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Habilidades Médicas A anamnese bem feite resulta em decisões diagnósticas e terapêuticas eficientes e corretas. Caso a anamnese seja feita de forma errada, desencadeia várias consequências negativas que exames não irão conseguir compensar. Na anamnese a entrevista é o instrumento onde a palavra falada é a que conta. Objetivos da anamnese - Criar uma relação médico-paciente - Conhecer os determinantes epidemiológicos do processo saúde-doença - Desenvolver a promoção da saúde A anamnese é o melhor instrumento para fazer triagem e analisar os sintomas, reconhecer problemas de saúde e preocupações. Maneiras de fazer anamnese - Deixar o paciente relatar livremente suas queixas sem interferir. - A anamnese dirigida, onde o médico tem um esquema básico e conduz a entrevista mais objetivamente, porém necessita de rigor técnico e cuidado na execução. - O médico deixa o paciente falar espontaneamente suas queixas e depois conduz a entrevista de modo mais objetivo. Paciente informado ou expert - Geralmente os pacientes obtém informações sobre sintomas, doenças e tratamentos nos sites de busca da internet. - Com isso, a anamnese vira uma anamnese dialogada e vira um diálogo amparado nas informações obtidas pelo paciente e nos conhecimentos baseados em evidências do médico. O essencial da boa anamnese é o médico ter interesse em ouvir o paciente. Em doenças agudas ou de início recente, quando apresente poucos sintomas, é possível conseguir uma história clínica de boa qualidade em pouco tempo. Tem que ser evitado ter “espírito preconcebido” quando se tem interesse por uma determinada enfermidade ou área da medicina. Recomendações para uma boa anamnese - Cumprimente o paciente perguntando o nome dele e se apresentando - Demonstre atenção no que o paciente relata - Compreenda as condições socioculturais e socioeconômicas do paciente - Investigue bem os sintomas para um exame físico mais objetivo Semiotécnica da Anamnese - A anamnese se inicia com a pergunta norteadora “O que o(a) senhor(a) está sentindo?” Anamnese - Muitos pacientes não sabem como iniciar o “relato” do que está sentindo e muitas vezes precisa de um incentivo. - Importante: o paciente não é obrigado a saber como relatar seu problema, o médico que precisa saber como obter. - Técnicas utilizadas para incentivar o paciente a falar: Apoio, Facilitação, Reflexão, Esclarecimento, Confrontação, Interpretação, Respostas empáticas e silêncio. - Apoio: afirmações de apoio despertam segurança. - Facilitar: o médico consegue facilitar o relato do paciente por meio da sua postura, visto que passa segurança saber que está sendo compreendido. (Então, balançar a cabeça levemente passa uma imagem de compreensão ao paciente.) - Reflexão: consiste em repetir palavras que são importantes e foram relatadas pelo paciente. - Esclarecimento: é quando o médico define de maneira mais clara o que o paciente está sentindo. - Confrontação: é quando o paciente demonstra algo e relata o oposto. Exemplo: o paciente demonstra através do comportamento está ansioso e com medo, mas relata “está tudo bem”. - Interpretação: é a observação do médico ao relato e como o paciente age. - Resposta empática: é a intervenção ou compreensão do médico demonstrando empatia pelo paciente. Componentes da Anamnese - Identificação: perfil sociodemográfico (Nome, idade, sexo, cor (etnia), estado civil, naturalidade, procedência, profissão, religião, plano de saúde). - Queixa principal: é o motivo da consulta (deve ser descrita de acordo com os termos usados pelo paciente). - História da doença atual: registro cronológico e detalhado do problema atual de saúde do paciente (início do sintoma, fatores desencadeantes, fatores de melhora e piora, duração, intensidade, periodicidade). - Sintoma guia: é o sinal que permite compor a história da doença atual com mais facilidade, o sintoma guia não é necessariamente o sintoma mais antigo, o sintoma guia deve ser a queixa com duração mais longa ou a queixa principal. - Interrogatório sintomatológico: avalição detalhada dos sintomas de cada sistema corporal (palavras relatadas pelo paciente devem ser pontuadas), é onde se origina a suspeita diagnóstica mais importante. Sintomas gerais, pele e fâneros, cabeça e pescoço... - Antecedentes pessoais e familiares: é a avaliação do estado de saúde do paciente (passado e presente) e de todo seu âmbito familiar próximo (geralmente familiares de 1º grau) que tenha importância médica. - Antecedentes fisiológicos: inclui gestação e nascimento, desenvolvimento psicomotor, neural e sexual. - Antecedentes familiares: inclui óbitos e sua respectiva causa, patologias, genética. - Antecedentes pessoais patológicos: doenças sofridas pelo paciente, cirurgias, traumatismo, vacinas e medicamentos em uso. - Hábitos de vida: é relatado o hábito de vida do paciente como alimentação, ocupação atual, ocupações anteriores, atividades físicas e hábitos. - Hábitos: deve investigar o uso de tabaco, bebidas alcoólicas, anabolizantes, anfetaminas e drogas ilícitas. - História socioeconômica: habitação, condições sanitárias e culturais, vida conjugal e familiar. (REF: Semiologia – PORTO) Biossegurança A norma que regulamenta através de diretrizes a biossegurança em saúde é a NR-32. - Risco biológico: corresponde a exposição ocupacional à agentes biológicos (parasitas, microrganismos modificados ou não, toxinas, príons e cultura de células). - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA): consiste na identificação dos riscos, fontes de exposição, vias de transmissão, estudo epidemiológicos, patogenicidade entre outros. - Programa de Controle Médico de Saúde (PCMSO): é responsável por reconhecer e avaliar os riscos biológicos, sua localização de risco, relação com os trabalhadores e local que desempenham suas atividades, vigilância médica dos trabalhadores expostos e programa de vacinação. - Medidas de proteção: vedar o ato de fumar, uso de adornos (anéis, brincos, colares etc.), consumo de alimentos e bebidas, uso de calçados abertos entre outros. - EPI’S: deve-se utilizar a paramentação correta dos equipamentos de proteção individual e descartar após o uso. - Instrumentos e materiais: devem ser higienizados e conservados e descartados corretamente após o uso. - Lixeira branca: infectante ou biológico (qualquer material sujo de sangue ou outra secreção, seringas sem agulhas, drenos, sondas, gaze e órgãos). - Lixeira azul: reciclável ou limpo (papel grau-cirúrgico, frasco de soro vazio, papel de celulose, embalagens plásticas, caixa de luvas, parte não adesivas de etiquetas, caixa de medicamentos e garrafas). - Lixeira preta: comum (peças descartáveis de vestuário, máscaras, toucas, ataduras limpas, aventais, campo cirúrgico sem secreções). - Caixa amarela: perfurocortante, infectante biológico (fio guia, cateteres rígidos, agulhas, agulhas de sutura, ampolas de vidro, tubos capilares, brocas, lâminas de barbear e de bisturi, seringas acopladas com agulha, pontas do equipo e qualquer utensílio de vidro quebrado). - Sinalização: os locais devem ter sinalização gráfica de fácil entendimento e visualização. - Medidas de proteção: todo local que tenha risco de exposição ao agente biológico deve ter lavatório exclusivo para higiene das mãos e lixeira. Higiene das mãos - Evita transmissão de agentes infeciosos e germes. - Deve-se higienizar as mãos antes de tocar o paciente, antes de realizar procedimento asséptico, após risco de exposição a fluídos corporais, após tocar o paciente e após tocar superfícies próximas ao paciente. - Como higienizar: realizar fricção das mãos com água e sabão durante 60 segundos ou realizar a fricção das mãos com solução alcoólica durante 30 segundos. Vias de Transmissão Direta: transmissão do agente biológico sem a intermediação de veículos ou vetores. Ex: Transmissão aérea por bioaerossóis, transmissão por gotículas e contatocom mucosas. (Lembre-se do COVID-19). Indireta: transmissão do agente biológico por meio de veículos ou vetores. Ex: Transmissão por meio de mãos, perfurocortantes, luvas, roupas, instrumentos, vetores, água, alimentos e superfícies. Para evitar a contaminação através das vias de transmissão direta e indireta, existem precauções. Precauções Padrão - São adotadas durante todo cuidado com o paciente para reduzir o risco de transmissão e infecção. - É recomendada em todas as situações e pacientes independente da presença ou ausência de doença transmissível comprovada. - São indicadas na presença de sangue, fluídos corporais, secreções e excreções, mucosas e pele não íntegra. - Higienização das mãos: antes e após contato com o paciente, entre dois procedimentos realizados no mesmo paciente, após a remoção das luvas e após o contato com sangue ou secreções. - Utilização de EPI: luvas, avental, óculos, máscara, protetor facial (opcional). - Luvas: caso haja contato com sangue ou líquidos potencialmente infectantes. - Avental: caso haja contato da pele ou roupas do profissional com sangue ou líquidos potencialmente infectantes. - Máscara, óculos e protetor facial: caso haja possibilidade de respingos de sangue ou líquidos potencialmente infectantes atingirem a face do profissional de saúde. - Acidentes com materiais perfurocortantes: deve-se tomar cuidado com o manuseio e descarte desses materiais, o reencape é proibido, as caixas de descarte devem estar visíveis e o transporte desses materiais deve ser feito com cuidado. - Os trabalhadores que utilizarem os objetos perfurocortantes são os responsáveis pelo seu descarte. - A descontaminação de superfícies deve ser realizada caso haja presença de sangue ou líquidos infectantes em superfícies. Precauções de contato Os microrganismos podem ser transmitidos de pessoa para pessoa através do contato com a pele ou mucosa. - Contato direto: acontece quando o microrganismo é transmitido de um paciente a outro através do contato com a pele. - Contato indireto: acontece transmissão devido o contato da pele e mucosa com superfícies ou equipamentos contaminados. - Indicações: infecção ou colonização por organismo multirresistente, varicela, infecções de pele e tecidos moles com secreções, herpes zoster disseminado ou imunossuprimido etc. - Higienização das mãos: antes e após contato com o paciente, entre dois procedimentos realizados no mesmo paciente, após a remoção das luvas e após o contato com sangue ou secreções. - Utilização de EPI: luvas, avental, óculos, máscara, protetor facial durante todo procedimento e quarto privativo. - É recomendado quarto privativo e quando não houver, recomenda-se distância mínima de 1 metro. - Equipamentos como termômetro, esfigmomanômetro e estetoscópio devem ser de uso exclusivo do paciente e higienizados após o uso. - Evitar caixas de luvas e materiais ao lado do paciente devido ao risco de contaminação. - Quarto privativo apenas em secreções não contidas como traqueostomia, diarreia em incontinentes etc. Precaução de gotículas - Essas precauções se referem às infecções transmitidas por gotículas, como infecções virais (H1N1) ou meningites bacterianas, por exemplo. - Além das precauções padrão, é necessário o uso de máscara cirúrgica e avental na prevenção. Não há necessidade de o paciente estar em um quarto com portas fechadas, tendo em vista que a distância percorrida pelas gotículas não é maior que um raio de 1,5m ao redor do paciente. - Utilização de EPI: luvas, avental, óculos, máscara, protetor facial durante todo procedimento, quarto preventivo e máscara cirúrgica durante o transporte do paciente. - O paciente pode ser internado com outros infectados pelo mesmo microrganismo caso não haja disponibilidade de quarto privativo. Precaução por aerossóis - Nesse tipo de precaução o germe fica suspenso no ar, portanto há necessidade de isolamento do paciente em quarto com portas fechadas e preferencialmente com pressão negativa, para que o ar do interior do quarto não alcance os corredores. - É necessário o uso de máscaras N95 além das precauções padrão para prevenção da transmissão dessas infecções. - A principal infecção contemplada com este tipo de precaução é a tuberculose. - Utilização de EPI: luvas, avental, óculos, máscara, protetor facial durante todo procedimento e quarto privativo. - A máscara deve ser a profissional PFF2 (N-95). - A porta do quarto deve estar SEMPRE FECHADA. - Pacientes com suspeita ou confirmação de tuberculose resistente ao tratamento NÃO podem dividir o quarto. - O transporte do paciente deve ser evitado. Ref: NORMA REGULAMENTADORA 32 - NR 32. Guiatrabalhista.com.br. Disponível em: <http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr32.htm>.. Vias de Administração Cada via possui uma velocidade diferente de absorção e isso deve ser levado em consideração no momento de administrar o medicamento. - Medicamentos aplicados sobre a pele = absorção lenta - Medicamentos aplicados a mucosa = rápida absorção - Medicamentos aplicados na via respiratória = rápida absorção > porque os tecidos são muito bem vascularizados - Medicamentos aplicados por via oral = absorção lenta > porque atravessam o trato gastrointestinal - Medicamentos aplicados por via intravenosa = absorção rápida > devido o medicamento entrar diretamente no sistema circulatório 9 Certos Os 9 certos da administração de medicamentos são fundamentais para que não ocorram imprevistos. - Paciente certo e medicamento certo - Via certa e hora certa - Dose certa e registro certo - Orientação certa e forma certa - Resposta certa Efeitos colaterais Todo medicamento tem um potencial para causar dano ao paciente - Efeitos colaterais geralmente são secundários e inevitáveis - Podem ser inóculos ou lesivos Inóculos = não causa dano lesivos = causam danos Efeitos adversos Reações graves não pretendidas, indesejadas e muitas vezes imprevisíveis - Alguns efeitos adversos são imediatos enquanto outros levam semanas ou meses para se desenvolver - Os efeitos adversos devem ser relatados ao FDA por meio do programa MedWatch Reações alérgicas Consiste em outro tipo de reação imprevisível a uma medicação - Alguns pacientes podem se tornar imunologicamente sensibilizados Administração de Fármaco - A administração repetida desenvolve uma resposta alérgica ao medicamento. Vias de Administração Via prescrita para a administração de um medicamento, depende das propriedades e dos efeitos desejados. Via Oral - É a mais fácil e mais utilizada - O medicamento é administrado pela boca e deglutido. - Medicamentos orais apresentam ação mais lenta e efeito prolongado (porque atravessam o tgi) Via Sublingual Alguns medicamentos são prontamente absorvidos quando colocados sob a língua para se dissolver e não deve ser deglutido Via Bucal Coloca-se o medicamento sólido na boca e contra as mucosas da bochecha até que o medicamento se dissolva. - Não pode mastigar ou engolir - Não pode ingerir líquidos durante a absorção Vias Parenterais Envolve injetar um medicamento nos tecidos corporais e locais com lesões são evitados - Uma desvantagem é que pode ocorrer injeção intravascular acidental Via Intradérmico (ID) Injeção na derme, exatamente abaixo da epiderme - Via restrita - Volume de 0,1 a 0,5mL utilizando a seringa de 1mL - Aplicação na angulação de 15º - Local ideal para aplicação: face anterior do antebraço devido a pouca presença de pelos e baixa vascularização. - Possíveis complicações: lesões na epiderme, necrose tecidual e reações alérgicas Via Subcutâneo (SC) Injeção nos tecidos exatamente abaixo da derme da pele - Aplicação com a seringa de até 3mL - Angulação de 90º para pacientes gordos e 45º para pacientes magros - Local ideal para aplicação: face posterior do braço, coxa, região glútea e abdômen - Exige técnica daprega cutânea para que não ocorra Lipodistrofia e é feito rodízio em aplicações subcutâneas - Possíveis complicações: infecções inespecíficas, abcessos, formação de tecido fibrótico, embolia, lesão de nervos e úlceras Via Intramuscular (IM) Injeção no músculo que não pode possui grande calibre e nervos - Fácil acesso - A aplicação ocorre no ângulo de 90º - O volume depende da área que será aplicada - Deltoide de 2 a 3mL - Vasto lateral de 3 a 4mL - Região glútea de 4 a 5mL - Não precisa de prega cutânea - É necessário fazer aspiração para descartar possível lesão - Pode ser realizada técnica em Z - Possíveis complicações: lesão do nervo ciático, necrose tecidual, embolia pulmonar, infecções e abcessos Via Endovenosa (EV) Injeção na veia diretamente no sistema nervoso - Local de aplicação indicado: face anterior do antebraço, membros superiores - É indicada para situações de ação imediata, grandes volumes (hidratação) e coleta de sangue para exames - São injetados líquidos hipertônicos, isotônicos ou hipotônicos, sais orgânicos e eletrólitos. (Ref: Capítulo 31 – Fundamentos de enfermagem POTTER) Os sinais vitais têm como objetivo manter a normalidade do organismo visto que sempre é o objetivo do organismo manter a homeostasia. > lembre-se disso! Saturação É o índice que determina a oxigenação do sangue. A escala normal varia entre SaO2 95% a 100% Pressão arterial Hipotensão < 90x60mmHg (menor que 90x60mmHg) Normotensão 120x80mmHg Hipertensão > 140x90mmHg (superior a 140x90mmHg) Frequência cardíaca Bradicardia < 60bpm (abaixo de 60 batimentos por minuto) Normocardia ou frequência normal 60-100bpm (entre 60 e 100 batimentos por minuto) Taquicardia > 100bpm (maior que 100 batimentos por minuto) Temperatura Hipotermia < 35ºC (abaixo de 35ºc) Afebril 36.1 a 37.2ºC (entre) Febril 37.3 a 37.7 (entre) Hipertermia 37.8 a 38.9ºC (entre) Parexia 39 a 40ºC (entre) Hiperpirexia > 40ºC (acima de 40ºC) Frequência respiratória Bradipneia < 16irpm (abaixo de 16 incursões por minuto) Normopnéia 16 a 20irpm Taquipneia > 20irpm (acima de 20 incursões por minuto) Lembre-se que dispneia é a dificuldade de respirar e apneia é falta de movimentos respiratórios Choques - Choque séptico: é causado pela PA baixa que pode surgir de infecções e tratamentos com quimioterápicos Sinais Vitais - Choque neurogênico: provém da falha de comunicação entre o cérebro e o corpo, pode ser gerada por lesões no sistema nervoso e trauma raquimedular - Choque anafilático: é uma reação alérgica grave que provém de picada de insetos, medicamentos e alguns alimentos. Dor É analisada através de 4 escalas - Escala visual numérica (EVN) pode variar de 0 a 10 - Escala visual analógica (EVA) - Escala de categoria de palavras - Escala facial Nível de consciência A consciência é a junção das funções nervosas e cognitivas do paciente, como atenção, memória e linguagem. O nível de consciência é atrelado ao grau de alerta do paciente. Normalmente é avaliado pela Escala de Coma de Glasgow, que avalia três parâmetros de resposta. Escala de Coma Glasgow: abertura ocular, resposta verbal e resposta motora. Caracteriza-se como normal o paciente em alerta e atento e como inconsciente o paciente que não reage aos estímulos. (Ref: Capítulo 32 – Exame Clínico Porto & Porto) Sonda Nasogástrica É utilizada quando o paciente se encontra em internação prolongada e tem dificuldade em alimentar-se, é a passagem de uma sonda através das fossas nasais até o estômago, pode ser introduzida para: lavagem gástrica, descompressão gástrica e administração de medicações e sua permanência máxima de 5 meses ou mais e pode ser trocada quando demonstrar problema (obstrução, ruptura ou mal funcionamento) Materiais utilizados - Frasco coletor e bandeja contendo a sonda nasogástrica (sonda de Levine) - Tamanho 16 para homem e mulher - Seringa de 20mL e pacote de gaze - Toalha de rosto ou papel absorvente - Lubrificante e esparadrapo para fixar a sonda - Estetoscópio e tesoura - Abaixador de língua e lanterna PRÉ - Higienizar as mãos e se paramentar (colocar os EPI’S) - Comunicação com o paciente confirmando o procedimento - Higienizar as mãos - Conferir materiais da bandeja - Cortar o esparadrapo em forma de H - Colocar o paciente na posição de Fowler. - Proteger o tórax contra possíveis regurgitações - Verificar possível obstrução nas narinas - Retirar dentadura ou prótese se houver DURANTE - Medir a sonda da ponta do nariz ao lóbulo da orelha e a partir disso até o apêndice xifóide - Marcar o local acrescentando mais 3cm e higienizar as narinas - Passar lubrificante na ponta da sonda - Inserir a sonda - Enrolar a sonda na mão dominante - Passar a sonda através de uma das narinas até o local marcado (solicite que o paciente auxilie deglutindo) - Fixa a sonda (com o esparadrapo em forma de H) - Aspirar 20mL do conteúdo gástrico para conferir a posição da sonda - Com o estetoscópio sobre a região epigástrica, injetar o ar aspirado e realizar ausculta para conferir a colocação da sonda (auscultar a presença de bulhas) - Retirar os EPI’S (lembre-se da desparamentação) - Higienizar as mãos - Realizar registro do procedimento no prontuário. (Ref: Capítulo 44 – Fundamentos de Enfermagem Potter P. e Perry A. G. e materiais da monitoria de HM) Sonda Nasoentérica É utilizada para nutrição enteral, descompressão do intestino delgado e inserção de medicamentos e é um tubo de silicone que é instalado por via nasal ou oral que tem destino ao duodeno ou jejuno. Permanência: máxima de 4 meses. Recomendações - Jejum de pelo menos 4 horas antes da passagem da sonda enteral - A presença de alimentos no estômago pode causar vômitos durante a realização do procedimento - Perguntar ao paciente ou acompanhante sobre problemas em respirar ou desvio de septo Materiais Utilizados - EPI (óculos, máscara, avental de manga longa e luvas) - Sonda de nutrição enteral (tamanho de 10 a 12) - Toalha de rosto ou papel toalha - Fita adesiva ou esparadrapo - Seringa de 20mL - Solução fisiológica de NaCl - Lidocaína ou Xilocaína em gel - Tesoura sem ponta e hastes flexíveis - Lanterna clínica e estetoscópio - Biombo e pacote de compressa gaze PRÉ - Isolar a cama com o biombo, garantindo privacidade durante o procedimento - Verificar o uso de prótese dentárias móveis pelo paciente, solicitando que retire - Elevar a cabeceira do paciente a 45º para a posição de Fowler - Colocar devidamente os EPI’S - Cobrir a região anterior do tórax com a toalha de rosto - Medir a extensão da sonda a ser introduzida - Injetar solução fisiológica na sonda sem retirar o fio-guia para lubrificar - Inspecionar as narinas com a lanterna clínica - Realizar higiene com hastes flexíveis na narina e introduzir lidocaína DURANTE - Lubrificar a sonda enteral utilizando compressa gaze e lidocaína - Introduzir a sonda na narina escolhida, pedindo para que o paciente tente deglutir sua ponta - Conectar uma seringa de 20mL e aspirar o líquido gástrico - Injetar 20mL de ar pela sonda enquanto realiza ausculta - Confirmar através de imagem radiológica a posição correta da sonda e retirar o fio guia - Fechar a sonda e retornar a cabeceira para 30º e posicionar o paciente em decúbito lateral - Fixa a sonda utilizando a fita adesiva e retirar os epi’s - Higienizar as mãos (Ref: Capítulo 44 – Fundamentos de Enfermagem Potter P. e Perry A. G.) Sonda Vesical A passagem de uma sonda vesical é a introdução de um cateter através da uretra até a bexiga, provocando o esvaziamento da bexiga. É utilizado em paciente que possui incontinência urinária, durante realização de exames, procedimentos cirúrgicos, insuficiência renal e perda de sangue na urina. Tipos de sonda - Vesical de demora= drenagem contínua - Vesical de alívio ou intermitente = sonda temporária, retirada após o esvaziamento da bexiga Sonda Vesical de Demora Introdução de uma sonda estéril na bexiga, através da uretra com o objetivo de drenar a urina. Requer técnica asséptica Finalidade: esvaziar a bexiga devido a retenção urinária, obter amostra de urina em pacientes com incontinência, controlar o volume urinário em pacientes graves ou incontinentes, preparar para grandes procedimentos e fazer diagnóstico entre retenção ou supressão da urina. Permanência: troca semanalmente, quinzenalmente ou mensalmente. Sonda de Alívio É introduzido um cateter reto e de uso único É introduzido por um período de tempo suficiente para drenar a bexiga É retirado imediatamente após o esvaziamento da bexiga É um tipo de cateterismo que pode ser repetido quando necessário, porém, seu uso repetido pode causar trauma e infecção. PRÉ - Higienizar as mãos - Se paramentar (luvas e epi’s) - Higienizar as mãos - Limpeza da região íntima DURANTE - Aplicar o lubrificante na ponta do cateter - Posicionar o paciente (homens de perna fechada e mulheres em posição ginecológica) - Realizar antissepsia na região íntima - Introduzir a sonda na uretra e verificar a saída de urina - Inflar o balão com 10 a 20mL de água destilada - Fixa a sonda com o esparadrapo e apoiá-la na cama abaixo do nível do paciente. (Ref: Capítulo 2 – Medidas de Prevenção de Infecção Relacionada à Assistência à Saúde.) Visita Domiciliar O que é? É uma atividade de campo investigativa ou de atendimento realizada por um ou mais profissionais visando o atendimento ao paciente. Permite conhecer as condições de vida e saúde das famílias além de possibilitar atendimento do SUS a pessoas com dificuldade de acesso à saúde. Para ser uma visita domiciliar é preciso de ações sistematizadas que se iniciam antes e continuam após o ato de visitar o domicílio. Etapas da visita domiciliar - Planejamento - Execução - Registro de dados - Avaliação do processo Quais os benefícios? Promove a humanização, cuidado e autonomia do paciente. É um conjunto de ações que permitem o tratamento e prevenção de doenças. Subsidia a intervenção no processo saúde-doença Propicia a promoção de saúde coletiva Psiu! Nem toda ida ao domicílio é uma visita domiciliar Como acontece - A visita domiciliar necessita do cadastramento das famílias (Estratégia de Saúde da Família) - Se configura como uma intervenção se for planejada e sistematizada - São estabelecidas considerando os motivos da solicitação - É organizada através do mapeamento das pessoas que necessitam de atendimento domiciliar. Modalidades de atendimento domiciliar AD1: Destina-se aos pacientes com problemas de saúde controlados ou compensados e com dificuldade ou impossibilidade de locomoção até uma unidade de saúde, necessitam de cuidados com menor frequência e menor necessidade de recursos de saúde. São realizadas visitas regulares em domicílio no mínimo uma vez por mês. Critérios de inclusão: apresentar problemas de saúde controlados/compensados e com dificuldade ou impossibilidade física de locomoção até uma unidade de saúde, necessitar de cuidados de menor complexidade, incluídos os de recuperação nutricional e de menor frequência, dentro da capacidade de atendimento das Unidades Básicas de Saúde (UBS) e não se enquadrar nos critérios previstos para o AD2 e AD3 (abaixo). AD2: Destina-se aos usuários com problemas de saúde e dificuldade ou impossibilidade física de locomoção até uma unidade de saúde e que necessitem de maior frequência de cuidado, recursos de saúde e acompanhamento contínuos, podendo ser oriundos de diferentes serviços da rede de atenção, é indispensável. a presença de um cuidador identificado e são realizadas visitas regulares, no mínimo, uma vez por semana. AD3: Destina-se aos usuários com problemas de saúde e dificuldade ou impossibilidade física de locomoção até uma unidade de saúde, com necessidade de maior frequência de cuidado, recursos de saúde, acompanhamento contínuo e uso de equipamentos (ex: suporte ventilatório), podendo ser oriundos de diferentes serviços da rede de atenção à saúde, é indispensável a presença de um cuidador identificado e são realizadas visitas regulares em domicílio, no mínimo, uma vez por semana. Lembrete: situações da AD2 se encaixam no padrão da AD3, porém a AD3 se diferencia por ter a presença de suporte e nas modalidades AD2 e AD3, deverá ser garantido, se necessário, transporte sanitário e retaguarda de unidades assistenciais de funcionamento 24 horas, definidas previamente como referência para o usuário, nos casos de intercorrências. Cuidados a serem tomados - Adaptar a VD no caso de interferências - Se apresentar (nome e função) - Informar o motivo da VD - Ser cordial e possuir linguagem clara Execução - Iniciar a entrevista - Executar os procedimentos - Se necessário, coletar dados e explicar o motivo da anotação - Realizar observação sistematizada Relatório e registro de dados - Ao retornar à Unidade de Saúde o profissional deverá: - Elaborar um relatório sobre a VD - Relatório clássico, objetivo e com sequência lógica de informações - Responder as perguntas: Os objetivos foram atingidos? O preparo para a realização da atividade foi adequado? O tempo estimado foi cumprido? O Serviço de Atenção Domiciliar (SAD): é o serviço substitutivo ou complementar à internação-hospitalar ou ao atendimento ambulatorial, responsável pelo gerenciamento e operacionalização das Equipes Multiprofissionais de Atenção Domiciliar (EMAD) e Equipes Multiprofissionais de Apoio (EMAP). Comunicação de Más Notícias É a comunicação entre o profissional de saúde e o paciente e sua família, é necessário evitar demonstrar emoções pessoais. O que o profissional pode fazer? O profissional pode demonstrar empatia, confiança, ser sincero e respeitar os valores e crenças. Outras informações Quando o paciente é internado ele enfrenta uma nova realidade onde sua rotina e vontades são deixadas de lado. A vivência hospitalar vem acompanhada do medo da morte e do desconhecido e por isso cria-se uma relação entre o médico que é o detentor do saber técnico, que mantém o seu foco na cura da enfermidade e o paciente que traz o entendimento do que vive. Foi comprovado que a comunicação entre o médico e o paciente pode influenciar na adesão ao tratamento, a comunicação deve ser realizada de forma apropriada, confirmando que o paciente entendeu a informação. Protocolo SPIKES É um novo modelo de comunicação com o paciente, é um mnemônico de 6 passos que pode gerar mais segurança ao médico. O protocolo Spikes tem como objetivo principal saber que o paciente e os familiares estão entendendo a situação como um todo (normalmente auxilia o médico a como começar), fornecer as informações de acordo com o que o paciente e família suportam ouvir, acolher a reação que pode vir a acontecer e ter um plano. É denominado protocolo Buckman porém conhecido como protocolo Spikes. Consiste em cada letra, um passo. S = setting up > preparando-se para o encontro, procure um local calmo e privado para conversar, mantenha um acompanhante com o paciente para deixa-lo mais seguro e sempre escute atentamente o que o paciente diz. P = perception > percebendo o paciente, investigue o que ele já sabe sobre o que está acontecendo e procure usar perguntar abertas. I = invitation > convidando para o diálogo, após saber o que o paciente já sabe e se ele quer ser totalmente informado ou se prefere que um familiar tome as decisões por ele. K = knowledge > transmitindo as informações, use palavras curtas e pergunte com certa frequência se o paciente está entendendo e evite termos como “não há nada que possamos fazer”. E = emoticons > expressando emoções,aguarde a resposta emocional que pode vir, dê tempo ao paciente pois ele pode chorar, ficar em silêncio ou em choque.l S = strategy and summary > resumindo e organizando estratégias, é importante deixar claro para o paciente que ele não será abandonado e que existe um plano de tratamento sendo curativo ou não. Comunicar más notícias não é uma tarefa fácil e o objetivo do protocolo SPIKES é organizar esse momento ajudando profissionais e pacientes a manter uma comunicação clara e aberta.
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