Buscar

Resenha sobre o capítulo Correntes do Ecologismo do livro O Ecologismo dos Pobres de Joan Martínez Alier

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Resenha sobre o capítulo “Correntes do Ecologismo” do livro O Ecologismo dos Pobres de Joan Martínez Alier
	Com o crescimento econômico, se expandiu também, como o autor pontua, o ecologismo – ou ambientalismo. Com suas diversas particularidades, esse movimento ambientalista pode ser dividido em três principais correntes que sempre lutam em prol da natureza. 
	A primeira corrente visa o culto à vida silvestre e defende a natureza intocada. Buscam conservar, não atacando o crescimento econômico, os espaços da natureza que ainda estão originais e situados fora da influência do mercado. Infelizmente, essa corrente acaba perdendo sua luta na maior do mundo industrializado, onde se tem a exploração em busca de matérias-primas. Para a preservação do meio ambiente existem motivos estéticos e até utilitários, usando até o apelo religioso. Para o autor, a sacralidade da natureza possui uma conotação importante por duas razões: 1. A natureza em algumas culturas possui função real na esfera sagrada. 2. Ajuda a esclarecer o tema central na economia ecológica. A agricultura tradicional desagrada aos ecologistas, pois esta conquistou o espaço da vida silvestre. Portanto, como aponta o objetivo dessa corrente, a manutenção do que ainda não foi explorado pelo o ser humano, é fundamental.
	O autor defende que o ambientalismo ocidental não cresceu nos 1990 em função das economias terem alçado uma etapa “pós-materialista”, mas exatamente ao contrário pelas preocupações materiais decorrentes da crescente contaminação química e os riscos e as incertezas advindas do uso da energia nuclear. Por fim, há grupos que se orientam em favor da vida silvestre enquanto outros passaram a se preocupar com a ecologia industrial e ainda, outros se envolveram em conflitos ambientais e de direitos humanos provocados pelas empresas transnacionais no Terceiro Mundo. 
	A segunda corrente é denominada como “o evangelho da ecoeficiência”. O foco de luta dessa corrente está voltado para os impactos ambientais ou riscos à saúde causadas pela atividade industrial, urbanização e agricultura moderna. Portanto, essa corrente analisa o impacto da economia em sua totalidade, defendendo o crescimento econômico, ainda que não a qualquer custo. Ainda como objetivo dessa corrente, estão o desenvolvimento sustentável, a modernização ecológica e a boa utilização, se preocupando com os impactos da produção de bens e com o manejo sustentável dos recursos naturais e não tanto pela perda dos atrativos da natureza ou dos seus valores intrínsecos.
	A terceira corrente denominada “justiça ambiental” e o “ecologismo dos pobres” nos mostra que o crescimento econômico acarreta impactos mais profundos ao meio ambiente. Como um desses impactos o autor destaca o deslocamento geográfico das fontes de recursos e das áreas de descarte de resíduos. Essa terceira vertente menciona os grupos indígenas e camponeses. Segundo o autor, esses grupos estão auxiliando na conservação da biodiversidade. Além desses grupos, existem diversos projetos sociais nas áreas centrais das grandes cidades e nas áreas industriais em várias partes do país que chamam a atenção a respeito da contaminação do ar, da pintura com chumbo, dos centros de transferência do lixo municipal, dos dejetos tóxicos e outros perigos ambientais que se concentram, principalmente e sendo o foco dessa corrente, nos bairros pobres ou habitados por minorias raciais - a margem das cidades, ditas favelas, onde se carece de saneamento básico. 
	Essa justiça ambiental, até pouco tempo atrás, permaneceu limitado aos Estados Unidos, muito embora o ecologismo dos pobres constitua denominações aplicadas a movimentos do Terceiro Mundo que lutam contra os impactos ambientais que ameaçam os pobres, que são maioria da população nesses países e na maior parte dos países do mundo. Contudo, esses movimentos ambientalistas que buscam algum tipo de justiça ambiental, vem se expandindo ao redor do mundo. Dentre os participantes desses movimentos temos uma população camponesa que luta para que suas terras não sejam invadidas por mineradoras ou pelo agronegócio - aqui cabe mencionar a questão das reservas indígenas, que a cada dia que passa estão mais ameaçadas. Há também movimento de pescadores artesanais contra barcos de alta tecnologia que acabam destruindo o sustento desses grupos e também causando um desequilíbrio na fauna, etc. Por fim, o autor pontua que essa terceira vertente conta com apoio da agroecologia, da etnoecologia, da ecologia política, da ecologia urbana e da economia ecológica. Tudo isso, como mencionei acima, acaba contribuindo para a expansão em busca de justiça.

Outros materiais