como um sistema integrado que busca a melhoria e eficácia com intervenções na estrutura organizacional das empresas (GONÇALVES, 1995, p. 24). SIMCSIK (2001, p. 31) define OS&M assim: Uma atividade administrativa voltada para a racionalização e agilização das atividades e tarefas, através de técnicas científicas que envolvem a reorganização de como o trabalho é feito e de quando deve ser realizado com eficiência e eficácia pelos recursos humanos, com base no tratamento de dados transformados em informações, que mantém a empresa em contínuo processo dinâmico de comunicação para o crescimento. Essa definição nos remete à quinta das cinco Leis da Biblioteconomia, idealizadas pelo indiano Ranganathan, um autor clássico da nossa área. TÓPICO 1 | CONTEXTO HISTÓRICO DA OS&M 5 DICAS RANGANATHAN, Shiyali Ramamrita. As cinco leis da Biblioteconomia. Brasília, DF: Briquet de Lemos, 2009. 1 – Os livros são para o uso. 2 – A cada leitor seu livro. 3 – A cada livro seu leitor. 4 – Poupe o tempo do leitor. 5 – A biblioteca é um organismo em crescimento. FONTE: <http://sharinglibrarian.blogspot.com/2012/10/sr-ranganathan.html>. Acesso em: 18 abr. 2019 Conheça mais sobre Ranganathan no e-book “As contribuições de Ranganathan para a biblioteconomia: reflexões e desafios”. Disponível no link: http://bibliotecadigital.puc- campinas.edu.br/services/e-books/As_contribuicoes_de_Ranganathan.pdf. Na quinta lei constatamos que, de fato, as unidades de informação estão em constante crescimento e transformação. Essa transformação perpassa o momento histórico, social e tecnológico que permeia mudanças nas práticas dos usuários, bem como das ferramentas de gestão. Dessa forma é necessário que seus profissionais também busquem mecanismos e ferramentas que acompanhem seus processos gerenciais. Assim podemos considerar os estudos de OS&M como ferramenta eficaz para aumentar a qualidade dos serviços prestados por unidades de informação, afinal, está relacionado à melhoria contínua, ao aumento da produtividade e à contenção de desperdícios, o que reflete naturalmente no nível de satisfação dos usuários. http://bibliotecadigital.puc-campinas.edu.br/services/e-books/As_contribuicoes_de_Ranganathan.pdf http://bibliotecadigital.puc-campinas.edu.br/services/e-books/As_contribuicoes_de_Ranganathan.pdf UNIDADE 1 | ORGANIZAÇÕES 6 Vimos que, segundo Gonçalves (1995), a função do profissional de O&M se diluiu em diversas áreas, em especial na área de sistemas. Observamos que dentro das unidades de informação, em geral, não temos um profissional com essa função específica, mas é fundamental entendermos as atividades e funções dos mesmos, pois podemos utilizá-los em nossas atividades. 3 SISTEMAS Segundo Oliveira (2006, p. 6), “sistema é um conjunto de partes interagentes e interdependentes que, conjuntamente, formam um todo unitário com determinado objetivo e efetuam função específica”. Para o autor, neste contexto é importante que se observe o ambiente do sistema ou, também, que se possa ser influenciado pelo sistema. Para exemplificar sua afirmação, o autor apresenta a ilustração que reproduzimos a seguir: FIGURA 1 – AMBIENTE DO SISTEMA EMPRESARIAL FONTE: Oliveira (2006, p. 7) Agora, se fôssemos fazer essa mesma ilustração com informações direcionadas ao ambiente das unidades de informação, como ficaria? No centro estaria a unidade de informação, que é influenciada por vários fatores como: novas tecnologias, pelos recursos disponibilizados, pela cultura da instituição e também do usuário, pela estrutura e pela equipe entre outros. Utilize o espaço a seguir para refazer o desenho: AUTOATIVIDADE TÓPICO 1 | CONTEXTO HISTÓRICO DA OS&M 7 3.1 COMPONENTES DE UM SISTEMA De acordo com Marques e Oda (2012, p. 22), “todo sistema é composto por partes que interagem entre si para atingir um objetivo comum”. Os sistemas em sua maioria são abertos, trocam recursos com o ambiente. Para melhor compreender o processo dos sistemas, Oliveira (2005) ilustra os componentes do sistema da seguinte forma: FIGURA 2 – COMPONENTES DE UM SISTEMA FONTE: Oliveira (2005, p. 34) Marques e Oda (2012, p. 22) apresentam de forma mais detalhada cada parte do sistema: Entrada (input): composto pelos elementos que irão permitir o sistema operar, como energia, matérias-primas e outros. Processamento ou transformação (throughput): são os processos de conversão dos insumos nos resultados do sistema. Todos os sistemas têm metas a atingir, transformar entradas em saídas. Saídas (outputs): é o produto resultante do processo de transformação cujo foco principal é o objetivo do sistema. UNIDADE 1 | ORGANIZAÇÕES 8 Retroalimentação (feedback): é a informação sobre todos os aspectos que envolvem o sistema, entradas, transformação e saída, com o objetivo de avaliar o desempenho e aprimorar permanentemente o processo. Entropia: é a tendência que os organismos têm para a desagregação. Os sistemas fechados tendem à força da entropia, que cresce até parar o sistema inteiro. Já no sistema aberto a entropia pode ser interrompida transformando- se em entropia negativa ou homeostase. Já na Figura 3 podemos observar esse mesmo processo de uma forma mais relacionada com o sistema em unidades de informação. FIGURA 3 – COMPONENTES DE UM SISTEMA EM UMA UNIDADE DE INFORMAÇÃO ENTRADA SAÍDA PROCESSAMENTO Classificar, organizar, calcular C ontrole Feedback FONTE: Adaptado de Oliveira (2005) Referenciados no pesquisador West Churchman, que também propôs considerações sobre o pensamento sistêmico, Marques e Oda (2012) apresentam cinco considerações básicas do sistema, representadas a seguir na Figura 4: FIGURA 4 – CONSIDERAÇÕES BÁSICAS DO SISTEMA Os objetivos do sistema as metas para as quais o sistema foi constituído O ambiente do sistema Constituído por tudo, é externo ao sistema. Os recursos do sistema São recursos internos, como pessoas, equipamentos, monetários e outros. Os componentes do sistema Todas as atividades (processos) que agem para atingir os objetivos. A administração do sistema Planejamento e controle FONTE: Adaptado de Marques e Oda (2012, p. 25) TÓPICO 1 | CONTEXTO HISTÓRICO DA OS&M 9 3.2 SISTEMAS DE INFORMAÇÕES GERENCIAIS Entres os aspectos básicos dos sistemas estão os Sistemas de Informações Gerenciais (SIG). Estes geralmente são abrangentes a toda estrutura organizacional de uma empresa, apoiando a execução de operações e transações básicas. Integram os fluxos de trabalho dos seus processos fundamentais, desde o seu início até o seu encerramento, disponibilizando dados e informações. DICAS Na Ciência da Informação, grande área de pesquisa da Biblioteconomia, é importante a diferenciação dos conceitos de dado, informação e conhecimento. Porém, em nossa literatura profissional, eles apresentam significados diversificados para cada conceito, mesmo estando profundamente interligados. Para entender melhor este debate, que será aprofundado em outras disciplinas, indicamos a leitura do artigo Conceptual Approaches for defining Data, Information and Knowledge,(2007), resultado de pesquisa desenvolvida pelo professor Chaim Zins. Chaim Zins é um cientista da informação israelense, especializado em mapeamento do conhecimento. Professor na Universidade de Haifa (Israel), do Gordon College of Education (Israel), e também professor visitante no Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação da UNESP (Marília, SP). Em seu site é possível acompanhar seus estudos e pesquisas, principalmente na área de mapeamento do conhecimento. Acesse: http://www. success.co.il/. FONTE: <http://www.success.co.il/knowledge/map/map-tree.html>. Acesso em: 18 abr. 2019. http://www.success.co.il/ http://www.success.co.il/ UNIDADE 1 | ORGANIZAÇÕES 10 Em geral, os SIG são ferramentas informatizadas de gestão e tem por objetivo o apoio e a operacionalização automática de atividades e tarefas das diversas áreas de uma organização, bem como processar os dados