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Constituição Tributária dos Negócios

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Constituição Tributária dos Negócios
(Unidade 1) – Tema 1: Tipologias de Tributos
· O que são tributos?
Nos sistemas Capitalistas, onde há separação patrimonial entre Estado e particulares, o Estado precisa obter receitas para financiar suas próprias atividades, o que faz por meio de tributos. Quem estabelece essas atividades, é a própria sociedade por meio da Constituição.
Obs:. Nem tudo que o Estado exige de forma obrigatória, compulsória, dentro do conceito de receitas públicas derivadas se constitui tributo.
Princípio da Legalidade
Lei ou MP
Art. 3º do CTN: “Tributo é toda prestação pecuniária compulsória em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.”Criar/extinguir tributo
Regra absoluta
prestação pecuniária compulsória em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir – coibir o pagamento por meio de outras coisas com valor equivalente, como bens (in natura) ou em trabalho (in labore). O próprio CTN autoriza o pagamento por meio de dação de bens imóveis.
prestação compulsória – tributos são cobrados por meio do poder de império do Estado. Não é uma faculdade do contribuinte. Para que o Estado exerça esse poder, é necessário que haja lei prevendo a possibilidade de cobrança daquele tributo.
não constitua sanção de ato ilícito – não é cobrado como forma de punição do contribuinte (como multas), mas como hipótese de sustento do Estado.
Obs:. Nem toda multa é tributária.
O produto de atos ilícitos pode ser tributado, com base em um princípio chamado “pecúnia non olet”.
instituída em lei – essa regra não comporta exceções. Todo tributo deve ser instituído por lei (complementar ou ordinária) ou algum ato normativo com a mesma força (medida provisória).
No sentido jurídico, a lei, tem definição própria que abrange um sentido material e formal, é o que chamamos de Lei em Sentido Estrito.
As leis não são os últimos atos normativos existentes no ornamento jurídico. Temos atos infralegais como: decretos, regulamentos, portarias.
Importante ter em mente que apesar de o princípio da legalidade tributária ser absoluto para instituição de tributos, não significa que não haja exceções quando a alteração de alíquotas. Reduzir ou majorar alíquotas
Possui exceções
cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada – decorre de duas características vistas anteriormente – instituição por lei e prestação compulsória. A Administração Pública não pode usar da discricionariedade para optar ou não pela cobrança daquela legislação. Se ocorreu o fato gerador, o fisco deve cobrar os valores devidos.
Cinco características que definem tributo:
· Prestação pecuniária
· Compulsória
· Não é sanção
· Instituído por lei ou equivalente (MP)
· Atividade administrativa plenamente vinculada
· Conhecendo as espécies tributárias
Existem cinco espécies tributárias, cada uma tem regras específicas, cujo descumprimento abre espaço para questionamento da respectiva constitucionalidade.
A Constituição Federal não cria qualquer uma das espécies, mas autoriza sua criação, quem pode criar e como pode. Em alguns casos (Impostos), ela entra em mais detalhes, noutros (taxas), é mais genérica. Porém, em qualquer caso, estabelece critérios gerais sobre a efetiva criação de tributo, delimitando a cada um dos entes federados o que chamamos de competência. Os cinco tributos aos quais a CF atribui competência são:
Impostos: tributo cujo fato gerador não depende de uma atividade estatal específica e sim de uma manifestação de riqueza do contribuinte. Por não depender de uma atividade estatal específica, são chamados de não vinculados, justamente por não se vincularem a uma contraprestação por parte do Estado para legitimar a sua cobrança.
Impostos incidem assim sobre demonstrações de riqueza. (ex:. renda, propriedade, consumo)
A arrecadação dos impostos não se vincula ao fato gerador, ou seja, o valor arrecadado não se destina diretamente ao que lhe deu causa. (ao pagar IPVA, o valor arrecadado não vai imediatamente para a melhoria de rodovias ou manutenção do carro). Os recursos arrecadados dos diversos impostos de um ente federado vão para os cofres públicos, misturam-se com outras receitas e, ao final, esse conjunto de receitas é retido por meio do orçamento público.
Diz-se que os impostos são tributos baseados também na ideia de solidariedade social, porque se baseia em elementos que fazem presumir a capacidade contributiva do contribuinte e arcam com custos gerais da sociedade, sem que se saiba, previamente, o destinatário específico. A Constituição indica uma lista vasta de riquezas que podem ser objeto da incidência de Impostos. Aponta que o Município pode exigir o ISSQN, o Estado o ICMS e a União o IPI, por exemplo. Ao delimitar a competência, ao mesmo tempo ela nega competência a outros entes federados. Ou seja, a União não pode criar um ISSQN, mas, mais do que isso, ela não pode ter qualquer um dos seus impostos incidindo sobre a prestação de serviços (mesmo que com outro nome).
Taxas: possuem caráter retributivo/contraprestacional. É uma espécie de reembolso de determinada atividade estatal (ex:. alguém que pretende um alvará de funcionamento, paga uma taxa para sua emissão). São espécies de tributos vinculados, por exigirem do Estado uma contraprestação específica, vinculando sua receita aquilo que lhe deu causa. Essa atividade estatal nem sempre é benéfica ao contribuinte, embora exija-se que seja direcionada a ele.
Taxas de fiscalização: necessária ao bem estar da coletividade e decorre do poder de polícia da Administração Pública, deve ser financiada pelo contribuinte que queira exercê-la.
As taxas podem ser cobradas por qualquer ente federado que tenha a competência administrativa para aquela atividade e tem como fato gerador uma atividade estatal (apenas a União pode exigir taxa por emissão de passaporte, pois apenas este ente pode emitir passaporte). Porém, se uma atividade estatal pode ser realizada por mais de um ente, pode-se ter mais de uma taxa pertinente a este fato.
Podem ser cobradas em duas situações:
- Serviço Público: deve ser específico e divisível para que o contribuinte saiba que está pagando por este serviço / podem ser efetivamente utilizados ou simplesmente postos à disposição.
- Exercício do Poder de Polícia: é entendida como atividade administrativa que regula a prática de ato ou abstenção de fato em razão de interesse público / em outras palavras, restrição à liberdade ou propriedade com base em interesse público.
Como as taxas estão necessariamente vinculadas à prestação de serviço, seja no fato gerador ou no destino dessa arrecadação, dizemos que são tributos circulares. O resultado é que o valor que é utilizado para a sua apuração, tem que estar relacionado com o custo daquela atividade estatal.
Observações sobre as taxas:
· Não podem ter base de cálculo própria dos impostos, pois não incidem sobre demonstrações de riqueza, mas podem ter elementos em comum, se este for relevante para a apuração do custo da atividade estatal direcionada ao contribuinte (taxa de esgoto não pode ter como base de calculo o valor venal do imóvel).
· Não existe “taxa de iluminação pública”, pois a iluminação pública não é um serviço específico e divisível, sendo aproveitada por toda a coletividade. É entendido como contribuição.
· O Poder Judiciário entende que basta a existência de órgão fiscalizador para assegurar a cobrança de taxas, pois este está á disposição do contribuinte e seu custo de financiamento deve ser considerado.
 Contribuições Especiais: são de competência exclusiva da União. Destina-se ao financiamento de gastos específicos, além de ser utilizado como forma de o Estado intervir no campo social e econômico para efetivar alguma política governamental. A sua arrecadação tem uma finalidade específica, mas seu fato gerador aponta um índice de riqueza, de forma similar a um imposto. Tem a arrecadação vinculada ao beneficiamento/impacto de certo grupo, direta ou indiretamente.São tributos com referibilidade indireta, significa que o destino de sua arrecadação tem que ter alguma relação com a situação que gera a sua incidência (o trabalhador, quando paga a contribuição previdenciária que incide sobre sua remuneração, arca com a previdência social dos atuais aposentados, mas, ao mesmo tempo, garante seu acesso futuro à previdência). A ausência desse vinculo já foi entendida como causa de inconstitucionalidade de contribuições. Se dividem em:-
=
Valorização do imóvel
Contribuições Sociais: se subdividem em espécies, mas em geral vinculam-se aos recursos que geram e financiam a seguridade social.
Contribuições de intervenção no domínio econômico: função tipicamente extrafiscal, para que o estado controle, de certa forma, a economia.
Contribuição de interesse das categorias profissionais ou econômicas: visam financiar as atividades representativas das categorias profissionais ou econômicas.
Contribuições Residuais: o Constituinte deu margem para a União criar, conforme critérios específicos, constituições não previstas.
Contribuições de Melhorias: são a espécie mais simples do gênero tributário. Se relaciona a ideia de justiça fiscal, pois é instituído para custear alguma obra pública que ocasione valorização imobiliária. Caso a Administração Pública vá constituir uma obra em determinada localidade e essa construção valoriza os imóveis daquele entorno, ela pode cobrar desses proprietários a contribuição de melhoria para custeio da obra. Prevalece uma ideia de proporcionalidade entre o beneficio recebido pelo contribuinte e a obra pública realizada. A coletividade não deveria arcar com algo que gere benefício apenas a uma parcela da população: a que teve seu imóvel valorizado pela obra pública, a essa característica dá-se o nome de “função redistributiva”. Com essas características é possível perceber que se trata de um tributo vinculado, pois sua arrecadação deve ser destinada à obra que lhe deu causa. Tem como fato gerador a valorização imobiliária decorrente que vai realizar a obra. A base do cálculo é a valorização:
Valor do imóvel após a obra
Valor do imóvel antes da obra
Essa “valorização a ser cobrada possui dois limites:
- Limite individual: diz respeito à despesa realizada.
-Limite total: é o acréscimo de valor que a obra resulta para cada imóvel beneficiado.
Empréstimo Compulsório: a União pode criar por meio de Lei Complementar para atender despesas extraordinárias de correntes de calamidade pública, guerra externa e sua iminência, ou no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional.
Caso haja alguma dessas situações, e legislador fará a lei complementar necessária para sua criação e nela estará prevista a base de cálculo, o fato gerador e o contribuinte. 
ex:. supondo que o Brasil entre em guerra com a Argentina e precise arrecadar fundos para financiar sua investida.
Para tanto, decide criar um empréstimo compulsório, por meio de lei complementar prevendo que esse empréstimo recairá sobre a propriedade de aeronaves (fato gerador). A marca desse tributo, também raro, é a necessária restituição.
· Exigência Financeira: sempre será um tributo?
Tributo é prestação pecuniária, ou seja, deve ser sempre cobrado em dinheiro ou cujo valor nele se possa exprimir. Não impede que seja pago por meio de dação de bem imóvel (art.156, XI, do CTN).
Nem toda vez que alguém pagar certa quantia ao Estado estaremos falando em tributo. Seja porque estamos diante de receitas originárias, seja porque estamos diante de multa.
Receitas originárias: existem as multas, ou também chamadas de preço público. Não são consideradas espécies tributárias por se diferenciarem em dois pontos principais:
· Tarifas são espécies de receita originária pois derivam da exploração econômica do Estado do seu próprio patrimônio; e tributos são receitas de espécies derivadas, por se originarem do patrimônio particular.
· As tarifas são facultativas, pois o contribuinte paga apenas caso queira pagar, firmando vínculos contratuais.
Tributos e multas são formas de receita derivada do Estado, mas enquanto os tributos só decorrem da realização de uma conduta prevista e legítima perante lei, as multas servem para punir condutas proibidas.Tributos – Se relacionam ao poder tributário sobre a propriedade privada. Independem da vontade do indivíduo e não são forma de punição por determinado comportamento.
Multas – é uma forma de o Estado responder à violação de alguma norma. É justamente uma sanção de ato ilícito.
Ex:. multa de trânsito
As multas são sempre sanções de ato ilícito, mas não necessariamente de um ato ilícito tributário. Existem multas por ilícitos nos campos do Direito civil, processual, penal e econômico. Multas que não derivam do descumprimento de uma obrigação tributária, não se enquadram como multas tributárias. Obrigações tributárias têm que ter relação direta ou indireta com um tributo.
Obrigação Tributária Principal – é a obrigação de pagar tributo ou multa tributária.
Obrigação Tributária Acessória – se relaciona com obrigações de fazer ou deixar de fazer, no “interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos”.
As multas tributárias podem nascer de situações vinculadas ao não pagamento de tributos a tempo e modo ou do não cumprimento das obrigações acessórias tributárias.
O pagamento da multa não elimina a necessidade do pagamento integral do crédito tributário. Nem toda prestação pecuniária paga ao Estado configura tributo. Quando disser respeito a uma punição por algo praticado pelo contribuinte, constituirá multa. E quando disser respeito à remuneração facultativa de um serviço posto à disposição do contribuinte, será tarifa/preço público. Porém, preenchidos os requisitos tributo, aí sim poderá ser considerado contribuição de melhoria, taxa, impostos, contribuições especiais ou empréstimos compulsórios.
· O princípio da legalidade como requisito dos tributos
 Tributos são prestações instituídas por lei, o que significa dizer que essas fontes de receitas derivadas devem ser criadas por lei ou ato normativo de igual força, como a medida provisória que tem força de lei ordinária. (art. 62 da CF/88)
O fato de ser necessária imposição legal para sua criação faz com que o nascimento dos tributos independa da vontade das partes envolvidas tornando-se o mero cumprimento de um comando legal. O aspecto de legalidade dos tributos faz com que pagá-los seja simplesmente a obediência a um preceito legal. 
A necessidade de criação por meio de lei é uma regra sem exceções (como a lei é aprovada pelos deputados e senadores, representantes do povo, podemos dizer que, ao menos teoricamente, o povo só paga os tributos que aceitou pagar).
Um tributo não instituído por lei, nos termos do art. 150, I, da CF, e 97 do CTN, é inconstitucional e não pode ser cobrado do contribuinte. 
O STF declarou como inconstitucional o art. 1º da Lei 9.960/00, que instituiu a Taxa de Serviços Administrativos (TSA), porque este não definiu de forma específica o fato gerador da exação. A consequência dessa declaração de inconstitucionalidade da lei é a impossibilidade de cobrança do contribuinte. 
Só Lei (ou Medida Provisória, que tem força equivalente) pode criar tributos. Essa regra é absoluta!
A exceção à regra quanto à alteração das alíquotas é válida para os seguintes tributos, conforme art. 153, § 1º, art; 177, § 4º, I, b e art. 155, § 4º da CF/88:
· Imposto de Importação
· Imposto de Exportação
· Imposto sobre Produtos Industrializados
· Imposto sobre operações Financeiras
· CIDE-Combustível
· ICMS-Combustível (alterável por convênio)
O Imposto sobre Produtos Industrializados tem forte caráter extrafiscal, ou seja, além do caráter arrecadatório, visa estimular ou desestimular certas condutas, no caso o consumo de determinados produtos, por exemplo.
Os tributos podem ser criados por meio de lei, seja ela ordinária ou complementar. Porém, alguns só podem ser criados por meio de lei complementar. A diferença entre Lei Ordinária e Lei Complementar é o quórum necessário à sua aprovação(a quantidade de votos necessários para aprová-las no Congresso Federal). 
Lei Ordinária - exige a metade dos votos dos presentes na sessão para a sua aprovação (art. 47, CF/88)
Lei Complementar - necessita de metade dos votos do total de congressistas daquela casa (art. 69, CF/88) A possibilidade de criação por meio de Medida Provisória (art. 62, CF/88) surgiu a partir da Emenda Constitucional nº 32/2001, que alterou o texto da Constituição e o art. 3º do CTN e passou a prever que os tributos que podem ser criados por meio de Lei Ordinária também podem ser criados por meio de Medida Provisória, isso porque, eles teriam “força” equivalente.
· Os tributos que expressamente exigem a criação por meio de Lei Complementar não podem ser criados por Medida Provisória.
Todos os demais atos infralegais (Portarias, Instruções Normativas, resoluções, regulamentos) precisam refletir o conteúdo legal. Essa adequação dos atos infralegais às leis alcança até mesmo outras obrigações tributárias, que não sejam o próprio pagamento de tributo, porque é uma decorrência da própria estrutura do Direito.
Certidão Negativa do Débito – exigência constante em Decreto, mas não na Lei.
Na forma do artigo 99 do Código Tributário Nacional, o conteúdo e alcance do decreto não pode dispor de forma diversa do conteúdo da lei que regulamenta. 
Todavia, a Lei nº 7.102. de 20 de junho de l983, objeto de regulamentação pelo Decreto nº 89.056/83, não fazia menção alguma quanto à necessidade de preenchimento de requisitos para a obtenção da mencionada renovação, extrapolando, assim, os limites do diploma legal que regulamenta, estando eivado de ilegalidade.
· Conhecendo os tipos de Impostos cobrados por cada Ente Federado
Imposto de Importação (II)– tributo que é usado para controle do comércio exterior e proteção do mercado nacional. Por esse motivo, suas alíquotas podem ser alteradas por ato infralegal (art. 153 ,§1º, CF).
Importação – entrada no território nacional em caráter definitivo. A operação não precisa ser onerosa. Basta a entrada do produto no território nacional.
O II não é o único tributo que incide na importação. Exige-se na importação os tributos que incidem sobre o similar nacional, destacando-se o ICMS, IPI, Pis/COFINS importação. A entrada de serviços não se sujeita ao II, podendo se sujeitar ainda ao ISS e ao Pis/COFINS importação.
Base legal: art. 19, CTN, decreto nº 6759, art 69)
Imposto de Exportação (IE) – tem por finalidade regular a saída de mercadorias do Brasil. A arrecadação não é a principal finalidade. A alíquota desse tributo é igual a zero, na maioria das vezes. A Constituição Federal adota uma política de incentivo à exportação, tornando-os imunes ao ICMS, IPI, determinado que a lei complementar restrinja a incidência do ISS e imunizando também as receitas derivadas do PIS e da COFINS.
Base legal: art. 23, CTN, 212, 213)
Imposto de Renda (IR) – a Constituição indica que é possível criar o chamado IR e proventos de qualquer natureza. IR incide sobre o acréscimo patrimonial, ou seja, sobre a diferença positiva considerando as entradas e as despesas legalmente autorizadas em um dado período de tempo. Renda (e proventos de qualquer natureza) são saldo positivo resultado do confronto entre certas entradas e certas saídas, ao longo de um dado período de tempo. Para as empresas, esse acréscimo chama-se lucro. Nem toda entrada gera IR, pois nem toda entrada pertence ao contribuinte. 
Nem toda despesa, seja de pessoa física ou jurídica, poderá ser considerada para fins de apuração do IR. A legislação aponta que serão dedutíveis as despesas “necessárias à atividade da empresa e à manutenção da fonte produtora (art 311, RIR). Fisco e o contribuinte podem ter posições profundamente antagônicas sobre o que é necessário para essas finalidades. O IR de pessoa jurídica pode ser apurado de três formas: lucro real, presumido e arbitrário. O IRPJ pode ser apurado junto do Simples Nacional. O lucro é ainda base de um outro tributo, Constituição Social sobre o lucro líquido (CSLL), considerada irmã gêmea do IRPJ. A principal diferença é que a CSLL tem uma destinação constitucional específica, estando vinculada ao financiamento da Seguridade Social (art 195, inc I, CR/88).
Base legal: art 153, inc II, CTN, art 43)
Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) - é um tributo que incide sobre operações onerosas de compra e venda de produtos industrializados, nas sucessivas etapas de uma cadeia produtiva, sendo exigido do vendedor. não incide propriamente sobre os produtos industrializados, mas sobre a sua comercialização após uma etapa industrial do processo produtivo.
O IPI só é exigido nas etapas industriais, enquanto o ICMS é exigido nas etapas comerciais. É possível que ICMS e IPI incidam sobre uma mesma etapa da cadeira produtiva, quando houver a venda de algo que seja, ao mesmo tempo, um produto industrializado e uma mercadoria. Etapas da cadeia produtiva podem se sujeitar a um outro tributo: o ISSQN. Nesse caso, o ICMS e o IPI não poderão incidir. O Código Tributário Nacional indica que “considera-se industrializado o produto que tenha sido submetido a qualquer operação que lhe modifique a natureza ou a finalidade, ou o aperfeiçoe para o consumo". (art. 46)
Base legal: Art. 153, inc. IV, art. 46, CTN, Regulamento do IPI
Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) - tributo que incide sobre diversas operações (negócios bilaterais onerosos), destacadamente:Não esteja localizado em área urbana, caso em que incide o IPTU:
Art. 32. O imposto, de competência dos Municípios, sobre a propriedade predial e territorial urbana tem como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de bem imóvel por natureza ou por acessão física, como definido na lei civil, localizado na zona urbana do Município.
§ 1º Para os efeitos deste imposto, entende-se como zona urbana a definida em lei municipal; observado o requisito mínimo da existência de melhoramentos indicados em pelo menos 2 (dois) dos incisos seguintes, construídos ou mantidos pelo Poder Público:
I - Meio-fio ou calçamento, com canalização de águas pluviais;
II - Abastecimento de água;
III - sistema de esgotos sanitários;
IV - Rede de iluminação pública, com ou sem posteamento para distribuição domiciliar;
V - Escola primária ou posto de saúde a uma distância máxima de 3 (três) quilômetros do imóvel considerado.
§ 2º A lei municipal pode considerar urbanas as áreas urbanizáveis, ou de expansão urbana, constantes de loteamentos aprovados pelos órgãos competentes, destinados à habitação, à indústria ou ao comércio, mesmo que localizados fora das zonas definidas nos termos do parágrafo anterior.
· Crédito: popularmente conhecemos como empréstimo, mútuo ou financiamento. É quando alguém entrega a outrem recurso financeiro na expectativa de recebimento futuro.
· Câmbio: Negócios de Compra e Venda de moeda estrangeira ou nacional.
· Seguro: Contrato pelo qual alguém se compromete a ofertar garantia a alguém diante de riscos. Para que essa garantia exista e a possível indenização, paga-se ao segurador um valor chamado, tecnicamente, de prêmio.
· Operações relativas a título e valores mobiliários: compra e venda de ações, debêntures e similares
É importante lembrar que algo pode não ter o nome das operações supra descritas e ainda assim se encaixar como fato gerador do IOF.
Base legal: Art. 153, inc. v, CF, art. 63 e seguintes, CTN, Lei nº 5.143/66.
Imposto Territorial Rural (ITR) - tributo inteligente que incorpora a ideia de extrafiscalidade (o uso tributos para induzir comportamentos) de modo a incentivar o cumprimento da função social da propriedade, seja por meio da exploração da terra, seja por respeito à proteção ambiental. É um tributo em que se concentra na terra (territorial), não tendo seu valor elevado em virtude dos prédios (construções) agregados pelo ser humano.
Sua incidência atinge imóveis rurais, compreendidos como aqueles localizados nas áreas rurais ou como aqueles que tenham destinação típica rural, ainda que localizados em área urbana.O imóvel tenha destinaçãotípica rural
Decreto-Lei 57/66 art 15. O disposto no art. 32 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 (Links para um site externo.), não abrange o imóvel de que, comprovadamente, seja utilizado em exploração extrativa vegetal, agrícola, pecuária ou agro-industrial, incidindo assim, sobre o mesmo, o ITR e demais.
Base Legal: Art. 1153, inc. VI, CF, Lei nº 9.393, de 19 de dezembro de 1996.
Imposto sobre Grandes Fortunas, Imposto Extraordinário de Guerra e Imposto Residual - a União ainda poderia criar três novos impostos:
· Imposto sobre Grandes Fortunas: sse controverso tributo tem defensores da sua instituição, preocupados com a redução da desigualdade, e seus críticos, argumentando pela inviabilidade e pela fuga de capitais (art. 153, inc. VII, CF).
· Imposto Extraordinário de Guerra: Seu próprio nome já indica a excepcionalidade de sua criação (art. 154, inc. II, CF).
· Imposto Residual: Caberia ainda à União criar novos impostos, com base de cálculo e fato gerador distinto dos demais impostos já previstos na Constituição. Os requisitos para a criação de um novo imposto federal são complexos, motivo pelo qual a União se concentrou nas últimas décadas na criação/revisão/majoração de novas contribuições sociais (cujo fato gerador/base de cálculo pode ser igual a de impostos) (art. 154, inc. I, CF).
O art. 155 da CF/88 traz quais os impostos que o Estado pode instituir. São apenas três impostos:
Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD) - ributo que incide sobre duas espécies de transmissões gratuitas: a sucessão causa mortis e a doação (art. 155, inc. I). O termo transmissão implica que é necessário que exista alguém que seja titular de um bem e direito e o repasse para outra pessoa, ou seja, que haja transferência da propriedade.
Para que haja doação, é preciso que haja:
a. Empobrecimento do doador e enriquecimento patrimonial do donatário
b. Liberalidade
Na vida das empresas, a sucessão causa mortis é um fator relevante quando houver o falecimento de sócio. Caso a empresa realize doação a necessitados ou mesmo de valores a uma causa, claramente se sujeitará ITCMD.
É importante lembrar que o ITCMD incide sobre transmissões de bens ou direitos, ou seja, imóveis, carros, obras de arte, ações, participações societárias, marcas, direitos minerários etc. podem se sujeitar a esse tributo.
Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) - o que chamamos de ICMS na verdade são ICMSS, no plural, porque temos 4 riquezas distintas sujeitáveis a esse tributo, são as seguintes: (1) Circulação de Mercadorias, (2) Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal, (3) Prestação de Serviços de Comunicação, (4) Importação. Mas todas essas bases têm um elemento comum: o tributo só incide no caso de operações (relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior). 
Só incide ICMS se estamos diante de negócio jurídico bilateral oneroso, ou seja, que haja um contrato com duas partes, um comprador e um vendedor, um prestador e um vendedor, com obrigações recíprocas. Para que o ICMS possa incidir na compra e venda de bens, na transferência de produtos, é preciso que este esteja diante de Circulação de Mercadorias. Por circulação, entende-se a necessidade de transferência da propriedade, não bastando a o deslocamento físico. Ainda que esse empréstimo seja oneroso. Mercadoria é o bem que alguém compra ou produz para vender.  é um bem adquirido ou produzido para se sujeitar ao comércio, decorrendo da atividade profissional do produtor, industrial ou comerciante. Seu destino desde a sua origem é a distribuição/revenda. Mercadoria e ativo imobilizado não se confundem. E a venda de bens que estavam no imobilizado não se sujeita ao ICMS.
Outra hipótese de incidência do ICMS é a prestação de serviço de transporte interestadual e intermunicipal. Se o transporte for dentro do Município (intramunicipal), o tributo incidente é o ISSQN. Aqui o objeto do transporte não precisa ser mercadoria. O transporte “por qualquer via, de pessoas, bens, mercadorias ou valores” (art. 2º, inc. II, LC 87/96) se sujeita a ICMS.
Para garantir os produtos brasileiros (sujeitos ao ICMS) sejam competitivos com os produtos estrangeiros, impõe-se a incidência de ICMS (lógica similar é observada no caso do IPI). A lógica aqui é totalmente distinta do caso da circulação de mercadoria. o tributo incide sobre “a entrada de bem ou mercadoria importados do exterior por pessoa física ou jurídica, ainda que não seja contribuinte habitual do imposto, qualquer que seja a sua finalidade, assim como sobre o serviço prestado no exterior.” (Art. 155. § 2.º, inc. IX).
Base legal: Art. 155. § 2.º e seguintes, CF, LC 87/96.
Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA)- tributo relativamente simples (art. 156, inc. III), recaindo sobre o proprietário de veículo automotor, predominando o entendimento que só abrange veículos terrestres.
Tributo sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN) - A Constituição, no seu art. 156, inc. III, indicou que cabe um tributo municipal sobre serviços de qualquer natureza, não abrangidos pelo ICMS, conforme lei complementar. O STF (que é o órgão que tem o dever de guardar e interpretar a Constituição), entendeu que prestar serviço consistia em obrigação de fazer de modo personalizado. Então, não podia incidir ISSQN sobre locação de bens móveis porque era só obrigação de dar.
Caso qualquer atividade humana se enquadre como serviço, para que haja ainda a incidência é previsto que esteja, primeiro, na lista taxativa da LC nº 116/2003 e, depois, que o Município competente tenha criado e instituído o ISSQN em lei própria. 
Uma outra questão que merece atenção é o caso das operações mistas, ou seja, os casos em que
encomendamos um serviço que, afinal, gera uma mercadoria. O entendimento é que, nesse caso, estando na lista do ISS, esse tributo deve incidir e, caso não esteja, é cabível a incidência de ICMS.
Nas exportações não incide ISSQN, mas nas importações incide. A lógica já foi explicada: desonerar exportações e igualar a tributação do produto importado à do produto nacional.
esse tributo só é devido a um município por atividade, essa não é uma escolha do prestador, que naturalmente escolheria o Município com a menor cobrança.
Base legal: Art. 156, § 3º, LC 116/2003
Imposto sobre Transmissão onerosa de Bens Imóveis (ITBI) - é “imposto sobre transmissão "inter-vivos", a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição. (art. 156, inc. II, CF).
Transmissão envolve a transferência de propriedade entre duas pessoas, a onerosidade importa na existência de custos envolvidos. Imóveis é uma palavra que todos conhecemos. Quando dizemos que um imóvel é por natureza, nos referimos ao solo, superfície, espaço aéreo; por outro lado, acessão física se refere aquilo que o homem adere ao solo, como, por exemplo, construções.
A transmissão que gera a incidência do ITBI não se refere só aos imóveis, mas também os direitos que se relacionam com os imóveis, conhecidos tecnicamente como direitos reais. É possível vender um direito real sem que tenha havido a venda do próprio imóvel (hipótese em que seria transferido o direito de propriedade).
A transferência desses direitos gera a incidência de ITBI, salvo quando estivermos diante de direitos de garantia, ou seja, dos direitos reais que se prestam a assegurar o cumprimento de uma obrigação em que não há a incidência. O principal exemplo é a hipoteca.
As operações de integralização do capital social por imóvel são imunes ao ITBI. Ou seja, quando a aquisição de cotas da sociedade se dá por meio da transferência de imóvel a esta, não poderá haver a exigência de ITBI. O mesmo ocorre nos casos de “transmissão de bens ou direitos decorrente de fusão, incorporação, cisão ouextinção de pessoa”. Essa regra de imunidade não se aplica ao “caso de a atividade preponderante do adquirente for a compra e venda desses bens ou direitos, locação de bens imóveis ou arrendamento mercantil”.
É preciso lembrar que uma operação não precisa ter o nome de contrato de compra e venda de imóveis ou de cessão de direitos reais pra se sujeitar ao ITBI. Outra coisa importante é que as transmissões de imóveis podem estar ligadas ao Imposto de Renda. 
Imposto sobre propriedade predial e territorial urbana - Para a atividade empresarial, esse tributo não apresenta desafios tão especiais. É um tributo que pode incidir sobre o valor venal do imóvel, ou seja, o valor de mercado, embora em regra as avaliações municipais estejam abaixo desse valor. Sua apuração pode envolver alíquotas (percentuais) a depender do uso e da localização, de modo que um Município pode optar por tributar de modo mais elevado imóveis comerciais. Pode também ser usado como instrumento de política para incentivar o uso de imóveis que não estejam cumprindo com a função social da propriedade.
Base legal: art. 156, § 1º, Leis Municipais.
Além dos impostos, relevantes contribuições especiais afetam a vida dos empresários, administradores e gestores. Principais contribuições que são devidas pelas empresas e seus respectivos fatos geradores:
Contribuições Sociais - é um gênero que abrange diversas contribuições cujo principal escopo é financiar a seguridade social (art. 195).
Nessa categoria temos as Contribuições Previdenciárias Patronais – CPP, o PIS e a COFINS, e a Contribuição Social sobre Lucro Líquido. 
A CPP incide sobre remuneração (contraprestação pelo trabalho prestado), não abrangendo parcelas indenizatórias pagas ao prestador. Atualmente, para alguns setores específicos da economia, é possível apurar a CPP com base na receita bruta (Lei nº 12.546/2011). 
Essa contribuição nasce da necessidade de financiamento conjunto da cobertura do risco do acidente de trabalho e, ainda, como um mecanismo extrafiscal de redução dos ônus referentes aos benefícios decorrentes de tais acidentes (art. 22, inc. II, da Lei nº 8.212/1991). Também incide sobre remunerações, mas seu percentual varia de acordo com o maior ou menor risco trabalhista envolvido.
Base legal: art. 195, inc. I, CF, Lei nº 8.212/1991.
A Contribuição ao PIS/COFINS tem por base a receita ou o faturamento. Esses tributos incidem também na importação quando adquirem o nome de PIS/COFINS-importação.
Base legal: art 195, inc. I, CF, Lei nº 10.637/2002, Lei nº 10.833/2003, Lei nº 10.865/2004
Contribuições ao sistema e salário-educação - contribuições cuja finalidade principal é financiar uma finalidade específica, seja as entidades do Sistema S (Senai, Senac, Sebrae etc.), seja a educação. Sua base de cálculo atual é o total das “paga, devida ou creditada a segurados do Regime Geral de Previdência Social”. cuidado que deve ser tomado é a não inclusão na base de apuração desses tributos de parcelas pagas como indenização.
Base legal: Art. 149, CF, Lei nº 8.706, de 14 de setembro de 1993.
(Unidade 2) – Tema 1 – Gestão dos Tributos
· Reconhecendo o valor da justiça no âmbito da tributação
Murphy sustenta que “A propriedade privada é uma convenção legal, definida em parte pelo sistema tributário (...)”.
A redução da desigualdade, a promoção de um ambiente de maiores oportunidades, na verdade é parte essencial de uma sociedade mais justa e livre. O que está longe de significar que a alta tributação brasileira seja legítima nos termos que há. Especialmente porque sua desorganização, complexidade, importa em dificuldades para empreendedores de todos os portes.
Entre 2004 e 2014, a Carga Tributária Brasileira variou entre 32,06% e 33,78% do PIB. Sendo que nos anos de 2013 e 2014 esses dados não são diferentes dos dados de países desenvolvidos.
Temos um sistema tributário cuja complexidade gera insegurança ao empresário, mesmo quando ele deseja fazer a coisa certa.
Não temos dúvidas que pagar tributos é um dever de cidadania vinculado aos custos coletivos de nossa vida em sociedade; consideramos que a tributação pode ter um papel importante na redução das desigualdades sociais; compreendemos que um rearranjo no sistema tributário de modo a criar clareza e incentivar a livre iniciativa também é fundamental. Todos esses são caminhos para um sistema mais justo.
· Entendendo o fato gerador de Impostos
É necessário entender como se forma a relação jurídico-tributária, ou seja, o vínculo entre o Sujeito Ativo (quem pode exigir a obrigação tributária), o Sujeito Passivo (quem deve cumprir a obrigação) e a própria obrigação.
Hipótese de incidência - abstração legal de um fato, ou seja, é aquela situação descrita na lei cuja previsão é abstrata, tratando-se, pois, de uma “hipótese” que poderá vir a ocorrer no mundo dos fatos, e que, uma vez realizada, se concretiza como fato gerador.
Fato gerador - pode ser considerado como o fato efetivamente realizado, materializado; realização concreta de um comportamento descrito na norma, cuja observação faz nascer uma obrigação jurídica, bem como define juridicamente a natureza do tributo.
Se o valor é recebido como distribuição de lucros, ele é isento do IR e não é considerado remuneração pelo trabalho, logo, não há como haver a exigência desses tributos (acréscimo patrimonial -IR / remuneração pelo trabalho – Contribuição Previdenciária do Segurado). Se é uma parcela de restituição de um empréstimo que o sócio fez à empresa, não se encaixa o fato à hipótese, de modo que não há fato gerador (poderia haver IOF se a operação fosse entre duas pessoas). Apenas se o pagamento foi feito como pró-labore é que haverá a incidência dos referidos tributos.
Fisco + Hipótese de Incidência = Fato Gerador
Organizar suas operações e negócios com clareza pode ser fundamental para a demonstração da ocorrência (ou não) do fato gerador. No exato momento em que o fato gerador ocorre nasce a obrigação tributária. é necessário torná-la palpável, quantificá-la ou seja: torná-la líquida e certa. A obrigação tributária tornada líquida e certa (ou seja, com valor específico) é chamada de crédito tributário.
Tributação e o Exercício do Objeto Social - O objeto social de uma empresa (aquilo que ela põe no mercado à disposição para Consumo) tradicionalmente se divide em três hipóteses: o comércio (ICMS), a indústria (IPI) e prestação de serviços (ISSQN).
O desenho adequado de determinado negócio, com medidas preventivas, pode evitar a criação de passivo tributário.
Os três tributos citados anteriormente são, via de regra, recolhidos por quem vende, seja o serviço, seja a mercadoria, seja o serviço. Nesse último caso é comum que a lei crie o dever e retenção na fonte, caso o tomador do serviço seja pessoa jurídica – mas os detalhes devem ser observados na legislação de cada município.
ICMS e IPI tem um outro elemento em comum que deve ser levado em cuidadosa atenção: são tributos não cumulativos, característica que visa evitar a incidência em cascata (tributo incida sobre tributo)
Quanto às alíquotas, é preciso que se preste atenção especial às seguintes situações:
· O IPI tem milhares de alíquotas distintas para cada enquadramento de produto industrializado. O enquadramento indevido gera possibilidade de revisão pelo Fisco e cobrança retroativa;
· No caso do ICMS, as alíquotas são definidas por cada Estado. E, no caso das operações interestaduais, poderá ser necessário trabalhar com a alíquota do Estado de Destino;
· No caso do ISSQN, as alíquotas variam menos, mas é preciso tomar cuidado para não se seduzir pela alíquota do Município vizinho, quando a lei lhe imputa o recolhimento no Município x. Ainda que nem sempre seja claro se você deve recolher para x ou para o vizinho
A incidência de ICMS e de IPI é, em regra, plurifásica (ocorre em todas as etapas de um processo produtivo). Na incidência plurifásica, de medidas não forem tomadas, temos um sistema cumulativo de exigência do tributo.
Uma alíquota de ICMS fixa de 10%; o produtor de insumos cria um produto de valorR$ 1.000,00, que sujeita ao ICMS no valor de R$ 100.00, para não ter prejuízo, ele irá vender esse produto por R$ 1.100,00. O agroindustrial compra esse produto pelos R$ 1.100,00 e agrega R$ 900,00. O valor passaria a ser de R$ 2.000,00. Se os mesmos 10% de ICMS incidirem sobre os R$ 2000,00, o resultado é que os R$ 1.100,00 (R$ 1.000,00 de valor e R$ 100,00 de tributo) serão novamente sujeitos à tributação ao se exigir os R$ 200,00.
Por isso é que se criou uma sistemática não cumulativa de apuração desses tributos.
Em linhas muito gerais e sem entrar nos detalhes operacionais, quando alguém adquire um produto/mercadoria que se sujeitou ao ICMS ou ao IPI na etapa anterior, poderá aproveitar créditos referentes a essa (R$100,00 do exemplo). Esse aproveitamento só vale de IPI e de ICMS com ICMS e as regras são distintas entre um tributo e outro.
Outro dado muito importante é que a compreensão sobre se a atividade é prestação de serviços, ou comércio, ou industrialização, ou ainda, que tipo de cada uma dessas categorias é fundamental para, por exemplo:
· Averiguação se essa sociedade pode ou não optar pelo Simples Nacional
· Averiguação de qual é o enquadramento no Simples Nacional
· Averiguação de qual é a alíquota aplicável no caso do Lucro Presumido
· Compreender bem quais são os critérios aproveitáveis para fins de IPI, ICMS e no caso do PIS e COFINS não cumulativo.
Tributos sobre a Obtenção de Receita - O PIS e a COFINS são duas contribuições incidentes pela Receita Bruta, muito parecidas, motivo pelo qual são tratadas em conjunto. Existem dois métodos de apuração do PIS e a da COFINS: o método cumulativo e o método não cumulativo. A adesão a um regime ou a outro termina por ser influenciada pela opção pelo Lucro Real ou pelo Lucro Presumido em relação ao IRPJ e a CSLL. Quem é optante pelo Lucro Presumido, fica sujeito à sistemática cumulativa (Lei nº 9.718/98) e quem é optante pelo Lucro Real se sujeita ao PIS e COFINS não cumulativo (regidos pela Leis nºs 10.637/02 e 10.833/03).
PIS e a COFINS Cumulativo versus o Não Cumulativo:
	Critério
	Cumulativo
	Não Cumulativo
	Base de cálculo
	Base de cálculo corresponde as receitas operacionais, ou seja, relacionadas à atividade da empresa.
	Totalidade das receitas, abrangendo inclusive as não operacionais.
	Critérios
	Não existe direito ao creditamento
	Existe direito ao creditamento.
	Alíquotas
	PIS: 0,65%
COFINS: 3%
	PIS: 1,65%
COFINS: 7,6%
A lógica operacional da não cumulatividade do PIS e da COFINS não é igual à do ICMS, sendo que a lei lista hipóteses próprias de creditamento e a forma de calcular os créditos também é distinta.
Tributos sobre a Obtenção de Lucro - A receita de uma empresa é a base inicial para a apuração de seu lucro que pode ser apurado por três caminhos distintos: o real, o presumido e o arbitrado.
O lucro, por sua correspondência ao acréscimo patrimonial é o fato gerador do Imposto de Renda e, ainda, da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido. O IRPJ e a CSLL derivam sempre da seguinte equação: 
Lucro x Alíquota IRPJ e CSLL
· Lucro Real - regime de apuração obrigatório para algumas empresas/atividades, mas optativo para a maior parte das empresas. A principal característica é que se consideram as despesas realmente realizadas (e comprováveis), o tributo não é recolhido caso haja prejuízo e existem benefícios fiscais (como por ex. os incentivos à inovação tecnológica) que só se aplicam nesse regime. Os optantes pelo lucro real apuram PIS e a COFINS na sistemática não cumulativa em regra.
· Lucro Presumido - a questão das despesas deixa de ser tão polêmica porque a respectiva apuração dependerá de uma presunção legal. a lei estabelece que para determinada atividade presume-se que x% da receita é tributável. O percentual base é de 8%, mas varia de 1,6% a 32% a depender da atividade. Como o lucro presumido é muito mais fácil, muitas empresas aderem ao mesmo sem maiores considerações, sendo que a opção é feita no início do ano.
· Lucro Arbitrado - aplicado em situações excepcionais (art. 603 do RIR/2018) como descumprimento de obrigações acessórias por fraude, vícios, erros e deficiências que impeçam o fisco de realizar o lançamento conforme algum dos regimes anteriores. Algumas empresas induzem ao Lucro Arbitrado, considerando que este será inferior aos demais lucros.
Dos tributos sobre os vínculos com empregados e parceiros - quando uma empresa estabelece relações de prestação de serviços com terceiros, é provável que ela assume de imediato obrigações de Retenção na Fonte. Não é que ela vá tirar do próprio bolso o tributo, mas deve descontar do que pagaria a esse terceiro o valor de algum tributo.  Isso é certo quando falamos de IRPF, Contribuição Previdenciária do Segurado na contratação de pessoa física (exceção específicas para o MEI) e quase sempre previsto nas Leis Municipais, no caso de ISSQN. A relação com terceiros, especialmente pessoas físicas, impacta também os tributos da própria contratante, no que rotineiramente se considera como Custo Brasil ou custo da folha de salários. A remuneração é parte da base dos seguintes tributos: todas as Contribuições sociais a encargo da empresa (CPP, GILRAT), Contribuições ao Sistema S e Salário-educação (majorar o salário dos funcionários/pagamento de Contribuintes individuais que lhe prestem serviços importa em majorar diversos tributos). Algumas empresas podem recolher a Contribuição Previdenciária Patronal sobre a Receita Bruta (CPRB), mas estas são exceção. O MEI tem um tratamento totalmente diferenciado, com isenção da CPP para quem o contrata e inclusão da Contribuição Própria (CPS) no recolhimento unificado, de modo que não é necessária a retenção na fonte. Como temos diversas formas de recolher esses tributos de acordo com quem é contratado, o sistema tributário induz à pejotização.
Os tributos supradescritos são os principais tributos sobre a atividade empresária. Não é a toa que eles se concentram no regime de apuração diferenciada chamado:
· Simples Nacional - é o regime tributário diferenciado voltado para o Microempreendedor Individual - MEI, Microempresas - ME e Empresas de Pequeno Porte- EPP que podem optar por esse regime. Nem toda ME e EPP pode optar pelo Simples Nacional. Para que uma empresa possa ser optante pelo Simples Nacional, ela tem que preencher o disposto, cumulativamente, nos arts. 3º, 17, 30, da LC 123/2006. O MEI tem um regramento específico no art. 18/A. No Simples Nacional, temos a desoneração de diversos tributos, mais drástica no caso do MEI, mas também ocorre para a ME e para a EPP. 
No MEI, temos:
a) SIMEI - Sistema de Recolhimento em Valores Fixos Mensais dos Tributos Abrangidos pelo Simples Nacional: pagamento de valor fixo mensal (R$ 51,65), abrangendo a Contribuição para a Seguridade Social, relativa à pessoa do empresário, na qualidade de contribuinte individual (R$ 45,65); ICMS (R$ 1,00); ISS (R$ 5,00). (art. 18-A, § 3º, inc. V);
b) Isenção de IRPJ, IPI, CSLL, COFINS, PIS/PASEP, Contribuição Patronal Previdenciária - CPP para a Seguridade Social, a cargo da pessoa jurídica, de que trata o 22 da Lei nº 8.212/1991 (art. 18-A, § 3º, inc. VI).
É preciso ficar atento ao preenchimento dos requisitos para a adesão ao MEI. é preciso considerar que o MEI tem tetos bem baixos no caso de benefícios previdenciários, haja vista a restrição contribuição previdenciária. A adesão ao MEI pelo empresário/empreendedor deve vir, assim que o empreendimento estiver mais maduro, acompanhado de medidas de planejamento financeiro no longo prazo. É preciso ressalvar que nem todos os tributos são abrangidos pelo Simples Nacional e alguns deles o são apenas parcialmente. Estar parcialmente no SN, especialmente nas operações interestaduais, tem sido uma das maiores dificuldades das empresas optantes por esse regime, uma vez que se torna necessário operacionalizar ICMS de distintos Estados. Quanto à forma de cálculo do Simples, os principais critérios são a receita bruta e o tipo de atividade. ara algumas atividades, em termos de custo tributário, o Simplespode ser mais oneroso do que o Lucro Real ou mesmo o Presumido (mesmo incluindo os custos mais elevados com assessoria jurídica e contábil).
Tributação da relação dos sócios com a sociedade - existem três momentos básicos da sua relação com a empresa e, em cada caso, dinâmicas tributárias distintas.
Momento 1: Integralização do capital social (quando o sócio compõe o capital social por bens ou dinheiro). Não incide tributos na própria integralização, mas, caso o sócio venha a integralizar por meio de bens ou direitos, é possível que haja a incidência de Imposto de Renda sobre o ganho de capital já que este coincide com acréscimo patrimonial. Também poderá incidir a CSLL se estivermos diante de sócio pessoa jurídica.
Momento 2: Durante o seu período como sócio, a pessoa poderá receber distribuição de lucros ou, se administrador, também receberá o pró-labore, como visto acima. Sobre a distribuição de lucros não incide tributo nenhum, é isenta de Imposto de Renda e não é remuneração pelo trabalho, de modo que não se sujeita à Contribuição Previdenciária (seja a patronal, seja a do empregado). Sobre o pró-labore, como é remuneração pelo trabalho, temos a incidência da Contribuição Previdenciária Patronal, cujo fato gerador é o total das remunerações de todos os empregados/colaboradores, da Contribuição Previdenciária do Segurado, cujo fato gerador é a obtenção de remuneração, e do Imposto de Renda dado ao potencial acréscimo patrimonial. Nos últimos dois casos, quem deve ao Fisco é o sócio, mas é dever da sociedade reter na fonte.
Momento 3: a retirada da sociedade. Um sócio pode sair de uma sociedade de maneiras mais alegres ou mais trágicas. Mas pode sair com as ações valendo mais do que quando as adquiriu. E aí temos, novamente, hipótese de ganho de capital com a incidência de IR (seja pessoa física, seja jurídica) e também de CSLL (se pessoa jurídica). 
Tributação do patrimônio da sociedade - temos tributos que incidem de maneira estática, caso do IPVA, IPTU e do ITR, e de maneira dinâmica, a depender de transmissões que envolvam bem, caso do ITCD, do ITBI e do IR sobre ganho de capital. 
· Certidão Negativa de Débitos (CDNs) – seus efeitos na atividade empresarial
É o documento capaz de comprovar que não existe nenhum débito de determinado contribuinte já constituído e vencido, de determinado tributo ou em certo período. Sua previsão está no art. 205 do CTN. 
Art 205. A lei poderá exigir que a prova da quitação de determinado tributo, quando exigível, seja feita por certidão negativa, expedida à vista de requerimento do interessado, que contenha todas as informações necessárias à identificação de sua pessoa, domicílio fiscal e ramo de negócio ou atividade e indique o período a que se refere o pedido.
Parágrafo único. A certidão negativa será sempre expedida nos termos em que tenha sido requerida e será fornecida dentro de 10 (dez) dias da data da entrada do requerimento na repartição.
São fundamentais para comprovar que o contribuinte está regular com a Fazenda Pública e, por isso, possa participar de licitações, obter empréstimos, financiamentos e outras vantagens que só uma empresa com regularidade fiscal é capaz de conquistar.
É importante destacar que, como o Fisco tem 5 anos para constituir o crédito tributário, é possível que se esteja diante de falso negativo. Isso significa que no momento em que a certidão foi retirada não havia ainda tributo constituído e vencido. Nada impede que o Fisco posteriormente descubra débitos do contribuinte anteriores à própria emissão da CND.
Há uma discussão sobre as limitações empresariais que a ausência de uma Certidão Negativa pode implicar, porém o STF entende que é inconstitucional que a ausência de uma CND implique em impedimento absoluto ao exercício da atividade empresarial, mas que pode haver limitações. A ideia é que a CND seja importante para o empresário, contanto que a sua ausência não inviabilize o prosseguimento da atividade empresarial.
Existe a possibilidade de o contribuinte estar em dívida em aberto com a Fazenda, mas ainda assim estar em situação regular, pois essa situação está sendo resolvida, por exemplo. Nesse caso, é expedida a Certidão Positiva com Efeitos de Negativa (CPEN). A partir dela o que se extrai é que existem débitos, mas o requerente está em situação regular e, portanto, pode praticar todos os atos que dependem da CDN.
Essa regularidade e, por consequência, a expedição da CPEN, podem se dar nas seguintes situações:
Existe débito: não vencido; em curso de ação de cobrança executiva com efetiva penhora; cuja exigibilidade esteja suspensa (art 151, CTN).
As causas de suspensão da exigibilidade estão descritas no CTN de modo taxativo. São exemplos: o depósito do montante integral da dívida, a discussão administrativa do tributo a tempo e modo.
Caso haja débito vencido, e não se esteja diante das situações supra, o contribuinte se verá com Certidão Positiva. É a pior situação, causadora dos impactos descritos acima. 
· Garantias e privilégios do critério tributário
As garantias e privilégios do crédito tributário estão previstas nos art. 183 e seguintes do CTN. Se fundamentam no desequilíbrio existente entre o contribuinte e o Fisco, pois se aplicam somente ao Estado e decorrem do interesse público que permeia suas ações. Podem ser entendidas como “tutelas acauteladoras ou medidas assecuratórias de que dispõe o Poder Público para impelir o contribuinte à satisfação do pagamento do gravame tributário”. 
Tratando primeiramente das Garantias, estas podem ser entendidas como meios assecuratórios, formas de garantir o direito de o Estado receber o pagamento daquele tributo, porque facilitam a entrada da Fazenda no patrimônio do particular para receber aquela prestação.
Um exemplo de garantia é o trazido pelo art. 184 do CTN, que prevê que a totalidade dos bens e das rendas de qualquer origem respondem pelas obrigações tributárias contraídas pelo seu proprietário. Em termos práticos é muito importante que seja possível estabelecer novas Garantias, porque elas podem variar conforme características específicas daquele tributo que se pretende garantir.
Ricardo Alexandre (2019) dá dois exemplos que permitem compreender muito bem a necessidade dessa diferenciação: o ITR, como visto nas sessões anteriores, tem como fato gerador a propriedade territorial rural.
Agora no Imposto de Importação. A importação é algo muito instantâneo e depois que a mercadoria passa pela alfândega, muito dificilmente o Fisco tem controle sobre aquele fato gerador. Portanto, desde que previsto em lei, é possível que se pense em uma garantia específica, como depósito em dinheiro, para assegurar aquele pagamento.
A garantia atribuída a um crédito tributário não muda a natureza deste e nem da obrigação tributária correspondente, conforme previsão do parágrafo único do art. 183 do CTN. Em outras palavras, o crédito de garantia não vira o crédito tributário propriamente dito.
Os privilégios (art. 186, CTN) aparecem nas situações de cobrança coletiva de créditos, isto é, nas situações de falência e recuperação judicial, quando existem vários credores para receber seus montantes devidos e certa “concorrência” entre estes.
Quando uma empresa entra em processo de falência, todos os créditos terão seus vencimentos antecipados e serão ordenados em classes legais, de modo que só se passa para a fase posterior quando quitados os da fase presente: créditos trabalhistas; créditos tributários; demais créditos.
O privilégio do crédito tributário é a sua preferência entre todas as demais dívidas do contribuinte em caso de cobrança coletiva de créditos, salvo os créditos decorrentes da legislação do trabalho ou do acidente de trabalho.

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