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SISTEMA RESPIRATÓRIO EDEMA, SARA E ATELECTASIA Edema Pulmonar — é o vazamento de fluido intersticial em excesso que se acumula nos espaços alveolares, que pode resultar de perturbações hemodinâmicas ou de aumentos diretos da permeabilidade dos capilares, como resultado da lesão microvascular. Síndrome da Angústia Respiratória Aguda (SARA) — é uma manifestação grave da Lesão Pulmonar Aguda (LPA), que é caracterizada por um início abrupto de hipoxemia significativa e infiltrados pulmonares bilaterais na ausência de insuficiência cardíaca. Atelectasia — Refere-se a uma expansão incompleta dos pulmões (atelectasia neonatal) ou ao colapso do pulmão previamente inflado, produzindo áreas de parênquima pulmonar relativamente sem ar DISTÚRBIOS DA PLEURA Diversos fatores são importantes para manter a hemodinâmica pulmonar, sendo um deles a pressão negativa da cavidade pleural, que é o espaço contendo líquido ceroso que fica entre a pleura parietal e pleura visceral. Alguns distúrbios prejudicam o processo de inflação pulmonar, como obstrução da árvore brônquica em algum seguimento ou compressão pulmonar por acumulo de líquido no espaço pleural. Assim, os distúrbios de pleura mais conhecidos inclui-se: derrame pleural, pneumotórax, hemotórax e inflamação pleural. DERRAME PLEURAL: Quando há um acumulo de líquido no espaço pleural prejudica o pulmão de se inflar. Normalmente o líquido do espaço pleural pode ser proveniente tanto dos capilares da pleura parietal e drenado pelos vasos linfáticos também da pleura parietal, quanto proveniente dos espaços intersticiais do pulmão, pela pleura visceral. Além disso, pode haver entrada de líquido por alguns orifícios do diafragma. Sendo assim, o acumulo pode ocorrer ou pela produção em excesso desse liquido ou pela ineficiente remoção desse liquido pelos vasos linfáticos do espaço pleural. O liquido desse espaço pode ser TRANSUDATO (acumulo de líquido sem necessariamente acumulo de proteínas, relacionado a hidrotórax, como em ICC e insuficiência renal), EXSUDATO (quando há acumulo de líquido e extravasamento de proteínas, e relacionado a processos inflamatórios, como pneumonia bacteriana, infecção viral, câncer e infarto pulmonar), ou QUILO (é um liquido leitoso que tem quilomícrons, rico em lipídeos e originado da linfa do sistema digestivo, comuns em complicações de procedimentos cirúrgicos ou derrame de linfa da cavidade torácica). O transudato é característico de hidrotórax, o exsudato é característico de empiema, que é quando se tem acumulo de glicose, proteína, leucócitos, alguns restos celulares, tecidos mortos, pois quando se tem inflamação, além da vasodilatação, aumenta-se a permeabilidade capilar; o quilo é conhecido é característicopor quilotórax. Para se fazer a diferenciação de Transudato e Exsudato, normalmente é feito a dosagem de proteínas plasmáticas e de Lactato Desidrogenase (LDH), que é liberado quando se tem tecido pleural inflamando ou lesionado. Outro mecanismo de acumulo no espaço pleural é o acúmulo de sangue, chamado de HEMOTÓRAX, que ocorre normalmente quando se tem lesão de tórax ou alguns ruptura grande de algum vaso. O hemotórax pode ser classificado como mínimo (250ml de sangue), que desaparece de 10 a 14 dias; moderado (preenchimento de 1/3 do espaço pleural), sendo necessário a drenagem imediata; grande (preenche metade ou mais de um dos lados do tórax), também necessário drenagem imediata. Quando se tem acumulo de ar na cavidade pleural é chamado de PNEUMOTÓRAX, que pode levar a um colapse parcial ou completo do pulmão. O pneumotórax pode ser classificado em: pneumotórax espontâneo, que ocorre quando se tem ruptura de alguma bolha de ar na superfície do pulmão (na arvore traqueobrônquica) e esse ar começa a entrar na cavidade pleural, podendo ser primário (em pessoas saudáveis e acometimento de pequena área) e secundário (acomete pessoas que já tem uma doença pulmonar subjacente); pneumotórax traumático, pode ser classificado como penetrante ou não penetrante, como no caso de fratura ou luxação de costelas que penetra na pleura e facilita a entrada de ar, mas não necessariamente perfura o pulmão. Além disso, caracteriza um pneumotórax aberto, que é quando na inspiração o afetado se retrai e o não afetado é comprimido, porém na expiração o afeto ainda se infla um pouco e o não afetado se descomprime; e pneumotórax de Tensão, que é quando a pressão intrapleural excede a pressão atmosférica e as estruturas do mediastino são deslocada para o lado oposto do tórax, comprimindo o pulmão não afetado e também estruturas como desvio da traqueia e compressão da veia cava, reduzindo o retorno venoso. ATELECTASIA É quando ocorre a expansão incompleta de um pulmão ou de parte do pulmão. Pode ser causada por obstrução das vias respiratórias, compressão do pulmão, como ocorre em casos de pneumotórax ou de derrames pleurais, ou aumento de recuo do ulnal, devido à perda de surfactante pulmonar. Pode ser classificada como primária, que é manifesta logo que o bebê nasce e ocorre por não conseguir fazer uma expansão completa ou por ser prematuro ou por ainda não produzir surfactante de maneira adequada; ou secundária ou adquirida que ocorre quando o pulmão já inflado, por algum motivo ocorre um processo de colapso, podendo ser caracterizada por atelectasia de reabsorção, compressão ou contração. Atelectasia de Reabsorção — quando se tem obstrução em algum local da arvore traqueobrônquica e a porção seguindo daquela obstrução para de receber ar e essa porção começa a reabsorver. Atelectasia por compressão — ocorre por conta de pneumotórax traumático ou de tensão, ocorrendo uma compressão de uma porção pulmonar. Além disso, poder haver compressão por um tumor. Atelectasia por contração — quando o pulmão começa a ficar mais fibrótico, perdendo a complacência não conseguindo expandir adequadamente. Compressão Externa: • Derrames pleurais • Hemotórax • Pneumotórax • Elevação do diafragma por afecções abdominais variadas Absorção: • Tumores • Corpos estranhos • Secreções espessas • Linfonodos hiliares muito aumentados Focal: • Deficiência de surfactante, em recém-nascidos ou adultos • Pode ser difusa ou local. Contração: • Lesões fibróticas locais ou difusas podem impedir a expansão pulmonar, causando atelectasia por contração. EXEMPLOS Atelectasia Esquerda Total Atelectasia Lobo Superior Direito O ar aparece em preto, a gordura em cinza, os tecidos e a água em cinzas mais claros e os ossos e o metal em branco. Quando mais denso o tecido, mais branco ele aparecera no raio X. Os tecidos mais densos aparecem radiopaco e claros na imagem; os menos densos, radiolucentes ou escuros. DOENÇAS RESPIRATÓRIAS As doenças respiratórias que levam a alterações vasculares e circulatórias podem ser embolia pulmonar, infarto pulmonar, hipertensão pulmonar e edema pulmonar. Edema Pulmonar O edema pulmonar pode resultar de perturbações hemodinâmicas ou de aumento direto da permeabilidade dos capilares, como resultado de lesão microvascular. Pode ser classificado como edema hemodinâmico / cardiogênico, que ocorre em razão do aumento da pressão hidrostática, como ocorre mais comumente na insuficiência cardíaca congestiva esquerda; edema decorrente de lesão à Parede Alveolar, são lesões de aumento de permeabilidade vascular; e edemas de origem indeterminada, são os neurogênicos ou os relacionados a altitudes. A drenagem do excesso de líquido intersticial ocorre principalmente através de vasos linfáticos peribrônquicos e perivasculares, fazendo com que exista uma vazão basal pelo ducto torácico. O desbalanço desses mecanismos homeostáticos resulta em edema pulmonar, situação bastante frequente na prática médica e que, quando extenso, é potencialmente fatal. Edema Hemodinâmico/cardiogênico — é caracterizado pelo pelo aumento de pressão hidrostática e em razão desse aumento de pressão, acaba ocorrendo extravasamento de líquido no interstícioe no alvéolo. Os pneumócitos tipo I e II tentam remover o líquido dos alvéolos, porem, quando a pressão é muito grande não conseguem. Edema por aumento de permeabilidade — na região que teoricamente aconteceria a troca gasosa sofre algum dano no septo alveolar, facilitando a entrada de diversas substancia, desde líquido a células e proteínas. Com a entrada dessas substancias, gera um processo inflamatório intenso, criando uma tempestade de citocinas que promove um circulo vicioso causando destruição e reparo de forma frequente nesse alvéolo. A longo prazo esse processo pode levar a um quadro de fibrose e comprometer bastante a funcionalidade do pulmão. Ainda sobre o edema cardiogênico, geralmente ocorre por Insuficiência Cardíaca Esquerda, pois ocorre o aumento da pressão hidrostática resultado do desequilíbrio do débito cardíaco entre as câmaras direitas e a capacidade de propulsão da massa sanguínea pelas câmaras esquerdas. Como consequência, há redução do débito cardíaco, redução de perfusão tecidual periférica e ativação SRAA para fazer a compensação. Dessa forma, pelo acumulo de sangue começa ocorrer uma congestão pulmonar e extravasamento de líquido pulmonar para o interstício e para o alvéolo. Edema causado por lesão da barreira alvéolo capilar ou parede alveolar Pode ser também chamado de edema pulmonar não cardiogênico ou edema pulmonar por permeabilidade, ocorre principalmente por uma lesão no septo alveolar (região de encontro do endotélio, capilar e epitélio capilar alvéolo, onde ocorre a hematose). Quando ocorre lesão de septo alveolar, se lesa tanto o endotélio, quanto as células epiteliais (pneumócito tipo I). O aumento da permeabilidade vascular pulmonar é associado a um processo inflamatório. Todas as vezes que se tem esse aumento de permeabilidade e ele está localizado na região do pulmão, tem-se o desenvolvimento de uma PNEUMONIA. Todas as vezes que estiver esse edema pulmonar de forma difusa, isto é, acúmulo de líquido em alguns focos do pulmão, tem-se um quadro de LESÃO PULMONAR AGUDA (LPA). Todas as vezes que tiver uma LPA, mas grave, tem-se que esse indivíduos está desenvolvendo uma SÍNDROME DA ANGÚSTIA RESPIRATÓRIA AGUDA (SARA) ou SÍNDROME DO DESCONFORTO RESPIRATÓRIO AGUDO (SDRA). SARA/SDRA Para os clínicos, é chamada de SARA ou SDRA, para os patologistas, que tem uma análise mais macroscópica e microscópica, chamam de DANO ALVEOLAR DIFUSO (DAD) ou PULMÃO DE CHOQUE. Os indivíduos com SARA podem desenvolver para uma SÍNDROME DE INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA AGUDA. Esse edema pulmonar tem como principal característica a falha na contenção da barreira alvéolo-capilar, com alteração da permeabilidade capilar levando ao extravasamento de líquido proteico para o interstício pulmonar. Todo paciente com SDRA tem LPA, porém nem todo paciente com LPA tem SDRA, pois a LPA é um agravamento da SDRA e não ao contrário. No quadro abaixo mostra varias causas que podem levar a esse edema pulmonar não cardiogênico, sendo fatores que causam lesão direta e os que causam lesão indireta, visto que os de lesão indireta são causados principalmente pelas citocinas inflamatórias e os diretos são todas aqueles agentes tóxicos que podem estar, lesionando o septo alveolar. PATOGÊNESE Todas as vezes em que se tem esses danos alvéolo-capilar e começa a ter esse acumulo de líquido desse extravasamento e aumento de permeabilidade, começa a ter inativação do surfactante. Dessa forma, além da hematose ficar prejudicada, pode haver colabamento do alvéolo, ficando inativo. A liberação de agentes oxidantes e pró-inflamatórios nesse local, promove o desnudamento do tecido epitelial de revestimento do alvéolo, resultando na substituição desses locais desnudos por membranas hialinas, as quais são impermeáveis, pois tem composição de fibrina, o que também prejudica o processo de hematose. Toda essa cascata de consequências faz com que o pulmão fique enrrijecido, o que dificulta o processo de inflação, tendo como consequência direta o comprometimento das trocas gasosas. Quando se tem uma boa perfusão, sangue chegando adequadamente, e não se tem uma boa ventilação para que aconteça a troca gasosa, pelo excesso de líquido no alvéolo, se diz que tem um quadro de SHUNT INTRAPULMONAR, principal responsável por uma hipoxemia sistêmica no indivíduo. Esse quadro pode chegar a um ponto refratário, mesmo fazendo suplementação de O2. FASES DO SARA/SDRA Nesse tipo de divisão é dividido basicamente em três fases: exsudativa, de transição e proliferativa. A Exsudativa é marcada por processo inflamatório intenso por conta do recrutamento de células, neutrófilos e ativação dos macrófagos alveolares, visto que a barreira alvéolo capilar sofreu dano. Além disso, há extravasamento de plasma para o interstício e formação de edema dentro do próprio alvéolo. Os neutrófilos que são recrutados, produz mais uma infinidade de citocinas inflamatórias, favorecendo o ciclo vicioso e potencializa todo dano já ocorrido no endotélio alveolar, como inativação do surfactante, formação de microtrombos (prejudicando o perfusão tecidual), desnudamento (favorecendo a formacao das membranas hialinas). Na fase proliferativa, se a injuria não foi tão grande, tem uma tentativa de recuperação pulmonar, por meio dos pneumócitos tipo II remanescentes os quais sofrem um processo de proliferação, podendo se diferenciar em pneumócito tipo I e produzir surfactante. Além disso, esses pneumócito, através de suas constituições, como aquaporinas, canais iônicos e bomba de NA/K+ fazem a drenagem para o sistema linfático de líquido da região alveolar e intersticial. Na fase fibrótica é uma fase que se desenvolve quando se tem falha na remoção do colágeno alveolar o que limita a recuperação do septo alveolar e da membrana alvéolo capilar, fazendo com que o indivíduo entre em um quadro de hipóxia sistêmica FASE EXSUDATIA FASE PROLIFERATIVA FASE FIBRÓTICA PATOGÊNESE amassamos CRITÉRIOS DIAGNÓSTICO DA SDRA SEGUNDO DEFINIÇÃO DE BERLIM
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