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Bases Legais e Constitucionais dos Negócios

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Bases Legais e Constitucionais dos Negócios
Unidade 1 – Tema 1: Empresa: da constituição a extinção
· Conceito de empresário e a diferença entre empresário regular e irregular
Um conceito muito relevante: a diferença entre as pessoas físicas e as pessoas jurídicas. Essa diferença pressuposta é importante para evitar uma série de confusões conceituais que não só assustam o empresário e o administrador, como também os permitem cometer erros.
Pessoa natural ou pessoa física – é aquela que nasceu, aquela passível de ser “pega”.  Essa pessoa passa a ter personalidade civil, ou seja, ser genericamente capaz de adquirir direitos e deveres a partir do momento em que nasce com vida. Essa personalidade pode, ou não, vir acompanhada da capacidade de exercer pessoalmente os atos da vida civil (art. 3º e 4º do Código Civil).Uma criança de 12 anos pode ser titular de ações em uma empresa (personalidade jurídica), mas não pode vender no mercado essas ações sem que seja acompanhado por seus pais (ou outros responsáveis), por não ter ainda capacidade civil.
Pessoa Jurídica - “nasce” de um ato constitutivo (contrato), devidamente registrado (art. 45, Código Civil) e não existe concretamente. Isso não impede a sua imensa relevância, a ponto de Yuval Harari citá-las como fundamentais em sua obra “Uma breve História da Humanidade” para o que chamamos de desenvolvimento da humanidade.
Essa diferença de nascimentos é muito importante para a forma de extinção da personalidade jurídica das pessoas jurídicas e das pessoas físicas. Para as pessoas físicas, basta a morte, ainda que seguida do processo de Inventário e Partilha. Para a pessoa jurídica, o procedimento é mais complexo.
Por que as pessoas constituem pessoas jurídicas se poderiam empreender como pessoas físicas? O motivo principal é que na medida em que uma sociedade é constituída, sua personalidade jurídica passa a se distinguir da personalidade jurídica dos seus sócios (que podem ser pessoas físicas ou jurídicas). 
Separação patrimonial - foi incluída no próprio Código Civil em 2019, ao se reconhecer que a autonomia patrimonial da pessoa jurídica é um instrumento lícito de alocação e segregação de riscos (art. 49-A, p.ú, Código Civil).
Entretanto, todo e qualquer empresário deve estar atento: essa separação não é absoluta.
Um conjunto legislativo reconhece hipóteses em que se afasta a autonomia patrimonial, dado a causas como o abuso da personalidade jurídica, com o desvio de finalidade, a confusão patrimonial (art. 50, CC/2002), abuso de direito, excesso de poder, infração da lei, fato ou ato ilícito ou violação dos estatutos ou contrato social (art. 28, Código de Defesa do Consumidor. Na esfera tributária, esses impactos são especialmente significativos dado aos valores envolvidos e à previsão clara de hipóteses em que a responsabilidade tributária é direta do sócio e/ou do administrador (art. 134, inc. VII, 135, CTN). para alguns tipos societários, embora a separação patrimonial exista, o patrimônio dos sócios responde também pelas dívidas adquiridas em nome da sociedade. É quando há responsabilidade ilimitada dos sócios.
Desconsideração da personalidade jurídica - possibilidade de se atingir o patrimônio dos sócios. Possibilidade de se ignorar a pessoa jurídica em que há limitação da responsabilidade dos sócios e se atingir o patrimônio dos sócios.
 A atividade empresária poderá ser realizada pela pessoa física (através do MEI ou do empresário individual) ou pela pessoa jurídica (realizada pela sociedade empresária). 
CPF é a sigla para Cadastro das Pessoas Físicas, enquanto CNPJ é o Cadastro Nacional da Pessoas Jurídicas. Entidades que não possuem personalidade jurídica, como as sociedades em conta de participação, ou que não se constituem enquanto PJ, como o empresário individual (IN RFB n.o 1863/2018, Manual de Registro do Empresário Individual), devem obter CNPJ.
O enquadramento pela Receita, ocorre porque o empresário individual é equiparado à pessoa jurídica para fins fiscais, recolhendo tributos como se fosse pessoa jurídica, conforme art. 162, § 1º, I, do Decreto nº 9.580/18.
Atividade Empresária - quando enquadramos uma atividade empresária, trazemos a aplicação de um conjunto de normas. Por exemplo, a Lei de Falência só se aplica ao empresário e à sociedade empresária (Lei nº 11.101/2005). 
Empresário - quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou circulação de bens ou serviços, não se confundindo com “profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa.” (art. 966, CC/2002). Aquele que exerce atividade empreendedora assumindo o risco do seu insucesso.
· Exercício de uma atividade: À atividade exercida pelo empresário dá-se o nome de empresa, que constitui o objeto do direito empresarial. Essa atividade deve ser exercida de maneira reiterada, constante, marcada pela realização ao longo do empo de uma série de atos concatenados e voltados para uma finalidade empresarial. Pois, caso se trate da realização de negócio eventual, como uma compra e venda ocasional, tal ato isolado não caracterizará o exercício da atividade empresarial.”
· Finalidade Econômica: o objetivo dessa atividade é gerar lucro, mesmo quando gera prejuízo.
· Organização da atividade: A organização pode ser, em conjunto, de trabalho alheio, de bens e de recursos materiais e humanos. Normalmente, a organização não significa a presença de habilidades técnicas ligadas à atividade-fim, mas sim uma qualidade de iniciativa, de decisão, capacidade de escolha de homens e bens, de intuição, entre outros”. 
· Caráter profissional do exercício: “de forma habitual e com intento lucrativo, de molde que o empresário assuma em nome próprio os riscos de sua empresa, organizando-a, técnica e economicamente.”
· Finalidade de produção ou troca de bens ou serviços destinados ao mercado.
Além da inscrição no CNPJ, tanto o empresário e a sociedade empresária, devem proceder a inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis, tradicionalmente conhecidas como Juntas Comerciais (art. 967, CC/2002).
A regularidade da atividade é fundamental para que o empresário individual consiga obter um CNPJ e, portanto, arcar com todos os benefícios decorrentes da conformidade com a legislação, como a abertura de contas como pessoa jurídica, obtenção de financiamentos específicos, participação de procedimentos licitatórios e afins. Essa regra só se excepciona no caso do exercício rural, que só se qualifica como empresária, com a facultativa inscrição (art. 971, Código Civil, Enunciado 202 da III Jornada de Direito Civil do Conselho de Justiça Federal).
Para ser empresário é necessário ter a capacidade civil + não se sujeitar a impedimentos para o exercício da atividade empresária. Assim, os detentores de diversas profissões/atividades são impedidos de realizar atividade empresária, como os servidores públicos federais, militares na ativa (art. 117, Lei nº 8112/90, art. 204, Código Penal Militar). Mas, no geral, não há impedimento de que sejam sócios, não administradores, de sociedade empresária. 
Outra situação que pode impedir o exercício da atividade empresária é a condição de falido (art. 102 da Lei 11.101/05 - Lei de Falência), assim como a condenação em crimes falimentares (art. 181, II, da mesma Lei).
O enquadramento tributário e previdenciário dessas duas categorias (MEI e empresário individual) é muito diferente, é possível defender que são duas categorias distintas dentro do gênero empresário.
Empresário Regular - empresário devidamente registrado
Empresário Irregular - aquele que ou não se registrou ou não preenche os requisitos para se registrar/exercer a atividade.
O registro é feito na Junta Comercial e deve observar o disposto nos artigos 967, 968, 1.150 do Código Civil, além da Lei nº 8.934/1994. A regularidade do exercício da atividade empresária é genericamente relevante, mas no caso do empresário individual, destacamos os seguintespontos, entre outros:
· Cadastro no CPNJ, o que sem dúvidas importa em maiores possibilidades de obtenção de crédito, contratação (inclusive com a administração pública) e também impacta seu tratamento tributário.
· Impossibilidade de cadastro no INSS 49, Lei nº 8.212/92.
· Possibilidade de pedir a própria falência e a respectiva recuperação judicial (arts. 48, 97, § 1º, Lei nº 11.101/2005).
· Legitimidade para pedido de falência de outro comerciante (art. 97, § 1º, Lei nº 11.101/2005).
· Tipos de empresa individual e coletivas (sociedades) previstas na legislação
A atividade empresária pode ser realizada individualmente, ou coletivamente. O exercício individual da atividade empresária pode ser feito pelo MEI, pelo empresário individual e pela Empresa Individual de Responsabilidade Limitada.
Empresário Individual - “pessoa física que exerce a empresa em seu próprio nome, assumindo todo o risco da atividade. É a própria física que será titular da atividade.” (TOMAZETTE, 2014) Seu registro deve ser feito no Registro Público das Empresas Mercantis (art. 967, 968, CC/2002). Embora tenha um CNPJ, ele não deixa a categoria de pessoa física. O que significa que não há limitação dos riscos da atividade empresária perante o patrimônio do empreendedor, pois os bens da pessoa física e jurídica se comunicam.
Para ser empresário é necessário deter capacidade jurídica plena, ser capaz por si mesmo de assumir direitos e obrigações no ordenamento jurídico, sem intervenção de terceiros. Os empresários também não podem ser legalmente impedidos.
Em regra, só se alcance capacidade jurídica plena aos 18 anos, aquele com 16 ou 17 anos que exercer atividade empresária, gerando economia própria, passa a deter capacidade jurídica plena (art. 5º, p.ú, inc. I). A atividade que já exercia antes de se tornar incapaz, ou por seus pais, ou pelo autor da herança (art. 974/977 CC/2002).
Quanto aos legalmente impedidos, uma série de leis veda a cumulação da atividade empresarial com outras funções, especialmente públicas. A maioria das restrições referidas não impede que o indivíduo seja sócio ou acionista, mas podem afetar a possibilidade de ser administrador ou compor órgãos administrativos. 
O Empresário Individual, embora pessoa física, deve se registrar no CNPJ e, ainda, é equiparado para fins tributários, salvo no caso da contribuição previdenciária (com exceções).
MEI – uma subcategoria do MEI é o Microempreendedor Individual, com disciplina especial pelo CGSIM. É preciso lembrar que nem todo empresário individual pode se enquadrar como MEI, para tal: 
· Necessário ser optante pelo Simples Nacional;
· Ter auferido receita bruta nos anos-calendário anteriores e em curso de até R$81.000,00;
· Exercer, de forma independente, apenas as ocupações constantes do Anexo XI da Resolução CGSN nº 140 de 2018;
· Não participar de outra empresa como titular, sócio ou administrador;
· Não contratar mais de um empregado;
· O empregado pode receber um salário-mínimo, o piso salarial da categoria profissional, definido em lei federal ou por convenção coletiva da categoria.
O MEI gera carga tributária fixa ao redor de R$ 60,00, sendo essa uma das suas maiores vantagens.
EIRELI - Surgiu como uma solução para o problema da existência de sociedades com sócios de fachada. A pessoa natural que a constituísse só poderia figurar em uma empresa dessa modalidade. A necessidade de um aporte de capital tão alto não tornou o instituto popular. De modo que sua relevância diminuiu drasticamente com a criação de uma figura logicamente incoerente, mas legalmente evidente: a sociedade limitada unipessoal. 
Sociedades - são pessoas jurídicas de direito privado (sujeitas ao direito privado e não ao direito público). As pessoas jurídicas são um gênero mais amplo, abrangendo inclusive entidades sem fins lucrativos (art. 44, CC/2002). Ao dizer que a sociedade é uma pessoa jurídica, indica-se que elas podem ser, independente dos sócios, sujeitas de direitos e obrigações no ordenamento jurídico. Podem assinar contratos, constituir dívidas, contratar empregados, ter sócios, serem executadas etc. Ao dizer que se sujeita ao direito privado e não ao direito público, significa que elas se sujeitam a normas distintas. A sociedade é marcada pelas seguintes características:
- existência de duas ou mais pessoas;
- reunião de capital e trabalho (fatores da produção);
- atividade econômica (em oposição a atividade de mero gozo, ou filantrópicos);
- fins comuns (inerentes ao exercício da atividade por várias pessoas em conjunta;
- partilha dos resultados (decorrência do exercício comum)
As sociedades são, em regra, pessoas jurídicas, mas o Código traz duas exceções: as sociedades comuns e as sociedades em conta de participação (sociedades não personificadas). É importante ficar atento a essa diferença porque as regras de responsabilidade do patrimônio dos sócios pelas dívidas da sociedade são diferentes caso se esteja diante de entidade personificada ou não. Com a personificação da sociedade, por meio registro de ato constitutivo escrito, surge um “sujeito de direitos autônomo com aptidão genérica para contrair direitos e obrigações”.
No mundo real, praticamente só existem: sociedades comuns, sociedades em conta de participação, limitadas, cooperativas, simples e anônimas.
· Responsabilidade e terminologia
A existência de uma pessoa jurídica indica que há separação entre o patrimônio da sociedade e dos sócios. Mas não implica em ausência de possibilidade de afetação do patrimônio pessoal destes.  Em certa medida, há sempre risco de afetação do patrimônio do sócio. Esse grau pode ser muito baixo, caso das sociedades com responsabilidade limitada (hipóteses excepcionais previstas em lei), ou muito alta, quando há responsabilidade ilimitada.  Quando dizemos que a responsabilidade do sócio é limitada, dizemos que apenas pontualmente seu patrimônio responde por dívidas societárias. Quando há responsabilidade ilimitada dos sócios, estes respondem subsidiária e ilimitadamente pelas obrigações da sociedade, caso o patrimônio desta não seja suficiente (sociedade em nome coletivo, sociedade em comum, sociedade simples pura). 
O subsidiário indica a necessidade de se buscar o patrimônio da sociedade e apenas se frustrada essa busca, direcionar os esforços para o patrimônio pessoal. Como a subsidiariedade importa em ordem na sujeição do patrimônio, é chamada de benefício de ordem. Por fim, existem sociedades mistas em que parte dos sócios tem responsabilidade limitada e outra parte, ilimitada. É o caso da sociedade em comandita simples, em comandita por ações e da sociedade em conta de participação.
· Sociedade Despersonificada 
As sociedades também se classificam entre personificadas x despersonificadas. As últimas são aquelas que não preencheram o requisito para se tornarem pessoa jurídica. Nessa categoria, se encaixam:
As sociedades comuns - chamadas de sociedades de fato ou irregulares, sendo o nome alterado pelo CC/2002. São entidades que, embora preencham os requisitos para se enquadrar como sociedade, não preenchem os procedimentos legais para tal ou estão no procedimento (salvo no caso de sociedade por ações anônima, com regramento próprio). O CC/2002 trouxe regramento específico sobre a existência da sociedade. Os sócios só provam sua existência por meio escrito. Enquanto terceiros podem provar a existência por qualquer meio.
Como não há a constituição de sociedade apta a ser titular de direitos e obrigações, entende-se que os bens e dívidas contraídas em nome da sociedade comum constituem um patrimônio especial, do qual todos os sócios são titulares em comum. Ou seja, estabelece-se um condomínio.  Esses bens respondem pelos atos de quaisquer dos sócios, exceto se houver pacto expresso limitativo de poderes conhecido ou que deveria o ser por terceiro. Indica-se a necessidade de que o pacto seja conhecido ou que deveria sê-lo, restringindo-se a presunção. No caso de dívida societária, de um lado, temos responsabilidade solidária e ilimitada, mas, primeiro, deve ser atingido essepatrimônio especial e apenas depois os bens pessoais dos sócios. A única diferença é no caso do sócio que contratou a sociedade, hipótese em que não se aplica benefício de ordem.
Outra hipótese de sociedade despersonificada é a sociedade em conta de participação (SCP), muito usada inclusive como mecanismo de planejamento tributário/obtenção de investimentos.
Sociedade em conta de participação (SCP) - prevista entre os artigos 991 e 996 do Código Civil é bastante usada seja pela questão tributária, seja por permitir a existência de um sócio secreto, seja por permitir a captação de recursos sem a profundidade do vínculo existente no caso da criação de uma sociedade personificada. 
Temos, assim, o sócio ostensivo, que se mostra ao mundo com toda a responsabilidade perante terceiros, e o sócio participante, também conhecido como sócio oculto. Essa forma de sociedade é muito comum quando a união de esforços distintos será pontualmente necessária ao interesse dos sócios ostensivo e oculto. Objeto é a exploração de direito minerário. Nenhuma das partes em questão teria recursos para, isoladamente, desenvolver a atividade. Unem-se pelo interesse comum e dividem o eventual ganho, mas, diante do mundo, existe apenas o sócio ostensivo. 
O sócio ostensivo (empresário individual ou sociedade) se vincula e responsabiliza perante terceiros. Ou seja, em mercado, ele age em seu próprio nome. Embora o nome intuitivamente indique que se trata de sociedade, essa entidade não tem nada que as demais sociedades têm: não precisa de registro, não tem nome próprio, não precisa ter sede, não demanda atos constitutivos. É possível que seja destacado um patrimônio especial pela contribuição do sócio ostensivo e do sócio participante, mas que não pertencerá à sociedade, mas aos sócios em condomínio. 
Sua extinção pode ocorrer a qualquer tempo, ou mesmo pode ser criada por prazo/função determinada. Não se aplicam as regras gerais de dissolução das sociedades, mas ocorre um mero ajuste de contas entre os sócios. Já no caso de falência do sócio ostensivo, o sócio participante terá um crédito, como outro qualquer, diante da massa falida. No caso de decretação da falência do sócio participante, nada impede a continuidade da SCP até a finalização do procedimento de falência.
As SCPs são usadas, especialmente, para investimentos entre pessoas que não desejam ter o vínculo profundo e complexo (não só legalmente) que existe entre sócios das demais sociedades! A SCP é uma forma de sociedade em que há um sócio ostensivo que é quem representa os negócios frente a terceiros e com responsabilidade exclusiva. Os sócios ocultos são meros participantes que participam nos bastidores, participando do resultado e contribuindo com capital, por exemplo. 
· Sociedades Personificadas
Quando as sociedades adquirem personalidade jurídica, elas se tornam personificadas. Nessa categoria, encontramos dois arquétipos básicos: a sociedade simples e a sociedade empresária.
Essas entidades atravessam algumas questões importantes, algumas vezes resolvidas pela lei sem possibilidade de alteração em contrato, noutras de aplicação subsidiária da lei e, por fim, algumas estão no estrito âmbito de deliberação dos sócios. Em certas circunstâncias, a suposta liberdade contratual importa em riscos fiscais.
O enquadramento como sociedade simples ou empresária decorre da atividade. Não é uma escolha do empreendedor. A sociedade simples é aquela que não realiza atividade empresária. Uma diferença prática importante é que as sociedades simples se vinculam ao Registro Civil das Pessoas Jurídicas enquanto as sociedades empresárias no Registro Público das Empresas Mercantis a cargo das Juntas Comerciais.
Sociedade Simples - marcadas pelo exercício de atividades com maior grau de pessoalidade, como é comum nas atividades intelectuais. Mas as atividades intelectuais podem ser celebradas por outras entidades também: tanto podem ser elemento da empresa, como podem ser objeto de associações. Nessas sociedades, o patrimônio dos sócios responde pelas dívidas da sociedade, após esgotado o patrimônio social. Além do objeto, essa é uma outra diferença para as duas principais sociedades empresárias: a limitada e a empresária. Essa sociedade, constituída por contrato conhecido como Contrato Social (art. 997) tem suas deliberações em regra por maioria absoluta do capital social, salvo no caso em que envolva alteração das cláusulas obrigatórias do contrato social.
Na sociedade simples, é possível que o capital social seja integralizado por meio de bens, dinheiro ou serviços. Em algumas sociedades, a aquisição de participação por meio de serviços é proibida. 
A participação como sócio do capital social de uma sociedade (simples ou não) se dá normalmente pela cessão de outrem (onerosa ou não) ou pela integralização do capital social. Por integralização do capital social, podemos entender como o investimento que o empresário faz para que a empresa possa funcionar, isto é: o procedimento em que o sócio efetivamente põe à disposição da sociedade o montante investido, conforme estabelecido no contrato social. É a concretização do capital subscrito (aquele previsto no contrato social como o valor que cada sócio colocará na empresa).
A integralização do capital social em regra não é sujeita à tributação. Assim, quando alguém injeta valores na empresa que, com isso, passa a ter um capital social maior, não costuma haver tributação. Todavia, no caso de aquisição de quotas pode tanto incidir o ITCD (se gratuita) quanto o Imposto de Renda (sobre o ganho de capital).
Quanto à distribuição de lucros, em regra, é proporcional às quotas/participação no capital social. Nada impede, no entanto, estipulação distinta, desde que não haja exclusão de qualquer sócio da participação. 
A participação societária tem outros impactos: ela define a força do voto, ela define a parte que se obtém do patrimônio societário no caso de dissolução, ela envolve aporte de capital ou aquisição de participação.
O regramento da sociedade simples tem uma importância fundamental: ele pode ser usado subsidiariamente para suprir ausência de normas específicas dos outros tipos societários, conforme os arts. 1040, 1046 e 1053 do Código Civil.
A Sociedade Simples é diferente de sociedade optante pelo Simples Nacional. O primeiro Simples se refere ao tipo societário; o segundo, ao regime tributário. A sociedade simples poderá ainda ser classificada como sociedade simples pura ou sociedade simples com algum tipo empresarial (limitado, em comandita simples, em nome coletivo), conforme autorização do art. 983 do Código Civil. Essa classificação de sociedade diz respeito à natureza da sociedade. Nesse caso, sociedade simples se contrapõe à sociedade empresária.
A sociedade simples pura pode ser compreendida como a que, tendo natureza simples, não adota nenhum dos modelos societários previstos no Código Civil e rege-se pelos arts. 997 a 1.038 deste diploma. O Código Civil autoriza que as sociedades simples escolham algum dos regimes societários possíveis para sua organização e forma de responsabilização dos sócios. Ao fazer essa escolha, a sociedade simples permanece simples, isto é, continua sendo uma sociedade personificada e não empresária, mas se submete às normas próprias do tipo societário escolhido, podendo ser uma Sociedade Simples Limitada, Sociedade Simples em Nome Coletivo e Sociedade Simples Comandita por Ações.
· Sociedades Empresárias
É aquela que tem por objeto a atividade de empresa. 
De todos as subcategorias, apenas dois se encontram na ativa: a sociedade limitada e a sociedade anônima.
· Sociedade Limitada
A responsabilidade dos sócios é limitada. Em um primeiro momento, em que a integralização do capital social não se findou, a responsabilidade de todos os sócios é solidária à integralização do capital social. Uma vez integralizado o capital, a responsabilidade de cada sócio queda-se limitada ao valor da respectiva cota-parte. De modo que se uma sociedade tem o sócio A que deve integralizar R$ 60.000 e o sócio B quedeve integralizar R$ 40.000,00, ainda que A tenha integralizado integralmente os R$ 60.000,00, o patrimônio de todo os sócios, A e B, pode ser atingido se B não integralizar os R$ 40.000,00.
No caso das sociedades limitadas, temos por base legal os artigos 1.052 a 1.087 do Código Civil, caso não seja localizada solução específica, é possível ainda verificar as soluções proposta para a sociedade simples.
A lei rege, inclusive, quais os nomes possíveis das sociedades. Assim, o “nome” desse tipo societário sempre terminará em Ltda. ou limitada, condição fundamental para a limitação dos sócios. Mas poderá ser composto pelos nomes os seus sócios, a chamada firma social (ex. Rodrigues Elói Ltda.) ou denominação que indique a atividade desenvolvida (ex.: Lafaiete Cursos Educacionais Ltda.).
O capital social da sociedade é o conjunto de bens e valores que são entregues pelo sócio à sociedade formada ou informação para integração do patrimônio societário. 
	Sócio
	Quotas
	Valor Unitário
	Valor da participação
	Fulana Sicrana
	375.000
	1,00
	375.000,00
	Beltrano de Tal
	375.000
	1,00
	375.000,00
	Total
	750.000
	1,00
	750.000,00
As quotas, uma vez transferidas, poderão gerar impactos em termos de ITCD e de Imposto de Renda. Ao mesmo tempo, em uma sociedade em que os dois sócios possuem exatamente a mesma participação societária, a chance de conflitos e impasses é alta.
A legislação não impõe um capital social máximo ou mínimo, mas a desproporção excessiva entre o porte da sociedade e seu capital social tem sido usado como um dos critérios para se afastar planejamentos tributários realizados por meio da constituição de pessoas jurídicas.  
Caso a constituição do capital social se dê por meio de bens, deve haver cuidado na aferição do seu exato valor, caso contrário, todos os sócios respondem solidariamente durante 5 anos. Na sociedade limitada, é vedada a integralização em serviços. 
A principal marca da sociedade limitada é a limitação da responsabilidade dos sócios, porém existem exceções a essa regra. Hipóteses em que o patrimônio pessoal dos sócios pode vir a ser atingido por dividas da sociedade, mesmo integralizado o capital social:
· Atos Ultra vires: ou seja, quando se delibera de forma contrária à lei ou ao contrato;
· Sociedades maritais (compostas apenas por marido e mulher) proibidas no Código Civil (art. 977) 
· Nos termos da Lei de Falência, no caso de procedência da responsabilização dos sócios (art. 82, Lei nº 11.101/2005)  
· Legislações específicas: Código tributário Nacional, CDC, legislação ambiental, legislação trabalhista. 
As deliberações mais relevantes serão tomadas por seus sócios. Essas deliberações podem se dar por meio de reunião ou assembleia, com regras específicas de convocação e quórum para a   aprovação das decisões. É preciso estar atento a essas regras, sob pena de nulidade da decisão (art. 1071, CC/2002). 
· Sociedade Anônima (Lei no 6404/76)
A distinção a sociedade anônima dos demais tipos societários é o objeto da responsabilidade dos sócios/acionistas, que, no caso desse tipo societário abrange apenas o preço da emissão das ações de que são proprietários.  
No nome empresarial desse tipo societário deve constar empresa ou a expressão S.A. ou Cia. Enquanto as demais sociedades são regidas por um contrato social, como as sociedades anônimas têm uma natureza mais pública, delas é exigido o Estatuto Social (documento mais vinculado à instituição).  Esse documento, junto com a Lei de S.a. e subsidiariamente o Código Civil, regerá a vida da sociedade anônima. 
O objeto social é sempre mercantil, devendo ser preciso e completo. Isso garante a correta identificação dos limites da atuação dos seus administradores, além de ter impactos fiscais. Como a própria dinâmica do mercado reconhece o papel das S.A. em grupos e empresas, a lei reconhece que a participação em outras empresas não precisa estar prevista no estatuto e pode ser usada, inclusive, para obtenção de incentivos fiscais (art. 2º).
A sociedade anônima poderá ser aberta ou fechada, ou seja, as ações das SAs abertas podem ser negociadas na bolsa de valores. Aí está a grande vantagem desse tipo societário: ele permite a obtenção de financiamento no mercado por meio da venda de diversos títulos mobiliários: ações, debêntures etc. 
Na sociedade anônima aberta, a entrada e saída e acionistas é feita de maneira mais flexível, de modo que é conhecida por ser uma entidade mais institucional, enquanto na fechada ainda há controle pelos sócios de quem ingressa ou deixa a sociedade, mantendo-se ainda certo caráter intuitu personae. 
A S.A. também tem um capital social, fixado em seu estatuto, formado em contribuições em dinheiro ou quaisquer bens suscetíveis de avaliação em dinheiro, sendo que nesse caso os avaliadores e aquele que ofertar o bem respondem por danos decorrentes da indevida avaliação dos bens. 
A Constituição da S.A. é um processo cheio de detalhes. Existem diversos títulos mobiliários envolvidos nessa pessoa jurídica, que permitem que ela obtenha recursos no mercado ou com terceiros, com alteração ou não de seu capital social, com direito a voto ou não, sendo essa uma das maiores riquezas desse tipo de entidade. Existem diversos títulos que a S.A. pode emitir e negociar com terceiros, dando a estes diversos direitos e obrigações.
Os órgãos da sociedade anônima são: assembleia geral (pode se dar em reunião ordinária ou extraordinária); diretoria; conselho fiscal; conselho de administração.
Quanto ao administrador, não é responsável pelas obrigações que contrair em nome da sociedade, todavia, a Lei das S.As considerou necessário elencar situações em que essa regra é excepcionada, notadamente quando houver prejuízo decorrente de culpa ou dolo, assim como violação da lei ou do estatuto (art. 158). Porém, não afasta a responsabilidade da Companhia, mas importa em possibilidade e recuperar eventuais prejuízos.
Por fim, para que possamos ter uma visão geral da S.A. é importante compreender os direitos dos seus acionistas:
- Participação dos lucros;
- Participar de eventual liquidação da empresa;
- Preferência para aquisição de diversos títulos mobiliários lançados pela empresa;
- Retirar-se da sociedade
· Como as empresas se constituem juridicamente
Como não existem no mundo concreto, para que se constituam as sociedades empresárias (nome técnico das empresas), necessitam de um ato constitutivo. Em alguns casos, tal basta, como é o caso da sociedade comum e da sociedade em conta de participação. Em outros, para que se gozem das premissas da legislação societária e regramento específico na legislação tributária, é pressuposto o registro prévio e a forma escrita. O registro não é pressuposto para a tributação, mas a regularidade dada pelo registro importa em garantia de tributação como pessoa jurídica e em distinção das responsabilidades dos sócios e da sociedade.
Para que se constitua uma sociedade empresária será necessário se apresentar:
Contribuição ao capital social - compreendido esse último como o patrimônio base da sociedade. O capital social é uma parte do patrimônio societário, que afeta também a participação societária de cada sócio e sua possibilidade de voto, além de, em regra, impactar a distribuição dos lucros;
Pode ser feito em dinheiro, bens e, nas exceções previstas na legislação, também em serviços;
Participação nos lucros e nas perdas - é feita na proporção da participação no capital social. No caso do sócio de serviço (quanto aceitável), sua participação é apurada pela média do valor das quotas. A participação nas perdas, quando à responsabilidade limitada, tem peculiaridades estudadas em cada tipo societário;
Affectio Societatis - Com poucas exceções, as sociedades empresárias se formam a partir da união de duas ou mais pessoas em torno de um objetivo comum. 
Para que essa sociedade se torne uma pessoa jurídica, quando for cabível, será necessário o registro, que por sua vez irá pressupor a indicação de atividade econômica determinada, com objeto lícito, possível e determinável.
A integralizaçãodo capital social apenas excepcionalmente pode ser feita em serviços. Deveras, a integralização por meio de trabalho chamada também de "capital intelectual" com a integração de um "sócio de serviço" não é permitida para todos os tipos societários. Essa operação de integralização do capital social pode ter impactos tributários. 
Caso a integralização se dê por meio de imóveis, a operação será imune de ITBI. Caso seja por meio de quaisquer bens, é possível que haja incidência de Imposto de Renda sobre o Ganho de Capital.
Com a contribuição ao capital social, torna-se sócio, havendo um direito de recebimento de participação nos lucros (não necessariamente proporcional às cotas); na participação de acervo social em liquidação; possibilidade de voto nas deliberações societárias.
Quanto ao registro, no caso das sociedades empresárias é feito perante as Juntas Comerciais de cada estado. Mas esse registro não finda todo o processo burocrático, é ainda necessário fazer inscrições perante Municípios, Estados, União, para outros fins como fiscalização e tributação. 
· Identificação das principais cláusulas do contrato social
Em termos de constituição e regulação mínima das sociedades, temos dois documentos base:
Estatuto Social - é o nome utilizado para esse documento quanto estamos diante de sociedade anônima ou de entidades sem fins lucrativos;
Contrato Social - é utilizado para todos os demais tipos societários, motivo pelo qual concentraremos nossos estudos nessa categoria.
Nessas sociedades, devem-se observar os requisitos dos contratos das sociedades mercantis em geral, além das peculiares listadas no art. 84 da Lei de S.A.
· Contrato Social
É preciso lembrar que o Código Civil impõe a necessidade de algumas cláusulas, conforme elencado no artigo 997, que termina por ser o arquétipo básico para todos os tipos societários. Todavia, é preciso averiguar que existem diferenças e detalhes decorrentes do tipo societário envolvido. Ao analisar um contrato social é necessário observar o arquétipo básico + os detalhes imputados a cada tipo societário. 
Art. 997. A sociedade constitui-se mediante contrato escrito, particular ou público, que, além de cláusulas estipuladas pelas partes, mencionará:
I - nome, nacionalidade, estado civil, profissão e residência dos sócios, se pessoas naturais, e a firma ou a denominação, nacionalidade e sede dos sócios, se jurídicas; 
II - denominação, objeto, sede e prazo da sociedade;
III - capital da sociedade, expresso em moeda corrente, podendo compreender qualquer espécie de bens, suscetíveis de avaliação pecuniária;
IV - a quota de cada sócio no capital social, e o modo de realizá-la;
V - as prestações a que se obriga o sócio, cuja contribuição consista em serviços;
VI - as pessoas naturais incumbidas da administração da sociedade, e seus poderes e atribuições;
VII - a participação de cada sócio nos lucros e nas perdas;
VIII - se os sócios respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações sociais.
Parágrafo único. É ineficaz em relação a terceiros qualquer pacto separado, contrário ao disposto no instrumento do contrato.
Algumas considerações da perspectiva do Fisco e da jurisprudência:
1. Embora acima se indique que deve constar a Denominação da sociedade, sabemos que denominação é uma espécie de gênero/nome empresarial. Algumas sociedades podem ter por nome firma. Logo, importante atentar
2. Lembramos que o sócio de indústria, nome pelo qual é conhecido o sócio que presta serviços, não é aceito em todo os tipos societários.
3. No caso em que o sócio presta serviço por meio da sociedade (advogado) e no caso do sócio-administrador, a Fazenda tem entendimento de que é obrigatório o recebimento de pró-labore (parcela decorrente do trabalho, sujeitável ao Imposto de Renda e à Contribuição Previdenciária)
4. A correta delimitação dos poderes e atribuições societárias é fundamental para que se evite imputação de responsabilidade pessoal ao administrador
5. A distribuição de lucros não é necessariamente proporcional à participação do capital social, sendo possível se determinar outros critérios de distribuição
6. Em alguns tipos societários, como a sociedade limitada, a responsabilidade dos sócios é presumidamente limitada
Na elaboração cuidadosa de um contrato social, é preciso ainda lembrar que em algumas situações não é possível que o contrato altere o determinado pelo Código.Art. 1.013. A administração da sociedade, nada dispondo o contrato social, compete separadamente à cada um dos sócios.
Art. 1.015. No silêncio do contrato, os administradores podem praticar todos os atos pertinentes à gestão da sociedade; não constituindo objeto social, a oneração ou a venda de bens imóveis depende do que a maioria dos sócios decidir.
Art. 1.031. Nos casos em que a sociedade se resolver em relação a um sócio, o valor da sua quota, considerada pelo montante efetivamente realizado, liquidar-se-á, salvo disposição contratual em contrário, com base na situação patrimonial da sociedade, à data da resolução, verificada em balanço especialmente levantado. 
No caso das sociedades limitadas. Seu contrato social deve indicar se no caso de omissões da Lei, a sociedade se rege pelas normas da sociedade simples ou da sociedade anônima. Se não houver indicação, a regência supletiva (norma aplicável no caso de omissão) será da sociedade simples. A sociedade anônima é mais complexa, precisa tornar públicas diversas informações, tem regras específicas quanto à dissolução e liquidação etc. Se recomenda a regência supletiva pela sociedade anônima para entidades mais complexas, de maior parte, com maior número de sócios.
· Extinção Jurídica das empresas
A dissolução irregular de sociedade é uma das hipóteses mais comuns de responsabilização dos sócios. Quando uma empresa deixa de operar só “fechando as portas”, as dores de cabeça podem seguir seus sócios e respectivos patrimônios por muito tempo. Por isso, é importante também ter ciência de como se dá a extinção de uma pessoa jurídica. Já em seu nascimento, os sócios devem fazem constar em seu ato constitutivo as formas de extinção (art. 46, inc. VI, CC/2002), mas o próprio Código Civil elenca outras situações que justificam a finalização da sociedade/pessoa jurídica (arts. 51, § 2º,  1033).
As causas de dissolução total da sociedade são: o vencimento do prazo de duração, o consenso unânime dos sócios, a deliberação da maioria dos sócios, a falta de pluralidade, quando não cabível a sociedade unipessoal, a extinção da autorização para funcionar, a falência.
Uma sociedade pode ser ainda impactada pela nulidade (medida mais profunda, é como se a sociedade nunca houvesse podido existir, é uma decorrência de um defeito na sua própria constituição) e pelo exaurimento/ inexequibilidade (quando não há mais viabilidade na exploração do capital social) do objeto social, hipóteses em que será necessariamente dissolvida judicialmente (art. 1034).
Também é cabível a dissolução parcial da sociedade, quando esta continuará existindo, mas um ou mais sócios deixarão a sociedade, sem que terceiros ou outro sócio adquira a sua participação. 
Iniciada a dissolução total da sociedade, de imediato deve ser investido liquidante, com “a restrição da gestão própria aos negócios inadiáveis, vedadas novas operações. Os administradores responderão solidária e ilimitadamente pelas novas operações (art. 1.036).
Inicia-se, um procedimento denominado liquidação, procedimento voltado para a verificação dos ativos e passivos da sociedade, usando-se a diferença positiva para a satisfação de credores eventuais (art. 51, §§, 1.102 CC/2002). Na fase de liquidação, a sociedade ainda existe, mantendo a personalidade jurídica. Deve, no entanto, fazer constar em seu nome o termo “em liquidação” para alertar terceiros.
É preciso lembrar que além do registro na Junta Comercial, é comum que a sociedade tenha que se sujeitar a outros registros. Como para fins de ISS, ICMS etc.
O procedimento no caso da sociedade anônima tem detalhes distintos conforme se depreende do art. 206e seguintes da Lei da S.A.
Entre as hipóteses de dissolução encontra-se a falência, procedimento existente diante de sérios problemas financeiros, previstos em lei, que importam em presunção de que a sociedade não tem capacidade financeira para arcar com suas dívidas de uma perspectiva coletiva. Está-se diante do risco de que não haja patrimônio para a satisfação dos credores. As hipóteses de decretação de falência estão previstas no art. 94 da Lei nº 11.101/2005. O procedimento da falência pode ou não ser procedido de uma tentativa de salvar a empresa por meio da Recuperação judicial conforme descrito no art. 47 e seguintes da referida lei, destacando-se o art. 50, onde de estabelecem meios para a tentativa de salvação da empresa, tais como concessão de prazos especiais para pagamento das obrigações, alteração do controle societário, administração compartilhada etc. 
Unidade 2 – Tema 1: Empresa: o estabelecimento e os elementos de identificação da atividade empresarial
· Elementos de identificação da atividade empresarial: nome e marca
Marca - sua previsão está na Lei nº 9.279/1996, mais especificamente nos arts. 122 e 123. Pode ser compreendida como uma propriedade intelectual, com a finalidade de garantir exclusividade da utilização desse signo em determinado ramo de atuação em todo o Brasil. Busca identificar um produto ou serviço e deve ser um sinal perceptível visualmente (sons, aromas, etc.). No ramo de negócio, uma empresa pode ter diversas marcas para identificação do seu produto. Para validar o registro da marca, ele precisa ser feito pelos próprios sócios ou advogados daquela empresa junto ao INPI (Instituto Nacional da Propriedade Industrial). Não é obrigatório perante a lei, mas recomendado, como forma de proteção à empresa e aos símbolos que a identifiquem.
Nome Empresarial - previsto no art. 1.155[3] e seguintes do Código Civil, por sua vez é basicamente a firma ou denominação adotada para o exercício da empresa. Também chamado de Razão Social e seu registro se dá na Junta Comercial. Esse nome é o que representará a empresa juridicamente, pois é o que estampa o CNPJ e demais documentos oficiais da empresa. O art. 1.155, caput, do Código Civil nos revela duas espécies de nome empresarial: a firma ou a denominação.
· Firma: pode ser individual ou coletiva, nela o nome empresarial se formará pela utilização dos nomes pessoais dos empreendedores, acrescidos de “designação mais precisa” de suas pessoas “ou do gênero de atividade” (art. 1.156[4] do CC).
· Denominação: em vez do nome dos empreendedores, o que a caracterizará será o objeto social, ou seja, a atividade desenvolvida (art. 1.158, § 2º,[5] do CC) pela empresa.
Empresário Individual - conforme o art. 980 do Código Civil, aquele que se estrutura como empresa individual de responsabilidade limitada, por expressa disposição de lei, poderá optar por identificar o empreendimento por meio de firma ou denominação, contanto que acrescente ao nome escolhido a expressão EIRELI. 
A inserção da palavra “limitada” nos nomes das empresas optantes por esse tipo empresarial é fundamental para assegurar a não responsabilização dos sócios, conforme art. 1.158, § 3º, do CC.
As limitações de uso do nome empresarial estão relacionadas à circunscrição do seu Estado de origem, não tendo abrangência nacional e não podem ser objeto de alienação (art. 1.164). Assim, em Minas Gerais não pode haver duas empresas chamadas ABC Comércio Ltda., mas não há objeção para que haja outra empresa com o mesmo nome empresarial em Manaus - AM, por exemplo.A empresa conhecida popularmente como Submarino (marca) tem como nome empresarial “B2W Companhia Digital.
Algumas observações sobre as diferenças entre marca e nome empresarial precisam ser feitas:
· Nome empresarial não pode ser vendido, enquanto a marca pode ser objeto de alienação;
· O registro da marca vale por dez anos e pode ser prorrogado por igual período sucessivamente, o nome empresarial, por sua vez é válido enquanto aquela sociedade estiver ativa;
· A proteção dada ao nome empresarial independe da área de atuação, abrangendo todos os ramos dentro daquele estado. A marca, por sua vez, tem sua proteção garantida dentro do seu ramo de atividade.
Apesar dessas diferenças, tanto o nome empresarial como a marca são designativos de livre escolha, desde que não tenham sido previamente registrados por outras pessoas.
· O estabelecimento e suas principais características
Segundo o art. 1142, estabelecimento é todo o complexo de bens organizados para o exercício da empresa, por empresário, ou por sociedade empresária.
estabelecimento comercial é o conjunto de bens, corpóreos ou incorpóreos, com os quais o empresário desenvolve a sua atividade econômica, isto é, o instrumento de seu trabalho. O estabelecimento não se confunde com bens de propriedade do empresário ou da sociedade empresária, não é necessário que todos os bens envolvidos sejam de propriedade destes, bastando que “possua um título jurídico que lhe assegure a legitimação para o uso do bem”.
Como corpóreos, podemos entender as mercadorias, instalações, utensílios, máquinas e todo o mais físico a ser utilizado pelo empresário na exploração da sua atividade econômica.
Bens incorpóreos são os contratos, o ponto comercial (seja uma sede física ou virtual, como um site, por exemplo), clientela, os créditos, dívidas, registros, título do estabelecimento etc.
O estabelecimento pode ter um nome conhecido como “título de estabelecimento” ou “nome de fantasia”. Esse nome não se confunde com o nome da empresa/pessoa jurídica, sendo usado apenas para fins de publicidade, com o escopo de atrair clientes.
Entre os bens imateriais, o ponto comercial é o que merece mais atenção, pois em razão da sua importância no exercício da empresa recebe tratamento especial e a renovação do contrato de locação comercial é um direito protegido. Para que essa proteção seja concedida, a Lei nº 8.245/91 estabelece certos requisitos: contrato com prazo determinado de no mínimo cinco anos e que pelo prazo ininterrupto de três anos o arrendatário deve explorar o mesmo ramo no comércio ou indústria, assim, o empresário tem direito à renovação compulsória do contrato.
A renovação compulsória não é absoluta, pois havendo conflito entre o direito do locatário, voltado à renovação da locação, e do locador, no tocante ao uso pleno do seu bem, prevalece o direito de propriedade do locador.
O estabelecimento é considerado uma universalidade de bens, que pode ser objeto de diversos contratos: alienação, usufruto ou arrendamento. De qualquer modo, a eficácia desses negócios perante terceiros só ocorrerá após a averbação à margem da inscrição da entidade.
O contrato que envolve a alienação (transferência) parcial ou total do estabelecimento tem o nome de trespasse sujeito a regramento específico para se evitar prejuízos aos credores conforme disposto no art. 1145 do Código Civil.
o Código Civil estabelece diversas regras sobre o assunto, mas vamos dar destaque ao disposto no art. 1.146, segundo o qual o “adquirente do estabelecimento responde pelo pagamento dos débitos anteriores à transferência, desde que regularmente contabilizados, continuando o devedor primitivo solidariamente obrigado pelo prazo de um ano, a partir, quanto aos créditos vencidos, da publicação, e, quanto aos outros, da data do vencimento.”.
· Propriedade industrial e a atividade empresarial
A propriedade industrial é uma espécie do gênero direito intelectual, no qual também se encontram, por exemplo, os direitos autorais, regulados pela Lei nº 9.610/98. Dentro dos que se chamam de bens intangíveis (inclusive no sentido contábil) existe uma categoria mais ampla de direitos protegidos, mas no presente material oferta-se corte específico.
Tem-se, assim, as seguintes hipóteses de direitos industriais:
Das Patentes – é possível obter-se patente (um conjunto específico de proteção) sobre invenção ou modelo de utilidade. A lei não conceitua invenção, embora o próprio nome seja indicativo do que seja, além de impor-se exigênciasde novidade, atividade inventiva e aplicação industrial (art. 8º). Quanto ao modelo de utilidade, considera-se “o objeto de uso prático, ou parte deste, suscetível de aplicação industrial, que apresente nova forma ou disposição, envolvendo ato inventivo, que resulte em melhoria funcional no seu uso ou em sua fabricação”.
Qual a relevância da concessão de patente? 
Muitas vezes o direito sobre o bem intangível é o que uma empresa tem de maior valor. Logo, o pedido como pressuposto da patente se torna importante. No mais, a patente “confere ao seu titular o direito de impedir terceiro, sem o seu consentimento, de produzir, usar, colocar à venda, vender ou importar com estes propósitos: I - produto objeto de patente; II - processo ou produto obtido diretamente por processo patenteado.
Essa regra de imposição a terceiros pode ser afastada, caso se demonstre que o produto foi obtido por processo de fabrico diverso do protegido por patente (art. 42, § 2º), a pessoa, de boa fé, demonstre que antes da data de depósito ou de prioridade de pedido de patente, explorava seu objeto no País, caso em que será assegurado o direito de continuar a exploração (art. 45).
No art. 10º da Lei são elencados itens que não se consideram invenções ou modelos de utilidade e, portanto, não são patenteáveis, é o caso de métodos operatórios, partes de seres vivos, programas de computador em si etc.
Para que se preencha o requisito da novidade (art. 11), é necessário que a invenção ou o modelo de utilidade não estejam compreendidos no estado da técnica, compreendido esse como “tudo aquilo tornado acessível ao público antes da data de depósito do pedido de patente, por descrição escrita ou oral, por uso ou qualquer outro meio, no Brasil ou no exterior” (art. 11, § 1º).
Para que haja atividade inventiva, é necessário que a invenção “para um técnico no assunto, não decorra de maneira evidente ou óbvia do estado da técnica” (art. 13). No caso do modelo de utilidade, não decorra de maneira vulgar (art. 14). 
O requisito da aplicação industrial se dá na possível utilização ou produção em qualquer indústria (art. 15). Destaca-se que o “conceito de aplicação industrial deve ser analisado com a devida flexibilidade quanto a seu significado, sendo aplicável também às indústrias agrícolas e extrativas e a todos os produtos manufaturados ou naturais. O termo indústria deve ser compreendido, assim, como incluindo qualquer atividade física de caráter técnico, isto é, uma atividade que pertença ao campo prático e útil, distinto do campo artístico.”
A lei ainda elenca uma lista de elementos que não são patenteáveis, são os chamados pela doutrina de Impedimentos, como a contrariedade à moral e aos bons costumes (art. 18).
O depósito de pedido de patente está vinculado a regras de prioridade vinculadas a outros países, como se elenca no art. 16 da Lei, com regramento ainda na Matéria de Patentes (Decreto nº 81.742/78).
O procedimento para obter a patente é descrito na lei (art. 19 a 37), mas para o administrador o mais importante é lembrar que deferido o pedido, concede-se uma carta patente (art. 38) que apontará as principais características da patente concedida (art. 39). Uma patente não dura para sempre, ela serve para que se garanta ao inventor o gozo dos benefícios econômicos advindos de sua atividade, mas, após dado período, ela deixa de vigorar nos termos do art. 40, como mecanismo de sociabilização dos benefícios.
É possível que o titular de um pedido de patente ou de patente opte por cedê-lo a terceiros (art. 58), por meio de operação onerosa   gratuita, o que certamente terá impactos tributários. Nesse caso, o titular original deixa de ter quaisquer direitos sobre a patente. Da mesma maneira, o titular original pode optar por licenciar, ou seja, deixar que terceiro explorem a patente sem, no entanto, deixar de preencher a condição de titular. Nesse caso, esses rendimentos se sujeitarão a royalties tributados de forma específica. 
A lei permite que o titular oferte a exploração da patente via INPI (art. 64) ou que ocorra o licenciamento compulsório (art. 68).
Desenhos Industriais - o desenho industrial ou design a “forma plástica ornamental de um objeto ou um conjunto ornamental de linhas e cores que possa ser aplicado a um produto.” A lei trata da respectiva conceituação no art. 95. A proteção jurídica do desenho industrial nasce do registro. Para que seja concedido o registro, é necessário que o desenho industrial cumule os requisitos:
· Da novidade: não estar compreendido no estado da técnica, de modo similar à proteção das patentes, conforme descrito no artigo 96
· Da originalidade: “a configuração visual distintiva, em relação a outros objetos anteriores” (art. 97);
· A possibilidade de industrialização: no que se distingue de obra de caráter puramente artístico, devendo poder servir de tipo de fabricação industrial (art. 95, 98);
· Não sujeita a impedimentos legais, conforme descritos no art. 100 da Lei.
Das Marcas - sinais distintivos visualmente perceptíveis. Corresponde assim a “sinais gráficos que se agregam a determinado produto ou serviço, especificando-os, a consolidar determinada clientela, a registrar determinado padrão de qualidade (marca de certificação) ou, ainda, a distinguir determinado empresário ou sociedade empresária (marca coletiva) (...).”
O conjunto da tutela do direito de marca se sujeita, em regra, a exigências de aquisição, vigência, levando a uma proteção delimitada pelo princípio da territorialidade, princípio da especialidade. Desse modo, com exceção apenas da Marca notoriamente conhecida infra descrita, a proteção é adquirida por meio do registro do INPI (art. 130). Em regra, esse direito decorre da prioridade do registro, mas o usuário de boa fé da marca encontra dose de proteção no art. 129 da Lei 9.279/96 que lhe garante direito de precedência ao registro assim como garante-se procedência, por seis meses, aquele que requerer o registro em outro país signatário (Convenção de Paris).
A concessão inicial da proteção da marca terá a duração de 10 anos, prorrogáveis sem limite máximo por igual prazo, com direito de uso exclusivo sobre a marca em todo o território nacional – princípio da territorialidade (art. 133, Lei nº 9.279/96).
Com o registro, passa seu titular a ter o direito de:
· Uso exclusivo em todo o território nacional diante do risco de confusão entre marcas ou proveniência de serviço ou produto, sendo vedado “a reprodução do verdadeiro elemento identificador do produto ou serviço, daquele elemento que é essencial para distinguir o produto ou serviço;
· Cessão do registro ou do pedido de registro;
· Licença de Uso;
A proteção concedida observa o princípio da especialidade, de forma que o direito de impedir o uso de marca se refere apenas aos ramos de atuação com conexão com o ramo em que a marca foi registrada, o segmento mercadológico. A intenção é evitar abusos concorrenciais, da exploração da identidade similar. Para que seja possível o registro como marca, que em regra garante proteção dentro do território nacional (art. 129), é necessário:
 	- Capacidade distintiva do sinal;
	- Novidade Relativa;
	-Não confunda com marca notória;
	- Desimpedimento.
Quanto à capacidade distintiva do sinal, “é essencial que ela seja capaz de diferenciar o produto ou serviço de outro. A marca serve para identificar produtos ou serviços, diferenciando-os dos seus concorrentes. Não podem ser marcas uma linha isolada, um número, uma cor ou uma expressão que não tenha caráter distintivo (café, vinho...)." No entanto, se a maneira como esse número, cor etc é exposta for possível de se tornar um caráter distintivo, está-se diante de possível registro de marca. Todos nós conhecemos uma marca que é uma mera maça mordida.
No campo da novidade relativa, entende-se que não é necessário que quem requer o registro tenha criado o sinal, mas que oferte uma nova utilização em certo campo de atuação. A novidade tem que estar vinculada a uma determinada classe de produtos, sendo possível que, em classes distintas de produtos,explorem-se marcas similares.
Como nas outras hipóteses, existem impedimentos legais também diante do registro de marca, dessa vez descritos no art. 124. É o caso de brasões, moedas etc. Nesse caso, destacam-se sinais que levariam a confusão com estabelecimento ou nome de empresa de terceiros, falsa indicação de origem, procedência etc., reprodução ou imitação, no todo ou em parte, de marca alheia vinculada a produto ou serviço idêntico, e assim por diante. É necessário o desimpedimento.
Um último requisito para que a marca seja possível de registro é que não se confunda com Marca Notória ou notoriamente conhecida, entendida essa como aquela que detém prestígio significativo em dado setor, a ponto de que “quem atua em determinada área não tem como não conhecer a referida marca.”
Como todos os direitos, o de marca pode se extinguir, como no caso de ausência de prorrogação do prazo de proteção, diante de renúncia, pela caducidade, pela ausência de procurador constituído no Brasil no caso dos titulares residentes no exterior (art. 143). A caducidade, integral ou parcial, se dá pelo desuso da marca sem razão ou por razões ilegítimas, elencadas no   art. 143, § 1º.
O direito de marca pode ser afetado ainda por hipóteses de nulidade, passíveis de serem requeridas por qualquer interessado administrativamente ou mediante ação judicial conforme determinado nos arts. 165 e seguintes da Lei de Propriedade Industrial. A nulidade decorrerá da inobservância de requisitos legais, produzindo efeitos desde a data do depósito do pedido (art. 167). 
É de se lembrar que há distinção entre nome empresarial, marca e o nome de fantasia. 
É proibido: “reprodução ou imitação de elemento característico ou diferenciador de título de estabelecimento ou nome de empresa de terceiros, suscetível de causar confusão ou associação com estes sinais distintivos;” ou “uso de título de estabelecimento, nome comercial, insígnia ou sinal de propaganda, ou usar essas reproduções ou imitações com fins econômicos.” (arts 124, inc. V, 191).
A Lei ainda apresenta a hipótese muito específica de proteção das indicações geográficas, que indicam procedência ou origem. A lei concede regras de proteção especial, indicando crimes contra a propriedade industrial a partir de seu artigo 183.

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