as ferramentas de O&M no âmbito da gestão em unidades de informação. Com o desenvolvimento da informática e o crescente uso de Tecnologias da Informação (TI) pelas empresas, a O&M foi substituída por “Organização, Sistemas e Métodos” (OS&M). Gonçalves (1995) destaca que na década de 1960, os assuntos de processamento de dados eram apresentados nos livros de O&M, passando a serem chamados de sistemas administrativos. A seguir, segundo o autor, durante toda a década de 70, há um período de convivência "dolorida" com o pessoal de sistemas e, depois, já nos anos 80, as funções de organização e métodos são absorvidas pelo pessoal da área de sistemas. Já no início da década de 1980, as áreas de O&M, então chamadas também de Desenvolvimento Organizacional, utilizavam técnicas e métodos das ciências do comportamento para ajustar a organização das empresas, de modo a acompanhar o ritmo das mudanças do ambiente, visualizando a organizaçãocomo um sistema integrado que busca a melhoria e eficácia com intervenções na estrutura organizacional das empresas (GONÇALVES, 1995, p. 24). SIMCSIK (2001, p. 31) define OS&M assim: Uma atividade administrativa voltada para a racionalização e agilização das atividades e tarefas, através de técnicas científicas que envolvem a reorganização de como o trabalho é feito e de quando deve ser realizado com eficiência e eficácia pelos recursos humanos, com base no tratamento de dados transformados em informações, que mantém a empresa em contínuo processo dinâmico de comunicação para o crescimento. Essa definição nos remete à quinta das cinco Leis da Biblioteconomia, idealizadas pelo indiano Ranganathan, um autor clássico da nossa área. TÓPICO 1 | CONTEXTO HISTÓRICO DA OS&M 5 DICAS RANGANATHAN, Shiyali Ramamrita. As cinco leis da Biblioteconomia. Brasília, DF: Briquet de Lemos, 2009. 1 – Os livros são para o uso. 2 – A cada leitor seu livro. 3 – A cada livro seu leitor. 4 – Poupe o tempo do leitor. 5 – A biblioteca é um organismo em crescimento. FONTE: <http://sharinglibrarian.blogspot.com/2012/10/sr-ranganathan.html>. Acesso em: 18 abr. 2019 Conheça mais sobre Ranganathan no e-book “As contribuições de Ranganathan para a biblioteconomia: reflexões e desafios”. Disponível no link: http://bibliotecadigital.puc- campinas.edu.br/services/e-books/As_contribuicoes_de_Ranganathan.pdf. Na quinta lei constatamos que, de fato, as unidades de informação estão em constante crescimento e transformação. Essa transformação perpassa o momento histórico, social e tecnológico que permeia mudanças nas práticas dos usuários, bem como das ferramentas de gestão. Dessa forma é necessário que seus profissionais também busquem mecanismos e ferramentas que acompanhem seus processos gerenciais. Assim podemos considerar os estudos de OS&M como ferramenta eficaz para aumentar a qualidade dos serviços prestados por unidades de informação, afinal, está relacionado à melhoria contínua, ao aumento da produtividade e à contenção de desperdícios, o que reflete naturalmente no nível de satisfação dos usuários. http://bibliotecadigital.puc-campinas.edu.br/services/e-books/As_contribuicoes_de_Ranganathan.pdf http://bibliotecadigital.puc-campinas.edu.br/services/e-books/As_contribuicoes_de_Ranganathan.pdf UNIDADE 1 | ORGANIZAÇÕES 6 Vimos que, segundo Gonçalves (1995), a função do profissional de O&M se diluiu em diversas áreas, em especial na área de sistemas. Observamos que dentro das unidades de informação, em geral, não temos um profissional com essa função específica, mas é fundamental entendermos as atividades e funções dos mesmos, pois podemos utilizá-los em nossas atividades. 3 SISTEMAS Segundo Oliveira (2006, p. 6), “sistema é um conjunto de partes interagentes e interdependentes que, conjuntamente, formam um todo unitário com determinado objetivo e efetuam função específica”. Para o autor, neste contexto é importante que se observe o ambiente do sistema ou, também, que se possa ser influenciado pelo sistema. Para exemplificar sua afirmação, o autor apresenta a ilustração que reproduzimos a seguir: FIGURA 1 – AMBIENTE DO SISTEMA EMPRESARIAL FONTE: Oliveira (2006, p. 7) Agora, se fôssemos fazer essa mesma ilustração com informações direcionadas ao ambiente das unidades de informação, como ficaria? No centro estaria a unidade de informação, que é influenciada por vários fatores como: novas tecnologias, pelos recursos disponibilizados, pela cultura da instituição e também do usuário, pela estrutura e pela equipe entre outros. Utilize o espaço a seguir para refazer o desenho: AUTOATIVIDADE TÓPICO 1 | CONTEXTO HISTÓRICO DA OS&M 7 3.1 COMPONENTES DE UM SISTEMA De acordo com Marques e Oda (2012, p. 22), “todo sistema é composto por partes que interagem entre si para atingir um objetivo comum”. Os sistemas em sua maioria são abertos, trocam recursos com o ambiente. Para melhor compreender o processo dos sistemas, Oliveira (2005) ilustra os componentes do sistema da seguinte forma: FIGURA 2 – COMPONENTES DE UM SISTEMA FONTE: Oliveira (2005, p. 34) Marques e Oda (2012, p. 22) apresentam de forma mais detalhada cada parte do sistema: Entrada (input): composto pelos elementos que irão permitir o sistema operar, como energia, matérias-primas e outros. Processamento ou transformação (throughput): são os processos de conversão dos insumos nos resultados do sistema. Todos os sistemas têm metas a atingir, transformar entradas em saídas. Saídas (outputs): é o produto resultante do processo de transformação cujo foco principal é o objetivo do sistema. UNIDADE 1 | ORGANIZAÇÕES 8 Retroalimentação (feedback): é a informação sobre todos os aspectos que envolvem o sistema, entradas, transformação e saída, com o objetivo de avaliar o desempenho e aprimorar permanentemente o processo. Entropia: é a tendência que os organismos têm para a desagregação. Os sistemas fechados tendem à força da entropia, que cresce até parar o sistema inteiro. Já no sistema aberto a entropia pode ser interrompida transformando- se em entropia negativa ou homeostase. Já na Figura 3 podemos observar esse mesmo processo de uma forma mais relacionada com o sistema em unidades de informação. FIGURA 3 – COMPONENTES DE UM SISTEMA EM UMA UNIDADE DE INFORMAÇÃO ENTRADA SAÍDA PROCESSAMENTO Classificar, organizar, calcular C ontrole Feedback FONTE: Adaptado de Oliveira (2005) Referenciados no pesquisador West Churchman, que também propôs considerações sobre o pensamento sistêmico, Marques e Oda (2012) apresentam cinco considerações básicas do sistema, representadas a seguir na Figura 4: FIGURA 4 – CONSIDERAÇÕES BÁSICAS DO SISTEMA Os objetivos do sistema as metas para as quais o sistema foi constituído O ambiente do sistema Constituído por tudo, é externo ao sistema. Os recursos do sistema São recursos internos, como pessoas, equipamentos, monetários e outros. Os componentes do sistema Todas as atividades (processos) que agem para atingir os objetivos. A administração do sistema Planejamento e controle FONTE: Adaptado de Marques e Oda (2012, p. 25) TÓPICO 1 | CONTEXTO HISTÓRICO DA OS&M 9 3.2 SISTEMAS DE INFORMAÇÕES GERENCIAIS Entres os aspectos básicos dos sistemas estão os Sistemas de Informações Gerenciais (SIG). Estes geralmente são abrangentes a toda estrutura organizacional de uma empresa, apoiando a execução de operações e transações básicas. Integram os fluxos de trabalho dos seus processos fundamentais, desde o seu início até o seu encerramento, disponibilizando dados e informações. DICAS Na Ciência da Informação, grande área de pesquisa da Biblioteconomia, é importante a diferenciação dos conceitos de dado, informação e conhecimento. Porém, em nossa literatura profissional, eles apresentam significados diversificados para cada conceito, mesmo estando profundamente interligados. Para entender melhor este debate, que será aprofundado em outras disciplinas, indicamos a leitura do artigo Conceptual Approaches for defining Data, Information and Knowledge,(2007), resultado de pesquisa desenvolvida pelo professor Chaim Zins. Chaim Zins é um cientista da informação israelense, especializado em mapeamento do conhecimento. Professor na Universidade de Haifa (Israel), do Gordon College of Education (Israel), e também professor visitante no Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação da UNESP (Marília, SP). Em seu site é possível acompanhar seus estudos e pesquisas, principalmente na área de mapeamento do conhecimento. Acesse: http://www. success.co.il/. FONTE: <http://www.success.co.il/knowledge/map/map-tree.html>. Acesso em: 18 abr. 2019. http://www.success.co.il/ http://www.success.co.il/ UNIDADE 1 | ORGANIZAÇÕES 10 Em geral, os SIG são ferramentas informatizadas de gestão e tem por objetivo o apoio e a operacionalização automática de atividades e tarefas das diversas áreas de uma organização, bem como processar os dadosdas operações para a obtenção de informações gerenciais a utilizar na sua estrutura decisória. Além disso as SIG também possibilitam o fluxo eletrônico das informações entre as diversas funções e processos da empresa. Isso evita o retrabalho e otimiza o uso dos recursos operacionais e administrativos, gerando mais agilidade, precisão e segurança. O conhecimento das variáveis aos gestores contribui diretamente na tomada de decisões, gerando efetividade e sucesso na gestão. No quadro a seguir listamos alguns benefícios que os Sistemas de Informações Gerenciais oferecem: 3.3 BENEFÍCIOS DOS SISTEMAS DE INFORMAÇÕES GERENCIAIS QUADRO 1 – BENEFÍCIOS DOS SISTEMAS DE INFORMAÇÕES GERENCIAIS • Redução dos custos das operações. • Melhoria no acesso às informações. • Aumento de produtividade. • Melhoria nos serviços. • Melhoria no processo de tomada de decisão, com informações mais rápidas e precisas. • Estímulo para maior interação entre os decisores. • Melhores projeções e análises dos efeitos das decisões. • Melhoria na estrutura organizacional, com facilitação do fluxo informacional. • Melhoria na estrutura de poder. • Descentralização das decisões. • Melhoria de adaptação para enfrentar imprevistos. FONTE: Oliveira (2006, p. 47) TÓPICO 1 | CONTEXTO HISTÓRICO DA OS&M 11 3.4 CLASSIFICAÇÃO DOS SISTEMAS Segundo Marques e Oda (2012), os sistemas podem ser classificados quanto a sua constituição e quanto a sua natureza. Quanto a sua constituição, eles subdividem-se em: concreto ou físico e abstrato. FIGURA 5 – CLASSIFICAÇÃO QUANTO A SUA CONSTITUIÇÃO ABSTRATO Ideias, conceitos, planos. Quanto à natureza CONCRETO OU FÍSICO Produto, objetos, bens reais QUANTO À CONSTITUIÇÃO FONTE: A autora Já em relação a sua natureza, Marques e Oda (2012) assim classificam: • ABERTOS – pessoas, grupos de pessoas, organizações, outros. Os sistemas abertos agem como organismos vivos, interagem com o ambiente, se expandem ou se retraem. • FECHADOS – basicamente são experimentais, como uma máquina que não interage com o ambiente. Exigem também que as variáveis sejam conhecidas, controláveis ou previsíveis. Segundo Assis (1981), a Biblioteca, enquanto organização, pertence ao sistema aberto. Para o autor, as unidades de informação são organizações complexas, podem ser estudadas e analisadas utilizando a teoria geral dos sistemas. Para isso é preciso definir seus objetivos e funções, e estabelecer seus parâmetros ambientais gerando sua integração dentro do sistema. FIGURA 6 – LIVRO FONTE: <https://pt.depositphotos.com/161916756/stock-photo-open-book-and-drawings.html>. Acesso em: 5 abr. 2019. UNIDADE 1 | ORGANIZAÇÕES 12 Ainda sobre a classificação dos sistemas, Marques e Oda (2012) descrevem o que chamam de “fundamentos relevantes”, ou seja, outros conceitos que os autores classificam como importantes para visualização e definição de um sistema: Limites – é a definição das fronteiras de um sistema, internas e externas. Interfaces – a forma pelas quais os subsistemas se relacionam entre si. Pontos de vista – todo sistema pode ser entendido ou observado por diferentes pontos de vista. A teoria dos sistemas considera que conforme o ponto de vista, um sistema pode ser influenciado. Nível de abordagem – todo sistema tem um nível de detalhe, assegurar que o nível de detalhe utilizado é condizente com o propósito do sistema (MARQUES; ODA, 2012, p. 25). 3.5 MÉTODO Segundo o Dicionário Aurélio, o termo método tem como significado: “modo usado para realizar alguma coisa; técnica: método científico”. Ou ainda, “um procedimento organizado que conduz a um resultado, modo de agir, de proceder, com regularidade e coerência na ação” (FERREIRA, 2009, p. 132). De acordo com Marques e Oda (2012), ao longo do tempo, estudiosos e pesquisadores das organizações se preocuparam em desenvolver técnicas e ferramentas, ou seja, métodos para agilizar e padronizar as atividades globais e individuais exercidas. Assim passam a surgir ferramentas organizacionais reconhecida por gestores. FIGURA 7 – MÉTODO FONTE: <https://pngimage.net/metodo-cientifico-png/>. Acesso em: 18 abr. 2019. O método tem relação direta com a perspectiva de aperfeiçoamento do funcionamento das organizações, sendo necessário para isso o monitoramento dos fluxos e processos, identificando falhas e buscando soluções. TÓPICO 1 | CONTEXTO HISTÓRICO DA OS&M 13 ESTUDOS FU TUROS Nas Unidades 2 e 3, detalharemos diversas ferramentas que podem ser utilizadas nos métodos administrativos, como organogramas, gráficos, sistemas de controle e organização interna. Mas antes, precisamos que você conheça um pouco mais dos perfis dos profissionais de OS&M e sua relação com os profissionais da informação. 3.6 O PROFISSIONAL DE OS&M Segundo Simcsik (2001), o profissional de OS&M é responsável por estabelecer as linhas de atividade administrativa, objetivando a eficácia e eficiência da estrutura organizacional. Ele busca estabelecer a melhor maneira de utilizar o componente eletromecânico no sistema produtivo da organização, estimulando o elemento intelectual na execução das tarefas, com vistas a maximizar os lucros. FIGURA 8 – PROFISSIONAL FONTE: <https://pt.shopify.com/burst/imagens-hd/reuniao-de-negocios-da-equipe-de- vendas?c=negocios>. Acesso em: 18 abr. 2019. Oliveira (2006, p. 249) afirma que “Métodos administrativos são os meios manuais, mecânicos ou eletrônicos pelos quais as operações administrativas individuais e/ou das unidades organizacionais são executadas”. Já Cruz (2009, p. 106) afirma que: “Processo é a forma pela qual um conjunto de atividades cria, trabalha ou transforma insumos (entradas), agregando-lhes valor, com a finalidade de produzir bens ou serviços, com qualidade, para serem entregues a clientes (saídas), sejam eles internos ou externos”. Cruz (2009) relaciona três tipos de analistas que atuam na área de Organização, Sistemas e Métodos: UNIDADE 1 | ORGANIZAÇÕES 14 FIGURA 9 – TIPOS DE ANALISTAS DE OS&M Analista de Negócios: • Definir o que fazer • Busca as melhores oportunidades de negócios, analisa tendências, cria novos produtos, recria outros produtos, etc. Analista de Processos: • Definir como fazer • Cria, implanta e melhora o processo produtivo do negócio idealizado, busca agregar valor aos bens/serviços produzidos por meio das atividades do processo. Analista de Sistema: • Definir como automatizar • Define o sistema de automação do fluxo de produção e, algumas vezes, trabalha como programador. FONTE: Cruz (2009, p. 35) Em unidades de informação, o profissional da área de Biblioteconomia acaba por abarcar funções que perpassam os três perfis apresentados por Cruz (2009). Utilizando a divisão proposta por este autor, exemplificamos essa afirmação na ilustração a seguir: FIGURA 10 – FUNÇÕES DE OS&M NA BIBLIOTECA Analista de Negócios: • analisa tendências de atividades novas oferecidas em outras unidades de informação e de acordo com as necessidades de seus usuários cria novos serviços. Ex: exposições, atividades culturais, empréstimo de equipamentos eletrônicos. Analista de Processos: • busca verificar a eficácia e efetividade dos processos das atividades das unidades de informação. Ex: verifica se os tempos de processamento técnico do acervo estão apropriados, sanando as necessidades dos usuários. Analista de Sistema: • define o momento de automatizar serviços. Ex: aquisição de compra de equipamento de devolução automática ou ainda softwares que possibilitam automatização de renovação. O que fazer Como fazer Como automatizar FONTE: A autora TÓPICO 1 | CONTEXTO HISTÓRICO DA OS&M 15 Na área da Biblioteconomia temos um autor bem conhecido, um dos nossos clássicos, muito citado, o qual aborda exatamente esse tema em que estamos nos aprofundando: falamos de Douglas John Foskett. FIGURA 11 – DOUGLAS JOHN FOSKET FONTE: <http://wiki.knihovna.cz/index.php/Douglas_John_Foskett>. Acesso em: 18 abr. 2019. Foskett foibibliotecário britânico e cientista da informação. Nascido em Londres, em 27 de junho de 1918, a maioria de sua produção engloba livros e artigos, publicados das décadas de 1950 a 1980, período em que a teoria dos sistemas estava em alta. Entre suas produções, destacamos o artigo Teoria dos sistemas gerais e a organização de bibliotecas (1973). Em seu artigo, Foskett (1973) defende que as bibliotecas deveriam ser pensadas sob a ótica da teoria dos sistemas. Para o autor, uma biblioteca ou uma rede de bibliotecas são sistemas, em sua organização de registros e em relação às necessidades atuais e futuras dos usuários. Para sobreviver e satisfazer aos propósitos para os quais foram criados, a organização de suas várias partes deve ser modificada, não sendo sistemas fechados e estáticos, precisariam se desenvolver continuamente em relação ao ambiente. Para Foskett (1973), os documentos, as bibliografias também são sistemas. Os documentos seriam mais que um monte de folhas de papel cheios de símbolos. São letras e palavras organizadas para que este propósito seja alcançado. Os sistemas de uma biblioteca podem ser explicados apenas em relação aos suprassistemas dos quais a biblioteca, por si mesma, é uma parte. Por exemplo: um país pode estabelecer uma rede de cooperação entre bibliotecas, como a existente no Reino Unido, com centros regionais organizados pela Biblioteca Nacional Central (FOSKETT, 1973). UNIDADE 1 | ORGANIZAÇÕES 16 QUADRO 2 – RELAÇÕES NAS UNIDADES DE INFORMAÇÃO COMO ORGANIZAÇÃO TIPO DE INSTITUIÇÃO RELAÇÕES DENTRO DA ORGANIZAÇÃO UNIVERSIDADE Professores, estudantes, pesquisa. INSTITUTO DE PESQUISA Pesquisadores, administração. EMPRESAS PRIVADAS Pesquisadores, direção e pessoal. ORGÃOS GOVERNAMENTAIS Profissionais de vários tipos, políticos. BIBLIOTECA PÚBLICA A comunidade local. BIBLIOTECA ESCOLAR Professores e alunos. FONTE: Adaptado de Foskett (1973) Nessa exposição de Foskett fica claro que isso representa uma “classificação cruzada” considerável, e demonstra a complexidade de inter-relacionamento numa organização social, podendo ainda apresentar outras relações provenientes do sistema interno de uma biblioteca. QUADRO 3 – VÍNCULOS INTERNOS DIRETOS E INDIRETOS Vínculos internos diretos Vínculos internos indiretos Entre uma biblioteca e outra que são ligadas entre si. Entre bibliotecas que contribuem para um catálogo coletivo, sendo esse catálogo, por si mesmo, o meio pelo qual as bibliotecas se comunicam umas com as outras. Exemplo: entre bibliotecas de diferentes escolas dentro de uma universidade. FONTE: Adaptado de Foskett (1973) Uma biblioteca é também outro tipo de sistema, a organização em que está inserida, uma comunidade, uma indústria, um instituto de pesquisa, uma universidade etc. Em ambos os sistemas, a biblioteca sofre influências de fora de sua organização interna, mas possui também um dinamismo interno, proveniente de relações entre as suas próprias partes, e não é por estar envolvida nos suprassistemas que ela perde sua própria identidade. Vejamos as relações de dentro de uma organização, segundo Foskett (1973): 17 Neste tópico, você aprendeu que: • A influência da teoria dos sistemas nas formas de gerenciamento a partir dos anos 1930 fez surgir na década de 1950 a expressão “Organização & Métodos” (O&M), e constituiu-se como uma importante disciplina no campo da Administração. Como a Biblioteconomia utiliza muitas estratégias da administração, passamos também a utilizar as ferramentas de O&M no âmbito da gestão em unidades de informação. • Um sistema pode ser definido como um conjunto de partes interagentes e interdependentes que, em conjunto, formam um todo unitário com determinado objetivo e efetuam função específica. • A OS&M – Organização, Sistemas e Métodos – é uma das áreas da administração que tem como papel propiciar às organizações as melhores formas de otimização, bem como práticas para seu desempenho, a modelagem organizacional. Para isso, estuda os fluxos operacionais, a distribuição física dos recursos e orienta as regras de conduta e ação para normalizar os procedimentos. • Entre os aspectos básicos dos sistemas estão os Sistemas de Informações Gerenciais (SIG). Eles são abrangentes a toda estrutura organizacional, apoiando a execução de operações e transações básicas. Em geral, os SIG são ferramentas informatizadas de gestão e têm por objetivo o apoio e a operacionalização automática de atividades e tarefas das diversas áreas de uma organização, bem como processar os dados das operações para a obtenção de informações gerenciais a utilizar na sua estrutura decisória. • Os sistemas podem ser classificados quanto a sua constituição e quanto a sua natureza. Quanto a sua constituição, eles subdividem-se em: concreto ou físico e abstrato; e quanto a sua natureza, classificam-se como abertos ou fechados. • Os métodos administrativos são os meios manuais, mecânicos ou eletrônicos pelos quais as operações administrativas individuais e/ou das unidades organizacionais são executadas. • O profissional de OS&M é responsável por estabelecer as linhas de atividade administrativa, objetivando a eficácia e eficiência da estrutura organizacional, que em geral se classifica em três tipos: analista de negócios, processos e sistemas. Em unidades de informação, o profissional da área de Biblioteconomia acaba por abarcar funções que perpassam esses três perfis. RESUMO DO TÓPICO 1 18 1 As bibliotecas e/ou unidades de informação podem ser pensadas na teoria sistêmica? Justifique sua resposta. 2 De acordo com Marques e Oda (2012, p. 22), “todo sistema é composto por partes que interagem entre si para atingir um objetivo comum”. Os sistemas, em sua maioria, são abertos e trocam recursos com o ambiente. Esse sistema é ilustrado pelos autores da seguinte maneira: AUTOATIVIDADE FIGURA – COMPONENTES DE UM SISTEMA FONTE: Marques e Oda (2012, p. 22) Com base na figura apresentada, relacione os conceitos a seguir: (1) Entrada (input) (2) Processamento ou transformação (throughput) (3) Saídas (outputs) (4) Retroalimentação (feedback) (5) Entropia a) ( ) É o produto resultante do processo de transformação cujo foco principal é o objetivo do sistema. b) ( ) Composto pelos elementos que irão permitir o sistema operar, como energia, matérias-primas e outros. c) ( ) É a tendência que os organismos têm para a desagregação. Os sistemas fechados tendem à força da entropia, que cresce até parar o sistema inteiro. Já no sistema aberto a entropia pode ser interrompida transformando-se em entropia negativa ou homeostase. d) ( ) É a informação sobre todos os aspectos que envolvem o sistema, entradas, transformação e saída, com o objetivo de avaliar o desempenho e aprimorar permanentemente o processo. e) ( ) São os processos de conversão dos insumos nos resultados do sistema. Todos os sistemas têm metas a atingir, transformar entradas em saídas. 19 TÓPICO 2 ORGANIZAÇÕES E SEUS DIFERENTES TRABALHOS UNIDADE 1 1 INTRODUÇÃO Para darmos continuidade aos nossos estudos, neste tópico conheceremos um pouco mais sobre organizações pública e privada, bem como as diferenças de atuação do gestor em uma e outra. Veremos que as possibilidades de atuação do profissional de biblioteconomia são grandes e vão além das bibliotecas. Conheceremos, então, as novas tendências de serviços. Apresentaremos as diferenças entre atividades em linha e de assessoria, suas vantagens e desvantagens no processo de gestão. E, novamente, focaremos nas atividades do profissional bibliotecário. Vamos lá? 2 ORGANIZAÇÕES E O PROFISSIONAL DA INFORMAÇÃO O mundo é uma grande sociedade constituída de organizações que são administradas por pessoas: suas engrenagens!!! Seus diferentes trabalhos geram a produção de bens e a prestação de serviços. Todas essas atividades são planejadas, organizadas, executadas, dirigidas e controladas. UNIDADE 1 | ORGANIZAÇÕES 20 FIGURA 12 – ENGRENAGENSDO SISTEMA FONTE: <https://br.123rf.com/stock-photo/engrenagens_sistema.html?oriSearch= engrenagens&sti=mj0949a1f38z21n2pu|&mediapopup=21139568>. Acesso em: 18 abr. 2019. Nas palavras de Chiavenato (2011, p. 32): “as organizações são constituídas de pessoas que administram conhecimentos, físicos e materiais, financeiros, tecnológicos, mercadológicos etc.”. O autor explica que toda a produção de bens (produtos) ou de serviços (atividades especializadas) é realizada através de organizações. Ou seja, o mundo atual é uma sociedade institucionalizada e composta de organizações. As unidades de informação também devem serem vistas como organizações, seja qual for a categoria e a realidade em que se enquadre: FIGURA 13 – BIBLIOTECA UNIASSELVI INDAIAL FONTE: <portal.uniasselvi.com.br>. Acesso em: 5 abr. 2019. TÓPICO 2 | ORGANIZAÇÕES E SEUS DIFERENTES TRABALHOS 21 As organizações perpassam nossas vidas desde o nosso nascimento. Hospitais, instituições de ensino em todos os níveis, fábricas, governos, supermercados, clubes, igrejas, escritórios... enfim, todas podem ser consideradas organizações que se estruturam pela natureza e pelos seus objetivos. Grande parte das organizações citadas são possíveis espaços de atuação dos profissionais da informação, mas a maioria destes profissionais ainda atua diretamente em bibliotecas. Nesses espaços, os bibliotecários enfrentam os desafios da gestão. Segundo Dziekaniak (2003), os bibliotecários em geral reconhecem a necessidade de uma formação gerencial para se administrar as unidades de informação, mas ocorre que lhes falta, muitas vezes, um efetivo preparo e entendimento destas como uma organização. Para a autora, isso implicaria na não utilização dos princípios de gestão aplicados aos demais tipos de organizações. “Assim a administração de bibliotecas ainda se torna um tanto complexa para eles, e por inexistência de uma administração realmente eficaz e de qualidade, tais profissionais enfrentam sérias dificuldades em atender, satisfatoriamente, as necessidades dos seus usuários” (DZIEKANIAK, 2003, p. 2). Antes de nos aprofundarmos nos processos e estruturas organizacionais, conheceremos um pouco dos tipos de organizações e as principais diferenças na gestão das organizações públicas e privadas: FIGURA 14 – DIFERENÇAS NA GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES PÚBLICAS E PRIVADAS • Privado • Público O gestor se concentra nos objetivos empresariais e, em sua maioria, na lucratividade do seu produto junto ao mercado. A competitividade e a produtividade estão no centro de sua atuação, bem como a eficiência e a utilização de modernas técnicas administrativas Já o gestor no âmbito público se concentra na qualidade da prestação de serviços e papel social da instituição, ou seja, os objetivos e respcetivos resultados devem estar relacionados aos interesses sociais. FONTE: A autora UNIDADE 1 | ORGANIZAÇÕES 22 Destacamos aqui a importância da qualidade em serviços públicos, descrita no Decreto-Lei nº166/99 de 13 de maio de 1999 como “uma filosofia de gestão que permite alcançar uma maior eficácia e eficiência dos serviços, a desburocratização e simplificação de processos e procedimentos e a satisfação das necessidades explícitas e implícitas dos cidadãos” (BRASIL, 1999, p. 2). Este decreto cria o Sistema de Qualidade em Serviços Públicos. DICAS Para conhecer o Decreto-Lei nº 166/99 de 13 de maio de 1999, acesse: http://www.uc.pt/fduc/pdfs/jean_monnet/sistemadequalidadeservicospub.pdf. As organizações podem ser públicas, prestando serviços pelos estados, municípios ou ainda em nível Federal. Vejamos a seguir alguns exemplos de instituições públicas e privadas na Biblioteconomia: FIGURA 15 – BIBLIOTECA PÚBLICA DE SC FONTE: <http://www.cultura.sc.gov.br>. Acesso em: 5 abr. 2019. http://www.uc.pt/fduc/pdfs/jean_monnet/sistemadequalidadeservicospub.pdf TÓPICO 2 | ORGANIZAÇÕES E SEUS DIFERENTES TRABALHOS 23 FIGURA 16 – BIBLIOTECA MUNICIPAL DE SOBRAL FONTE: <http://seducsobral.blogspot.com>. Acesso em: 5 abr. 2019. FIGURA 17 – BIBLIOTECA FONTE: <http://portal.bu.ufsc.br>. Acesso em: 5 abr. 2019. Podem também ser privadas, com fins lucrativos, as empresas. Ou, ainda, filantrópicas, não governamentais (ONGs), comunitárias sem fins lucrativos. Como profissional da informação, você pode atuar em quaisquer tipos de organizações. UNIDADE 1 | ORGANIZAÇÕES 24 FIGURA 18 – BIBLIOTECA SENAC FONTE: <www.senac.br>. Acesso em: 5 abr. 2019. FIGURA 19 – BIBLIOTECA EMPRESA PRIVADA ENGEPLUS FONTE: <http://www.engeplus.com.br>. Acesso em: 5 abr. 2019. FIGURA 20 – BIBLIOTECA COMUNITÁRIA DONA ULA FONTE: <http://www.acin.com.br/>. Acesso em: 5 abr. 2019. TÓPICO 2 | ORGANIZAÇÕES E SEUS DIFERENTES TRABALHOS 25 2.1 ORGANIZAÇÕES E A ATUAÇÃO DO BIBLIOTECÁRIO É importante ressaltar que os exemplos nas figuras apresentadas se reportam a bibliotecas, mas os ambientes de trabalho do bibliotecário vêm se ampliando e abrangem diversas áreas e tipos diferentes de instituições e organizações que antes não seriam pensadas como possibilidades de atuação. Além das bibliotecas, podemos observar as diversas organizações que o profissional de informação pode atuar: FIGURA 21 – OUTRAS POSSIBILIDADES DE ATUAÇÃO DO PROFISSIONAL DA INFORMAÇÃO Livrarias Editoras Centros de documentação Presídios Museus Cartórios Org. de bases de dados virtuais TV, Rádio e Jornal Outras possibilidades de atuação do bibliotecário FONTE: A autora Como você pode perceber, acadêmico, o profissional tem diversas opções de atuação. Para isso é necessário que ele faça interações com as mais diversas áreas do conhecimento, atualizando-se e capacitando-se para atender às demandas da organização e dos usuários. Santos (2000, p. 113) descreve algumas características de perfil, as quais resumimos a seguir: • ser especializado na área que atua; • ser conhecedor dos recursos informacionais disponíveis; • ser um bom gestor; • dominar técnicas do tratamento da documentação; • exercer a liderança para enfrentamento das mudanças. UNIDADE 1 | ORGANIZAÇÕES 26 Destacamos aqui que “ser um bom gestor” implica no domínio de diversas técnicas de gestão, e algumas destas encontramos na disciplina de Organização, sistemas e métodos. Santos (2000) também apresenta algumas atividades desenvolvidas pelo profissional da área de Biblioteconomia: • disponibilizar informação contida em vários tipos de instrumentos; • gerenciar unidades, redes e sistemas de informação; • tratar tecnicamente recursos informacionais; • desenvolver recursos informacionais; • disseminar informação; • desenvolver estudos e pesquisas; • prestar serviços de assessoria e consultoria; • realizar difusão cultural; • desenvolver ações educativas. Novamente, destacamos as atividades de gestão, base desta unidade. Mas voltemos às características das organizações. Falamos de atividades de gestão, porém existem algumas diferenças entre linha e assessoria, nosso próximo assunto. 2.2 ATIVIDADES DE LINHA E ASSESSORIA Oliveira (2006) afirma a existência de duas formas de diferenciamento entre atividades de linha e assessoria: QUADRO 4 – DIFERENCIAÇÃO DE ATIVIDADES LINHA EXECUTANTE LINHA CONSELHEIRA Na primeira, considera-se que as unidades organizacionais de linha têm ação de comando e estão ligadas à áreas- fim. Já as unidades organizacionais de assessoria não têm essa ação, pois apenas aconselham as unidades de linha no desempenho de suas atividades. FONTE:(OLIVEIRA, 2006, p. 46) As atividades em linha estão ligadas diretamente às atividades operacionais da organização. Já as atividades de assessoria são conselheiras, auxiliando na análise e estudos da direção, liberando o mesmo para tarefas de estudos e pareceres. Essa assessoria pode facilitar e auxiliar no controle e coordenação organizacionais, bem como na aquisição e manutenção de recursos. Vejamos algumas atividades do tipo: TÓPICO 2 | ORGANIZAÇÕES E SEUS DIFERENTES TRABALHOS 27 • Assistente:auxiliar da direção. • Assessoria geral: faz com que o trabalho do administrador seja executado de modo adequado. • Assessoria especializada: treinados ou com qualificação técnica de modo a suprir conhecimentos específicos. • Serviços operacionais: são os sistemas de trabalho secundários e que apenas existem para apoiar ou prestar serviços ao principal sistema de trabalho. Oliveira (2006) ressalta que a assessoria pode ter algumas desvantagens, principalmente se utilizada como “válvula de escape” aos erros do superior imediato, ou ainda, quando esta dificultar de alguma forma a delegação das tarefas ao pessoal de linha. Se assumir funções de linha, isso com certeza dificultará o processo administrativo. Outros problemas podem ocorrer quando houver conflitos entre administrador, subordinados e assessoria, sejam pessoais ou profissionais. Ou ainda quando os curtos operacionais da unidade de assessoria forem muito elevados em relação aos benefícios. As atividades do profissional bibliotecário podem ser de linha ou de assessoria, isso depende dos objetivos da organização e do perfil do profissional. NOTA Destacamos a seguir um trecho da matéria Empreendendo na biblioteconomia – oportunidades de negócios e novos cenários para o mercado na área de informação para bibliotecários empreenderem: As possibilidades de atuação do bibliotecário, segundo a entidade americana Association of Independent Information Professionals (2004 apud MOTA; OLIVEIRA, 2005, p. 105), encontram-se nas áreas de: • Indústria e negócios – no atendimento a empresários executivos que necessitam de informações precisas, que os mantenham em nível de competição com outras empresas [...]. • Pesquisa jurídica – no gerenciamento de bibliotecas ou unidades de informação (públicas e/ou particulares) no campo jurídico fornecendo informações sobre leis, estatutos, andamento de processos, recursos ou argumentos informacionais que podem ser utilizados por advogados de defesa e/ou acusação em um julgamento etc. • Saúde – no processamento de informações (utilização de descritores, metadados, definição de linguagens de indexação e terminologias), desenvolvimento e gerenciamento de Sistemas de Informação, como os Registros Eletrônicos em Saúde e Prontuários Eletrônicos dos Pacientes, no gerenciamento de bases de dados estatísticas e bibliográficas, por exemplo, sobre epidemias, cuidados com a saúde, no fornecimento de informações que possam auxiliar médicos e enfermeiros no processo de tomada de decisão, subsidiar políticas públicas na área da saúde e promover programas de prevenção de doenças. • Bancos e finanças – na recuperação e análise de informações estratégicas e competitivas determinantes para transações comerciais e financeiras de sucesso. UNIDADE 1 | ORGANIZAÇÕES 28 • Poder público – em diversas instâncias, que vão desde a atuação em universidades e centros de pesquisa até arquivos públicos e gestão de bancos de dados que incluem documentos orçamentários, pesquisa sobre distribuição de renda, qualidade de vida da população etc.; • Ciência e Tecnologia – no fornecimento de informações para o embasamento e a consolidação de pesquisas de profissionais de todas as áreas do conhecimento, atendendo desde pesquisadores de Ciências Exatas até os de Ciências Humanas. • Document Delivery ou Entrega de Documentos – na disponibilização e entrega em domicílio de documentos on-line e/ou impressos (artigos, livros, pesquisas de mercado etc.), obedecendo à fixação de tarifas. Esse trabalho pode ser realizado de maneira autônoma ou institucional. No segundo caso, o Brasil conta com a Bierme, o Comut e o Scielo, entre outros. Na sequência, mais um trecho do artigo citado, em que destacamos as atividades de assessoria e linha: [...] A partir disso, podemos vislumbrar algumas demandas na atual sociedade de oportunidades para bibliotecários empreenderem, conforme a seguir: • Formação de um grupo organizado de pesquisa de mercado, onde a empresa recebe uma demanda de pesquisa e a mesma vai a campo executá-la: A pesquisa de mercado é uma importante ferramenta, utilizada para obter informações precisas sobre um produto, serviço, mercado e público-alvo. Através dela também é possível fazer testes que indicam a possibilidade de sucesso de uma estratégia. (ASSESSORIA) • Desenvolvimento de aplicativos, programas, sistemas de informação: O bibliotecário pode fazer parcerias para ter auxílio sobre as áreas que não tiver domínio ou pode fazer especializações na área para criar aplicativos e sistemas de informação. Um software aplicativo é um programa de computador que tem por objetivo ajudar o seu usuário a desempenhar uma tarefa específica, em geral ligada a processamento de dados. Sua natureza é diferente de outros tipos de software, como sistemas operacionais e ferramentas a eles ligadas, jogos e outros softwares lúdicos. (LINHA) • Monitoramento de publicações de informações: Muitos empresários querem saber o que a concorrência está fazendo ou profissionais como advogados e contadores precisam estar sempre atualizados em relação à legislação de ações jurídicas e legais. Dentro desse contexto, podem surgir oportunidades de negócios para os bibliotecários empreenderem atuando com inteligência competitiva e pesquisa em fontes de informação para atender essas demandas e necessidades informacionais. (ASSESSORIA) • Elaboração de infográficos: Infografia ou infográficos são gráficos com algumas informações comuns em revistas e outros meios de comunicação. Os infográficos são caracterizados pela junção de textos breves com ilustrações explicativas para o leitor entender o conteúdo. Eles facilitam a compreensão de matérias em que apenas dificultaria o entendimento. No design de jornais, por exemplo, o infográfico costuma ser usado para descrever como aconteceu determinado fato, quais suas consequências. Além de explicar, por meio de ilustrações, diagramas e textos, fatos que o texto ou a foto não conseguem detalhar com a mesma eficiência. (LINHA) • Consultoria em projetos de memória – Estudar acervos e coleções para criar produtos a partir destes como linhas do tempo, apontando dados sobre a memória de pequenas e médias empresas também é exemplo de um campo de atuação para o bibliotecário empreender. (ASSESSORIA) Leia a matéria na íntegra acessando o link: http://empreendebiblio.com/empreendedorismo/. Você encontrará mais detalhes das experiências de empreendedorismo na área de Biblioteconomia. Acesse! FONTE: ANDRADE, D. F.; ROMEIRO, N. L.; SOARES, V. R. Empreendendo na biblioteconomia –oportunidades de negócios e novos cenários para o mercado na área de informação para bibliotecários empreenderem. Empreendebiblio, set. 2014. http://empreendebiblio.com/ empreendedorismo/. Acesso em: 27 fev. 2019. http://empreendebiblio.com/empreendedorismo/ TÓPICO 2 | ORGANIZAÇÕES E SEUS DIFERENTES TRABALHOS 29 Oliveira (2006) também problematiza a questão da assessoria lembrando que ela pode ser interna ou externa. Quando interna, é feita por funcionários da instituição e quando externa chama-se de consultoria. O autor apresenta as vantagens e desvantagens da assessoria interna e externa no quadro a seguir: QUADRO 5 – VANTAGENS E DESVANTAGENS DE ASSESSORIA Vantagens do assessor interno Vantagens do assessor externo Maior conhecimento da empresa. Maior imparcialidade, pelo fato de estar menos envolvido no problema. Trazer conhecimento e experiência de trabalhos em outras empresas. Possibilidade de maior sigilo com referência a dados e informações da empresa. Possibilidade de vivenciar os resultados do trabalho executado. FONTE: Adaptado de Oliveira (2006) 30 RESUMO DO TÓPICO 2 Neste tópico, você aprendeu que: • As organizações são constituídas de pessoas que administram conhecimentos físicos e materiais, financeiros, tecnológicos, mercadológicos etc., e que toda a produção de bens (produtos) ou de serviços (atividades especializadas) é realizada através de organizações.Ou seja, o mundo atual é uma sociedade institucionalizada e composta de organizações. • As unidades de informação também devem ser vistas como organizações, seja qual for a categoria e a realidade em que se enquadrem, sejam públicas ou privadas, ou ainda, enquanto seus fins como: universitária, escolar, comunitária, entre outras. • Os espaços de atuação do profissional de biblioteconomia vêm se ampliando e abrangem diversas áreas e tipos diferentes de instituições e organizações que antes não seriam pensadas como possibilidades de atuação, como livrarias, editoras, organização de bases de dados, TVs, rádio e jornais, presídios, centros de documentação, cartórios, entre outros. • Para isso é necessário que se faça interações com as mais diversas áreas do conhecimento, atualizando-se e capacitando-se para atender às demandas da organização e dos usuários, devendo ter algumas características de perfil: ser especializado na área em que atua; ser conhecedor dos recursos informacionais disponíveis; ser um bom gestor; dominar técnicas do tratamento da documentação; exercer a liderança para enfrentamento das mudanças. • As atividades em linha estão ligadas diretamente às atividades operacionais da organização. Já as atividades de assessoria são conselheiras, auxiliando na análise e estudos da direção, liberando-as para tarefas de estudos e pareceres. As atividades do profissional bibliotecário podem ser de linha ou de assessoria, isso depende dos objetivos da organização e do perfil do profissional. 31 1 Você gosta de atuar mais em linha ou assessoria? Justifique sua resposta e apresente um exemplo. 2 Quais são as vantagens atribuídas à organização quando faz opção pela assessoria externa? AUTOATIVIDADE 32 33 TÓPICO 3 ATIVIDADES EM OS&M UNIDADE 1 1 INTRODUÇÃO Neste terceiro tópico, você será instigado a conhecer, com um pouco mais de profundidade, as atividades ligadas à organização sistemas e métodos. Para isso, começaremos trazendo conceitos de administração e alguns elementos de gestão fundamentais para passarmos para as próximas unidades, dentre eles os conceitos de missão, visão e valores e suas diferenças. Traremos exemplos, tanto no âmbito empresarial quanto no âmbito da biblioteconomia. Também veremos os conceitos de eficiência, eficácia e efetividade e como estes conceitos podem ser utilizados na gestão de unidades de informação. Falaremos sobre métodos, recursos objetivos e ambiente, bem como os Inputs. Ao abordar os níveis do sistema em administração aprenderemos os subsistemas em bibliotecas universitárias. 2 ATIVIDADES EM OS&M E A GESTÃO DE UNIDADES DE INFORMAÇÃO Como vimos nos tópicos anteriores, as atividades em OS&M são diretamente ligadas ao ato de administrar. Uma das principais funções dos profissionais da informação é a gestão de unidades de informação, ou seja, a forma de gestão, bem como a utilização das diversas ferramentas da administração e, por consequência, de Organização, Sistemas e Métodos. 34 UNIDADE 1 | ORGANIZAÇÕES IMPORTANT E A administração das organizações requer todo um aparato de pessoas estratificadas em diversos níveis hierárquicos que têm incumbências, operações, tarefas e atividades. Andrade e Amboni (2011) apresentam alguns conceitos sobre o que é administrar: FIGURA 22 – CONCEITOS DE ADMINISTRAR Um processo contínuo de tomada de decisões estruturadas e não estruturadas, por meio do planejamento, organização, direção, coordenação e controle, visando ao alcance de objetivos organizacionais e sociais. Administrar é um processo técnico e político de gerenciar os recursos e de liderar pessoas na busca de objetivos organizacionais. É planejar, organizar, dirigir e coordenar os recursos e pessoas na busca de objetivos organizacionais FONTE: Adaptado de Andrade e Amboni (2011) 3 MISSÃO, VISÃO E VALORES As organizações têm missões, visões, valores, além de tamanhos e estruturas bem diferentes. Assim, a função e atividades do profissional da informação vai depender das características das mesmas, sendo do mais simples ao mais complexo. Antes de continuar, vejamos os conceitos e diferenças entre Missão, Visão e Valores: TÓPICO 3 | ATIVIDADES EM OS&M 35 3.1 MISSÃO – POR QUÊ OU PARA QUÊ EXISTIMOS? MISSÃO: razão da existência da organização, define para quem ela atua e visando à produção qual é o impacto para esses clientes. A missão está ligada diretamente aos objetivos institucionais e aos motivos pelos quais a organização foi criada. Não deve ser confundida com os produtos ou serviços ofertados pela instituição. Exemplos: • Missão da Uniasselvi – "Ser a melhor solução de educação para a construção da sua própria história" (UNIASSELVI, 2019). • Missão da Biblioteca Florestan Fernandes (USP) – "Promover o acesso e incentivar o uso e a geração da informação, contribuindo para a qualidade do ensino, pesquisa e extensão, na Área de Humanidades" (USP, 2019). 3.2 VISÃO – QUAL SITUAÇÃO FUTURA DESEJAMOS? Chiavenato (1999, p. 51) define a visão como a imagem que a organização tem de si e do seu futuro. Trata-se de uma ideia mental que descreve o que a organização quer realizar objetivamente num prazo determinado. É mutável por natureza e representa algo concreto a ser alcançado: Exemplos: • VISÃO da Uniasselvi – "Ser líder nas regiões onde atua, referência para a melhoria de vida dos nossos alunos, com rentabilidade e reconhecimento de todos os públicos" (UNIASSELVI, 2019). • Missão da Biblioteca Florestan Fernandes (USP) – "Ser um modelo de excelência na gestão e disseminação da informação" (USP, 2019). 3.3 VALORES ORGANIZACIONAIS – AGIMOS COM QUAIS PRINCÍPIOS ÉTICOS? Os valores são o conjunto de princípios e crenças que orientam as atividades da instituição bem como a conduta de quem trabalha na organização, ou seja, o que o público pode esperar da organização. Segundo Chiavenatto (2011, p. 67), “quando claramente estabelecidos, ajudam a reagir rápida e decisivamente nas situações inesperadas que se apresentam”. Exemplos: • VALORES DA UNIASSELVI: o Ética e Respeito: cumprir as regras sempre, com transparência e respeito, é a base do nosso relacionamento com alunos, funcionários e parceiros. o Valorização do Conhecimento: não basta saber, é preciso saber fazer. Valorizamos o conhecimento como forma de inspirar e aproximar as pessoas. 36 UNIDADE 1 | ORGANIZAÇÕES o Vocação para ensinar: nossos profissionais têm prazer em educar e contribuir para o crescimento dos nossos alunos. o Atitude de Dono: pensamos e agimos como donos do negócio. o Simplicidade e Colaboração: trabalhamos juntos como um time, com diálogo aberto e direto. o Foco em Resultado e Meritocracia: “nossa equipe cresce por mérito através da superação de metas e dedicação de cada um” (UNIASSELVI, 2019). • VALORES da Biblioteca Florestan Fernandes (USP): o “Manter o compromisso com a democratização do acesso à informação de forma equitativa, respeitando a ética e os valores humanos” (USP, 2019). A Missão, Visão e Valores se relacionam diretamente com as atividades- fim da organização, ou seja, atividades essenciais para organização. A maioria das organizações também depende de uma série de atividades-meio, que não é relacionada, diretamente, com a atividade-fim. Vejamos dois exemplos: a) A ATIVIDADE-FIM DA UNIASSELVI É O ENSINO. Mas em sua estrutura envolvem diversas atividades, como limpeza e segurança, por exemplo. As bibliotecas em geral são atividades-meio das instituições de ensino. b) Porém, quando analisamos a organização BIBLIOTECA, podemos afirmar que SUA ATIVIDADE-FIM É O ATENDIMENTO AOS USUÁRIOS, sejam reais ou virtuais. Por exemplo, os serviços de referência que envolvem: divulgação, orientação e auxílio ao usuário são também atividades-fim da biblioteca. Já o planejamento e elaboração de políticas, seleção, aquisição, desbastamento e/ou descarte são atividades-meio. Mesmo que, na maioria das vezes, estas não tenham fins lucrativos, Maciel eMendonça (2006) destacam a questão estratégica dessa visão, pois com resultados programados e avaliados constatemente, possibilita a competição e maior acerto em ambientes de inovações. Seria assim um modo de facilitar o seu gerenciamente e acrescentar qualidade aos seus produtos e serviços, evidenciando o seu papel social junto às comunidades envolvidas. 4 EFICIÊNCIA, EFICÁCIA E EFETIVIDADE Maximiano (2006) esclarece que uma organização é um sistema que inclui recursos e busca realizar objetivos. Já Chiavenato (2011) observa que qualquer organização, seja industrial, comercial, com a finalidade de lucro ou não, necessita ser administrada adequadamente, a fim de alcançar seus objetivos com eficiência e eficácia e efetividade. Eficiência e eficácia e efetividade são critérios de desempenho administrativo. Mas qual é a diferença entre estes conceitos? Observe o quadro a seguir: TÓPICO 3 | ATIVIDADES EM OS&M 37 QUADRO 6 – EFICÁCIA E EFICIÊNCIA Eficácia Eficiência • É o alcance dos objetivos, sejam eles de natureza qualitativa ou quantitativa (ANDRADE; AMBONI, 2011). • Indica que a organização realiza seus objetivos. Quanto mais alto o grau de realização dos objetivos, mais a organização é eficaz (MAXIMIANO, 2006). • Está ligada à racionalidade econômica, à razão custo/ benefício para alcançar os objetivos, coerência entre meios e fins (ANDRADE; AMBONI, 2011). • Indica que a organização utiliza produtividade, ou de maneira econômica, seus recursos. Quanto mais alto o grau de produtividade ou economia para utilizar os recursos, mais a organização é eficiente (MAXIMIANO, 2006). FONTE: Adaptado de Maximiano (2006); Andrade e Amboni (2011) Já a efetividade trata-se de um critério político que reflete a capacidade administrativa para satisfazer às demandas concretas feitas pela comunidade externa. “É um critério substantivo extrínseco que reflete a capacidade de a educação responder às preocupações, exigências e necessidades da sociedade” (SANDER, 1982, p. 152). Apresentamos na sequência um pouco mais sobre eficácia e eficiência, trazendo um detalhamento de suas diferenças: QUADRO 7 – DIFERENÇAS ENTRE EFICÁCIA E EFICIÊNCIA Eficácia Eficiência Ênfase nos resultados Ênfase nos meios Fazer as coisas certas Fazer corretamente as coisas Atingir objetivos Resolver problemas Otimizar a utilização dos recursos Salvaguardar os recursos Obter resultados Cumprir tarefas e obrigações Dar eficácia aos subordinados Treinar os subordinados Máquinas em bom funcionamento Manter as máquinas Prática de valores religiosos Presença nos templos Ganhar o céu Rezar Ganhar a partida Jogar futebol com arte FONTE: Chiavenato (2011, p. 197) 38 UNIDADE 1 | ORGANIZAÇÕES De acordo com Vergueiro e Carvalho (2011), a preocupação com qualidade em biblioteconomia começou a ser abordada em 1990, quando as unidades de informação passaram a implantar os processos de qualidade em seus trabalhos a fim de atingir a excelência na satisfação de seus usuários com a criação da ISO 11620, norma que pode ser usada para fazer essas medidas sistemáticas de eficiência e eficácia em todos os tipos de biblioteca. DICAS ISO 11620 (1998) – Information and documentation – Library performance indicators (Informação e documentação – indicadores de desempenho de bibliotecas). Acesse: https:// www.iso.org/standard/19552.html Leia também o artigo: GUIMARAES, M. C. et al. Indicadores de desempenho de bibliotecas na Fiocruz: um caminho em construção, Ci. Inf., Brasília, v. 35, n. 3, p. 248-254, set./dez. 2006. Rozados (2005) afirma que nos países desenvolvidos, o uso de indicadores em unidades de informação para avaliar o desempenho de serviços tem sido uma preocupação muito presente, especialmente nos Estados Unidos e em países da Europa que possuem uma marcante representação de estudiosos do assunto. No entanto, “no Brasil, o uso de indicadores para avaliar serviços de informação ainda não é uma prática comum” (ROZADOS, 2005 apud PIMENTA; COELHO JUNIOR, 2016, p. 1). Nesse sentido, ressaltamos a importância dos profissionais de biblioteconomia se apropriarem de tais ferramentas utilizando-as para ter maior eficiência. 5 OUTROS CONCEITOS Marques e Oda (2012) trazem, ainda, outros conceitos de termos muito utilizados na literatura de administração que afirmam serem importantes para se estabelecer uma visão homogênea dos sistemas: Método – busca a economia de esforço, tempo, movimento, através da simplificação do trabalho, gerando, consequentemente, aumento da produtividade e redução nos custos e despesas. Função: obter a eficiência e a eficácia da estrutura administrativa, através da aplicação de certas técnicas científicas de redução de tempo, esforços e custos. https://www.iso.org/standard/19552.html https://www.iso.org/standard/19552.html TÓPICO 3 | ATIVIDADES EM OS&M 39 Recursos – representam todos os meios colocados à disposição da organização e necessários à realização das suas atividades. Basicamente são: recursos humanos, os recursos materiais ou físicos, recursos tecnológicos, os recursos financeiros, entre outros. Objetivos – representam as metas ou resultados organizacionais a serem atingidos em um determinado prazo. Ambiente – representa todos os elementos ou fatores externos que podem influenciar uma organização, de forma direta ou indireta, como economia, questão político-legal, concorrência, sociocultural, entre outros (MARQUES; ODA, 2012, p. 40). DICAS Você deve estar se perguntando: De fato podemos utilizar essas teorias nas Bibliotecas? Para ajudar a responder a esta questão, sugerimos a leitura do texto de Edvaldo de Assis, intitulado A Biblioteca Universitária e as Teorias dos Sistemas, no qual o autor relaciona as bibliotecas universitárias dentro do suprasistema no qual estão inseridas, expondo as relações entre objetivos e funções nos subsistemas. Acesse o Link e confira: http://www.brapci.inf.br/_repositorio/2011/08/pdf_7a9d5b0826_001 8357.pdf. Para Assis (1981), a formação e desenvolvimento de coleções, um dos objetivos básicos dentro da teoria geral dos sistemas, implica em variáveis que serão vistas dentro do suprasistema "Universidade", que por sua vez depende do ambiente mais próximo, formado pelos professores, pesquisadores-alunos, pessoal técnico-administrativo etc. Para o autor, o principal objetivo de uma biblioteca é armazenar, de forma organizada, a informação, para facilitar o seu uso. E para cumpri-lo, se faz necessário que os objetivos básicos sejam determinados. Assim, em seu estudo, Assis (1981) afirma que os objetivos são os seguintes: a) A formação e desenvolvimento de coleções. b) Cooperação entre bibliotecas. c) Processamento das coleções. d) Divulgação de serviços. e) Utilização da informação. Segundo Assis (1981), nessa pesquisa foi necessário estudar a organização a partir de inputs. http://www.brapci.inf.br/_repositorio/2011/08/pdf_7a9d5b0826_0018357.pdf http://www.brapci.inf.br/_repositorio/2011/08/pdf_7a9d5b0826_0018357.pdf 40 UNIDADE 1 | ORGANIZAÇÕES IMPORTANT E Considere input como a energia do ambiente que é recebida pelo sistema para o seu funcionamento, e se caracterizam como inputs de produção e de manutenção. Os inputs de produção, no âmbito das bibliotecas, são os livros, periódicos e multimeios, entre outros itens do acervo, este depende dos inputs de manutenção, que podem ser as linhas de pesquisa que demandam esses materiais ou ainda outros agentes externos que determinam os assuntos desse acervo. Ou seja, ficam todos os inputs de produção dependentes do ambiente. 6 NÍVEIS DO SISTEMA O ambiente é também chamado de meio ambiente, meio externo, meio ou entorno, e possui três níveis de hierarquia: • SISTEMA: é o que está sendo estudando ou considerando. • SUBSISTEMA: são as partes identificadas de forma estruturada, que integram o sistema. • SUPERSISTEMA OU ECOSSISTEMA: é o todo, e o sistema é um subsistema dele (OLIVEIRA, 2006, p. 36). Na ilustração a seguir,
Compartilhar