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CLÍNICA DE GRANDES ANIMAIS II 1 Afecções do sistema locomotor dos equinos 1. HIPERTROFIA DE RANILHA/PODRIDÃO DA RANILHA/PODODERMATITE O que levaria a isso? Umidade, pode vir do solo – cavalos que ficam em áreas de barro, em regiões de chuva e principalmente em baias com pouca higiene/úmidas resultando em hipertrofia crônica de bulbo e ranilha. Tecido proliferativo que sangra muito, odor fétido e causa dor ao animal Animal se mantem deitado a maior parte do tempo se for nos 4 cascos SINAIS CLÍNICOS Claudicação variável e decúbito em estágios avançados Presença de tecido proliferativo com exsudação fétida Apenas casco mal higienizado CLÍNICA DE GRANDES ANIMAIS II 2 TRATAMENTO Ressecção do tecido proliferativo Cauterização pelo sangramento intenso. Corrigir a origem – adequar o ambiente que o animal fica. Colocar proteção – botinha ou curativo para promover conforto, com substâncias que sequem: sulfato de cobre (licor de vilate), iodo, formol, óxido de zinco com objetivo de manter o casco seco e enrijece-lo, para depois tirar a bota do curativo. Pedilúvio com líquido de Dakin ou hipoclorito de sódio ou Permanganato de potássio CLÍNICA DE GRANDES ANIMAIS II 3 Não necessário uso de antibiótico nem anti-inflamatório!!!! 2. ABCESSO E/OU HEMATOMA SUBSOLEAR Abcessos e hematomas são de causas diferentes, tem sintomatologia parecida sendo difícil de diferenciar. Normalmente inicia um hematoma por causa traumática e por estar próxima ao solo em uma região contaminada, infecciona e torna-se um abcesso. Animais com sola mais fina ou após o casqueamento que a sola se torna mais sensível e trabalham, há o aparecimento de hematoma. Mesmo se for animal com casco branco, dificilmente consegue observar. Causas traumáticas: Exercício em piso duro Ferrageamento/Casqueamento inadequado Trauma por objeto perfurante SINAIS CLÍNICOS Dor/Sensibilidade – abcesso dói muito, e ao realizar o exame com a pinça o animal sente muito. Aumento da temperatura Aumento de pulsa na artéria interdigital PELO PI!!! TRATAMENTO Retirar a ferradura – para observar toda região do casco. Com rineta, até achar ponto do abcesso ate descomprimir e drenar abcesso (abrir o máximo da sola) Pedilúvio: lavagem da ferida com água oxigenada inicialmente pelo ambiente de anaerobiose. Posteriormente não há mais a necessidade. Curativo: botinha para proteger o casco e não entrar sujidades. Reforço com soro antitetânico! AINEs depende da dor do animal e quão agressivo foi no momento da abertura da sola. Antibioticoterapia 7 dias até ferida cicatrizar: amplo espectro – Penicilina CLÍNICA DE GRANDES ANIMAIS II 4 São simples de serem tratados desde que: abra bem a sola e manter o casco protegido após. O grande problema é se mal tratado, e a infecção chega ate a terceira falange tendo assim não só um abcesso, mas sim uma osteíte podal séptica. 3. OSTEÍTE PODAL SÉPTICA O abcesso chega até a terceira falange e causa osteoíte (não osteomielite devido a terceira falange não ter medula óssea), ocorrendo degeneração e lise óssea. Caracterizada por: lise óssea na 3 falange ≠ abcesso que é apenas subsolear, aqui acomete a 3 falange. SINAIS CLÍNICOS Muita dor!! Fístula com drenagem de material purulenta (≠ abcesso que é encapsulado) Aumento de temperatura Aumento de pulso na artéria interdigital Sensibilidade ao pinçamento no exame de casco CLÍNICA DE GRANDES ANIMAIS II 5 TRATAMENTO Antibiótico: SOMENTE SISTEMICO NÃO CHEGA ATÉ A PONTA DO CASCO!! Associa sistêmico com regional Apenas antibiose regional (12-24h) – acesso por arteríola Mas apenas isso não é suficiente, tem que ser AGRESSIVO: Ressecção do casco – abrir o casco e curetar a terceira falange. Prognóstico: reservado – não são comuns, porém tratamento inadequado e processos crônicos podem levar até animais a óbito. 4. OSTEÍTE PODAL SIMPLES Processo inflamatório da 3a falange Leva a desmineralização de toda a margem da terceira falange Origem traumática: GENERALIZADA Excesso de peso Sola plana Trabalho em piso duro Diferente da osteíte séptica que a lise é focal, é GENERALIZADA. Dificilmente animais jovens, comum de animais idosos Muitas vezes, são achados radiográficos, em alguns casos possuem sintomatologia clínica. Bilateral SINAIS CLÍNICOS Claudicação pouco evidente (por ser bilateral e por degeneração) Sensibilidade ao pinçamento por toda região a 3a falange (igual laminite, ≠ que na osteíte podal não tem aumento do pulso, nem temperatura) Diminuição da amplitude do movimento nos MT CLÍNICA DE GRANDES ANIMAIS II 6 DIAGNÓSTICO RX: Observa lise óssea na 3a falange através do aumento da região radiotransparente onde deveria ser radiopaca. *Parecido com a SÍNDROME DO NAVICULAR **Aumento dos canais vasculares **Borda irregular TRATAMENTO Ferraduras fechadas associadas a palmilhas de silicone – dar conforto e diminuir o impacto. CLÍNICA DE GRANDES ANIMAIS II 7 Substância vasomoduladoras: para evitar degeneração óssea, porém suprimi o animal. Bifosfonados AINEs na fase aguda *Neurectomia não seria eficaz pois só funciona para regiões posteriores (palmar e plantar) do casco!! 5. RACHADURAS DE PAREDE Ocorre por ressecamento do casco, e ao se movimentar não tem elasticidade e racha. Se for só superficiais, só na epiderme não teria problema. O problema é quando elas são profundas, chamadas de Fissuras/Fraturas (até a derme) Local de origem: normalmente distal para proximal do casco, mas pode ocorrer proximal para distal. Direcionamento: transversal normalmente, ou longitudinal Extensão: parcial ou completa (inicialmente parcial, chega na coroa do casco e se torna completa) FATORES PREDISPONENTES Conformação/ressecamento do casco Conformação grande/pesados com casco pequeno Piso e tipo de trabalho dos animais Casqueamente e ferrageamento inadequados Evolução MUITO lenta Negligenciado no inicio por não causar ainda claudicação, porém ao chegar em camadas mais profundas tem claudicação e durante o trabalho do animal, costuma sair sangue pelas rachaduras. Claudicação variável (extensão e profundidade) CLÍNICA DE GRANDES ANIMAIS II 8 DIAGNÓSTICO Exame físico RX TRATAMENTO Razamento dos bordos: quebrar a rachadura para poder reconstruí-la. Deixa de ser uma rachadura, e se torna uma irregularidade no casco. Preenchimento com resina: após razamento dos bordos. Ferradura fechada: para impedir o movimento do casco Aumento o número de guarda-casco (antes e depois da rachadura): para restringir mais ainda o movimento Retirada do apoio: para que os bordos da rachadura não entrem em contato com a ferradura. Criação de uma linha perpendicular a rachadura: neutralização de força – para as forças que passam na rachadura se dissipem, porém linha tem que ser da mesma profundidade ou um pouco mais funda que a da rachadura. Suturar a rachadura: estabilizar o casco. Furos com broca e fio de aço Braçadeira Chapa de aço parafusada no casco e entre si (foto) Tirar a causa base com: Modificar o piso Diminuir o peso do animal Suplementar com biotina Substâncias que favorecem a flexibilidade do casco: sebo de carneiro ou lanolina CLÍNICA DE GRANDES ANIMAIS II 9CLÍNICA DE GRANDES ANIMAIS II 10 CLÍNICA DE GRANDES ANIMAIS II 11 Laminite Inflamação das lâminas dos cascos. Temos 2 lâminas no casco: se encaixam para manter a 3a falange fixa no casco. 1. Epidérmica: queratinizada, é o que recobre a terceira falange. 2. Dérmica: sensitiva, é o que sustenta a parede do casco. As lâminas são interdigitações, se encaixam para manter a 3a falange fica no casco. A extremidade do casco é extremamente vascularizada sendo uma microcirculação – é uma circulação terminal tendo na região muitos capilares. O QUE ACONTECE PARA O DESENVOLVIMENTO DA LAMINITE? Existe estudos que discutem a etiopatogenia da doença, atualmente sabe-se que é multifatorial, varias coisas que atuam na microcirculação terminal que levam a laminite. Principais causas: Septicemia/Endotoxemia SIRS FOCO NESSES!! Trauma direto Metabólicas (metabolismo de glicose) Um animal com diarreia/pleurisia/excesso de exercício pode ter laminite se tiver endotoxemia. Nesse processo inflamatório, tem a liberação de amino vasoativas (catecolaminas, vasopressina) então tem 2 efeitos: 1. Aumento do fluxo sanguíneo 2. Vasoconstrição RESULTADO DISSO: HIPERTENSÃO 1a FASE DE DESENVOLVIMENTO: Onde ocorre os primeiros sinais de laminite, antecede a fase aguda. Aumento de temperatura do casco Aumento do pulso na artéria digital Arteríola vênula capilar shunt Aumento do fluxo e extravasa mento do líquido - edema Abertura dos shunts e necrose capilar e em seguida das lâminas CLÍNICA DE GRANDES ANIMAIS II 12 Capilar não dilata: para permitir passagem de apenas UMA hemácia e ter troca gasosa eficiente. No caso da laminite, aumentou o fluxo sanguíneo então a arteríola dilatou e a vênula fez constrição, com isso há o aumento da pressão arterial. Devido a hipertensão, ocorre extravasamento de líquido ocasionando edema no casco. Quando esse sistema satura, tem estase capilar e formação de microtrombos. Por conta disso, o organismo faz uma abertura de um desvio – SHUNT ARTERIOVENOSOS. Os shunts já existem porém ficam colabados, e no momento em que se é necessário, pela estase do sangue, eles se abrem e o sangue começa a fazer um desvio. Devido ao uso desses desvios, não usa-se mais o capilar tendo hipóxia e necrose capilar. 2a FASE AGUDA: Quando o animal começa apresentar sinais clínicos. DOR, pelo edema e necrose. Dificuldade para locomoção (alterna o apoio, “pisando em ovos”) Sensibilidade ao pinçamento em toda a região da 3a falange ASSOCIADO A ↑ DE TEMPERATURA E PULSO!! Ao ocorrer à necrose das interdigitações, a aderência/resistência das laminas dérmicas e epidérmicas começam a se perder não mantendo mais a terceira falange aderida, e associada a isso, tem o tendão flexor digital profundo que se insere na 3a falange puxando e o animal esticando o membro, o tendão puxa mais e com essas laminas mortas, a 3a falange acaba rotacionando. ROTAÇÃO DA 3A FALANGE CLÍNICA DE GRANDES ANIMAIS II 13 Após as 72h dos primeiros sinais clínicos da fase aguda ou quando há rotação da 3a falange, já temos a fase crônica. 3a FASE CRÔNICA 72h após sintomas clínicos ou após rotação da 3a falange Depressão da coroa Exposição da 3a falange Deslocamento da coroa Exungulação Escaras de decúbito Linhas irregulares de crescimento DIAGNÓSTICO Clínico! TRATAMENTO Vasodilatadores: atuam na vasoconstrição e consequentemente na hipertensão. Já pode ser usado na fase de desenvolvimento (1a fase)!! Acepromazina Isoxuprine Nitroglicerina Anti-inflamatórios – Anti-endotoxêmicos: contralar a septicemia/endotoxemia (também pode já ser utilizados na fase de desenvolvimento) Flunixin neglumine em dose baixa (¼ dose) Rotação tão grave que a ponta do casco perfurou a sola. CLÍNICA DE GRANDES ANIMAIS II 14 DMSO Fluidoterapia? Cuidado com aumento da pressão e também pode aumentar o edema!!!! – apenas se tem sinais de desidratação, porém cuidado para não hiper hidratar. Heparina e AAS (Ácido Acetilsalicílico): melhorar a estase e controle dos microtrombos, tentar fazer com que o sangue tenha um fluxo melhor. Pentoxifilina: modulador de hemácias, faz com que elas diminuam de tamanho para passarem mais fácil e evitar estase e necrose. Analgésicos: controle da dor! AINEs: Fenilbutazona + eficaz, porém também + tóxico Opiáceos: Tramal, Morfina, Petidina, Meperidina Cetamina Gabapentina IMPORTANTE TRATAR A DOR SENÃO LIBERA CATECOLAMINAS, AUMENTA A PRESSÃO E PERPETUA O CICLO GELO NAS PRIMEIRA 48H: Faz vasoconstrição, porém por muito tempo o vaso relaxa. Diminui o metabolismo das células células vão precisar de menos O2 pra aguentar mais a estase e microtrombos Anestésico (↓ dor) ↓ Edema GELO AUXILIA MUITO NOS MOMENTOS INICIAIS!!! Porém dificilmente diagnostica animais na fase de desenvolvimento – apenas animais internados!!! Além de tratar causa base ou endotoxemia e colocar no gelo, o ideal seria imergir todo o casco o tempo todo e é a parte mais difícil – colocar animal numa bota em que seja eficaz e que ele consiga ter uma vida normal. O que normalmente ocorre é o animal ficar 48-72h no tronco com os cascos imergidos no gelo, tem veterinários que fazem uma baia imersa de gelo e vai repondo o gelo porém não é tão higiênico pois o animal vai urinar etc. Como avalia a rotação da 3a falange?? RAIO-X CLÍNICA DE GRANDES ANIMAIS II 15 Traça uma linha na parede do casco e uma linha na superfície da 3a falange – se essas linhas são paralelas, elas nunca se cruzam, porém se há rotação da 3ª falange as linhas não estão paralelas, acabam se encontrando e formando um ângulo. Se elas forem paralelas, os ângulos serão iguais, senão forem paralelas o ângulo vai ser diferente consequentemente. Se em um lado dá 45º e o outro 49º, quantos graus de rotação? 4º!!! Então se tem: Até 5º de rotação: LEVE – PRGNÓSTICO BOM De 5º a 11º de rotação: MODERADO – PROGNÓSTICO RESERVADO Acima de 11-12º de rotação: SEVERO – PROGNOSTICO RUIM PARA EVITAR A ROTAÇÃO DA 3a FALANGE: Uso de suporte – utilização de botinhas. Gesso: era usado antigamente para preencher a sola mas observou-se que era muito duro e quando o cavalo o casco apoiava em cima causava isquemia. Isopor: muito mole, quando o animal apoiava diminuía de tamanho. Placa de EVA: dá conforto, ajudando a aliviar a dor e tenta prevenir a rotação da 3a falange. Ferraduras com angulação Resina (polímeros) na sola – importante que não sejam nem muito duro nem muito moles (firmes) dando conforto e evitando a rotação!!! Importante que as botinhas sejam INCLINADAS: para aliviar a tensão do TFDP e diminuir assim chance de rotação!!! CLÍNICA DE GRANDES ANIMAIS II 16 Quando há uma rotação de 3a falange muito severa, observa o afundamento do ápice da 3a falange e com o passar do tempo pode aparecer uma linha de ar ou líquido que indica necrose e o que deve ser feito é abrir o casco tendo diversas maneiras de realizar das mais sutis até mais agressivas e drenar esse conteúdo. Esse conteúdo é decorrente o edema e a necrose no local. É comum quando abri nem ter sangramento. Linha paralela a coroa do casco: é uma tentativa de evitar a pressão na coroa do casco, se o casco apoia pela mesma, comessa linha quando a força chega até ali ela se dissipa e o apoio fica mais na região palmar, tentando evitar assim a dor e pressão na coroa do casco. CLÍNICA DE GRANDES ANIMAIS II 17 O problema é que se essa área de necrose se torna muito extensa, além da rotação, começa a ter um descolamento do casco – perdendo completamente aderência e cai ocorrendo a exangulação, e quando chega a isso a indicação é eutanásia. Uma possibilidade nos quadros que a rotação é progressiva, onde é feito acompanhamento com raio-x seriados e os graus de rotação vão aumentando é realizar a tenotomia – secção do tendão para evitar a tração e que continue rotacionando. Uma vez instalada a necrose, as coisas começam ficar muito ruim. Para avaliar a circulação: arteriografia e venografia – possibilidade para ver o quanto daquela circulação está comprometida. Tendinite e Desmites Inflamação dos tendões e dos ligamentos Sempre que trabalhamos com cabalo de uma maneira mais intensa ocorre microlesões, por isso é recomendado que faça trabalho diversificado – um dia faz um tipo de trabalho, no outro dia outro tipo de trabalho para que dê tempo dessas microlesões cicatrizarem e ocorrer remodelamento dos tendões. O tendão em si não se fortalece, quem faz isso é o musculo relacionado a ele. Sem casco, lâminas necrosadas CLÍNICA DE GRANDES ANIMAIS II 18 Então decorrente desse esforço e microlesões repetitivas têm ruptura das fibras dos tendões e ligamentos (tendíneas ou ligamentares), e essas fibras possuem grande capacidade elástica conferindo grande resistência. PATOGENIA Ao ocorrer a ruptura das fibras leva ao acumulo de sangue no local consequentemente tendo edema e hematoma. As fibras cicatrizam porém de forma desorganizada formando um tecido fibroso/conectivo não tendo a mesma elasticidade de um tecido tendíneo, dessa forma predispondo a recidiva. Raramente tem uma ruptura grande de primeiro momento, as rupturas normalmente são RUPTURA DAS FIBRAS Leve Completa Esforço excessivo Hiperextensão Trauma direto PROCESSO INFLAMATÓRIO CICATRIZAÇÃO DESARRANJO DE FIBRA HEMATOMA EDEMA CLÍNICA DE GRANDES ANIMAIS II 19 pequenas e passam até desapercebidas, só temos acontecimento de uma tendinite quando tiver uma ruptura de grande quantidade de fibras. A tendinite mais comum é a do tendão flexor digital superficial (TFDS) Seguida de uma desmite do ligamento suspensor do boleto (LSB) E tendinite do tendão flexor digital profundo (TFDP) FATORES PREDISPONENTES Excesso de exercício Aprumo/Casqueamento inadequado Trabalho em piso inadequado (mole/macio/fofo) SINAIS CLÍNICOS Claudicação de intensidade variável – pode ser desde queda de performance até claudicação severa Aumento de volume da região palmar* Sensível à palpação Edema Se flexionar o membro, consegue identificar tendão acometido *difícil ter tendinite no membro posterior mas pode ocorrer principalmente por trauma direto CLÍNICA DE GRANDES ANIMAIS II 20 DIAGNÓSTICO US: Área hipoecogênica – pela presença de sangue, onde houve rompimento das fibras. Dá com precisão qual tendão ou ligamento lesionado Mensuração do tamanho e proporção (% frente ao todo) da lesão – o que auxilia no prognóstico Cada mais utilizado para acompanhamento da cicatrização – saber quando começa a liberar o animal para o trabalho. TRATAMENTO LESÃO AGUDA 1. Diminuir inflamação! Repouso – para não romper mais fibras. Gelo: ótimo para fase aguda – diminui dor e edema!! 20min, várias vezes ao dia AINEs sistêmico: Flunixin meglumine, Meloxicam Pomadas com anti-inflamatório (tópico): DMSO, diclofenaco, Ecsina (reparil), heparina (trombofob/hirudoid) Bandagem: diminuir o edema e mantem as pomadas atuando por mais tempo. 2. Cicatrização Minimizar a formações de aderências em um tendão e outro através de exercício leve com o animal Melhorar tecido de cicatrização: ↳ PRP (Plasma rico em plaquetas) – método barato!! ↳ BAPNF (Fumarato de B aminopropionitrila) ↳ IRAP (Proteína antagonista de receptor de interleucina) ↳ Implante de células troncos intralesional – método caro!! ↳ Acido Hialurônico ↳ Glicoaminoglicanos 3. Reabilitação – fortalecer e preparar o animal para voltar ao trabalho para não ter uma nova lesão. Fisioterapia com laser, US, etc. Avaliação ultrassonográfica periódica QUADRO CRÔNICO Além do edema, tem muita fibrose. Cada vez que trabalha, fibrose não tem a mesma elasticidade e resistência e as fibras se rompem então sempre tem uma nova tendinite. Não são tão eficazes!!!! CLÍNICA DE GRANDES ANIMAIS II 21 Na tendinite crônica, não há como diminuir a inflamação ou reorganizar as fibras, e sim aumentar a fibrose e aumentar a resistência do tendão – fazer com que ele fique menos elástico mesmo porém mais resistente. Uma das formas disso é aumentar a inflamação, com isso aumento células inflamatórias e o remodelamento que pode ser com: Substâncias cáusticas Ponta de fogo Splintting – microfuros para engrossar tendões. Pode realizar analgésico, mas evitar anti-inflamatório pois o objetivo é uma INFLAMAÇÃO!!! IMPORTANTE: Adequar o treinamento do animal, se esta tendo tendinite recidivante/crônica, esta trabalhando de maneira inadequada.
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