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AFECÇÕES DE SISTEMA LOCOMOTOR DE BOVINOS

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CLÍNICA DE GRANDES ANIMAIS II 
 
1 
 
AFECÇÕES DE SISTEMA LOCOMOTOR DE BOVINOS 
 
A maioria dos problema que acontecem no bovinos em relação ao sistema locomotor é no 
membro posterior – casco!!! 
IMPORTÂNCIA DA CLAUDICAÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 IMPACTO AO BEM ESTAR ANIMAL 
 
 Queda na produção de leite: Animal que possui desconforto nos dígitos que vai 
manca/claudica consequentemente não vai se locomover da mesma maneira que um 
animal saudável, então dessa maneira vai ficar menos tempo em pé e ingerindo uma 
quantidade menor de alimento. Dependendo do tipo de manejo, chega a se perder uma 
quantidade razoável de alimentos, quase 1/3 em relação um animal que não está 
claudicando, refletindo na produção e reprodução. 
A queda da produção de leite não é visível para o produtor – Estudos apontam que muitas 
vezes tem associação positiva entre produção leiteira alta e lesão de casco! 
 Diminuição do ECC* extremamente importante!! Quando o pior ECC, maior chance de 
claudicação! 
 Impactos sobre a fertilidade: Aumento do período de serviço, diminuição das taxa de 
concepção, aumento de intervalo entre os partos (IIP). 
Diminui as taxas de concepção por iniciar uma lactação com afecção de casco devido ao 
fato de quando o animal está com diminuição dos níveis de glicose, ele utiliza as gorduras 
corporais pra produção de energia e uma das principais gorduras que ele utiliza é a do 
coxim plantar e isso tem grande impacto no casco, levando a problemas metabólicos. A 
úlcera de sola, por exemplo, está associada a uma lesão que pode ter como entre as 
diversas causas, uma delas é a cetose dos ruminantes. 
 Aumento das taxas de descarte 
 
As afecções do casco – principalmente em gado leiteiro que é o foco da aula – são o que 
mais tem gastos só perdendo pra doenças da glândula mamárias e atrasos reprodutivos. 
 
Além disso, hoje em dia a claudicação é vista como um indicador de BEA/saúde, então, 
animal que claudica tem problemas com relação ao seu BEA/falhas de manejo*. 
 
DESCONFORTO NOS DIGITOS 
DIFICULDADE LOCOMOÇÃO 
MENOR TEMPO EM PÉ 
DIMINUIÇÃO DA INGESTÃO DE 
ALIMENTOS 
CLÍNICA DE GRANDES ANIMAIS II 
 
2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PERDAS ECONÔMICAS RELACIONADAS ÀS AFECÇÕES DO CASCO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DISTRIBUIÇÃO DOS PROBLEMAS DE CASCO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CLÍNICA DE GRANDES ANIMAIS II 
 
3 
 
Se pensarmos em qual das patas teriam problema de casco: 
90% MP – devido ao peso das glândula mamária/distribuição de peso maior na unha lateral. 
Estudos que dizem que a diminuição de gordura é maior no MP, e em uma determinada unha – 
na unha lateral dos MP. 
 
ANATOMIA 
 
Importante: saber dentro da muralha do casco, temos a terceira falange, parte da 
segunda falange, sesamóide distal e a inserção do tendão flexor digital profundo. Se 
formos fazer uma amputação de unha, tem que desenserir o tendão, retirar a terceira falange, 
estarificar a segunda falange para depois ter o coto cirúrgico. 
 
MEDIDAS IDEAIS: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CLÍNICA DE GRANDES ANIMAIS II 
 
4 
 
COMPOSIÇÃO DO CASCO 
 
 Aminoácidos: metionina, histidina, lisina e arginina 
 Água 
 Macro e microelementos minerais: Ca, P, Cu, Zn, S, Co, Mo 
 Gordura 
 
FATORES PREDISPONENTES PARA AS DOENÇAS PODAIS 
Multifatorial na maioria das vezes, vários fatores são causadores. Pode ter um fator ou 
um ou outro associados para a ocorrência das doenças podais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FATORES AMBIENTAIS 
 
 Umidade: importante ter um sistema de drenagem eficiente! 
 Sujidades/acúmulo de fezes: “Vaca deixa rastro de fezes por onde passa” 
 CONFINAMENTO x PASTO: pisotear nas fezes/lama 
 
 
 
Então animais que ficam com casco em contato com umidade constante fica mais “mole”, pele 
mais macerada tornando o estojo córneo mais frágil/mais sensível e dessa forma mais 
susceptível a qualquer traumatismo. 
 
Junto com a maceração do casco também tem a falta de higiene, e as bactérias do ambiente 
(bactérias oportunistas) e algumas delas, as bactérias são do próprio TGI do animal, ou seja, 
se melhorar a higiene do local teria como evitar algumas doenças, por exemplo a dermatite 
digital (grave, ocorre na forma de surtos e gasto razoável do produtor). 
 
Além do estojo córneo sensível, tem fragilidade do talão e dos espaços interdigitais 
podendo ter ocorrência de doenças nessas regiões. Então se o animal tiver que passar por uma 
área asfaltada por exemplo: o animal se torna mais susceptível aos hematomas de sola – pelo 
CLÍNICA DE GRANDES ANIMAIS II 
 
5 
 
casco mais sensível ocorre abrasão mais facilmente levando a hematoma/hemorragia. Muitas 
propriedades ainda tem paralelepípedo que causam muitos prejuízos no casco das vacas, pela 
dificuldade de andar por ser escorregadio. 
 
Podem ser prevenidas com diminuição dos fatores predisponentes!! 
 
 Condições ambientais e conforto: Tempo que o animal permanece deitado 
 Gado de leite: 10 a 14horas/dia! 
 Tamanho do cubículo 
 Cama 
 Ideal: 50 a 60% animais deitados e ruminando entre 2 e 4 hs pós alimentação 
De acordo com estabulação da vaca – Free stall: Erros na construção do cubículo, se a vaca 
por exemplo não estiver confortável na cama pra deitar – não tem altura boa, ou tamanho 
consequentemente ela vai ficar muito tempo em pé!!! E deitar para ruminar é um fator de 
BEA!! Esse tempo em pé impacta na saúde dos cascos!! Pior problema de free stall é 
mastite e problemas de casco, pelas fezes entrarem em contato com glândula mamária e o 
casco ou com os dois quando os animais deitam. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Pensando em condições ambientais e conforto no que ocasiona ESTRESSE: 
 Superpopulação do rebanho: disputa por espaço e comida 
 Camas com substrato insuficiente, baixa qualidade, sujas, úmidas. 
 Mudança brusca de alimentação 
 Falha no manejo dos animais 
 Mistura de lotes 
 
Ideal: pisos com ranhuras para evitar que a vaca escorregue, as fezes caem fora da cama 
diminuindo a incidência de mastite e doença de casco, sistema de ventilação, é direito 
alto etc. 
FATORES NUTRICIONAIS 
 
 Deficiência ou excesso de nutrientes 
 Excesso de carboidratos associada a fibras e partículas finamente trituradas: 
 Fazem com que o pH fique mais ácido no rúmen (↓5,5), ficando mais ácido que o normal, 
levando a quadros de acidose subaguda ou crônica – isso ocorrendo constantemente nesse 
rúmen leva a alteração da microbiota ruminal, e pode estar associada à liberação de 
CLÍNICA DE GRANDES ANIMAIS II 
 
6 
 
algumas endotoxinas que podem gerar a ocorrência de laminite, tendo a esses tipos de 
lesão: úlcera de sola, doença da linha branca (doenças de dentro pra fora, relacionada a 
problemas metabólicos/nutricional). Se animal tiver mastite tóxica ou endometrite pode 
desenvolver essas alterações associada a laminite também. 
 Minerais: importância na manutenção do casco (queratina) 
─ Cobre e zinco: síntese de queratina para a produção e manutenção da integridade do 
casco 
─ Biotina: previne rachaduras e claudicação em novilhas pós parto. 
 
*Dieta com excesso de concentrado (carboidrato) e fibra finamente triturada é dieta de vaca 
leiteira pós-parto. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Linhas/Rachaduras horizontais: quando tem falha na irrigação do casco começa a te essas 
rachaduras que leva laminite crônica (ruminantes não tem laminite aguda – raro!!). Quando 
chega a laminite é difícil de tratar, não tem como resolver, apenas acerta tentando corrigir o 
casco. 
 
FATORES GENÉTICOS 
 
 Seleção genética: produção leite 
 Confinamento: crescimento>desgaste 
 Interfere na conformação 
 Dígitos 
 Espaço interdigital 
 Pigmentação dos cascos 
 Conformação de membros 
 
 
 
 
 
 
 
CLÍNICA DE GRANDES ANIMAIS II 
 
7 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A Hiperplasia Interdigital pode ser genética (pai pra filho) mas também está associada a 
falhas de manejo. 
Ex. propriedade de pedraem montanha: pra subir precisa abrir a unha para fazer esforço pra 
subir e se tiver muita pedra começa a ter lesão no espaço interdigital, levando a 
supercrescimento. 
 Quando é bilateral mais associada a problemas genéticos, do que quando é unibilateral. 
 Problema da HI: Pode acumular sujeira/fezes/lama, propicia a maior maceração do 
casco e fica mais susceptível a outras doenças. Outra coisa é que pode lesionar e quando 
sangrar atraindo moscas levando a miíase (aumenta a incidência de miíase nos animais). 
 Se começa a aumentar tem que realizar a retirada cirúrgica 
 
ESCORE DE CONDIÇÃO CORPORAL (ECC) 
 
Vacas que produzem um volume elevado de leite (as mais suscetíveis às lesões de casco) se 
tornam mais magras no início da lactação, logo animal com baixo ECC tem maior quantidade 
de claudicação (ECC menor devido diminuição da gordura corpórea para produção de energia 
para maior a produção de leite). 
Unha em tesoura 
Genético, passa de mãe pra filha. 
CLÍNICA DE GRANDES ANIMAIS II 
 
8 
 
Então invés de só olhar o casco tem que observar o ECC – para avaliar a saúde do rebanho. 
ECC IDEAL: 3! 
Avaliação através dos processos espinhoso e transverso, ou pelas extremidades de óleo e 
ísquio, e pela Inserção de cauda. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
VETSCORE 
 
Feito pela Embrapa, faz a mensuração da gordura corpórea: se o animal esta com a quantidade 
mais alta, adequada ou mais baixa de gordura corpórea. 
 
RELAÇÃO ENTRE O ECC E A ESPESSURA DO COXIM DIGITAL 
 
Quanto menor o ECC, menor a espessura do coxim planetário!!! 
 
Coxim: abaxial, médio e axial 
 Basicamente é gordura (em novilhas é um material mais amorfo), mas em vacas na 2, 3 
lactação já é depósito de gordura. 
 Ajuda muito a manter a integridade do casco 
 Tem superfície por cima de colágeno que da a sustentação pro casco. 
 
LACTAÇÃO E ESPESSURA DO COXIM 
GRÁFICO/ 3,4 e 5 mês de lactação tem diminuição da espessura do coxim – onde encontra-se 
mais problemas no casco (úlcera de sola etc). 
 
TEMPERATURA DA SOLA E ESPESSURA DO COXIM 
GRÁFICO/ temperatura da sola e o coxim: quando menor a espessura, menor temperatura da 
sola (menor temperatura da sola, maior chance de lesões/causas de claudicação) 
CLÍNICA DE GRANDES ANIMAIS II 
 
9 
 
DOENÇAS DE UNHA/ DE CONFORMAÇÃO 
 
1. DEFORMIDADES UNGULARES 
 Defeitos na conformação da unha. 
 Pode ser associado a genética ou a laminite crônica 
 Apesar de ser problemas menores pode estar ligada à artrite, tendinite. 
 Unha em tesoura 
 Unha em sacarrolha (começa a virar a articulação e invés de pisar com a sola pisa com 
a muralha do casco e mesmo fazendo o casqueamento não volta a apoiar a sola) 
 Casco achinelado (pisando com dígitos acessórios) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2. FISSURAS 
 Pode ser decorrente a laminite ou lesões por trauma 
 Linhas horizontais 
 
DOENÇA DO TECIDO MOLE 
 
1. HIPERPLASIA INTERDIGITAL 
Vários nomes: Gabarro, tiloma (muda conforme a região) 
 Alteração genética ou por trauma 
 Correção cirúrgica 
CLÍNICA DE GRANDES ANIMAIS II 
 
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 Se não é feito a correção, vai crescendo e crescendo e por lesionar vai encher de sangue 
e levar a miíase 
 Cuidado com gordura interdigital – para não levar a celulite senão tratar. 
 Cuidado inclusive com essa gordura no momento da cirurgia pra não levar parasita. 
 Espaço que foi criado pela massa não resolve mais – apenas melhora, animal vai ter 
problema de aprumo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2. DERMATITE INTERDIGITAL 
 Causas: Umidade e higiene 
 Por bactérias ambientais anaeróbicas (Fusobacterium necrophorum, 
Dichelobacter nodosus) 
 Ocorre um quadro de maceração da pele e causa como se fosse uma “frieira” no 
interdigito, começa a ter um acúmulo de bactérias no local e necrose do espaço 
interdigital. 
 Pode acabar acometendo o talão e ter erosão de talão, e lesão pode aumentar. 
 Apesar de ser PI com bactéria não costuma causar muita claudicação – não muito 
dolorida, mas precisa ser tratada (já a dermatite digital é o contrário). 
 Cheiro fétido – característico do Fusobacterium necrophorum. 
 Tratamento: retirada do tecido necrótico e uso de antissépticos, pedilúvio. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CLÍNICA DE GRANDES ANIMAIS II 
 
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3. DERMATITE DIGITAL 
Outros nomes: Verruga dos casos, Papilomatose digital 
 Mais importante por causar MUITO prejuízo econômico!!!! (vacas leiteiras) 
 Diferença da Dermatite Interdigital pela forma que aparece (surto), endêmica e causa 
muita dor principalmente na fase aguda 
 Até hoje não se tem a etiologia correta dessa doença, existem vários trabalhos sendo 
feito mas não é estabelecido, só conhecido que há varias bactérias envolvidas, não é uma 
só. 
 Bactérias encontradas: além das já citadas (Fusobacterium e Dichelobacter), tem o 
Treponema – várias espécies não é uma só. E essa bactéria que já foi isolado tanto no 
rúmen como nas fezes dos animais, então não consegue tratar se continuarmos tendo 
problemas de higiene na propriedade. Importante por tratarmos com antibiótico mas se 
ela sempre estará nas fezes do animal e isso leva a multiresistência então o objetivo 
atualmente é diminuir a incidência dessas doenças melhorando o cuidado com os 
fatores predisponentes. No caso da Dermatite Digital, a forma mais eficaz de tratamento 
é manejo da higiene/melhorar a higiene ambiental. 
 Apesar de ser chamada de dermatite digital pode acometer qualquer local. 
 Tem um escore de avaliação clínica: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A: Fase inicial da Dermatite Digital 
CLÍNICA DE GRANDES ANIMAIS II 
 
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 Animal sente dor, visível, as vezes não consegue nem apoiar no solo – claudicação 
intensa. 
 Transmissível facilmente pela bactéria estar nas fezes, quando tem surto e problema de 
higiene na propriedade tem vários animais acometidos. 
 Doença Polimicrobiana (multitreponemal – varias espécies de Treponema) 
 
 
4. FLEGMÃO INTERDIGITAL 
 Outros nomes: Foot root, Podridão dos cascos, necrobacilose interdigital. 
 Acúmulo da bactérias acima da coroa do casco – onde não tem por onde se espalhar. 
 Grave e dolorido 
 Edema com presença de pus 
 Quando acomete a coroa do casco, onde é feita a nutrição, o casco solta. 
 Muito comum em ovinos de corte (pasto, umidade). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CLÍNICA DE GRANDES ANIMAIS II 
 
13 
 
DOENÇAS DO TECIDO CÓRNEO 
 
1. EROSÃO DE TALÃO (PODRIDÃO DO TALÃO) 
 Associada a umidade e presença de bactérias. 
 Leva a necrose do talão 
 O talão possui função de amortecedor do impacto do casco com o solo e com a 
destruição do tecido córneo, ele deixa de exercer tal função. 
 Com o avançar da erosão, acometendo os tecidos mais internos, causa dor e claudicação. 
 Tratamento inicial sempre é retirada do tecido necrótico 
 Dichelobacter nodosus e secundariamente o Fusobacterium necrophorum. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2. PODODERMATITE ASSÉPTICA LOCALIZADA (CONTUSÃO, HEMORRAGIA DE SOLA) 
 Observa ponto de hemorragia no momento da realização do casqueamento 
 Animal pode ter claudicação 
 Pode estar associada tanto ao piso mais abrasivo ou pode vir de dentro pra fora por 
conta de alguma alteração metabólica. 
 
3. PODODERMATITE CIRCUNSCRITA (ULCERA DE SOLA) 
 Ocorre por falha de irrigação do casco 
 Vem de dentro pra fora, não é ulcera infectada!! 
 É asséptica!! – Pode contaminar/infectar e atingir a coroa do casco levando a um 
flegmão! 
 Pode estar associada a doenças metabólicas ou nutricionais como a laminite também. 
 Tratamento: consiste em debridar o tecido e por ser de dentro pra fora tem que 
levantar a unha do solo senão não cicatriza. 
 Tamanco de madeira/plástico: tem ranhura 
para o animal não escorregar e colagem com 
resina – deixa por 3-4 semanas e se não cair 
sozinho, retira. Acompanhando da úlcera e 
troca do curativo. 
 Bandagem, se necessário mas costuma-se 
utilizar o tamanco na unha boa pra não 
encostara outra no solo. 
 
CLÍNICA DE GRANDES ANIMAIS II 
 
14 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4. DOENCA DA LINHA BRANCA 
 Falta de irrigação 
 Pode ocorrer por duas maneiras: falhas metabólicas ou nutricionais (laminite e doenças 
metabólicas) ou por umidade e sujeita 
 Necrose da linha branca e pode se tornar tão profundo e chegar na coroa do casco. 
 Área mais afetada é geralmente a região abaxial, na junção da linha branca com a parede 
do casco. 
 Tratamento também é retirar o tecido necrosado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5. PODODERMATITE SÉPTICA (BROCA) 
 Fusobacterium necrotico – odor pútrido!! 
 Associado a umidade e falta de higiene. 
 Aspecto acizentado e arenoso 
 Tratamento: casqueamento e fortalecimento do casco e retirada do tecido necrosado 
 Pode chegar a acometer as estruturas internas causando celulite, flegmão 
CLÍNICA DE GRANDES ANIMAIS II 
 
15 
 
 RX – osteomielite causada por pododermatite séptica 
LAMINITE 
 
Processo inflamatório das lâminas do cório, de etiologia multifatorial, associado a distúrbios 
da microcirculação e que leva a disrupção da função derme/epiderme e mal-formação da 
camada córnea. 
 
Pode estar associada à: 
 hemorragias na sola, talão e linha branca 
 alterações de cor dos apêndices córneos 
 lesões da linha branca, úlceras da sola e da pinça 
 aparecimento de sola dupla 
 fissuras da muralha 
 erosões do talão. 
 Pode estar associada tanto a processos infecciosos, purulentos no animal como 
Endometrite, Mastite ou excesso de carboidratos. 
 
A laminite leva a um aumento do fluxo sanguíneo, edema e ruptura dos vasos levando a 
neovascularização e necrose das lamina do cascos. 
 
 
PODODERMATITE DO PARADÍGITO 
 Necrose do paradigito ou sobreunha 
 Muitas vezes causada por contenção mal feita 
 
TUMORES 
 Lipoma no interdigito 
 
DIAGNÓSTICO 
 
Inicia fazendo o exame físico: alteração de locomoção (claudicação) – nem toda lesão no 
casco vai levar a claudicação, primeiro pelo fato do animal ter 2 unhas podendo mudar o 
aprumo, segundo porque nem toda lesão vai causa dor na sola quando o animal pisa assim não 
claudicando. 
 Claudicação 
 Posição de cifose ao andar 
Importante durante o exame físico, observar se na propriedade: 
 Fatores ambientais que predispõe a lesões no casco: sujeira no pasto, umidade, bom 
sistema de drenagem, piso abrasivo, piso de paralelepípedo 
 Instalações: erros de instalações* muito frequente! – calha de urina, não é do tamanho 
adequado pro tamanho do animal e ele acaba ficando encolhido e predispõe a lesão no 
casco. 
 
 
CLÍNICA DE GRANDES ANIMAIS II 
 
16 
 
 Observar se está o animal apoiando a pata/desconforto 
 Aprumo: pisa mais com alguma das unhas (medial ou lateral) 
 Estruturação zootécnica: Ficha para levantamento de incidências de animais com 
claudicação, ajuda a controlar os fatores predisponentes da propriedade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Escore de claudicação 
 E0: normal 
 E1: leve 
 E2: moderado 
 E3: grave 
Avalia-se: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1. Velocidade – normalmente andam na mesma velocidade do ser humano, quando claudica, 
anda mais lentamente. 
2. Ritmo da passada - 
3. Tamanho da passada e posicionamento dos membros – o normal é coloca o posterior no 
mesmo lugar do anterior! 
4. Distribuição de peso 
5. Alinhamento da coluna (cifose) 
6. Posição da cabeça 
CLÍNICA DE GRANDES ANIMAIS II 
 
17 
 
QUEM DEVE SER EXAMINADO E TRATADO? 
 Escore 1: fase inicial 
 Difícil de identificar 
 Examinar e tratar se necessário 
 Escore 2: 
 Examinar e tratar o mais breve possível 
 Escore 3: 
 Examinar e tratar imediatamente (24hrs) 
 
TRATAMENTO 
 
1. CONTENÇÃO: há várias formas de contenção. 
 Tronco fixo com barrigueiras que ate dão conforto ao animal e traciono o membro 
afetado e prendo o mesmo! *Lembrar ao amarrar o membro, tomar cuidado com 
sobreunha e com irrigação do membro para não causar necrose!! 
 Tronco hidráulico com colchão: animal estacionado coloca as barrigueiras e o próprio 
tronco gira sozinho. 
 Sempre com barrigueira – não deixar o animal em 3 patas!!! 
 Cuidado com úbere nas fêmeas ou o pênis nos machos. 
Se não for possível nenhum desses troncos, realizar: 
 Contenção no solo: cuidado com a cabeça, para não ocorrer traumatismo!! Membros 
sempre amarradas pra segurança do animal e de quem está contendo. 
 Dar conforto para o animal, coloca saco de serragem para cabeça. 
Erros de contenção: necrose – como minimizar: utiliza corrente ou saco plástico para 
não comprimir a vascularização. 
 
O exame começa com a limpeza do casco para poder visualizar: lavagem com água e sabão. 
O tratamento é feito ao mesmo tempo que realizamos o diagnostico. 
Se for realizado algo mais cruento, como uma amputação por exemplo, tem que realizar a: 
2. Anestesia de Bier: É uma anestesia IV regional, controla até onde esse membro quer 
anestesiado, através de um garrote. Punciona veia interdigital na região da quartela, retira-
se a quantidade de sangue que vai injetar de lidocaína (senão rompe o vaso) e depois injeta 
o anestésico. 
Não esquecer o garrote no final senão necrosa!!!! 
***Nem sempre precisa de anestesia de bier, se for só uma necrose de linha de branca e for 
mexer em apenas um ponto de necrose e o animal não demonstra dor pode realizar sem 
anestesia. 
 
3. Assepsia da lesão: retirada do tecido necrosado, com rinheta, fazendo a limpeza da lesão. 
(dermatite digital, erosão de talão, úlcera de sola, doença da linha branca, só assepsia sem 
anestesia) 
4. Se for processos bacterianos, realizar antibiótico local/tópico Tetraciclina Spray 
ou em pó. 
 Pode usar a penicilina, mas NUNCA INJETÁVEL animal em lactação, qualquer 
medicamento chega no leite então seria descartado. 
 Só usado em último caso antibiótico sistêmico, por exemplo em osteomielite que já é um 
processo sistêmico. 
 Associa AINEs: Fenilbutazona, Meloxican 
 
CLÍNICA DE GRANDES ANIMAIS II 
 
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5. Bandagem: realiza hemostasia local e realiza bandagem compressiva – em flegmão por 
exemplo tem que ser uma frouxa (não compressiva) para drenar o conteúdo. 
 Colocar antibiótico na bandagem e se ainda tiver tecido necrótico, coloca-se um pouco 
de sulfato de cobre por cauterizar a lesão (ás vezes coloca-se depois da gaze para não 
entrar em contato com pele do animal por queimar). Pode ser colocado também oxido 
de zinco que ajuda na reepitelização. 
 Algodão hidrófilo: evitar umidade na lesão. Depois coloca o esparadrapo. 
 Alcatrão por cima da bandagem!!! – também evita a umidade. 
 Levantar a pata do chão: tamanco – principal indicação é para úlcera de sola 
(cicatriza de dentro pra fora, se tiver contato com o solo vai demorar mais pra 
cicatrizar). 
Ulcera de sola: “boneca” faz uma bola de gaze, coloca o antibiótico dentro e coloca na ulcera . 
 
Nunca deixar um animal com problema de casco no curral sujeito a sujidades/lama etc, 
ISOLAR O ANIMAL NUMA BAIA RESTRITA!!! 
 
 Tempo do curativo: depende da lesão, 3-4 dias ou 1 vez por semana repetir curativo. 
Seria ideal realizar todo dia, mas só possível se o animal está em um hospital veterinário. 
 
MEDICAÇÃO SISTÊMICA 
 
 Em quadros sistêmicos: osteomielite, celulite, flegmão. 
 Utiliza as Penicilinas – sempre começar com penicilina. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CLÍNICA DE GRANDES ANIMAIS II 
 
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PROFILAXIA 
 
 Casqueamento funcional 
 Época: inicio de lactação, em período seco 
 Periocidade: variável 
 Instrumentos: tesoura, pinça, bisturi, lixadeira automática etc. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1. Aparar as pinças maiores que 7,5 cm comprimento (gado holandês) 
2. Rebaixar as pinças para que o animal apóie mais na sola que talão 
3. Abrir o espaço interdigital para facilitar a saída de sujidades 
4. Alinhar os talões 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Pedilúvio 
*NÃO FAZER PEDILUVIO COM ANTIBIÓTICO!! 
 Água com solução antisséptica que vai promoverdiminuição de bactérias e o 
fortalecimento do casco 
 Desinfetantes: 
─ Formalina a 3% e 5% (cancerígeno, emite gases, não recomendável) 
─ Sulfato de cobre a 5% 
CLÍNICA DE GRANDES ANIMAIS II 
 
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─ Sulfato de zinco a 5% 
─ Cal a 5% 
─ Hipoclorito de sódio a 2% e 4% 
Intercala sulfato de cobre com hipoclorito de sódio. 
 Sugestão de uso: depende da doença!!! 
─ 3 dias consecutivos – 1x ao mês 
─ 2x por semana, por 2 semanas – repetir após 1 mês 
 Drenar e renovar o líquido a cada 100 animais – senão contamina!! 
 Local ideal: corredor de saída de ordenha (para não contaminar a sala de ordenha) 
 Pedilúvio fixo ou móvel 
 Após passagem no pedilúvio, animal tem que ficar em local seco. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Erro de pedilúvio: 
 Não cobrir todo o casco do animal!!! – senão não funciona! 
 Realizar a solução a olho!! 
O tratamento inadequado do pedilúvio pode transforma-lo num importante foco de 
contaminação!!

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