Buscar

AFECÇÕES DO SISTEMA LOCOMOTOR DOS EQUINOS I

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 21 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 21 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 21 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

CLÍNICA DE GRANDES ANIMAIS II 
 
1 
 
Afecções do sistema locomotor dos equinos 
 
 
 
1. HIPERTROFIA DE RANILHA/PODRIDÃO DA RANILHA/PODODERMATITE 
O que levaria a isso? Umidade, pode vir do solo – cavalos que ficam em áreas de barro, em 
regiões de chuva e principalmente em baias com pouca higiene/úmidas resultando em 
hipertrofia crônica de bulbo e ranilha. 
 
 Tecido proliferativo que sangra muito, odor fétido e causa dor ao animal 
 Animal se mantem deitado a maior parte do tempo se for nos 4 cascos 
 
SINAIS CLÍNICOS 
 Claudicação variável e decúbito em estágios avançados 
 Presença de tecido proliferativo com exsudação fétida 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Apenas casco mal higienizado 
 
CLÍNICA DE GRANDES ANIMAIS II 
 
2 
 
TRATAMENTO 
 
 Ressecção do tecido proliferativo 
 Cauterização pelo sangramento intenso. 
 Corrigir a origem – adequar o ambiente que o animal fica. 
 Colocar proteção – botinha ou curativo para promover conforto, com substâncias que 
sequem: sulfato de cobre (licor de vilate), iodo, formol, óxido de zinco com objetivo de 
manter o casco seco e enrijece-lo, para depois tirar a bota do curativo. 
 Pedilúvio com líquido de Dakin ou hipoclorito de sódio ou Permanganato de potássio 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CLÍNICA DE GRANDES ANIMAIS II 
 
3 
 
Não necessário uso de antibiótico nem anti-inflamatório!!!! 
 
2. ABCESSO E/OU HEMATOMA SUBSOLEAR 
Abcessos e hematomas são de causas diferentes, tem sintomatologia parecida sendo difícil de 
diferenciar. 
Normalmente inicia um hematoma por causa traumática e por estar próxima ao solo em uma 
região contaminada, infecciona e torna-se um abcesso. 
 Animais com sola mais fina ou após o casqueamento que a sola se torna mais sensível e 
trabalham, há o aparecimento de hematoma. 
 Mesmo se for animal com casco branco, dificilmente consegue observar. 
 Causas traumáticas: 
 Exercício em piso duro 
 Ferrageamento/Casqueamento inadequado 
 Trauma por objeto perfurante 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SINAIS CLÍNICOS 
 
 Dor/Sensibilidade – abcesso dói muito, e ao realizar o exame com a pinça o animal sente 
muito. 
 Aumento da temperatura 
 Aumento de pulsa na artéria interdigital PELO PI!!! 
 
TRATAMENTO 
 
 Retirar a ferradura – para observar toda região do casco. 
 Com rineta, até achar ponto do abcesso ate descomprimir e drenar abcesso (abrir o 
máximo da sola) 
 Pedilúvio: lavagem da ferida com água oxigenada inicialmente pelo ambiente de 
anaerobiose. Posteriormente não há mais a necessidade. 
 Curativo: botinha para proteger o casco e não entrar sujidades. 
 Reforço com soro antitetânico! 
 AINEs depende da dor do animal e quão agressivo foi no momento da abertura da sola. 
 Antibioticoterapia 7 dias até ferida cicatrizar: amplo espectro – Penicilina 
CLÍNICA DE GRANDES ANIMAIS II 
 
4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
São simples de serem tratados desde que: abra bem a sola e manter o casco protegido 
após. O grande problema é se mal tratado, e a infecção chega ate a terceira falange 
tendo assim não só um abcesso, mas sim uma osteíte podal séptica. 
 
3. OSTEÍTE PODAL SÉPTICA 
 
O abcesso chega até a terceira falange e causa osteoíte (não osteomielite devido a terceira 
falange não ter medula óssea), ocorrendo degeneração e lise óssea. 
Caracterizada por: lise óssea na 3 falange ≠ abcesso que é apenas subsolear, aqui acomete 
a 3 falange. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SINAIS CLÍNICOS 
 
 Muita dor!! 
 Fístula com drenagem de material purulenta (≠ abcesso que é encapsulado) 
 Aumento de temperatura 
 Aumento de pulso na artéria interdigital 
 Sensibilidade ao pinçamento no exame de casco 
 
 
 
 
CLÍNICA DE GRANDES ANIMAIS II 
 
5 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TRATAMENTO 
 
 Antibiótico: SOMENTE SISTEMICO NÃO CHEGA ATÉ A PONTA DO 
CASCO!! 
 Associa sistêmico com regional 
 Apenas antibiose regional (12-24h) – acesso por arteríola 
 
Mas apenas isso não é suficiente, tem que ser AGRESSIVO: 
 Ressecção do casco – abrir o casco e curetar a terceira falange. 
 
 
Prognóstico: reservado – não são comuns, porém tratamento 
inadequado e processos crônicos podem levar até animais a óbito. 
 
 
 
 
4. OSTEÍTE PODAL SIMPLES 
 
 Processo inflamatório da 3a falange 
 Leva a desmineralização de toda a margem da terceira falange 
 Origem traumática: GENERALIZADA 
 Excesso de peso 
 Sola plana 
 Trabalho em piso duro 
 Diferente da osteíte séptica que a lise é focal, é GENERALIZADA. 
 Dificilmente animais jovens, comum de animais idosos 
 Muitas vezes, são achados radiográficos, em alguns casos possuem sintomatologia clínica. 
 Bilateral 
 
SINAIS CLÍNICOS 
 
 Claudicação pouco evidente (por ser bilateral e por degeneração) 
 Sensibilidade ao pinçamento por toda região a 3a falange (igual laminite, ≠ que na 
osteíte podal não tem aumento do pulso, nem temperatura) 
 Diminuição da amplitude do movimento nos MT 
 
CLÍNICA DE GRANDES ANIMAIS II 
 
6 
 
DIAGNÓSTICO 
 
 RX: Observa lise óssea na 3a falange através do aumento da região radiotransparente onde 
deveria ser radiopaca. 
*Parecido com a SÍNDROME DO NAVICULAR 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
**Aumento dos canais vasculares 
 **Borda irregular 
 
TRATAMENTO 
 
 Ferraduras fechadas associadas a palmilhas de silicone – dar conforto e diminuir o 
impacto. 
CLÍNICA DE GRANDES ANIMAIS II 
 
7 
 
 
 Substância vasomoduladoras: para evitar degeneração óssea, porém suprimi o animal. 
 Bifosfonados 
 AINEs na fase aguda 
*Neurectomia não seria eficaz pois só funciona para regiões posteriores (palmar e 
plantar) do casco!! 
 
5. RACHADURAS DE PAREDE 
 
 Ocorre por ressecamento do casco, e ao se movimentar não tem elasticidade e racha. 
 Se for só superficiais, só na epiderme não teria problema. 
 O problema é quando elas são profundas, chamadas de Fissuras/Fraturas (até a 
derme) 
 Local de origem: normalmente distal para proximal do casco, mas pode ocorrer proximal 
para distal. 
 Direcionamento: transversal normalmente, ou longitudinal 
 Extensão: parcial ou completa (inicialmente parcial, chega na coroa do casco e se torna 
completa) 
 
FATORES PREDISPONENTES 
 
 Conformação/ressecamento do casco 
 Conformação grande/pesados com casco pequeno 
 Piso e tipo de trabalho dos animais 
 Casqueamente e ferrageamento inadequados 
 Evolução MUITO lenta 
 Negligenciado no inicio por não causar ainda claudicação, porém ao chegar em 
camadas mais profundas tem claudicação e durante o trabalho do animal, costuma 
sair sangue pelas rachaduras. 
 Claudicação variável (extensão e profundidade) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CLÍNICA DE GRANDES ANIMAIS II 
 
8 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIAGNÓSTICO 
 
 Exame físico 
 RX 
 
TRATAMENTO 
 
 Razamento dos bordos: quebrar a rachadura para poder reconstruí-la. Deixa de ser uma 
rachadura, e se torna uma irregularidade no casco. 
 Preenchimento com resina: após razamento dos bordos. 
 Ferradura fechada: para impedir o movimento do casco 
 Aumento o número de guarda-casco (antes e depois da rachadura): para restringir 
mais ainda o movimento 
 Retirada do apoio: para que os bordos da rachadura não entrem em contato com a 
ferradura. 
 Criação de uma linha perpendicular a rachadura: neutralização de força – para as 
forças que passam na rachadura se dissipem, porém linha tem que ser da mesma 
profundidade ou um pouco mais funda que a da rachadura. 
 Suturar a rachadura: estabilizar o casco. 
 Furos com broca e fio de aço 
 Braçadeira 
 Chapa de aço parafusada no casco e entre si (foto) 
 Tirar a causa base com: 
 Modificar o piso 
 Diminuir o peso do animal 
 Suplementar com biotina 
 Substâncias que favorecem a flexibilidade do casco: sebo de carneiro ou lanolina 
CLÍNICA DE GRANDES ANIMAIS II 
 
9CLÍNICA DE GRANDES ANIMAIS II 
 
10 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CLÍNICA DE GRANDES ANIMAIS II 
 
11 
 
Laminite 
Inflamação das lâminas dos cascos. 
 
Temos 2 lâminas no casco: se encaixam para manter a 3a falange fixa no casco. 
1. Epidérmica: queratinizada, é o que recobre a terceira falange. 
2. Dérmica: sensitiva, é o que sustenta a parede do casco. 
 
As lâminas são interdigitações, se encaixam para manter a 3a falange fica no casco. 
 
A extremidade do casco é extremamente vascularizada sendo uma microcirculação – é uma 
circulação terminal tendo na região muitos capilares. 
 
O QUE ACONTECE PARA O DESENVOLVIMENTO DA LAMINITE? 
Existe estudos que discutem a etiopatogenia da doença, atualmente sabe-se que é 
multifatorial, varias coisas que atuam na microcirculação terminal que levam a laminite. 
Principais causas: 
 Septicemia/Endotoxemia 
 SIRS FOCO NESSES!! 
 Trauma direto 
 Metabólicas (metabolismo de glicose) 
 
Um animal com diarreia/pleurisia/excesso de exercício pode ter laminite se tiver 
endotoxemia. 
 
Nesse processo inflamatório, tem a liberação de amino vasoativas (catecolaminas, 
vasopressina) então tem 2 efeitos: 
1. Aumento do fluxo sanguíneo 
2. Vasoconstrição 
 
RESULTADO DISSO: HIPERTENSÃO 1a FASE DE DESENVOLVIMENTO: 
Onde ocorre os primeiros sinais de laminite, antecede a fase aguda. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aumento de temperatura do casco 
Aumento do pulso na artéria digital 
Arteríola 
vênula 
capilar shunt 
Aumento 
do fluxo e 
extravasa
mento do 
líquido - 
edema 
 
Abertura 
dos shunts 
e necrose 
capilar e 
em 
seguida 
das 
lâminas 
CLÍNICA DE GRANDES ANIMAIS II 
 
12 
 
Capilar não dilata: para permitir passagem de apenas UMA hemácia e ter troca gasosa 
eficiente. 
No caso da laminite, aumentou o fluxo sanguíneo então a arteríola dilatou e a vênula fez 
constrição, com isso há o aumento da pressão arterial. Devido a hipertensão, ocorre 
extravasamento de líquido ocasionando edema no casco. Quando esse sistema satura, tem 
estase capilar e formação de microtrombos. 
Por conta disso, o organismo faz uma abertura de um desvio – SHUNT 
ARTERIOVENOSOS. Os shunts já existem porém ficam colabados, e no momento em que se é 
necessário, pela estase do sangue, eles se abrem e o sangue começa a fazer um desvio. Devido 
ao uso desses desvios, não usa-se mais o capilar tendo hipóxia e necrose capilar. 
 
 
 
 
 2a FASE AGUDA: 
 Quando o animal começa apresentar sinais clínicos. 
 DOR, pelo edema e necrose. 
 Dificuldade para locomoção (alterna o apoio, “pisando em ovos”) 
 Sensibilidade ao pinçamento em toda a região da 3a falange 
 
 
 ASSOCIADO A ↑ DE TEMPERATURA E PULSO!! 
 
Ao ocorrer à necrose das interdigitações, a aderência/resistência das laminas dérmicas e 
epidérmicas começam a se perder não mantendo mais a terceira falange aderida, e associada a 
isso, tem o tendão flexor digital profundo que se insere na 3a falange puxando e o animal 
esticando o membro, o tendão puxa mais e com essas laminas mortas, a 3a falange acaba 
rotacionando. 
 
 
 
 
 
ROTAÇÃO DA 3A FALANGE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CLÍNICA DE GRANDES ANIMAIS II 
 
13 
 
Após as 72h dos primeiros sinais clínicos da fase aguda ou quando há rotação da 3a falange, já 
temos a fase crônica. 
 
3a FASE CRÔNICA 
 
 72h após sintomas clínicos ou após rotação da 3a falange 
 Depressão da coroa 
 Exposição da 3a falange 
 Deslocamento da coroa 
 Exungulação 
 Escaras de decúbito 
 Linhas irregulares de crescimento 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIAGNÓSTICO 
 
 Clínico! 
 
TRATAMENTO 
 
 Vasodilatadores: atuam na vasoconstrição e consequentemente na hipertensão. 
 Já pode ser usado na fase de desenvolvimento (1a fase)!! 
 Acepromazina 
 Isoxuprine 
 Nitroglicerina 
 Anti-inflamatórios – Anti-endotoxêmicos: contralar a septicemia/endotoxemia 
(também pode já ser utilizados na fase de desenvolvimento) 
 Flunixin neglumine em dose baixa (¼ dose) 
Rotação tão grave que a ponta do 
casco perfurou a sola. 
CLÍNICA DE GRANDES ANIMAIS II 
 
14 
 
 DMSO 
 Fluidoterapia? Cuidado com aumento da pressão e também pode aumentar o edema!!!! – 
apenas se tem sinais de desidratação, porém cuidado para não hiper hidratar. 
 Heparina e AAS (Ácido Acetilsalicílico): melhorar a estase e controle dos microtrombos, 
tentar fazer com que o sangue tenha um fluxo melhor. 
 Pentoxifilina: modulador de hemácias, faz com que elas diminuam de tamanho para 
passarem mais fácil e evitar estase e necrose. 
 Analgésicos: controle da dor! 
 AINEs: Fenilbutazona + eficaz, porém também + tóxico 
 Opiáceos: Tramal, Morfina, Petidina, Meperidina 
 Cetamina 
 Gabapentina 
 
IMPORTANTE TRATAR A DOR SENÃO LIBERA CATECOLAMINAS, AUMENTA A 
PRESSÃO E PERPETUA O CICLO 
 
 GELO NAS PRIMEIRA 48H: 
 Faz vasoconstrição, porém por muito tempo o vaso relaxa. 
 Diminui o metabolismo das células  células vão precisar de menos O2 pra 
aguentar mais a estase e microtrombos 
 Anestésico (↓ dor) 
 ↓ Edema 
 
GELO AUXILIA MUITO NOS MOMENTOS INICIAIS!!! 
 
Porém dificilmente diagnostica animais na fase de desenvolvimento – apenas animais 
internados!!! 
 
Além de tratar causa base ou endotoxemia e colocar no gelo, o ideal seria imergir todo o casco 
o tempo todo e é a parte mais difícil – colocar animal numa bota em que seja eficaz e que ele 
consiga ter uma vida normal. O que normalmente ocorre é o animal ficar 48-72h no tronco 
com os cascos imergidos no gelo, tem veterinários que fazem uma baia imersa de gelo e vai 
repondo o gelo porém não é tão higiênico pois o animal vai urinar etc. 
 
Como avalia a rotação da 3a falange?? 
 RAIO-X 
CLÍNICA DE GRANDES ANIMAIS II 
 
15 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Traça uma linha na parede do casco e uma linha na superfície da 3a falange – se essas 
linhas são paralelas, elas nunca se cruzam, porém se há rotação da 3ª falange as linhas não 
estão paralelas, acabam se encontrando e formando um ângulo. 
 
Se elas forem paralelas, os ângulos serão iguais, senão forem paralelas o ângulo vai ser 
diferente consequentemente. 
 
Se em um lado dá 45º e o outro 49º, quantos graus de rotação? 4º!!! 
Então se tem: 
 Até 5º de rotação: LEVE – PRGNÓSTICO BOM 
 De 5º a 11º de rotação: MODERADO – PROGNÓSTICO RESERVADO 
 Acima de 11-12º de rotação: SEVERO – PROGNOSTICO RUIM 
 
PARA EVITAR A ROTAÇÃO DA 3a FALANGE: 
 Uso de suporte – utilização de botinhas. 
 Gesso: era usado antigamente para preencher a sola mas observou-se que era muito 
duro e quando o cavalo o casco apoiava em cima causava isquemia. 
 Isopor: muito mole, quando o animal apoiava diminuía de tamanho. 
 Placa de EVA: dá conforto, ajudando a aliviar a dor e tenta prevenir a rotação da 3a 
falange. 
 Ferraduras com angulação 
 Resina (polímeros) na sola – importante que não sejam nem muito duro nem 
muito moles (firmes) dando conforto e evitando a rotação!!! 
 
Importante que as botinhas sejam INCLINADAS: para aliviar a tensão do TFDP e 
diminuir assim chance de rotação!!! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CLÍNICA DE GRANDES ANIMAIS II 
 
16 
 
Quando há uma rotação de 3a falange muito severa, observa o afundamento do ápice da 3a 
falange e com o passar do tempo pode aparecer uma linha de ar ou líquido que indica 
necrose e o que deve ser feito é abrir o casco tendo diversas maneiras de realizar das mais 
sutis até mais agressivas e drenar esse conteúdo. Esse conteúdo é decorrente o edema e a 
necrose no local. É comum quando abri nem ter sangramento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Linha paralela a coroa do casco: é uma tentativa de evitar a pressão na coroa do casco, 
se o casco apoia pela mesma, comessa linha quando a força chega até ali ela se dissipa e o 
apoio fica mais na região palmar, tentando evitar assim a dor e pressão na coroa do casco. 
 
CLÍNICA DE GRANDES ANIMAIS II 
 
17 
 
O problema é que se essa área de necrose se torna muito extensa, além da rotação, começa a 
ter um descolamento do casco – perdendo completamente aderência e cai ocorrendo a 
exangulação, e quando chega a isso a indicação é eutanásia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Uma possibilidade nos quadros que a rotação é progressiva, onde é feito acompanhamento 
com raio-x seriados e os graus de rotação vão aumentando é realizar a tenotomia – secção do 
tendão para evitar a tração e que continue rotacionando. 
 
Uma vez instalada a necrose, as coisas começam ficar muito ruim. 
 
Para avaliar a circulação: arteriografia e venografia – possibilidade para ver o quanto daquela 
circulação está comprometida. 
 
 
Tendinite e Desmites 
Inflamação dos tendões e dos ligamentos 
 
Sempre que trabalhamos com cabalo de uma maneira mais intensa ocorre microlesões, por 
isso é recomendado que faça trabalho diversificado – um dia faz um tipo de trabalho, no outro 
dia outro tipo de trabalho para que dê tempo dessas microlesões cicatrizarem e ocorrer 
remodelamento dos tendões. 
 
O tendão em si não se fortalece, quem faz isso é o musculo relacionado a ele. 
 
Sem casco, lâminas necrosadas 
CLÍNICA DE GRANDES ANIMAIS II 
 
18 
 
Então decorrente desse esforço e microlesões repetitivas têm ruptura das fibras dos tendões e 
ligamentos (tendíneas ou ligamentares), e essas fibras possuem grande capacidade elástica 
conferindo grande resistência. 
 
 
PATOGENIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ao ocorrer a ruptura das fibras leva ao acumulo de sangue no local consequentemente tendo 
edema e hematoma. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
As fibras cicatrizam porém de forma desorganizada formando um tecido fibroso/conectivo 
não tendo a mesma elasticidade de um tecido tendíneo, dessa forma predispondo a recidiva. 
Raramente tem uma ruptura grande de primeiro momento, as rupturas normalmente são 
RUPTURA DAS FIBRAS 
Leve 
 
Completa 
 
Esforço excessivo 
Hiperextensão 
Trauma direto 
 
PROCESSO INFLAMATÓRIO 
CICATRIZAÇÃO 
DESARRANJO DE FIBRA 
HEMATOMA 
EDEMA 
CLÍNICA DE GRANDES ANIMAIS II 
 
19 
 
pequenas e passam até desapercebidas, só temos acontecimento de uma tendinite quando 
tiver uma ruptura de grande quantidade de fibras. 
 
 A tendinite mais comum é a do tendão flexor digital superficial (TFDS) 
 Seguida de uma desmite do ligamento suspensor do boleto (LSB) 
 E tendinite do tendão flexor digital profundo (TFDP) 
 
 
 
 
FATORES PREDISPONENTES 
 
 Excesso de exercício 
 Aprumo/Casqueamento inadequado 
 Trabalho em piso inadequado (mole/macio/fofo) 
 
SINAIS CLÍNICOS 
 
 Claudicação de intensidade variável – pode ser desde queda de performance até 
claudicação severa 
 Aumento de volume da região palmar* 
 Sensível à palpação 
 Edema 
 Se flexionar o membro, consegue identificar tendão acometido 
*difícil ter tendinite no membro posterior mas pode ocorrer principalmente por trauma direto 
CLÍNICA DE GRANDES ANIMAIS II 
 
20 
 
DIAGNÓSTICO 
 
 US: Área hipoecogênica – pela presença de sangue, onde houve rompimento das fibras. 
 Dá com precisão qual tendão ou ligamento lesionado 
 Mensuração do tamanho e proporção (% frente ao todo) da lesão – o que auxilia no 
prognóstico 
 Cada mais utilizado para acompanhamento da cicatrização – saber quando começa a 
liberar o animal para o trabalho. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TRATAMENTO 
 LESÃO AGUDA 
1. Diminuir inflamação! 
 Repouso – para não romper mais fibras. 
 Gelo: ótimo para fase aguda – diminui dor e edema!! 20min, várias vezes ao dia 
 AINEs sistêmico: Flunixin meglumine, Meloxicam 
 Pomadas com anti-inflamatório (tópico): DMSO, diclofenaco, Ecsina (reparil), heparina 
(trombofob/hirudoid) 
 Bandagem: diminuir o edema e mantem as pomadas atuando por mais tempo. 
 
2. Cicatrização 
 Minimizar a formações de aderências em um tendão e outro através de exercício leve 
com o animal 
 Melhorar tecido de cicatrização: 
↳ PRP (Plasma rico em plaquetas) – método barato!! 
↳ BAPNF (Fumarato de B aminopropionitrila) 
↳ IRAP (Proteína antagonista de receptor de interleucina) 
↳ Implante de células troncos intralesional – método caro!! 
↳ Acido Hialurônico 
↳ Glicoaminoglicanos 
 
3. Reabilitação – fortalecer e preparar o animal para voltar ao trabalho para não ter 
uma nova lesão. 
 Fisioterapia com laser, US, etc. 
 Avaliação ultrassonográfica periódica 
 
 QUADRO CRÔNICO 
Além do edema, tem muita fibrose. Cada vez que trabalha, fibrose não tem a mesma 
elasticidade e resistência e as fibras se rompem então sempre tem uma nova tendinite. 
Não são tão eficazes!!!! 
CLÍNICA DE GRANDES ANIMAIS II 
 
21 
 
Na tendinite crônica, não há como diminuir a inflamação ou reorganizar as fibras, e sim 
aumentar a fibrose e aumentar a resistência do tendão – fazer com que ele fique menos 
elástico mesmo porém mais resistente. Uma das formas disso é aumentar a inflamação, com 
isso aumento células inflamatórias e o remodelamento que pode ser com: 
 Substâncias cáusticas 
 Ponta de fogo 
 Splintting – microfuros para engrossar tendões. 
 
Pode realizar analgésico, mas evitar anti-inflamatório pois o objetivo é uma 
INFLAMAÇÃO!!! 
 
IMPORTANTE: Adequar o treinamento do animal, se esta tendo tendinite 
recidivante/crônica, esta trabalhando de maneira inadequada.

Outros materiais