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Sabrina Carvalho HIPERPROLACTINEMIA ¨ Introdução - Hipotálamo – Hipófise: Grande glândula que regula todos as outras. A hipófise é dividida em 1. Anterior: Adeno-hipofise= Os neuro- hormonios atuam nela, sendo produzido pelo hipotálamo. Tem estruturas epiteliais produtoras de hormônios como FSH, TSH, ACTH, LH, Prolactina, NSH, GH. 2. Posterior: Neuro-hipofise= Recebe dois hormônios produzidos no hipotálamo, que é a oxitocina e a vasopressina ou hormônio ADH. Tem estruturas neuronais. - Trofinas Hipofisárias (hormônios produzidos pelo hipotálamo) 1. ACTH: Estimula as suprarrenais que produz cortisol, aldosterona e hormônios sexuais. 2. TSH: Atua sobre a tireoide que produz T4 e se transforma em T3. 3. Somatotrófico ou IG: Atua sobre todo o organismo. 4. Hormônios Gonadotroficos: FSH e LH que estimulam ovários (ovulo, estradiol. E progesterona), e testículo (testosterona e espermatozoide). 5. Prolactina: É fundamental na mulher gravida. Tem a função de preparar a mama para lactação. Só pode existir prolactina elevada na mulher gravida ou no puerpério (pós parto). 6. Ocitocina: Atua na lactação sinergicamente com a prolactina no período de puerpério. Atua também na contratilidade do útero durante o parto. 7. ADH: Atua no nefron reabsorvendo liquido para diminuir a diurese. A deficiência dele faz com que o paciente urine muito, e acontece em casos de diabetes insípidos. 8. NSH: Atuam sobre os melanócitos. ¨ Prolactina - Ela é regulada por neuro-hormonios. - A prolactina é produzida pela hipófise. Quando chega em um determinado nível de prolactina, o hipotálamo manda um sinal para a hipóse através da dopamina, avisando que já é para parar de produzir prolactina, mas se não houver o controle com a dopamina, a hipófise vai produzir prolactina sem parar, causando o que chamamos de hiperprolactinemia. O Valor normal da prolactina é de 20 a 40 ng/ml. Se estiver maior que 200, a causa pode estar na hipófise. - Dopamina: Reduz a secreção de prolactina na hipófise. - O principal papel da prolactina é inibidor, mas ela também tem a função de estimulador. 1. Inibidores: Dopamina, somatostatina, T3. 2. Estimuladores: TRH, seratonina, estradiol. - As ações fisiológicas que a prolactina pode causar são: Inibe e mantem a lactação (principal); inibe a função reprodutora; inibe os impulsos sexuais (libido). Sabrina Carvalho - Uma pessoa com síndrome dos ovários policísticos pode aparecer com a prolactina um pouco aumentada. - A hiperprolactinemia tem varias causas, como Fisiológicas, Medicamentosas, e causas patológicas. ¨ Causa Fisiológica - É a Gravidez e a Lactação. - Não é doença, logo, não é preciso dosar a prolactina nesses casos, mas se dosar, vai estar aumentado. Exemplos: 1. Mãe amamentando, se dosar vai estar aumentando. 2. Mulher na gestação gera um preparo para amamentação, por isso se dosar, vai estar aumentado, assim como o estrogênio. ¨ Causa Medicamentosa - É causado por medicações que inibem a dopamina, e com isso aumenta a prolactina, como os antipsicóticos, antidepressivo, opioides, cocaína, alguns anti-hipertensivos, e medicamentos para enjoo. - Pode acontecer com mulheres que tomam anticoncepcional de doses mais altas, porque atingem os inibidores de protease e estrogênio, e eles não atuam diretamente na dopamina, atuam nas células produtoras de prolactina, e estimulam diretamente elas. ¨ Causa Patológica - Causado por hipotireoidismo primário, doenças comprometendo hipotálamo e/ou haste hipofisária (Lesões na sela túrcica), prolactinoma, tumores co- secretores de GH / PRL. 1. Hipotireoidismo: O TRH estimula a produção de TSH e também de prolactina. No hipotireoidismo não está produzindo T4 livre e nem T3, com isso o hipotálamo tenta estimular a tireoide produzindo TRH a mais. E como o TRH não estimula só o TSH, mas sim também um pouco de prolactina, logo, esse pouco de prolactina que ele aumenta, causa a hiperprolactinemia. 2. Doenças comprometendo hipotálamo e/ou haste hipofisária (Lesões na sela túrcica): A sela túrcica é o local onde fica a hipófise. Se tiver uma lesão um pouco mais alta na sela, pode fazer uma desconexão entre o hipotálamo e a hipófise, fazendo com que a hipófise seja incapaz de receber dopamina. Ex: Tumores hipofisários; Tumores não hipofisários; Lesões infiltrativas; Radioterapia; Sela vazia ou parcialmente vazia (aracnoidecele) 3. Prolactinoma: Tumores que produzem excesso de prolactina, que podem ser microprolactinomas (PRL 100 a 200 ng/ml) ou macroprolactinomas (PRL >200 ng/ml). Quando a PRL estiver até 100 ng/ml quer dizer medicamentos psicoativos, estrógenos, idiopática. 4. Tumores co-secretores de GH/PRL: As células são bem parecidas, e pode acontecer de um tumor que produz prolactina, produzir também GH, quando isso acontece, chamamos de acromegalia e hiperprolactinemia associada. O tumor produz prolactina independente da regulação da dopamina. ¨ Manifestações clinicas Sabrina Carvalho - As principais manifestações clinicas são as oligomenorreia; infertilidade; galactorreia; osteoporose; ginecomastia e disfunção erétil em homens. - Microprolactinoma: Não causa problemas pela sua presença. - Macroprolactinoma: Causa problemas neurológicos pois ultrapassa o limite da sela túrcica. Se o tumor crescer para baixo, vai crescer para dentro do seio esfenoidal. Se ele crescer para frente, pode pegar o quiasma óptico causando uma hemianopsia (perca dos campos visuais laterais). No geral, se ele crescer muito, vai ocorrer o aumento da pressão intracraniana, e vai aparecer manifestações neurológicas que são os efeitos de compressão associados ao crescimento tumoral que atrapalha a função das outras células produtoras de hormônio. -As manifestações clinicas neurológicas são: cefaleia, estrabismo, vertigem, hemianopsia. ¨ Diagnostico - Dosar prolactina que é regulada pela dopamina. O estresse pode reduzir a dopamina e aumentar falsamente a prolactina. Com isso, é recomendado a dosagem de prolactina 30min depois que o paciente chega no laboratório. É preciso parar medicamentos prejudiciais 2 a 3 semanas antes, mas se for anticonvulsivante, verificar resposta do neurologista. Se os níveis de prolactina estiverem normais analisar outras doenças. Se estiver alterada solicitar outros exames (TC, RM) - O exame padrão ouro vai ser TC e RM., mas se identificar sinais e sintomas sutis, só a RM é o suficiente. - Pode haver discrepância entre os sintomas e níveis de prolactina. Ou seja, paciente não tem sintomas, mas tem a prolactina alta, e pode ser macroprolactinoma. Com isso é preciso realizar o exame PEG. - Níveis de Prolactina (PRL): PRL 20-100= Drogas, Hipotireoidismo. PRL 100- 200= Microprolactinoma; causa fisiológica. PRL >200= Macroprolactinoma. - Repetir medidas de PRL a cada 30-90 dias da mudança de dose. - Repetir RM: 1. Microprolactinoma: A cada 1-2 anos 2. Macroprolactinoma: A cada 3-6 meses ¨ Tratamento Farmacológico - Se a causa for medicamentosa, é preciso suspender o medicamento, mas se não der para suspender como em casos de anticonvulsivantes, tem que fazer reposição hormonal para diminuir os sintomas. Para homens é a testosterona, e para mulher é o estrógeno. - Se a causa não for medicamentosa, é do agonista dopaminérgico. Agonista Dopaminérgico: Aumenta a ação da dopamina, e inibe a produção da prolactina nos casos de hiperprolactinoma.. Como exemplos de agonista dopaminérgicos temos a Cabergolina e Bromocriptina. A cabergolina é mais eficaz porque é mais especifica para o receptor de dopamina subtipo 2 que geralmente tem no tumor hipofisário. Tem menos efeitos colaterais, normaliza a PRL em 85% dos casos e reduz o tumor em 80% Sabrina Carvalho
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