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Estrongiloidíase - Strongyloides stercoralis

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Strongyloides stercoralis - Estrongiloidíase 
1. Classificação taxonômica 
Filo: Nematoda 
Família: Strongyloididae – helmintos de vida livre e parasitas 
Espécie: Strongyloides stercoralis 
Doença: Estrongiloidíase 
 
2. Morfologia (6 formas) 
1) Fêmea partenogenética parasita (3n): corpo cilíndrico, filariforme e longo – 1,7 a 2,5mm de 
comprimento. Vivem na mucosa duodenal (criptas), glândulas de Liberkuhn. Caso grave: 
intestino grosso e região pilórica do estômago. 
2) Fêmea de vida livre ou estercoral (2n): 0,8 a 1,2mm de comprimento 
3) Macho de vida livre (n): 0,7mm de comprimento 
4) Ovos 
5) Larvas rabditóides: originam machos (n), fêmeas de vida livre (2n) e 6) larvas filarioides, fêmeas 
parasitas (3n). 
 
3. Ciclo biológico 
a) Direto: larvas rabditóides no solo ou região perianal se transformam em larvas infectantes 
b) Indireto: 
 
 
 
c) Em ambos os casos: 
 
 
4. Transmissão 
a) Heteroinfeccção e primoinfecção: L3 filarióides penetram pela pele; possibilidade de ingestção 
de larvas quando não há ciclo pulmonar (pouco comum). 
b) Auto-infecção externa ou exógena: larvas na região perianal transformam-se infectantes e aí 
penetram. Defecação na fralda, roupas, restos de fezes nos pelos perianais; 
c) Auto-infecção interna ou endógena: larvas filarióides penetram na mucosa intestinal. 
Cronificação da doença por muitos anos. 
 
5. Complicações 
➢ Constipação intestinal – agravamento 
➢ Baixa imunidade – agravamento (AIDS, drogas imunossupressoras, radioterapia, etc.). 
➢ Corticóides- resíduos metabólicos simulam a ecdizona 
 
6. Patologia da estrongiloidíase 
As lesões causadas por esta infecção situam-se em diferentes níveis: 
- Na pele, costumam ser discretas ou formarem placas de eritema nos pontos de penetração das larvas; 
lesões urticariformes aparecem em torno do ânus na auto-infecção externa. 
- Durante o ciclo pulmonar, são produzidas pequenas hemorragias no parênquima quando as larvas 
invadem os alvéolos e aí fazem suas mudas. 
Elas chegam a causar uma pneumonite difusa ou síndrome de Loeffler, com a presença de larvas no 
escarro. Esse quadro pode prolongar-se ou repetir-se com frequencia. 
- No duodeno e no jejuno as lesões são produzidas na mucosa pela presença das fêmeas 
partenogenéticas, dos ovos que eclodem e das larvas filarióides que migram para a luz intestinal, 
produzindo lesões mecânicas, histolíticas e inflamatórias. 
Observa-se aí uma inflamação catarral, pontos hemorrágicos e ulcerações várias, em função da carga 
parasitária. O edema pode estender-se à submucosa. 
Em consequência da duodenojejunite, aumenta o peristaltismo, causando diarréia e evacuações muco-
sanguinolentas. Fibrose e atrofia da mucosa vão transformando o duodeno e jejuno em um tubo quase 
rígido. 
 
7. Sintomatologia da estrongiloidíase 
➢ Início: a penetração larvária pode ser assintomática ou, em pacientes sensibilizados, acompanhar-
se de eritema, de prurido ou de manifestações urticariformes. 
➢ Dias depois, podem surgir tosse, expectoração e ligeira febre; ou a síndrome de Loeffler 
(pneumonite difusa). Em alguns casos, uma crise de asma. 
➢ Depois, os sintomas mais importantes são os digestivos, variando com a carga parasitária: 
desconforto abdominal, cólicas, dores vagas ou imitando úlcera péptica, surtos diarréicos, anorexia, 
náuseas e vômitos. 
➢ Na fase aguda, há leucocitose que pode apresentar 15 a 45% de eosinófilos. 
➢ Nos casos graves aparecem: anemia, emagrecimento, desidratação, astenia, irritabilidade nervosa 
ou depressão. 
➢ As infecções podem assumir um curso crônico, devido à auto-infecção, tanto externa como interna, 
persistindo por 20 ou 30 anos. 
➢ Também sucede de a doença evoluir de forma grave ou fatal com ulcerações extensas ou uma 
síndrome de sub-oclusão intestinal alta. 
 
 
8. Diagnóstico 
➢ O diagnóstico deve ser suspeitado sempre que houver eosinofilia não explicada por outras causas; 
ou deve ser procurado em pacientes que vão tomar ou estão tomando corticóides. 
➢ Mas, devido ao caráter inespecífico do quadro clínico, ele deve ser confirmado pelos exames de 
laboratório. Em um exame de fezes comum (nunca o método de Kato) o que se espera é encontrar 
as larvas rabditóides (L1); não os ovos. 
➢ Como elas são escassas, usar uma das técnicas coproscópicas de enriquecimento para a pesquisa 
de larvas nas fezes, como: 
• Método de Rugai 
• Método de Baerman 
• Coprocultura de Harada-Mori. 
 
9. Patogenia, patologia e sintomatologia 
➢ Pequeno número de parasitos: assintomáticos 
➢ Formas graves: FATAIS 
• Fatores extrínsecos: carga parasitária. 
• Fatores intrínsecos: subalimentação, ocorrência de diarréias e vômitos, infecções 
bacterianas e parasitárias associadas, intervenções cirúrgicas. 
➢ Principais alterações na estrongiloidíase são provocadas por: 
• Ação traumática 
• Ação irritativa 
• Tóxica 
• Antigênica 
 
10. Localizações 
a) Cutânea – discreta, ocorrendo nos pontos de penetração (urticárias, etc.). 
b) Pulmonar – dispnéia, crises asmatiformes, tosse, e, em casos mais graves, síndrome de Löeffler. 
c) Intestinal (em ordem de gravidade, 3 é mais grave). 
▪ Enterite catarral: secreção mucóide com caráter reversível. 
▪ Enterite edematosa: síndrome de má-absorção. 
▪ Enterite ulcerosa: alterações no peristaltismo, ulcerações da mucosa. Pode conduzir a morte. 
d) Disseminada – nos rins (além de intestino e pulmões), fígado, vesícula biliar, cérebro, pâncreas, tireóide, 
adrenais, próstata, glândulas mamárias e linfonodo. Pode conduzir à óbito. 
 
11. Diagnóstico final 
➢ Laboratorial: demonstração dos parasitos: EPF – pesquisa de larvas 
➢ Clínico: tríade clássica – diarreia, dor abdominal e urticária 
 
12. Profilaxia 
➢ Medidas de higiene em geral 
➢ Presença de cães 
➢ Andar calçado 
➢ Lavar bem os alimentos 
 
 
 
13. Tratamento 
Os medicamentos atualmente recomendados são os seguintes: 
➢ Ivermectina por via oral, 200 µg/kg/dia, administrados em 2 vezes. Contra-indicada durante a gestação e 
o aleitamento. 
➢ Albendazol, oralmente, 400 mg/kg/dia, durante 3 dias. 
➢ Tiabendazol, oralmente, 25 mg/kg, duas vezes ao dia, durante 7 a 10 dias. É recomendado nos casos de 
hiperinfecção. Nos casos normais, 50 mg/kg (até um máximo de 3 gramas) em um dia, divididos em 2 a 4 
tomadas, depois das refeições. 
A taxa de cura é de 70 a 90% e como os medicamentos não matam as larvas, convém repetir o tratamento para 
evitar reinfecções externas ou internas. 
➢ Cambendazol, via oral,5mg/Kg,dose única.

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