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Valor: 8,0 pontos! É pra fazer em grupo de 4 a 6 pessoas!!!! (nem mais, nem menos)!!!! Alunos: Bianca Teixeira Oliveira Vasconcelos 382010969 Joyciene Almeida Nayara Barbara Priscilla Kerllen da Silva IMUNOLOGIA CLÍNICA #01 Mulher de 27 anos de idade chegou à emergência, de ambulância, 15 minutos após ter sofrido uma convulsão tônico-clônico que durou aproximadamente 5 minutos e remitiu espontaneamente. Os paramédicos puncionaram uma veia a caminho do hospital, mas não administraram nenhuma medicação. De acordo com os familiares, a paciente nunca havia apresentado qualquer episódio convulsivo, nem havia história de traumatismo cranioencefálico recente. A irmã da paciente afirma que ela esteve doente nos últimos 4 anos, quando os sintomas começaram a se manifestar com artralgias e eritemas dos dedos, punhos e cotovelos. Desde então, a paciente tem sido acompanhada por um clínico geral, mas a irmã não sabe o diagnóstico ou as medicações que foram prescritas para ela. Ao exame físico a mulher encontrava-se pálida e semiconsciente. Sua respiração não era difícil e ela começou a esboçar movimentos dos braços e pernas durante o exame. O exame não foi significativo, exceto pela erupção cutânea em “asa de borboleta” nas regiões malares e várias úlceras na mucosa bucal . a) O que sugere a presença de erupção cutânea, particularmente na forma de “asa de borboleta” nas regiões malares?Que outras informações são consistentes com essa suspeita? Qual seria a causa mais provável da convulsão? A presença de mancha vermelha (Rash cutâneo) na região da face em forma de “asa de borboleta” indica erupções cutâneas, sinais comuns em pacientes portadores de Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES), um distúrbio inflamatório, crônico e multissistêmico, de provável etiologia autoimune que ocorre predominantemente em mulheres jovens. Outras informações consistentes para LES são sintomas apresentados pela paciente, como: artralgias e eritemas dos dedos, punhos e cotovelos, várias úlceras na mucosa bucal. 10% a 20% dos pacientes com LES terão convulsões, e elas podem ser generalizadas ou parciais e podem até ser a primeira manifestação da doença. Elas podem ocorrer como efeitos secundários de inflamação do sistema nervoso central, mas HAS, sintomas de uremia, medicamentos podem afetar sua aparência e características indistinguíveis de outras convulsões primárias ou secundárias. b) O médico solicitou uma bateria completa de exames séricos: hemograma completo, análise de urina, pesquisa de drogas na urina, teste de gravidez, VDRL para sífilis, teste de absorção de anticorpo antitreponêmico fluorescente (FTA-ABS), tomografia computadorizada (TC) e punção lombar. O médico solicitou uma bateria completa de exames séricos: hemograma completo, análise de urina, pesquisa de drogas na urina, teste de gravidez, VDRL para sífilis, teste de absorção de anticorpo anti treponêmico fluorescente (FTA-ABS), tomografia computadorizada (TC) e punção lombar. Discutir os exames solicitados pelo médico. O hemograma é solicitado uma vez que paciente com LES têm suas células destruídas, o exame é realizado para acompanhar a progressão da doença. A série branca é a mais frequentemente alterada, com leucopenia e linfopenia, isoladas ou associadas. Essas alterações ocorrem em até 70% dos casos, podendo surgir antes das manifestações clínicas, que auxiliam muito no diagnóstico. O monitoramento desses parâmetros ajuda a monitorar a doença, pois a diminuição do seu número costuma refletir a atividade do lúpus, mas deve-se estar atento para a possibilidade de que essa diminuição esteja relacionada ao uso de imunossupressores. Até 80% dos pacientes com lúpus podem encontrar anemia em um determinado estágio da doença. A anemia pode ser dividida em imune e não imune. A anemia não imune mais comum é a anemia de doença crônica (também mais comum do que a anemia hemolítica na maioria das séries), seguida por anemia por deficiência de ferro e anemia secundária à doença renal. A anemia hemolítica com teste de Coombs positivo é o principal representante do grupo das anemias imunológicas, sendo a única que faz parte dos critérios de classificação desta doença, podendo preceder outras manifestações clínicas há vários anos. Outra forma de hemólise é a anemia hemolítica microangiopática, caracterizada por células de clivagem periférica de Coombs negativas e geralmente associada a vasculite sistêmica. A trombocitopenia é encontrada em 15% dos casos de LES, definida como menos de 150.000 células / mm3. O grau de trombocitopenia varia muito e a trombocitopenia grave é rara. Análise drogas na urina: Existe também uma forma especial de doença chamada lúpus induzidos por medicamentos, que difere do LES idiopático devido à correlação temporal e à existência do uso de certos medicamentos e manifestações clínicas mais brandas (geralmente sem envolvimento dos rins e do sistema nervoso central). Anticorpo anti-histona isolado de alto título. Os principais medicamentos associados a essa manifestação são clorpromazina, hidralazina, isoniazida, metildopa, minociclina, procainamida e quinidina. O exame de urina avalia se o paciente apresenta acometimento renal. O reconhecimento precoce do envolvimento renal é extremamente importante para a adequação do tratamento e o tratamento antecipado. Deve-se sempre ter em mente que os sinais e sintomas específicos de nefrite só aparecem nos estágios finais da síndrome nefrótica ou insuficiência renal. Embora a presença de proteinúria e cilindros seja parte dos critérios diagnósticos para esta doença, outros parâmetros, como hematúria e aumento da creatinina devem ser considerados no diagnóstico de glomerulonefrite e ajudam a distinguir entre os diferentes tipos; no entanto, a proteinúria é uma. Esta é uma manifestação comum que ocorre em quase 100% dos pacientes com atividade renal. De acordo com a classificação histológica proposta pela Sociedade Internacional de Nefrologia, a biópsia renal pode confirmar o diagnóstico, que é necessário para uma análise confiável dos padrões de nefrite lúpica de pelo menos 10 a 15 glomérulos.Teste VDRL e FTA-BS: Alguns pacientes com lúpus podem ter VDRL falso positivo, e ser confundido com sífilis. É muito comum na associação com síndrome anticorpos antifosfolipídeos, sendo algumas vezes necessário realização de testes não treponêmicos para confirmação ou não de sífilis, como o FTA- BS. Teste gravidez: Caso o médico suspeite de LES deve se descartar uma possível gravidez, uma vez que o tratamento e a própria progressão da doença se não tratada pode ocasionar em aborto. Tomografia e punção lombar devem ser utilizados a fim de aumentar a sensibilidade diagnóstica do acometimento específico a ser analisado: quadro renal, pulmonar, neurológico, músculo-esquelético. c) Com base no diagnóstico que outros exames poderiam ser solicitados As provas inflamatórias de fase aguda, como a velocidade de hemossedimentação (VHS) e a proteína C reativa (PCR), são úteis para o diagnóstico. A VHS geralmente está aumentada na atividade da doença, refletindo a fase aguda dos processos inflamatórios, porém pode persistir elevada mesmo após o controle da doença, não se correlacionando com sua atividade inflamatória. Entretanto, a PCR é geralmente baixa no LES e aumenta nos processos infecciosos, auxiliando por vezes no diagnóstico diferencial dessas duas condições. A avaliação imunológica é fundamental para a caracterização da doença autoimune. Os FANs detectados pela imunofluorescência indireta utilizando a célula HEp-2 é o primeiro teste a ser realizado, pois é positivo em mais de 98% dos casos e um dos critérios diagnósticos. Ressalta-se que a alta sensibilidade desse exame não reflete a sua especificidade, pois o FAN ocorre em um grande número de doenças crônicas (infecciosas, neoplásicas), autoimunes e mesmo em indivíduos sadios (particularmente idosos). Diante da suspeita de LES e a positividade do FAN, é fundamental tentar caracterizar os autos anticorpos específicos da doença, particularmente o anti-DNA nativo (anti-dsDNA) e anti-SM, que são marcadores e suas detecções corroboram o diagnóstico. A positividade do anti-dsDNA chega a 40% e a determinação de seus títulos é útil no acompanhamento da atividade inflamatória da doença, particularmente na nefrite. Da mesma forma, os anticorpos antiproteína P ribossômica, presentes em apenas 10% dos casos de LES, podem, em alguns casos, ser os únicos marcadores de doença e também auxiliam no acompanhamento de pacientes com quadros graves de distúrbios psiquiátricos associados a essa doença. Os anticorpos anti-SM são identificados em aproximadamente 30% dos casos e auxiliam no diagnóstico por serem marcadores específicos. Outros anticorpos também são detectados e caracterizam o padrão de resposta imune do LES, sendo frequentes os anticorpos anti-RNP, anti-Ro/SS-A, anti-La/SS-B e os anticorpos antifosfolípide, que estão relacionados com trombose e/ou abortos de repetição, caracterizando a síndrome antifosfolípide (SAF) secundária. Aproximadamente 25% dos casos de LES apresentam positividade do fator reumatoide. A determinação da atividade hemolítica do complemento e dos níveis séricos dos seus componentes C3, C4 e CH50 é extremamente útil na monitorização de doenças e na resposta terapêutica. Outros exames também são importantes: P-anca, C-anca, antifosfolípides (Cardiolipina, anticoagulante lúpico) histona (principal valor no diagnóstico por lúpus induzido por drogas), hepatograma (TGP, TGO, eletroforese de proteínas, bilirrubinas, amilase, lipase, fosfatase alcalina, GGT), albumina, TAP, reticulocitos e eletrólitos (sódio, potássio, cloretos). d) Os exames laboratoriais revelaram que a glicose e os eletrólitos séricos estavam dentro dos limites normais, assim como o hemograma completo. A detecção de drogas na urina e o teste de gravidez foram negativos; O VDRL foi positivo e o FTA-ABS, negativo; a TC foi negativa para anormalidades estruturais grosseiras; a análise do líquido cefalorraquidiano estava dentro dos limites da normalidade. Os níveis séricos de uréia e creatinina eram 65 mg/dl (normal) e 3,0 mg/dl (normal é 0,7 -1,4 mg/dl), respectivamente. A análise da urina evidenciou proteinúria (+++), 20 a 30 hemácias por campo e traços de glicose. O teste de Coombs direto e os testes e os testes de anti- dsDNA foram positivos, e o nível de C3 era de 60mg/dl ( normal é 80-175 mg/dl). Qual é a causa das anormalidades urinárias? De que consiste o teste de Coombs e por que ele se mostrou positivo nessa paciente? Qual é a importância dos resultados do VDRL e FTA-ABS? Por que o nível de C3 estava diminuído? A causa da anormalidade da urina é devida o acometimento renal por meio da presença de perda de proteínas, hematúria maciça e perda de glicose. O teste de Coombs deu positivo nesta paciente devido a uma hemólise gerada pela destruição dos eritrócitos. A importância dos testes de VDRL e FTA-BS se baseia para descartar um falso positivo do VRDL uma vez que síndrome anticorpos antifosfolipídeos, sendo algumas vezes necessário realização de testes não treponêmicos para confirmação ou não de sífilis, como o FTA- BS. O nível do C3 está diminuído pois a dosagem do C3 é utilizada para a avaliação de portadores de doenças que evoluem com a presença de imunocomplexos, os quais ativam a via clássica do complemento (ativação pela interação antígeno-anticorpo). IMUNOLOGIA CLÍNICA #02 1. Os exames imunológicos AEO, PCR e Fator reumatóide (látex), são solicitados com frequência na prática clínica. Separadamente, o que cada exame avalia? - AEO: identifica a presença de uma toxina liberada pela bactéria Streptococcus pyogenes, a estreptolisina O. - PCR: a dosagem de proteína C reativa (PCR) é feita através da coleta do sangue do doador. A proteína C reativa, produzida no fígado, é o principal marcador de fase aguda de processos inflamatórios e necróticos(morte do tecido) que ocorrem no organismo, principalmente processos inflamatórios associados a infecções bacterianas. - FR: É um auto-anticorpo que pode ser produzido em algumas doenças auto-imunes e que reage contra o IgG, formando imunocomplexos que atacam e destroem tecidos saudáveis, como a cartilagemdas articulações e outros. Assim, a identificação de fator reumatóide no sangue é importante para investigar a presença de doenças autoimunes, como lúpus, artrite reumatoide ou síndrome do Sjögren, que normalmente apresentam valores elevados dessa proteína, entre outros. 2. Em conjunto, de que forma esses exames podem auxiliar o médico em sua propedêutica? Justifique. Os dois exames identificam patologias (infecções, inflamações, neoplasias, doenças reumáticas ou traumatismos) importantes a serem diagnosticadas precocemente e na fase inicial do diagnóstico de um paciente. Caso algum destes exames seja positivo é de suma importância um tratamento específico e imediato. Caso os exames sejam negativos o médico pode prosseguir com uma análise mais profunda e meticulosa, eliminando várias possíveis doenças que possam estar acometendo o paciente. 3. Os pacientes abaixo relatados chegaram ao médico, queixando-se de dores intensas nas articulações. Mesmo sem saber dos demais dados clínicos e epidemiológicos, quais seriam os prováveis diagnósticos, tendo como referência os resultados descritos. Justifique: a) Resultado 1: FR: reagente; AEO: não reagente e PCR: reagente. De acordo com os resultados dos exames, esse paciente tem artrite reumatoide. O fator reumatóide é um anticorpo produzido em determinadas doenças auto-imunes, ele reage contra a imunoglobulina IgG, formando imunocomplexos que atacam e destroem tecidos saudáveis, como a cartilagem das articulações, por exemplo. Fator reumatoide soropositivo ou reagente evidencia a inflamação e infeção, apontando para condições ruins das articulações. O ASLO, também chamado de ASO, AEO ou antiestreptolisina O, tem como objetivo identificar a presença de uma toxina liberada pela bactéria Streptococcus pyogenes, a estreptolisina O. Quando a infecção por essa bactéria não é identificada e tratada com antibióticos, a pessoa pode desenvolver febre reumática. Entretanto, como o paciente em questão apresenta ASLO negativo, ele não possuiu febre reumática. A proteína C é uma proteína plasmática reagente de fase aguda, produzida pelo fígado. Geralmente, a PCR está aumentada quando existe algum tipo de processo inflamatório ou infeccioso acontecendo no corpo, sendo um dos primeiros indicadores inespecíficos a estar alterado no exame de sangue. b) Resultado 2: FR: não reagente; AEO: reagente e PCR: reagente. O paciente pode estar sofrendo um processo de infecção aguda desencadeado pela Streptococus pyogenes . O ASLO, também chamado de ASO, AEO ou antiestreptolisina O, tem como objetivo identificar a presença de uma toxina liberada pela bactéria Streptococcus pyogenes , a estreptolisina O. Quando a infecção por essa bactéria não é identificada e tratada com antibióticos, a pessoa pode desenvolver complicações, tais como: glomerulonefrite e febre reumática. c) Resultado 3: FR: não reagente; AEO: não reagente e PCR: reagente. O paciente apresenta fotossensibilidade e mancha cutânea em forma de asa de borboleta. Sabendo dessas informações, qual exame deveria ser solicitado a essa paciente? De acordo com a clínica do paciente, ele apresenta quadro de lúpus eritematoso. Esta é uma doença inflamatória crônica de origem autoimune, cujos sintomas podem surgir em diversos órgãos. São conhecidos dois tipos principais de lúpus: o cutâneo, que se manifesta apenas com manchas na pele, geralmente avermelhadas ou eritematosas, principalmente nas áreas que ficam expostas à luz solar e o sistêmico, no qual um ou mais órgãos internos são acometidos. Os exames para detectar a possível hipótese diagnóstica incluem: hemograma completo com contagem de plaquetas; contagem de reticulócitos; teste de Coombs direto; velocidade de hemossedimentação (VHS); eletroforese de proteínas; aspartato-aminotransferase (AST/TGO); alanina-aminotransferase (ALT/TGP); fosfatase alcalina; bilirrubinas total e frações; desidrogenase láctica (LDH); ureia e creatinina; eletrólitos (cálcio, fósforo, sódio, potássio e cloro); exame qualitativo de urina (EQU); complementos (CH50, C3 e C4); albumina sérica; proteinúria de 24 horas; VDRL; e avaliação de autoanticorpos (FAN, anti-DNA nativo, anti-Sm, anticardiolipina IgG e IgM, anticoagulante lúpico, anti-La/SSB, anti-Ro/SSA e anti-RNP). 4. É possível detectar um resultado com AEO: reagente, e PCR: não reagente? Justifique. É possível, pois o AEO reagente pode significar também apenas uma infecção de garganta antiga, levando a um PCR não reagente. Não significa exclusivamente uma febre reumática. IMUNOLOGIA CLÍNICA #03 CASO 1: Paciente de 23 anos, sexo feminino, do lar, casada, 02 filhos, previamente hígida, apresentando emagrecimento progressivo há 06 meses. Apresentou quadro de sinusite, tratada durante 14 dias com amoxacilina-clavulanato. Após 10 dias do início do antibiótico iniciou diarréia aquosa persistente, com 6-8 evacuações por dia e febre. Fez uso de água de fubá, sem melhora da diarréia por 05 dias. Diante da não melhora do quadro procurou atendimento médico. Ao exame clínico apresentava-se emagrecida, corada, orientada, linfonodos axilares e cervicais palpáveis, pequenos e de consistência normal, ausculta respiratória e cardíaca normais, abdome sem visceromegalia, ruídos aéreos aumentados, sem sinais de irritação peritoneal. Hemograma: HB= 10,5 Ht=30 % Plaquetas= 250.000/ mm 3 Leucócitos= 3.500/mm 3 (S-85%, B-0%, L-10%, Baso -1 %, E- 4%) Quais as hipóteses diagnósticas? Leucemia Linfoide Quais os exames deveriam ser solicitados? Exames bioquímicos e de coagulação; Mielograma, para análise citológica, citogenética, molecular e imunofenotípica. Qual o grau de confiabilidade dos resultados dos exames sugeridos acima? O mielograma tem alto grau de confiabilidade porque permite outras avaliações do tecido hematopoiético. CASO 2: Um homem de 37 anos, casado, pai de 2 filhos, bancário. Não tem história de problemas de saúde no passado. Quando a agência bancária em que trabalhava fechou e ele não foi transferido para outra agência, em outra cidade, ele ficou sem emprego, apesar de envidar esforços para encontrar novo trabalho. Começoua frequentar os bares e fez amizade com um grupo usuário de drogas. Após muita insistência de seus companheiros, decidiu experimentar uma dose de cocaína intravenosa. A dose foi injetada por um de seus parceiros, usando uma seringa que fora usada por outros membros do grupo. Três semanas após esse episódio, preocupado com a possibilidade de ter contraído alguma infecção, ele visitou seu médico que solicitou exame sorológico para o vírus HIV, além dos testes de função hepática. O resultado anti HIV deu negativo e as enzimas hepáticas estavam ligeiramente elevadas, menos de 2 x o limite superior normal. Cinco semanas depois o paciente começou a ter desconforto físico, mialgias e sintomas semelhantes aos de gripe e voltou a procurar o médico, que solicitou hemograma completo, tempo de protrombina, testes de função hepática e repetição da sorologia. Os seguintes resultados foram obtidos: Leucócitos: 7500/mm 3 ; Hemoglobina: 14,5 g/dl; Plaquetas 198; Tempo de protrombina: 2,1 mg/dl; ALP: 125 U/L; AST: 1156 U/L; ALT; 1689 U/L; GGT: 68 U/L; Bilirrubina total 2,1 mg/dl a) Com esses resultados fazer uma previsão do resultado do teste sorológico. Outros testes sorológicos deveriam ser realizados? Quais? Por quê? Eles dariam positivo com 3 semanas? Antígeno de superfície da Hepatite B (HBsAg): Proteína da superfície do vírus B; pode ser detectado em altas concentrações séricas durante a infecção aguda e crônica. A presença do HBsAg indica que a pessoa é infectada pelo vírus B. Anticorpo contra o antígeno de superfície da Hepatite B (anti-HBs): A presença do anti-HBs é geralmente interpretada como recuperação e imunidade ao vírus B. Anti-HBs também é detectado em pessoas imunizadas contra o vírus B por meio de vacina. Anticorpos totais contra o “core” (núcleo) do vírus da Hepatite B (anti-HBc): Surge no início dos sintomas da hepatite B aguda e persiste por toda a vida. A presença do anti-HBc indica infecção pelo vírus B, atual ou prévia Anticorpo IgM contra o “core” (núcleo) do vírus da Hepatite B (anti-HBc IgM): Positividade indica infecção recente pelo vírus B (≤6 meses). Sua presença indica infecção aguda Não, eles também dariam negativo, uma vez que esse vírus possui o período de incubação de 33 a 122 dias, e sua Janela Diagnóstica de 30 dias após a infecção; Que teste poderia ter sido feito com 3 semanas para agilizar o diagnóstico? Como os resultados dos exames auxiliaram na formulação do diagnóstico? Os testes moleculares oferecem uma alternativa para a detecção cada vez mais precoce da infecção pelo HBV. Esses ensaios também servem para a confirmação de casos de hepatite B em que o HBsAg não é detectado, como, por exemplo, nos casos de infecção oculta pelo HBV. O ácido nucleico viral pode ser detectado por meio de ensaios de PCR em tempo real, que possuem limite de detecção médio de 10 UI/mL de plasma ou soro e especificidade acima de 99% As alterações das funções hepáticas identificadas nos exames, mesmo que pequenas, em conjunto os outros testes auxiliaram na formação do diagnóstico. Esse paciente acabou se divorciando e passou a beber muito mais de 4 garrafas de vodka por semana. Qual será a consequência da ingestão excessiva de bebida alcoólica, tendo em vista o diagnóstico proposto? Como já sabido o consumo de bebida alcoólica em excesso, pode trazer diversas consequências. A hepatotoxicidade do etanol está intimamente relacionada com o metabolismo do etanol, que se processa principalmente no fígado. Associado à hepatite, pode ter como consequência cirrose e esteatose hepática. Referências Bibliográficas Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das Doenças Sexualmente Transmissíveis, Aids e Hepatites Virais. Manual Técnico para o Diagnóstico das Hepatites Virais / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das IST, do HIV/Aids e das Hepatites Virais– Brasília : Ministério da Saúde, 2016. 123 p. Disponível em: http://www.aids.gov.br/pt-br/noticias/manual-tecnico-para-o-diagnostico-das-hep atites-virais-e-atualizado/. Acesso em: 19 jun. 2021. MINCIS, Moysés; MINCIS, Ricardo. Doença Hepática Alcoólica: Diagnóstico e Tratamento . Prática Hospitalar, [ s. l. ], ano viii, n. 48, p. 113-118, 2006. Disponível em: https://sites.unifoa.edu.br/portal/plano_aula/arquivos/04054/Artigo%201%20-% 20para%202AVD%20-%20doen%C3%A7a%20hepatica%20e%20alcoolismo.p df. Acesso em: 19 jun. 2021. IMUNOLOGIA CLÍNICA #04 Tema: Hepatite C em idosos Sr. Eduardo é aposentado, tem 60 anos de idade, trabalhava como barbeiro no interior de Minas Gerais e está com problemas de saúde há algum tempo, e atualmente seu quadro vem piorando a cada dia, pois está com tontura, enjoo, vômitos, febre, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes muito claras. Foi internado no hospital porque vomitou sangue, a barriga está inchando e ele sente dores abdominais. Devido à suspeita de hepatite crônica foram solicitados exames de marcadores de função hepática, testes para infecção por vírus de hepatite B e C, herpes, citomegalovírus e HIV. Os exames revelaram hepatite crônica por HCV (vírus de hepatite C) sem coinfecção por HIV, e foi então solicitado biópsia hepática para estadiamento da hepatite crônica e definir o tratamento. Explique como foram realizados os testes laboratoriais e a frequência com que pode ocorrer casos de hepatite C em idosos. Inicialmente são feitos exames de triagem do sangue total, soro, plasma ou fluido oral através de imunoensaios (detecção do Anti-HCV), testes positivos nesta fase tem resultado confirmado em outros testes, que visam à detecção direta do vírus, através de teste molecular (PCR). A frequência de casos de Hepatite C em idosos deve-se ao fato de no passado, não haver segurança transfusional. Então como a doença se desenvolve a longo prazo, a população está vivendo mais, os problemas podem se manifestar em idade avançada. Referências Bibliográficas. LEITE, Fabiane. Idosos estão sob risco da hepatite C . O ESTADO DE S.PAULO, São Paulo, 25 set. 2009. Disponível em: https://emais.estadao.com.br/noticias/geral,idosos-estao-sob-risco-da-hepatite- c,377431. Acesso em: 19 jun. 2021. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das Doenças Sexualmente Transmissíveis, Aids e Hepatites Virais. Manual Técnico para o Diagnóstico das Hepatites Virais / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das IST, do HIV/Aids e das Hepatites Virais– Brasília : Ministério da Saúde, 2016. 123 p. Disponível em: http://www.aids.gov.br/pt-br/noticias/manual-tecnico-para-o-diagnostico-das-hep atites-virais-e-atualizado/. Acesso em: 19 jun. 2021. IMUNOLOGIA CLÍNICA #05 1. J. N. R, 18 anos, grávida de 8 semanas, foi procurar um ginecologista para realização do acompanhamento pré-natal. O resultado do VDRL foi: reagente 1:8. O médico solicitou a realização da Imunofluorescência, e o resultado foi: IgG: reagente. Foi realizado o exame no parceiro e o resultado foi: VDRL: não reagente; RIFI – IgG: não reagente. O médico ao fazer uma anamnese mais detalhada, descobriu que a mãe da gestante teve sífilis na gravidez, o que permitiu a ocorrência de uma transmissão congênita. Sabendo dessas informações, responda: a) Qual exame é realizado como triagem para sífilis? O que esse teste detecta? Quais as vantagens e desvantagens desta metodologia? R: O exame realizado na triagem de sífilis é o VDRL. Este teste detecta uma variação da aglutinação indireta onde as interações antígeno-anticorpo formam imunocomplexos detectadas com auxílio de microscópio, esses anticorpos não são específicos para Treponema pallidum, porém estão presentes na sífilis. Entre as principais vantagens está a alta sensibilidade na sífilis do adulto, e alta especificidade na sífilis congênita, por ter baixo custo e fácil execução, podendo ser usado para o acompanhamento dos casos tratados. Já as principais desvantagens referem-se aos resultados falso-positivos e falso-negativos. b) Por que o médico solicitou a realização da RIFI IgG? Justifique. Porque o diagnóstico inicial, foi feito através do VDRL que é um teste de triagem, ou seja, que detecta anticorpos não treponêmicos, mas não específicos para sífilis, então após testagem positiva é necessário confirmação através de teste mais específico como é o caso da Imunofluorescência Indireta (RIFI). Este que é um teste qualitativo, sua reatividade indica que o usuário teve contato com Treponema pallidum em alguma época de sua vida e desenvolveu anticorpos específicos. É um teste indicado para confirmação do diagnóstico, quando a triagem é feita com um teste não treponêmico. c) Qual o diagnóstico da gestante? Pode-se dizer que a gestante não tem a doença ativa, ele tem um cicatriz sorológica isso devido ao título residual baixo (1:8). Contudo é necessário a confirmação de dois títulos baixos (inferiores a 1:8) no VDRL, com um intervalo de 30 dias ou mais, para excluir uma doença recente. Três títulos sucessivamente baixos (inferiores a 1:8) com um intervalo superior a 30 dias, sem sinais clínicos de reinfecção, indicam cicatriz sorológica. d) Por que não houve transmissão para o parceiro? A gestante não tem a doença ativa, por isso não houve transmissão para o parceiro; e) Qual exame deve ser solicitado como acompanhamento de cura dessa gestante? Justifique. Realizar o controle de cura mensal por meio do VDRL, considerando resposta adequada ao tratamento ou declínio dos títulos. Referências Bibliográficas BVS ATENÇÃO PRIMÁRIA EM SAÚDE. Núcleo de Telessaúde de Sergipe. Como proceder diante de uma gestante com teste rápido para sífilis reagente e histórico prévio de sífilis tratada? [S. l. ], 2015. Disponível em: https://aps.bvs.br/aps/como-proceder-diante-de-uma-gestante-com-teste-rapido -para-sifilis-reagente-e-historico-previo-de-sifilis-tratada/. Acesso em: 19 jun. 2021. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das Doenças Sexualmente Transmissíveis, Aids e Hepatites Virais. Manual Técnico para Diagnóstico da Sífilis / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das Doenças Sexualmente Transmissíveis, Aids e Hepatites Virais– Brasília : Ministério da Saúde, 2016. 52 p. Disponível em: https://www.telelab.aids.gov.br/index.php/biblioteca-telelab#livros
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