Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
PODERES DA ADMINISTRAÇÃO Os poderes surgem como instrumentos através dos quais o poder público vai perseguir seu interesse coletivo. Características a) É um dever, é obrigatório; b) É irrenunciável; c) Cabe responsabilização que pode ser: I) quando o administrador se utiliza dos poderes além dos limites permitidos por lei (ação) ou II) quando ele não utiliza dos poderes quando deveria ter se utilizado (omissão). – Legislação: Lei 4898/65 – Abuso de Poder e Lei 8429/92 – Improbidade Administrativa. d) Deve obedecer aos limites das regras de competência, sob pena de inconstitucionalidade. Abuso de Poder É o fenômeno que se verifica sempre que uma autoridade ou um agente público embora competente para a prática de um ato ultrapasse os limites das suas atribuições ou se desvie das finalidades anteriormente previstas. Duas situações (modalidades): a) Ultrapassa seus limites = excesso de poder b) Desvia a finalidade anteriormente prevista = desvio de poder Teoria dos motivos determinantes É aquela que prende o administrador no momento da execução do ato aos motivos que ele alegou no momento de sua edição. Todo ato administrativo precisa ser motivado para possibilitar o exercício do contraditório e da ampla defesa e, são estes motivos que determinam e condicionam a execução do ato. Se o administrador se afasta destes motivos há ilegalidade, há abuso de poder, mas se ele obedece a outro interesse público não há desobediência à teoria, não é desvio de finalidade e, portanto, não há abuso de poder. Poder Vinculado Estabelece um único comportamento possível a ser tomado pelo administrador diante de casos concretos, sem nenhuma liberdade para um juízo de conveniência e oportunidade (juízo de valores). O ato que deixar de atender a qualquer dado expresso na lei será nulo, por desvinculado do seu tipo padrão, podendo ser declarado pela Administração ou pelo Judiciário. Poder Discricionário Neste poder o administrador também está subordinado à lei, diferencia do vinculado porque ele tem liberdade para atuar de acordo com um juízo de conveniência e oportunidade, de tal forma que, havendo duas alternativas o administrador pode optar qual delas, no seu entendimento, preserve melhor o interesse público. Discricionariedade é diferente de arbitrariedade: discricionariedade é a liberdade para atuar, para agir dentro dos limites da lei e arbitrariedade é a atuação do administrador além (fora) dos limites da lei. – Ato arbitrário é sempre ilegítimo e inválido. É amplamente possível o controle jurisdicional dos atos administrativos discricionários, no que tange à sua juridicidade, não havendo possibilidade, porém, de controle de mérito (conveniência e oportunidade). Além disso, há de se dizer que nem a Lei e nem a Constituição exigem o esgotamento da via administrativa como condição de acesso ao Poder Judiciário. Ao contrário, a Constituição consagra, no artigo 5º, XXXV, a inafastabilidade do controle jurisdicional, tanto para os atos administrativos vinculados, quanto aos discricionários. Poder Hierárquico É o poder conferido ao administrador para distribuir e escalonar as funções dos seus , ordenar e reaver a atuação de seus agentes, estabelecendo uma relação de órgãos hierarquia, de subordinação. Poder Disciplinar É o poder conferido à Administração que lhe permite punir, apenar a prática de infrações funcionais dos servidores. Poder Regulamentar É o poder conferido ao Administrador para a edição de decretos e regulamentos para oferecer fiel execução à lei. Poder de Polícia É o poder conferido ao administrador que lhe permite condicionar, restringir, frenar o exercício de atividade e direitos pelos particulares em nome do interesse da coletividade. O poder de polícia possui conceito legislativo no art.78 do CTN e possui, ainda, dois sentidos: ⇒Sentido amplo: em que dispõe ser o poder de polícia toda a atividade estatal que condiciona a liberdade e a propriedade, com a finalidade de adequá-las aos interesses coletivos. Nesse sentido abrange as atividades administrativas e também a edição de leis pelo Poder Legislativo. ⇒Conceito restrito: o poder de polícia não inclui atividades legislativa, mas apenas as atividades administrativas de regulamentação e de execução das leis que estabelecem normas primárias de polícia. Competência para o exercício do poder de polícia O ente federado que possui competência constitucional para legislar sobre matéria, é o que possui competência para o exercício do poder de polícia. ➢ União: Art. 22 e 24 da CF ➢ Estados: Art. 25, § 1° da CF ➢ Distrito Federal: Art. 30 da CF ➢ Municípios: Art. 32, § 1°, da CF É importante destacar que o poder de polícia só pode ser delegado a pessoas jurídicas de direito público (a exemplo de uma autarquia ou uma associação pública, criadas para este fim, dotadas do ius imperii estatal), e não às pessoas jurídicas de direito privado. Nesse sentido já decidiu o STF (ADIn 1.717-6). Às pessoas jurídicas de direito privado, admite-se a delegação de atos meramente preparatórios ao exercício do poder de polícia (atos materiais), mas não as funções de legislação e aplicação de sanção. Formas de atuação do poder de polícia (rol exemplificativo) ✓Concessão de alvará de licença ou autorização para realizar atividades ✓Determinação de localização e funcionamento de atividades do Município ✓ Regras para fiscalizar a poluição sonora, visual e atmosférica ✓Controle de medicamentos ✓Controle de produção de mercado (concorrência) ✓Determinação e fiscalização de atividade bancária ✓Fiscalizar trânsito ✓Fiscalizar meio-ambiente ✓Controle do exercício de profissões Exemplos de setores do poder de polícia: Polícia de vigilância sanitária ⇒Proteção à saúde pública Polícia de pesos e medidas ⇒Fiscalização dos padrões de medida Polícia edilícia ⇒ Relativa às edificações Polícia de trânsito ⇒Garantia de segurança e ordem nas vias Polícia florestal ⇒ Defesa da flora Polícia de caça e pesca ⇒ Proteção à fauna terrestre e aquática Polícia de diversões públicas ⇒ Defesa de valores sociais Exemplos de Sanções do poder de polícia: ✓ Multa ✓ Interdição de atividade ✓ Fechamento de estabelecimento ✓ Demolição de construção ✓ Destruição de objetos ✓ Inutilização de gêneros Obs. 1: A Lei n° 9.873/99, em seu art.1°, estabelece o prazo prescricional de 5 (cinco) anos a ação punitiva da Administração Pública Federal, direta ou indireta, no exercício do poder de polícia. Porém, caso o fato objeto da ação punitiva da administração também constitua crime, devem ser aplicados os prazos de prescrição prescritos na lei penal (art. 1°, § 2°, da Lei n° 9.873/99). Ainda, necessário destacar que interrompem a prescrição: a) Notificações ou citação do acusado ou indiciado, inclusive por edital; b) Qualquer ato inequívoco que importe em apuração do fato; c) Decisão condenatória recorrível. Obs. 2: O ato administrativo decorrente do exercício do poder de polícia, em regra, goza do atributo da imperatividade ou coercibilidade, por meio do qual a Administração pode impor unilateralmente obrigações válidas (sem necessidade de recorrer ao Poder Judiciário). Para tanto, é necessário que a atuação estatal esteja prevista em lei. Os principais exemplos são as demolições de construções em área de risco ou àquelas que possam trazer iminente perigo à coletividade. Atributos do poder de polícia: Autoexecutoriedade Discricionariedade Coercibilidade ou Coercitividade
Compartilhar