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Apostila Saúde Humana - 2021-2024

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CURSO DE PEDAGOGIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO: 
 
SAÚDE HUMANA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2021-2024
 
 
 
 
 
DIRETORA GERAL 
Suzana Karling 
 
 
 
VICE-DIRETORA GERAL 
Prof.ª Me. Daniela Caldas Acosta 
 
 
 
DIRETOR PEDAGÓGICO 
Prof. Me. Argemiro Aluísio Karling 
 
 
 
COORDENADORA DO CURSO DE PEDAGOGIA 
 
Prof. Me. Tais Reis Leal Murta 
 
 
 
 
 
 
EQUIPE DE PRODUÇÃO DE MATERIAL 
Prof. Me. Argemiro Aluísio Karling 
Profª. Me. Rosimar Maria Marques 
Profª. Me. Janaina Ciboto Mulati 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Nenhuma parte deste fascículo pode ser reproduzida sem autorização expressa do IEC e dos autores. 
 
Direitos reservados para: 
 
 
INSTITUTO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO E DA CIDADANIA 
Av. Carlos C. Borges, 1828 – Borba Gato CNPJ – 02.684.150/0001-97 
CEP: 87060-000 - Maringá – PR – Fone: (44) 3225-1197 
e-mail: fainsep@fainsep.edu.br 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
APRESENTAÇÃO ............................................................................................................................................ 8 
PLANO DE ENSINO ........................................................................................................................................ 9 
INTRODUÇÃO ................................................................................................................................................ 3 
UNIDADE 1............................................................................................................................................. 4 
SAÚDE .............................................................................................................................................. 4 
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................ 4 
2. CONCEITOS ............................................................................................................................................... 4 
3. SAÚDE PÚBLICA ........................................................................................................................................ 5 
3.1. PROBLEMAS CAUSADOS PELA FALTA DE SANEAMENTO BÁSICO ....................................................... 6 
3.2. Doenças transmitidas por água e alimentos contaminados por protozoários ..................................... 6 
3.3. Doenças transmitidas por água e alimentos contaminados por vírus ................................................. 9 
3.4. Doenças transmitidas por água e alimentos contaminados por vermes ............................................. 9 
3.5. Saúde Bucal ................................................................................................................................... 14 
3.6. Vacinas ......................................................................................................................................... 15 
3.7. O que é soro? ................................................................................................................................ 16 
4. O risco das drogas ................................................................................................................................... 17 
4.1. O que são drogas? ......................................................................................................................... 17 
4.2. Tipos de drogas e os seus efeitos no organismo .............................................................................. 18 
I. Drogas depressoras do sistema nervoso central .................................................................. 18 
II. Drogas estimulantes do sistema nervoso central ............................................................. 20 
III. Drogas perturbadoras do sistema nervoso central .......................................................... 22 
3.3. O que pode levar uma pessoa a usar drogas? ............................................................................. 23 
I. Como prevenir? ...................................................................................................................... 23 
II. Aspectos legais ................................................................................................................... 24 
4.4. Metas a serem alcançadas com o tema no Ensino Fundamental ...................................................... 24 
UNIDADE 2........................................................................................................................................... 26 
REPRODUÇÃO HUMANA ............................................................................................................... 26 
1. Introdução .............................................................................................................................................. 26 
1. Reprodução humana .............................................................................................................................. 26 
I. Sistema reprodutor masculino ............................................................................................... 26 
II. Sistema reprodutor feminino ............................................................................................. 28 
2. Métodos contraceptivos ......................................................................................................................... 30 
 
 
3. Doenças sexualmente transmissíveis ..................................................................................................... 32 
3.1 Metas a serem alcançadas com o tema no Ensino Fundamental ................................................. 40 
UNIDADE 3........................................................................................................................................... 42 
NNUUTTRRIIÇÇÃÃOO EE HHIIGGIIEENNEE..................................................................................................................... 42 
1. Introdução .............................................................................................................................................. 42 
2. Conhecendo os alimentos ...................................................................................................................... 42 
2.1 Alimentos que fornecem energia ......................................................................................................... 42 
3. Pirâmide alimentar ................................................................................................................................. 48 
3.1. Uma Boa Alimentação Deve Começar na Infância ........................................................................... 50 
4. HIGIENE ................................................................................................................................................... 52 
4.1. Higiene e hábitos alimentares ........................................................................................................ 52 
4.2. Metas a serem alcançados com o tema no Ensino Fundamental...................................................... 53 
UNIDADE 4........................................................................................................................................... 54 
CUIDADOS COM A VIDA ................................................................................................................ 54 
1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................................................... 54 
2. PREVENÇÃO DE ACIDENTES .................................................................................................................... 54 
3. PRIMEIROS SOCORROS ........................................................................................................................... 543.1. Procedimento de Ressuscitação cardiopulmonar (RCP): .................................................................. 56 
3.2. Procedimento da manobra de Heimlich: ......................................................................................... 57 
3.3. Metas a serem alcançados com o tema no Ensino Fundamental...................................................... 61 
REFERÊNCIAS .............................................................................................................................................. 64 
 
 
 
 
APRESENTAÇÃO 
 
Prezados estudantes! 
 
Mais um módulo inicia e gostaria de lembrá-los da missão da FAINSEP que é de 
formar profissionais educadores, bacharéis e tecnólogos; ampliar a formação humanística 
de pessoas para o pleno exercício da cidadania e preparo básico para funções técnicas e 
serviços gerais; oferecer educação continuada por meio de cursos de atualização, 
aperfeiçoamento e especialização, inclusive para o exercício de docência na educação 
superior; enfim, promover a educação e a cidadania por todos os meios, utilizando para 
tal o conhecimento, o desenvolvimento e a aplicação de novas tecnologias e educação a 
distância. 
Dessa forma, saiba que a formação e profissionalização do educador, com 
apropriação de competências e conhecimentos necessários ao exercício da ação 
docente, serão desenvolvidas durante a Graduação em Pedagogia. Com isso, espera-se 
o desenvolvimento de atitudes de reflexão e análise da atuação pedagógica e de valores 
para bem atuar na sociedade como agente de transformação, em busca de uma 
sociedade mais justa, a partir da identificação e análise das dimensões sociopolíticas e 
culturais de seu meio. 
A Pedagogia abrange o campo teórico e investigativo da educação, do ensino, de 
aprendizagens e do trabalho pedagógico propriamente dito, portanto saibam que, nesta 
Instituição, ao término da graduação, vocês não terão apenas um diploma, mas, sim, uma 
mudança e/ou transformação, tanto nos aspectos pessoais como profissionais, tornando-
se um indivíduo crítico, criativo e participativo na busca de uma sociedade mais justa. 
 
Bons Estudos! 
 
A Direção 
 
 
 
PLANO DE ENSINO 
 
 
Módulo: SAÚDE HUMANA 
Carga Horária: 80 horas Código: SH 
 
1. EMENTA 
Saúde humana; fatores para a saúde humana; saúde ambiental; fatores 
nutricionais para a saúde humana; condições para qualidade de vida; prevenção e 
hábitos de saúde, em nível individual, grupal e comunitário; nutrição; pirâmide 
alimentar; conservação de alimentos; saúde mental; higiene; primeiros socorros; 
sexualidade; educação sexual; doenças; drogas; políticas públicas de saúde; 
efeitos e malefícios das drogas. 
 
2. OBJETIVO 
Conhecer as condições, fatores e nutrientes necessários, para que o indivíduo 
tenha e mantenha boa saúde. 
 
 
 
 
 3 
 
INTRODUÇÃO 
 
Quando falamos em saúde, logo pensamos na ausência de doenças em nosso 
organismo. Entretanto, como veremos neste módulo, a saúde envolve muitos outros 
aspectos, tão importantes quanto a ausência de doenças ao nível individual. Mas 
independente da interpretação que se dê ao termo saúde todos concordamos que ela é 
indispensável para a vida do ser humano. 
Neste módulo estudaremos a Saúde Humana, que envolve o conhecimento 
sobre o nosso corpo, o seu funcionamento e fatores que podem influenciar nas 
condições de vida e interferir diretamente nas condições de saúde do indivíduo e da 
coletividade. Pode parecer que os conteúdos vistos são aprofundados para a Educação 
Infantil ou para as séries iniciais do Ensino Fundamental, com as quais o Pedagogo irá 
trabalhar. 
 
 
 
 4 
 
 
 
UNIDADE 1 
SAÚDE 
1. INTRODUÇÃO 
A saúde envolve, além dos aspectos médicos, fatores sociais, econômicos, 
políticos e ambientais. Falar em saúde implica em levar em conta a desnutrição, a 
miséria, os estilos de vida, a parcela da população inserida no mercado de trabalho, o 
empenho do poder público em desenvolver obras e serviços que visem a qualidade de 
vida, a degradação social e ambiental e todos os aspectos éticos relacionados ao 
direito à vida. 
Uma das formas de se promover a saúde, entre tantos fatores que ela envolve, é 
a educação. A escola pode e deve criar situações que apontem a necessidade de 
cuidados com a própria saúde, com o ambiente e com a saúde coletiva. 
Segundo a Constituição Federal de 1988, Artigo 196, a saúde é direito de todos 
e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à 
redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal igualitário às 
ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação. 
Sabemos que no nosso país a renda, o acesso aos serviços de saúde e outros 
direitos básicos do cidadão, tais como o saneamento básico, são muitas vezes 
negligenciados ou mal distribuídos. Sabemos também que a maior parte das doenças e 
das mortes de crianças no Brasil ocorre por condições desfavoráveis de vida. 
Com isso, não se espera que a situação referente à saúde seja mudada de uma 
hora pra outra. Mas a educação cumpre o seu papel quando leva à consciência do 
direito a saúde e prepara para atitudes individuais e coletivas sobre os fatores que 
determinam a saúde e a doença. 
Nesta Unidade, vamos discutir sobre o que representa a saúde e alguns fatores 
que têm influência sobre ela como uso de drogas, doenças e a falta de saneamento 
básico. 
2. CONCEITOS 
A Organização Mundial de Saúde (OMS) - agência especializada em saúde com 
sede na Suíça e subordinada à *Organização das Nações Unidas (ONU) - define o 
termo saúde como “o estado de conforto e bem-estar físico, mental e social e não 
simplesmente a ausência de doenças ou enfermidades.” 
 
* ONU (Organização da Nações Unidas) fundada em 1945, pela união de comunidades internacionais 
para manter a paz e a segurança entre os países. Seu feito mais destacável foi a proclamação da 
Declaração Universal dos Direitos Humanos em 1948. 
Estude esta unidade 
 
antes do encontro! 
 
 
 
 
 5 
Mas podem existir diferentes interpretações e também dimensões para o termo 
saúde. Pode-se entender saúde como um estado ótimo, também como ausência de 
doenças ou mesmo como o equilíbrio nas condições saúde/doença. Pode-se ainda 
considerar a saúde ao nível de indivíduo e ao nível de população. 
A compreensão do termo pode ser considerada, de certa forma, subjetiva e 
histórica, na medida em que indivíduos e sociedades consideram ter mais ou menos 
saúde dependendo do momento referencial e dos valores que atribuam a uma 
situação. 
Mas, independente da interpretação do termo, existe um consenso no sentido de 
que a saúde é condição indispensável para uma vida plena. 
Nosso corpo é formado por inúmeros órgãos, que juntos formam sistemas, cada 
um trabalhando à sua maneira para garantir o equilíbrio ou a saúde. Mas nosso corpo 
pode ser afetado por fatores que alterem a capacidade desses sistemas de manter 
essa condição. 
Quando esses fatores atuam e interferem na capacidade de manter o equilíbrio 
interno do corpo (chamado de homeostase) surge o estado que chamamos de doença. 
Assim, a doença pode ser definida como a ausência de saúde, produzida por fatores 
externos ou internos, ou ainda como a falta de homeostase. 
A saúde/doença e o desenvolvimento econômico de uma sociedade estão 
intimamente relacionados. A falta de condições básicas de vida nos países 
subdesenvolvidos leva ao surgimento de doenças tais como a cólera e a 
esquistossomose. Mas as condições aparentemente boas de vida dos países 
desenvolvidos ou mesmo em desenvolvimento podem levar a doenças como o 
estresse, a hipertensão e a obesidade. Além disso, os indivíduos têm suas 
características biológicas próprias e predisposições ao desenvolvimento ou aquisição 
de doenças. Sendo assim, nenhuma pessoa ou grupo social estátotalmente livre de 
enfrentar situações de doenças, mesmo se houver todas as condições básicas de 
sobrevivência. 
A Educação para a Saúde, então, não é só uma prioridade de países pobres. É 
necessária em todo tempo e lugar buscando ajudar na qualidade de vida do indivíduo, 
o que terá reflexos na saúde do grupo de uma maneira geral. 
A partir de agora, vamos começar a tratar de alguns aspectos que interferem na 
saúde do indivíduo e da população. 
 
3. SAÚDE PÚBLICA 
Saúde Pública é uma área da sociedade que compreende a aplicação de uma 
série de conhecimentos técnicos (ambientais, biológicos, médicos, psicológicos etc.), 
com a meta de organizar sistemas e serviços de saúde, atuar em fatores determinantes 
do processo saúde-doença e impedir a incidência de doença nas populações. É, 
portanto, diferente do que se conhece por saúde coletiva, que se refere ao estado de 
saúde que a população apresenta ou obtém através de um conjunto de cuidados e/ou 
comportamentos. Apesar disso, muitas vezes esses dois termos são utilizados como 
sinônimos. 
 
 
 
 6 
Assim, a Saúde Pública envolve alguns aspectos tais como o saneamento 
básico, os programas de saúde bucal, de prevenção e tratamento de doenças 
sexualmente transmissíveis, o calendário vacinal, o controle de animais transmissores 
de doenças etc. 
 
 
 
http://g1.globo.com/como-sera/noticia/2017/02/o-tema-e-saude-publica.html 
 
 
3.1. PROBLEMAS CAUSADOS PELA FALTA DE SANEAMENTO BÁSICO 
 
A falta de água potável e de esgoto tratado facilita a transmissão de doenças 
que provocam cerca de 30 milhões de mortes diariamente no mundo. A maioria delas 
acontece entre as crianças, principalmente as das classes mais pobres, que morrem 
desidratadas, vítimas de diarreias causadas por microrganismos. 
No Brasil, mais de três milhões de famílias não recebem água tratada e um 
número de casas duas vezes e meia maior que esse não tem esgoto. Segundo a 
Organização Mundial de saúde (OMS) aproximadamente 85% das doenças conhecidas 
estão relacionadas direta ou indiretamente à água e mais de 60% das internações 
hospitalares são causadas por esse tipo de doença. 
Estima-se que a implantação do saneamento básico como tratamento de água, 
esgoto e coleta de lixo reduziria em pelo menos um quinto a mortalidade infantil. 
Doenças transmitidas por água ocorrem quando um microrganismo infeccioso é 
adquirido por meio da água contaminada por matéria fecal de seres humanos e 
animais. Bactérias, vírus, protozoários e vermes têm sido responsáveis por doenças 
que afetam o sistema digestório e outras partes do organismo, como por exemplo, o 
fígado, sistema nervoso, coração, etc. Apesar de a saliva conter substâncias 
bactericidas e o suco gástrico destruir a maior parte dos microrganismos ingeridos, 
alguns microrganismos podem sobreviver e multiplicar-se originando infecções 
intestinais. 
 
 
 
http://www.eosconsultores.com.br/5-consequencias-da-falta-de-saneamento-basico/ 
 
3.2. Doenças transmitidas por água e alimentos contaminados por protozoários 
 
 Amebíase ou diarreia bacteriana 
http://g1.globo.com/como-sera/noticia/2017/02/o-tema-e-saude-publica.html
http://www.eosconsultores.com.br/5-consequencias-da-falta-de-saneamento-basico/
 
 
 
 7 
O que causa amebíase? 
Amebíase é causada pelo parasita Entamoeba histolytica. 
Como a pessoa adquire a doença? 
A pessoa adquire o parasita ao ingerir cistos da entamoeba presentes na água 
ou em alimentos contaminados com fezes de pessoas doentes. Cisto é uma bolsa de 
parede rígida que contém em seu interior amebas jovens capazes de infestar um novo 
hospedeiro. No intestino a parede do cisto rompe, libertando as amebas que invadem a 
parede intestinal, onde passam a se alimentar de sangue e células do hospedeiro. 
Esses locais podem inflamar-se e romperem-se, liberando sangue, muco e milhares de 
amebas, muitas já na forma de cistos. Estes são eliminados com as fezes e, se 
contaminam água e alimentos como verduras, por exemplo, podem ser transmitidos a 
outra pessoa. 
Quais são os sintomas da doença? 
Os sintomas da doença podem ser brandos, como diarreia e dor de estômago, 
em casos mais graves, ocorrem diarreias com sangue e a pessoa torna-se anêmica. 
Quais as principais medidas de prevenção da doença? 
Para prevenir a disseminação da amebíase, são necessários atitudes por parte 
do poder público e das próprias pessoas. Entre as formas de prevenção destacam-se a 
construção de instalações sanitárias adequadas como privadas, esgotos e fossa 
séptica que empeçam a contaminação da água e alimentos por fezes com cistos de 
ameba. Caso a água não seja tratada ela deve ser fervida antes de ser usada para 
beber ou lavar alimentos consumidos crus e se possível, deixar de molho em solução 
de hipoclorito; lavar as mãos com sabão e água corrente, todas as vezes que usar o 
sanitário; lavar as mãos antes de iniciar a preparação dos alimentos, ou antes, de 
iniciar a limpeza de utensílios – lavagem de filtro, por exemplo. 
 
 Giardíase 
O que causa a Giardíase? 
A giardíase é uma doença causada pela Giardia lamblia, um protozoário parasita 
que se instala no intestino causando diarréias, cólicas, inflamações e náuseas. 
Como a pessoa adquire a doença? 
A transmissão ocorre quando se ingere o parasita através de água e alimentos 
contaminados. 
Quais são os sintomas da doença? 
Há pessoas infectadas que não apresentam nenhum sintoma. Mas pode ocorrer 
irritabilidade, dor abdominal, diarréia intermitente. Pode também haver complicações 
tais como a má absorção de vitaminas A, D, E, K, B12, ferro e lactose. Isto raramente 
produz danos aos adultos, mas pode ter efeitos severos em crianças. A falta de 
vitamina A traz problemas de visão; de vitamina D causa principalmente um retardo do 
crescimento; de vitamina E esterilidade; de vitamina K problemas sanguíneos como 
hemorragias; de vitamina B12 e de ferro causam anemias. 
Quais as principais medidas de prevenção da doença? 
Para evitar esta doença devem-se seguir as mesmas recomendações para a 
prevenção da amebíase. Pessoas infectadas não devem manipular ou preparar 
alimentos. 
 
 
 
 
 8 
 Cólera 
O que causa a cólera? 
A cólera é uma doença infecciosa, transmissível e perigosa, pois se caracteriza 
por uma infecção intestinal grave, podendo levar à morte em decorrência da 
desidratação. A bactéria causadora é o vibrião colérico ou Vibrio cholerae, que se 
desenvolve no intestino humano e produz a toxina responsável pela doença. 
Como a pessoa adquire a doença? 
A cólera também pode ser transmitida por alimentos que foram lavados com 
água já contaminada pelo vibrião ou pelas mãos sujas de doentes e portadores. 
 
Quais são os sintomas da doença? 
O doente elimina fezes com cor esverdeada e uma espuma branca. A principal 
complicação desta doença é a desidratação (pois a diarreia é muito intensa) que pode 
evoluir para um quadro grave se não tratada adequada e rapidamente, levando à morte 
em pouco tempo. 
Quais as principais medidas de prevenção da doença? 
Para evitar esta doença é necessário adotar medidas que melhorem as 
condições de higiene dentro de casa e também no ambiente de trabalho. Não se 
esquecer de cuidados básicos da higiene pessoal como lavar as mãos após utilizar o 
banheiro. Lavar as frutas e verduras em água corrente e deixá-las de molho em água 
com limão (1 limão para cada litro) ou cloro (10 gotas para 1 litro de água) e ingerir 
somente água filtrada ou fervida. 
 
 Febre Tifoide 
O que causa a febre tifoide? 
O agente causador da doença é a bactéria Salmonella typhi doença grave que 
ocorre no mundo todo, mas prevalece em áreas onde o saneamento básico é 
deficiente. 
Como a pessoa adquire a doença? 
A doença é adquirida pela ingestão de água ou alimentos contaminados pelas 
fezes de portadores. 
Quais são os sintomas da doença? 
Os primeiros sintomas aparecem cerca de duas semanasapós a infecção 
(período de incubação) ocorrendo dores de cabeça, mal-estar, fadiga, boca amarga, 
febre, calafrios, indisposição gástrica, diarreia e aumento do volume do baço. O 
tratamento é feito à base do antibiótico cloranfenicol. Existem vacinas contra essa 
doença, mas elas são pouco eficazes e o seu uso como medida complementar para 
evitar a infecção deve ser analisado individualmente, não sendo realizadas vacinações 
em massa. 
Quais as principais medidas de prevenção da doença? 
Como prevenção devem-se evitar alimentos preparados sem condições 
higiênicas adequadas e a ingestão de água não tratada. 
 
 
 
 
 9 
 
 
https://www.youtube.com/watch?v=USu2rWUnoXw 
 
3.3. Doenças transmitidas por água e alimentos contaminados por vírus 
 
 Hepatite do tipo A e E: 
O que causa a Hepatite A e E? 
Estas doenças são causadas pelos vírus Hepatitis A (HAV) e Hepatitis E (HEV). 
Esses vírus multiplicam-se inicialmente nas células do intestino e, em seguida, 
espalham-se pelos rins, baço e fígado causando inflamação desses órgãos. 
Como a pessoa adquire a doença? 
A contaminação ocorre por ingestão de alimentos e água contaminados com 
fezes de portadores do vírus. 
Quais são os sintomas da doença? 
Muitas vezes não há sintomas, ou os sintomas se assemelham aos de uma 
gripe. Por isso, muitas pessoas só descobrem que tiveram a doença ao fazerem o 
exame de sangue. Quando os sintomas aparecem se observa icterícia (pele e olhos 
amarelados), fadiga, falta de apetite, náuseas, dores nas articulares e musculares, 
febre baixa e dor no fígado. 
Quais as principais medidas de prevenção da doença? 
Os hábitos de higiene, como para as outras doenças, são fundamentais. Mas no 
caso da hepatite, há uma recomendação especial. O vírus da hepatite A resiste aos 
métodos de cloração da água, porém a água fervida durante 10 a 15 minutos torna 
esse vírus inativo. 
 
 
 
http://www.ibb.unesp.br/Home/Departamentos/MicrobiologiaeImunologia/virus_transmiti
dos_por_alimentos_2014.pdf 
 
3.4. Doenças transmitidas por água e alimentos contaminados por vermes 
 
 Esquistossomose ou barriga d’água 
O que causa a Esquistossomose ou barriga d’água? 
 A esquistossomose ou barriga d’água é causada pelo Schistosoma mansoni ou 
esquistossomo. 
Como a pessoa adquire a doença? 
https://www.youtube.com/watch?v=USu2rWUnoXw
http://www.ibb.unesp.br/Home/Departamentos/MicrobiologiaeImunologia/virus_transmitidos_por_alimentos_2014.pdf
http://www.ibb.unesp.br/Home/Departamentos/MicrobiologiaeImunologia/virus_transmitidos_por_alimentos_2014.pdf
 
 
 
 
10 
Os vermes adultos vivem nas veias do fígado e do intestino humano podendo 
provocar hemorragias e inflamações no intestino, no fígado, no baço e em outros 
órgãos, debilitando o doente podendo levá-lo a morte. A fêmea coloca cerca de 400 
ovos por dia. Esses ovos contêm um espinho que facilita a perfuração da parede 
intestinal onde eles se misturam com as fezes sendo eliminados juntamente com elas. 
Se chegarem até a água, os ovos se romperão e liberarão uma larva chamada 
miracídio que possui a capacidade de se movimentarem ativamente por cerca de 8 a 
12 horas. 
Depois desse tempo a larva só sobreviverá se penetrar em um caramujo do 
gênero Biomphalaria, que vive em água doce e parada ou com pouca correnteza. 
Depois de penetrar no caramujo, o miracídio passa por uma série de transformações e 
se reproduz ativamente, originando larvas dotadas de calda chamadas de cercarias. 
A cercaria abandona o caramujo e pode viver livremente na água doce por até 
dois dias. As larvas são capazes de penetrar na pele de pessoas que entram em 
contato com a água contaminada e penetram nos vasos sanguíneos até chegarem nas 
veias do intestino e do fígado onde se desenvolvem e se transformam nas formas 
adultas. 
Quais são os sintomas da doença? 
Podem ocorrer problemas no fígado, baço e intestino como diarreias, dores 
abdominais e emagrecimento. O fígado e o baço crescem aumentando o volume da 
barriga, por isso o nome popular de barriga d’água. 
Quais as principais medidas de prevenção da doença? 
Algumas medidas preventivas podem ser tomadas, tais como: 
Eliminar o caramujo, isso pode ser feito pela aplicação de substância 
moluscocidas; 
Construir instalações sanitárias adequadas; 
Aterrar locais propícios ao acúmulo de água da chuva; 
Ferver a água a ser ingerida, uma vez que a cercaria pode penetrar pela mucosa 
da boca; 
Adotar hábitos de higiene. 
 
 Teníase e Cisticercose 
O que causa a Teníase e a Cisticercose? 
Entre as diversas espécies de tênia duas são parasitas importantes da espécie 
humana: Taenia saginata, a tênia do boi que pode atingir até 9m de comprimento e a 
Taenia solium, a tênia do porco que pode atingir até 5m. 
As tênias apresentam o corpo dividido em cabeça ou escólex, dotada de 
ganchos e ventosas. Na T. saginata essas estruturas possibilitam a fixação do verme à 
parede intestinal do hospedeiro. No caso da T. solium o escólex apresenta somente 
ventosa. 
O corpo ou estróbilo da tênia é constituído por centenas de segmentos 
chamados proglótides, dotadas de um sistema genital completo hermafrodita. A partir 
do escólex formam-se continuamente novas proglótides que crescem e empurram as 
mais velhas. À medida que se distanciam do escólex as proglótides amadurecem e se 
autofecundam. Uma única tênia pode liberar diariamente 10 proglótides grávidas, cada 
 
 
 
 
11 
uma contendo cerca de 80 mil ovos que são eliminados juntamente com as fezes do 
hospedeiro. Um indivíduo pode eliminar cerca de 700 mil ovos por dia. 
 
Como a pessoa adquire a doença? 
Quando as fezes são depositadas no solo por falta de instalações sanitárias 
adequadas, os ovos podem contaminar a água e verduras a serem ingeridas pelo 
porco ou boi que se tornam hospedeiros intermediários do parasita. Cada ovo 
contém um embrião dotado de seis ganchos, que perfuram o intestino e passam à 
circulação, alojando-se principalmente nos músculos dos animais onde formam 
cápsulas popularmente conhecidas por “canjiquinhas”, nessas cápsulas os embriões se 
desenvolvem se tornando larvas ou cisticercos. 
Ao se alimentar da carne (de porco ou boi) contaminada, crua ou mal passada o 
indivíduo adquire a larva que vai se instalar em seu intestino e originar a tênia adulta. 
A cisticercose é uma doença mais séria que a teníase e desenvolve-se quando 
os ovos eliminados por um indivíduo infestado de T. solium são transmitidos para ele 
próprio ou para pessoas através de mãos sujas ou água e alimentos contaminados. 
No intestino as larvas são liberadas e passa para a circulação indo alojar-se nos 
olhos (cisticercose ocular), cérebro (neurocisticercose), pele, músculo, etc. A gravidade 
da doença depende do órgão atingido, podendo levar à cegueira ou até a morte. 
 
Quais as principais medidas de prevenção da doença? 
Mediadas preventivas contra contaminação por tênia ou cisticercos incluem: 
Hábitos de higiene pessoal: como larvar as mãos antes de manipular alimentos 
ou após evacuação; 
Utilizar sanitários; 
Evitar ingestão de carne mal cozida de porco ou boi. 
 
 Ascaridíase ou lombriga 
O que causa a Ascaridíase ou lombriga? 
A ascaridíase é outra verminose cuja ocorrência está ligada à falta de 
condições sanitárias, causada pela espécie Ascaris lumbricoides conhecido 
comumente por lombriga. Os vermes adultos medem entre 15cm e 40cm de 
comprimento e desenvolvem-se no intestino delgado, onde macho e fêmea se 
acasalam. A fêmea produz até 200 mil ovos por dia que são eliminados com as fezes. 
Como a pessoa adquire a doença? 
Os ovos podem contaminar lagos, rios e depósitos de água potável, assim 
como, verduras, frutas e legumes regados com essa água. 
No intestino, os ovos eclodem e liberam as larvas. Estas antes de se instalarem 
no intestino elas migram pelo corpo do hospedeiro e sofrem várias transformações à 
medida que atingem a formaadulta. As larvas atravessam a parede intestinal e caem 
nas veias e nos vasos linfáticos, chegando dois ou três dias depois ao coração do qual 
são levadas para os pulmões e passam para os alvéolos, subindo pelos brônquios e 
pela traqueia até chegarem a laringe. Passam então para a faringe, vão para o 
estômago e já adultas instalam-se definitivamente no intestino delgado. 
A gravidade da doença depende da quantidade de vermes que o hospedeiro 
abriga. 
 
 
 
 
12 
Quais as principais medidas de prevenção da doença? 
Mediadas de prevenção consistem em: 
 Saneamento básico nas regiões mais pobres; 
 Construção de fossas sépticas; 
 Estimular hábitos de higiene pessoal; 
 Lavar cuidadosamente frutas e verduras; 
 Ingerir água tratada ou fervida. 
 
Muitas das doenças comentadas acima têm sintomas muito parecidos, 
principalmente a diarreia e vômito no caso das doenças bacterianas, e no caso das 
verminoses, principalmente a fraqueza e o cansaço em função da perda de nutrientes 
essenciais para os parasitas. 
Todas essas doenças ligadas à falta de saneamento básico têm uma ocorrência 
muito grande em áreas mais pobres, ou em áreas onde a assistência, o saneamento e 
a educação são mais deficientes, como nos países subdesenvolvidos, nas periferias 
das grandes cidades e na zona rural. 
O tratamento dos doentes obviamente é importante, mas somente o tratamento 
não basta. Para que esse quadro seja revertido é preciso haver uma educação 
sanitária, alimentar, mas principalmente uma melhoria nas condições de vida, pois caso 
contrário, as pessoas tratadas tornarão a se infectar e a manter a doença. Professores 
podem fazer a sua parte contribuindo para essa educação sanitária. 
Desde 1950, a população urbana dos países em desenvolvimento aumentou de 
300 milhões para 1,3 bilhões de pessoas. Embora o processo de urbanização ofereça 
um crescimento econômico acelerado para os países, a má utilização do meio urbano 
traz efeitos negativos aos recursos naturais e para as condições de vida do homem. 
Como exemplos da má utilização podemos citar o despejo de esgotos 
(efluentes) e a disposição de lixo a céu aberto. A produção de lixo e de esgotos é algo 
inevitável, mas é preciso que se dê uma destinação correta a eles evitando, assim, os 
impactos sobre a saúde humana e degradação do ambiente que poderá ser 
irrecuperável. 
Segundo a ONU, 93 milhões de brasileiros não têm serviços de esgoto e 16 
milhões não possuem coleta de lixo (dados de 2005). 
De acordo com artigo da Folha on-line de 2005, o esgoto jogado a céu aberto é 
a alteração ambiental que mais afeta a população. Mas despejar esgoto bruto no solo, 
em lagoas, rios e mares ainda continua sendo uma prática muito comum em nosso 
país. 
 
 
http://www1.pucminas.br/imagedb/documento/DOC_DSC_NOME_ARQUI20140131090
224.pdf 
 
http://www.copasa.com.br/media2/PesquisaEscolar/COPASA_Doen%C3%A7as.pdf 
 
http://www1.pucminas.br/imagedb/documento/DOC_DSC_NOME_ARQUI20140131090224.pdf
http://www1.pucminas.br/imagedb/documento/DOC_DSC_NOME_ARQUI20140131090224.pdf
http://www.copasa.com.br/media2/PesquisaEscolar/COPASA_Doen%C3%A7as.pdf
 
 
 
 
13 
 
3.5. Doenças Transmitidas Por Animais 
 
Numerosas doenças infecciosas são causadas por agentes que são direta ou 
indiretamente transmissíveis de diferentes espécies animais ao Homem. Atualmente 
mais de 200 doenças que ocorrem no Homem e nos animais são transmitidas 
mutuamente; estas são a causadas por vírus, bactérias, fungos, protozoários, vermes e 
insetos. Um aspecto importante da saúde pública é o controle de doenças causadas 
por animais. Os responsáveis por este serviço são órgãos municipais chamados de 
Centros de Controle de Zoonoses (CCZs). 
Animais como o bicho barbeiro, o mosquito Aedes aegypty, que transmite a 
dengue, o mosquito Anopheles darlingi, que transmite a malária, o pernilongo Culex 
quinquefasciatus, transmissor da elefantíase, são chamados de vetores. Uma forma de 
combate à essas doenças transmitidas por insetos vetores é o combate às suas formas 
adultas, mas a mais importante é o controle de suas larvas. Todos nós sabemos que o 
Brasil vem enfrentado um problema seríssimo com a dengue, doença causada por um 
vírus transmitido pelo mosquito/pernilongo. As razões desse problema passam pelo 
clima favorável ao desenvolvimento do mosquito (temperatura e umidade) e culminam 
com a falta de consciência, responsabilidade e preocupação com a coletividade de 
algumas pessoas que não tomam os cuidados básicos para a eliminação dos focos, 
tais como a eliminação de locais de acúmulo de água onde as larvas podem se 
desenvolver. 
Animais vertebrados, tais como o rato, o morcego, o cachorro e o gato também 
podem transmitir doenças ao homem através do contato, da mordida, da urina, da 
saliva e das fezes. Doenças que são naturalmente transmitidas entre animais 
invertebrados e o homem são chamadas de zoonoses. Atualmente são conhecidas 
cerca de 100 zoonoses, entre elas a raiva, a toxoplasmose e a leptospirose. 
A raiva é uma doença infecciosa e mortal, transmitida a vários mamíferos, 
inclusive o homem, através da mordida, arranhão ou saliva de cães, gatos e morcegos 
contaminados pelo chamado vírus rábico. No Brasil, o principal transmissor para o 
gado ou cavalos é o morcego hematófago (que se alimenta de sangue) da espécie 
Desmodus rotundus. Em regiões urbanas, o cão é o principal transmissor da raiva. 
Esta doença atinge o sistema nervoso central. No homem os primeiros sintomas 
são a transformação de caráter, inquietude, perturbação do sono e pesadelos. Em 
seguida, instalam-se alterações na sensibilidade, queimação, formigamento e dor no 
local da mordida. Essas alterações duram 2 a 4 dias. Posteriormente, instala-se um 
quadro de alucinações, acompanhado de febre. Inicia-se um período de aerofobia e 
hidrofobia, ou seja, fobia ao ar e à água e instalam-se crises convulsivas periódicas. O 
desconforto nesta fase é terrível. 
A toxoplasmose é causada por um protozoário chamado Toxoplasma gondii. 
Ele se reproduz no interior do corpo, principalmente, dos gatos e são eliminados com 
suas fezes. O homem é infectado quando ingere uma forma do parasita encontrada no 
solo, areia, latas de lixo ou em qualquer local onde os gatos ou outro animal infectado 
defequem. Também pode se infectar ingerindo carne crua e mal cozida, especialmente 
de porco e de carneiro, que pode estar infectada com o parasita. 
 
 
 
 
14 
As mulheres que se infectam durante a gravidez podem contaminar os fetos. Isto 
pode provocar, por exemplo, nascimento prematuro da criança e infecção com 
sintomas graves. Em crianças e adultos pode causar graves infecções e perda de parte 
da visão. 
A leptospirose é uma doença causada por uma bactéria. Pode ocorrer em 
pessoas e também em animais domésticos, bois, cavalos, porcos, cabras, ovelhas. Os 
ratos de esgoto são os principais responsáveis pela infecção humana. Na maioria das 
vezes, o homem é infectado através do contato com águas de enchentes contaminadas 
por urina de ratos, que contém o parasita. A falta de rede de esgoto e drenagem de 
águas das chuvas, a coleta e disposição de lixo inadequada e as consequentes 
inundações são condições favoráveis para a ocorrência de inúmeros casos e até de 
epidemias. 
 
 
 
http://books.scielo.org/id/sfwtj/pdf/andrade-9788575413869-26.pdf 
 
http://www.virologiaanimal.com.br/Apresentacoes/Doen%C3%A7as%20transmitidas%2
0por%20animais%20Pastoral%20Vera%20Cruz,%20MG.pdf 
3.5. Saúde Bucal 
 
As doenças bucais são importante problema de saúde pública, pois afetam a 
qualidade de vida. Entretanto, são muito comuns entre os brasileiros. 
A manutenção de uma boca e dentição saudáveis é muito importante para a 
saúde de uma maneira geral, pois isto ajuda na mastigação e digestão dos alimentos e 
evita infecções graves que podem até mesmo atingir outras partes do corpo. 
Os professoresda Educação Infantil e do Ensino Fundamental convivem com as 
crianças na idade onde estão surgindo ou surgiram os primeiros dentes permanentes. 
É certo que os cuidados com a boca devem se iniciar mesmo antes do aparecimento 
dos dentes, mas durante o surgimento da dentição permanente é muito importante 
reforçar o hábito da higiene bucal por meio da orientação. 
Como na escola é um lugar onde é feita a alimentação e é onde a criança passa 
grande parte do seu tempo, o ideal é que seja feita a prática da higiene bucal, além das 
atividades de sala de aula e atividades lúdicas. 
É ideal que programas de saúde bucal envolvam todo o ambiente escolar e não 
somente a sala de aula. As pessoas responsáveis pela alimentação das crianças, por 
exemplo, tomam parte desse processo, pois muitas vezes são elas que determinam a 
quantidade de açúcar que as crianças irão comer todos os dias. Práticas assim podem 
mudar o comportamento das crianças e já demonstram melhorias na sua saúde bucal. 
 
Cuidados com os dentes e gengivas: 
 
http://books.scielo.org/id/sfwtj/pdf/andrade-9788575413869-26.pdf
http://www.virologiaanimal.com.br/Apresentacoes/Doen%C3%A7as%20transmitidas%20por%20animais%20Pastoral%20Vera%20Cruz,%20MG.pdf
http://www.virologiaanimal.com.br/Apresentacoes/Doen%C3%A7as%20transmitidas%20por%20animais%20Pastoral%20Vera%20Cruz,%20MG.pdf
 
 
 
 
15 
Para manter a saúde dos dentes e das gengivas observam-se as seguintes 
sugestões: 
Evitar doces; 
Escove bem os dentes; 
Usar fio dental diariamente; 
Adotar uma alimentação equilibrada; 
Usar produtos que contêm flúor; 
 Ir ao dentista com certa frequência. 
 
A higiene bucal previne problemas como: 
Cárie; gengivite: afta; sapinho: câncer. 
 
 
 
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/mantenha_sorriso_fazendo_higiene_bucal.p
df 
 
http://abodontopediatria.org.br/orientacoes_aos_pais_sobre_cuidados_com_a_saude_b
ucal_do_bebe_e_da_criancas.pdf 
 
3.6. Vacinas 
 
Vacina é um produto que contém o agente infeccioso (o causador da doença) 
modificado e, por isso, incapaz de produzir a doença. Ela pode conter vírus e bactérias 
vivos, mortos, atenuados ou os seus produtos que são as toxinas. Quando a vacina é 
aplicada o sistema imunológico é induzido a combater o microrganismo inativo, ou seja, 
ela estimula a chamada resposta imune. 
Como o sistema imunológico tem um mecanismo chamado de “memória celular”, 
se o organismo que recebeu a vacina for invadido pelo microrganismo, o sistema o 
reconhecerá novamente podendo combatê-lo. O indivíduo assim, não apresentará os 
sintomas da doença e, se apresentar, eles serão brandos. As vacinas atuam, assim, 
prevenindo o organismo contra uma determinada doença. 
O governo e os serviços de saúde fornecem gratuitamente alguns tipos de 
vacinas. É um direito recebê-las e é um dever dos pais levarem os seus filhos até um 
posto de saúde para receberem as vacinas no período correto. As crianças em idade 
escolar precisam também saber a importância e a função das vacinas que tomam. 
A vacinação não é somente um dever dos pais, mas sim de cidadãos, pois é 
com a imunização em massa que se podem erradicar doenças perigosas, como foi feito 
com a paralisia infantil. 6No Brasil essa enfermidade já foi praticamente erradicada, 
tendo o nosso país recebido um prêmio da OMS pelo empenho nas campanhas de 
vacinação em massa. A vacinação é um aspecto importante da saúde pública. 
 
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/mantenha_sorriso_fazendo_higiene_bucal.pdf
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/mantenha_sorriso_fazendo_higiene_bucal.pdf
http://abodontopediatria.org.br/orientacoes_aos_pais_sobre_cuidados_com_a_saude_bucal_do_bebe_e_da_criancas.pdf
http://abodontopediatria.org.br/orientacoes_aos_pais_sobre_cuidados_com_a_saude_bucal_do_bebe_e_da_criancas.pdf
 
 
 
 
16 
É bom lembrar que a criança ou adulto que não tiver um atestado de que está 
com todas as suas vacinas em dia não pode matricular-se em estabelecimentos de 
ensino. 
 
 
 
Ministério da Saúde. Calendário Nacional de Vacinação: 
http://www.saude.gov.br/saude-de-a-z/vacinacao/calendario-vacinacao 
 
Associação Portuguesa da Industria Farmacêutica: 
https://www.apifarma.pt/apifarma/areas/vacinas/Paginas/default.aspx 
 
OMS- Organização Mundial da Saúde. Cartilha de Vacinas. 2003: 
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cart_vac.pdf 
 
 
3.7. O que é soro? 
 
O soro age no sentido de curar uma enfermidade. Em vez de conter o agente 
causador para criar uma memória celular para o organismo se defender depois, o soro 
já contém a defesa chamada de anticorpo e combate o perigo antes mesmo dele ativar 
os sistemas de defesa naturais do corpo. 
O preparo do soro ocorre injetando-se em animais de grande porte como cabras, 
cavalos e outros doses sucessivas e crescentes do antígeno contra o qual se deseja 
obter anticorpos. A pequena quantidade de antígenos inicialmente injetada não chega a 
prejudicar os animais, mas é o suficiente para estimular seu sistema imunológico a 
produzir anticorpos específicos. À medida que doses progressivamente maiores do 
antígeno são injetadas nos animais, os anticorpos existentes evitam prejuízo à saúde e 
quantidades cada vez maiores de anticorpos específicos são produzidos. 
Retira-se, então, sangue do animal imunizado e dele isolam-se os anticorpos, 
com os quais se prepara o soro. Ao serem injetados no paciente, os anticorpos do soro 
reconhecem a substância tóxica, unindo-se a ela e inativando-a prontamente. 
 
 
 
https://dicasdeciencias.com/2015/06/28/qual-e-a-diferenca-entre-soro-e-vacina/ 
 
http://www.butantan.gov.br/producao/soros/Paginas/default.aspx 
http://www.saude.gov.br/saude-de-a-z/vacinacao/calendario-vacinacao
https://www.apifarma.pt/apifarma/areas/vacinas/Paginas/default.aspx
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cart_vac.pdf
https://dicasdeciencias.com/2015/06/28/qual-e-a-diferenca-entre-soro-e-vacina/
http://www.butantan.gov.br/producao/soros/Paginas/default.aspx
 
 
 
 
17 
4. O risco das drogas 
O consumo de drogas é um dos grandes problemas que uma sociedade 
enfrenta atualmente e vem se tornando uma prática cada vez mais frequente entre 
crianças e adolescentes. 1Em determinadas realidades, a iniciação do consumo de 
drogas é um fator de risco já entre alunos de primeira a quarta série. 
Por isso, é importante iniciar a conscientização sobre as drogas e os seus 
efeitos no corpo e na saúde cada vez mais cedo. A escola tem um papel importante e 
indispensável nessa conscientização. 
Os Parâmetros Curriculares Nacionais – Saúde (vide anexos) incluem os 
conteúdos que fazem referência às drogas no bloco temático Vida Coletiva, pois o 
consumo de drogas está fortemente associado às condições socioculturais, 
especialmente na infância, já que os hábitos de grupos sociais próximos à criança 
determinarão o acesso ao fumo, ao álcool ou aos entorpecentes. 
 
4.1. O que são drogas? 
 
Drogas, em geral, são compostos químicos oriundos de plantas, de fungos ou 
produzidos artificialmente pelo homem em laboratório e que podem ter inúmeras 
aplicações. Podem ser usadas com fins terapêuticos para diversas doenças, como 
anestésico, no tratamento da dor, da insônia, mas também podem ser utilizadas 
propositalmente como alucinógenas. 
Nos tempos antigos as drogas consumidas eram extraídas exclusivamente de 
plantas. O termo droga foi por muito tempo utilizado como sinônimo de medicamento e 
as farmácias antigamente eram chamadas de drogarias. 
Entretanto, o consumo de substâncias consideradas drogas sempre envolveu 
aspectos sociais, culturais e até religiosos. 20Durante o século IX, o uso de aguardente 
era proibido na China. Até hoje, as bebidas alcoólicas são veementemente proibidas 
nos países islâmicos. No Império russo do século XVIII, o consumo de café (que 
contém uma substância considerada estimulante, chamada cafeína) era punido com a 
mutilaçãodas orelhas. O uso de tabaco era punido com a amputação dos membros na 
Pérsia e na Turquia no século XVII. 
A medicina moderna define drogas como sendo qualquer substância capaz de 
modificar o funcionamento do corpo de seres vivos, seja essa modificação considerada 
medicinal ou nociva. Contudo, a palavra droga é rapidamente associada às substâncias 
alucinógenas (narcóticos ou entorpecentes) que alteram estados da mente, 
proporcionando experiências de prazer capazes de levar seus usuários ao uso 
contínuo e à dependência. Por extensão, é utilizada para nomear qualquer substância 
ou produto que seja tóxico, como o cigarro, a cocaína, a maconha e o álcool. Com isto, 
o termo droga também se tornou sinônimo de coisas ruins (isso é uma droga!) e de 
situações indesejadas (que droga!). 
Porém, o mais correto quando nos referimos as substâncias que alteram os 
estados da mente é utilizar o termo drogas psicoativas, ou seja, drogas que atuam 
sobre o funcionamento do encéfalo. 
 
 
 
 
18 
Essas substâncias podem provocar dependência psicológica ou física nos seus 
usuários. A dependência física é caracterizada pela necessidade de doses cada vez 
maiores para produzir os mesmos efeitos, fenômeno conhecido como tolerância. Na 
dependência psicológica a pessoa não consegue controlar o consumo da droga, sente-
se mal sem ela e deixa de lado outras atividades. 
Existem muitos tipos de drogas usadas como psicoativas. 
 
4.2. Tipos de drogas e os seus efeitos no organismo 
 
As drogas podem ser classificadas com base em diferentes características. 
Segundo as leis brasileiras, as drogas psicoativas podem ser consideradas 
licitas e ilícitas. As drogas lícitas são vendidas em estabelecimentos comerciais com 
permissão da lei, com restrição legal apenas em relação à idade dos compradores. 
Porém, na prática, essa restrição muitas vezes não é seguida á risca. 
O usuário de drogas ilícitas, além de sofrer as consequências físicas e psíquicas 
do consumo está sujeito às penas previstas por lei. 
A tabela a seguir separa as principais substâncias psicoativas consumidas no 
país de acordo a sua legalidade. 
 
Tabela 1: Drogas lícitas e ilícitas no Brasil 
Drogas lícitas Drogas ilícitas 
 Cocaína 
Álcool Maconha 
Tabaco Haxixe 
Cafeína LSD 
 Heroína 
 Craque 
Retirado de http://72.21.62.210/alcooledrogas/drogas_classificacao.htm 
 
Outra maneira de classificar as drogas está em associá-las de acordo com sua 
atuação no cérebro e sua ação farmacológica. Aparentemente todas as drogas causam 
o mesmo efeito nos seus usuários. Mas dependendo do tipo químico da substância, ela 
produzirá um efeito ou combinação de efeitos distintos e em locais diferentes do corpo. 
Segundo essa classificação as drogas podem ser de três tipos: depressoras; 
estimulantes e perturbadoras ou alucinógenas. 
 
I. Drogas depressoras do sistema nervoso central 
 
Essas drogas diminuem a atividade do cérebro e possuem propriedades 
analgésicas. Os efeitos mais comuns da utilização destas drogas são: sonolência, 
lerdeza, desatenção e desconcentração. Ou seja, ocorre uma inibição ou diminuição da 
atividade cerebral. Alguns exemplos de drogas depressoras são: 
- Álcool: componente de várias bebidas utilizadas em quase todas as 
sociedades, obtidas da fermentação (por exemplo, os vinhos) ou destilação (a cachaça, 
o saquê) de produtos vegetais, tais como cana-de-açúcar e arroz. Existe uma forte 
conotação social envolvida com o hábito de consumir o álcool. Muitas pessoas, mesmo 
http://72.21.62.210/alcooledrogas/drogas_classificacao.htm
 
 
 
 
19 
que não tenham a necessidade ou mesmo vontade de consumi-lo, acaba fazendo por 
razões sociais. É o famoso “beber socialmente”. 
Os efeitos que o álcool produz no ser humano estão diretamente relacionados 
às condições do organismo, à quantidade e ao tipo de bebida ingerida, podendo causar 
desde um simples mal-estar até a morte. Age diretamente em diversos órgãos, tais 
como o fígado, coração, vasos e na parede do estômago. O álcool afeta a habilidade 
motora e a consciência. Por isso, pessoas alcoolizadas são as responsáveis por 
grande parte dos acidentes de trânsito. Veja na tabela 2, a influência do álcool sobre os 
sistemas que você conheceu na Unidade I. 
 
Tabela 2: Principais complicações sistêmicas decorrentes do uso crônico 
(prolongado) e intenso de álcool. 
 
SISTEMA COMPLICAÇÕES 
 
Digestório 
Doenças do fígado (esteatose e cirrose hepáticas, hepatite) 
Pancreatite crônica 
Gastrite e úlceras 
Neoplasias (câncer) na boca, língua, esôfago, estômago, fígado 
Circulatório 
Doenças dos músculos cardíacos (cardiomiopatias) 
Hipertensão arterial sistêmica 
 
Sangue 
Anemias 
Diminuição na contagem de leucócitos (glóbulos brancos do 
sangue que atuam na defesa do organismo. 
Nervoso Neuropatia periférica 
Reprodutor 
Impotência (homens) 
Alterações menstruais e infertilidade (mulheres) 
 
- Benzodiazepínicos: drogas sintéticas, isto é, produzidas pelo homem em 
laboratório. Elas diminuem a ansiedade acalmando as pessoas, aliviando-as das 
tensões, por isso sua aplicação médica é com função tranquilizante ou calmante. 
Porém, o uso em altas doses pode causar “brancos”, confusão mental (desorientação 
no tempo e no espaço) e dependência. As mais conhecidas são o diazepam (Valium®), 
clonazepam (Rivotril®), bromazepam (Lexotan®, Lexpiride®), Alprazolam (Frontal®), 
Flunitrazepam (Rohypnol®), Flurazepam (Dalmadorm®) e Midazolam (Dormonid®). 
 
- Barbitúricos (soníferos): sedativos e calmantes sintéticos utilizados para dor 
de cabeça, para epilepsia, controle de úlceras pépticas, pressão sanguínea alta e para 
dormir. Provocam dependências física e psicológica, diminuição em várias áreas do 
cérebro, depressão na respiração e no sistema nervoso central, vertigem, redução da 
urina, crise de soluço, sedação e alteração motora. Alguns exemplos principais deste 
grupo são: Gardenal, Luminal, Mebaral, Nembutal, Seconal, Surital e Delvinal. 
 
- Opiáceos: os opiáceos são sedativos (induzem o sono) e analgésicos 
(reduzem a dor). Existem três tipos de opiáceoas: i) os naturais, extraídos da planta 
papoula, i) os semi-sintéticos e i) e os sintéticos. A morfina é um opiáceo natural 
extraído do líquido leitoso (o ópio) que sai do botão da papoula quando cortado. A 
morfina é usada pela Medicina há várias décadas, principalmente no alívio da dor em 
 
 
 
 
20 
pacientes com câncer em estado terminal. Os opiáceos semi-sintéticos, tais como a 
heroína, são obtidos em laboratório a partir da morfina. Os sintéticos são fabricados em 
laboratório para fins médicos. Estes últimos são a fentanila e meperidina (usada no 
medicamento Dolantina®). Seus efeitos são euforia, marcada por sensação de prazer, 
devaneios e distanciamento dos problemas, sensação de mal-estar psíquico, com 
irritabilidade, tristeza e sonolência excessiva. 
 
- Inalantes: substâncias voláteis com o efeito psicoativo quando cheiradas e são 
utilizadas na fabricação de inúmeros produtos. A maior parte deles é vendida 
comercialmente sendo adquiridos sob a forma de esmaltes de unha, cola de sapateiro 
e removedores de tinta. Os produtos mais utilizados são cola de sapateiro, cheirinho-
da-loló, acetona, thinner, benzina, gasolina, clorofórmio e éter. O lança-perfume, 
vendido em sprays, é bastante popular no carnaval, mas é uma droga ilícita. 
 
 
II. Drogas estimulantes do sistema nervoso central 
 
São substâncias capazes de aumentar a atividade cerebral. Há aumento da 
vigília (período acordado), da atenção, aceleração do pensamento e euforia e insônia. 
Pode causar alucinações agradáveis, sensação de força muscular e mental, aceleração 
dos batimentos cardíacos e excitação. Seus usuários tornam-se mais ativos, o popular 
termo “ligados”. 
 
- Cocaína: é extraída das folhas de um arbusto, a coca, e causa dependência. 
Os usuários a tratam por diversos nomes, tais como neve,brilho, pó, carolina, 
 
 
 
 
21 
branquinha e costumam inalar, injetar ou fumar. Se consumida em quantidades 
elevadas pode causar convulsões e morte por overdose. Pessoas que têm problemas 
psiquiátricos podem ter surtos paranóides, crises psicóticas e condutas perigosas a ele 
próprio ou a terceiros. Fisicamente, a inalação deixa lesões graves no nariz e a injeção 
deixa marcas de picada e o risco de contaminação por outras doenças (DST/AIDS). Em 
países andinos se tem o hábito de mascar folhas de coca para aliviar o cansaço e a 
fome. O crack é uma das formas de apresentação da cocaína. Ele provoca os mesmos 
danos, porém, tem um poder maior em desestruturar a personalidade e age em prazo 
muito curto. Insônia, lesões no sistema respiratório, agitação psicomotora, 
agressividade, emagrecimento, perda da autocrítica e da moral, dificuldades para 
estabelecer relações afetivas, psicoses, comportamento excessivamente antissocial, 
marginalidade e prostituição são as principais consequências física, psíquicas e sociais 
do crack. 
 
- Anfetaminas: podem ser ingeridas, injetadas ou inaladas. São substâncias 
usadas com indicação médica e venda controlada, mas algumas são fabricadas e 
vendidas no mercado clandestino. Elas causam a diminuição do sono e do apetite. No 
Brasil a maior parte da anfetamina produzida é vendida legalmente em farmácias sob a 
forma de comprimidos ou cápsulas. 
 
- Nicotina: é um estimulante leve presente nas folhas do tabaco. É consumida 
na forma de cigarros industrializados com filtros ou caseiros feitos com papel, 
cigarrilhas, charutos. É vendido também em pacotes de fumo ou como fumo de corda. 
No início do consumo ocorrem tonturas, formigamento e alterações discretas do humor 
e do estado de vigília que diminuem e passam a ser menos percebidos com o uso. A 
nicotina causa dependência, mas os problemas do consumo para a saúde são 
indiretos. O cigarro contém mais de 4.700 substâncias, algumas cancerígenas e outras 
diretamente tóxicas para vários órgãos do corpo. Desse modo, vê-se que o consumo 
de cigarro é responsável por graves danos aos pulmões, como insuficiência 
respiratória, asma, bronquites e câncer. O consumo de cigarro aumenta o risco de 
problemas no coração e na circulação, tais como hipertensão, entupimento dos vasos e 
infarto do coração. 
 
- Cafeína: é o estimulante legal mais usado no mundo. 22Está presente no café e 
nas bebidas à base de cola que contém cafeína e flavorizantes extraídos de fontes 
naturais (grãos de café e nozes-de-cola, respectivamente). O chá contém uma 
quantidade significativa de cafeína e o chocolate (cacau) contém quantidades 
relativamente baixas. A cafeína não produz uma verdadeira euforia, mas causa 
dependência psicológica, aumenta a vivacidade, a atividade mental e motora, 
especialmente nos fadigados. Por isso é considerada uma droga psicoativa. Entre os 
efeitos conhecidos da cafeína estão a estimulação do coração (aumento do ritmo e 
potência, e às vezes, ritmo acelerado) e a diurese (aumento do volume de urina). O 
consumo muito grande de cafeína pode causar o cafeinismo, um complexo de 
ansiedade, irritabilidade e depressão e um aumento do nível de vários hormônios no 
sangue. Uma retirada suave pode provocar letargia, irritabilidade e dores de cabeça, 
 
 
 
 
22 
em um indivíduo com ingestão prolongada de 600 miligramas (6 xícaras de café) ou 
mais por dia. 
 
 
III. Drogas perturbadoras do sistema nervoso central 
 
Estas drogas são aquelas relacionadas à produção de quadros de alucinação ou 
ilusão, geralmente de natureza visual. Os alucinógenos não possuem utilidade clínica 
como os calmantes, tampouco podem ser utilizados legalmente como o álcool, o 
tabaco e a cafeína. A mudança provocada é qualitativa, ou seja, o cérebro passa a 
funcionar fora do seu normal e sua atividade fica perturbada. 
- Maconha / haxixe: a maconha é usada como cigarros feitos das folhas secas 
de uma planta chamada Canabis sativa. O haxixe é feito da resina solidificada da 
mesma planta e é usado no meio de cigarros de maconha ou de cigarros comuns de 
tabaco. 23É a droga ilícita mais consumida entre estudantes brasileiros. É conhecida 
pelos usuários como baseado, verde, marijuana, ganja, diamba. A maconha causa 
dependência. O usuário fica desinibido, fala desenfreadamente, tem acessos de riso e 
de euforia, porém, com consciência. Pode perder a noção de espaço e a memória 
recente. Sintomas típicos também são os olhos avermelhados e aumento do apetite (o 
que os usuários chamam de “larica”). Como todos os tipos de drogas, têm efeito 
acentuado em pacientes psicóticos. Há uma tendência de se achar que a maconha é a 
droga menos perigosa que se conhece. Mas há estudos que comprovam que isto é um 
mito e que ela causa muitos danos ao cérebro. 
- LSD: o nome LSD é uma abreviação do nome químico da substância 
(dietilamina ácido lisérgico). É um líquido sintetizado em laboratório, mas também é 
vendido como pequeninos comprimidos, chamados micropontos e em formas grafitosas 
e gelatinosas. Pode ser encontrado ainda no formato de pequenas cartelas de papel 
(como se fossem selinhos picotados) que recebem uma gota do produto. As 
 
 
 
 
23 
alucinações causadas podem levar a comportamento de risco como se jogar do alto de 
um prédio. Com o uso prolongado, causa danos às células, além de intensificar as 
tendências psicóticas, à ansiedade, ao pânico e ao suicídio, pois gera um medo 
enlouquecedor. Há registros de casos de alucinações até seis meses após o consumo 
do LSD. 
- Ecstasy (MDMA): a sigla MDMA é de Metileno Dioxo MetAnfetamina. Foi 
sintetizada e patenteada pelo laboratório Merck em 1912, inicialmente como moderador 
de apetite. É uma droga derivada da anfetamina, com propriedades estimulantes e 
alucinógenas, por isso denominada de "anfetamina psicodélica". Os usuários relatam 
que o ecstasy é capaz de causar bem-estar, conforto, empatia e conecção com outros. 
Por outro lado, complicações como a hipertermia, desidratação, blackouts e exaustão 
(tendo alguns casos evoluído para a morte) já foram relatados. 
 
 
3.3. O que pode levar uma pessoa a usar drogas? 
 
Isto é uma discussão complexa, mas o que se pode dizer com certeza é que o 
consumo de drogas, tanto lícitas quanto ilícitas, envolve aspectos sociais, econômicos 
e culturais. 23Há pesquisas no sentido de esclarecer se existe também uma 
predisposição biológica para o uso de drogas. Mas sabe-se que, em geral, os principais 
motivos que levam ao consumo são a vontade própria, a curiosidade, a influência de 
amigos, a necessidade de fuga, a necessidade de encorajamento, dificuldade em 
enfrentar e/ou aguentar situações difíceis, hábito, dependência, rituais, sensações de 
prazer, acalmar, estimular, facilidades de acesso e obtenção, entre inúmeros outros. 
 
I. Como prevenir? 
 
Para a prevenção do uso de drogas é importante que pais e professores 
conheçam as drogas e seus efeitos sobre a saúde. Isto os ajudará a esclarecer dúvidas 
e também a reconhecer os sintomas naqueles que já estão fazendo uso dessas 
 
 
 
 
24 
substâncias. É importante também o reconhecimento dos diversos fatores que 
predispõem ao uso de drogas. 
 
II. Aspectos legais 
 
A Lei nº 11.343 de 23 de agosto de 2006, institui o Sistema Nacional de Políticas 
Públicas sobre Drogas –Sisnad e prescreve medidas para prevenção do uso indevido, 
atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas; estabelece normas 
para repressão à produção não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas; define crimes e 
dá outras providências. 
Segundo esta lei, quem adquirir, guardar, tiver em depósito, portar ou trouxer 
consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com 
determinação legal ou regulamentar será submetido às seguintes penas: 
- I advertência sobre os efeitos das drogas; 
- II prestação de serviços à comunidade;- III medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo. 
Às mesmas medidas submete-se quem, para seu consumo pessoal, semeia, 
cultiva ou colhe plantas destinadas à preparação de pequena quantidade de substância 
ou produto capaz de causar dependência física ou psíquica. 
As penas previstas neste artigo serão aplicadas pelo prazo máximo de 5 (cinco) 
meses. Em caso de reincidência, as penas previstas serão aplicadas pelo prazo 
máximo de 10 (dez) meses. A prestação de serviços à comunidade deve ser cumprida 
em programas comunitários, entidades educacionais ou assistenciais, hospitais, 
estabelecimentos congêneres, públicos ou privados sem fins lucrativos, que se 
ocupem, preferencialmente, da prevenção do consumo ou da recuperação de usuários 
e dependentes de drogas. 
Para o traficante a pena é de reclusão de cinco a 15 anos e pagamento de 500 a 
1.500 dias-multa. Oferecer droga, eventualmente e sem objetivo de lucro, a pessoa de 
seu relacionamento, para juntos a consumirem, caberá a pena de detenção, de 6 
meses a 1 ano, e pagamento de 700 a 1.500 dias-multa. 
 
4.4. Metas a serem alcançadas com o tema no Ensino Fundamental 
 
 A saúde individual é algo muito importante, pois envolve a garantia de uma vida 
com menos sofrimento, com condições de trabalhar, e de ter momentos de lazer. 
9Entretanto, as influências sociais, politícas, econômicas e educacionais sobre o 
ambiente tornam importante reconhecer também a saúde da coletividade. 
Por isso, os Parâmetros Curriculares Nacionais – Saúde – contemplam as 
esferas individual e social da saúde, agrupando os conteúdos em dois blocos 
temáticos: Autoconhecimento para o Autocuidado e Vida Coletiva. 
O primeiro bloco temático envolve os conteúdos relativos ao conhecimento do 
corpo e do seu funcionamento e noções básicas de cuidado com o corpo. Hábitos 
individuais, tais como a higiene corporal, postura, alimentação adequada, exercício 
físico, cuidados com drogas, consultas periódicas ao médico, contribuem para uma 
vida coletiva saudável e plena e devem ser sempre incentivados. 
 
 
 
 
25 
O segundo bloco envolve conteúdos que proporcionam a compreensão da 
saúde como um valor, mostrando que ela é produzida nos espaços coletivos. Os 
conteúdos desse bloco envolvem aspectos relativos à Saúde Pública. 
Ao se trabalhar esses conteúdos esperam-se que o aluno construa valores e 
práticas favoráveis ao crescimento e ao desenvolvimento e que se vejam como parte 
da sociedade, responsáveis por ela e pela melhoria nas condições de saúde. Isto é 
procura-se educar para a saúde e não apenas ensinar saúde. 
Para isso, os alunos precisam conhecer as necessidades do corpo, bem como 
as semelhanças e diferenças entre as pessoas; conhecer as funções do corpo humano 
de forma simplificada para entender os seus limites e os riscos potenciais; saber 
identificar as sensações e a dor como expressões do corpo; compreender as formas 
que dispõem para cuidar da sua saúde, tais como as medidas de higiene pessoal, 
proteção do meio ambiente, o direito ao saneamento básico e às vacinas. Para isso 
precisam compreender a importância e a utilidade da higiene, do saneamento, das 
vacinas e dos serviços de saúde. 
 
 
 
http://www.unfpa.org.br/Arquivos/guia_alcool.pdf 
 
http://catolicaonline.com.br/revistadacatolica2/artigosn4v2/34-pos-grad.pdf 
 
http://www.antidrogas.com.br/conteudo_unodc/drogas_ebook.pdf 
 
https://www.unodc.org/documents/lpo-brazil/Topics_drugs/Campanha-global-sobre-
drogas/getthefacts11_PT_.pdf 
 
http://www.unfpa.org.br/Arquivos/guia_alcool.pdf
http://catolicaonline.com.br/revistadacatolica2/artigosn4v2/34-pos-grad.pdf
http://www.antidrogas.com.br/conteudo_unodc/drogas_ebook.pdf
https://www.unodc.org/documents/lpo-brazil/Topics_drugs/Campanha-global-sobre-drogas/getthefacts11_PT_.pdf
https://www.unodc.org/documents/lpo-brazil/Topics_drugs/Campanha-global-sobre-drogas/getthefacts11_PT_.pdf
 
 
 
 
26 
 
 
UNIDADE 2 
 
REPRODUÇÃO HUMANA 
 
1. Introdução 
 
Leis Nacionais e documentos internacionais reconhecem como direitos do 
cidadão o direito sexual e o direito reprodutivo. Esses documentos preveem o direito 
de adolescentes e jovens ao acesso à informação e educação em saúde sexual e 
saúde reprodutiva. Garantem também, entre outras coisas, a liberdade de decidir entre 
ter ou não ter filhos e de exercer a sua sexualidade e reprodução sem discriminação, 
imposição ou violência, de forma sadia, prazerosa e segura, ou seja, o direito à saúde 
sexual. 
A orientação sexual, incluindo a prevenção de DSTs foi incluída nos Parâmetros 
Curriculares do Ensino Fundamental de 1ª a 4ª série (Anexo III), pois a sexualidade é 
uma característica humana que se expressa em todas as idades e junto com elas a 
curiosidade. Além disso, é de conhecimento de todos que a iniciação sexual se dá cada 
vez mais cedo, ainda no início da adolescência, havendo o risco da contaminação com 
DSTs. Também é preocupante o número de casos de gravidez precoce. Assim, quanto 
mais cedo se iniciar também o conhecimento e o quanto antes este tema for tratado 
com naturalidade e, principalmente, com seriedade, maiores as chances de no futuro a 
sexualidade ser exercida de forma responsável. 
1. Reprodução humana 
Nesta seção estudaremos a reprodução humana. Para isso, começaremos 
conhecendo os órgãos que compõem os sistemas reprodutores masculino e feminino, 
para depois entendermos como se dá a fecundação e a gravidez. 
 
I. Sistema reprodutor masculino 
 
O sistema genital masculino humano compõe-se de órgãos externos, o pênis e o 
escroto, e de órgãos internos entre os quais se destacam os ductos ou canais 
deferentes, as glândulas seminais e a próstata (Fig. 1). 
O pênis, órgão copulador masculino, apresenta internamente três cilindros de 
tecido erétil e um corpo esponjoso ao redor da uretra. Próximo à extremidade do pênis, 
o corpo esponjoso expande-se formando a glande, que apresenta grande sensibilidade 
à estimulação sexual. Os três corpos de tecido erétil do pênis intumescem durante a 
Estude esta unidade 
 
antes do encontro! 
 
 
 
 
 
27 
excitação sexual, devido ao acumulo de sangue em seu interior, promovendo a ereção 
do órgão copulador. 
O escroto, bolsa de pele situada entre as coxas, embaixo do pênis, no interior 
da qual se alojam os testículos. No embrião humano, os testículos estão localizados 
no interior da cavidade abdominal, próximo aos rins. Antes do nascimento eles saem 
dessa cavidade e alojam-se na bolsa escrotal. Isso favorece a espermatogênese 
(produção dos espermatozoides), que normalmente se realiza em temperatura mais 
baixa que a do interior da cavidade abdominal. Na bolsa escrotal a temperatura é 1°C a 
2°C mais baixa que a temperatura corporal. 
Nos testículos existem cerca de mil pequenos tubos enovelados chamados de 
túbulos seminíferos, nos quais são produzidos os espermatozoides. Entre esses 
tubos estão as células intersticiais que produzem testosterona, hormônio masculino 
responsável pelas características sexuais masculinas. 
Dos túbulos seminíferos os espermatozoides recém-formados são transportados 
para o epidídimo, tubo enovelado com 6 cm a 7cm de comprimento localizado sobre o 
testículo. No epidídimo, os espermatozoides ficam armazenados até sua eliminação. 
Do epidídimo, os espermatozoides passam para os ductos deferentes que são 
dois tubos finos que contornam a bexiga urinária e fundem-se abaixo dela para formar 
o ducto ejaculatório, que desemboca na uretra. 
O sistema reprodutor masculino possui glândulas seminais que produzem uma 
secreção viscosa nutritiva que contribui com a sobrevivência do espermatozoide 
durante sua viagem em direção ao óvulo. Essa secreção constitui até 85% do volume 
total do esperma ou sêmen. 
A próstata e as glândulas bulbo uretrais produzem um líquido alcalino que 
neutraliza a acidez da uretra masculina e das secreções vaginais antesda passagem 
do esperma. 
No clímax da excitação sexual masculina, o esperma é eliminado do corpo pela 
uretra, processo denominado ejaculação. O volume de esperma eliminado em cada 
ejaculação é de aproximadamente 5mL e contém cerca de 350 milhões de 
espermatozoides. 
 
Figura 1 – Sistema reprodutor masculino 
Fonte: http://www.colegiosaofrancisco.com.br/alfa/corpo-humano-sistema-reprodutor-masculino/imagens/sistema-
reprodutor-masculino-12.jpg 
 
Hormônios sexuais masculinos 
 
Os processos reprodutivos na espécie humana, estão sob controle hormonal. Os 
hormônios sexuais influenciam a formação da genitália durante o desenvolvimento 
 
 
 
 
28 
embrionário e na puberdade acentuam as diferenças entre machos e fêmeas adultos. 
Esses hormônios induzem a formação dos gametas (espermatozoides e óvulos) e 
promovem o impulso sexual. 
As mudanças fisiológicas que ocorrem aproximadamente entre os 11 e 14 anos 
de idade, caracterizando a puberdade, são controlados por dois hormônios o hormônio 
folículo-estimulante (FSH) e o hormônio luteinizante (LH). Esses dois hormônios 
são chamados de gonadotrofinas e atuam sobre as gônadas (testículos e ovário) e 
promovem seu desenvolvimento e funcionamento. 
Nos meninos o FSH e o LH agem sobre os testículos estimulando à produção do 
principal hormônio sexual masculino a testosterona. 
A testosterona é responsável pelo aparecimento das características sexuais 
secundárias masculinas, tais como barba, espessamento das pregas vocais tornando a 
voz mais grave e maior desenvolvimento da musculatura em relação a mulheres. 
 
II. Sistema reprodutor feminino 
 
O sistema reprodutor feminino compõe-se de órgãos situados externamente ao 
corpo da mulher, denominado de pudendo feminino, sendo constituído pelos lábios 
maiores, lábios menores, clitóris e vestíbulo vaginal. Os órgãos internos são 
constituídos pela vagina, útero, um par de tubas uterinas e um par de ovários. 
Os lábios maiores são duas dobras grossas de pele. Internamente há duas 
pregas de pele menores e mais delicadas, os lábios menores que protegem a entrada 
da vagina, região chamada de vestíbulo vaginal. Perto da junção dos lábios menores, 
localiza-se o clitóris formado por tecido erétil, que se enche de sangue e fica 
intumescido durante a excitação sexual. 
A vagina é um tubo muscular com cerca de 10cm de comprimento que vai do 
pudendo feminino à base do útero, com o qual se comunica. As paredes da vagina 
dilatam-se durante a excitação sexual e as glândulas vestibulares secretam 
substâncias com ação lubrificante, o que facilita a penetração do pênis. 
O útero é um órgão muscular, oco, de tamanho e forma parecidos com uma 
pera. Em mulheres que nunca engravidaram, ele mede de 7,5cm de comprimento por 5 
cm de largura. A parede uterina é constituída por músculos que se expande muito 
durante a gravidez. O colo uterino projeta-se para o interior da vagina comunicando-
se com ela por meio de uma pequena abertura que durante o parto dilata-se e permite 
a saída do bebê. 
As tubas uterinas são dois tubos curvos ligados à parte superior do útero, a 
extremidade livre de cada tuba uterina é: alargada e franjada, situando-se próximo dos 
ovários. 
Os ovários são duas estruturas ovoides localizados na cavidade abdominal. 
 
 
 
 
 
29 
 
Figura 2 – Sistema reprodutor feminino. 
Fonte: http://www.epigee.org/images/uterus.jpg 
 
 
Hormônios sexuais femininos 
 
Os principais hormônios sexuais femininos são: o estrógeno e a progesterona, 
produzidos pelos ovários. 
 O estrógeno determina o aparecimento das características sexuais secundárias 
da mulher, tais como o desenvolvimento das mamas, o alargamento dos quadris e o 
acúmulo de gordura em determinados locais do corpo que arredonda as formas da 
mulher. O estrógeno também induz o amadurecimento dos órgãos genitais e promove 
o impulso sexual. 
 A progesterona atua na preparação da parede vaginal para receber o embrião. 
 
a) Ciclo menstrual e fecundação 
 A partir da puberdade a mulher entra na fase reprodutiva da vida que inicia-se 
aproximadamente aos 12 anos de idade (menarca) e termina por volta dos 50 anos 
(menopausa). Nesse período, a cada 28 dias em média, o organismo feminino prepara-
se para a reprodução. Essa preparação consiste em produzir óvulos e desenvolver o 
revestimento da parede uterina para receber o embrião. 
No interior dos ovários os ovócitos amadurecem, geralmente, um de cada vez. 
Enquanto esse ovócito não matura o ovário produz o estrógeno, hormônio que prepara 
o útero para uma eventual gestação. Depois que o óvulo amadurece, ele é lançado 
para fora do ovário. É a ovulação. Ele entra na tuba uterina e é conduzido ao útero, o 
ovário passa, então, a secretar a progesterona, hormônio que aumenta a irrigação 
sanguínea do endométrio (tecido que reveste a cavidade do útero) para receber o novo 
ser. 
Se nesse período, não houver a fecundação, toda essa preparação regride para 
começar um novo ciclo. O endométrio, que se tornou mais espesso e irrigado por 
sangue devido à ação da progesterona, começa a descamar e a se desfazer. Isto 
proporciona um sangramento denominado menstruação. Processo que dura em média 
entre 3 a 7 dias dependendo da mulher e de sua saúde. O período entre o início de 
uma menstruação e o início da segunda é chamado de ciclo menstrual, portanto o 
primeiro dia da menstruação é considerado o primeiro dia do ciclo. 
Após isso, um novo óvulo começa a maturar. 
 
 
 
 
30 
A fecundação é a união dos gametas feminino e masculino, que ocorre em uma 
das trompas, nas primeiras vinte e quatro horas após a ovulação. Três a quatro dias 
depois o embrião chega ao útero e implanta-se em sua parede, dando inicio à gravidez. 
A fecundação só é possível se o esperma tiver sido depositado no sistema reprodutor 
feminino nos dias em que a mulher estiver fértil. Uma ejaculação costuma liberar 
milhões de espermatozoides no fundo da vagina, perto do colo do útero. Os 
espermatozoides atravessam o útero e chegam as trompas. Os mais rápidos atingem 
as trompas em cerca de uma hora. Se houver um óvulo, ele será fecundado por 
apenas um espermatozoide, pois assim que o primeiro penetra no óvulo, este se torna 
impermeável à entrada de outros espermatozoides. 
Depois da fecundação inicia-se o período de gestação. O óvulo passa a ser 
chamado de célula-ovo ou zigoto, que se dirige para o útero e começa a se dividir 
formando o embrião. Depois de formado, o embrião se fixa na parede interna do útero 
(o endométrio). A partir daí começa a se formar a placenta e o embrião se desenvolve 
até o dia do seu nascimento. 
 
2. Métodos contraceptivos 
Os métodos contraceptivos, também chamados de anticoncepcionais, são 
procedimentos, dispositivos ou medicamentos que impedem uma gravidez indesejada. 
Mas para que sejam usados adequadamente, para que seja escolhido o método 
correto para cada pessoa e para que o seu objetivo seja alcançado é preciso informar-
se sobre o assunto. Atualmente, se considera que a informação e a orientação sobre a 
vida sexual, incluindo o uso de métodos contraceptivos, deve se iniciar cada vez mais 
cedo, pois a atividade sexual também se inicia precocemente. Pais e professores 
devem colaborar para essa informação e a consulta a um médico especialista também 
é indispensável no momento da escolha do método contraceptivo. 
Os métodos podem ser organizados em quatro grupos: os de comportamento, 
de barreira, os hormonais e os cirúrgicos. Alguns livros também agrupam os métodos 
em naturais e artificiais. 
 
a) Os métodos comportamentais: ou métodos de percepção da fertilidade, são 
métodos em que se adota um comportamento visando evitar a fecundação, seja por 
praticar o ato sexual durante o período fora da ovulação, ou para evitar o contato do 
espermatozoide com o óvulo. A eficácia dos métodos comportamentais depende do 
bom conhecimento do próprio corpo,

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