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Casos clínicos Anti-ulcerosos

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ 
FACULDADE DE MEDICINA 
DEPARTAMENTO DE FISIOLOGIA E FARMACOLOGIA 
MONITORIA DE FARMACOLOGIA 
MONITORES: EDIENOVI E FILIPE 
GD9: PROTETORES GÁSTRICOS 
ALUNO: YNGRID CAROLINA DA SILVA ANDRADE 
CASO 1 – M.H.P, 25 anos, está grávida de 12 semanas e vai a mais um 
pré-natal no CEDEFAM. Durante a consulta, o enfermeiro Maurício 
pergunta como ela e o bebê estão. M.H.P. relata que o bebê está bem, mas 
que ela tem sentido fortes dores na região do estômago, que melhoram 
ao tomar Sonrisal. O enfermeiro recomenda que ela visite um médico para 
investigar a causa da dor, que é apenas aliviada com Sonrisal, não 
tratada, e diz que, até lá, M.H.P. pode até tomar o antiácido, mas deve 
evitar a todo custo um certo remédio antiulceroso contra indicado na 
gravidez. Qual seria esse fármaco a ser evitado? Qual seu mecanismo de 
ação e por que ele é contra indicado na gravidez? 
R: O medicamento em questão é o misoprostol. Misoprostol está indicado nos casos 
em que seja necessária a interrupção da gravidez, em gestações a termo ou próximas 
ao termo e na indução de parto com feto morto antes das 30 semanas, em caso de 
aborto legal. O misoprostol é um análogo sintético da prostaglandina E1. Diferencia-se 
estruturalmente desta, de ocorrência natural, devido à presença do metiléster em C-1, 
do grupo metil em C-16, em vez de C-15. O metil-éster em C-1 é responsável pelo 
aumento da potência antissecretória e duração de ação do misoprostol. O misoprostol, 
no fígado, sofre desesterificação, transformando-se no principal metabólito ativo - 
ácido misoprostol. Este exerce ação direta nos receptores das prostaglandinas e, 
atuando no colágeno cervical, Misoprostol misoprostol provoca mudanças na sua 
estrutura físico-química, acarretando, como consequência, amolecimento, apagamento 
e maturação do colo uterino, favorecendo a sua dilatação, além de promover e 
estimular a contração miometrial. Uma revisão cuidadosa dos estudos sobre a eficácia 
do misoprostol para tratamento de úlcera gástrica, mostra-nos que a única justificativa 
segura para a sua indicação em lugar de outros medicamentos é a prevenção da 
erosão gástrica em pacientes de risco tratados com anti-inflamatórios não esteróides, 
particularmente em idosos. Por este motivo, é comum a prescrição do misoprostol por 
reumatologistas. 
CASO 2 – Uma paciente de 48 anos de idade procura atendimento médico 
para uma avaliação, possuindo queixa de azia. Ela relata sensação de 
queimação no peito depois de comer, com piora ao comer alimentos 
apimentados. Para alívio dos sintomas utilizou antiácidos que não 
necessitam de prescrição e bloqueadores H2 de histamina e obteve alívio 
parcial. A paciente não faz uso regular de medicamentos e seu exame é 
normal. Uma série de radiografias gastrintestinais (GI) superiores revelam 
refluxo gastresofágico. Juntamente com uma dieta adequada e 
recomendações de modificação do estilo de vida. O médico prescreve 
omeprazol para o tratamento. Qual é o mecanismo de ação do omeprazol, 
dos medicamentos antiácidos e dos antagonistas de receptores de 
histamina H2? 
R: O omeprazol é indicado para tratar certas condições em que haja muita 
produção de ácido no estômago. É usado para tratar úlceras gástricas 
(estômago) e duodenais (intestino), e o refluxo gastroesofágico (quando o suco 
gástrico do estômago volta para o esôfago). Muitas vezes o omeprazol é usado 
também na combinação com outros antibióticos para tratar as úlceras 
associadas às infecções causadas pela bactéria Helycobacter pylori. O 
omeprazol age por inibição da H+K+ATPase, enzima localizada 
especificamente na célula parietal do estômago e responsável por uma das 
etapas finais no mecanismo de produção de ácido a nível gástrico. Esta ação 
farmacológica, dose-dependente, inibe a etapa final da formação de ácido no 
estômago, proporcionando assim uma inibição altamente efetiva tanto da 
secreção ácida basal quanto da estimulada, independente do estímulo. O 
omeprazol atua de forma específica nas células parietais, não possuindo ação 
sobre os receptores de acetilcolina e histamina. A administração diária do 
omeprazol em dose única, via oral causa rápida inibição da secreção ácida 
gástrica. O omeprazol atua de forma específica, exclusivamente nas células 
parietais, não possuindo ação sobre receptores de acetilcolina e histamina. A 
inibição da secreção ácida está relacionada à área sob a curva da 
concentração plasmática versus tempo (ASC) de omeprazol e não à 
concentração plasmática real no devido tempo. Durante tratamento à longo 
prazo foi relatado um aumento na frequência de cistos glandulares gástricos. 
Estas inibições são uma consequência fisiológica da inibição pronunciada da 
secreção ácida, são benignas e parecem ser reversíveis. A acidez gástrica 
reduzida devida a qualquer motivo, incluindo tratamento com inibidores da 
bomba de prótons, aumenta a contagem gástrica de bactérias normalmente 
presentes no trato gastrointestinal. O tratamento com medicamentos que 
reduzem a acidez gástrica pode levar a um risco um pouco maior de infecções 
gastrintestinais, como por Salmonella e Campylobacter. 
CASO 3 – Carol, 21 anos, estudante de Enfermagem. Procura serviço de 
saúde relatando dor epigástrica em queimação há alguns meses, refluxo, 
azia e muito enjoo com piora associada à alimentação; e que às vezes 
usava Esomeprazol 20mg/dia para melhora dos sintomas. Foi realizado 
então uma endoscopia digestiva alta e biópsia da mucosa gástrica, 
evidenciando enantema leve na mucosa gástrica e na mucosa duodenal, 
além de erosões planas, concluindo-se em uma gastrite enantematosa 
leve e bulboduodenite erosiva. Na biópsia foi identificada a presença de 
bactérias morfologicamente compatíveis com Helicobacter spp. Após o 
diagnóstico da afecção, foi instituído uma lista de restrição alimentar e 
um protocolo de tratamento quádruplo utilizando protetores de mucosa 
gástrica e antibioticoterapia: Omeprazol 20 mg VO de 12/12 h, 
Subsalicilato de bismuto 524 mg VO de 6/6, Metronidazol 250 mg de 6/6 h 
ao dia e Tetraciclina 500 mg por VO de 6/6 h por 14 dias. Sobre os 
fármacos utilizados pelo paciente, explique o mecanismo de ação do 
Subsalicilato de bismuto e o porquê dele ser bem indicado para 
tratamento da Helicobacter spp. 
R: O subsalicilato de bismuto é um antiácido e antidiarreico. Como adjuvante no 
tratamento de erradicação do H. pylori. O Salicilato de Bismuto é um sal insolúvel de 
bismuto trivalente e ácido salicílico. Este sal foi inicialmente utilizado para o tratamento 
de diarreias infecciosas e mais recentemente a sua ação na doença ulcerosa péptica 
tem sido bem estabelecida. Os sais de bismuto incluindo o salicilato tem demonstrado 
exercer diferentes ações no sistema gastrintestinal, incluindo: atividade antibacteriana, 
efeitos protetores da mucosa gástrica, adesão às lesões ulcerosas e muco, formando 
uma camada protetora demulcente, proporcionando rápido alívio da irritação 
gastrintestinal e também ligação com os ácidos biliares. Um mecanismo importante de 
sua ação é o suave efeito revestidor, que deve estar ligado à sua ação nas úlceras e 
gastrites. Para os sintomas de desconforto estomacal, isto é, má digestão, azia, 
náuseas e sensação de peso no estômago, acredita-se que o Salicilato de Bismuto 
atue via um efeito tópico na mucosa do estômago, e que atue através de diversos 
mecanismos no trato gastrintestinal, incluindo: normalização do movimento de fluidos 
via um mecanismo antissecretor, ligação às toxinas bacterianas e atividade 
antimicrobiana. O uso conjunto de Salicilato de Bismuto e tetraciclina e outros 
tetraciclínicos (ex.: doxiciclina, metaciclina) diminui a ação antibiótica destes 
compostos. As tetraciclinas sofrem uma redução de 30 a 50% da sua absorção. O uso 
concomitante não é recomendado e a tetraciclina deve ser administrada de 2 a 3 horas 
antes da administração de Salicilatode Bismuto. Recomenda-se uma monitoria 
completa do paciente para avaliar se a atividade antibiótica não está prejudicada. Em 
um estudo, reincidência foi observada em 39% dos pacientes com úlcera duodenal 
mantidos sob 120mg de Salicilato de Bismuto por 6 meses. Todos os pacientes neste 
estudo apresentaram cura da úlcera com subcitrato de bismuto coloidal (480mg 
diariamente por 4 semanas). O mesmo se evidenciou em estudo para o tratamento de 
úlcera gástrica. Em uma metanálise de 5 estudos aleatorizados, a taxa de erradicação 
de H. pylori foi de 79% (95% CI, 74% a 81%) para terapia de Salicilato de Bismuto 
com claritromicina em terapia tríplice e 80% (95% CI,77% a 84%) para terapia 
quádrupla. O Salicilato de Bismuto em doses de 265mg, 4 vezes ao dia em 
combinação com metronidazol (1 a 1,5g ao dia) e amoxicilina (1,5 a 2g diários) ou 
tetraciclina (500mg 4 vezes ao dia) durante 10 a 14 dias, foi eficaz em erradicar até 
90% das infecções por H. pylori.

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