Buscar

Serviço Social e Processos de Trabalho

Prévia do material em texto

Serviço Social e Processo de Trabalho
Prof: Rizete Costa
Aluno: William J. Vieira
A)
No texto a autora destaca que na maior parte das empresas privadas o assistente social se encontra na administração de recursos humanos. Logo, quando se trata de responsabilidade social o assistente social tem sua participação voltada para os trabalhadores e dependentes desta empresa na qual está inserido, realizando programas chamados de “qualidade de vida no trabalho”. A autora explica que isso se dá pelo fato de que historicamente o assistente social sempre foi demandado para lidar com a vida do trabalhador, realizando com os mesmos ações de caráter disciplinares, por meio de recreação, ações educativas, culturais, sociais entre outras.
É de certo que as empresas e suas fundações buscam se afastar da filantropia tradicional que geralmente é feita, dessa forma, sua intervenção são feitas de forma mais profissionais, através da gestão, do planejamento estratégico, administração financeira, marketing e captação de recursos. Dos vários profissionais demandados para o gerenciamento desses projetos se encontra também o assistente social, atuando na formulação, implementação, monitoramento e avaliação dessas ações desenvolvidas nas empresas. De tal modo, o que a autora chama de “ativismo social” do “mundo dos negócios capitalistas” passa a ser legitimado.
B)
O assistente social nas empresas é requisitado para desenvolver ação pedagógica, educativas voltada para a construção e afirmação de ideologia e cultura que se adequem a uma nova sociabilidade capitalista. Tal função desenvolvida por esses profissionais vai totalmente em contramão do projeto ético-político da categoria, enfraquecendo cada vez mais a visão transformadora do projeto societário defendido nesse PEP.
Para os profissionais que ainda lutam pela consolidação do projeto ético-político, se põe como desafios a legitimação desses espaços sócio-ocupacionais como espaços de reafirmação do conformismo da classe trabalhadora na posição que ocupa nessa sociabilidade capitalista. O caráter apaziguador da profissão vem se consolidando cada vez mais nessa esfera empresarial, mostrando o regresso nas conquistas da categoria por dimensões do fazer profissional que visam o enfrentamento das expressões sociais, e não a legitimação desta através da responsabilização do indivíduo.
C)
Para explicar a análise que faz da profissão e seus desafios a autora nos apresenta premissas que as orientam, premissas essas que, segundo o texto, põe limites e ao mesmo tempo abrem novas possibilidades para o fazer profissional do Assistente Social.
Definidas como construções históricas as profissões precisam de uma análise aprofundada da sociedade na qual está inserida, ou seja, para que o Serviço Social possa ganhar significado clareza se faz necessário uma análise de suas determinações sócio-históricas e políticas e todos os processos que ocorreram no interior da profissão. Essa afirmação compõe a primeira premissa trazida pela autora. 
A segunda premissa trata-se do caráter particular do Serviço Social como profissão interventora e participante dos processos em relação ao enfrentamento das expressões da questão social. Tais expressões passam por atualizações a cada contexto e conjuntura e se mostram com novas facetas, fazendo com que assim surjam novos espaços ocupacionais e novas demandas para os profissionais.
A terceira premissa tem ligação com a anterior, e trata dos espaços sócio-ocupacionais do assistente social como determinados pela dinâmica das relações contraditórias entre o sistema estatal e as classes sociais. A partir destas relações surgem demandas que requerem profissionais habilitados para intervir, surge então campos de atuação específico do serviço social na divisão social do trabalho.
A quarta premissa nos mostra que a centralidade do estado em relação das políticas sociais não quer dizer que a intervenção não se reduz ao campo estatal, ou seja, outros organismos governamentais e privados também participam da disputa pela realização de tais intervenções, sempre visando representa suas classes e segmentos.
A reflexão sobre o trabalho do assistente social ainda na esfera estatal, maior empregador da categoria, compõe a quinta premissa. Tal trabalho remete o profissional a questão das relações, essas por sua vez mútuas e antagônicas.
A sexta e última premissa alerta para o perigo de se tratar como sinônimos o Estado e o governo, o que gera implicações políticas que podem levar a confusões como que o poder governamental é equivalente ao poder político.
D) 
	A autora discute o agravamento da questão social consequentemente suas novas formas a partir do contexto de 1990, quando o Estado passa por uma reforma estruturante e abre então espaço para o avanço da onda neoliberal. Esta por sua vez é carregada sob um ideário de retração dos direitos visando sempre o crescimento do mercado privado, desta forma, os impactos para a população mais pauperizada da sociedade são apresentados por exemplo através da mercantilização dos bens e serviços públicos. Os assistentes sociais, que como classe trabalhadora também estão sujeitos à precarização do seu fazer profissional, se encontram inseridos em novos espaços e com novas demandas na relação capital trabalho.
E)
A autora apresenta como estratégias e práticas utilizadas pelos assistentes sociais inseridos nas equipes interprofissionais atuantes na organização da classe trabalhadora os seguintes pontos:
1. O incentivo e apoio político-organizativo às formas coletivas de trabalho. Aqui a autora trata das formas de trabalho que são muito utilizados por organizações como o MST. Os exemplos desses trabalhos são mutirões, cooperativas, associações e grupos coletivos.
2. A mobilização social e organização das famílias trabalhadoras para a participação em processos de educação formal e de formação política. A autora discute sobre importância da construção da consciência de classe, visando assim que essas pessoas se entendam como pertencente do processo de transformação e luta na garantia dos direitos.
3. A produção e socialização de conhecimentos, a fim de contribuir na constituição de sujeitos coletivos capazes de criar mecanismos de resistência e luta e de participarem da construção da hegemonia da classe trabalhadora. É importante que o assistente social se enxergue profissional que, para além do seu trabalho em prática, participante do processo de formação dos indivíduos, fortalecendo cada vez mais a produção intelectual da categoria.

Outros materiais

Materiais relacionados

Perguntas relacionadas

Perguntas Recentes