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PROPEDÊUTICA DA DPOC VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C Doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) é termo para uma condição que é caracterizada pela progressiva obstrução ao fluxo de ar, em grande parte irreversível, normalmente com aparecimento clínico em pessoas de meia-idade ou idosos com um histórico de consumo de cigarros, e que não pode ser atribuída a outra doença específica, tal como bronquiectasia ou asma. As doenças obstrutivas são caracterizadas por um aumento da resistência ao fluxo aéreo por obstrução parcial ou completa em qualquer nível do sistema respiratório. Sintomas respiratórios persistentes. Obstrução progressiva ao fluxo de ar, em grande parte irreversível. Geralmente causada por exposição a gases ou partículas nocivas. Em graus e proporções variados: Inflamação de pequenas vias aéreas + Disfunção mucociliar (acúmulo de secreção) + Destruição de parênquima. A DPOC representa um problema crescente de saúde pública mundial. É a terceira principal causa de morte em termos globais e a quinta principal causa de anos vividos com incapacidade. Os custos médicos e a perda de produtividade atribuíveis à DPOC excedem os US$ 40 bilhões de dólares anualmente nos Estados Unidos. Os custos médicos diretos sobem vertiginosamente quando a DPOC se torna mais grave, com a hospitalização por exacerbações representando mais da metade do total. O tabagismo é a principal causa de DPOC. O tabagismo provoca declínio na função pulmonar que excede aquele esperado apenas pelo envelhecimento, e a magnitude da perda é dependente da intensidade e da duração da exposição à fumaça de cigarro. Assim, os efeitos cumulativos do tabagismo contribuem em grande parte para o aumento da prevalência da DPOC com o avançar da idade. Vale ressaltar que as perdas individuais da função pulmonar variam muito, mesmo após o controle da intensidade do tabagismo. Carga tabágica x risco de DPOC: • Menos de 10-15 anos maço baixo risco SE não houver predisposição genética, ambiental. • Mais de 40 anos maço alto risco. VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C Além do tabagismo, outras possíveis causas de DPOC são: Asma grave cronicamente não controlada. Deficiência de alfa-1-antitripsina. Pneumoconioses inalação de poeira no ambiente de trabalho (Minas de carvão, fábricas de algodão, instalações de manuseio de grãos). Fatores que prejudicam o desenvolvimento do pulmão: Tabagismo materno na gestação. Fumante passivo na infância. Tabagismo na adolescência. Pacientes com crescimento pulmonar prejudicado terão menor reserva na idade adulta, podendo ter DPOC incapacitante mais jovem. 1) ENFISEMA: Aumento permanente e anormal dos espaços aéreos distais aos bronquíolos terminais, com destruição de paredes alveolares, sem fibrose evidente. Dilatação e destruição acinar: - proximal (centrilobular); - distal. - panacinar. 2) BRONQUITE CRÔNICA: Tosse produtiva por 3 meses por 2 anos consecutivos (uma vez afastadas outras causas). Aumento das glândulas mucosas e expansão da população de células caliciformes epiteliais brônquicas. Tosse e produção de escarro. Resposta inflamatória. Aumento da resistência do fluxo: pequenas vias aéreas distais < 2mm. Outros achados: fibrose, metaplasia e aumento de músculo liso. 3) ASMA OBSTRUTIVA CRÔNICA: A asma é por definição uma doença de sintomas reversíveis. Inflamação crônica: remodelamento pulmonar lesões irreversíveis. Quando a asma perde a reversibilidade dos sintomas, passa a integrar o conceito de DPOC. QUADRO CLÍNICO Sempre suspeitar no adulto com queixa respiratória crônica (dispneia). Sintomas principais: - Dispneia com progressão lenta; VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C - Tosse crônica; - Expectoração; - Chiado; - Aperto no peito. Tipicamente piores de manhã. Podem variar, mas nunca somem. Outros sintomas: -Ganho de peso (inatividade). -Perda de peso (dispneia ao comer - mais grave). -Limitação de atividades. -Síncope por tosse. -Depressão/ansiedade. EXAME FÍSICO DO PACIENTE COM DPOC Em quadros leves ou moderados, muitas vezes o exame físico é normal. Já nos casos graves, as possíveis alterações são: INSPEÇÃO Tórax em barril (aumento no diâmetro ântero-posterior); Cianose; Posição em trípode ou tripé; Expiração prolongada; Uso de musculatura acessória. PALPAÇÃO FTV normal ou diminuído. PERCUSSÃO Timpanismo (hiperinsuflação) e diafragma rebaixado. AUSCULTA Redução de murmúrios (hiperinsuflação); Sibilos; Estertores; Abafamento das bulhas cardíacas. FENÓTIPOS VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C EXACERBAÇÕES Evento agudo caracterizado por piora dos sintomas respiratórios do paciente que excede a variação normal do dia a dia e leva a mudança de medicações. Principal desencadeante: infecções respiratórias. Em 1 ano, cerca de 75% dos pacientes têm alguma exacerbação, e quanto mais episódios, maior a chance de recorrência. Cerca de 20% dos pacientes que exacerbam precisam internar. Fatores de risco: - idade avançada; - tosse produtiva; - mais tempo de doença; - uso prévio de antibióticos; - internação no ano anterior; - comorbidades (DAC, ICC, DM, DRGE). Aumento na frequência e gravidade da tosse. Expectoração mais volumosa ou de aspecto pior. Piora na dispneia. Torpor (hipercapnia e hipoxemia). Asterixis (“flapping”). DIAGNÓSTICO Gasometria (Acidose, hipóxia, acúmulo de CO2). Dosagem de alfa-1-antitripsina. Prova de função pulmonar (espirometria) Relação VEF1/CVF: usado para o diagnóstico de distúrbios obstrutivos; DPOC: VEF1/CVF < 0,70 após broncodilatador. Exames de imagem: - Radiografia simples (não faz diagnóstico) Aumento do diâmetro anteroposterior do tórax; Hiperinsuflação pulmonar; Retificação da cúpula diafragmática; Coração verticalizado; Aumento do espaço retroesternal; Alterações vasculares; Bolhas. - Tomografia computadorizada Avaliar magnitude e distribuição do enfisema; não é útil para seguimento. TRATAMENTO Cessação do tabagismo. Broncodilatadores. Anticolinérgicos. Corticoides inalados. Oxigênio. Ventilação não invasiva. Bulectomia, cirurgia de redução de volume pulmonar. SONS PULMONARES ANORMAIS E SOM VOCAL VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C
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