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Transmissão de Sinais no Sistema Nervoso Central

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Maria Fernanda R. Camargo - TXIX 
 
Neurofarmacologia 
A transmissão do sinal no SNC ocorre de maneira elétrica e química para gerar resposta e produção de 
estímulos, nossa principal célula transmissora de impulso eletroquímico é o neurônio. A despolarização do 
corpo do neurônio é sequencialmente transmitida pelo neurônio e chega no próximo neurônio, eles 
interagem por sinapses, apenas interação química, nessa sinapse ocorre liberação do estímulo e o neurônio 
pré-sináptico media o que vai acontecer com o pós-sináptico (excita ou inibe) pela substância liberada na 
fenda sináptica. 
Os medicamentos que veremos foram produzidos por essa lógica: Ou bloquear alguma coisa na 
comunicação do neurônio pré (bloqueio ou abertura de canais) ou modular as substâncias químicas liberadas 
na sinapse (aumenta ou diminui produção, recaptação, liberação). O problema é que na histologia cerebral a 
população de neurônios não passa de 10%, então os medicamentos não agem exatamente como gostaríamos, 
diferindo de pessoa pra pessoa. Outros medicamentos vão surgir com o passar do tempo com o alvo de ação 
em outras células nervosas, melhorando o efeito. 
Astrócitos: Fazem metabolismo de neurotransmissores, como glutamato; fornecem nutrientes aos neurônios, 
fica ao redor de vasos sanguíneos, forma barreira hematoencefálica (BHE) 
Oligodendrócitos: Produzem bainha de mielina, falta dela gera doenças neurológicas como esclerose 
Micróglia: Fundamental em processos neuroinflamatórios. Estudos indicam que muitas doenças não passam 
de inflamações no SN 
Células ependimárias: Produção de líquor (LCR) 
As membranas do neurônio são excitáveis e importantes para gerar sequência de comunicação, então temos 
o neurônio como se fosse uma linha para ter ativações sucessivas para que uma informação liberada num 
local chegue em outro. Essa transição elétrica da informação ocorre graças a diferença de potencial elétrico 
(ddp) em milivolts. Desde um potencial de repouso negativo (em torno de -70mV), que passa pelo 0 e chega 
numa voltagem positiva (geralmente 30mV), ao chegar num determinado valor pode gerar um limiar, que 
difere em diversos lugares e levar a um potencial de ação. O neurotransmissor só é liberado se chegar a uma 
ddp que atinja o limiar e gera liberação das vesículas, mas existem etapas para que isso aconteça. 
Para gerar aprendizado deve ter despolarização até o limiar, isso é para qualquer coisa importante que deva 
acontecer. 
O repouso do neurônio é mantido com carga 
negativa, isso funciona ao colocar 2 K+ pra 
dentro e 3 Na+ pra fora da célula, por meio 
da bomba Na-K-ATPase. Quando começa a 
acontecer alguma coisa na célula o potencial 
começa a ficar um pouco positivo com a 
entrada de Na+ por abertura de canais; se 
alcançar o limiar de ddp vai abrir vários 
canais de cátions (Na ou K), é aí que a ddp 
da membrana fica positiva, esse primeiro 
pedaço do gráfico é a despolarização. Para 
que o estímulo realmente aconteça são 
necessários vários picos de despolarização em sequência, ou seja, estímulo contínuo. Depois, vem a 
repolarização por meio da saída de K pelos canais, isso volta a célula ao repouso; tem algumas situações que 
fazem com que o potencial seja mais negativo que o normal: ou liberou muito K+ ou entrou Cl-, isso é 
hiperpolarização. 
Maria Fernanda R. Camargo - TXIX 
 
Do ponto de vista farmacológico, uma forma de modular esse ciclo seria com medicamentos que agiriam 
nos canais de Na e K. 
Neurotransmissor clássico: 
 Deve ser produzido dentro do neurônio pré-sináptico 
 Ser vesiculado 
 Ser liberado depois de um potencial de ação com influxo de Ca++ 
 Possuir receptores no neurônio pós-sináptico 
 Ter mecanismos de controle na fenda 
Exemplos de neurotransmissores não clássicos: NO, canabinoides, adenosina, neuropeptídeo Y (NPY) 
Princípio geral de neurotransmissão: 
1. Transportador por onde vai entrar o precursor do neurotransmissor. P ex: Por aqui entraria o triptofano 
para produzir 5HT 
2. Via metabólica pela qual o precursor passa até dar origem ao neurotransmissor, são todas as enzimas e 
reações 
3. Transportador por onde o neurotransmissor vai entrar numa vesícula. Ao bloquear esse transportador vai 
ter vesículas vazias 
4. Mecanismo de degradação desse neurotransmissor no 
neurônio pré; o que não for vesiculado do 
neurotransmissor produzido vai ser destruído 
5. Canais relacionados a despolarização, K, Na ou Cl 
6. Canal de Ca++: Preciso que haja influxo de Ca para 
liberar o neurotransmissor 
7. Proteínas de ancoragem: Pega a vesícula e puxa até 
chegar perto da sinapse 
8. Professor pulou 
9. Receptores no neurônio pós. P ex: NA, Ach, GABA, 
glutamínico 
10. Onde o neurotransmissor vai ser degradado. P ex: Se o 
neurotransmissor fosse Ach, o ponto 10 seria AchE, 
degradando em colina e acetil 
11. Mecanismo de recaptação: É um transportador por 
onde o neurônio da fenda volta e é reutilizado 
12. Transportadores de outras células que também captam 
esse neurotransmissor 
13. Autorreceptores: Se for excitatório, vai estimular a produzir mais neurotransmissor. Se for inibitório, 
inibe aquela porção do neurônio e diminui a liberação de neurotransmissor 
Cada neurônio se comunica com cerca de 100 mil neurônios. Por conta disso, um neurônio que começa a 
passar estímulo excitatório para os outros com 1000mV e encontra com um interneurônio inibitório vai 
passar o estímulo, ainda excitatório, com 100mV, p ex. Isso é uma retroalimentação e é chamado de circuito 
neural. O que vai sair como resposta desse circuito é um somatório de tudo que passou por ali. 
Maria Fernanda R. Camargo - TXIX 
 
Neurotransmissores: São substancias químicas classificadas de acordo com algumas características, pra 
nossa aula de farmacologia alguns grupos principais vão ser importantes: 
 Excitatório 
 Inibitório 
 Modulador 
Aminoácidos: GABA, glutamato 
Monoaminas: Serotonina, histamina, adrenalina, noradrenalina, dopamina 
Neuropeptídeos: NPY, opioides 
Esteres de colina: Ach 
Lipídeos: Canabinoides 
Outros: Adenosina, ATP, NO 
 Numa convulsão, p ex, é um processo excitatório, para ter uma convulsão teria que ser por excesso 
de neurotransmissores excitatórios 
SNC 1: NEUROTRANSMISSORES 
SNC: Reunião complexa de núcleos e neurotransmissores que regula atividades próprias e de outros 
sistemas por transmissões químicas. É dividido em autônomo (órgãos e estruturas periféricas e TGI) e 
somático (musculatura esquelética). 
Farmacologia do SNC 
Os fármacos que agem no SNC são os mais prescritos, principalmente os relacionados ao manejo da dor, são 
os mais consumidos de todos. Logo em seguida, temos os psicotrópicos: tratam depressão, transtornos de 
ansiedade, Alzheimer, esquizofrenia, AVC, danos cerebrais e Parkinson. As melhores soluções para esses 
fármacos seriam psicoterapias, mas temos um problema de saúde pública quanto ao uso irracional desse tipo 
de substância que só tem aumentado com o passar o tempo. 
Os psicoativos foram um dos primeiros fármacos a serem descobertos pela humanidade: Os psicoativos são 
quaisquer medicamentos que agem no SNC, podem ser para o alívio da dor, dia a dia, uso recreativo. Essas 
são as substâncias mais utilizadas sem prescrição, o tal do uso recreativo, como álcool, que causam alteração 
da psique, comportamental, etc. 
Divisão anatomofuncional do SNC: 
- Tronco e cerebelo: Funções básicas como respiração, batimentos cardíacos, centro do vômito 
- Diencéfalo: Sistema límbico, muito emocional, reações “animalescas” 
- Telencéfalo: Comportamentos mais superiores no córtex, pensamento crítico, fala, memória, aprendizado 
Microanatomia do SNC: 
- Apenas 10% da massa neural são neurônios, os outros 90% são células da glia 
- Na farmacologia o neurônio ainda é a célula-alvo dos medicamentos 
Neurônios: Compostos de axônio, dendritos e corpo celular. São células excitáveis no SNC 
 
 
Catecolaminas 
Maria FernandaR. Camargo - TXIX 
 
Modulação temporal no SNC: 
Divisão de processos de acordo com o tempo 
 
Neuromodulação: Liberação de NANCs, efeitos relacionados a 2º mensageiro 
Plasticidade sináptica: Formação de espinhas dendríticas, novos brotamentos dendríticos 
Remodelamento estrutural: Cria conexões permanentes, representa o aprendizado p ex 
Degeneração, regeneração e reparo: Ocorre a partir dos 10 anos de idade 
 
 
Efeito terapêutico dos psicofármacos: 
Efeito bioquímico e celular muitas vezes é bem diferente do efeito comportamental, por conta do tempo, 
experiências prévias de vida, mecanismos celulares pré-estabelecidos. A primeira resposta é o efeito 
farmacológico e a 2ª o efeito adaptativo. 
Alvos terapêuticos: Os principais são enzimas, transportadores ou receptadores e os próprios receptores. 
 
 
 
Maria Fernanda R. Camargo - TXIX 
 
Neurotransmissores químicos: 
GLUTAMATO 
Está em todo o SNC, principal neurotransmissor excitatório. Produzido no neurônio pré a partir da 
glutamina, o principal mecanismo de controle do glutamato é pela recaptação pelas células gliais. Possui 
receptores próprios ionotrópicos e metabotrópicos: 
Ionotrópicos: AMPA (canal de Na) e NMDA (canal de Na e Ca, é muito mais potente) 
Metabotrópicos: mGlu 
- família 1: Gq, excitatórios 1 e 5 
- família 2: Gi, inibitórios 2 e 3; como o glutamato pode ter receptor inibitório? Inibindo o GABA, com isso 
continua sendo um estímulo excitatório 
A excitação neural de modo geral é a partir do 
glutamato, não existe formação de memória curta ou 
longa sem esse neurotransmissor. O excesso do 
glutamato está relacionado com dor crônica, 
dependência química e memória (processos de 
neuroplasticidade). 
Em repouso: O receptor NMDA em repouso está 
obstruído com íon Mg, de modo que, mesmo que 
houvesse ligação do glutamato ali não ia acontecer 
nada porque o Mg está bloqueando. Mesmo frente a 
uma despolarização breve tem ligação do glutamato 
nos seus receptores, incluindo AMPA e NMDA, mas 
NMDA está obstruído, então vai ter entrada de Na+ e 
isso gera excitação relativamente curta. 
Estímulo biologicamente relevante: Frente a essa nova intensa liberação de glutamato ele vai interagir com 
seus 2 receptores, inicialmente abre AMPA e entra Na+, se houver despolarização sustentada ela é capaz de 
deslocar o Mg que está bloqueando o canal, e deixa o canal livre, por este canal vai entrar Na e Ca. O 
aumento da concentração intracelular de Ca gera ativação de uma série de enzimas, como PKC e iNOS e 
outras alterações mais permanentes na célula. 
- Se essas alterações forem em excesso podem gerar um certo dano neural: Excitotoxicidade glutamatérgica; 
p ex quando há isquemia, traumatismo craniano, doença neurodegenerativa vai acontecer isso. Se tiver 
liberação de glutamato exagerada aumenta a concentração intracelular de Ca e ativa fosfolipase A2, que 
culmina numa via inflamatória e levar a morte celular. Esse Ca que aumenta também pode ativar enzimas 
que quebram membrana e podem levar a degradação da mitocôndria, além disso, é capaz de levar a 
estimulação da iNOS, ela produz NO que favorece desestabilização de membranas e tem capacidade de ir no 
neurônio pré e estimular liberação de mais glutamato, gerando um ciclo vicioso e a própria excitotoxicidade. 
Na clínica usa-se antagonistas NMDA: 
 Memantina: Principal uso é para diminuir toxicidade glutamatérgica, usada em doenças 
neurodegenerativas (Alzheimer) 
 Quetamina: Diminui excitação elétrica do SNC, é um anestésico 
 Potencializador de AMPA: Piracetam, facilita formação de novas memórias 
 
Maria Fernanda R. Camargo - TXIX 
 
GABA 
Está em todo o SNC, principal neurotransmissor inibitório. O nosso comportamento é influenciado por um 
balanço entre GABA e glutamato. O glutamato dá origem ao GABA, que é vesiculado, liberado na sinapse, 
pode ser degradado pela GABA-transaminase ou recaptado por um GAT transportador de GABA. Ele faz 
parte da rota de síntese do glutamato. Possui 2 tipos de receptores: 
Ionotrópicos: 
- GABAa: Canal de Cl-, importante receptor que inibe vários 
neurônios por hiperpolarização; controle da excitabilidade 
neuronal (toda vez que tem hiperexcitação tem controle 
mediado por GABA). Composto pelas subunidades alfa, beta 
e gama, mas pode estar em quantidades diferentes. 
 Etanol, barbitúricos e BDZ são facilitadores da 
abertura de canal, possuem sítios específicos de 
ligação no receptor. Facilitam porque ao se ligarem 
no receptor o próprio GABA aumenta sua afinidade 
com seu sítio e em vez de ficar 1 segundo ali ficam 
10, não abrem o canal. Se mistura essas 3 substâncias, 
p ex, vai aumentando cada vez mais a afinidade do 
GABA porque eles agem em sítios diferentes 
- GABAc 
Metabotrópicos: GABAb (Gi), principalmente na musculatura e alguns núcleos talâmicos relacionados a 
contração ou relaxamento muscular 
Agentes GABAérgicos relevantes: 
 BDZ e barbitúricos: Potencializam GABAa 
- o principal barbitúrico é o fenobarbital (gardenal) 
 Baclofeno: Agonista GABAb, é um relaxante muscular 
 Tiagabina: Inibe recaptação do GABA, anticonvulsivante 
 Vigabatrina: Inibe degradação de GABA, anticonvulsivante, esse é mais importante 
CATECOLAMINAS 
Dopamina e Noradrenalina (são as mais importantes) 
Adrenalina 
O que diferencia um neurônio de ser noradrenérgico 
ou dopaminérgico? A presença da enzima dopamina-
β-hidroxilase no neurônio. Quem tiver converte 
dopamina a NA. A partir do aa tirosina, a enzima 
tirosina-hidroxilase (etapa limitante) converte essa 
tirosina a DOPA, nos 2 tipos de neurônio tem DOPA-
descarboxilase que converte essa DOPA a dopamina. 
Se o neurônio for dopaminérgico o processo termina 
aqui, se for noradrenérgico a enzima dopamina-β-
hidroxilase converte a dopamina a NA. Se for um 
neurônio adrenérgico vai ter a metil-transferase que 
converte NA a adrenalina. 
Maria Fernanda R. Camargo - TXIX 
 
NORADRENALINA (NA) 
Função basicamente excitatória no SNC, funções 
orgânicas como o estado de alerta, vigília, agressividade, 
agilidade, reações de defesa; isso está correlacionado com 
o humor: muita NA agitação e responsividade, pouca NA 
depressão. Controle da pressão arterial a partir de locus 
ceruleus e trato solitário que envia eferência ao bulbo e 
aumenta atividade do tônus adrenérgico no sistema 
simpático. Aumenta temperatura, diminui apetite e diminui 
dor (ação inibitória). 
Principal ponto de eferência de corpos de neurônio da NA 
estão no locus ceruleus e a partir dali são mandadas fibras 
adrenérgicas para todo o SNC, que vai controlar essa série 
de funções. Termorregulação e apetite no hipotálamo, 
alerta e humor na região límbica (amígdala e PAG). A NA 
tem os mesmos receptores do SNC: 
Metabotrópicos: 
A1 (Gq) 
A2 (Gi): Por ser terminal nervoso vai ser sempre Gi, autorreceptor inibitório 
B1, 2 e 3 (Gs) 
Monoaminooxidase (MAO) é uma enzima dentro da fibra que faz degradação das monoaminas (como a NA) 
e na fenda a COMT que faz degradação de catecolaminas na fenda. 
Agentes noradrenérgicos relevantes: 
 Inibidores da MAO: Antidepressivos, na ideia de preservar monoaminas 
 Inibidores da recaptação de NA: Antidepressivos tricíclicos, cocaína 
 Anfetaminas: Aumentam liberação das catecolaminas 
- Caso do metilfenidato, venvanse, aumentam o alerta por aumentar liberação de NA 
 Clonidina: Agonista a2, diminui liberação de NA, causa sonolência e diminui tônus noradrenérgico 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Maria Fernanda R. Camargo - TXIX 
 
DOPAMINA (DA) 
Participa de 3 vias neurais importantes, dentro delas faz controle de uma série de comportamentos de forma 
distinta: Controle endócrino na síntese e liberação de prolactina, na ZGQ relacionada a êmese, numa outra 
via está relacionada a controle motor (movimentos finos, coordenados e simétricos) no núcleo estriado, via 
relacionada a humor, cognição e recompensa. Humor expansível é relacionadoa dopamina: Falar, comer, 
comprar, rir em excesso, quanto mais DA mais expansível é o humor. Temos uma ação via interpretação de 
córtex cerebral relacionada a imaginação, criatividade, inteligência. Temos 2 grandes famílias de receptores: 
Metabotrópicos: 
- Gs: D1 
- Gi: D2; o D2 do giro parahipocampal é Gq 
Vias dopaminérgicas: Os principais corpos neuronais dopaminérgicos se originam da substância negra e 
são projetados para 3 grandes vias 
Nigroestriatal: Liga estriado a substância negra, temos controle 
motor mediado pelo estriado, controle motor de movimentos 
simétricos e coordenados, finos. A diminuição de DA nessa via é 
a patofisiologia da doença de Parkinson. 
Túbero-infundibular: É uma via hipofisária que faz controle da 
produção de prolactina. Ao longo da vida a DA inibe produção de 
prolactina em alguns momentos específicos, como durante a 
lactação na qual a DA para de inibir essa síntese. Nas mulheres 
há liberação de leite e nos homens causa ginecomastia e talvez 
galactorreia (liberação de muco pela mama). 
Mesocorticolímbica: Envolve área cortical e límbica. Na área 
límbica principalmente relacionado a emoções, prazer e 
recompensa. A cortical relacionada a atenção, memória, senso 
crítico, filtros, julgamento moral. A diminuição de DA na via 
cortical gera TDAH pela falta de controle cognitivo. Na via 
mesolímbica o aumento de DA está relacionado a esquizofrenia. 
Aqui também tem os comportamentos expansíveis, como 
maníaco no caso do bipolar, e também a dependência, a grande 
quantificação da liberação de DA pela recompensa induzida pela 
droga leva a aumento de DA; hoje, sabe-se que usuários de droga 
tem excesso de DA e que ao longo do tempo podem desenvolver 
esquizofrenia, no caso da maconha esse tempo é em torno de 20 
anos. 
Agentes dopaminérgicos relevantes: 
 Plasil: Antagonista D2, age na ZGQ com atuação antiemética 
 Antagonistas D2: Usados para agir na via mesocorticolímbica sendo antipsicóticos, como 
haloperidol, clorpromazina 
 Antiparkinsonianos: Aumentam atividade da DA, pode ser a levodopa (precursor da síntese de DA), 
bromocriptina (agonista direto) 
 Carbidopa, benzerazida: Favorecem a formação da DA no SNC por inibir a síntese na periferia 
 Cocaína: Inibe recaptação 
 Anfetaminas: Aumentam liberação 
Maria Fernanda R. Camargo - TXIX 
 
SEROTONINA (5HT) 
Possui uma série de funções fisiológicas, é o neurotransmissor mais presente no corpo e no SNC. 
Relacionado a termorregulação, apetite, aumento da transmissão da dor, controle do sono e do humor. 
Possui característica modulatória porque pode induzir ou diminuir o sono, melhorar ou piorar humor, ou 
seja, ações excitatórias e inibitórias. É produzida a partir do aa triptofano por meio da enzima triptofano-
hidroxilase, então é dada origem ao 5-hidroxitriptofano e depois a 5-hidroxitriptamina (5HT), que é a 
própria serotonina. É uma monoamina biogênica, mas não é uma catecolamina. Em um local chamado 
núcleo da rafe se encontram os principais corpos neuronais serotoninérgicos, esses corpos emitem projeções 
a todo o SNC; nesse núcleo tem ações hipotalâmicas e talâmicas relacionadas a 5HT, na amígdala, regiões 
corticais, no bulbo tem 5HT na ZGQ (relacionado a náusea e vômito), no sistema límbico (humor). A teoria 
monoaminérgica da depressão diz que quando diminui a quantidade de 5HT surgem comportamentos 
depressivos, assim como o aumento de 5HT na via mesocorticolímbica leva ao aparecimento de alucinações 
e disforias. Na amígdala a presença de 5HT em excesso leva a impulsividade, agitação, insônia, 
agressividade. Na periferia é um importante mediador da dor e no sistema vascular promove vasoconstrição. 
Possui uma série imensa de receptores: 
Metabotrópicos: 
- Gi: 5HT1 
 5HT1a: Gi, diminui adenilato ciclase, localização no sistema límbico e córtex. A ativação desse 
receptor por meio da buspirona vai ter efeito inibitório do SNC diminuindo a ansiedade 
 5HT1b e 5HT1d: Autorreceptor, controla liberação de 5HT. É alvo de triptanos (medicamentos para 
enxaqueca); a serotonina algumas vezes pode causar vasoconstrição e com isso hipóxia em algumas 
áreas do cérebro causando enxaqueca, esses fármacos se ligam onde a 5HT se ligaria 
- O 5HT1d é um autorreceptor pré-sináptico importante que vai estar em regiões cerebrais 
relacionadas a liberação de 5HT e ao efeito tardio de antidepressivos 
- Gq: 5HT2 
 5HT2c: Gq, aumenta fosfolipase C, então audno tem ativação dele por alguma substância, como 
fármacos com metiltriptofano, metilhidroxiamina, tem alteração a nível cerebral com excitação de 
modo que apresenta alucinações, disforias e, p ex, o efeito do LSD 
 Alguns outros receptores dessa família vão ser importantes como alvos de antipsicóticos, como 
rispiridona, o antagonismo diminui os comportamentos expansivos relacionados a 5HT 
Ionotrópicos: 
- 5HT3: Canal iônico de Na+ e Ca++ 
 Vai estar na área postrema e na ZGQ, ele é relacionado com excitação neural, náusea e vômito. Um 
antagonista como a ondasetrona tem efeito antiemético 
Como a serotonina é uma monoamina também sofre influência da MAO para seu metabolismo 
Agentes serotoninérgicos relevantes: 
 Inibidores da MAO: Aumentam quantidade de 5HT 
 Ondasetrona: Antagonista 5HT3 
 Sumatriptano: Agonista 5HT1d, efeito antienxaqueca por inibir vasoconstrição cerebral 
 LSD: Agonista 5HT2a, efeito alucinógeno 
 Inibidores da recaptação de 5HT: ISRS, fluoxetina, sertralina, excitalopram (antidepressivos no 
geral) 
Maria Fernanda R. Camargo - TXIX 
 
ACETILCOLINA (ACh) 
Principal função de modular cognição e memória no SNC, não existe formação de memórias de longa 
duração sem ACh. Além disso, o excesso piora o controle motor (síndromes extrapiramidais, descontrole 
motor) e o bloqueio de receptores de ACh induz o sono, uma vez que receptores ionotrópicos nicotínicos 
fazem psicoestimulação cerebral, então quando a ACh se liga neles no cérebro tem estimulação neural, 
aumento da atenção, agressividade e impulsividade. Receptores: 
Metabotrópicos: 
- Gq: M1, M3 e M5 
- Gi: M2 e M4 
 Cognição, memória e controle motor estão relacionados com receptores metabotrópicos 
Ionotrópicos: 
- N: Canal de Na+ 
O principal núcleo de corpos neuronais da ACh é nos 
núcleos magnos celulares do prosencéfalo, a partir 
dali eles emitem projeções para todo o SNC. Tem 
interneurônios no estriado que vão fazer controle 
motor, na amígdala e hipocampo formações de novas 
memórias. Na ZGQ e área postrema tem a presença 
desses receptores. A presença da ACh nesses 
receptores causa náusea e vômito. 
A ACh é sintetizada da mesma forma que lá do SNA 
a partir de um precursor colina, essa colina é 
acetilada e dá origem a ACh, que é vesiculada, 
ancorada e liberada na fenda e lá interage com algum 
receptor muscarínico ou nicotínico e pode ainda ser 
degrada por uma AChE. 
Agentes colinérgicos relevantes: 
 Inibidores da AChE: Utilizados no Alzheimer, eles têm na sua essência por mecanismo de ação inibir 
a degradação da ACh e 
 Nicotina: Agonista N 
- Hoje em dia temos agonistas seletivos relacionados a recompensa, como o champix para tratamento 
coadjuvante na dependência a nicotina 
 Escopolamina (buscopam): Antagonista muscarínico 
- Aqui no Brasil é vendida como butilbrometo de escopolamina, esse grupamento butilbrometo 
confere alta polaridade a escopolamina, assim ela não atravessa a barreira hematoencefálica; se a 
escopolamina sozinha atravessasse a barreira ela causaria no SNC náusea e confusão mental, 
demência 
OUTROS MEDIADORES QUÍMICOS 
Sistema adenosinérgico: Aqui se encontram as purinas, como a cafeína. A cafeína é um antagonista da 
adenosina (que é um neurotransmissor inibitório), quando usamos ela tem efeito excitatório, promove alerta, 
tremor, taquicardia 
Maria Fernanda R. Camargo - TXIX 
 
Melatonina: Neurotransmissor importante, é um hormônio produzido pela glândula pineal e é relacionada aocontrole do sono, controle de ritmo biológico 
Glicocorticoides: Agem a nível de SNC, ansiedade 
Histamina: É um importante neurotransmissor excitatório, antagonistas dela causam sono. No SNC ela tem 
receptores h1 (Gq) que aumenta atividade da PKC e a [Ca] 
Neurotransmissores atípicos 
São aqueles que não respeitam os 4 critérios para ser clássico: Ou ele não é produzido no neurônio pré, ou é 
liberado conforme demanda (não precisa exocitose), ou não age em receptor próprio (pode agir em 
receptores de outros neurotransmissores) ou não vai agir em nível pós (age no pré) 
ÓXIDO NÍTRICO (NO) 
A formação ocorre partir do aa arginina, na sua transformação à 
citrulina por meio da enzima iNOS dá origem ao NO. O NO é uma 
molécula muito pequena, não é vesiculado, é responsável por uma série 
de funções fisiológicas como: controle motor, regula o humor (humor 
irritável), cognição e memória (melhora). Efeitos excitatórios no geral. 
O alvo farmacológico dele é aumentar o GMPc. Frente a ativação da 
iNOS, normalmente induzida pelo aumento da concentração de Ca, 
produz o NO e este vai ao neurônio pré e aumenta liberação de 
glutamato. Esse NO aumenta atividade da guanilato ciclase solúvel, 
que aumenta produção do GMPc e ele aumenta a atividade da PKG; 
essa PKG tem a capacidade de aumentar a quantidade da liberação de 
glutamato, além de ter funções próprias. A enzima PDE degrada o 
GMPc, então uma maneira de controle dos efeitos do NO é justamente 
essa enzima, porque mesmo que haja muito NO ela vai degradar o 
GMPc. 
 
ENDOCANABINOIDES (eCB) 
O nosso corpo produz principalmente dois: Anandamida (AEA) e 2-
araquidonoilglicerol (2-AG), esses compostos são produzidos tanto na 
periferia quanto no SNC e agem nos receptores deles chamados CB1 
e CB2. Esses mesmos receptores são onde os componentes ativos da 
cannabis vão se ligar, como o Δ9THC. Pensando nos efeitos dessa 
substância, podemos analisar os efeitos dos canabinoides: Sonolência, 
calma, fome, vasodilatação inicialmente dos vasos da esclera. As 
ações deles são predominantemente inibitórias. Piora controle motor, 
piora capacidade de cognição e memória, inibição do vômito, 
aumenta apetite. Receptores: 
Metabotrópicos: 
- Gi: CB1 e CB2 
Frente à algum tipo de demanda, o neurônio pós produz tanto 2-AG quanto AEA, ele libera esses 2 
neurotransmissores, que alcançam seus receptores, como p ex o CB1 que está no neurônio pré; a ativação 
desses receptores por uma Gi vai inibir a liberação de glutamato. 
Maria Fernanda R. Camargo - TXIX 
 
Os eCB são pensados desde o início dos anos 2000 com potencial terapêutico importante, principalmente 
como ansiolíticos por inibirem liberação de glutamato, mas no mercado são usados como anticonvulsivantes 
(quando usamos substâncias como canabinoides que diminuem liberação de glutamato, diminuímos a 
descarga elétrica exagerada da epilepsia). Eles também são usados como analgésicos: Como a condição da 
algesia também é dependente de glutamato, conforme haja aumento desses agonistas de receptor CB1 vai 
diminuir a quantidade de liberação de glutamato e diminuir uma neurotransmissão excitatória, que é o caso 
da algesia. 
Os canabinoides exógenos Δ9THC produzem fome após uso, então foi pensado o seguinte: Poderia haver a 
síntese de um fármaco (rimonabanto) com a capacidade de inibir ou antagonizar receptores CB1, ao fazer 
isso inibiria fome; lá no início dos anos 2000 o ribonabanto foi lançado no mercado e funcionava muito 
bem. Alguns anos depois a venda foi proibida porque existia a inibição da fome, mas na época a regulação 
do humor pelos canabinoides não havia sido estudada, então quando havia a utilização desses fármacos para 
inibir fome, a chance de desenvolver transtornos psiquiátricos dobrava, naquela época foi observado o 
aumento da taxa de suicídio. 
Atualmente, se fala de um componente canabinoide agonista de receptores, o canabidiol: Agonista CB1, não 
causa os efeitos dissociativos que o Δ9THC causa, é uma droga sem efeito psicomimético. Essa substância é 
liberada para tratamento de epilepsia, tanto no mundo quanto no Brasil. Embora seja derivado da maconha, 
não é o extrato da folha, é um químico purificado que não interfere em humor, percepção e interpretação de 
realidade que a maconha causa; é um medicamento totalmente liberado para o tratamento de epilepsia 
refratária. 
Classificação dos psicofármacos 
Essa classificação é segundo a OMS, 1967. Esses fármacos além de agir no SNC agem na psique, alteram o 
comportamento, eles podem ser depressores, estimulantes ou perturbadores do SNC. OBS: Depressores são 
fármacos que têm a capacidade de diminuir a condução elétrica do sistema nervoso central, não confundir 
com a doença depressão maior, que é uma doença psiquiátrica relacionada a 5HT e NA. 
DEPRESSORES 
São aqueles que diminuem a atividade elétrica do SNC, fazem efeitos de característica inibitória: induzem 
sono, diminuem ansiedade, ação tranquilizante, diminuem comportamentos expansivos, controlam a dor, são 
anestésicos; ansiolíticos, sedativos, hipnóticos, analgésicos, anestésicos, etanol, antipsicóticos. 
ESTIMULANTES 
Aumentam atividade elétrica do SNC: Além de aumentar isso relacionado ao alerta, euforia, também 
aumentam atividade motora, como prática de exercícios, ficar acordado, contração muscular, como nicotina, 
cafeína, anfetaminas, cocaína. Alguns que são relacionados ao reforço da cognição: Rivastigmina e 
donepezil, aumentam a quantidade de ACh e assim ela pode melhorar a atividade cognitiva para quem tem 
um déficit. Também podem entrar como estimulantes do SNC os agonistas AMPA, NMDA, ou seja, 
receptores do glutamato. Os antidepressivos entram nessa classificação de estimulante, não porque 
estimulam diretamente, mas porque melhoram as condições da depressão, como ex temos ISRSs 
(fluoxetina) e um antidepressivo tricíclico (imipramina). 
PERTURBADORES 
Fazem uma mistura de depressão e excitação, mas o mais importante é que mudam a percepção. A pessoa 
tem um desvio de percepção relacionado a distúrbios visuais, olfatórios, sensitivos; essas sensações vão estar 
em proporção inadequada. São as drogas alucinógenas como LSD, ecstasy, maconha, chá de cogumelos, chá 
de lírio. 
 
Maria Fernanda R. Camargo - TXIX 
 
Essa tabela é referente às doenças do sistema nervoso e com qual neurotransmissor estão relacionadas: 
DOENÇA NEUROTRANSMISSORES ENVOLVIDOS 
Ansiedade 
 
- + 5HT, + NA, - GABA, + glutamato 
*Receptor 5HT1a 
Depressão - 5HT, - NA, - DA 
*Falta em áreas importantes como sistema límbico 
Esquizofrenia + DA, glutamato 
Insônia - GABA, - 5HT 
Epilepsia + glutamato, - GABA 
Doença de Parkinson - DA, + ACh 
Doença de Alzheimer + glutamato, - ACh 
 Legenda: - (pouco) + (muito) 
A ideia de aumentar ou diminuir a carência ou excesso desses neurotransmissores é regular, pelo menos 
parcialmente, as doenças neurais. 
__________________________________________________________________________ 
SNC 2: ANSIOLÍTICOS 
A maioria desses fármacos fazem 3 coisas: Ansiólise, hipnose e sedação. 
Ansiedade: Mecanismo de defesa frente a algum perigo ou ameaça; é uma resposta natural. Essa reposta 
inclui comportamentos defensivos, reflexos autonômicos do SNAs (taquicardia, sudorese, tremor), aumento 
do despertar e alerta, liberação de corticoides (cortisol p ex), aumenta glicemia, aumetna atividade 
excitatória, emoções negativas (sensações de sufocamento, falta de ar, angústia). 
Já se sabe há muito tempo sobre a neuroanatomia do comportamento defensivo: Circuito de Papez, que 
inclui hipotálamo, hipocampo, amígdala, tálamo, giro do cíngulo e giro denteado. Frente a um estímulo 
qualquer, como p ex visual, esse estímulo visual codificado no córtex visual do lobo occipital envia 
informações para a amígdala, hipocampo e córtex pré-frontal, é feita uma seleção das informações recebidas 
pelo córtex visual. A amígdala faz uma seleção básica doque aquilo representa onde pode ser 
potencialmente danoso, dando uma divisão e ativação dos componentes da amígdala, ela é dividida em 
central e basolateral, esta é quem recebe esse primeiro input e dá gatilho para a central. O hipocampo 
processa a relação tempo-espacial, o que foi visto, lugar, distancia do corpo, realidade temporal daquilo. O 
córtex pré-frontal faz um filtro da realidade ou do potencial perigo, caso aquilo represente pouco perigo o 
córtex pré-frontal inibe a amígdala. Se o hipocampo processa e vê que há perigo mesmo o córtex pré-frontal 
não inibe a amígdala, e ativa mais ainda a amígdala central e estimular a substância cinza periaquedutal 
dorsal. Ela que executa o comportamento defensivo em si, ela manda informações para o tronco, ativa 
núcleos noradrenérgicos e a descarga defensiva é executada para a medula e para os nervos cranianos, que 
refletem no organismo como um todo na defesa. 
Ansiedade enquanto condição patológica: Se tiver hipofunção do córtex pré-frontal ele não inibe a 
amígdala, então a pessoa tem uma resposta exagerada com qualquer coisa. Outra possibilidade é se tiver 
uma hiperexcitação da amígdala, caso isso ocorra a amígdala vai dar muito gatilho para a PAG e a pessoa 
vai sofrer muita resposta defensiva. 
Comportamentos defensivos importantes: 
- Congelamento: Ficar parado sem reação, resposta de defesa no intuito de passar despercebido frente à 
ameaça; “dar branco” 
- Fuga: Correr da ameaça, em alguns sentidos não corremos literalmente, executamos fuga fingindo que algo 
não existe, inventando desculpas, autosabotagem 
Maria Fernanda R. Camargo - TXIX 
 
- Luta: Do ponto de vista seria lutar contra o agente agressor, como no caso do humano geralmente isso não 
é físico essa luta pode ser chorar, gritar, se desesperar 
Medo X Ansiedade: Os dois são capazes de ativar circuito de Papez. Todas as respostas autonômicas e 
emocionais frente uma ameaça real é o medo, quando a ameaça está na minha frente chamamos aquilo de 
medo. Enquanto ansiedade seria respostas autonômicas e emocionais antecipatórias frente a algo ruim que 
pode talvez acontecer. 
A ansiedade normal serve para precaução, temos estados ansiosos, que ocorrem de maneira antecipatória e 
esses estados independem de eventos externos. 
Estado ansioso patológico: As manifestações luta, fuga ou congelamento interferem em atividades 
produtivas e na vida normal do indivíduo. 
É comprovado por artigos científicos que o uso de celulares e outros tecnlógicos pode aumentar muito os 
riscos de ansidade, depressão e deficiências cognitivas. 
MANIFESTAÇÕES DA ANSIEDADE 
Queixa verbal: Paciente reclama muito 
Efeitos somáticos e autônomos: Agitação, palpitação, insônia, sudorese, distúrbios no TGI 
Interferência nas atividades cotidianas: Dificuldades de concentração 
Distúrbios do sono: Enquanto que ansidedade é uma doença psiquiátrica, distúrbio do sono é neurológica, 
mas acabamos falando delas juntas porque as medicações são as mesmas e porque problemas com o sono 
podem ser sintomas de ansiedade. Aqui é a incapacidade de iniciar ou de manter o sono, sono de má 
qualidade, no dia seguinte a pessoa acorda mais cansada do que quando foi dormir. 
CLASSES DE ANSIOLÍTICOS 
Benzodiazepínicos (BDZ): É uma família que contém o anel benzodiazepina em sua composição química. 
Esses vão ser os medicamentos chave no tratamento da ansiedade. Existem em torno de 20 bdzs no mercado. 
São responsáveis por cerca de 50% da prescrição de psicotrópicos. 
Mecanismo de ação: Como um todo são agonistas ou facilitadores da ligação do GABA pelo receptor 
GABAa (ionotrópico, canal de Cl, possui um espaço onde o GABA se liga e quando isso ocorre o canal abre 
e tem hiperpolarização da célula). BDZs possuem um sítio próprio no receptor GABAa, quando eles se 
ligarem vão aumentar a afinidade do GABA pelo receptor, o GABA fica ligado por mais tempo e causa 
aumento do influxo de Cl, gerando maior hiperpolarização celular. Facilitam a abertura de canais de Cl, 
entrada de Cl- extracelular, hiperpolariza, não gera potencial de ação, gera efeitos inibitórios no SNC. 
O receptor GABAa pode ser composto de subunidades diferentes, que 
possuem nome e número, como alfa 1, beta 3; o alfa varia de 1 a 6, beta de 1 
a 3, gama 1 a 3, em vez de gama pode ter delta, épsilon. A ligação BDZ 
ocorre obrigatoriamente entre uma subunidade alfa e uma gama, o GABA 
liga entre uma alfa e uma beta; então, todos os receptores GABA tem que ter 
um alfa ao lado de um beta, mas, nem todo receptor tem um gama ao lado do 
alfa, por isso os BDZ não vão se ligar em todos os receptores. 
Adendo: Temos também o receptor GABAb, metabotrópico Gi, que causa 
abertura de canais de K+, gerando hiperpolarização indireta. Nesse receptor 
se liga o fármaco baclofeno, que é um relaxante muscular, porque o local que 
mais temos GABAb é nos músculos esqueléticos. 
Maria Fernanda R. Camargo - TXIX 
 
Efeitos dos BDZ: Redução de ansiedade e agressividade, sedação ou indução do sono, redução do tônus 
muscular e coordenação (GABAa também age relaxando os mm), alguns tem efeitos anticonvulsivantes e 
todos tem a capacidade de produzir amnésia. 
Foi dito anteriormente que a ansiedade pode ser causada por 2 motivos: Hipofunção do córtex pré-frontal ou 
hiperatividade da amígdala. A ideia do BDZ é hiperpolarizar a amígdala, quando usamos eles vou ter a 
diminuição da atividade elétrica na amígdala, reduzindo ansiedade. O BDZ via só na amígdala? Não, se 
fosse só ali não teria efeito colateral, do ponto de vista farmacocinético o BDZ é distribuído por todo o 
cérebro. 
Efeitos colaterais: BDZ vai aos núcleos supraópticos e ao inibí-los gerar sono, no estriado diminuem 
coordenação motora, no hipocampo para de formar novas memórias (amnésia, confusão mental), inibição de 
áreas pré-frontais diminuindo a atenção. Diminuem a atividade elétrica de todo o SNC. 
FÁRMACOS IMPORTANTES 
 
*Para ser anticonvulsivante tem que agir no lobo temporal 
Flunitrazepam: Quando administrado com álcool faz um distanciamento entre perda da consciência e 
sedação, é o famoso “boa noite cinderela”. Quando a pessoa ingere essa combinação ela perde a capacidade 
de decisão, mas continua conseguindo responder perguntas. Todos os BDZ podem ser antagonizados por 
esse fármaco, porque é competitivo, acaba sendo um antídoto quando há intoxicação por BDZs. 
ASPECTOS FARMACOCINÉTICOS 
Medicamentos muito estáveis, possuem diversas formas farmacêuticas, como VO, IM, EV, sublingual. 
Tempo de meia-vida: 
*Midazolam, alprazolam, bromazepam, diazepam e clonazepam. 
Quanto ao tempo de meia-vida em horas, o primeiro comprimido ingerido pelo paciente vai ter o tempo de 
meia-vida respectivo, quando esse uso se tornar crônico o tempo vai diminuir, o metabolismo do fármaco 
vai se tornar mais rápido, isso se chama tolerância. 
 
O que muda entre cada BDZ é sua farmacocinética, explicamos na tabela abaixo: 
Maria Fernanda R. Camargo - TXIX 
 
O que faz o tempo de meia-vida entre eles ser tão diferente? O tipo de metabolismo: 
Alprazolam: Metabolizado a uma hidrox, conjugado e vai embora, por isso a meia-vida é curta. 
Flurazepam: Duração média, é metabolizado, metabolizado de novo por conjugação e então excretado. 
Diazepam: Meia-vida maior, é metabolizado na primeira flecha, forma o nordazepam (metabólito ativo), que 
é metabolizado de novo, forma o oxazepam (outro metabólito ativo), este vai ser metabolizado de novo para 
então ser eliminado. 
 
EFEITOS ADVERSOS 
Por agirem em todas as áreas comentadas anteriormente produzem muito efeito adverso, tais como: 
- Sonolência excessiva diurna (especialmente drogas de ação prolongada): Em pessoas jovens acabam 
tirando a produtividade, por isso elas são tratadas para ansiedade com antidepressivos. 
- Piora da memória: Amnésia anterógrada – dificuldade em absorver novas memórias 
- Tontura, zumbidos: Piora da labirintite 
- Quedas, fraturas: Problemasna direção, coordenação 
- Anestesia emocional: Ocorre no uso por um tempo longo, leva a indiferença afetiva frente a ocasiões da 
vida 
*Apesar de não serem bons fármacos para pessoas jovens e para uso crônico, são ótimos para situações de 
crise 
- Alto de risto de dependência: Pessoas que tomam o medicamento BDZ por mais de 1 ano acabam 
prolongando o uso por até 10 anos 
TOLERÂNCIA 
É quando tem a necessidade do aumento da dose ao longo dos dias para que haja manutenção do efeito. É 
explicada por meio de 3 mecanismos. A tolerância ocorre quando os fármacos são metabolizados mais 
rápido, 
1) Aumento da própria eliminação: Os BDZ tem a capacidade de aumentar o próprio metabolismo e 
eliminação, são indutores enzimáticos de si mesmos. Uma forma de driblar isso é mudando o medicamento 
por outro de meia-vida maior. 
2) Dessensibilização: Ocorre pela internalização de receptores, diminui a dispobinilidade de receptores, 
principalmente GABAa 
Maria Fernanda R. Camargo - TXIX 
 
3) Aumento da produção endógena de β-carbolinas: Esse composto é um agonista inverso, então conforme 
haja produção disso ela se liga num sítio e favorece o fechamento do canal de Cl-; quanto mais β-carbolina 
tiver mais mantém conformação fechada do canal. Mesmo tendo BDZ esse cnaal não abre porque vai ter a 
ligação da carbolina. 
USOS 
Diversos transtornos de ansiedade: Generalizada, TOC, síndrome do pânico, fobias (ágarofobia) 
Tratamento de insônia: Seja ela sintoma de ansiedade ou como doença 
Medicação e anestesia: Principalmente com a ideia de anestesiar o paciente antes dele chegar no centro 
cirúrgico 
Relaxante muscular: Pessoas que não conseguem dormir ou têm muita tensão muscular, nervosismo, e essa 
tensão gera enxaqueca 
Crises convulsivas: Diazepam 
Tratamento de síndromes de abstinência: Principalmente em etilistas 
- Dependentes de BDZ: Na ausência desses fármacos podem apresentar os sintomas da dependência da 
mesma forma, como sudorese, tremores, agitação, convulsões 
TOXICIDADE AGUDA 
Os BDZ são fármacos de alto índice terapêutico, podem gerar diminuição de ansiedade, ao aumentar a dose 
vão podendo gerar hipnose, anestesia. Mesmo em doses extremamente alta, os BDZ sozinhos não 
conseguem causar coma ou morte, são drogas muito seguras. Com uso combinado com etanol, anti-
histamínicos, opioides, p ex, aí sim a depressão do SNC vai ser muito maior e poder causar coma e morte. 
Rivotril + álcool pode levar anestesia completa por até 2 dias ou mais, no melhor dos casos, essa 
combinação pode levar facilmente à morte. 
Não são drogas de primeira escolha para uso no dia a dia, eles estão na lista de Beers: Potencialmente 
inapropriados para idosos, todos os BDZ são porque aumentam risco de queda, diminuem capacidade 
motora, diminuem atenção e memória. 
OUTROS ANSIOLÍTICOS 
Existem outros tipos de fármacos que podem ser usados para essa finalidade, como antidepressivos, beta-
bloqueadores, barbitúricos, zolpidem, buspirona. Em pessoas de até 30 anos o grupo usado para tratar 
ansiedade são os antidepressivos porque a quantidade de efeitos colaterais é muito menor. Num segundo 
momento, normalmente, a ansiedade em jovens é um sintoma de uma depressão, então ao usar o 
antidepressivo tem diminuição da ansiedade porque vai ter resolução da doença base. Mesmo que o 
antidepressivo seja usado como ansiolítico ele deve ser administrado todo dia, não só em momentos com 
ansiedade. 
Buspirona: É um agonista 5HT1a (Gi), consegue diminuir a manifestação da ansiedade se ela for leve e 
moderada. Não é indicada em casos de crise ou pânico. É um medicamento tarja vermelha, tem muito menos 
efeito colateral, não altera atividades cognitiva e motora, atenção. O grande problema dela é não servir para 
crises, nesses casos devem ser usados os BDZ. Tomar cuidado com uso conjugado com outros 
medicamentos que agem em receptores de 5HT, o excesso desse neurotransmissor pode gerar síndromes 
psicóticas. 
Zolpidem: Não tem grande efeito ansiolítico, é uma droga de ação curta, mas o principal papel é sua ação 
hipnótica, é bom como indutor do sono (não é para pessoas que acordam várias vezes ao longo da noite). 
Maria Fernanda R. Camargo - TXIX 
 
Embora seja também facilitador da ligação do GABA, não é um BDZ; ele tem um efeito rápido e duradouro, 
dura cerca de 4 horas, não causa toda a depressão do SNC como BDZs, produz muito menos danos 
cognitivos e motores. Como trabalha com receptor GABAa pode ter suas ações antagonizadas pelo 
flumazenil. Também tem um sítio específico de ligação no receptor GABA. 
Beta-bloqueadores: São medicamentos do SNAs, antagonizam receptores beta adrenérgicos, como o 
propranolol. Esse fármaco tem boa capacidade de atravessar a BHE, isso é bom porque chega no locus 
ceruleus e diminui sintomas autonômicos como taquicardia e sudorese (bom para ágarofobia, porque ao 
diminuir esses sintomas a pessoa fica menos instável emocionalmente). O propranolol é um antagonista não-
seletivo, pode bloquear tanto B1 como 2, então em diabéticos deve tomar muito cuidado porque inibindo 
beta 1 pode diminuir muito os níveis de glicemia. Cuidar também em pacientes com problemas respiratórios, 
porque ao antagonizar B2 a pessoa respira menos ou pior. 
Barbitúricos: São uma classe, assim como BDZs. Existe sítio para ligação de barbitúricos, leva a um 
influxo de cloreto. O principal representante é o fenobarbital (gardenal), usado normalmente para epilepsia, 
será usado para ansiedade ou em momentos de crise muito grave ou quando o paciente já usou todos os BDZ 
possíveis e mesmo assim a ansiedade se mantém. É um fármaco ansiolítoco e hipnótico, é muito 
problemático porque possuem baixo índice terapêutico. Doses muito altas de barbitúricos sozinhos são 
capazes de induzir à morte. 
SNC 3: DOR 
Fármacos com a capacidade de diminuir, aliviar ou modular a dor são os analgésicos. Se a dor for de origem 
inflamatória, o anti-inflamatório ao resolver a inflamação também melhora a dor. Nesse momento veremos 
dor central e dor neuropática. 
DEFINIÇÕES 
Na periferia temos receptores fisiológicos para estímulos potencialmente lesivos, os nociceptores, ele, 
quando ativado, desencadeia um estímulo elétrico para fazer a transmissão da nocicepção; ela é um sistema 
de neurotransmissão que liga a periferia ao SNC. A transmissão via nociceptor é o que conduz a algesia, que 
é uma sensação desagradável originada pela ativação nociceptiva. Desse modo, os analgésicos visam 
combater a algesia, seja diminuindo a neurotransmissão, a nocicepção ou a chegada dessa nocicepção no 
SNC. Hiperalgesia se trata de uma sensação intensa de algesia frente a um estímulo leve, isso ocorre 
quando o nociceptor está sensibilizado, normalmente por um estímulo prévio, p ex uma pessoa queimada do 
sol ao contato sofre muita algesia. Alodinia é um tipo de manifestação algésica presente na dor neuropática, 
isso coorre quando há ativação espontânea do nociceptor frente a outros estímulos não nocivos, como o 
toque. 
O termo dor não está aqui porque dor é um sentimento, interpretação individual subjetiva da algesia diante 
de estímulos iguais. A interpretação da dor depende de experiências prévias, pessoas que sofreram mais 
normalmente têm menos dor e vice-versa. 
NOCICEPÇÃO 
Na periferia há esitmulação do nociceptor, que leva a despolarização (dependente de canais de Na, Ca) de 
fibras C, essas fibras chegam na medula e lá vai ter um sistema de neurotramissão, uma rede neural 
(neurônios e outros receptores), esta vai estimular uma via ascendente (canais de Na e Ca) da dor na medula, 
essa via vai fazer uma nova rede sináptica no SNC (aqui vai ter uma nova rede neural), principalmente no 
tálamo, que vai interpretar essa algesia ou nocicepção na forma de dor. Essa ativação pode ser feita por 
muitos mediadores e inúmeros receptores, que vão levar a ativação desse circuito neural; a ativação vai ser 
mediante uma série de estímulos. 
 
MariaFernanda R. Camargo - TXIX 
 
 
Na 2ª imagem: Exsitem receptores moduladores da dor, os primeiros são os opioides, eles possuem 
receptores na medula e no SNC; o receptor opioide que vai modular essa via é o μ-opioide, que é Gi, quando 
ativado ele faz uma inibição na medula e assim inibir a subida do sinal nociceptivo. No SNC, o receptor μ-
opioide vai inibir a inibição de uma via descendente (inibição do inibidor), por isso o sinal de + no desenho. 
Ao inibir o inibidor ele ativa a via inibitória descendente, que é a via de controle da dor, ela é ativada no 
SNC e é excitatória, modulada pela liberação de 5HT e NA, que quando excitada tem a capacidade de ativar 
uma rede neural inibitória na medula. Então, quando ativada, vai inibir no SNC e na medula. 
Os opioides são os analgésicos mais potentes do mercado justamente por conseguirem inibir 2 sítios 
distintos: a medula (sinal não sobe) e o SNC, incluindo regiões talâmicas. 
Ao longo da fibra C podemos ter sua ativação por diversos fatores, principalmente PGDs (no SNC e na 
periferia). Os opioides quando ativarem os seus receptores estarão acoplados a receptores metabotrópicos 
inibitórios e inibir a excitação e diminuir a nocicepção ou transmissão da dor. 
GATILHOS PARA A DOR 
Podem ser físicos, como temperatura, UVA, UVB; componentes biológicos, como vírus, fungos (PAMPs); 
contusões, lacerações (DAMPs); alterações neurológicas, como oxidação do nociceptor, que pode levar a 
gatilhos espontâneos, ou ainda ativação mecânica pode ser suficiente quando existe um dano neural no 
nociceptor. Além disso tem os gatilhos químicos, como PGD, BK, substâncias que têm a capacidade de 
ativar o receptor transitório de potencial anquirina (TRPA, TRPVs). 
ANALGÉSICOS OPIOIDES 
Relembrando: Ao se ligar no seu receptor opioide μ-opioide irá modular a neurotransmissão e assim impedir 
a nocicepção tendo seu papel analgésico. Serão de ação central, não tem ação anti-inflamatória nem 
antitérmica, agem diretamente no sistema nervoso. Existem duas nomenclaturas para esses fármacos, 
opiáceos (naturais, como morfina e codeína) e opioides (sintéticos, como tramal e fentanil), são chamados 
assim pois são derivados do ópio da planta Papaver somniferum. 
Se essas drogas fazem efeito no nosso organismo é porque temos substâncias endógenas, então, produzimos 
opioides endógenos. Temos receptores para opioides endógenos, são neles que os fármacos se ligam e 
interagem. Os opioides endógenos são: Encefalinas, endorfinas e dinorfinas; nós produzimos esses 
químicos em situações de prazer, dor. Antigamente, analgésicos opioides eram chamados de analgésicos 
narcóticos; a palavra narcótico é sinônimo de substâncias que podem produzir torpor (daí entorpecente). 
Maria Fernanda R. Camargo - TXIX 
 
Torpor é a sensação de analgesia, alívio, prazer, fuga da realidade, sonolência. Então, além de serem 
analgésicos também são entorpecentes. São capazes de produzir abuso, dependência e tolerância. 
Receptores opioides: Todos são metabotrópicos Gi 
- μ-opioide 
- κ-opioide 
- δ-opioide 
*São os receptores tanto para os ligantes endógenos, quanto para fármacos 
**Os analgésicos são programados para se ligarem no receptor μ-opioide, mas acabam se ligando nos outros 
também 
O receptor associado à analgesia é o μ-opioide, ele também está relacionado a várias outras funções, como 
sonolência, euforia. Uma diferença importante é que apenas o receptor κ-opioide dá a sensação de disforia. 
Classificação: 
I. Análogos da morfina (opiáceos): Agonistas - Morfina, heroína (de abuso), codeína 
II. Derivados sintéticos: Dolantina, fentanil, tramadol 
III. Antagonistas: Naloxona, usada para reverter a intoxicação por opioides 
Ações farmacológicas: 
Se espera analgesia para dor intensa, aguda ou crônica. Além de produzir ação antinociceptiva, também age 
no sistema afetivo, então a pessoa tem uma sensação de bem-estar, melhora. 
 São muito potentes porque inibem a medula, então o sinal não sobe, e agem no SNC ativando a via 
inibitória da dor e assim ela inibe que mais sinal suba. Se a dor é central, ele inibe as regiões 
talâmicas responsáveis pelo processamento da dor. Receptor responsável por isso: μ-opioide 
Os receptores pelos quais os analgésicos têm interação não são só o μ-opioide, senão não teria tanto efeito 
colateral. O μ-opioide causa: 
- Euforia, então além da dor aprar de ser transmitida a pessoa se sente bem e sente melhora rápida; isso é um 
problema porque pessoas saudáveis que usarem esses opioides vão sentir essa sensação de bem-estar e 
prazer, causando dependência. OBS: É a droga de mais uso por abuso no ramo da saúde. 
- Depressão respiratória: Opioide em excesso causa parada respiratória, a ativação desse receptor vai causar 
diminuição da capacidade bulbar, aumentando atividade pulmonar. Essa depressão é o que pode levar a 
morte em caso de overdose. 
- Depressão do reflexo da tosse: Antes de parar de respirar a pessoa diminui esse reflexo. Alguns pacientes 
de cirurgia cardíaca, p ex, na recuperação não podem tossir, por isso esses fármacos são usados nessa 
situação. 
- Náusea e vômito: Muitos pacientes apresentam essa reação adversa. 
- Constrição pupilar (miose) 
- Diminuição da motilidade do TGI: Gera constipação, diminui muito o trânsito do TGI 
- Outras ações: Causa coceira se o opioide for injetado 
 
Maria Fernanda R. Camargo - TXIX 
 
Tolerância 
Esse processo ocorre muito rápido para uma série de eventos, como analgesia, euforia, é muito comum ver 
as pessoas aumentarem a dose por conta própria para manterem o efeito analgésico. 
Tolerância cruzada: Se uma pessoa está usando fentanil e se torna tolerante a ele, ela se torna tolerante a 
toda a classe. P ex: morfina não fará mais efeito. 
Dependência 
Muito comum, ocorre porque opioides são reforçadores de euforia, essa sensação dá o gatilho para que a 
pessoa queira continuar usando sempre, o tal do uso recreativo. 
Exemplos 
Codeína: No BR é vendida associada ao paracetamol (Tylex), esse fármaco é de tarja vermelha porque a 
codeína não ativa os receptores kappa, então não causa aquela disforia, além de não causar tanta 
constipação. O efeito analgésico dela vai ser muito menor. É muito comum pacientes com dor crônica ou 
aguda moderada serem tratados com essa medicação. 
Meperidina: Causa muita dependência e euforia, muito usada em pronto socorro. 
Morfina: Causa muita dependência e tolerância, é tarja preta. Alta taxa de depressão respiratória, sedação, 
náusea. Pode ser para dor crônica ou aguda moderada-grave, como de câncer, fraturas expostas, escoriações. 
Tramadol: Muito mais comum em pronto socorro, menos potente que a morfina, muito usado em pós-
operatório principalmente de cirurgia ortopédica. 
Fentanil: É o mais potente dessa classe, é só para uso injetável SC ou EV. É reservado para pacientes que 
não estão suportando a dor mesmo em altas doses de morfina, tanto que é usado em anestesias. 
Naloxona: TODOS esses fármacos podem ter a ação revertida por esse fármaco. 
DOR NEUROPÁTICA 
Nessa dor tem uma lesão neural, pode ser de origem mecânica ou por processo oxidativo, o neuroma , que é 
uma degeneração periférica do nervo; pode ser por amputação, acidente, uso de medicamentos, 
principalmente pós-quimioterapia, doenças como diabetes (o excesso de açúcar oxida os terminais 
nervosos). A principal modificação nesses neuromas é a atividade espontânea, frente ao próprio toque, 
utilização daquela parte já é suficiente para ativar o nociceptor e a nocicepção. A dor pode ser em pontada, 
ardência ou em alodinia. 
Para tratar essa dor vamos precisar de um arsenal terapêutico diferente: 
Outros fármacos analgésicos 
Nossa primeira linha de tto serão os anticonvulsivantes, a ideia deles enquanto anticonvulsivante é fazer seus 
mecanismos, temos bloqueadores de canais de Na e de Ca. Esses fármacos terão como ação o SNC, mas na 
dose de uso aqui não são anticonvulsivantes, apenas suficientespara bloquear esses canais de Na e Ca nas 
fibras C e Aδ, fazendo com que não haja despolarização delas por qualquer motivo, muito menos 
espontaneamente. Então mesmo que exista ativação do nociceptor, esse sinal não segue até a medula porque 
as fibras terão maior dificuldade para gerar um potencial de ação. 
Bloqueador de canal de Na: Carbamazepina 
Bloqueador de canal de Ca: Gabapentina, pregabalina 
Maria Fernanda R. Camargo - TXIX 
 
Antidepressivos tricíclicos: Imipramina, amitriptilina. Podem ser usados aqui, mas a lógica é outra: Esses 
antidepressivos tem como mecanismo de ação a inibição da recaptação de NA e 5HT, então aumenta na 
fenda a quantidade desses químicos, isso é interessante num determinado ponto; ao fazer isso, a 
concentração de 5HT e NA aumenta em todo o SNC, inclusive na via inibitória descendente da dor, 
tornando ela mais ativa, se essa via estiver muito ativa aumenta a concentração de 5HT e NA, que vão se 
ligar em neurônios gabaérgicos, inibindo a medula. 
Ainda temos outros medicamentos que vão agir no SNC: 
- São os que terão gatilho de dor inflamatória ou febre. Os que servem para tratar dor são analgésicos, os pra 
febre são antipiréticos/antitérmicos. Isso porque a dor no SNC pode ser produzida a partir de gatilhos 
químicos (BK, PGD, TNF-alfa) no hipotálamo, isso pode gerar febre. 
*Revendo a origem das PGD: No SNC temos muita COX3, ela pode ser inibida pelo paracetamol e dipirona. 
Esses fármacos diminuem a disponibilidade de PGD, diminuindo TNF-α, os processos algésicos e o 
aumento da temperatura. 
Paracetamol: Rapidamente metabolizado no 
fígado, ác mercaptúrico e anilina, fase 1 e 
depois fase 2, sendo conjugado a glutationa. 
Tem muita capacidade de dano hepático. 
Dipirona: Também tem ação na COX3, no BR 
é nosso antitérmico mais potente, seu grande 
problema é a vasodilatação, causando 
diminuição da pressão arterial. É contra-
indicada a crianças e gestantes, como tem ação 
na medula óssea pode produzir agranulocitose: 
medula para de produzir glóbulos brancos. 
 
 
 
_______________________________________________________________________________________ 
SNC 4: ANTIDEPRESSIVOS 
Agem no transtorno psiquiátrico de humor depressão maior. A depressão é um transtorno afetivo e tem sua 
origem mediada por 3 situações distintas: 
- Biológica: Por alterações neuroquímicas espefícas 
- Psicológica: Modificação de como o indivíduo interpreta sua vida, o mundo, como lidar com problemas 
- Social: Estilo de vida, meio em que a pessoa está exposta, diferentes situações vivenciadas 
É uma doença biopsicosocial, precisa de tratamento farmacológico, acompanhamento psicológico e 
mudança de estilo de vida. Tomar a medicação e não fazer terapia ou mudar comportamentos não adianta 
nada no processo de cura dessa doença. Quando se associa essas 3 formas de tratamento conseguimos uma 
eficácia clínica em torno de 99% sem recaída; quando se insiste em escolher apenas um desses 3 é um 
engano, preciso associar as 3 formas de tto. Com relação ao tto farmacológico ele é longo, não existe 
nenhum curto e rápido. 
 
Maria Fernanda R. Camargo - TXIX 
 
DEPRESSÃO 
É o mais comum dos transtornos afetivos, nos anos 2000 foi chamada de doença do século. Varia de uma 
doença leve a uma grave, podendo ser acompanhada de alucinação. É uma doença e deve ser tratada, é a 
mais importante causa de incapacidade e afastamento de trabalho, pode levar ao suicídio; se não for tratada 
pode levar a transtornos cardiológicos. No sexo feminino a prevalência é 2x maior, mas no masculino se 
encontra mais cardiopatias (pode ser que os homens negligenciem mais essa doença, por isso chega nesse 
ponto). 
Sintomas emocionais: Infelicidade, apatia, pessimismo, ausência de autoestima, sentimento de culpa e 
inadequação, indecisão, feiúra, perda de motivação e concentração. 
Sintomas biológicos: Pensamento mais lento, alterações na libido e apetite, muito cansaço, distúrbios do 
sono (insônia ou sono excessivo). 
Sintomas psicóticos: Perseguição (comportamento maníaco). 
Mania: Transtornos bipolares de humor: Apresentam uma fase depressiva e uma maníaca; o transtorno de 
humor bipolar tem sido infelizmente diagnosticado algumas vezes como depressão. Na fase de mania a 
pessoa tem aceleração de pensamento, insônia, irritabilidade, euforia, alegria, humor expansível; mas o que 
incomoda mesmo o paciente não é essa fase, e sim a depressiva. 
A depressão pode ser unipolar, a que conhecemos como depressão maior, todas as variações de humor vão 
sempre para baixo, como pessimismo, desânimo. Podem também ter outro transtorno de humor que é o 
bipolar, há uma alternância entre depressão e mania; isso se torna doença quando o humor e as ações são 
impróprias para as circunstâncias. 
3 teorias explicam de maneira biológica a depressão: 
1. Neuroinflamação: Já se sabe que pacientes depressivos passam por um processo inflamatório 
principalmente no hipocampo anterior, esse processo seria o responsável por diminuir a transmissão no SNC 
e prejudicar a neurotransmissão relacionada a um humor mais adequado. 
2. Neurotrofinas: Alguns pacientes produzem menos 
neurotrofinas, a diminuição dessas subtâncias prejudicam a 
transmissão neural e o paciente teria menor capacidade de 
adequação neural frente a algumas situações. 
- BDNF: Neurotrofina importante para esse esquema. Na foto 
compara um cérebro normal com um depressivo, esses químicos 
são importantes para a formação desses brotamentos, as epsinhas 
dendríticas, elas são muito importantes para a comunicação 
neural; frente a alguns eventos aversivos, positivos ou 
aprendizado nós produzimos essas espinhas que farão novas 
conexões para que haja a comunicação, o aprendizado e a 
resiliência. A falta desse BDNF vai gerar menos arborização 
dendrítica, ou seja, não teremos uma adequação em alguns 
comportamentos ou comunicações que vão dar um determinado 
sentido. Fator neurotrófico derivado do cérebro (BDNF) 
 
 
 
Maria Fernanda R. Camargo - TXIX 
 
3. Monoaminérgica: Teoria na qual temos medicamentos disponíveis, é a mais explorada e mais velha. 
Pessoas depressivas produzem ou liberam menos monoaminas, como 5HT, NA e DA. 
 
- Alvos farmacológicos: Pode oferecer mais triptofano, que é um precursor da 5HT; mesma ideia da tirosina, 
que é precursora da NA (tomar cuidado porque as vezes o problema está na via de síntese, então aumentar 
quantidade de precursor não vai adiantar nada). Pode também bloquear a recaptação, método mais usado e 
importante, o fármaco ao bloquear a SERT ou a NET o neurotransmissor não é reutilizado e sobra mais na 
fenda, além disso, como não está recaptando mais isso obriga o neurônio a produzir mais daquele 
neurotransmissor. Inibir a MAO, que degrada as monoaminas. 
- Quando se aplica um fármaco inibidor da recaptação a ação é imediata, mas a melhora clínica só é vista 
após 3 semanas. 
*Relembrar 5HT. 
 De acordo com Golan, um dos motivos para uma pessoa ter menos neurotransmissor na fenda é 
porque ela tem muito autorreceptor inibitório, então qualquer quantidade de 5HT na fenda ativa esses 
autoreceptores e eles inibem a liberação de mais 5HT, ao longo do tempo isso diminui a quantidade 
de 5HT na fenda. Quando fazemos uso de alguns fármacos de maneira aguda, bloqueando a 
recaptação, já tem imediatamente o aumento desses neurotransmissores na fenda, mas na mesma 
hora também tem maior interação desses receptores com o autorreceptor inibitório. Ou seja, por um 
lado temos o aumento do neurotransmissor na fenda, mas também um aumento da interação com o 
receptor que vai diminuir a liberação; acaba ficando “eles por eles”. 
 Ainda segundo Golan, ao longo do tempo, esse aumento dos neurotransmissores na fenda devido a 
inibição da recaptação, a longo prazo, interagiu tanto com os autorreceptores que houve uma 
dessensibilização, agora tem menos “freio” para liberação de 5HT. Isso justificaria o efeito clínicodos antidepressivos aparecerem só depois de um tempo, que seria o tempo de dessensibilização. 
Antidepressivos tricíclicos: 
Levam esse nome porque na estrutura química possuem 3 ciclos, então, todos tem o mesmo mecanismo de 
ação (farmacodinâmica), agem inibindo a recaptação de 5HT e NA ao mesmo tempo. São fármacos bem 
antigos, produzem muitos efeitos colaterais, são mais ou menos seguros, são de baixo custo (isso fará eles 
serem primeira escolha de muitas pessoas). Exemplos: Amitriptilina, nortriptilina, imipramina, 
clomipramina. 
O fato de ter essa estrutura tricíclica faz eles terem efeito anticolinérgico, tem a capacidade de ser 
antagonista muscarínico, que não é desejado. Produzem boca seca, constipação, visão turva, mudança de 
coordenação motora. Esses fármacos têm por tendência produzir sonolência, interferem na ação de vários 
anti-hipertensivos, isso é esperado porque aumenta a concentração sináptica de NA. Eles alteram o 
eletrocardiograma, então precisa ter um monitoramento constante da situação elétrica cardíaca de pacientes 
que fazem uso deles. Em superdosagem causam excitação, delírio (pelo aumento de monoaminas), 
convulsão e até mesmo morte (por conta de arritmia cardíaca). 
Maria Fernanda R. Camargo - TXIX 
 
Inibidores seletivos da recaptação de 5HT (ISRS): 
Mecanismo de ação: Bloqueiam apenas a SERT, agem apenas na 5HT. Exemplos: Sertralina, citalopram, 
escitalopram, fluoxetina. 
Tendem a causar insônia, por isso a primeira prescrição deles é pela manhã, também é muito comum causar 
náusea (por conta do aumento de 5HT que vai interagir com o 5HT3), alteração da libido (perda de interesse 
sexual), anorexia. Também podem causar bastante enxaqueca, e esta deve ser tratada com AINE. 
 Dentro dos ISRS o citalopram e escitalopram são os que menos alteram a libido 
Alguns anos atrás acreditava-se que esses fármacos eram emagrecedores, porque causam náusea e vômito e 
aumentam a anorexia em quem já tem a doença, hoje em dia sabe-se que eles não têm essa função 
emagrecedora. 
Podem ser usados para alguns tipos de ansiedade, como em casos de a ansiedade ser um sintoma da 
depressão, a ação ansiolítica vai ser dada por conta do tratamento da doença de base. São preferidos como 
ansiolíticos em pessoas de idade escolar, porque não causam tanto sono. 
Tomar cuidado com administração conjunta de outras drogas, como a buspirona. Cuidar também com drogas 
alucinógenas, a pessoa poderá ter a síndrome serotoninérgica. 
São fármacos relativamente muito seguros, os casos de suicídio por administração isolada dos ISRS são 
muito baixos, mas são muito usados em tentativa de suicídio. 
Inibidores da recaptação de 5HT e NA (IRNS): 
O mecanismo de ação dessa classe é exatamente o mesmo dos tricíclicos, mas são fármacos distintos. 
Venlafaxina e duloxetina. Possuem muito menos efeito colateral que os tricíclicos, são seguros em 
superdosagem. Por serem modernos e muito eficazes, acabam sendo caros. Também causam síndrome de 
abstinência na retirada, por isso há necessidade de fazer desmame. Pode aparecer efeitos como sonolência, 
alteração sexual, mas não é nada muito comum. São indicados para pacientes que se tornaram tolerantes aos 
outros fármacos de outras classes. 
A depressão causa alteração galvânica da pele, isso quer dizer que quando se faz a parada abrupta desses 
medicamentos pode ser sentido choque, formigamento. 
Inibidores seletivos da recaptação de NA (IRNA): 
Vão agir exclusivamente na NET e aumentar apenas a concentração de NA. Ex: Reboxetina. São usados em 
casos específicos, então a ideia é excitar muito mais a via noradrenérgica no SNC. Podem produzir insônia e 
outros efeitos relacionados ao aumento da NA, já que o efeito vai ser visto a nível de SNAs também. 
Inibidores da MAO (iMAO): 
A MAO é a enzima que degrada as monoaminas, então, ao inibí-la vai aumentar a disponibilidade dessas 
monoaminas. Dois fármacos importantes: selegilina e meclobemida. O grande problema deles é que 
aumentam todas as monoaminas (por isso não podem ser adm com outro antidepressivo), adrenalina, NA, 
DA, 5HT, então vão causar uma série de eventos colaterais. 
Serão interessantes em pacientes que além de ter depressão também tenham outra doença causada por déficit 
de monoaminas, como Parkinson. Agora, a pessoa que tem o distúrbio depressão maior apenas não seria 
interessante de maneira inicial a prescrição desses medicamentos. 
Problemas: Euforia (selegilina, no metabolismo via fase 1 no fígado dá origem a uma anfetamina), efeitos 
cardiológicos pelo aumento de NA. 
Maria Fernanda R. Camargo - TXIX 
 
 Reação do queijo: Interação medicamento-alimento importante, pessoas que fazem uso de iMAOs 
devem evitar comer queijos, vinhos, levedura, embutidos, defumados, porque esses alimentos são 
ricos no aa tiramina, ela também é degradada pela MAO. Então quando a pessoa comer esses 
alimentos e usar os iMAOs vai gerar aumento da tiramina, essa tiramina é tóxica ao SNC, pode 
causar enxaquecas, hipertensão e até mesmo óbito por AVC hemorrágico. 
Antidepressivos atípicos: 
São atípicos porque vão interagir com outros tipos de neurotransmissores, usados em situações específicas, 
avaliação clínica específica. Ex: Bupropiona, trazodona, mianserina. Trazodona e mianserina além de 
aumentarem a concentração de NA e 5HT também podem ser agonistas de outros receptores, como A2. 
Vamos dar foco na bupropiona no nosso estudo. 
Bupropiona: Por mecanismo é um inibidor da recaptação de NA e DA, pode ser um fármaco para substituir 
um ISRS quando este não estiver mais fazendo efeito, faz parte do arsenal medicamentoso para pacientes 
refratários com ISRS. 
- É um fármaco importante no tto da cessação do tabaco, demora em torno de 1 ano e meio, essa bupropiona 
vai servir para combater aos sintomas depressivos decorrentes da abstinência do tabaco. Se pensar no tabaco 
enquanto droga de abuso, essa droga gera prazer, que leva a liberação de DA, então quando cessa esse uso a 
pessoa vai ter carência de DA, nisso a bupropriona vai ser muito relevante na reposição do neurotransmissor. 
- Efeitos colaterais: Aparentemente não gera aumento de peso, alteração sexual, MAS, por aumentar a 
dopamina pode causar alucinações, isso é um motivo para interrupção do tto, além de hipertensão, cefaleia, 
irritabilidade. O excesso de DA pode causar alterações na noção de espaço-tempo, deixando o paciente 
confuso. 
Trazodona: Interfere em outros locais, pequeno efeito na recaptação de 5HT, ação anti-histamínica, por isso 
também consegue ser ansiolíto. 
Mianserina: Também é atípico porque trabalha com A2, A2, 5HT2, H1. Vai alterar uma série de eventos, 
possui menos efeitos colinérgicos e cardiovasculares. São para alguns casos em especial após avaliação. 
ANTIPSICÓTICOS 
São os chamados neurolépticos, têm capacidade de agir diminuindo a excitação do SNC, normalmente são 
classificados em típicos, atípicos e estabilizadores de humor, discutiremos os 2 primeiros. 
Drogas que podem ser chamadas de antipsicóticas, antiesquizofrênicos, neurolépticos ou tranquilizantes 
maiores. Eles atuam basicamente na transmissão da DA ou da DA e da 5HT. 
Esquizofrenia: Doença que atinge uma população mais jovem, relativamente bem prevalente (1% da 
população mundial), acomete pessoas com alto ou médio desempenho cognitivo (criativas, inteligentes), é 
uma doença crônica e se torna incapacitante com o passar do tempo devido aos sintomas de delírio, 
perseguição, desconexão com a realidade. 
Sintomas positivos: Delírio, paranoia, alucinação, vozes, distúrbio de pensamento (inconclusões), 
desorganização do pensamento e ideias, agressividade. 
Sintomas negativos: Afastamento social, aplanamento emocional (pouca reatividade ou nenhuma frente a 
algumas situações emocionalmente relevantes), anedonia (perda do prazer), relutância em executar tarefas 
simples (banho, levantar). 
A doença leva a uma série de mudanças gerais, como na atençãoe memória, depressão, suicídio. 
*Lembrar as 3 vias dopaminérgicas (em especial mesocorticolímbica) 
Maria Fernanda R. Camargo - TXIX 
 
 
Quando uma pessoa esquizofrênica morre ao fazer autópsia encontra-se uma hiperexcitabilidade 
dopaminérgica na via mesocorticolímbica. 
Existem 2 circuitos de análise dessa via, como 
resultado final tem o aparecimento dos sintomas 
cognitivos, positivos e negativos: 
De uma maneira mais simples, a ativação via 
NMDA de um neurônio dopaminérgico vai 
excitar receptores NMDA nos neurônios 
dopaminérgicos do giro parahipocampal, lá o 
receptor D2 Gq ativado ativa uma via 
excitatória na amígdala, esta, via um neurônio 
glutamatérgico, vai ativar os sintomas positivos. 
A DA, com neurônios dopaminérgicos, ativa o 
seu receptor D2 Gi no giro parahipocampal, 
esse D2 Gi ta num GABA, ele vai inibir um 
GABA e o GABA inibido deixa de inibir a amígdala, esta amígdala excitada pode excitar a PAG dando mais 
sintomas positivos. 
Além disso, essa amígdala pode excitar um GABA, que vai inibir o córtex pré-frontal e assim aparecer os 
sintomas cognitivos. 
Essa amígdala pode também excitar um GABA, que vai inibir o giro do cíngulo e aí aparecem os sintomas 
negativos. 
Esses dados são obtidos a partir do uso de fármacos antagonistas dopaminérgicos, os antagonistas D2, para 
aqueles que tem mais seletividade para o giro parahipocampal ou para o cérebro inteiro. Também pelo uso 
da fenciclidina, que é um antagonista NMDA. 
 
 
Maria Fernanda R. Camargo - TXIX 
 
Classes de antipsicóticos: 
TÍPICOS: São os de 1ª geração, uma diferenca clássica entre típico e atípico é seu mecanismo de ação. Esse 
tipo são os que são fortemente antagonistas D2 e H1 (anti-histamínico). Antagonizando H1 vai gerar 
depressão do SNC, sonolência; eles eram conhecidos como depressores ou sedativos maiores. 
- Haloperidol: Ampola, comprimido, gotas; é excretado no leite (mãe não pode amamentar); metabolizado 
via CYP450, tem interação importante com drogas que mudam o desempenho da CYP. 
- Clorpromazina: Inibidor da CYP2D6, é excretado no leite (mãe não pode amamentar), vem em ampola, 
gotas, comprimido. 
*Essas drogas estão disnponíveis em pronto socorro em forma de ampola, caso o paciente chegue com uma 
psicose grave, agressividade esses fármacos já são logo aplicados 
- Levopromazina: Disponível em gotas, mecanismo de ação igual aos outros; também excretada no leite, 
alteração teratogênica importante 
 Por serem antagonistas D2, temos D2 nas 4 vias: 
- Mesolímbica: Ao antagonizar D2 aqui tem melhora dos sintomas positivos, diminuição dos 
sintomas expansíveis 
- Mesocortical: Sem melhora de sintomas negativos, estes não são medicamentos indicados caso 
tenha desenvolvimento de sintomas psicóticos em que depressão, anedonia sejam mais prevalentes 
- Túbero-infundibular: Aumenta liberação de prolactina 
- Nigroestriatal: Relacionada com o controle fino motor, o antagonismo D2 aqui vai gerar o 
Parkinson medicamentoso ou Síndrome Extrapiramidal (SEP), caracterizada principalmente pelo 
tremor de repouso; essas 2 condições são revertidas conforme seja suspenso o uso dos antipsicóticos 
de 1ª geração 
Os antipsicóticos de 1ª geração são muito eficazes na melhora dos sintomas positivos. No desenho: Temos o 
receptor D2 que no giro parahipocampal é nossa exceção (Gq), ele tem o mecanismo de transdução mediado 
por IP3 e Ca, alguns antipsicóticos vão agir antagonizando esse D2 pós-sináptico Gq e assim vai diminuir os 
efeitos excitatórios induzidos pela DA. 
 
Efeitos colaterais: Autonômico antimuscarínico - xerostomia, constipação, dificuldade de acomodação 
visual; por serem antagonistas histaminérgicos também tem essa característica antimuscarínica. A nível 
endócrino tem galactorreia e ginecomastia. A nível neurológico tem pseudoparkinson, discinesia tardia 
(movimentos bruscos involuntários de extremidades), sedação. 
Maria Fernanda R. Camargo - TXIX 
 
Esses são fármacos importantes para contenção química, em alguns lugares são associados a outros anti-
histamínicos, como a prometazina e podem ser chamados também de sossega leão. Em alguns eventos 
podem ser classificados como psicose tóxica, é toda vez que um paciente tiver uma alucinação, disforia 
induzida por substância química, como anfetamina. 
Frente a liberação exagerada de substâncias como DA, que é ligada a psicose tóxica das anfetaminas, este 
controle físico vai ser realizado por meio de antipsicóticos de 1ª geração. 
ATÍPICOS: Têm outros mecanismos, incluindo os serotoninérgicos. Causam menos sonolência. São os 
antipsicóticos de 2ª geração, também são antagonistas D2 (fracos) mas principalmente por serem 
antagonistas 5HT2. Não causam tanta SEP, tem antagonismo da DA e da 5HT. 
- Clozapina 
- Risperidona: Efetividade melhor ou igual ao haloperidol 
- Olanzapina: Melhor ou igual ao haloperidol, mas em potência antipsicótica e sem efeitos colaterais 
importantes do haloperidol 
- Quetiapina: Eficácia semelhante aos de 1ª geração, mas com menos efeitos adversos. Não há evidência de 
ação no sintomas negativos, somente positivos 
- Aripripazol: Hoje é o antipsicótico de 2ª geração com melhor potência, muito bom a nível de tto 
expansivo, psicose, tem potência relativamente alta, pouquíssimos efeitos colateriais. Sua limitação é o 
preço. Não induz fome nem ganho de pesom melhora mais rápida em torno de 15-20 dias. 
**Os antipsicóticos de 2ª geração, por terem efeito a nível endócrino, possuem muito efeito de ganho de 
peso, em torno de 10 a 15kg. 
 
Depois da introdução da clínica dos antipsicóticos o número de internações em hospitais psiquiátricos 
(quando existiam) diminui bastante, após a década de 80 aproximadamente. 
 
 
 
 
Maria Fernanda R. Camargo - TXIX 
 
SNC 5: ANESTÉSICOS E ANTICONVULSIVANTES 
ANESTÉSICOS 
Veremos anestésicos os locais e os gerais. Anestesia quer dizer ausência de sensação e de consciência de 
maneira reversível (de forma irreversível se chama coma). Na anestesia geral existe a perda total da 
consciência, nas locais isso ainda é permitido. Narcóticos são coisas que causam sono, entorpecentes alteram 
a sensibilidade e a consciência. Os anestésicos têm a capacidade de serem entorpecentes e narcóticos 
dependendo da dose, a maioria consegue fazer essas ações. Dependendo da quantidade de anestésico a ser 
usada, se ela for menor, é possível conseguir uma ação analgésica, se for maior, aí tem inibição total, sendo 
em si a anestesia. A duração da anestesia depende do tempo para a intervenção e da dose administrada. 
São úteis as informações: As enfermidades pré-existentes, patologias associadas a medicamentos em uso, 
experiência prévia anestésica (alergias), alimentos ingeridos e tempo de jejum. 
Tipos de anestesia: 
1. Anestesia geral 
2. Anestesia local 
3. Sedação: Não chega a ser uma anestesia, mas é um procedimento no qual há uma leve perda da 
consciência para fazer procedimentos simples. 
ANESTESIA GERAL 
Técnica que promove perda da consciência, abolição da dor, relaxamento e perda de reflexos. É chamada de 
depressão reversível induzida por alguns fármacos e o paciente não responde aos estímulos externos. Vai 
causar hipnose, analgesia, relaxamento muscular, bloqueio da resposta neuro-humoral. 
Tipos: EV, inalatória pura ou balanceada. De maneira geral a forma mais usada é a balanceada, dividida em 
2 momentos, no início é administrada pura via EV e num segundo momento para manter o efeito usa a 
inalatória, essa mistura é a forma balanceada. 
Planos de Guedel: Planos anestésicos, a anestesia pode ser superficial ou profunda, conforme haja aumento 
da dose o paciente vai avançando esses planos: 
- Plano I: Fase de analgesia e perda de consciência 
- Plano II: Fase de excitação ou delírio, perda de consciência ao início padrão respiratório, excitatória porque 
ocorrem vômitos 
- Plano III: Anestesia cirúrgica, na hora que vai perdendo o efeito o paciente vai regredindo

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