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Sejam bem-vindos! ENGENHARIA CIVIL Técnicas Construtivas Alan de Paula Almeida Aula 2 – Movimento de terra E-mail_alan.almeida@fmu.br MOVIMENTO DE TERRA MOVIMENTO DE TERRA Corte, aterro, bota fora e empréstimos TERRAPLENAGEM Conjunto de operações de escavação, carga, transporte, descarga, compactação e acabamento executados a fim de passar o terreno do estado natural para uma nova conformação topográfica desejada. Ação de terraplanar, de encher de terra, tornando um terreno plano e seguro para dar inicio a uma construção; realiza-se através da escavação, do transporte de terra e da sua compactação. EMPOLAMENTO DOSOLO ● O volume de um solo varia de segundo seu grau de compactação e características de seus grãos. ● O solo no terreno tem um grau de compactação próprio devido às forças atuantes nele ao longo dos anos (cargas, chuvas, processos geológicos) ● Oprocesso de escavação torno esse solo “solto” novamente. Ele perde sua consistência e aumenta seu volume Tipo de solo Estado do solo Fator de empolamento Areia Natural 1,00 1,11 0,95 Solta 0,90 1,00 0,86 Compactada 1,05 1,17 1,00 Argila Natural 1,00 1,43 0,90 Solta 0,70 1,00 0,63 Compactada 1,11 1,59 1,00 Estado do solo Natural Solta Compactada CORTE Para determinar o volume de solo correspondente à área da seção, utiliza-se o cálculo da altura multiplicada pela área da seção, acrescentando-se um percentual de empolamento. Para realizar o corte, são necessários alguns tipos de máquinas de corte como: a) Escavação: mini escavadeira ou retroescavadeira; b) carregamento: pá carregadeira; c) transporte: caminhões. Para a realização do cálculo, utilizam-se as diferenças de altura, como demonstrado na Figura. Fonte: Elaborada pelo autor. Para a realização do cálculo, utilizam-se as diferenças de altura, como demonstrado na Figura. A Equação 1, abaixo, mostra a determinação do volume de corte (Vc), a Equação 2, a altura média do volume (hm) e, a Equação 3, o volume de solo empolado. ● Vc = Ab.hm - Equação 1 ● hm = (H+h) / 2 - Equação 2 ● Vse= Vc.(1+E) - Equação 3 ● Vse = Volume de solo empolado ● Vc = Volume de corte ● Ab = Área da base ● hm = Altura média ● E = Coeficiente de empolamento ● H = Altura maior ● h = Altura menor O empolamento é o acréscimo de volume de um solo quando removido de seu estado natural e é expresso como uma porcentagem do volume no corte, entretanto, para cada tipo de material existe um empolamento distinto, como apresentado no Quadro. Tipo de Solo f (%) Solos argilosos 40 Terra comum seca (argilo-siltosos com areia) 25 Terra comum úmida 25 Solo arenoso seco 12 Fator ou porcentagem de empolamento Considere que o material é terra comum seca, que o terreno ficará na mesma altura que a calçada 0,00 m e que não utilizaremos terra em nossa construção, dessa forma, será necessário realizar um bota fora. Entretanto, precisamos saber qual o volume a ser transportado e quantas viagens serão necessárias a um caminhão com capacidade de transporte 10,0 m³. Altimetria Fonte: Elaborada pelo autor. CORTE - EXEMPLO Primeiramente, vamos identificar as alturas médias, depois, a área para o cálculo de volumes de corte e, na sequência, o volume a ser transportado (volume do solo empolado). Podemos fazer esse cálculo por partes, com área da base Ab = 10 x 20 = 200 m². hm1= (0,70 m + 0,05 m)/2 -> hm1 = 0,375 m ● Vc = 200 m² . 0,375 m -> Vc = 75 m³ de solo ● Vse = 75 m³ . (1 + 0,25) -> Vse = 93,75 m³ a ser transportado Sabendo que o veículo tem capacidade de transporte de 10 m³ por viagem, serão necessárias 10 viagens. Veremos o porquê: ● Viagens Vse / volume caminhão -> Viagens = 93,75 m³ / 10 m³ = 9,375 Como não é possível realizar uma viagem de 0,375, pois não chegará ao seu destino, logo, será necessária uma viagem completa, ou seja, 10 viagens. Mas está faltando a segunda parte da área: a área de base = 10 m frente + 20,0 m lateral = 200 m². ● hm2 = (0,40 m . 0,00 m) / 2 -> hm2 = 0,20 m ● Vc = 200 m² . 0,20 m -> Vc = 40 m³ de solo ● Vse = 40 m³. (1 + 0,25) -> Vse = 50 m³ a ser transportado Agora, se somarmos os volumes dos dois lados do terreno, teremos o volume total do solo empolado de 143,75 m³, sendo necessárias 15 viagens para o bota fora da terra. ATERRO No caso de aterros, deve-se adotar um volume de solo correspondente à área da seção multiplicada pela altura média, da mesma forma que utilizamos para o cálculo de volume de corte. Para execução dos aterros, são necessários alguns tipos de máquinas como: unidade carregadora: pá carregadeira; unidade de transporte: caminhões basculantes ou caminhões- pipas; unidade compactadora: rolo compactadores lisos ou com pé de carneiro. O aterro também tem suas considerações, ou seja, como realizar a descarga, espalhamento em camadas de 15 a 20 centímetros, homogeneização com equipamentos apropriados “escarificadores”, conveniente umedecimento ou aeração, compactação dos solos selecionados dos cortes ou empréstimos, ou seja, de solos finos e coesos, para a construção do corpo do aterro até a cota correspondente ao greide da terraplenagem. ATERRO - Exemplo O grau de compactação (ou fator de contração) está relacionado ao ensaio de compactação em laboratório e, dependendo do tipo de solo, esse grau de compactação pode variar de 10% a 20%. Imagine que teríamos que aterrar um terreno em outro endereço do mesmo bairro para a mesma construtora, a qual necessita de 125 m³ de terra, e que o grau de compactação desse solo é de 15%. Vamos ver se esse volume de 150 m³ é o necessário para aterrar o outro terreno? A Equação 4 representa a forma que obtemos o volume do aterro após compactado: ● Va = Vse . (1 - grau de compactação) -> Equação 4 ● Va = 150 m³ . (1 - 0,15) -> Va = 127,5 m³ Para finalizar a compactação, seria necessário o empréstimo de 2,5 m³ de solos, pois o solo utilizado da outra obra não foi o suficiente para o volume de 130 m³ de aterro. SEÇÃO MISTA Exemplo ● Terraplenagem de terreno de L=20m e C=50m ● Declividade (i) de apenas 1% ● Solo argiloso compactado Cálculo do volume de corte (Vc) H ( Vc ) = ix * C = Encontrar fator de empolamento (e) ● Solo argiloso compactado → solo argiloso solto Tipo de solo Estado do solo Fator de empolamento Areia Natural 1,00 1,11 0,95 Solta 0,90 1,00 0,86 Compactada 1,05 1,17 1,00 Argila Natural 1,00 1,43 0,90 Solta 0,70 1,00 0,63 Compactada 1,11 1,59 1,00 Estado do solo Natural Solta Compactada E = 1,59 Volume do cálculo de transporte (Vt) Vt = 0 Cálculo do tempo de transporte ● Capacidade do caminhão – 10 m³ ● Possibilidade de 35 viagens por dia (depende da distância) ● Aproximadamente 000 m³ para transporte em viagens de 6m³ ● 𝑔𝑛𝑒 viagens ● dias para tirar todo o material Movimentação deterra ● CORTE ● Minimiza risco de recalque ● Transporte do solo ● ATERRO ● Maiores riscos de recalque (cuidado na compactação do solo) ● Necessidade de aquisição de solo ● Transporte do solo ● SEÇÃO MISTA ● Aproveitamento do solo de corte para execução do aterro (pode ou não necessitar aquisição de mais terra) ● Risco de recalque na área do aterro ● Reduz atividades de transporte de solo Rebaixamento do lençol freático O que é? Bota fora na terraplenagem O termo bota-fora é amplamente utilizado na terraplenagem para designar o local onde são descartados os materiais provenientes de obras de terraplenagem que envolvam escavação e remoção de terra ou ainda, demolições e reformas que necessitem de remoção de entulhos. Também chamado de Aterro de Inertes, geralmente o bota-fora recebe materiais como terra e entulho limpo (apenas restos de paredes) mediante pagamento de uma taxa que varia conformeo tamanho ou peso dos caminhões. Bota fora Bota fora por licença ambiental Aterro controlado destinada a uma obra especifica Jazida de empréstimo Área com ocorrência natural de solos cujas características e propriedades sejam adequadas para utilização nas obras. Jazida Execução de acesso para regularização de taludes e acesso para trafego Movimentação deterra Controle de inclinação do talude ● Qualquer que seja o tipo de contratação para os serviços de terraplenagem, deve-se fazer o controle da execução ● Função do tipo de solo ● Definida pelo projetista de fundações ● Gabarito de madeira Movimentação deterra Quando ocorre? Depende do projeto do canteiro, terreno, tipo de solo e tipo de fundação adotado Sistemas de contratação Empreitadaglobal Empresa de terraplenagem contratada pelo serviço como um todo ● Topografia como um todo ● Cota de fundo e geometria da escavação ● Tipo de solo (fator de empolamento) Empreitadaglobal ● Visão do empreiteiro ● Maior produtividade possível ● Maior volume possível por caminhão ● Visão do contratante ● Vistoriar o excesso de material nos caminhões (pode acarretar na necessidade de limpeza da vizinhança) ● Vistoriar o atendimento das especificações do aterro e escavação Aluguel deequipamento Máquinas e operadores pagos por hora Caminhões pagos por viagem ● Visão do contratante ● Constituição adequada da frota ● Cuidado com a lentidão do serviço ● Cuidado com caminhões mal cheios ● Registrar o número de viagens ● Constituição adequada da frota ● Terrenos <1500m² - pouco espaço para mais de uma máquina ● As máquinas devem ser usadas ao máximo para diluir o aluguel ● Dimensionamento da frota depende ● Número de máquinas para escavação ● Produção da máquina de escavação ● Tempo de ciclo por caminhão (depende do local do bota fora) ● Número ideal de caminhões ● Não parar a máquina de escavação ● Não deixar caminhões esperando na fila Empreitada por viagem ou m³ ● Remuneração do serviço é feita por caminhão retirado, estando o aluguel da máquina incluso no ● preço da viagem ● Visão do contratante ● Cuidado com caminhões mal cheios ● Registrar o número de viagens ou controlar pelo volume escavado Movimentação de terra Equipamentos Escavadeiras Sobre rodas ● Vantagens ● Maior mobilidade ● Maior velocidade de deslocamento ● Desvantagens ● Patinação (solo saturado) Sobre esteiras ● Vantagens ● Maior estabilidade ● Mais aderência ao terreno ● Rampas de grande inclinação (até 20º ou 1:3) ● Condições mais adversas ● Menor pressão sobre o terreno ● Desvantagens ● Locomoção (são transportadas sobre caminhões) ● Menor mobilidade Escavadeira Hidráulica Obras: Barragem Bandarros Jazida de empréstimo Escavadeira Reach (drag-line) Antes Depois Obra: Consórcio Rio Pirai Pá Carregadeira Retro escavadeira Moto scraper Trator de esteira Moto Niveladora e Trator Agrícola com grade Rolo Compactor Pé de carneiro liso Escavadeira demandíbula Caçamba sustentada por cabos de aço Escavação se faz por queda da mandíbula e seu posterior fechamento Também conhecida como clamshell Bobcat (equipamento de pequeno porte) Equipamentos para compactação Referências BARBOSA FILHO, A. N. Segurança do trabalho na construção civil. São Paulo: Atlas, 2015. BRASIL. Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes. Diretoria Executiva. Instituto de Pesquisas Rodoviárias. Manual de implantação básica de rodovia. 3. ed. Rio de Janeiro, 2010. Disponível em: http://ipr.dnit.gov.br/normas-e- manuais/manuais/documentos/742_manual_de_implantacao_basica.pdf. Acesso em: 31 out. 2019. Ministério do Trabalho e Emprego. Normas Regulamentadoras de Segurança e Medicina do Trabalho. NR 18 Condições e Meio Ambiente do Trabalho na Indústria da Construção. 2015. Disponível em: http://trabalho.gov.br/seguranca-e-saude-no- trabalho/normatizacao/normas-regulamentadoras/norma-regulamentadora-n-18-condicoes-e-meio-ambiente-de-trabalho-na- industria-da-construcao. Acesso em: 31 out. 2019. BUDHU, M. Fundações e estruturas de contenção. Rio de Janeiro: LTC, 2017. MENDONÇA, A. V. R. M.; DAIBERT, J. D. Equipamentos e instalações para construção civil. São Paulo: Érica, 2014. O que aprendemos na aula de hoje Reconhecer as etapas preliminares à implantação de uma construção Criar quantitativos de serviços e materiais em cada etapa da obra
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