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BMF Ciclo Cardíaco Conjunto de eventos que ocorre entre o início de um batimento cardíaco até o início do próximo. 1 – Escoamento de sangue passivamente (80%) dos átrios para os ventrículos. Esse processo recebe o nome de diástase 2 – Contração atrial ejeta o restante de sangue dos átrios (20%) para o ventrículo. Como o enchimento máximo do ventrículo ocorre no final do relaxamento ventricular (diástole), este volume recebe o nome de volume diastólico final (VDF). OBS: até então, como os ventrículos estão sem sangue e relaxados, as valvas atrioventriculares estão abertas, o que permite a passagem de sangue dos átrios para os ventrículos. 3- Aumento da pressão intraventricular devido à presença de sangue nos ventrículos, levando ao fechamento das valvas atrioventriculares, pois o sangue empurrado contra a porção inferior das valvas AV faz com que elas se fechem, de modo que não haja refluxo para os átrios. No entanto, esse aumento de pressão ainda não é suficiente para a abertura das valvas semilunares. 4 – Com o aumento progressivo da pressão intraventricular até exceder a pressão das artérias, as valvas semilunares abrem e o sangue é ejetado – vencer a pressão, ou seja, pós-carga. 5- Ocorre o fechamento das valvas semilunares devido à elevada pressão sanguínea nas artérias. O volume sanguíneo deixado no ventrículo ao final da contração é chamado de volume sistólico final (VSF). O VSF é a menor quantidade de sangue que o ventrículo contém durante um ciclo cardíaco. Diagrama de Wiggers: representa todos os eventos do ciclo cardíaco no ventrículo esquerdo. Fonocardiograma: registra os ruídos gerados pelo coração durante o ciclo cardíaco, que recebem o nome de bulhas cardíacas. B1 – fechamento das valvas atrioventriculares (o “tum” do “tum-tá”) B2 – fechamento das valvas semilunares (o “tá” do “tum-tá”) B3 - ruído protodiastólico de baixa frequência decorrente da vibração da parede ventricular distendida durante o enchimento ventricular rápido; B4- ruído que ocorre no fim da diástole ou início da sístole e raramente pode ser audível em crianças e jovens normais. Eletrocardiograma: O enchimento ventricular durante sua diástole: No enchimento do ventrículo na diástole ventricular, inicialmente, ocorre a abertura das valvas atrioventriculares, devido à pressão do sangue atrial (e a PVC no lado direito). Em segundo lugar, devido a essa abertura, o enchimento do ventrículo ocorre inicialmente de maneira rápida com a velocidade diminuindo por causa do escoamento passivo do sangue atrial. A partir da sístole dos átrios, o sangue que tinha restado nos átrios, cerca de 20%, é ejetado para os ventrículos. Desse modo, obtém-se o VDF. As fases são: ▪ Relaxamento isovolumétrico; ▪ Afluxo rápido; ▪ Diástase; ▪ Sístole atrial (a no diagrama de Wiggers). Desse modo, imediatamente antes da contração, o ventrículo está relaxado com volume constante e sua pressão intraventricular elevada. O esvaziamento ventricular durante sua sístole: Inicialmente, ocorre uma contração isovolumétrica, pois as valvas semilunares ainda estão fechadas, o que torna a pressão intraventricular elevada. Quando a tensão ventricular supera a pressão nas artérias ocorre a abertura das valvas semilunares, resultando no esvaziamento ventricular. Com o fim dessa contração o ventrículo entra em relaxamento isovolumétrico. Este volume de sangue que resta no ventrículo após a sístole é o VSF. As fases são: ▪ Contração isovolumétrica; ▪ Ejeção ventricular rápida; ▪ Ejeção ventricular lenta. No diagrama de Wiggers, c = sístole ventricular e v = final da sístole ventricular. A pressão aórtica no ciclo cardíaco: Com o ventrículo em sístole, a pressão da aorta é superada pela ventricular, o que resulta na abertura das valvas semilunares, fazendo com que o sangue seja ejetado para a aorta, elevando sua pressão. Já durante a diástole ventricular, a pressão aórtica cai (incisura) concomitantemente ao volume ventricular, chegando em torno de 80 mmHg+ pressão mínima ou diastólica. A incisura ocorre na curva de pressão aórtica quando a valva aórtica se fecha. Ela é causada pelo breve período de fluxo sanguíneo retrógrado, imediatamente antes do fechamento valvar, seguido pela cessação abrupta desse refluxo. Relação entre o volume do VE e a pressão intraventricular durante a sístole e a diástole: PE= período de enchimento ventricular – 1º sangue escoa passivamente do átrio para o ventrículo, seguido da contração atrial que ejeta mais volume (I); II- Contração isovolumétrica do ventrículo= aumenta a pressão (80mmHg) mas volume é estável (isovolumétrica), todas as valvas estão fechadas; III-Contração ventricular=aumenta pressão intraventricular (120 mmHg) pela contração do compartimento, forçando a abertura da valva aórtica = período de ejeção= redução de volume; IV-Ventrículo relaxa, valva aórtica fechada, volume residual (50 mL) não se altera, mas a pressão intraventricular cai pelo relaxamento. Diagrama de volume-pressão: Função dos músculos papilares: os músculos papilares contraem-se ao mesmo tempo que as paredes dos ventrículos, mas ao contrário do que seria esperado não ajudam as valvas a se fechar. Em vez disso, eles puxam as extremidades das valvas em direção aos ventrículos para evitar que as valvas sejam muito abauladas para trás, em direção aos átrios, durante a contração ventricular. Se uma corda tendínea se romper, ou um dos músculos papilares ficar paralisado, a valva se abaúla muito para trás durante a sístole, às vezes tanto que permite grave refluxo, resultando em insuficiência cardíaca grave ou até mesmo letal.
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