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Farmacologia: Insulina e antidiabéticos orais 09/04/2021 Nome: Jemerson Santos do Monte Curso: Odontologia Matrícula: 20.1.001008 Semestre: 3º semestre Turno: Noturno Sede: Parque Ecológico DIABETES MÉLITUS O DM não é uma única doença, mais um grupo heterogêneo de distúrbios metabólicos que apresentam em comum a hiperglicemia. E tem sua classificação atual com base na etiologia e não no tipo de tratamento. Em 1997 houve modificações nos critérios diagnósticos feitos pela ADA e aceitos pela OMS e SBD, desse modo a diabetes é avaliada de acordo com os seguintes achados: I. Poliúria (urinar em excesso), polidipsia (sede) e perda ponderal (perda de peso), com glicemia casual acima de 200 mg/dl. II. Glicemia em jejum ≥ 126 mg/dl (em casos de pequenas elevações confirmar com repetição de testes). III. Glicemia de 2h após sobrecarga de 75g de glicose ≥ 200mg/dl (o paciente ingere glicose e após 2h é medido a taxa no sangue). • Glicemia em jejum: exame que mede a taxa de glicose no sangue (pode dar falso-positivo caso o paciente tenha hábitos saudáveis nos últimos 2-3 dias). Mede um valor pontual de glicemia. Valor de referência: 60 a 110 mg/dl • Hemoglobina glicada: exame que mostra a taxa de glicose aderida a hemoglobina, e como a hemoglobina tem um tempo de vida em média de 3 meses, esse acaba sendo um exame mais fiel, por medir a glicemia a longo prazo, para ver se o paciente está controlando sua dieta e taxa de glicose. Valor de referência: 4,1 a 6,5% Tipos de DM: • DM1 (autoimune; anticorpos contra células do pâncreas) • DM2 (resistência à insulina, produz, mas é insuficiente) • Tipos específicos de diabetes mellitus • Diabetes mellitus gestacional Produção: O pâncreas é um órgão misto, tem porção endócrina e exócrina (enzimas digestivas). Na sua porção mais central tem 4 tipos de células responsáveis por sua porção endócrina: Células → fonte de GLUCAGON Célula → fonte de INSULINA Célula δ → fonte de SOMATOSTATINA Célula PP → fonte de POLIPEPTÍDEO PANCREÁTICO excretado junto com a insulina A insulina é uma proteína/hormônio inicialmente produzido no núcleo celular, vai para o retículo endoplasmático rugoso (ribossomos) por meio do RNAm e se torna Pré-pró-insulina, que posteriormente é armazenada na forma de Pró- insulina no Complexo de Golgi, e na hora de ser secretada se separa do Peptídeo C (sinalizador), desse modo ambos são secretados na mesma proporção, ou seja, medir a quantidade de Peptídeo C também é uma forma de medir a taxa de insulina secretada. Se a taxa de peptídeo C estiver normal, a taxa de produção e secreção de insulina também será normal, logo o paciente não tem DM1, devemos suspeitar de uma DM2. A insulina liberada irá retirar a glicose do sangue e jogar nos tecidos. Tipos de secreção de insulina: • Secreção regulada: Secretada em grandes quantidades, após alimentação • Secreção não regular: secreção constante durante todo o dia, cerca de 1- 2% Resposta bifásica: • Fase inicial: liberação do hormônio estocado, rápida. • Fase tardia: hormônio armazenado + nova síntese, mais lento. Liberação de Insulina: Nas células do pâncreas e hepatócitos os receptores de glicose (GLUT2) ficam na membrana celular, desse modo quando nos alimentamos e temos altas taxas de glicose, ela adentra essas células por difusão. Uma vez dentro da célula , a glicose sofre ação da Glicoquinase (enzima) que degrada glicose em ATP. Essa célula cheia de ATP induzirá o fechamento dos canais de Potássio (K), deixando a célula com muito potássio e carga positiva e despolariza. Com a célula despolarizada, abre os canais de Cálcio (Ca), culminando na liberação da insulina. Quando temos glicose e liberação de insulina no organismo: Insulina: • Efeito a longo prazo - alterações na síntese de proteínas • Usado no tratamento do DM tipo I e tipo II (30% dos casos) Ao contrário do pâncreas e do fígado que tem um canal de glicose na membrana celular (GLUT2) os outros órgãos têm receptores de glicose internalizados (GLUT4) que são exteriorizados na presença de insulina, fazendo com que assim a célula consiga absorver a glicose. Temos também a Glicogênio sintase (GS), que transforma o excesso de glicose em glicogênio. A DM2 pode ser observada quando o indivíduo mesmo tendo níveis normais de insulina apresenta problemas em alguma parte desse mecanismo da imagem, não conseguindo fosforilar a proteína quinase B (PKB), impedindo que os canais se desloquem para a membrana e permitam a entrada de glicose na célula. Porém, em alguns casos além do paciente portador de DM2 ter resistência a insulina, seus níveis de secreção também são baixos, necessitando assim de doses de insulina como os portadores de DM1. Antigamente utilizava-se insulina de origem bovina e suína, porém esse método gerava muita rejeição do organismo, criando anticorpos, atualmente se usa uma técnica denominada DNA recombinante, onde se injeta uma bactéria que produz insulina no nosso organismo, bem similar a que produzimos. Vias de administração: • Via parenteral: Subcutânea, intramuscular, intravenosa (emergências), Intraperitoneal (diálise). • Inalação por aerossol – Via promissora Absorção e excreção: • Uma vez absorvida, a insulina tem meia-vida de eliminação de aproximadamente 10min. • É inativada por enzimas do fígado e no rim, e 10% são eliminadas na urina • Pacientes com comprometimento renal tem redução da excreção de insulina (necessário diminuir a dosagem) A insulina deve ser solúvel, de efeito rápido e curta duração, e no decorrer do tempo liberando poucas doses em pequenas quantidades. Tipos de insulina e tempo de ação Lispro Ação ultra-rápida e curta Aspart Glulisina Insulina Regular ação rápida e duração moderada NPH ação e duração intermediária Glargina ação e duração duradoura, similar a secreção não-regulada Determir A maioria dos pacientes utiliza a Regular (ação mais rápida) associado a NPH (ação mais lenta), para mimetizar a secreção de insulina, pois é distribuída pelo SUS. Efeitos adversos: • Hipoglicemia • sinais de hiperatividade autônoma (taquicardia, palpitações, sudorese, tremor, náuseas, fome) • Forma de reverter: copo de água açucarada ou aplicação de glucagon 1mg subcutânea ou intramuscular • Alergia: incomum, reações locais e sistêmicas • Resistência a insulina: formação de anticorpos (raro) Público-alvo: Portadores de DM1 Portadores de Diabetes gestacional Alguns portadores de DM2 Para DM2 se utiliza medicamentos para tratar, pois ele tem resistência a insulina Grupos de fármacos para DM2: - Secretagogos de insulina: estimulam a secreção de insulina (Sulfoniuréias, meglitidinas e derivados da D-Fenilalanina) - Biguanidas: melhoram a captação de insulina pelas células - Tiazolidinedionas: aumentam a utilização periférica de glicose - Inibidores das -glicosidases: reduzem a velocidade de absorção da glicose no intestino - Incretinomiméticos e inibidores da DPP-IV: reduzir a secreção de glucagon pelas células alfa do pâncreas. SECRETAGOGOS DE INSULINA Mecanismo de ação: • Liberação de insulina pelas células beta pancreáticas • Diminuição da concentração sérica de glucagon • Fechamento dos canais de potássio (K) sensíveis a ATP, despolarizando a célula , entra cálcio e secreta insulina Principais grupos de fármacos: • Sulfoniuréias (distribuídas pelo SUS) • Meglitidinas • Derivados da D-Fenilalanina Sulfoniuréias: Os primeiros grupos de Sulfoniuréias entraram em desuso pela alta toxicidade, e hipoglicemia grave. Atualmente se utiliza as de segunda geração. Principais Sulfoniuréias de 2ª geração: Glibenclamida, glidiazinamidae glimepirida Aspectos farmacológicos das Sulfoniuréias: • Bem absorvidas (oral) • Variável duração de ação • Ligam-se fortemente a albumina (podendo gerar interações farmacológicas) • Eliminação na urina, atravessa a placenta e entra no leite materno • Contra-indicado na gravidez e insuficiência renal e hepática Cuidado ao prescrever para pacientes cardiopatas pois ela fecha os canais de potássio dependentes de ATP presentes no coração! Então deve-se prescrever na dose certa. Meglitidinas Fármacos que não possuem a parte sulfoniluréia, mas que também estimulam a secreção de insulina pelo mesmo mecanismo de ação. principal representante desse grupo: Repaglinida. Utilizado quando o paciente tem alergia a enxofre presente nas Sulfoniuréias. Derivados da D-Fenilalanina Mais específica para os canais de potássio do pâncreas, melhor para os pacientes cardiopatas. BIGUANIDAS Representante: Metformina Mecanismo de ação (complexo): • Aumenta a captação de glicose utilização no músculo esquelético • Diminuição da gliconeogênese hepática e renal • Diminuição na absorção de glicose pelo TGI • Aumento da glicólise • Diminuição da secreção de glucagon • Diminuição do LDL e VLDL Aspectos farmacocinéticos: A metformina tem meia-vida de 3 horas e é excretada de forma inalterada na urina. Efeitos adversos: Distúrbios gastrintestinais (geralmente transitórios) Acidose láctica (rara, mas potencialmente fatal) Uso prolongado pode interferir na absorção de vitamina B12 Não prescrever metformina para pacientes com doença renal ou hepática, doença pulmonar hipóxica, insuficiência cardíaca ou choque, pois são pré-dispostos a acidose láctica! Tiazolidinadionas (Glitazonas) Representante: rosiglitazona e pioglitazona Reduzem a saída de glicose hepática e aumentam a captação de glicose pelos músculos, aumentando a eficácia de insulina endógena e reduz a insulina necessária para manter o índice glicêmico em 30%. Reduz os níveis de insulina e ácidos graxos circulantes ganho de peso de 1 - 4 kg é comum, geralmente estabilizado de 6 a 12 meses retenção hídrica por reter sódio (cuidado com pacientes hipertensos não controlados) Efeitos adversos: • Rosiglitazona e pioglitazona: hepatotoxicidade rara • Ganho de peso e retenção hídrica • Cefaleia, cansaço e distúrbios gastrointestinais • Contra-indicação em grávidas lactantes e crianças INIBIDORES DAS -GLICOSIDASES Representantes: Acarbose e Miglitol Impedem a absorção da glicose, resultando numa menor taxa de glicose no sangue Efeitos adversos: • Flatulência • Diarréia • Dor • Distenção abdominal INCRETINOMIMÉTICOS E INIBIDORES DA DPP-IV Inibem o apetite, sem mexer com o SNC Exenatida – Análogo do GLP-1
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