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FACULDADE CIÊNCIAS MÉDICAS DE MINAS GERAIS Fundação Educacional Lucas Machado RELATÓRIO DE AULA PRÁTICA (TH2) Camila Augusta dos Santos Professora: Treinamento de Habilidades 2 Disciplina: segunda-feira (08h55 às 11h40) Dia da semana e horário: João Vitor Carmo de Novaes Aluno: CATETERISMO VESICAL DE DEMORA Tema da aula: OBJETIVO DO APRENDIZADO 1. Realizar corretamente a técnica do cateterismo vesical de demora. INDICAÇÃO DA TÉCNICA 2. As indicações da técnica do cateterismo vesical de demora envolvem a manutenção da drenagem contínua de urina por vários dias, semanas ou meses. Este tipo de sonda está indicada, portanto, para pacientes com retenção urinária aguda ou obstrução urinária; para casos onde há necessidade de medir com precisão o débito urinário em pacientes críticos; quando houver uso perioperatório para procedimentos cirúrgicos selecionados (somente quando necessário e não, rotineiramente); para auxiliar na cicatrização de feridas sacrais ou perineais abertas em pacientes incontinentes; para pacientes que necessitem de imobilização prolongada (por exemplo, lesões traumáticas múltiplas, como fraturas pélvicas); para melhorar o conforto para cuidados no fim da vida, se necessário. CONTRAINDICAÇÃO DA TÉCNICA 3. As contraindicações da técnica do cateterismo vesical de demora incluem estenose uretral, infecção do trato urinário em curso, cirurgia de reconstrução uretral ou cirurgia vesical, trauma uretral, descentralização da próstata, hematoma, equimose e edema em períneo. PARÂMETROS CLÍNICOS UTILIZADOS PARA INDICAR ESSA TÉCNICA 4. Os parâmetros clínicos que indicam a necessidade da utilização dessa técnica no caso clínico em análise envolvem a possível pielonefrite enfrentada pelo paciente, uma vez que ela apresenta a tríade de febre, dor lombar e calafrios. Para se evitar o choque séptico fatal, é necessário um controle fino da diurese da paciente e, para isso, deve-se monitorizar seu balanço hídrico através da sonda vesical de demora. MATERIAIS NECESSÁRIOS 5. 01 bandeja 05 ml de gel lubrificante estéril anestésico 01 par de luvas estéreis 01 biombo 01 mesa auxiliar 01 par de luvas de procedimento 01 impermeável 01 avental de mangas longas 01 máscara descartável 05 ml de sabonete líquido 01 par de óculos de proteção 02 compressas não estéreis 01 comadre 05 ml de antisséptico 01 bandeja de cateterismo vesical estéril 01 cateter uretral conforme indicação (sonda foley) 02 pacotes de gazinha 04 ampolas de ABD DESCRIÇÃO DA TÉCNICA 6. 1. Conferir a realização do procedimento com a prescrição do paciente; 2. Reunir o material a ser utilizado; 3. Higienizar as mãos com água e sabonete líquido ou preparação alcoólica para as mãos; 4. Apresentar-se ao paciente explicar o procedimento a ser realizado; 5. Conferir o nome do paciente pela pulseira de identificação; 6. Levar a bandeja para perto do paciente, colocando sobre a mesinha de cabeceira; 7. Fechar a porta do quarto ou utilizar biombo se necessário, garantindo a integridade física e moral do paciente; 8. Calçar luvas de procedimento; 9. Realizar fricção das mãos com preparação alcoólica; 10. Colocar avental descartável de mangas longas, máscara descartável, óculos de proteção e calçar luvas de procedimento; 11. Posicionar o paciente: • Feminino: posição ginecológica • Masculino: decúbito dorsal 12. Colocar a comadre sob a região glútea do paciente (de ambos os sexos) ou impermeável; 13. Realizar higiene íntima, com sabonete comum ou antisséptico, mantenha a privacidade do paciente: • Feminino: remover, com papel higiênico ou compressa úmida, material fecal. Separar os grandes lábios com a mão não-dominante, expondo o meato uretral e o orifício da vagina. Despejar pequena quantidade de água sobre a vulva. Com a compressa não estéril, ensaboar a região da vulva, períneo e pubiana, de cima para baixo e enxaguar. Secar com a toalha; • Masculino: remover, com papel higiênico ou compressa úmida, material fecal. Erguer o pênis do paciente e derramar uma pequena quantidade de água em região genital. Retrair o prepúcio. Ensaboar, com compressa não estéril úmida, a glande e o meato uretral, utilizando movimentos circulares, de dentro para fora, enxaguar. Ensaboar, com a compressa, o corpo do pênis de cima para baixo. Ensaboar a bolsa escrotal e por último a região perianal, enxaguar. Secar a região intima com toalha. Retornar o prepúcio à posição inicial. 14. Retirar as luvas de procedimento; 15. Higienizar as mãos; 16. Abrir a bandeja de cateterismo sobre a mesa auxiliar; 17. Dispor sobre a bandeja as gazinhas, o cateter de Foley, Bolsa coletora de urina sistema fechado, gel lubrificante estéril (de uso único, com ou sem anestésico - dar preferência ao uso de anestésico em paciente com sensibilidade uretral); solução PVPI degermante (ou clorexidina em crianças) na cuba ou sobre as gazinhas, seringa e agulha 40 x 12; 18. Prender a ampola de ABD na bancada com fita adesiva, para facilitar aspiração do líquido de forma asséptica; 19. Calçar luvas estéreis; 20. Conectar a agulha na seringa e aspirar a ABD de forma asséptica e em outra seringa aspirar a xilocaína (para cateterismo masculino); 21. Testar o cuff do cateter de Foley com água destilada, a fim de verificar vazamentos; 22. Adaptar o cateter de Foley ao coletor de urina sistema fechado e fechar as presilhas de drenagem da bolsa coletora; 23. Dobrar as gazes em quatro, colocando-as na cúpula. 24. Montar a pinça com a gaze embebida em solução antisséptica, procedendo à antissepsia: • Feminino: Separar os grandes e pequenos lábios com a mão não dominante, atentando-se para não os soltar. Realizar, com a mão dominante, a antissepsia da região do meato uretral para a região pubiana dos pequenos lábios (sentido anteroposterior, movimento único). Colocar o campo fenestrado com a abertura lateral sobre a área limpa; • Masculino: Realizar, com a mão dominante, a antissepsia do meato urinário, afastando o prepúcio, para o corpo do pênis, com movimento único para fora ou movimento circular. Colocar o campo fenestrado com a abertura lateral sobre a área limpa. Introduzir xilocaína no meato uretral e faça uma leve pressão. Esperar o efeito anestésico da xilocaína por 5 minutos e retire a pressão sobre o corpo do pênis; 25. Lubrificar a ponta do cateter com a xilocaína gel; 26. Introduzir o cateter de Foley até o “Y” na uretra, lentamente; 27. Injetar água destilada com seringa, quantidade determinada pelo fabricante; 28. Testar se o cateter está fixado puxando-o delicadamente até apresentar resistência; 29. Retirar o campo fenestrado; 30. Fixar a sonda na porção proximal da coxa, na parte superior; 31. cateter na raiz da coxa da paciente; 32. Posicionar a bolsa coletora abaixo da cintura da paciente (no próprio leito); 33. Deixar a paciente confortável no leito; 34. Desprezar o material utilizado em local próprio; 35. Retirar luvas estéreis; 36. Identificar a bolsa coletora do sistema fechado com data, nº do cateter e nome do profissional. 37. Retirar máscara descartável; 38. Retirar óculos de proteção; 39. Retirar avental descartável de mangas longas; 40. Higienizar as mãos; 41. Manter o ambiente em ordem; 42. Anotar o volume urinário na ficha de controle da paciente; 43. Checar o procedimento na prescrição do paciente; 44. Realizar as anotações no prontuário da paciente; MANUSEIO CORRETO DO CATETER: ✓ Para exame de urina, coletar pequena amostra através de aspiração de urina com agulha estéril após desinfecção do dispositivo de coleta (A-III); levar a amostra imediatamente ao laboratório para cultura; ✓ Manter o fluxo de urina desobstruído (A-II); ✓ Não há recomendação para uso de antissépticos tópicos ou antibióticos aplicados ao cateter, uretra ou meato uretral (A-I); ✓ Realizar a higiene rotineira do meato e sempre que necessário (A-I);✓ Não é necessário fechar previamente o cateter antes da sua remoção (II). AÇÕES EM CASOS DE NÃO CONFORMIDADES: ✓ Se não retornar urina, verifique o posicionamento do cateter e se não estiver na uretra, repita o procedimento trocando por um cateter estéril. ✓ Se ocorrer fechamento dos grandes e pequenos lábios durante a técnica, realize uma nova antissepsia do meato uretral. Figura 01: Sondagem Vesical de Demora RELATO DA EXPERIÊNCIA VIVENCIADA NA REALIZAÇÃO DA TÉCNICA 7. A experiência vivida na aula de sonda vesical de demora foi extremamente positiva. Tive certa sensação de agonia ao ver, pela primeira vez, a passagem da sonda, uma vez que pensei no desconforto que essa técnica realizada de forma ineficaz pode gerar, mas, logo em seguida, essa sensação foi passando. A primeira vez que tentei realizar a técnica tive certa dificuldade para passar o cateter pelo manequim, mas fui advertido que, provavelmente, isso era resultado da pouca lubrificação do equipamento. Tentei novamente, lubrificando-o melhor, e consegui realizar a técnica sem grandes dificuldades. REFERÊNCIAS 8. SOUZA E SILVA, A.C. et al. Medidas de prevenção de infecção do trato urinário. In: AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Medidas de Prevenção de Infecção Relacionada à Assistência à Saúde. Brasília, 2013. p. 25-35. MAZZO, Alessandra et al . Cateterismo urinário: facilidades e dificuldades relacionadas à sua padronização. Texto contexto - enferm., Florianópolis , v. 20, n. 2, p. 333-339, June 2011. CONTERNO, Lucieni de Oliveira; LOBO, Juliana Andrade; MASSON, Wallan. Uso excessivo do cateter vesical em pacientes internados em enfermarias de hospital universitário. Rev. esc. enferm. USP, São Paulo , v. 45, n. 5, p. 1089-1096, Oct. 2011.
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