Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
CAPÍTULO 8 EXAMES RADIOGRÁFICOS INTRA-ORAIS 123 C A P Í T U L O Exames Radiográficos Intra-orais 123 88 O s exames radiográficos intra-orais são o suporte das imagens para os cirurgiões-dentistas. As radio- grafias intra-orais podem ser divididas em três catego- rias: exames periapicais, interproximais (bite-wings) e oclusais. As radiografias periapicais devem mostrar todo o dente, incluindo o osso alveolar circunjacente. As radiografias bite-wings mostram apenas as coroas dos dentes e a crista alveolar adjacente. As radiografias oclusais mostram uma área dos dentes e do osso alveolar maiores do que nas radiografias periapicais. Quando sensores digitais intra-orais são utilizados, os princípios radiográficos são os mesmos daqueles utilizados com o filme radiográfico. O exame radiográfico intra-oral completo consiste em projeções periapicais somados a radiografias bite- wings (Fig. 8-1). Estas projeções, quando bem expostas e processadas adequadamente, podem fornecer uma considerável informação para o diagnóstico comple- mentar ao exame clínico. Assim como em qualquer procedimento clínico, o profissional deve entender claramente os objetivos das radiografias dentárias e os critérios para avaliação da qualidade do desempenho. As radiografias devem ser realizadas somente quan- do existir uma nítida necessidade para o diagnóstico, para que a informação radiográfica possa ser fornecida. A freqüência desses exames varia com as circunstân- cias individuais de cada paciente (Capítulo 14). Critérios de Qualidade Cada exame radiográfico deve produzir radiografias com ótima qualidade para intepretação e diagnóstico complementar, incorporando os seguintes aspectos: • As radiografias devem mostrar áreas completas de interesse na imagem. No caso das radiografias pe- riapicais intra-orais, o tamanho total das raízes e pelo menos 2 mm do osso periapical devem estar visíveis. Se há evidência de uma condição patológica estar presente, deve ser mostrada em uma radiografia a área da lesão inteira além de algum osso normal circunjacente. Algumas vezes, entretanto, isto não é possível de ser obtido numa radiografia periapical; nestes casos, um exame radiográfico oclusal pode ser necessário, assim como uma projeção extra-oral. Os exames interproximais devem mostrar cada face interproximal posterior pelo menos uma vez. • Radiografias devem ter a menor distorção possível. A maior parte das distorções é causada pela angulação inapropriada do feixe de raios X em vez da curvatu- ra das estruturas examinadas ou o posicionamento inapropriado do filme. Uma atenção adequada ao posicionamento correto do filme e do tubo de raios X resulta em imagens ideais para a interpretação do diagnóstico. • As radiografias devem ter um alto contraste e um grau médio de densidade para facilitar a interpretação. Apesar da mA, kVp e o tempo de exposição serem parâmetros importantes que influenciam a densida- de e o contraste, falhas no processamento podem afetar inadivertidamente a qualidade de uma radio- grafia exposta adequadamente. Ao avaliar as radiografias e ao considerar se deve re- fazer a técnica, o profissional deve considerar a razão inicial para realizar a imagem. Quando um exame ra- diográfico intra-oral completo é indicado, não é neces- sário refazer a imagem que falha em mostrar a área de contato ou mostrar a região periapical se a informação perdida está disponível numa outra radiografia. Se uma única radiografia ou somente poucas radiografias forem necessárias, elas devem ser repetidas somente se não mostrarem a informação desejada. 124 PARTE 4 PRINCÍPIOS DE FORMAÇÃO DA IMAGEM E TÉCNICAS RADIOGRÁFICAS Radiografia Periapical Duas técnicas intra-orais são comumente usadas para as radiografias periapicais: a técnica do paralelismo e a técnica bissetora. Embora cada uma das técnicas tenha se desenvolvido como resultado dos esforços de mini- mizar as distorções e ampliações da imagem, a maioria dos clínicos prefere a técnica do paralelismo porque ela fornece uma visão menos distorcida da dentição. A se- guinte discussão descreve os princípios e usos da téc- nica de paralelismo para obter um exame radiográfico intra-oral completo. Quando a configuração anatômica (p. ex.: palato, assoalho da boca) impossibilita atingir a fidelidade ao conceito do paralelismo, pequenas mo- dificações podem ser necessárias. Se restrições anatô- micas são extremas, alguns dos princípios da técnica bissetora podem ser usados para alcançar o local neces- sário para o posicionamento do filme e determinar a angulação vertical do cabeçote. A técnica bissetora será descrita posteriormente neste capítulo. PRINCÍPIOS GERAIS PARA REALIZAR UMA EXPOSIÇÃO • Sentar o paciente após cumprimentá-lo – Posicione o paciente corretamente na cadeira com as costas e a cabeça bem apoiadas e descreva brevemente o proce- dimento que será realizado. Posicione a cadeira odontológica baixa para as projeções maxilares e ele- vada para as projeções mandibulares. Peça ao pa- ciente para remover óculos e todos os aparelhos removíveis. Vista o paciente com um avental de chumbo independente de se será feito um único fil- me ou uma série completa de radiografias. Não co- mente sobre qualquer desconforto que o paciente possa sentir durante o procedimento. Se for necessá- rio se desculpar por qualquer desconforto, faça-o após o exame. • Ajuste os parâmetros da unidade de raios X — Ajuste o aparelho de raios X para a kVp, mA e tempo de exposição adequados de acordo com as recomenda- ções do fabricante dos filmes ou de um roteiro que a sua experiência tem demonstrado produzir a me- lhor qualidade dos filmes com o menor tempo de ex- posição de radiação ao paciente. • Posicione o cabeçote — Traga o cabeçote para o lado a ser examinado de modo que ele esteja prontamente disponível após o filme ter sido posicionado. • Lave as mãos cuidadosamente — Lave as mãos com água e sabão, de preferência na frente do paciente ou pelo menos na área em que o paciente possa observar ou estar ciente da lavagem. Coloque luvas descartáveis. • Examine a cavidade oral — Antes de posicionar o fil- me na boca, examine os dentes para estimar as suas inclinações axiais, o que irá influenciar no posicio- namento do filme. Também observe a presença de tórus ou outras variações que modificam o posiciona- mento do filme. • Posicione o filme — Insira o filme no posicionador de filmes e coloque o filme na região da boca do pacien- te que será examinada. Primeiro coloque a ponta do filme, depois rotacione o filme na cavidade oral. Co- FIG. 8-1 Conjunto radiográfico intra-oral completo montado consistindo em 17 radiografias periapicais e quatro bite-wings. CAPÍTULO 8 EXAMES RADIOGRÁFICOS INTRA-ORAIS 125 loque o filme o mais distante possível dos dentes. Isto irá fornecer o maior espaço disponível na linha média do palato e a maior profundidade em direção ao centro do assoalho de boca. Para ganhar espaço, permita que o filme seja orientado paralelamente ao longo eixo dos dentes. Primeiro posicione o filme levemente no palato ou assoalho da boca. Depois, rotacione o posicionador para cima ou para baixo até que o bloco de mordida apóie os dentes a serem ra- diografados. Coloque um rolete de algodão entre o bloco de mordida e os dentes do lado oposto daqueles que serão radiografados. Isto ajuda a estabilizar o posicionador e em diversos casos contribui para o conforto do paciente. Então peça ao paciente para fechar a boca delicadamente, segurando o posicio- nador no lugar. Se o bloco de mordida não estiver nos dentes quando o paciente fechar a boca, o filme poderá se movimentar no palato ou no assoalho de boca e causar desconforto. • Posicione o tubo de raios X — Ajuste a angulação ho- rizontal e vertical do cabeçote correspondente ao dis- positivo-guia do feixe. O final do cilindro localizador do aparelho de raios X deve tocar ou estar paralelo à face do colimadordo posicionador Precision ou ao anel guia do dispositivo XCP. O cilindro localizador pode não ter que estar centralizado com a face do colimador do posicionador. O alinhamento está satis- fatório quando o cilindro localizador cobre a entra- da e está dentro dos limites da face do colimador do posicionador. Quando um dispositivo-guia de feixe não é usado, focalize o raio central no ponto de in- cidência apropriado na pele (identificado adiante neste capítulo). Cuidado para o paciente não se mo- ver. • Faça a exposição — Faça a exposição usando os pa- râmetros predeterminados. Após a exposição, remova o filme da boca do paciente, seque-o com uma toa- lha de papel e, coloque num receptáculo apropria- do fora da área de exposição. Encoraje o paciente durante o procedimento. Um típico exame radiográfico intra-oral completo consiste em 21 películas (Quadro 8-1; Fig. 8-1). Esta- beleça uma seqüência regular quando estiver fazendo as exposições de modo a evitar repetições da mesma região. Realize as radiografias dos dentes anteriores previamente aos dentes posteriores devido ao menor desconforto que as primeiras causam no paciente. As se- guintes descrições de procedimentos são pertinentes à técnica do paralelismo. Quando utilizar esta técnica, use um posicionador de filmes que também irá guiar o posicionamento da ampola de raios X. Coloque cada posicionador para localizar o filme na posição descri- ta. Ao utilizar um dispositivo para segurar o filme com um guia externo para o posicionamento do filme, au- tomaticamente será estabelecido o ponto de incidência do feixe. TÉCNICA DO PARALELISMO A essência da técnica do paralelismo (também chama- da do ângulo reto ou técnica do cone ou cilindro longo) é que o filme de raios X é apoiado paralelamente ao longo eixo dos dentes e o raio central do feixe de raios X é direcionado perpendicular ao filme e dentes (Fig. 8-2). Esta orientação do filme, dentes e do raio cen- tral minimiza as distorções geométricas. Além de re- duzir as distorções geométricas, a fonte de raios X deve ser localizada relativamente distante dos dentes. O uso de uma distância longa da fonte-para-o-objeto reduz o tamanho aparente do ponto focal. Estes fato- res resultam em imagens com menor magnificação e definição aumentada. QUADRO 8-1 Projeções Periapical Anterior (use o filme no 1) • Incisivo central superior: uma projeção • Incisivo lateral superior: duas projeções • Caninos Superiores: duas projeções • Incisivos centrais e laterais inferiores: duas projeções • Caninos inferiores: duas produções Periapical Posterior (use o filme no 2) • Pré-molares superiores: duas projeções • Molares superiores: duas projeções • Distomolar superior (se necessário): duas projeções • Pré-molares inferiores: duas projeções • Molares inferiores: duas projeções • Distomolares inferiores (se necessário): duas projeções Bite-wing (use o filme no 2) • Pré-molares: duas projeções • Molares: duas projeções Eixo central do dente Filme Raio central Feixe colimado FIG. 8-2 Técnica do paralelismo ilustrando o paralelismo entre o longo eixo do dente e o filme. O raio central é dire- cionado perpendicularmente a cada um. 126 PARTE 4 PRINCÍPIOS DE FORMAÇÃO DA IMAGEM E TÉCNICAS RADIOGRÁFICAS Posicionadores de Filme Use posicionadores de filme para inserir o filme ade- quadamente na boca do paciente e manter o filme em posição. Para posicionar o filme paralelo aos dentes e projetar áreas periapicais, posicione o filme distante dos dentes e em direção ao centro da boca e use a al- tura máxima do palato. A longa distância da fonte-ao- objeto usada na técnica do paralelismo minimiza a des- vantagem imposta pelo aumento da distância objeto-fil- me. Para projeções superiores, a borda superior do filme geralmente se apóia na altura do véu palatino na linha média. Semelhantemente, nas projeções inferiores, use o filme para deslocar a língua em direção à linha mé- dia a fim de permitir que a parte inferior da borda do filme se apóie no assoalho bucal distante da mucosa na face lingual da mandíbula. Diversos dispositivos comerciais disponíveis podem segurar o filme paralelo e a distâncias variáveis dos den- tes (Fig. 8-3). Os dispositivos Precision (Masel, Bristol PA) e XCP usados com um foco retangular (Rinn Corp., Elgin, IL)∗ são recomendáveis, pois eles reduzem sig- nificativamente a exposição ao paciente ao limitar o campo de exposição ao tamanho do filme. FIG. 8-3 Posicionadores de filmes. A, Dispositivo XPC: à esquerda, instrumento para técnicas anteriores; à direita, instru- mento para técnicas posteriores. Durante o uso, o cilindro posicionador do cabeçote do aparelho de raios X é posicionado contra o anel localizador. B, Posicionadores radiográficos da marca Precision para região posterior (direito e esquerdo) e re- gião anterior (meio). Durante o uso, a cabeça do cilindro do tubo de raios X é posicionado contra a superfície do localizador. C, Blocos estabilizadores de mordida. D, Snap-a-ray Posicionador intra-oral. E, Pinça hemostática e bloco de mordida de borracha. (A, C e D Cortesia da Dentsply Rinn, Elgin, Ill). A B C E D *Alguns destes dispositivos não são comumente comercializados no Brasil. CAPÍTULO 8 EXAMES RADIOGRÁFICOS INTRA-ORAIS 127 Angulação do Cabeçote Ajuste a posição do cabeçote do aparelho de raios X nos planos vertical e horizontal de modo que o raio central seja orientado perpendicularmente ao longo eixo dos dentes e filme. A angulação vertical usualmente é des- crita em ângulos positivos e negativos, estabelecidos no goniômetro localizado ao lado do cabeçote. A direção horizontal do feixe fundamentalmente influencia no grau de sobreposição das imagens das coroas nos espa- ços interproximais (Fig. 8-4). A terceira dimensão é con- trolada trazendo o final do cilindro localizador até o pocicionador de filme ou a 2 cm da face do paciente. TÉCNICA BISSETORA A técnica bissetora é baseada num simples teorema ge- ométrico, a regra de Cieszynski de isometria, a qual afirma que dois triângulos são iguais quando eles com- partilham um lado completo e têm dois ângulos iguais, ou seja, triângulos isósceles. As radiografias odontoló- gicas aplicam o teorema como se segue: posicionando o filme o mais próximo possível da superfície lingual dos dentes, apoiando no palato ou no assoalho da boca (Fig. 8-5). O plano do filme e do longo eixo dos den- tes forma um ângulo com o seu ápice no ponto em que o filme está em contato com os dentes. Construindo uma linha imaginária que divide este ângulo, direcio- ne o feixe de raio central num ângulo reto com este bissetor. Isto forma dois triângulos com dois ângulos iguais e um lado comum (a bissetriz imaginária). Con- seqüentemente, quando estas condições são satisfeitas, a imagem aparente no filme teoricamente tem o mesmo comprimento do objeto projetado. Para reproduzir o comprimento de cada raiz de um dente multirradicular com precisão, o raio central deve ser angulado diferen- temente para cada raiz. Outra limitação desta técnica é que a crista óssea alveolar é com freqüência projetada mais para coronal que sua posição real. Posicionadores de Filmes Diversos métodos podem ser usados para apoiar os fil- mes intra-orais nas projeções ângulo-bissetoras. O mé- todo preferível é usar um dispositivo para posicionar o filme (p. ex.: the snap-a-ray) ou dispositivo ângulo-bis- setor∗. Ambos possuem um sistema externo para loca- lizar o feixe de raios X. O dispositivo ângulo-bissetor usa uma bissetriz média fixa. O método mais comumen- te usado é ter o paciente segurando o filme com o seu dedo indicador. Entretanto, este método tem várias des- vantagens. Os pacientes com freqüência usam uma força excessiva e dobram o filme, causando distorção da ima- gem. Também, o filme pode escorregar para fora da posição sem o conhecimento do profissional, resultan- do em um campo de visão inapropriado. Finalmente, o feixe de raios X pode perder partedo filme, resultan- do numa imagem parcial (cone cut). Posicionamento do Paciente Para radiografar o arco superior, a cabeça do paciente deverá estar posicionada reta, com o plano sagital me- diano na vertical e o plano oclusal na horizontal. Quan- do os dentes inferiores são radiografados, a cabeça é inclinada ligeiramente para trás para compensar a mu- dança no plano oclusal quando a boca é aberta. Posicionamento do Filme As projeções descritas para a técnica do paralelismo podem também ser usadas para a técnica bissetora. Como uma alternativa, a região anterior é com fre- qüência coberta pelo uso de um filme n o 2 atrás do in- cisivo central na linha média e um na lingual de cada canino. O filme é posicionado atrás da área de inte- resse, com a extremidade apical contra a mucosa na su- perfície lingual ou palatina. O bordo incisal ou oclusal está orientado contra os dentes, com o limite do filme FIG. 8-4 Sobreposição horizontal das coroas como resulta- do de um mau direcionamento do raio central. Feixe colimado Ra io c ent ral Filme Bissetriz imaginária Eixo central do dente FIG. 8-5 Técnica do ângulo bissetor mostrando o raio cen- tral direcionado ao ângulo reto do plano que forma a bis- setriz entre o longo eixo do dente e o filme. *Estes dispositivos não são comercializados no Brasil. 128 PARTE 4 PRINCÍPIOS DE FORMAÇÃO DA IMAGEM E TÉCNICAS RADIOGRÁFICAS TÉCNICA DO PARALELISMO Projeção do Incisivo Central Superior Campo de visão. O campo de visão nestas radiografias (área sombreada) deve incluir ambos os incisivos centrais e suas áreas periapicais. Posicionamento do filme. Coloque um filme no 1 ao nível dos segundos pré-molares ou primeiros molares para tirar proveito máximo da altura do palato, de modo que todo o comprimento dos dentes possa ser projetado nele. Deixe o filme apoiado no palato com sua linha média centralizada na linha média do arco. Posicione o filme com seu longo eixo paralelo ao longo eixo dos incisivos centrais superiores. CAPÍTULO 8 EXAMES RADIOGRÁFICOS INTRA-ORAIS 129 Projeção do raio central.* Direcione o raio central através do ponto de contato dos incisivos centrais e perpendicularmente ao plano dos filmes e das raízes dos dentes. Devido à inclinação axial dos incisivos centrais ser de cerca de 15 a 20 graus, a angulação vertical do tubo deve estar no mesmo ângulo positivo. O tubo deve ter zero de angulação horizontal. *A projeção do raio central e o ponto de incidência são descritos na discussão da técnica de paralelismo, por exemplo, quando um posicionador de filmes sem um anel de alinhamento com o tubo ou uma face do colimador do posicionador é usado. Quando usar um posicionador de filmes com anel de alinhamento com o tubo ou face do colimador do posicionador, coloque o posicionador na boca do paciente para dar a angulação horizontal e vertical adequada. Ponto de incidência. Direcione o ponto de incidência do raio central alto no lábio, na linha média, abaixo do septo da narina. Se o véu palatino é anormalmente baixo ou existe um tórus palatino, pode ser necessário angular o posicionador positivamente e comprometer uma relação paralela completa entre o filme e os dentes, para assegurar que a região periapical esteja incluída na imagem. 130 PARTE 4 PRINCÍPIOS DE FORMAÇÃO DA IMAGEM E TÉCNICAS RADIOGRÁFICAS TÉCNICA DO PARALELISMO Projeção do Incisivo Lateral Superior Campo de visão. Esta projeção deve mostrar o incisivo lateral e seu periápice centrado na radiografia. Incluir a área mesial interproximal e a face distal do incisivo central na radiografia de maneira que a sobreposição não seja evidente. Posicionamento do filme. Coloque um filme no 1 profundamente na cavidade oral, paralelo ao longo eixo e plano mesiodistal do incisivo lateral superior. CAPÍTULO 8 EXAMES RADIOGRÁFICOS INTRA-ORAIS 131 Projeção do raio central. Direcione o raio central através do meio do incisivo lateral, sem sobreposição das margens das coroas nos espaços interproximais na face mesial. Não tente visibilizar o contato distal com o canino. Ponto de incidência. Oriente o raio central para incidir alto no lábio, cerca de 1 cm da linha média. 132 PARTE 4 PRINCÍPIOS DE FORMAÇÃO DA IMAGEM E TÉCNICAS RADIOGRÁFICAS TÉCNICA DO PARALELISMO Projeção do Canino Superior Campo de visão. Esta projeção deve mostrar o canino inteiro, com a sua área periapical na linha média da radiografia. Inclua a área do contato mesial. Ignore o contato distal porque ele pode ser visibilizado em outras projeções. Posicionamento do filme. Coloque um filme no 1 contra o palato, bem distante da superfície palatina dos dentes. Oriente o filme com a sua borda inferior a cerca da metade do incisivo lateral e seu longo eixo paralelo ao longo eixo do canino. CAPÍTULO 8 EXAMES RADIOGRÁFICOS INTRA-ORAIS 133 Projeção do raio central. Coloque o posicionador de modo que ele direcione o feixe através da face mesial do canino. Não é necessário mostrar a face distal. Ponto de incidência. Direcione o raio central através da eminência canina. O ponto de incidência será próximo da interserção das bordas distais e inferiores da asa do nariz. 134 PARTE 4 PRINCÍPIOS DE FORMAÇÃO DA IMAGEM E TÉCNICAS RADIOGRÁFICAS TÉCNICA DO PARALELISMO Projeção dos Pré-molares Superiores Posicionamento do filme. Coloque um filme no 2 na boca com o longo eixo paralelo ao plano oclusal e na linha média. A película deverá cobrir a metade distal do canino, pré-molares e o primeiro molar; ela provavelmente irá alcançar a porção mesial do segundo molar. Oriente o posicionador posterior de modo que a ponta do canino esteja na ranhura anterior do bloco de mordida. Isto assegura que a imagem incluiu a metade distal do canino. A posição exata da ponta do canino nesta ranhura depende do tamanho da boca. O plano do filme deve estar quase vertical para corresponder ao longo eixo dos dentes pré-molares. Coloque o posicionador de filmes de modo que o longo eixo do filme esteja paralelo ao plano vestibular médio dos pré-molares. Isto estabelece uma angulação horizontal apropriada. Campo de visão. A radiografia desta região deve incluir as imagens da metade distal do canino e os pré-molares, com espaço para pelo menos o primeiro molar. CAPÍTULO 8 EXAMES RADIOGRÁFICOS INTRA-ORAIS 135 Projeção do raio central. Direcione o raio central perpendicular ao filme. A angulação horizontal do posicionador de filmes deve ser ajustada para permitir que o feixe passe através das áreas interproximais entre o primeiro e segundo pré-molares. Ponto de incidência. Coloque o posicionador de modo que o raio central passe através do centro da raiz do segundo pré-molar. Esse ponto é usualmente abaixo da pupila do olho. 136 PARTE 4 PRINCÍPIOS DE FORMAÇÃO DA IMAGEM E TÉCNICAS RADIOGRÁFICAS TÉCNICA DO PARALELISMO Projeção dos Molares Superiores Campo de visão. A radiografia desta região deve mostrar imagens da metade distal do segundo pré-molar, os três molares superiores permanentes, e algo da tuberosidade. Incluir a mesma área do filme mesmo se um ou todos os molares estiverem ausentes. Se o terceiro molar está impactado em uma área que não a região da tuberosidade, uma técnica distal oblíqua ou extra-oral (p. ex.: panorâmica ou uma projeção lateral oblíqua) deve ser solicitada. Posicionamento do filme. Quando colocar o filme no 2 para esta projeção, coloque a face larga do filme praticamente na horizontal para minimizar esbarrar no palato e no dorso da língua. Quando o filme estiver na região a ser examinada, rotacione-o para a posição com um movimento firme e definitivo. Esta manobra é importante para evitar ânsia de vômito, e uma ação precisa por parte do profissional aumenta a confiança do paciente. Posicione o filme o mais posterior possível para cobrir as áreas do primeiro, segundo e terceiro molares e um pouco da tuberosidade. A borda anterior deve cobrir somente a face distal do segundo pré-molar. Para cobrir os molares da coroa ao ápice, posicione o filme na linha médiado palato. Nesta posição deve haver espaço disponível para orientar o filme paralelo aos dentes molares. A rotação mesial ou distal do filme deve permitir que o longo eixo do filme esteja paralelo ao plano vestibular médio dos molares (para estabelecer uma angulação horizontal adequada). Um palato raso pode necessitar um leve corte da ponta do posicionador de filmes para evitar dobrar o filme. NOTA: Em alguns casos o tamanho da boca (comprimento do arco) não permite o posicionamento do filme (posicionador de filme) tão posteriormente quanto o recomendado para a projeção dos molares. Entretanto, ao colocar o posicionador de filmes de modo que a metade do anel de alinhamento do tubo ou a face do colimador do posicionador esteja atrás do canto externo do olho, os molares e parte da tuberosidade normalmente podem ser incluídos na imagem da projeção de molares. CAPÍTULO 8 EXAMES RADIOGRÁFICOS INTRA-ORAIS 137 Projeção do raio central. Direcione o raio central perpendicular ao filme. Ajuste a angulação horizontal do posicionador de filmes para direcionar o feixe em ângulo reto às superfícies vestibulares dos dentes molares. Oriente a angulação horizontal do instrumental de precisão de modo que a ranhura lateral no bloco de mordida esteja paralela ao plano vestibular médio dos molares. Ponto de incidência. O ponto de incidência do raio central deve ser na bochecha, abaixo do canto externo do olho e do zigoma, na posição do segundo molar superior. 138 PARTE 4 PRINCÍPIOS DE FORMAÇÃO DA IMAGEM E TÉCNICAS RADIOGRÁFICAS TÉCNICA DO PARALELISMO Projeção Distal Oblíqua Superior para Molar Campo de visão. Esta projeção nos dá uma visão da região da tuberosidade maxilar mais posterior do que normalmente é vista na projeção para molares. Ela permite a detecção ou avaliação de dentes impactados ou condições patológicas no osso nesta área. Posicionamento do filme. Coloque o posicionador de filmes com um filme no 2 na região de molares da maxila e rotacione distalmente, angulando o filme através da linha média de modo que a borda posterior esteja próxima aos molares do lado a ser radiografado. Posicione este filme com um movimento definitivo para minimizar o desconforto do paciente. CAPÍTULO 8 EXAMES RADIOGRÁFICOS INTRA-ORAIS 139 Projeção do raio central. Direcione o raio central a partir da face posterior através da região do terceiro molar e perpendicular ao filme angulado, projetando os objetos mais posteriores anteriormente dentro do filme. Ponto de incidência. O raio central entra na região de terceiro molar superior logo abaixo da metade do arco zigomático, distal ao canto lateral do olho. NOTA: Ocasionalmente um paciente hipersensível pode ter ânsia de vômito quando o filme é colocado no lugar para uma técnica para molares superiores usual. Entretanto, se a projeção distal oblíqua modificada for utilizada, mover a borda posterior do filme mais para medial freqüentemente é menos irritante para o paciente e a imagem é obtida com conforto. A reação de alívio do paciente indica quando uma rotação suficiente foi atingida. Apesar de esta manobra poder resultar em alguma sobreposição nas áreas de contato dos molares, estas superfícies vão estar aparentes na técnica de bite-wing. Uma ligeira sobreposição das áreas de contato é preferível a não radiografar a região. 140 PARTE 4 PRINCÍPIOS DE FORMAÇÃO DA IMAGEM E TÉCNICAS RADIOGRÁFICAS TÉCNICA DO PARALELISMO Projeção dos Incisivos Centrais e Laterais Inferiores Campo de visão. Centralize a imagem dos incisivos centrais e laterais inferiores e as suas áreas periapicais no filme. Devido ao espaço desta área ser com freqüência restrito, use dois filmes periapicais anteriores estreitos para os incisivos, a fim de conseguir uma boa cobertura com o mínimo de desconforto. Além do mais, as áreas de contato dos incisivos são mais bem visibilizadas com dois filmes periapicais estreitos devido a angulação do raio central, que pode ser ajustada para área de contato de cada lado. Posicionamento do filme. Coloque a longa dimensão do filme no 1 verticalmente atrás dos incisivos centrais e laterais com a área de contato centrada e a borda inferior abaixo da língua. Posicione o filme posteriormente o mais distante possível, normalmente entre os pré-molares. Com o filme apoiado delicadamente no assoalho da boca como fulcro, incline o posicionador para baixo até o bloco de mordida encostar nos incisivos. Instrua o paciente a ir fechando a boca vagarosamente. Conforme o paciente vai fechando a boca e o assoalho bucal vai relaxando, rotacione o posicionador com os dentes como fulcro para alinhar o filme o mais paralelo aos dentes. CAPÍTULO 8 EXAMES RADIOGRÁFICOS INTRA-ORAIS 141 Projeção do raio central. Oriente o raio central através dos espaços interproximais entre os incisivos centrais e laterais. Ponto de incidência. O raio central entra abaixo do lábio inferior e a cerca de 1 cm lateral à linha média. 142 PARTE 4 PRINCÍPIOS DE FORMAÇÃO DA IMAGEM E TÉCNICAS RADIOGRÁFICAS TÉCNICA DO PARALELISMO Projeção do Canino Inferior Campo de visão. Esta técnica deve mostrar o canino inferior inteiro e a sua área periapical. Livre as áreas de contato mesiais. O contato distal está incluído em outras projeções. Posicionamento do filme. Coloque a película de um filme no no 1 na boca do paciente, com o seu longo eixo vertical e o canino na linha média do filme. Posicione-a o mais lingual possível que a língua e o processo alveolar contralateral permitirem, com seu longo eixo paralelo e alinhado com o canino. O posicionador deve ser apoiado com um bloco de mordida no canino antes de ser solicitado ao paciente para fechar a boca. CAPÍTULO 8 EXAMES RADIOGRÁFICOS INTRA-ORAIS 143 Projeção do raio central. Direcione o raio central através do contato mesial do canino sem se preocupar com o contato distal. Ponto de incidência. O ponto de incidência é quase perpendicular a asa do nariz, sobre a posição do canino, e cerca de 3 cm acima da borda inferior da mandíbula. 144 PARTE 4 PRINCÍPIOS DE FORMAÇÃO DA IMAGEM E TÉCNICAS RADIOGRÁFICAS TÉCNICA DO PARALELISMO Projeção dos Pré-molares Inferiores Campo de visão. A radiografia desta área deve mostrar a metade distal do canino, os dois pré-molares e o primeiro molar. Posicionamento do filme. Colocar um filme no 2 na boca do paciente com o seu plano próximo ao horizontal. Rotacione o limite anterior para o assoalho da boca entre a língua e os dentes com a borda anterior próxima à metade do canino. Coloque o filme distante dos dentes para posicioná-lo na porção mais profunda da boca. Posicionar o filme contra a linha média também propicia mais espaço para a borda anterior do filme na curvatura da arcada, conforme ela empurra para a frente. Evite que a borda anterior do filme encoste na gengiva inserida muito sensível da superfície lingual da mandíbula. CAPÍTULO 8 EXAMES RADIOGRÁFICOS INTRA-ORAIS 145 Projeção do raio central. Coloque o posicionador de filmes para projetar o raio central através da área do segundo pré-molar. A angulação vertical deve ser pequena, quase paralela ao plano oclusal, para manter o filme o mais paralelo ao longo eixo dos dentes quanto possível. Ajuste a angulação horizontal e a posição do posicionador de filmes para direcionar o feixe através dos pontos de contato dos pré-molares. Ponto de incidência. O ponto de incidência do raio central é abaixo da pupila do olho e cerca de 3 cm acima da borda inferior da mandíbula. 146 PARTE 4 PRINCÍPIOS DE FORMAÇÃO DA IMAGEM E TÉCNICAS RADIOGRÁFICAS TÉCNICA DO PARALELISMO Projeção dos Molares Inferiores Campo de visão. A radiografia desta região deve incluir a metade distal do segundo pré-molar e de três molares permanentes. Em casos de um terceiro molar impactado ou de uma condição patológica distal ao terceiro molar, uma projeção para molar oblíqua distal ou até mesmo projeções extra-orais (panorâmica ou lateral do ramo) adicionais podem ser necessárias para mostrar a área adequadamente. Se a área demolares é edêntula, coloque o filme o mais posterior possível para incluir a região retromolar na área do exame. Posicionamento do filme. Coloque um filme no 2 na boca do paciente com o seu plano quase horizontal. Rotacione a borda inferior para baixo abaixo da borda lateral da língua, deslocando-a medialmente. O limite anterior do filme deve estar próximo à metade do segundo pré-molar. Oriente a ranhura lateral do bloco de mordida usado com o posicionador de filmes paralela ao plano médio das superfícies linguais dos molares. Na maioria dos casos, a língua força o filme para próximo do processo alveolar e dos molares, alinhe-o paralelamente ao longo eixo dos dentes e à linha de oclusão. CAPÍTULO 8 EXAMES RADIOGRÁFICOS INTRA-ORAIS 147 Projeção do raio central. A colocação adequada do posicionador de filmes direciona o raio central através do segundo molar. Ajuste a angulação horizontal para projetar o feixe através das áreas de contato. Devido à ligeira inclinação lingual dos molares, o raio central deve ter uma angulação ligeiramente positiva (aproximadamente 8 graus). Ponto de incidência. Direcione o ponto de incidência do raio central abaixo do canto externo do olho, cerca de 3 cm acima da borda inferior da mandíbula. 148 PARTE 4 PRINCÍPIOS DE FORMAÇÃO DA IMAGEM E TÉCNICAS RADIOGRÁFICAS TÉCNICA DO PARALELISMO Projeção Oblíqua Distal do Molar Inferior Campo de visão. A projeção oblíqua distal fornece uma visão do terceiro molar e da área retromolar da mandíbula que normalmente não é incluída na radiografia para molares. Seu objetivo primário é a detecção ou exame de dentes impactados e condições patológicas no osso desta área em vez dos dentes propriamente ditos; as imagens dos dentes são distorcidas e sobrepostas devido ao caminho oblíquo do feixe de raios X. Esta técnica pode eliminar a necessidade de uma radiografia extra-oral da área. Posicionamento do filme. Coloque o posicionador no assoalho da boca do paciente entre a língua e o processo alveolar, com o longo eixo paralelo aos molares. Posicione o instrumento o mais posteriormente possível e então rode o filme em direção à linha média. O feixe é direcionado póstero-anteriormente e os objetos mais distais serão projetados mais anteriormente dentro do filme. CAPÍTULO 8 EXAMES RADIOGRÁFICOS INTRA-ORAIS 149 Projeção do raio central. A posição do posicionador projeta o raio central de um modo mais posterior através da área do terceiro molar no filme. Ponto de incidência. Oriente o ponto de incidência cerca de 3 cm acima da incisura antegoniana na borda inferior da mandíbula, alinhado com a borda anterior do ramo. 150 PARTE 4 PRINCÍPIOS DE FORMAÇÃO DA IMAGEM E TÉCNICAS RADIOGRÁFICAS estendendo-se um pouco além dos dentes. Se necessá- rio, para o conforto do paciente, o canto anterior do filme pode ser amaciado ao dobrá-lo antes de colocar no lugar contra a mucosa. Deve-se tomar cuidado para não dobrar o filme excessivamente, pois isto pode re- sultar em uma distorção da imagem considerável e re- gistrar defeitos na emulsão que são aparentes no filme revelado. Angulação do Cabeçote Angulação horizontal. Quando se utiliza um posicio- nador de filmes com um anel localizador do feixe, o dispositivo é posicionado horizontalmente de modo que quando o tubo for alinhado com o anel, o raio central seja direcionado através dos pontos de contato na região a ser examinada. Se o posicionador não tiver um dispo- sitivo de localização do feixe, o tubo é apontado de mo- do a direcionar o raio central através dos pontos de contatos. Nesta situação, o feixe de radiação também é centralizado no filme. Esta angulação normalmente é pa- ralela (na projeção horizontal) às superfícies vestibula- res ou faciais dos dentes em cada região. Angulação vertical. Na prática, o objetivo do clínico é direcionar o feixe do raio central perpendicular ao pla- no bissetor formado entre o longo eixo do filme com o longo eixo do dente. Este princípio funciona bem com estruturas planas e bidimensionais, mas os dentes que têm profundidade e são multirradiculares mostram evi- dências de distorção. Uma angulação vertical excessiva resulta num encurtamento da imagem, enquanto uma angulagação vertical insuficiente resulta numa imagem alongada. O ângulo que direciona o raio central per- pendicular ao ângulo bissetor varia com as individua- lidades da anatomia. Diversas medidas podem ser usadas como um guia geral quando o plano oclusal está orientado paralelamente ao solo (Quadro 8-2). EXAMES BITE-WINGS As radiografias bite-wing (também chamadas de inter- proximais) incluem a coroa dos dentes superiores e in- feriores e a crista alveolar num mesmo filme. Os filmes bite-wing são particularmente valiosos para detectar cá- ries interproximais em estágios iniciais de desenvolvi- mento antes de elas se tornarem clinicamente visíveis. Devido ao ângulo horizontal do feixe de raios X, estas radiografias também podem revelar cáries secundárias sob restaurações que podem escapar à identificação nas projeções periapicais. As projeções bite-wing também são úteis para avaliar a condição periodontal. Elas es- tabelecem uma boa perspectiva da crista óssea alveolar, e alterações na altura óssea podem ser obtidas precisa- mente através de comparações com os dentes adjacen- tes. Além do mais, devido ao ângulo de projeção ir diretamente através dos espaços interproximais, o filme bite-wing é especialmente eficaz e útil para detectar cál- culo nas áreas interproximais. (Devido à sua relativa baixa densidade, o cálculo é mais bem visibilizado nas radiografias feitas com uma exposição reduzida.) O lon- go eixo dos filmes bite-wing normalmente é orientado no sentido horizontal, mas pode ser orientado no sen- tido vertical. Filmes Bite-wings Horizontais Para obter as características desejáveis do exame bite- wing descrito anteriormente, o feixe é cuidadosamente alinhado entre os dentes e paralelo ao plano oclusal. Conforme o filme ou o posicionador é colocado na boca, a porção do quadrante mandibular que está sen- do radiografada está na projeção. A posição dos dentes neste segmento do quadrante mandibular é avaliada, e o feixe é direcionado através dos pontos de contato. Podem existir algumas diferenças na curvatura dos arcos mandibulares e maxilares. Entretanto, quando o feixe de raios X é precisamente direcionado através dos pontos de contato dos pré-molares inferiores, uma sobrepo- sição mínima ou ausente irá ocorrer nos pré-molares superiores. Alguns graus de tolerância são permitidos na angulação horizontal antes que a sobreposição se torne crítica. O ponto de contato entre os primeiros e segundos molares superiores com freqüência é angulado alguns graus mais anteriormente que os dos primeiros e segundo molares inferiores. O cilindro localizador é posicionado a cerca de +10 graus para projetar o fei- xe paralelo ao plano oclusal (junção amelodentinária [JAD]). Isto minimiza a sobreposição das cúspides do lado oposto na superfície oclusal e, desta maneira, me- lhora a probabilidade de detectar lesões cariosas recen- tes na JAD. O dispositivo XCP para bite-wing tem um anel-guia externo para posicionar o cabeçote. Isto reduz a possi- bilidade de cone cut no filme (Fig. 8-6). Para posicionar o dispositivo XCP adequadamente, a barra-guia é colo- cada paralela à direção do feixe que acessa a área de contato da dentição a ser examinada. QUADRO 8-2 Guias de Angulações para as Projeções em Ângulo Bissetor* TÉCNICA SUPERIOR INFERIOR Incisivos +40 graus -15 graus Caninos +45 graus -20 graus Pré-molares +30 graus -10 graus Molares +20 graus -5 graus * Quando o plano oclusal está orientado paralelo ao solo. NOTA: Com uma angulação positiva (+), o tubo está apontado para baixo, e com uma angulação negativa (-), ele está apontado para cima. CAPÍTULO 8 EXAMES RADIOGRÁFICOS INTRA-ORAIS 151 Um filme montado com uma aba ou asa de mordi- da pode ser usado em vez do posicionador (Fig.8-7). O filme é colocado em uma posição lingual confortável para os dentes serem examinados. O cilindro é orienta- do em uma direção predeterminada onde o feixe de raio central passa através dos espaços interproximais. Para ajudar a prevenir o cone cut, o raio central é posicionado em direção ao centro da asa de mordida das radiogra- fias bite-wings, o qual protrui o lado vestibular. O feixe é angulado +7 a +10 graus verticalmente para evitar a sobreposição das cúspides nas superfícies oclusais. Duas projeções bite-wings posteriores, uma para pré- molar e outra para molar, são recomendadas para cada quadrante. Entretanto, para crianças com 12 anos ou menos, um filme bite-wings (filme n o 2) normalmente é suficiente. A projeção para pré-molares deve incluir a metade distal dos caninos e coroa dos pré-molares. De- vido aos caninos inferiores serem mais mesiais do que os superiores, o canino inferior é usado como guia para o posicionamento do filme bite-wing para pré-molares. O filme bite-wing para molares é colocado 1 a 2 mm além do molar mais distalmente erupcionado (superior ou inferior). Filmes Bite-wings Verticais Os filmes bite-wings verticais normalmente são usados quando o paciente tem uma perda óssea alveolar mo- derada a grave. Orientar o comprimento do filme ver- ticalmente aumenta a probabilidade de que a crista óssea alveolar residual na maxila e na mandíbula seja registrada na radiografia (Fig. 8-8). Os princípios para o posicionamento do filme e orientação do feixe de raios X são os mesmos para as projeções bite-wings ho- rizontais. Radiografia Oclusal Uma radiografia oclusal mostra um segmento relati- vamente amplo do arco dentário. Isto pode incluir o palato ou teto da boca e estende-se razoavelmente para as paredes laterais contíguas. As radiografias oclusais também são úteis para pacientes que não con- seguem abrir muito a boca para radiografias periapicais ou que por outras razões não podem realizar radiogra- fias periapicais. Devido às radiografias oclusais serem realizadas numa angulação excessiva, elas podem ser usadas com radiografias periapicais convencionais para determinar a localização dos objetos em todas as três FIG. 8-6 Dispositivo para segurar o filme para radiografias bite-wings. Observe o anel localizador externo, o qual é usa- do para posicionar o tubo localizador do aparelho de raios X, assegurando que o filme inteiro está no feixe de raios X. FIG. 8-7 Asa de mordida, mostrando a aba onde o pacien- te morde para segurar o filme durante a exposição. FIG. 8-8 Um conjunto de bite-wings verticais. Orientar o comprimento do filme na vertical aumenta a probabilidade de registrar na radiografia mesmo em pacientes com perda óssea grave, a crista alveolar residual na maxila e na mandíbula. 152 PARTE 4 PRINCÍPIOS DE FORMAÇÃO DA IMAGEM E TÉCNICAS RADIOGRÁFICAS PROJEÇÃO BITE-WING PARA PRÉ-MOLARES Posicionamento do filme. Coloque o filme entre a língua e os dentes do paciente, distante o suficiente da superfície lingual dos dentes para prevenir a interferência do palato no fechamento da boca e paralelamente ao longo eixo dos dentes. A borda anterior do filme deve-se estender além da área de contato entre o canino inferior e primeiro pré-molar. Segure o filme no lugar até o paciente fechar a boca completamente. Segurar o filme durante o fechamento previne que ele seja deslocado distalmente. Campo de visão. Esta projeção deve cobrir a porção distal do canino inferior anteriormente e mostrar igualmente as coroas dos dentes pré-molares superiores e inferiores. CAPÍTULO 8 EXAMES RADIOGRÁFICOS INTRA-ORAIS 153 Ponto de incidência. Identifique o ponto de incidência ao retrair a bochecha e determinar que o raio central irá incidir na linha de oclusão no ponto de contato entre o segundo pré-molar e o primeiro molar. Projeção do raio central. Ajuste a angulação horizontal do cone para projetar o raio central no centro do filme através das áreas de contato dos pré-molares. Para compensar a ligeira inclinação do filme contra a mucosa palatina, a angulação vertical deve ser cerca de +5 graus. (No desenho, os dentes inferiores são as linhas tracejadas.) 154 PARTE 4 PRINCÍPIOS DE FORMAÇÃO DA IMAGEM E TÉCNICAS RADIOGRÁFICAS PROJEÇÃO BITE-WING PARA MOLARES Campo de visão. Esta técnica deve mostrar a superfície distal do molar mais posterior erupcionado e igualmente as coroas dos molares superiores e inferiores. Porque as áreas de contato dos molares superiores e inferiores podem não começar na mesma angulação horizontal, elas podem não ser visíveis no filme. Neste caso, pode ser desejável iniciar nos contatos dos molares superiores, pois os pontos de contato dos molares inferiores são mostrados nos filmes periapicais. Posicionamento do filme. Coloque o filme entre a língua e os dentes do paciente o mais lingual possível, para evitar contato com a gengiva inserida sensível. A margem distal do filme deve estender-se 1 a 2 mm além do molar mais posterior erupcionado. Quando usar o XCP, ajuste a angulação horizontal ao colocar a barra-guia paralela à direção do raio central na abertura das áreas de contato entre os primeiros e segundos molares. CAPÍTULO 8 EXAMES RADIOGRÁFICOS INTRA-ORAIS 155 Projeção do raio central. Projete o raio central no centro do filme e através do contato entre os primeiros e segundos molares superiores. Angule o raio central ligeiramente para anterior, pois as áreas dos contatos dos molares normalmente não estão orientadas em ângulo retos com as superfícies bucais destes dentes. Uma angulação vertical de +10 graus é recomendável. (No desenho, os dentes inferiores são as linhas tracejadas). Ponto de incidência. O raio central deve entrar entre a bochecha, abaixo do canto lateral do olho ao nível do plano oclusal. 156 PARTE 4 PRINCÍPIOS DE FORMAÇÃO DA IMAGEM E TÉCNICAS RADIOGRÁFICAS PROJEÇÃO OCLUSAL SÚPERO-ANTERIOR Campo de visão. O campo principal desta técnica inclui a maxila anterior e sua dentição, assim como o assoalho anterior da fossa nasal de canino a canino. Posicionamento do filme. Ajuste a cabeça do paciente de modo que o plano sagital esteja perpendicular e o plano oclusal esteja paralelo ao solo. Coloque o filme na boca do paciente com o lado de exposição voltado para a maxila, a borda posterior tocando o ramo, e o longo eixo do filme perpendicular ao plano sagital. O paciente estabiliza o filme ao fechar a boca gentilmente ou usando uma pressão suave bilateral com os dedos polegares. Projeção do raio central. Oriente o raio central através da ponta do nariz em direção ao meio do filme com um ângulo vertical de cerca de +45 graus e 0 grau de angulação horizontal. Ponto de incidência. O raio central entra na face do paciente aproximadamente através da ponta do nariz. CAPÍTULO 8 EXAMES RADIOGRÁFICOS INTRA-ORAIS 157 PROJEÇÃO OCLUSAL TRANSVERSAL DA MAXILA Campo de visão. Esta projeção inicial mostra o palato, o processo zigomático da maxila, a região ântero-inferior de cada seio maxilar, canais nasolacrimais, dentes do segundo molar a segundo molar, e septo nasal. Posicionamento do filme. Sente o paciente reto com o plano sagital perpendicular ao solo e o plano oclusal horizontal. Coloque o filme, com o seu longo eixo perpendicular ao plano sagital, cruzado na boca. Gentilmente empurre o filme para posterior até ele encostar na borda anterior do ramo ascendente da mandíbula. O paciente estabiliza o filme ao fechar a boca delicadamente com o plano oclusal. Projeção do raio central. Direcione o raio central numa angulação vertical de +65 graus e angulação horizontal de 0 grau para a ponte do nariz justamente abaixo do násio, em direção ao meio do filme. Ponto de incidência. Geralmente, o raio central entra na face do paciente através da ponte do nariz. 158 PARTE 4 PRINCÍPIOS DE FORMAÇÃO DA IMAGEM E TÉCNICAS RADIOGRÁFICAS PROJEÇÃO OCLUSAL SUPERIOR LATERAL Campo de visão. Esta projeção inicial mostra o quadrante da crista alveolar da maxila, regiãoínfero-lateral do seio maxilar, tuberosidade e os dentes do incisivo lateral até o terceiro molar contralateral. Além do mais, o processo zigomático da maxila se sobrepõem às raízes dos dentes molares. Posicionamento do filme. Coloque o filme com o longo eixo paralelo ao plano sagital e do lado de interesse, com o lado do tubo em direção ao lado da maxila em questão. Empurre o filme posteriormente até ele tocar o ramo. Posicione a borda lateral paralela às superfícies vestibulares dos dentes posteriores, estendendo-se lateralmente a 1 cm passado das cúspides vestibulares. Peça ao paciente para morder delicadamente o filme, a fim de segurá-lo na posição. Projeção do raio central. Oriente o raio central com uma angulação vertical de +60 graus, para um ponto 2 cm abaixo do canto lateral do olho, direcionado para o centro do filme. Ponto de incidência. O raio central entra no ponto cerca de 2 cm abaixo do canto lateral do olho. CAPÍTULO 8 EXAMES RADIOGRÁFICOS INTRA-ORAIS 159 Campo de visão. Esta radiografia inclui a região anterior da mandíbula, a dentição de canino a canino e a cortical inferior da borda da mandíbula. Posicionamento do filme. Sente o paciente com a cabeça inclinada para trás, de modo que o plano oclusal esteja a 45 graus acima do horizontal. Coloque o filme na boca do paciente com o longo eixo perpendicular ao plano sagital e empurre-o para posterior até ele tocar o ramo. Centralize o filme com o lado rugoso (lado do tubo) para baixo e peça ao paciente para morder delicadamente, a fim de segurar o filme na posição. Projeção do raio central. Oriente o raio central com -10 graus de angulação através da ponta do mento em direção ao meio do filme; isto dá ao raio -55 graus de angulação com o plano do filme. PROJEÇÃO OCLUSAL ÍNFERO-ANTERIOR Ponto de incidência. O ponto de incidência do raio central é na linha média e através da ponta do mento. 160 PARTE 4 PRINCÍPIOS DE FORMAÇÃO DA IMAGEM E TÉCNICAS RADIOGRÁFICAS PROJEÇÃO OCLUSAL TRANSVERSAL DA MANDÍBULA Campo de visão. Esta radiografia inclui o tecido mole do assoalho bucal, a língua e a tábua óssea lingual da mandíbula de segundo molar a segundo molar. Quando esta radiografia é solicitada para exame do assoalho bucal (p. ex.: sialolitos), o tempo de exposição deve ser reduzido à metade do tempo utilizado para a formação da imagem da mandíbula. Posicionamento do filme. Sente o paciente numa posição semi-reclinada com a cabeça inclinada para trás, de modo que a linha do trágus–asa do nariz esteja quase perpendicular ao solo. Coloque o filme na boca do paciente com o seu longo eixo perpendicular ao plano sagital e com o lado do tubo voltado para a mandíbula. A borda anterior do filme deve estar a cerca de 1 cm além dos incisivos centrais inferiores. Peça ao paciente para morder suavemente o filme, a fim de mantê-lo em posição. Projeção do raio central. Direcione o raio central na linha média através do assoalho bucal aproximadamente 3 cm abaixo do mento, paralelo ao centro do filme. Ponto de incidência. O ponto de incidência do raio central é na linha média através do assoalho da boca aproximadamente 3 cm abaixo do mento. CAPÍTULO 8 EXAMES RADIOGRÁFICOS INTRA-ORAIS 161 PROJEÇÃO OCLUSAL INFERIOR LATERAL Campo de visão. Esta projeção cobre o tecido mole da metade do assoalho bucal, o vestíbulo bucal e as corticais vestibular e lingual da metade da mandíbula, e os dentes do incisivo lateral ao terceiro molar contralateral. Quando esta técnica é usada para fornecer uma imagem do assoalho bucal, o tempo de exposição deve ser reduzido à metade do que é usado, para fornecer uma imagem da mandíbula. Posicionamento do filme. Sente o paciente em uma posição semi-reclinada com a cabeça inclinada para trás, de modo que a linha trágus-asa do nariz esteja quase perpendicular ao solo. Coloque o filme na boca com seu longo eixo inicialmente paralelo com o plano sagital e com o lado sensível voltado para mandíbula. Coloque o filme o mais posterior possível, então troque o longo eixo vestibularmente (direito ou esquerdo), de modo que a borda lateral do filme esteja paralela às superfícies vestibulares dos dentes posteriores e se estenda lateralmente cerca de 1 cm. Projeção do raio central. Direcione o raio central perpendicular ao centro do filme através de um ponto abaixo do mento, aproximadamente a 3 cm posterior ao mento e a 3 cm lateral à linha média. Ponto de incidência. O ponto de incidência do raio central é abaixo do mento, aproximadamente a 3 cm posterior ao mento e aproximadamente a 3 cm lateral à linha média. 162 PARTE 4 PRINCÍPIOS DE FORMAÇÃO DA IMAGEM E TÉCNICAS RADIOGRÁFICAS dimensões. Tipicamente, a radiografia oclusal é espe- cialmente útil nos seguintes casos: • Para localizar principalmente raízes, dentes supranu- merários, dentes não-erupcionados e impactados (esta técnica é especialmente útil para casos de cani- nos e terceiros molares impactados) • Para localizar corpos estranhos nos maxilares e cál- culos nos ductos das glândulas sublinguais e sub- mandibulares. • Para demonstrar e avaliar a integridade do contorno do seio maxilar anterior, medial e lateral • Para ajudar no exame de pacientes com trismo, que só conseguem abrir a boca alguns milímetros; esta condição impede o exame intra-oral, o qual pode ser impossível ou pelo menos muito doloroso para o paciente • Para obter informações sobre localização, natureza, extensão e deslocamento de fraturas na maxila ou mandíbula • Para determinar a extensão medial e lateral de alte- rações (p. ex., cistos, osteomielite, malignidades) e detectar doenças no palato ou assoalho de boca Para realizar uma radiografia oclusal, um filme rela- tivamente grande (7,7 × 5,8 cm [3 × 2,3 polegadas]) é inserido entre as superfícies oclusais dos dentes. Como o seu nome sugere, o filme é posicionado contra a ar- cada a ser examinada e o feixe de raios X é direcionado através da arcada no filme. Devido ao seu tamanho, o filme permite o exame de uma porção relativamente grande da arcada. Projeções padrão são usadas, as quais estipulam a relação desejada entre o raio central, o fil- me e a região examinada. Entretanto, o clínico deve se sentir livre para modificar essas relações para encontrar requerimentos clínicos específicos. Exame Radiográfico de Crianças A preocupação com a proteção radioativa é mais impor- tante para crianças devido à sua maior sensibilidade à irradiação. A melhor maneira de reduzir a exposição desnecessária é o dentista fazer o mínimo de técnicas radiográficas necessárias para o paciente individual. Estes julgamentos são baseados em um exame clínico cuidadoso e considerações com a idade do paciente, história médica, considerações sobre o crescimento e estado geral da saúde oral, assim como se ele possui cáries no momento do exame e o tempo passado desde o exame radiográfico prévio. A prudência sugere fazer exames bite-wing para verificar cáries em um intervalo periódico após as áreas de contato fecharem. A freqüên- cia deve ser determinada, em parte pelo índice de cá- ries do paciente. Um exame de pesquisa periapical com freqüência é recomendado cedo para crianças, no está- gio da dentição mista. Atenção especial deve ser dada aos procedimentos que reduzem a exposição (Capítulo 3), incluindo o uso de filmes rápidos, processamento ade- quado, dispositivos limitadores do feixe e uso de aven- tal de chumbo e protetor de tireóide. As radiografias nas crianças podem ser uma expe- riência interessante e desafiante. Apesar de os princí- pios das radiografias periapicais em crianças serem os mesmos do que os de adultos, na prática as crianças apresentam considerações especiais devido às suas estru- turas anatômicas pequenas e possíveis problemas de comportamento. O tamanho diminuto dos arcos e den- tição necessita o uso de filmes periapicais menores. O palato e assoalho bucal relativamente rasos podem re- querer a modificação adicional no posicionamento do filme. Técnicas especiaisradiográficas usando filmes oclusais para projeções extra-orais têm sido sugeridas. MANIPULAÇÃO DO PACIENTE As crianças com freqüência são apreensivas sobre exa- mes radiográficos, tanto quanto o são sobre outros tipos de procedimentos odontológicos. O exame radiográfico normalmente é o primeiro procedimento manipulativo realizado em um paciente jovem. Se este exame não é ameaçador e é confortável, a experiência odontológica subseqüente costuma ser aceita com pouca ou nenhuma apreensão. Esta apreensão é mais bem contornada por uma familiarização da criança com o procedimento, a qual é feita pela explicação do procedimento de manei- ra que ela possa compreender. É apropriado descrever o aparelho de raios X como uma câmara usada para ti- rar fotografias dos dentes. A criança se torna mais con- fortável com o filme e com o aparelho de raios X ao tocá-los antes do procedimento. O profissional deve conversar com a criança para distraí-la e para ganhar a sua confiança. Pode ser vantajoso a criança observar um irmão ou irmã mais velhos sendo radiografados ou ter os seus pais ou auxiliares de consultório como modelos. Para a criança que tiver ânsia de vômito, o clínico deve solicitar que respire pelo nariz, dobre os dedões dos pés, feche a mão ou siga outros métodos para distrair sua atenção do procedimento. Contudo, se o procedi- mento é adiado até a próxima consulta, a ânsia de vô- mito pode não ser encontrada ou com freqüência é mais fácil de ser controlada pelo paciente. É especialmente importante explicar ao paciente que o procedimento será mais fácil na próxima vez – deixe um pensamen- to positivo. COBERTURA DO EXAME Quando um exame radiográfico completo é necessário, ele deve mostrar a região periapical de todos os dentes, a superfície proximal de todos os dentes posteriores e as criptas dos dentes permanentes em desenvolvi- mento. O número de técnicas radiográficas necessárias depende do tamanho da criança. Também, uma expo- CAPÍTULO 8 EXAMES RADIOGRÁFICOS INTRA-ORAIS 163 sição adequada ao tamanho da criança deve ser usada. Por exemplo, uma redução de 50% na mA usada para adultos jovens nos dá a densidade apropriada para pa- cientes com menos de 10 anos de idade. A exposição é reduzida cerca de 25% para aqueles entre 10 e 15 anos de idade. Dentição Decídua (3 a 6 anos) Uma combinação de projeções pode ser usada para fornecer uma cobertura adequada para o paciente pediátrico. Este exame consiste em dois filmes oclusais anteriores, dois filmes bite-wings posteriores, e até qua- tro filmes periapicais posteriores conforme o indicado (Fig. 8-9). Para as técnicas posteriores e interproximais, a criança é sentada ereta com o plano sagital perpen- dicular ao plano horizontal e o plano oclusal paralelo ao plano horizontal. Para as projeções inferiores, com exceção da oclusal, a criança é sentada ereta com o pla- no sagital perpendicular ao plano horizontal. A linha trágus-comissura labial é orientada paralelamente ao solo. Alguns acham que um filme panorâmico, ao em vez de quatro filmes periapicais, é mais informativo e resulta em menos exposição à criança (Capítulo 3). Projeção oclusal anterior superior. Coloque um filme no 2 na boca do paciente com o longo eixo perpendicu- lar ao plano sagital e a superfície ondulada em direção aos dentes superiores. Centralize o filme na linha mé- dia com a borda anterior somente um pouco além a borda incisal dos dentes anteriores. Direcione o raio central com uma angulação vertical de +60 graus atra- vés da ponta do nariz em direção ao centro do filme. Projeção oclusal ântero-inferior. Sente a criança com a cabeça inclinada para trás de modo que o plano oclusal esteja cerca de 25 graus acima do plano horizontal. Coloque um filme n o 2 com o longo eixo perpendicu- lar ao plano sagital e a superfície ondulada em direção aos dentes inferiores. Oriente o raio central com uma angulação vertical –30 graus e através da ponta do mento em direção ao filme. Projeção bite-wing. Use um filme no 0 com um anel de papel como posicionador. Coloque o filme na boca da criança como uma projeção para pré-molares de adul- tos. O campo de visão deve incluir a metade distal do canino e os molares decíduos. Use uma angulação ho- rizontal positiva de +5 a +10 graus. Oriente o ângulo horizontal para direcionar o feixe através dos espaços interproximais. Projeção periapical para molares superiores decíduos. Use um filme n o 0 em um posicionador modificado XCP ou bloco de mordida BAI, com ou sem anel loca- lizador e a barra indicadora. Posicione o filme na linha média do palato com a borda anterior estendendo-se ao canino superior decíduo. O campo de visão desta projeção deve incluir a metade distal do canino decíduo e ambos os molares decíduos. Projeção para molares inferiores decíduos. Posicione um filme n o 0 em um dispositivo XCP ou bloco de mordi- da BAI modificado, com ou sem anel localizador e a barra indicadora, entre os dentes posteriores e a língua. A radiografia exposta deve mostrar a metade distal do canino inferior decíduo e os molares decíduos. Dentição Mista (7 a 12 anos) Um exame completo da dentição mista, se indicado, consiste em dois filmes periapicais dos incisivos, qua- FIG. 8-9 O exame radiográfico da primeira dentição consiste em duas técnicas oclusais anteriores, quatro técnicas periapicais posteriores e duas bite-wings. 164 PARTE 4 PRINCÍPIOS DE FORMAÇÃO DA IMAGEM E TÉCNICAS RADIOGRÁFICAS tro filmes periapicais dos caninos, quatro filmes pe- riapicais posteriores e dois ou quatro filmes bite-wings (Fig. 8-10). Para as projeções superiores e interproxi- mais, sente a criança reta com o plano sagital perpen- dicular e o plano oclusal paralelo ao solo. Para as projeções inferiores, sente a criança reta com o pla- no sagital perpendicular e a linha asa do nariz– trágus paralela ao solo. Use um instrumento pediátri- co Precison ou XCP para criança maiores. Os bloco de mordidas BAI pode ser mais confortável em crianças menores. Projeção periapical ântero-superior. Centralize um filme n o 1 no espaço entre os incisivos centrais na boca atrás dos incisivos central e lateral superior. Centralize o filme na linha média. Projeção periapical ântero-inferior. Posicione um filme n o 1 atrás dos incisivos centrais e lateral inferior. Projeção periapical para canino. Posicione um filme no 1 atrás de cada canino. Projeção periapical para molares permanentes e de- cíduos. Posicione um filme no 1 ou 2 (se a criança for grande o suficiente) com uma borda anterior atrás do canino. Projeção bite-wing posterior. Exponha a projeção bite-wing na região dos pré-molares com um filme n o 1 ou 2 como descrito previamente, usando tanto uma alça para bite-wing ou dispositivos de bite-wing de RINN. Faça quatro projeções bite-wings quando os segundos molares permanentes estiverem erupcio- nados. Considerações Especiais Os procedimentos radiográficos que têm sido descri- tos neste capítulo são para um paciente “saudável”. Es- tes procedimentos podem necessitar de modificações para pacientes que tenham dificuldades incomuns. Modificações especiais dependem das características fí- sicas e emocionais do paciente. Assim como em qual- quer procedimento odontológico, entretanto, o auxiliar inicia o exame demonstrando compreensão pela condi- ção do paciente e simpatia por qualquer problema que possa ocorrer com qualquer um deles. Se o assistente é gentil mas firme, a confiança do paciente aumenta, o que ajuda o paciente a relaxar e a cooperar. A seguir estão algumas condições e circunstâncias que podem ser encontradas, com algumas recomendações e suges- tões que podem ajudar ao clínico atingir um exame radiográfico adequado. INFECÇÃO As infecções nas estruturas orofaciais podem resultar em edema e levar ao trismo de alguns músculos da masti- gação. Como resultado, a radiografia intra-oral pode ser dolorosa para o paciente e difícil para ambos,o paciente e o radiologista. Sob tais circunstâncias téc- nicas extra-orais e oclusais podem oferecer a única ma- neira possível de examinar o paciente. A escolha de técnicas extra-orais específicas depende da condição e das áreas a serem examinadas. Apesar de o resultado radiográfico poder não ser o ideal em vários aspectos, ele nos dá informações mais úteis do que o profissional teria sem elas. Em caso de edema na área a ser exami- nada, aumente o tempo de exposição para compensar o tecido edemaciado. FIG. 8-10 O exame radiográfico da dentição mista consiste em duas técnicas dos incisivos, quatro técnicas dos caninos, quatro técnicas posteriores e duas bite-wings. CAPÍTULO 8 EXAMES RADIOGRÁFICOS INTRA-ORAIS 165 TRAUMATISMO Os pacientes que sofreram um traumatismo podem ter uma fratura dentária ou facial. As fraturas dentárias são mais bem avaliadas usando-se radiografias periapicais ou oclusais. Um cuidado especial deve ser realizado ao se fazer estas técnicas, devido ao estado do paciente. Fra- turas esqueléticas são melhor visibilizadas nas técnicas panorâmicas ou outras projeções extra-orais ou um exa- me de CT. Em alguns casos, o paciente com fraturas do esqueleto facial podem estar acamado devido ao envolvimento de outras lesões. Conseqüentemente, é necessário um exame radiográfico extra-oral com o pa- ciente em posição supina. Entretanto, as circunstâncias não podem comprometer a técnica, e radiografias extra- orais satisfatórias podem ser realizadas se posições re- lativas apropriadas do tubo, do paciente e do filme forem observadas. PACIENTES INCAPACITADOS MENTALMENTE Pacientes com deficiências mentais podem apresentar alguma dificuldade para o radiologista que está tentan- do examinar. A dificuldade normalmente é resultado da falta de coordenação do paciente ou inabilidade do paciente de compreender o que é esperado. Entretanto, realizando o exame radiográfico rapidamente, movi- mentos imprevisíveis do paciente podem ser minimi- zados. Em alguns casos é necessária a sedação. PACIENTES INCAPACITADOS FISICAMENTE Pacientes com deficiências físicas (p. ex.: perda de vi- são, perda de audição, perda do uso de qualquer uma ou de todas as extremidades, defeitos congênitos tais como fenda palatina) podem necessitar de cuidado es- pecial durante o exame radiográfico. Estes pacientes normalmente são cooperativos e desejosos de ajudar. Eles podem estar acostumados a algum desconforto e inconveniência de modo que os seus níveis de tole- rância são altos e eles não são desafiados pelo pequeno grau de irritação representado pelos procedimentos radiográficos. Geralmente, exames radiográficos intra e extra-orais podem ser realizados se uma boa harmonia entre o paciente e o técnico radiográfico for estabelecida e mantida. Familiares do paciente normalmente são muito úteis em ajudá-lo a sentar e levantar da cadeira de exame e em posicionar e manter o filme, uma vez que já estão familiarizados com a condição do pacien- te e acostumados a lidar com ele. REFLEXO DO VÔMITO Eventualmente, pacientes que necessitam exames ra- diográficos manifestam ânsia de vômito com a menor provocação. Estes pacientes normalmente são muito apreensivos e assustados com qualquer procedimento desconhecido; outros simplesmente parecem ter um tecido muito sensível que desencadeia o reflexo do vô- mito quando estimulado. Esta sensibilidade é manifes- tada quando o filme é colocado na cavidade oral. Para superar esta incapacidade, o radiologista deve fazer um esforço para relaxar e tranqüilizar o paciente. O ra- diologista pode descrever e explicar o procedimento. Com freqüência o reflexo pode ser controlado se o profissional encorajar a confiança do paciente ao de- monstrar competência técnica e mostrar autoridade temperada com compaixão. A ânsia de vômito normal- mente piora quando o paciente está cansado; portanto, é aconselhável realizar os exames pela manhã, quan- do o indivíduo está bem descansado, especialmente no caso de crianças. Estimular o dorso posterior da língua ou o palato mole normalmente inicia o reflexo do vômito. Conse- qüentemente, durante o posicionamento do filme, a língua deve estar bem relaxada e bem posicionada no assoalho da boca. Isto pode ser conseguido ao pedir ao paciente para engolir bem logo antes de abrir a boca e posicionar o filme. (O dentista nunca deve mencionar a língua, ou pedir para o paciente relaxar a língua; isto normalmente o torna eles mais conscien- te dela e precipita movimentos involuntários.) O fil- me é carregado para dentro da boca paralelo ao plano oclusal. Quando atingir a área desejada, o filme é gi- rado com um movimento decisivo, pondo ele em con- tato com o palato ou assoalho da boca. Movimentando ele no palato ou assoalho da boca é provável que esti- mule o reflexo do vômito. Também, o dentista deve ter em mente que quanto mais tempo o filme ficar na boca, maior a possibilidade de o paciente iniciar a ânsia de vômito. O paciente deve ser orientado a res- pirar rapidamente pelo nariz, pois a respiração bucal agrava esta condição. Qualquer pequeno exercício que possa ser inventa- do, desde que não interfira com o exame radiográfico mas mude a atenção do paciente em relação ao filme e à boca, provavelmente aliviará a reação de vômito. Pedir ao paciente para prender a respiração ou man- ter o pé ou braço suspenso durante o posicionamen- to do filme e da exposição pode criar tal distração. Em casos extremos, anestésicos tópicos em solução de bochechos ou spray poderão ser administrados para produzir uma dormência na língua ou palato e redu- zir o reflexo. Entretanto, na nossa experiência este pro- cedimento tem resultados limitados. A maneira mais eficaz é reduzir a apreensão, minimizar a irritação no tecido e encorajar a respiração rápida através do nariz. Se todas as medidas falharem, um exame extra-oral pode ser o único meio, a não ser a administração de anestesia geral, de examinar o paciente radiogra- ficamente. 166 PARTE 4 PRINCÍPIOS DE FORMAÇÃO DA IMAGEM E TÉCNICAS RADIOGRÁFICAS TÉCNICAS RADIOGRÁFICAS PARA ENDODONTIA As radiografias são essenciais para a prática endo- dôntica. Elas não somente são indispensáveis para de- terminar o diagnóstico e prognóstico do tratamento pulpar, mas também são o método mais confiável da conduta do tratamento endodôntico. A presença do grampo para isolamento, lençol de borracha e dos ins- trumentais endodônticos pode complicar o exame periapical intra-oral ao prejudicar por posicionamento do filme e a angulação do cilindro localizador. Apesar destes obstáculos, certos requerimentos devem ser ob- servados: 1. O dente em tratamento deve estar centralizado na imagem. 2. O filme deve ser posicionado o mais distante do dente e ápice que a região permitir para assegurar que o ápice dentário e algum osso periapical estejam aparentes na radiografia. Técnica de Projeção Para as projeções superiores, o paciente é sentado de modo que o plano sagital mediano esteja perpendicu- lar e o plano oclusal esteja paralelo ao solo. Para as projeções inferiores, o paciente é sentado reto com o plano sagital perpendicular e a linha trágus-comissura labial paralela ao solo. Uma pinça hemostática é usa- da para segurar o filme, pois ela ocupa um espaço mí- nimo e é fácil para o dentista e o paciente manusearem (Fig. 8-3, E); instrumentais especialmente projetados para uso em endodontia também podem ser usados (Fig. 8-11). O filme periapical n o 2 é usado para todas as téc- nicas. Para as projeções anteriores, o filme é segurado lado a lado com a borda de menor dimensão do fil- me. Para as projeções posteriores, o lado maior do filme é empregado. O filme preso na pinça hemostática é inserido dentro da boca paralelo ao plano oclusal. O filme é colocado na posição adequada através da rota- ção da pinça hemostática e do filme até a posição o mais paralela possível ao longo eixo do dente a ser ra- diografado.O cilindro é alinhado de modo que direcione o raio central perpendicular ao centro do filme. O plano no final do cilindro deve ser paralelo ao cabo da pinça hemostática. Após o posicionamento do filme, a mão do paciente é guiada, com instruções, para segurar e estabilizar a pinça hemostática contra os dentes do mes- mo arco durante a exposição. Como uma alternativa, a pinça hemostática pode ser inserida através de um blo- co de mordida o qual o paciente pode morder, dando estabilidade do instrumento e filme. Com freqüência uma única radiografia de um dente multirradicular feita com a técnica horizontal e vertical normal não mostra todas as raízes. Nestes casos, quan- do a separação das raízes de dentes multiradiculares é necessária, uma segunda radiografia deve ser realiza- da. A angulação horizontal é alterada em 20 graus me- sialmente em direção à pinça hemostática. Para os pré-molares superiores, 20 graus mesialmente ou dis- talmente para os molares superiores, ou 20 graus distalmente para uma projeção oblíqua para dissociar as raízes dos molares inferiores. Se o trajeto de uma fístula é encontrado, o seu trajeto é rastreado ao enfiar um cone de guta percha n o 40 atra- vés do trajeto antes de a radiografia ser realizada. Tam- bém é possível localizar e determinar a profundidade de defeitos periodontais com a técnica da guta-percha. Uma radiografia final do dente tratado é realizada para demonstrar a qualidade do preenchimento do ca- nal radicular e a condição dos tecidos periapicais após a remoção do grampo e lençol de borracha. GRAVIDEZ Embora o feto seja sensível à radiação ionizante, a quan- tidade de exposição recebida pelo embrião ou feto du- rante a radiografia odontológica é extremamente baixa. Nenhuma incidência de dano ao feto tem sido relata- da em radiografias dentárias. Apesar disso, a prudência sugere que tais exames radiográficos devem ser mantidos a um mínimo consistente com as necessidades odonto- lógicas da mãe. Assim como em qualquer paciente, o exame radiográfico é limitado durante a gravidez a ca- sos com uma indicação para o diagnóstico específico. Com uma baixa dose podemos proporcionar ao paciente as técnicas de proteção radiológicas ideais (Capítulo 3), e uma radiografia intra ou extra-oral deve ser realizada sempre que existir necessidades diagnósticas razoáveis. PACIENTES EDÊNTULOS O exame radiográfico do paciente edêntulo é impor- tante, se a área de interesse é um dente ou o arco intei- FIG. 8-11 Posicionador de filmes Endoray usado para radio- grafias em endodontia. (Cortesia da Dentsply Rinn, Elgin, Ill.) CAPÍTULO 8 EXAMES RADIOGRÁFICOS INTRA-ORAIS 167 ro. Estas áreas podem conter raízes, infecções residuais, dentes impactados, cistos ou outras entidades patológi- cas que podem afetar adversamente a utilização de apa- relhos protéticos ou a saúde do paciente. Depois de determinado que estas entidades não estão presentes, exames consecutivos para detectá-las não são justifica- dos. Pacientes edêntulos tipicamente representam um grupo mais velho, e o seu potencial para desenvolver tumores malignos é maior. Entretanto, uma baixa pro- babilidade de desenvolvimento de malignidades não constitui uma indicação contínua para exames radioló- gicos periódicos na ausência de outros sinais e sintomas clínicos. Após a determinação de que as arcadas estão livres de doença, radiografias periódicas não são jus- tificadas na ausência de sintomas. Técnicas Radiográficas para Pacientes Edêntulos Se disponível, um exame panorâmico das arcadas edên- tulas é mais conveniente. Se anormalidades nas cristas alveolares são identificadas, a maior resolução do filme periapical é usada para fazer projeções intra-orais e com- plementar o exame panorâmico. Em um paciente total ou parcialmente edêntulo, um posicionador de filme deve ser usado nas radiografias intra-orais das cristas alveolares. A colocação dos posi- cionadores pode ser dificultada pela sua extremidade nos espaços que normalmente são ocupados pelas coro- as dos dentes perdidos. Para administrar esta dificulda- de, roletes de algodão são colocados entre a crista e o posicionador de filmes, apoiando o posicionador na posição horizontal. Um elástico ortodôntico para manter o rolete de algodão no bloco de mordida no posicio- nador é útil quando diversas projeções destas devem ser expostas. Com elásticos, é simples manipular os roletes de algodão nas áreas que requerem suporte. O pacien- te pode manter o posicionador com a mão ou com a mordida oposta. Se o aparelho panorâmico não está disponível, o exame que consiste em 14 filmes intra-orais fornece um estudo excelente. A exposição necessária para o re- bordo edêntulo é aproximadamente 25% menor que a usada em um rebordo dentado. O exame consiste em sete projeções de cada arcada (filme adulto n o 2) com se segue: Incisivos centrais (linha média) 1 incidência Incisivo lateral – canino 2 incidências Pré-molar 2 incidências Molar 2 incidências REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Adriaens PA, De Boever J, Vande Velde F: Comparison of intra-oral long-cone paralleling radiographic surveys and orthopantomographs with special reference to the bone height, J Oral Rehabil 9:355-65, 1982. Biggerstaff RH, Phillips JR: A quantitative comparison of paralleling long-cone and bisection-of-angle periapical radiography, Oral Surg Oral Med Oral Pathol 62:673-7, 1976. Dubrez B, Jacot-Descombes S, Cimasoni G: Reliability of a paralleling instrument for dental radiographs, Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod 80:358-64, 1995. Forsberg J, Halse A: Radiographic simulation of a periapical lesion comparing the paralleling and the bisecting-angle techniques, Int Endod J 27:133-8, 1994. Graf JM, Mounir A, Payot P, Cimasoni G: A simple paralle- ling instrument for superimposing radiographs of the molar regions, Oral Surg Oral Med Oral Pathol 66:502- 6, 1988. Medwedeff FM, Elcan PD: A precision technique to minimi- ze radiation, Dent Surv 43:45, 1967. Scandrett FR et al: Radiographic examination of the eden- tulous patient. 1. Review of the literature and preliminary report comparing three methods, Oral Surg 35:266, 1973. Schulze RK, d’Hoedt B: A method to calculate angular disparities between object and receptor in “paralleling technique,” Dentomaxillofac Radiol 31:32-8, 2002. Updegrave WJ: Right angle (paralleling) dental radio- graphy with the conventional short (8 inch) tube, Gen Dent 29:220-4, 1981. Weclew TV: Comparing the paralleling extension cone technique and the bisecting angle technique, J Acad Gen Dent 22:18-20, 1974. Weissman DD, Longhurst GE: Clinical evaluation of a rec- tangular field collimating device for periapical radio- graphy, JADA 82:580, 1971.
Compartilhar